Aliados de Bolsonaro prometem manter mobilização durante internação

Diante da nova internação do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliados prometem manter a mobilização em torno do projeto de lei de anistia, além da organização do Rota 22, caravana do PL que vai percorrer diversos estados de olho no eleitorado bolsonarista.

Quando passou mal, na última sexta-feira (11), Bolsonaro estava no interior do Rio Grande do Norte para a primeira agenda do Rota 22. O ex-presidente faria um giro pelo estado ao lado do senador Rogério Marinho (PL-RN), secretário-geral do PL, e do ex-ministro Gilson Machado.

Apesar do quadro de saúde de Bolsonaro, considerado complexo, o PL afirma que a caravana já está confirmada em outros seis estados: Ceará, Sergipe, Paraíba, Santa Catarina, Mato Grosso e Rondônia.

“A palavra oração implica em orar e agir. Enquanto a gente ora, a gente também age para não deixar o projeto parar”, afirma o senador Marcos Rogério (PL-RO).

“Estamos em oração pela saúde do ex-presidente, mas a gente também vai fazer o dever de casa de preparar o terreno para o Rota 22 para que, quando ele estiver com a saúde restabelecida, ele possa estar presente nos estados e participar.”

Além de servir de palanque para bolsonaristas que devem disputar as eleições no ano que vem —como o próprio Marcos Rogério—, a caravana do partido tem o objetivo de difundir o projeto de lei de anistia aos golpistas do 8 de janeiro.

Nesta segunda (14), o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), protocolou o requerimento de urgência do projeto, instrumento que acelera a discussão ao permitir a votação direto no plenário da Casa, pulando as comissões.

Para protocolar o requerimento eram necessárias 257 assinaturas. Segundo informações do sistema da Câmara, o documento tem 262 assinaturas de deputados de partidos da oposição e de siglas que integram o governo Lula, como PSD, União Brasil, PP, Republicanos e MDB.

Na Paraíba, reduto eleitoral do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), o roteiro da caravana tem sido organizado pelo ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL).

Pessoas a par da organização afirmam que o quadro de saúde do ex-presidente não implica em uma mudança de direção para o partido porque boa parte das agendas já estava prevista para o segundo semestre deste ano.

Na semana passada, Bolsonaro havia afirmado em entrevista que rodaria 800 km no Rio Grande do Norte, em 15 municípios, parando em pequenas cidades para fazer discursos e “bater papo”.

Disse que gostaria de visitar todos os estados “nos próximos meses” e falou em promover uma manifestação em alguma cidade do Nordeste. No último dia 6, ato do ex-presidente levou 55 mil pessoas à avenida Paulista, de acordo com estimativa do Datafolha.

Antes da internação, Bolsonaro disse reiteradas vezes que será candidato a presidente em 2026. Ele, porém, está inelegível até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral, além de ter se tornado réu no STF (Supremo Tribunal Federal) no caso da trama golpista.

Aliados especulam quem poderia substituí-lo na disputa presidencial, e a lista inclui familiares, como Eduardo Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle, e governadores aliados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

Bolsonaro ainda não tem previsão de alta. Na madrugada desta segunda-feira, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro enviou uma mensagem a aliados em que pede orações e diz que as visitas ao marido estão “restritas apenas à família” neste momento.

“Para garantir o melhor cuidado possível, as visitas estão por hora restritas apenas à família. Contamos com a compreensão de todos e pedimos que continuem em oração. Tenho fé que em breve ele estará plenamente restabelecido e de volta a sua rotina com a força de sempre”, escreveu Michelle.

A equipe médica que participou do procedimento cirúrgico no domingo (13) afirmou nesta segunda que o ex-presidente deve ficar internado por pelo menos mais duas semanas e enfrentar restrições no pós-operatório por um período de dois a três meses.

