Alan Sanches e Ditinho são recebidos por ACM Neto para almoço político no interior da Bahia
O deputado estadual Alan Sanches (União Brasil) e o empresário Ditinho Lemos, pré-candidatos a deputado federal e estadual, respectivamente, foram recebidos pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), em sua fazenda no interior da Bahia, neste sábado (19). Em um almoço descontraído com demais lideranças políticas, o grupo discutiu estratégias e propostas para o futuro da Bahia que serão apresentadas nas eleições de 2026.
“No feriado, também é dia de debater a Bahia e olhar para o futuro! Tivemos um almoço especial com ACM Neto, que nos recebeu para um bate-papo muito produtivo sobre o Recôncavo e o estado da Bahia. Ao lado do prefeito de Santo Antônio de Jesus, Genival Deolino, Ditinho e outros amigos e lideranças, tivemos a oportunidade de apresentar sugestões e discutir demandas essenciais para o desenvolvimento da região. 2026 está logo ali!”, registrou Alan Sanches nas redes sociais.
“Estar junto de quem tem história, seriedade e compromisso com o povo nos dá ainda mais motivação para seguir construindo pontes e buscando o que realmente importa: resultados para a nossa gente”, reforçou Ditinho, ao celebrar a iniciativa.
Alan Sanches destacou ainda que o gesto de ACM Neto de abrir as portas de sua casa é mais uma demonstração da construção de uma aliança ampla e sólida, sintonizada com o desejo de mudança da população baiana.
“Vamos juntos construir um futuro ainda melhor para a nossa Bahia”, projetou Alan Sanches.
Arcabouço fiscal com regras atuais é insustentável, apontam especialistas em contas públicas
Governo teria de cortar gastos de forma robusta e achar saída para precatórios (dívidas judiciais) para manter arcabouço. Mesmo assim, economistas avaliam que uma nova reforma será necessária nos próximos anos.
O projeto que o governo enviou ao Congresso para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 explicitou, nesta semana, as dificuldades do arcabouço fiscal.
Segundo especialistas em contas públicas, as regras que foram aprovadas já no atual governo Luiz Inácio Lula da Silva ficarão insustentáveis se nada for feito nos próximos anos.
📈 O arcabouço fiscal é o conjunto de regras proposto e aprovado em 2023 para orientar os gastos públicos. Ele inclui uma sistema de metas e gatilhos para controlar o crescimento das despesas e, em tese, levar os cofres federais para um patamar sustentável de gastos.
Mesmo se optar por uma reforma – o que pode ser complexo do ponto de vista político, a essa altura –, será difícil salvar o arcabouço diante do forte ritmo de crescimento dos gastos obrigatórios.
Esse ritmo é impulsionado, por exemplo pela política de aumentos reais (acima da inflação) do salário mínimo. O tema foi promessa de campanha do presidente Lula e é um dos pilares do seu governo.
Na prática, segundo especialistas, é como se o governo Lula tivesse feito duas promessas opostas:
➡️ de um lado, para acenar ao mercado e mostrar compromisso com as contas públicas, propôs o arcabouço fiscal – que, embora menos rígido que o teto de gastos, é uma ferramenta para limitar o gasto público;O pequeno espaço que o arcabouço fiscal deixa para a expansão da despesa (inflação + 2,5%) vem sendo consumido pelo chamado "crescimento vegetativo" dos gastos – relacionada com as promessas, entre elas, o aumento real do salário mínimo.
Em tese, só daria para criar novas despesas, a manter o arcabouço ativo, se o governo indicasse de onde vai cortar – o que não vem sendo feito na intensidade necessária.
Um economista experiente em política fiscal afirmou ao g1 que já "está contratada a necessidade de um ajuste estrutural", pois "medidas pontuais não serão suficientes no médio prazo".
"A dúvida é mais sobre 'quando' [será feita uma nova reforma fiscal]", concluiu.
Outro analista projetou a necessidade de mudanças já em 2027, primeiro ano do próximo governo.
Sinal vermelho
Nesta semana, o governo acendeu um sinal vermelho na sociedade ao admitir que faltarão R$ 10,9 bilhões para os gastos discricionários do governo em 2027.
Com isso, não haverá recursos para investimentos e políticas públicas importantes, como o Farmácia Popular, a fiscalização do meio ambiente e até mesmo para pagar contas de água e luz de prédios públicos.
