Unlabelled

De estádio a arena, as muitas batalhas vencidas pelo Maracanã

@Daniel Brasil/Portal da Copa
“Maior do mundo”, “Templo do Futebol Mundial”, “Maracanã” e o informal “Maraca” são algumas das alcunhas do Estádio Jornalista Mário Filho, inaugurado em 16 de junho de 1950. A obra durou menos de dois anos até a entrega daquele que foi o palco da abertura e da final da Copa do Mundo naquele ano.

Mas até conquistar o reconhecimento mundial, o Maracanã passou por momentos delicados em sua longa história de 70 anos. E o primeiro deles foi exatamente antes do início das obras. Um grande embate político: de um lado o vereador Carlos Lacerda, que liderava uma campanha contrária, em razão dos custos (aproximadamente 250 milhões de cruzeiros) e da localização (o futuro governador do Estado da Guanabara queria o estádio em Jacarepaguá e não na Zona Norte); do lado favorável, tiveram grande representatividade o compositor Ary Barroso (também vereador na época) e o jornalista Mário Filho, que veio a dar nome ao estádio. O lugar finalmente escolhido para a imensa estrutura de concreto era, anteriormente, destinado a corridas de cavalo, o antigo Derby Club.
Registro do Maracanã, da época da inauguração - Arquivo Nacional
Passados os conflitos, o Maracanã debutou na Copa de 50 ainda inacabado. Após a inauguração, os torcedores tiveram de dividir espaço com enormes andaimes. A Seleção Brasileira foi finalista do Mundial, mas o título da quarta edição da Copa ficou com o Uruguai, que venceu por 2 a 1, no evento marcado para sempre como o “Maracanazo”.

O comentarista da Rádio Nacional, Waldir Luiz, destaca a importância do estádio.

“O Maracanã, sem dúvida, teve grande importância, não só para o futebol do Rio de Janeiro, como para o de todo o país. Eu me recordo dos anos 60, ainda menino, e o Santos jogava suas grandes partidas no Maracanã. O time de Pelé foi bicampeão mundial decidindo contra o Milan, em uma partida memorável. O grande jogador só se sente realizado quando joga no Maracanã, antigamente essa era uma frase que a gente ouvia. Atualmente pode ter mudado um pouco, mas o Maracanã fez e continua fazendo história no futebol mundial”, analisa.

O comentarista Mário Silva lembra de momentos de protagonismo do Maior do Mundo.

“O Maracanã mostrou ao mundo craques brasileiros e trouxe outros de fora do país. Grandes equipes e seleções jogaram no estádio, como Real Madrid, Milan, Argentina e Alemanha. O que há de melhor no futebol. Aliás, não só no futebol, como também na música. Ninguém pode esquecer o show de Frank Sinatra, com mais 100 mil pessoas. Sinatra disse com muita propriedade que foi a maior plateia da carreira de sucesso que ele teve”, destaca o comentarista da Rádio Nacional.

O maior público presente registrado no estádio foi o de 199.854 espectadores, na final da Copa do Mundo de 1950. Se considerarmos apenas os torcedores que pagaram ingressos, ou seja, o público pagante, Brasil x Paraguai, em 1969, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo do México (1970), recebeu 183.341 torcedores. Foi no mesmo ano em que o Rei Pelé marcou, de pênalti, o milésimo gol dele, na partida contra o Vasco, na baliza que fica do lado esquerdo da Tribuna de Imprensa.

Outros grandes públicos foram registrados em um jogo de vôlei e em apresentações musicais, como uma edição do Rock in Rio. O Maracanã também recebeu a maior liderança da Igreja Católica: em 1980, o Papa João Paulo II rezou uma missa campal no estádio; ele voltou, em 1997, para uma segunda celebração.
A “Arena Maracanã”

O Estádio Jornalista Mário Filho passou por diversas reformas. Em agosto de 2010, teve início o maior processo de transformação do Templo do Futebol, para receber a Copa do Mundo de 2014. O Maracanã deixava a roupagem tradicional da época em que foi construído, na década de 50, para adotar um perfil considerado moderno, em consonância com regras estipuladas pela entidade máxima do futebol, a FIFA. Por conta dessa reforma, o palco das Copas de 1950 e 2014 ganhou a denominação de “Novo Maracanã”.
O novo Maracanã, reformado para a Copa de 2014 - Érica Ramalho/Governo do Rio de Janeiro
A reinauguração aconteceu em junho de 2013, em um amistoso entre Brasil e Inglaterra. A partida terminou empatada de 2 a 2 e o atacante Fred, atualmente no Fluminense, marcou o primeiro gol da nova era.
 
“De 1950 até hoje aconteceram várias reformas, sempre na tentativa de melhorar. Mas uma pena que a última transformou o Maracanã, o maior estádio do mundo, em uma arena. Foi feita a vontade daqueles que não tiveram carinho com um patrimônio nacional. Aquele Maracanã era um patrimônio do Brasil e da humanidade, como obra arquitetônica e tudo o que representava. A ganância, a vontade de ganhar dinheiro e a falta de respeito pela história jogaram o Maracanã no chão. Está de parabéns aquele Maracanã, o original, que vai completar 70 anos”, critica Mário Silva.

A Agência Brasil ouviu o torcedor, o verdadeiro consumidor do futebol. O flamenguista Rafael Porto, de 34 anos, faz coro com a opinião do comentarista.