O procedimento de desobstrução intestinal, considerado complexo, durou 12 horas e foi o mais longo dos seis já realizados desde que o ex-presidente levou uma facada na campanha eleitoral de 2018.

Thaísa Oliveira/Folhapress

Ibirapitanga: Polícia Civil apreende veículo adulterado e recupera parte de produtos saqueados de caminhão na BR-101

A equipe do Setor de Investigação da Delegacia de Polícia de Ibirapitanga realizou, na tarde desta segunda-feira, 14, uma operação para identificar suspeitos envolvidos no saque a um caminhão que transportava eletrônicos na BR-101, próximo a Itamarati. Durante a diligência, os policiais localizaram um veículo GM Cobalt 1.4, 2014, prata, com sinais de adulteração, conduzido por um homem de 26 anos. O condutor foi encaminhado à delegacia e autuado por receptação.

Segundo informações preliminares, o suspeito adquiriu o veículo por R$ 14 mil no entroncamento de Valença, após conhecer o vendedor através de anúncios no Facebook. Após arbitramento de fiança e recolhimento do valor, o acusado foi liberado e responderá ao processo em liberdade.
A equipe de investigação também localizou parte dos produtos eletrônicos roubados em uma residência no distrito de Itamarati. O proprietário da residência tentou fugir ao perceber a chegada dos policiais, mas as investigações já identificaram a autoria e devem apontar todos os envolvidos na quadrilha especializada nesse tipo de crime.

Entre os materiais recuperados estão: Veículo GM Cobalt 1.4, ano 2014, cor prata (com adulteração); Diversos produtos eletrônicos, incluindo forno elétrico, Smart TV LG, chuveiro elétrico, liquidificador, aparelho mix, micro-ondas, chaleira elétrica, pipoqueira elétrica, duas lavadoras de alta pressão e porta de congelador. *Com informações do Ubatã Notícias


Mais de R$ 2,4 milhões empregados em novas estruturas policiais na cidade de Wagner

Mais de R$ 2,4 milhões empregados em novas estruturas policiais na cidade de Wagner.
O Governo do Estado entregou, na manhã desta segunda-feira (14), mais de R$ 2,4 milhões em novas estruturas policiais no município de Wagner. As novas sedes para a Delegacia Territorial e o Pelotão da 42ª CIPM estão localizaras no bairro do Egito.
O Pelotão conta com salas para Comando, Capacitação e Setor de Planejamento Operacional. Já a Delegacia Territorial também dispõe de espaços para Delegado, Área de Atendimento à comunidade, sala de Reconhecimento e Custódia.
Somente este ano, 22 novas unidades para as Polícias Militar e Civil foram inauguradas. As estruturas oferecem maior apoio aos profissionais lotados nas unidades, bem como um atendimento mais acessível e humanizado ao cidadão baiano.

O subsecretário da Segurança Pública, Marcel de Oliveira, enfatizou as últimas entregas para as Forças Policiais. “Sexta-feira inauguramos uma Delegacia em Jequié e anunciamos a proposta para criação do Comando de Policiamento Regional para a Região do Médio Rio de Contas. Domingo desembarcamos em Encruzilhada, onde entregamos um Pelotão e hoje a PM e a PC ganham mais duas unidades em Wagner”, frisou.

Texto: Marcia Santana

Líder do PL na Câmara diz que ‘pessoalmente’ é contra a cassação de Glauber Braga

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, disse que, pessoalmente, é contra a cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ). Na sua opinião, a punição já aprovada no Conselho de Ética é um exagero, e a retirada do mandato poderia ser substituída por uma suspensão.

“Pessoalmente, acredito que cassação deveria ser para casos graves como corrupção ou o da da Flordelis, por exemplo. Acredito que uma punição de seis meses de suspensão, no caso de Glauber Braga, estaria de bom tamanho”, afirmou Sóstenes ao portal Metrópoles.