Esse cenário de possível "apagão" no governo está relacionado com a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de proibir o pagamento de precatórios por fora da meta fiscal a partir de 2027.
Mas também tem relação com a ausência de cortes robustos (considerados necessários para manter o arcabouço fiscal de pé) nos gastos obrigatórios.
O pacote de redução de despesas aprovado no fim do ano passado, argumentam os analistas, foi insuficiente.
Para abrir espaço para gastos livres (discricionários) nos próximos anos e tentar evitar a paralisia da máquina pública, o governo terá necessariamente de adotar ações.
Entre as possibilidades, estão:
propor (e conseguir) excluir os precatórios das metas fiscais, total ou parcialmente;
cortar gastos de forma robusta e não somente com "pente fino" em cadastros, como o BPC e benefícios previdenciários.
Entenda o que está acontecendo
A explicação para o colapso, no atual cenário para as contas públicas, tem a ver com o limite para gastos criado pelo arcabouço fiscal.
A regra para as contas públicas prevê que a maior parte das despesas do governo pode crescer, no máximo, 2,5 pontos percentuais acima do ritmo da inflação.
Entretanto, os gastos obrigatórios, que têm regras específicas fixadas em leis, continuarão crescendo nos próximos anos acima de 2,5% (limite do arcabouço) – o que acabará com o espaço existente para as despesas discricionárias dos ministérios, os gastos livres.
Os gastos obrigatórios, que seguem crescendo, são:
- previdenciários, como aposentadorias e assistência, estimados em mais de R$ 1 trilhão em 2025;
- com servidores (R$ 413 bilhões neste ano);
- com seguro-desemprego e abono salarial;
- alguns tipos de emendas parlamentares;
- gastos mínimos em Saúde e Educação.
O governo admitiu que, a partir de 2027, não haverá recursos para nenhuma dessas políticas públicas executadas com gastos livres (discricionários). Veja exemplos:
- verbas para a defesa agropecuária;
- bolsas do CNPq e da Capes;
- investimentos em infraestrutura;
- Pronatec;
- emissão de passaportes;
- programa Farmácia Popular;
- bolsas para atletas;
- fiscalização ambiental e do trabalho, entre outros.
Projeção de espaço para gastos livres dos ministérios
O que dizem os especialistas
Para Marcus Pestana, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal, o país caminha para um "estrangulamento orçamentário", com déficits das contas públicas, crescimento do endividamento, baixíssimo nível de investimentos e "despesas obrigatórias sufocando as discricionárias".
"A partir de 2027 fica insustentável. O próximo presidente da República terá um encontro inevitável com uma profunda reforma fiscal (...) E a coisa fica mais grave ainda ao percebermos que não estamos estancando o crescimento da dívida e as despesas discricionárias estão despencando, onde se encontram os investimentos estratégicos para o futuro do país", declarou Pestana, da IFI.
Paulo Bijos, consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados e ex-secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, que previu o cenário de "paralisia" da máquina pública em 2027, concorda que o arcabouço fiscal, no atual cenário, é insustentável.
"Para ser sustentável, o arcabouço fiscal precisa, no mínimo preservar o espaço discricionário [para gastos livres do governo] do orçamento. Para isso, é necessária uma reforma estrutural robusta com ênfase na desindexação e na desvinculação do gasto público", declarou Bijos.
📊 Desindexar significa desfazer algumas das regras que vinculam salários, benefícios e outros gastos ao crescimento do salário mínimo ou da inflação.
📊 Desvincular, em geral, é a ideia de retirar o vínculo que existe hoje entre algumas receitas e algumas despesas. Para citar um único exemplo, a lei obriga o governo a destinar 20% do IPVA (imposto sobre veículos) para o Fundeb, fundo que financia a educação básica do país. E obriga o governo a destinar fatias específicas do orçamento para saúde, educação e segurança.
De acordo com Jeferson Bittencourt, head de macroeconomia do ASA e ex-secretário do Tesouro Nacional, a inclusão dos precatórios na meta fiscal em 2027 só irá expor mais rapidamente a incompatibilidade do limite de gastos com as regras de crescimento das despesas obrigatórias que foram criadas.