“A modernidade destruiu o maior estádio do mundo. Hoje vou a um estádio que não me representa como torcedor. A essência de um jogo de futebol foi implodida pela famigerada fome de dinheiro dos caciques da política. O Maracanã virou um estádio médio, cada vez mais próximo de um teatro, frequentado por torcedores que curtem o evento, não o esporte”.

Já o tricolor Diego Gonçalves, 35 anos, frequenta o Maracanã desde os 9 anos de idade. Apesar da saudade da antiga atmosfera, ele elogia a nova estrutura.

“Hoje temos mais conforto, com as cadeiras e as catracas com sistema que permite entrar direto com o cartão do sócio, sem precisar enfrentar filas para comprar o ingresso. As torcidas organizadas mudaram: antes mantinham as bandeiras levantadas o tempo todo, agora levantam só na hora que o time entra e no gol. O antigo Maracanã não tinha tanto conforto, eram duas ou três pessoas no mesmo degrau. Para comprar ingresso muitas vezes eu dormi na fila. Por outro lado, as festas eram sensacionais, com tudo liberado – sinalizador, pó de arroz e papel picado, coisas que não podem mais. Sou um felizardo de ter curtido o antigo e o novo Maraca. Agora continuo curtindo com minha filha.”

A capacidade máxima atual do é de 78.838 espectadores. A remodelação custou mais de R$ 1 bilhão. Entre as inovações para o público estão a ampliação da cobertura, para proteção de chuva e sol, e a instalação de assentos.
Por Rafael Monteiro, repórter da Rádio Nacional - Rio de Janeiro
anteriormente, destinado a corridas de cavalo, o antigo Derby Club.

Bahia tem mais nove municípios com transporte suspenso; total chega a 321

Foto: Divulgação
Os municípios Caatiba, Lajedão, Mirante, Morro do Chapéu, Mundo Novo, Palmeiras, Souto Soares, Taperoá e Varzedo terão o transporte intermunicipal suspenso a partir de domingo (14). 
 
A medida de suspensão de transporte, que foi prorrogada até o dia 21 de junho, tem o objetivo de conter o avanço do coronavírus na população baiana. Ficam proibidas nesses municípios a circulação, saída e chegada de qualquer transporte coletivo intermunicipal, público e privado, rodoviário e hidroviário, nas modalidades regular, fretamento, complementar, alternativo e de vans.

A decisão foi publicada em decreto no Diário Oficial do Estado (DOE) deste sábado (13). O decreto ainda autoriza a retomada do transporte em Aratuípe, Boa Vista do Tupim e Cocos, cidades com 14 dias ou mais sem novos casos de Covid-19.

Lista de municípios

A Bahia possui 321 municípios com transporte suspenso. São eles: Acajutiba, Adustina, Água Fria, Aiquara, Alagoinhas, Alcobaça, Almadina, Amargosa, Amélia Rodrigues, Andaraí, Angical, Anguera, Antas, Antônio Cardoso, Aporá, Araçás, Aracatu, Araci, Aramari, Aurelino Leal, Banzaê, Barra, Barra da Estiva, Barra do Choça, Barra do Mendes, Barra do Rocha, Barreiras, Barrocas, Barro Preto, Belmonte, Bom Jesus da Lapa, Boquira, Brejões, Brumado, Buerarema, Buritirama, Caatiba, Cabaceiras do Paraguaçu, Cachoeira, Caetité, Cairu, Caldeirão Grande, Camacã, Camaçari, Camamu, Campo Alegre de Lourdes, Campo Formoso, Canarana, Canavieiras, Candeal, Candeias, Candiba, Cândido Soares, Cansanção, Canudos, Capim Grosso, Caraíbas, Caravelas, Cardeal da Silva, Casa Nova, Castro Alves, Catu, Cícero Dantas, Cipó, Coaraci, Conceição da Feira, Conceição do Almeida, Conceição do Coité, Conceição do Jacuípe, Conde, Condeúba, Coração de Maria, Cordeiros, Coronel João Sá, Correntina, Crisópolis, Cristópolis, Cruz das Almas, Curaçá, Dário Meira, Dias D'Ávila, Dom Basílio, Dom Macedo Costa, Encruzilhada, Entre Rios, Érico Cardoso, Esplanada, Euclides da Cunha, Eunápolis, Fátima, Feira de Santana, Filadélfia, Firmino Alves, Floresta Azul, Formosa do Rio Preto, Gandu, Gentio do Ouro, Glória, Gongogi, Governador Mangabeira, Guajeru, Guanambi, Guaratinga, Iaçu, Ibicaraí, Ibicuí, Ibipeba, Ibipitanga, Ibirapitanga, Ibirapuã, Ibirataia, Ibitiara, Ibotirama, Igrapiúna, Iguaí, Inhambupe, Ilhéus, Ipecaetá, Ipiaú, Ipirá, Irará, Irecê, Itabela, Itaberaba, Itabuna e Itacaré.