Apesar de achar que a Casa cometeria um erro ao cassar o mandato de Glauber, ele disse que acompanhará a posição da bancada do Partido Liberal. “Como líder do PL, não posso destoar da posição da bancada do partido, que se mostra favorável à cassação”, declarou.

Na última quarta-feira, 9, o Conselho de Ética da Casa aprovou, por 13 votos a cinco, a cassação do parlamentar. Ainda cabe recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, caso o processo avance após a votação nesse colegiado, caberá ao plenário decidir.

Glauber Braga anunciou que não irá mais se alimentar ou deixar o Congresso Nacional até o fim da decisão, dormindo no chão do plenário 5 da Câmara, o mesmo onde teve o parecer da cassação aprovado. A greve de fome entrou no sexto dia nesta segunda-feira.

Desde então, ele recebeu visitas dos ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação Social) e Cida Gonçalves. Também o visitaram no Congresso o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), e o ator Marco Nanini.

Segundo a equipe do deputado, Glauber Braga só tem ingerido líquidos nos últimos dias, com acompanhamento médico, e perdeu dois quilos. Na sexta-feira, 11, o parlamentar assistiu a um episódio da série distópica Black Mirror.

Entenda o processo

O processo contra Glauber Braga foi aberto em 2024 e se deve a um episódio em que Glauber expulsou da Câmara o influenciador Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), aos chutes. Costenaro havia feito insinuações sobre a ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ), Saudade Braga, que estava doente e faleceu 22 dias após o ocorrido.

Glauber disse em diferentes sessões do Conselho de Ética que o relatório do caso foi “comprado” pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que exercia o cargo no ano passado. Glauber ainda chamou Lira em diferentes oportunidades de “bandido”.

Raisa Toledo/Estadão

Hassan considera “irreversível” reingresso do prefeito de Jequié à base do governo Jerônimo

Foto: Divulgação/Agência ALBA/Arquivo
Principal representante de Jequié na Assembleia Legislativa, o deputado Hassan Iossef (PP) entende que o reingresso do prefeito do município, Zé Cocá (PP), à base do governo Jerônimo Rodrigues (PT) é uma questão de tempo, sobretudo depois da agenda de três dias do petista na Cidade do Sol, na semana passada.

“O respeito que o governo demonstrou nesses três dias, levando 13 secretários de Estado, demonstrando interesse em Jequié, foi muito grande. E Zé Cocá já disse que essa prioridade não pode ser somente para a cidade que ele administra, mas para toda a região, com obras estruturas, a exemplo das que Jerônimo anunciou. São quase R$ 400 milhões previstos em investimentos. Acredito que tudo isso torna esse apoio (do prefeito ao petista) irreversível. Fatalmente caminharão juntos em 2026”, declarou Hassan.

O deputado, que já integra a base do governo na Assembleia, lembrou que o governador assumiu o compromisso de construir o novo aeroporto da região, no entroncamento de Jaguaquara. Essa é uma das principais reivindicações de Zé Cocá, que apoiou a candidatura do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) em 2022, seguindo o então presidente do PP e vice-governador João Leão, hoje deputado federal.

“O governador chegou em Jequié cumprindo o que havia prometido, se comprometendo com obras importantes, discutindo a questão do novo centro industrial com os empresários. Teremos intervenções também de saneamento, na área de mobilidade, na modernização do nosso centro de abastecimento, na saúde”, pontuou Hassan.

O deputado do PP disse que o convite feito pelo senador Jaques Wagner (PT) para que Zé Cocá retorne à base do governo “fechou a agenda com chave de ouro”, no sábado (12). “Foi importante o senador tratar o afastamento do prefeito em 2022 como um ruído, porque naquela época Cocá seguiu o partido e João Leão. Ficou claro que as portas estão abertas para essa reconciliação política”.