Essas regras incluem a política de valorização do salário mínimo e a retomada das regras dos mínimos constitucionais da saúde e da educação, entre outros.
"Ainda assim, para conseguir reestabelecer em 2027 este nível de discricionária previsto para 2026, seria necessário que o governo apresentasse um pacote de corte de obrigatórias de três vezes maior do que foi apresentado em dezembro de 2024. Se este é o esforço necessário para alcançar um nível mínimo de despesa discricionária que combine as necessidades da máquina e o cumprimento das regras, é mais provável que se reveja as regras [das contas públicas] do que se alcance tal esforço", afirmou Bittencourt, do ASA.
Para Gabriel Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal, o arcabouço fiscal "não para de pé".
"Há uma inconsistência matemática da regra fiscal, que desde a sua origem vem sendo cumprida por meio de operações contábeis questionáveis. O PLDO 2026 apenas explicita o que a mediana do mercado e nós, na primeira hora, alertamos sobre os problemas da regra fiscal proposta, que não é ótima, tampouco crível. Mesmo para 2026, há risco relevante de shutdown, dado o nível do gasto discricionário. O PLDO 2026 tem um divórcio grande com a realidade macroeconômica do país, carece de realismo fiscal", avaliou Barros, da ARX Investimentos.
Posição do governo
Nesta semana, o secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Clayton Montes, disse que o governo precisará adotar novas medidas para "aprofundar a revisão de gastos de despesas obrigatórias" para tentar impedir a paralisia da máquina pública em 2027.
"O governo tem trabalhado nesse ponto, busca alcançar a eficiência nas principais despesas do Poder Executivo, como BPC, Proagro, benefícios previdenciários. São políticas que estão no foco da necessária revisão de gastos que o Poder Executivo vem empreendendo", declarou o secretário, nao ocasião.
Mesmo prevendo um cenário desafiador para 2027, o governo não propôs, na LDO do ano que vem, cortes relevantes em gastos obrigatórios — algo considerado necessário para manter a sustentabilidade do arcabouço fiscal.
O g1 entrou em contato com o Tesouro Nacional, responsável pelo projeto do arcabouço fiscal, e questionou:
se o governo pretende enviar uma proposta de retirada dos precatórios, ou parte deles, da meta de primário,
se pretende fazer um corte robusto de gastos obrigatórios e
se a atual regra para as contas (arcabouço) é sustentável.
Homem é encontrado morto no bairro do Uruguai
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Foto: Reprodução/Alô Juca |
Um homem foi assassinado na madrugada deste domingo (20). O caso ocorreu no bairro do Uruguai, na cidade de Salvador.
Segundo informações, a vítima, que morava no bairro, acabou cercada por 10 homens e foi alvejada com mais de 10 tiros e acabou morrendo no local.
As equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Departamento de Polícia Técnica (DPT) foram acionadas após isolamento feito pela 17ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM). Informações do portal Alô Juca.
Jovem de Medeiros Neto é morto em praia de Coroa Vermelha: Vítima pode ter sido confundido com rival por traficantes, diz polícia
Coroa Vermelha: Um jovem foi morto na tarde deste sábado (19) em uma barraca de praia, na faixa de areia de Coroa Vermelha, orla de Santa Cruz Cabrália. Guilherme Rodrigues da Silva, de 21 anos, foi baleado na cabeça. Segundo a polícia, ele consumia bebida alcoólica no momento em que foi morto.
Morador de Medeiros Neto, no extremo sul da Bahia, Guilherme trabalhava como ajudante de caminhão e estava em Coroa Vermelha para uma entrega. O motorista, colega de trabalho, ainda não foi encontrado. Segundo uma pessoa próxima, o veículo foi achado parado perto do local do crime, sem sinais de violação.
A principal suspeita da polícia é que traficantes da região o tenham confundido com integrante de uma facção rival. Ainda não se sabe quantas pessoas participaram do crime.
Durante a perícia, a equipe técnica encontrou dois pinos contendo substância semelhante à cocaína no bolso da bermuda da vítima, além da chave de um caminhão.
Fonte: Radarnews
Fã de Hugo Chávez, Glauber Braga ganhou cargo da mãe e teve atrito com Romário
Em um dos inúmeros embates da ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ) Saudade Braga (PSB) com vereadores, seu filho, Glauber Braga, decidiu gravar os pedidos feitos pelos adversários que dificultavam o mandato da mãe.