A restrição também inclui Itaetê, Itagi, Itagibá, Itajuípe, Itamaraju, Itanagra, Itanhém, Itaparica, Itapé, Itapetinga, Itapicuru, Itapitanga, Itatim, Itiruçu, Itiúba, Ituaçu, Ituberá, Iuiu, Jacaraci, Jacobina, Jaguarari, Jaguaripe, Jaguaquara, Jandaíra, Jequié, Jitaúna, João Dourado, Juazeiro, Jeremoabo, Jussari, Jussiape, Lafaiete Coutinho, Laje, Lajedão, Lamarão, Lapão, Lauro de Freitas, Licínio de Almeida, Livramento de Nossa Senhora, Luís Eduardo Magalhães, Macarani, Macaúbas, Madre de Deus, Maetinga, Maiquinique, Mairi, Malhada, Malhada de Pedras, Manoel Vitorino, Mansidão, Maragogipe, Maraú, Marcionílio Souza, Mascote, Mata de São João, Miguel Calmon, Milagres, Mirangaba, Mirante, Monte Santo, Morro do Chapéu, Mortugaba, Mucuri, Mulungu do Morro, Mundo Novo, Muniz Ferreira, Muquém de São Francisco, Muritiba, Mutuípe, Nazaré, Nilo Peçanha, Nordestina, Nova Canaã, Nova Fátima, Nova Viçosa, Novo Triunfo, Olindina, Oliveira dos Brejinhos, Ouriçangas, Ourolândia, Palmas de Monte Alto, Palmeiras, Paripiranga, Pau Brasil, Paulo Afonso, Pé de Serra, Pedro Alexandre, Piatã, Pilão Arcado, Pindaí, Pindobaçu, Pintadas, Piraí do Norte, Piripá, Piritiba, Poções, Pojuca, Ponto Novo, Porto Seguro, Potiraguá, Prado, Presidente Dutra, Presidente Tancredo Neves, Queimadas, Quixabeira, Rafael Jambeiro, Remanso, Retirolândia, Riachão das Neves, Riachão do Jacuípe, Riacho de Santana, Ribeira do Amparo, Ribeira do Pombal, Ribeirão do Largo, Rio do Antônio, Rio Real, Rodelas, Ruy Barbosa, Santanópolis, Salinas de Margarida, Salvador, Santa Bárbara, Santa Brígida, Santa Cruz Cabrália, Santa Cruz da Vitória, Santa Inês.

Estão com restrição no transporte ainda Santa Rita de Cássia, Santa Teresinha, Santaluz, Santa Luzia, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Santo Estevão, São Desidério, São Domingos, São Félix, São Francisco do Conde, São Gonçalo dos Campos, São José da Vitória, São José do Jacuípe, São Miguel das Matas, São Sebastião do Passé, Sapeaçu, Sátiro Dias, Saubara, Seabra, Senhor do Bonfim, Sento Sé, Serra do Ramalho, Serra Preta, Serrinha, Serrolândia, Simões Filho, Sítio do Quinto, Sobradinho, Souto Soares, Tanhaçu, Tanquinho, Taperoá, Teixeira de Freitas, Teodoro Sampaio, Teofilândia, Terra Nova, Tucano, Uauá, Ubaíra, Ubaitaba, Ubatã, Umburanas, Una, Urandi, Uruçuca, Valença, Valente, Várzea da Roça, Varzedo, Vera Cruz, Vereda, Vitória da Conquista, Wanderley, Wenceslau Guimarães e Xique-Xique.
Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Empresário diz que tratou com governo baiano sobre respiradores e que não vai devolver R$ 24 milhões recebidos

Reprodução TV Bahia
O proprietário da Biogeoenergy, Paulo de Tarso, preso em uma operação da Polícia Civil da Bahia que investigou a compra de respiradores que não foram entregues ao Consórcio do Nordeste, disse há pouco, em entrevista à TV Bahia, que não tem porque devolver à instituição os R$ 24 milhões que recebeu para produzir os equipamentos, primeiro, porque não tratou da venda com o grupo e sim com o governo da Bahia.

Depois, porque não tem culpa pelo fato, segundo ele, de que o governo da Bahia não tenha aceito os equipamentos.
“Os recursos podem ser utilizados por uma empresa para o que ela bem entender. Nós utilizamos para o que bem entendemos e nós, sim compramos muitas peças, bastante equipamentos. Então, o dinheiro foi gasto, nos ventiladores e em outras coisas do caixa da empresa, porque a empresa tem sua margem de lucro e ela tem prerrogativa de usar o dinheiro em seu fluxo de caixa”, declarou.

Ele também acrescentou que sua obrigação hoje é entregar os respiradores. “Eu não tenho que devolver dinheiro para o Consórcio Nordeste. Primeiro, porque eu não fiz negócio com o Consórcio Nordeste. Eu tenho que entregar os respiradores e os respiradores eu prometi entregá-los para o governo do Estado (da Bahia), que se recusou a receber”, declarou, afirmando que seus respiradores não têm design moderno, mas atendem às necessidades.

As declarações do empresário põem ainda mais lenha na fogueira do caso da venda dos respiradores, cuja investigação foi transferida para o Superior Tribunal de Justiça e a Polícia Federal, depois que o Ministério Público Estadual abriu mão da apuração em favor do Ministério Público Federal e a juíza Virgínia Silveira, da 2ª Vara Criminal Especializada de Salvador do Tribunal de Justiça da Bahia, alegou que havia uma autoridade com foro por prerrogativa de função investigada.

Ao todo, os 300 equipamentos foram adquiridos por R$ 48,7 milhões junto à empresária Cristiana Prestes, dona da Hempcare, que alegou ter procurado a Biogeoenergy para comprar os equipamentos depois que falharam os planos de adquirí-los de um fabricante chinês. Ela também foi presa e posteriormente solta como Paulo de Tarso, mas, em depoimento, disse que tratou do negócio com o chefe da Casa Civil do governo Rui Costa (PT), Bruno Dauster, que acabou se exonerando.