Política Livre

Câmara nunca cassou mandato de deputado devido a agressão; punição a Glauber seria inédita

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados/Arquivo
Eventual cassação do mandato Glauber Braga (PSOL-RJ), que a Câmara dos Deputados está inclinada a aprovar, representará, se concretizada, uma medida inédita. Será a primeira vez que um deputado sofrerá essa punição por ter cometido uma agressão física.

Em abril de 2024, Glauber chutou e empurrou um membro do MBL (Movimento Brasil Livre) que, nas redes sociais, tem várias publicações em que provoca políticos de esquerda e jornalistas.

O Conselho de Ética da Câmara recomendou na quarta-feira (9), por 13 votos a 5, a cassação do mandato do parlamentar, que, no mesmo dia, iniciou uma greve de fome na sala onde ocorreu a votação. A decisão final é do plenário da Casa, mas ainda não há data para que isso ocorra.

A história da Câmara é repleta de casos de violência que jamais resultaram em perda de mandato —desde socos desferidos por um parlamentar no rosto de uma colega dentro do plenário, em 1991, até episódios recentes que mencionam chutes, soco na barriga, pisão no pé e violência doméstica.

O deputado Delegado Da Cunha (PP-SP), por exemplo, recebeu do Conselho de Ética da Câmara apenas uma advertência verbal em 2021 em decorrência de vídeo que sugere ter havido agressão física contra a então companheira.

Na sessão do conselho que aplicou a punição branda, parlamentares argumentaram que não caberia ao órgão se imiscuir em temas relativos a violência doméstica.

“Nós temos mais de duas dúzias de deputados federais que respondem por desentendimento doméstico na Casa. Se nós formos trazer todos esses casos a investigações profundas neste Conselho de Ética, antecipar o trabalho da polícia e da Justiça, embora exista o princípio da independência das instâncias, nós teremos que chamar aqui, então, a Sonia Abrão para presidir a sessão, e aqui viraria um conselho de casos de família”, disse o deputado Alexandre Leite (União Brasil-SP).

Um dos episódios mais marcantes de agressão física praticada por um deputado ocorreu em 1991 dentro do plenário da Câmara.

No fim da tarde daquele dia, a deputada Raquel Cândido (PRN-RO), que vinha insinuando o envolvimento de Nobel Moura (PTB-RO) com o narcotráfico, afirmou que o colega de bancada vivia do lenocínio —exploração da prostituição. Nesse momento, postado ao lado da colega, Nobel desferiu dois socos em direção à deputada, atingindo seu rosto. Raquel acabou tombando na primeira fileira de cadeiras do plenário.

A Câmara jamais aplicou punição a Nobel, que, momentos após a agressão, disse não ter batido em uma mulher, mas em uma “prostituta”.

Dos 21 deputados que perderam o mandato por decisão do plenário desde a redemocratização, a maioria, 16, teve como motivação a suspeita de corrupção. Outros 3, assassinato.

Os dois restantes tiveram como justificativa formal a falsificação de documentos.

O caso de Glauber destoa também por contrariar o histórico de leniência e corporativismo do Conselho de Ética.

Casos de suspeita corrupção, por exemplo, normalmente são engavetados.

Em 2019, Wilson Santiago (Republicanos-PB) teve o mandato suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nas investigações de desvio de verbas de obras contra a seca no sertão da Paraíba.

O plenário da Câmara derrubou a decisão do tribunal sob o argumento de que era questão a ser resolvida pelo Conselho de Ética. O processo, porém, foi engavetado pela Mesa Diretora e só chegou ao conselho em 2022, sendo arquivado meses depois, no fim da legislatura, sem nenhuma deliberação.

A exceção ao viés corporativo do órgão ocorre porque Glauber tem atuação parlamentar marcada pelo confronto com colegas, o que lhe rendeu a antipatia de boa parte deles. Ele foi, por exemplo, um dos principais críticos de Arthur Lira (PP-AL) e atribui ao ex-presidente da Casa a articulação para lhe retirar o mandato. Lira nega.

Ranier Bragon/Folhapress

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