A exposição pública de rivais gerou investigação e burburinho na cidade e mostra, para Fábio Gripp, assessor do deputado federal do PSOL, como Glauber atua em situações de enfrentamento, expondo o que considera erros de adversários.
Nos últimos anos, Glauber ganhou projeção ao fazer embates públicos com Sergio Moro (União Brasil), Eduardo Cunha (MDB) e Arthur Lira (PP). O estilo se tornou motivo incômodo na Câmara dos Deputados, onde enfrenta processo de cassação por agredir um militante do MBL (Movimento Brasil Livre).
Na última quinta (17), Glauber encerrou greve de fome que durava oito dias contra a abertura do processo de cassação. A decisão foi tomada após o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), suspender o caso por dois meses.
Os enfrentamentos marcaram a nacionalização do perfil de atuação política do deputado, antes mais vinculada à sua origem na Região Serrana fluminense.
Filho de um casal de médicos brizolistas, Glauber acompanhava na juventude a mãe na Câmara Municipal. Assim que foi eleita prefeita, em 2000, Saudade nomeou o filho, aos 18 anos, como assessor em uma subprefeitura da cidade.
“Ele assistia à articulação política e vivia o brizolismo dentro de casa. Foi uma liderança que surgiu domesticamente, mas tão logo iniciou o governo, propiciou essa afirmação trabalhando nos bairros”, disse Gripp, que o acompanha desde os primeiros passos na política.
A primeira candidatura de Glauber para a Câmara, pelo PSB em 2006, foi durante o mandato da mãe. Atraiu quase 40% dos votos da cidade, mas os 51 mil recebidos o deixaram na suplência. Ele assumiu uma cadeira em 2009, após a nomeação do ex-deputado Jorge Bittar (PT) para uma secretaria no Rio de Janeiro.
Assim que chegou ao Congresso, comentou sobre a trajetória ligada à mãe e os cargos na prefeitura, onde foi secretário de Governo entre 2007 e 2008. A prática do nepotismo foi proibida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em agosto de 2008, após as nomeações de Glauber, mas sempre foi criticada pela esquerda.
“Se você considerar que nepotismo é empregar parente, foi um caso. Mas se a definição for dar emprego a pessoas que não têm condições de exercer a tarefa, não é nepotismo. Não sou a favor de tirar a possibilidade de pessoas com vocação para fazer essas tarefas”, respondeu ao jornal O Globo, em 2009.
Foi reeleito em 2010, ainda com votação concentrada em Nova Friburgo, e focou o segundo mandato no acompanhamento dos investimentos na Região Serrana após o desastre climático de 2011. Ele foi um dos que tiveram a casa destruída na tragédia que matou mais de mil pessoas.
No segundo mandato, começou a galgar posições dentro do PSB. Foi um dos artífices da intervenção do Diretório Nacional da sigla no Rio de Janeiro. Acusou o então presidente regional, Alexandre Cardoso, de agir “como um laranja” do ex-governador Sérgio Cabral, por indicar nomes para filiação ao PMDB em vez da própria agremiação.
“Glauber sempre foi muito impulsivo”, disse Cardoso.
O deputado assumiu o comando do partido ao lado do então deputado Romário. Atuou na campanha de Eduardo Campos à Presidência e coordenou o desembarque da gestão Cabral. Glauber foi reeleito em 2014 com sua maior votação já registrada (82 mil votos). Em Nova Friburgo, teve mais de 60% dos votos.
No ano seguinte, rompeu com Romário e o PSB. Ficou na sigla até setembro de 2015, quando foi para o PSOL em razão da adesão do antigo partido ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Neste período, ganhou notoriedade ao integrar um grupo contra a atuação de Eduardo Cunha no comando da Câmara. Durante a votação do impeachment, em 2016, o chamou de “gângster”.
O ano de 2016 marcou a virada no perfil político de Glauber. Com visibilidade nacional, o deputado tentou, sem sucesso, a Prefeitura de Nova Friburgo.
“A ida para o PSOL não repercutiu bem no interior, onde a entrada do partido ainda é muito difícil”, afirma Gripp.