Ela também contou que, no processo de aquisição, entregou R$ 400 mil ao sócio de um irmão de Dauster e mais um montante de R$ 3 milhões a um parceiro e outros R$ 9 milhões a outro por terem

Nós pegamos uma Ferrari fizemos modelo de custo num Fiat, diz fabricante de respirador adquirido pelo Consórcio Nordeste que não foi entregue, resultou em demissão de chefe da Casa Civil da Bahia e em investigação do STJ.

participado da intermediação do negócio.

Saúde disponibiliza nova plataforma para acompanhamento da covid-19

@Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
O Ministério da Saúde disponibilizou hoje (12) nova página para acompanhamento dos casos do novo coronavírus (covid-19) em todo o país. Em destaque, estão o número de casos de pacientes recuperados e daqueles que estão em acompanhamento, além de gráficos que mostram a evolução de óbitos diários pela doença.

Pela nova plataforma  o usuário tem acesso ao número de habitantes no país e ao número de mortes a cada 100 mil pessoas, fatores que são levados em conta pra avaliar o grau de contágio do novo coronavírus. A busca de casos por municípios também está disponível. A fonte dos dados são informações repassadas pelas secretarias estaduais de Saúde.

De acordo com o balanço mais recente da doença, divulgado ontem (11), houve 1.239 novas mortes e 30.412 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas. Com esses acréscimos às estatísticas, o país chegou a 40.919 falecimentos em função da pandemia do novo coronavírus e 802.828 pessoas infectadas. O país conta ainda com 416.314 pessoas em observação e 345.595 estão recuperados.

Por André Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Soltura de presos de caso dos respiradores na Bahia é criticada no STJ, que pode determinar novas prisões a qualquer momento

Os presos teriam sido liberados antes de o processo ter sido remetido ao STJ por causa de investigado com foro privilegiado
Foto: Divulgação/Arquivo
No Superior Tribunal de Justiça, para onde foi enviada a investigação relacionada à compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste que não foram entregues, o clima é de severas críticas à decisão da juíza Virgínia Silveira, da 2ª Vara Criminal Especializada de Salvador do Tribunal de Justiça da Bahia, que, antes de ter enviado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) o processo, resolveu soltar os empresários e demais investigados presos na Operação Ragnarok, da Polícia Civil.

Um ministro contou a um advogado que procurou informações sobre o procedimento em Brasília que o esperado seria que ela tivesse enviado o processo para o STJ, uma vez que há na investigação uma autoridade com prerrogativa de foro, mantendo os investigados pela Polícia Civil da Bahia presos até que o próprio Tribunal decidisse seu destino. Agora, ele disse que não vê alternativa, senão o STJ convocar a Polícia Federal para assumir o caso, o que pode resultar tanto em prisões novas quanto na daqueles que foram libertados.

Segundo o advogado, o mesmo ministro teria dito que não estão descartadas apurações sobre os motivos que levaram o Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual e a própria Justiça baiana a pactuarem pela libertação de todos os que foram presos, se efetivamente houve um acordo ou concordância entre eles neste sentido.

SP: Polícia Federal prende auditor em operação contra corrupção

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12) um auditor fiscal em São Sebastião, litoral norte paulista. O servidor da Receita Federal é suspeito de participar de um esquema de corrupção. Também foram cumpridos três mandados de busca e apreensão dentro da mesma operação.

Segundo a Polícia Federal, as investigações começaram em março com a denúncia de um empresário que afirmou que o auditor pediu propina para deixar de aplicar uma multa e encerrar a fiscalização tributária. O servidor teria pedido, de acordo com o relato, cerca de R$ 23 milhões.

As apurações da Operação Probitas demonstraram, segundo a polícia, que realmente houve a solicitação de suborno. Parte das ações de busca foram realizadas na cidade de São Paulo.

Agência Brasil

Uma semana depois de nomeado, Futuca abre mão da limpurb para tentar bulir com Ibirataia

Foto: Divulgação/Arquivo
Uma semana após a nomeação, o presidente estadual do MDB, Alexandre Futuca, abriu mão da presidência da Limpurb, para a qual havia sido indicado pelo ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima.

Acabou preferindo disputar a Prefeitura de Ibirataia, muito mais apetitosa do que a empresa municipal, segundo a cultura emedebista. Com isso, Wesley Cunha, médico, que planejava concorrer, vai apoiá-lo.

Tudo foi feito, como sempre, sob a batuta de Lúcio, que não é do tipo que pregue prego sem estopa. Nesse período, o secretário municipal de Obras Públicas (Semop) vai acumular o cargo.

Fundão eleitoral vai injetar R$ 43 milhões de dinheiro público em dez partidos ‘sem voto’

Foto: Luís Macedo/Agência Câmara
A divulgação nesta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral dos valores oficiais do fundo eleitoral para este ano confirmou que os antagonistas PT e PSL terão as maiores fatias, quase R$ 400 milhões, juntos. Mas o dado oficial também trouxe alento à “parte de baixo da tabela”. Dez partidos com baixíssimo desempenho nas urnas terão um naco de R$ 43 milhões, somados.

Nos últimos anos, o Congresso se movimentou em algumas frentes nas questões eleitorais, sendo que duas delas podem ser consideradas contraditórias.

Na primeira, criou em 2017 o fundo eleitoral para injeção de dinheiro público nas campanhas, uma reação à proibição pelo Supremo Tribunal Federal, dois anos antes, do financiamentos empresarial aos candidatos. Em 2020, o fundo distribuirá R$ 2,035 bilhões aos 33 partidos existentes no país.

Em outra frente, o Congresso aprovou a chamada cláusula de barreira, com o objetivo de extinguir legendas de aluguel ou que tenham desempenho irrisório nas urnas. As metas a serem atingidas pelas siglas começaram em 2018 e serão endurecidas nas eleições seguintes.

Já no primeiro teste, 14 siglas não atingiram o desempenho mínimo —a obtenção de ao menos 1,5% dos votos nacionais para deputado federal, entre outras exigências—, entre elas o PC do B e a Rede.

Os comunistas conseguiram escapar da degola incorporando o PPL, mesma ação feita por outras legendas. Já a Rede, da candidata a presidente Marina Silva, não passou nesse teste. Com isso, a legislação retirou dela e de outras nove siglas o acesso à propaganda partidária na TV e o dinheiro do Fundo Partidário, que é, ao lado do fundo eleitoral, a principal fonte de recursos dos partidos.

Apesar dessa punição, os partidos “sem voto” continuaram a ter direito ao fundo eleitoral, por decisão do Congresso.

Especialistas ouvidos pela Folha defendem a decisão dos parlamentares, argumentando que a lógica partidária se difere da lógica eleitoral.

“São duas coisas diferentes. O Fundo Partidário é para manutenção e subsistência dos partidos políticos, então eles recebem dinheiro público para se manter.”

“O fundo especial de financiamento de campanha [fundo eleitoral] tem outro pressuposto, é o de poder fazer campanha eleitoral. Aí, mesmo que a pessoa seja pequena, ela tem que ter o mínimo de chance de fazer a campanha eleitoral. Por isso que são duas divisões diferentes”, afirma o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Henrique Neves.

A advogada Fátima Miranda, membro consultora da Comissão de Direito Eleitoral da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, também diz haver lógicas distintas.

“O Fundo Especial de Financiamento das Campanhas nasceu como uma alternativa à decisão do STF de considerar inconstitucional o uso de recursos de empresas nas eleições, além das diversas medidas restritivas às doações de pessoas físicas.”

“Seguindo essa linha de entendimento, esse recurso seria vital para a manutenção mínima da atividade eleitoral. Nesse sentido, se os partido pequenos atendem os critérios dispostos na lei, não há empecilho que recebam os valores do fundo eleitoral”, afirma Fátima.

Para a advogada, a cláusula de barreira visa “criar condições para que ocorra uma diminuição da quantidade de agremiações em longo prazo, não sendo esse um objetivo para essa ou a próxima eleição”.

Os dez partidos que receberão as menores fatias do fundo são Rede, PMN, PTC, DC, PRTB (do vice-presidente Hamilton Mourão), PSTU, PCB, PCO, PMB e UP.

Destas, a Rede terá acesso à maior fatia do fundão e receberá R$ 20,4 milhões. O PMN vem logo atrás, com R$ 5,8 milhões, seguido do PTC, com R$ 5,6 milhões, e do DC, com R$ 4 milhões. As outras cinco legendas receberão R$ 1,23 milhão.

Os campeões da verba, que obtiveram os melhores desempenhos nas eleições para a Câmara em 2018, são PT (R$ 200,9 milhões) e PSL (R$ 193,7 milhões), partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu.

Tanto o valor do fundo partidário quanto o valor do fundo eleitoral são decididos pelo Congresso, em negociação com o governo.

Como estabelece a lei, o que for aprovado por deputados e senadores para o Orçamento do ano que vem pode ser vetado pelo presidente. Esse veto pode, posteriormente, ser derrubado pelo Congresso, que tem a palavra final.

Até 2015, a principal fonte de recursos de partidos e das campanhas políticas vinha de grandes empresas, como bancos e empreiteiras. Só a JBS, a campeã de doações a políticos em 2014, destinou quase R$ 400 milhões naquele ano.

Essas doações entraram no olho do furacão por causa da operação Lava Jato. A JBS, por exemplo, foi o pivô da pior crise política do governo de Michel Temer (2016-2018). Executivos da gigante das carnes afirmaram, em delação a investigadores, que pagaram propina travestidas como doações eleitorais, registradas ou não, a quase 2.000 políticos.

Em 2015, o Supremo Tribunal Federal decidiu proibir o financiamento empresarial, sob o argumento de que o poderio econômico afeta o desejado equilíbrio de armas entre os candidatos. Em reação a isso, o Congresso aprovou em 2017 a criação do fundo eleitoral (até então só existia o partidário).

Além dos dois fundos, outra fonte pública de financiamento dos candidatos é a renúncia fiscal dada a rádios e TVs para a veiculação da propaganda eleitoral.

Fora dos cofres públicos, partidos e candidatos podem receber dinheiro de pessoas físicas, limitado a 10% da renda da pessoa no ano anterior. Por fim, candidatos podem financiar as próprias campanhas até o limite permitido para o cargo disputado —R$ 2,5 milhões no caso de deputado federal, por exemplo.

O autofinanciamento é uma das brechas que ainda beneficiam os candidatos mais ricos. Outra é a burla à proibição da doação empresarial que se dá por meio de financiamento que vem não mais da empresa, mas de seus executivos, como pessoa física.

Em 2018, por exemplo, a Folha identificou que ao menos 40 companhias tiveram mais de um executivo financiando partidos ou candidatos, o que ajudou a eleição de 53 congressistas.

Folha de S.Paulo
Unlabelled

Bolsonaro sanciona lei do salário-mínimo 2020

Foto: Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que estabelece o valor do salário mínimo para 2020, de R$ 1.039 em janeiro e de R$ 1.045 a partir de 1º de fevereiro.