Em 2018, seu mapa eleitoral deu os primeiros sinais de mudança. Um terço dos 40 mil votos (metade da eleição anterior) veio da capital fluminense, superando os 10 mil registrados em Nova Friburgo (10% da cidade).
Durante a gestão Jair Bolsonaro (PL), manteve em evidência a verve contra o senador Sergio Moro, a quem chamou de “juiz ladrão” por sua atuação como magistrado na Operação Lava Jato.
Nas eleições de 2022, criticou o PSOL pela aliança com o presidente Lula. Defendeu uma candidatura própria à Presidência e se colocou à disposição para a disputa. Derrotado na sigla, quase dobrou os votos para a Câmara (78 mil), tendo quase metade de sua votação na capital fluminense. Manteve o patamar de 10% do pleito anterior em Nova Friburgo.
Foi no fim da legislatura passada que teve o principal embate com Lira. O ex-presidente da Câmara ameaçou expulsar Glauber do plenário após um bate-boca sobre a privatização da Petrobras. Desde então, os dois se viram como rivais.
O deputado do PSOL chamou Lira de “bandido” ao atribuir a ele o avanço de seu pedido de cassação, o que o ex-presidente da Câmara nega.
A vida pessoal de Glauber no período também sofreu baques. Casado com a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), teve o cunhado morto num quiosque da Barra ao ser confundido com um miliciano, em 2023. O mal de Alzheimer que acometia a mãe se agravou até sua morte, em maio de 2024.
Um mês antes da morte da mãe, Glauber agrediu Gabriel Costenaro, militante do MBL, após ouvir dele que Saudade era corrupta. Assessores do deputado afirmam que o youtuber o perseguia há meses em agendas no Rio e atribuem os chutes e empurrões à ofensa à ex-prefeita, em estado grave da doença.
Nesta legislatura, Glauber também viu crescer o filho Hugo. O nome foi, por parte do pai, uma homenagem a Hugo Chávez, ditador venezuelano morto em 2013. Por parte da mãe, Sâmia Bomfim, uma referência a Hugo Moreno, conhecido como Nahuel Moreno, revolucionário argentino.
Italo Nogueira, Folhapress
Emendas parlamentares chegam ao exterior e pagam até ONU e psicólogos nos EUA
Emendas parlamentares têm sido usadas até para pagar taxas obrigatórias do Brasil à ONU (Organização das Nações Unidas) e financiar colaboradores de consulados do país no exterior, incluindo psicólogos e advogados que atendem principalmente imigrantes brasileiras em cidades como Miami, Nova York e Boston.
Com uma parcela do Orçamento cada vez maior na mão do Congresso, o Itamaraty e o Ministério do Planejamento e Orçamento —responsável pelos pagamentos a organizações internacionais— também têm buscado verbas do Legislativo para ações fora do país.
Desde 2020, deputados e senadores destinaram R$ 19 milhões a essas ações, considerando os valores já pagos e corrigidos pela inflação, segundo dados da plataforma Central das Emendas. Elas foram executadas tanto na gestão de Jair Bolsonaro (PL) quanto na de Lula (PT).
A Folha analisou esses repasses, cuja existência surpreendeu pesquisadores, técnicos e assessores parlamentares consultados que lidam diariamente com emendas. Normalmente, os congressistas costumam mandar os recursos para obras e projetos em suas bases eleitorais.
Especialistas criticam, de forma geral, a dimensão que as emendas tomaram na última década com mudanças na Constituição feitas pelo Congresso, o que gerou uma alocação fragmentada e por vezes sem critérios dos recursos federais.
As emendas usadas no exterior são uma parte pequena do total de R$ 118 bilhões pago nos últimos cinco anos, mas também quintuplicaram na comparação entre 2020 e 2024. Nesse caso, os valores são orçados em dólares, por isso a quantia paga às vezes é maior do que o previsto (empenhado).
Quase metade do montante que terminou fora do país veio das comissões de relações exteriores do Congresso. A pedido do governo, em 2023, o grupo do Senado dividiu cerca de R$ 9 milhões entre a ONU e o Tribunal Penal Internacional, enquanto o da Câmara destinou seus R$ 333 mil à Organização Internacional do Café (OIC).
Segundo o Itamaraty, os repasses se referiram à “quitação das obrigações brasileiras junto a organismos internacionais, […] que é fundamental para a atuação diplomática do Brasil no cenário internacional, evitando que o país sofra constrangimentos e sanções, entre elas a perda do direito de voto”.