A lei foi publicada hoje (12) no Diário Oficial da União, mas os valores já estavam em vigor desde a edição de medidas provisórias (MPs), que necessitaram de aprovação do Congresso Nacional

No final do ano passado, o governo editou a MP nº 916/2019, com reajuste de 4,1% no mínimo, que passou de R$ 998 para R$ 1.039. O valor correspondia à estimativa do mercado financeiro para a inflação de 2019, segundo o Índice Nacional do Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Porém, o valor do INPC acabou fechando o ano com alta superior, de 4,48%, e, com isso, deixou o novo valor do mínimo abaixo da inflação. Por lei, esse é o índice usado para o reajuste do salário mínimo, embora a inflação oficial seja a medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou o ano de 2019 em 4,31%.

Assim, o governo editou a MP nº 919/2020, com o valor de R$ 1.045 para o salário mínimo, a ser aplicado partir de fevereiro.

Até o ano passado, a política de reajuste do salário mínimo, aprovada em lei, previa uma correção pela inflação mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país). Esse modelo vigorou entre 2011 e 2019. Porém, nem sempre houve aumento real nesse período porque o PIB do país, em 2015 e 2016, registrou retração, com queda de 7% no acumulado desses dois anos.

A expectativa é que o governo apresente um projeto de lei com a nova política de correção do salário mínimo. Em janeiro, antes da pandemia de covid-19, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que tal projeto incluirá uma mudança no período usado para definir os reajustes para evitar situações como a deste ano. Em vez do INPC do ano anterior fechado, de janeiro a dezembro, o governo pretende usar o índice entre dezembro do ano anterior e novembro do exercício atual para calcular o valor do mínimo para 2021.

Agência Brasil

Na radiodifusão, mudança na comunicação do governo Bolsonaro é vista como gesto de paz

Foto: Marcos Correia/PR
A recriação do Ministério das Comunicações e sobretudo a indicação como titular do deputado federal Fábio Faria (PSD-RN), nome que já vinha sendo especulado para a área nos últimos dois meses, foram recebidas como um gesto de paz no setor de radiodifusão.

Embora seja genro de Silvio Santos, dono do SBT, o parlamentar tem relacionamento de longa data com as demais redes, inclusive Globo, e junto ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), em nota assinada pelo presidente da entidade, Paulo Tonet Camargo, também vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, afirmou que a recriação “é compatível com a importância da radiodifusão brasileira e dará maior dinamismo aos temas relativos ao setor”.

O novo ministro vai comandar não só as concessões de radiodifusão, instrumento tradicional de poder do governo federal junto aos congressistas, mas também —e pela primeira vez— a distribuição de verbas federais de publicidade.

A indicação de Fábio Wajngarten como secretário-executivo do novo Ministerio não é sinal de que a atual política de propaganda vá se manter, pelo que foi apurado.

Pelo contrário, a saída dele do Palácio do Planalto mostraria um esforço de distanciar o presidente dos questionamentos apontados na quarta-feira (10) pelo TCU (Tribunal de Contas da União), sobre irregularidades na distribuição.

Faria, de sua parte, não aceitaria se expor ao processo já em andamento no TCU e buscaria retornar a distribuição de verbas à normalidade, independente de Wajngarten.

Embora relativamente jovem, perto de completar 43 anos, ele é considerado um político experiente, tendo chegado à Câmara há quase 14 anos. O fato de ser ligado ao ex-ministro Gilberto Kassab (PSD), que comandou o setor sob Michel Temer (MDB), também contaria a seu favor.

Do ponto de vista das empresas de telecomunicação, a mudança teria pouco impacto. As principais decisões do setor, envolvendo a tecnologia 5G, que as teles buscam adiar, pelo investimento elevado neste momento, e a aprovação da fusão de AT&T-Warner Media já estão na Anatel.

A Agência Nacional de Telecomunicações, que também passa a ser formalmente vinculada ao novo Minicom, é órgão à parte, com mandatos independentes da burocracia ministerial.

General Ramos diz que exército “não vai dar golpe”, mas avisa: “não estica a corda”

Foto: Marcelo Casal Júnior/Agência Brasil


O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, disse em entrevista para a Veja que os militares não vão dar um golpe, desde que o outro lado não estique a corda.

“É ultrajante e ofensivo dizer que as Forças Armadas, em particular o Exército, vão dar golpe, que as Forças Armadas vão quebrar o regime democrático. O próprio presidente nunca pregou o golpe. Agora o outro lado tem de entender também o seguinte: não estica a corda”, avisou.

E explicou o que seria “esticar a corda”: “O Hitler exterminou 6 milhões de judeus. Fora as outras desgraças. Comparar o presidente a Hitler é passar do ponto, e muito. Não contribui com nada para serenar os ânimos. Também não é plausível achar que um julgamento casuístico pode tirar um presidente que foi eleito com 57 milhões de votos. […] Um julgamento do Tribunal Superior Eleitoral que não seja justo. Dizem que havia muitas provas na chapa de Dilma e Temer. Mesmo assim, os ministros consideraram que a chapa era legítima. Não estou questionando a decisão do TSE. Mas, querendo ou não, ela tem viés político”.

Leia a entrevista completa aqui


Bolsonaro diz que vetará auxílio emergencial extra de R$ 600 para país não ‘quebrar’

Foto: Romulo Faro/Bahia.Ba
O presidente Jair Bolsonaro (em partido) disse que, “para que o Brasil não quebre”, vetará eventual decisão do Congresso Nacional de elevar de R$ 300 para R$ 600 as duas parcelas extras de auxílio emergencial a pago a trabalhadores em razão da pandemia do coronavírus.

“Na Câmara por exemplo, vamos supor que chegue uma proposta de duas [parcelas extras] de R$ 300. Se a Câmara quiser passar para R$ 400, R$ 500, ou voltar para R$ 600, qual vai ser a decisão minha? Para que o Brasil não quebre? Se pagar mais duas de R$ 600, vamos ter uma dívida cada vez mais impagável. É o veto”, afirmou Bolsonaro na noite de quinta-feira (11), em sua live semanal.

Na última terça (9) o ministro Paulo Guedes (Economia) havia confirmado que o governo pagará mais duas parcelas do auxílio emergencial a trabalhadores e lançará um projeto de renda mínima, o Renda Brasil, além de retomar o Programa Verde Amarelo, que prevê impulsionar empregos e flexibiliza contratos de trabalho.

Em reunião com deputados na segunda (8), Guedes havia dito que o programa substituirá o Bolsa Família e será mais abrangente, incluindo parcela dos informais identificados pelo governo durante a pandemia do coronavírus.

Na mesma ocasião, o ministro informou que o Executivo deverá pagar por mais 60 dias o auxílio emergencial, mas em duas parcelas de R$ 300, valor inferior aos R$ 600 pagos atualmente. A primeira parcela do auxílio foi paga em abril e a previsão era a de que ele durasse três meses.

Unlabelled

Cloves Reis: o trompete do recôncavo nas melhores bandas do interior da Bahia

Cloves e seu trompete
*Por José Américo Castro
Ele nasceu em Santo Amaro, recôncavo baiano, berço da cultura, efervescente caldeirão das artes. Conviveu com grandes músicos, tocou na casa de dona Canô, jogou capoeira, dançou maculelê, participou do Terno de Reis organizado pela matriarca da família Veloso, marcou presença nas novenas e lavagens da Igreja de Nossa Senhora da Purificação.

Cloves Reis de Lima, 62 anos, filho de dona Maria Celeste, conheceu a música instrumental quando ainda era criança. Seu pai, o trompetista Manoel Soares de Lima lhe conduziu para a Filarmônica Lyra dos Artistas, onde tocava, deixando-o sob os cuidados do maestro Miguel Lima que lhe ensinou teoria musical e as técnicas necessárias para executar o instrumento predileto de seu Manoel.

Sob a coordenação do professor Miguel Lima que além de regente da Lyra dos Artistas, gozava a fama de ter sido saxofonista de Raul Seixas, o jovem Cloves cantava e tocava flauta doce no Coral Caetano Veloso, do qual, na mesma época, participava o poeta Jorge Portugal. Na casa de dona Canô, o coral se apresentou para o patrono Caetano e outros santamarenses ilustres. (mais…)

Em guerra contra Moro, Aras enfrenta ‘guerrilha’ interna na Procuradoria

Bolsonarismo do PGR acirrou levante no Ministério Público Federal, especialmente entre os lavajatistas

Presidente Jair Bolsonaro e o procurador-geral da República, Augusto Aras (Foto: Isac Nóbrega/PR)
O procurador-geral da República, Augusto Aras, tem sido um soldado de Jair Bolsonaro, a quem deve o cargo. Age feito cão de guarda presidencial em temas como o inquérito das fake news, pepino para milícias digitais bolsonaristas, e a suposta benção legal a um golpe militar. E parece decidido a destruir Sergio Moro, tido pelo ex-capitão como rival direitista na eleição de 2022.

Não surpreende que um levante de abril na Procuradoria tenha virado coisa pior. “O clima é de guerra”, diz Eugênio Aragão, subprocurador-geral aposentado. “Uma grande maioria de colegas está indignada. E não só os de esquerda. Toda a turma conservadora, lavajatista, está profundamente irritada. E são eles, principalmente, que fazem essa pressão pela constitutucionalização da lista tríplice.”

Uns 650 procuradores, cerca de 55% do total, assinaram nos últimos dias um manifesto em favor de se pôr na Constituição a regra de o procurador-geral ser escolhido sempre entre três candidatos eleitos pela categoria. Aras foi o primeiro desde 2003 a chegar a PGR fora desse padrão. Seu governismo explica por que foi pinçado por Bolsonaro. O manifesto é dirigido ao Congresso.

Esse governismo “é muito ruim para a casa (a Procuradoria)”, diz um subprocurador-geral, este na ativa e que pede para não ser identificado. Para esta fonte, Aras “vai morrer abraçado” a Bolsonaro, por sonhar com uma indicação presidencial ao Supremo Tribunal Federal, onde blinda o ex-capitão. Foi logo após pedir ao STF a suspensão do inquérito das fake news, que o manifesto surgiu.

Aras usa o Supremo para fustigar Moro. Foi a seu pedido que a corte abriu o inquérito sobre as alegações do ex-juiz quanto às razões particulares de Bolsonaro para trocar a chefia da Polícia Federal (PF). Só que o PGR queria a apuração também de possíveis crimes de injúria, calúnia e denunciação caluniosa. Que teriam sido cometidos por Moro nas alegações sobre o presidente.

Nesse inquérito, o juiz Celso de Mello, o encarregado do caso, liberou um vídeo com a íntegra de uma reunião ministerial de Bolsonaro de 22 de abril, como defendia Moro. Aras era contra. E em um documento a Mello, tascou: “Não compactua com a utilização de investigações para servir, de forma oportunista, como palanque eleitoral precoce das eleições de 2022”. Bolsonarismo na veia.