O Ministério do Planejamento também afirmou que “tais contribuições são classificadas como despesas obrigatórias de caráter continuado”, mas não respondeu por que precisou de emendas para quitá-las naquele ano.
Já a outra metade das emendas usadas no exterior é individual, de 26 congressistas. Sete dos dez nomes que fizeram as maiores indicações são do partido Republicanos, estando no topo da lista os deputados Maria Rosas (SP), Rosangela Gomes (RJ, licenciada) e Gilberto Abramo (MG), líder da sigla na Câmara.
A legenda diz que recebeu uma proposta do Itamaraty para colaborar com ações no exterior e que a acatou, pedindo que parlamentares atendessem à solicitação do ministério: “Desde 2020, é graças às emendas parlamentares dos deputados do Republicanos que muitas iniciativas no exterior se mantêm”, afirma.
Entre os 309 beneficiários das emendas aplicadas em outros países, além de organizações internacionais, entidades e empresas, a reportagem identificou 75 nomes próprios de prestadores de serviços que receberam R$ 2,3 milhões no período, por meio de pessoa física ou jurídica.
Segundo o Itamaraty e o Republicanos, a maior parte desses profissionais atua nos Espaços da Mulher Brasileira, projeto que surgiu em 2017 e hoje existe em nove consulados, nos EUA, na Europa e na Argentina. Na prática, são consultoras contratadas para auxiliar imigrantes brasileiras em situação de vulnerabilidade.
Além delas, as emendas ajudam a bancar ainda psicólogos e advogados das unidades, que também atendem essas mulheres. Os profissionais passam por processo seletivo local, têm contratos temporários e recebem em dólares, por horas trabalhadas. A maioria também demonstra atuar de forma privada.
A psicóloga Virna Moretti, por exemplo, foi a sétima maior beneficiada pelas emendas no exterior.
Ela recebeu R$ 280 mil no último ano, uma média de R$ 23 mil por mês, pelo Consulado-Geral do Brasil em Miami, onde a carga horária máxima é de 40 horas semanais. Com a variação cambial, o pagamento por um mês de trabalho passou de R$ 19 mil em fevereiro de 2024 para R$ 28 mil em dezembro.
Procurada, ela afirmou que tem formação nos dois países e que costuma atender casos delicados envolvendo tráfico humano, violência doméstica e outros crimes, “trabalho de extrema responsabilidade e sensibilidade”. “O valor pago por tais serviços, ao longo desse período, se manteve nitidamente abaixo da remuneração média correspondente nos EUA”, disse.
Em Nova York, as brasileiras Danielly Ortiz e Stephanie Mulcock receberam R$ 217 mil e R$ 191 mil desde junho de 2022, respectivamente, por “serviços de consultoria para o Espaço da Mulher Brasileira”. Em Boston, a empresária de marketing Juliana Ávila Lobo recebeu R$ 180 mil por “serviços de apoio administrativo, técnico e operacional”.
Um funcionário consular que não quis se identificar diz que o orçamento disponível para a política externa brasileira é insuficiente e classifica o uso de emendas como um “puxadinho”. Para ele, porém, nesse caso o dinheiro está sendo bem utilizado.
Marina Atoji, da ONG Transparência Brasil, afirma ser “surpreendente que representações consulares não tenham recursos suficientes” e também tenham que contar com emendas. “Tem se tornado comum algumas ações ou programas ficarem dependentes de emendas”, diz.
Questionado sobre por que teve que recorrer a essas verbas, o Itamaraty respondeu que as emendas apenas “reforçam a dotação orçamentária ‘assistência a brasileiros no exterior’ e permitem a ampliação e diversificação do apoio prestado às brasileiras no exterior por profissionais especializados”.
As duas deputadas que mais enviaram recursos também defendem a importância do projeto e dizem que a verba está em linha com sua atuação em defesa das mulheres.
Maria Rosas é 1ª Procuradora Adjunta da Mulher na Câmara e Rosangela Gomes, hoje secretária estadual de Assistência Social no RJ, foi presidente do grupo parlamentar de amizade Brasil-EUA e da rede de mulheres da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Júlia Barbon, Folhapress
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