Mais: Aras retomou conversas sobre uma delação embaraçosa para Moro, conforme noticiou O Globo. São alegações do advogado Rodrigo Tacla Durán, que foi da Odebrecht e caiu nas garras de Moro no passado. Durán diz que o advogado Carlos Zucolotto Jr, padrinho de casamento de Moro e antigo sócio da esposa do ex-juiz, traficava influência na Operação Lava Jato em troca de grana.

“É uma guerrilha (contra Aras na PGR) e agora vai ser cada vez mais uma guerrilha”, diz o subprocurador-geral que falou anonimamente a CartaCapital. Uma “guerrilha” iniciada na forma de um “levante” em abril, com a ameaça da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) de entrar no STF com um mandado de segurança contra Aras, por ele ter tentado amordaçar a categoria em processos sobre coronavírus.

Um exemplo de “guerrilha” é a eleição, agora em junho, de membros do Conselho Superior do Ministério Público. O CSMP é o órgão decisório máximo do Ministério Público Federal (MPF). Abre sindicâncias e aprova critérios para distribuir inquéritos entre procuradores, por exemplo. Pode frear o PGR. Aras precisa ter maioria entre os 10 conselheiros (ele é um deles), para governar a casa em paz. Mas há uma articulação de grupos de oposição para tentar vencer.

O Conselho pesa também na definição do comando das sete câmaras de coordenação e revisão do MPF. Estas câmaras dividem-se por temas e têm o poder de reabrir casos arquivados por algum procurador. São uma barreira a engavetamentos, exceto em casos em que apenas o PGR pode atuar, como processos contra o presidente. Elas possuem três membros. Um é indicado pelo PGR. Os outros dois, pelo Conselho.

Apesar disso tudo, diz Eugênio Aragão, quem conseguiria agir de fato contra o procurador-geral, se entender que ele descumpre sua missão ao proteger Bolsonaro, é quem aprova um indicado à PGR. “Ele pode ser destituído pelo Senado. O problema é que o patamar de exigência para isso é muito alto, de dois terços dos votos. Me parece que hoje Bolsonaro bloqueia esse quórum.”

Aras, afirma Aragão, poderia ser alcançado ainda por uma acusação de “crime de responsabilidade”, com base na Lei do Impeachment, a 1.079, de 1950. Mas provar que ele agiu de forma indevida, e não por interesse em salvar a pele do padrinho, seria difícil. “Ele sempre pode se socorrer dizendo que estava fazendo uma interpretação legítima da Constituição. Infelizmente, o juridiquês dá margem a esse tipo de ginástica retórica.”

https://www.cartacapital.com.br/politica

Estado repassa R$ 3 milhões a filantrópicas via Nota Premiada Bahia


Foto: Divulgação/SEFAZ-BA
A campanha Nota Premiada Bahia, mantida pelo Governo do Estado por meio da Secretaria da Fazenda (Sefaz-BA), acaba de encaminhar as ordens de pagamento para 523 entidades filantrópicas baianas ativas e regulares no programa Sua Nota é um Show de Solidariedade, totalizando R$ 3 milhões que vão reforçar o orçamento dessas instituições em meio à pandemia do novo coronavírus. Os recursos, que devem estar nas contas das entidades nos próximos dias, são relativos ao primeiro quadrimestre de 2020, encerrado em abril, e dividem-se em R$ 1,5 milhão para entidades da área social e R$ 1,5 milhão para as de saúde.

"Agilizamos o processamento dos repasses para permitir que os recursos chegassem logo às entidades, que desenvolvem um papel importantíssimo para a sociedade baiana, ainda mais neste momento de emergência sanitária que amplifica as demandas sociais", afirmou o secretário estadual da Fazenda, Manoel Vitório.
Desde o início da campanha Nota Premiada Bahia, em janeiro de 2018, os pagamentos às entidades vinculadas ao programa Sua Nota é um Show de Solidariedade já somam R$ 31,8 milhões. Deste total, são R$ 21 milhões em repasses relativos às sete etapas da fase atual – três de 2018 , três de 2019 e a primeira deste ano. Outros R$ 10,8 milhões correspondem à regularização de  fases anteriores do programa.

CPF na nota

A importância dos recursos neste momento é enfatizada pelas entidades participantes. “O Martagão Gesteira é resultado de um trabalho colaborativo. Não fazemos nada sozinhos. A Nota Premiada é uma campanha que precisa de todos. Muitas pessoas ainda podem se cadastrar e nos ajudar nesse momento de pandemia, no qual os custos têm aumentado. Para ajudar, é preciso incorporar o hábito de pedir para registrar o CPF na nota”, ressaltou Carlos Emanuel Melo, presidente da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil, entidade mantenedora do Hospital Martagão Gesteira.

Situada no subúrbio de Salvador, no bairro de Tubarão, e responsável por atender cerca de 158 idosos, a Casa de Repouso de Idoso Bom Jesus é outra entidade que conta com o apoio da população. "Nesse momento de extrema dificuldade, apelamos a todos que continuem pedindo a nota fiscal com o CPF, ajudando, assim, a nossa entidade com os recursos que são repassados pelo Estado", salienta a vice-presidente da instituição, Joseane Santana.

Outra entidade que conta com o apoio da população neste momento difícil é a Associação Beneficente Irmã Gertrudes - Fazenda Esperança, que atende a cerca de 40 idosos na cidade de Amargosa. "Gostaríamos de externar a nossa gratidão ao público que já se cadastrou na campanha Nota Premiada Bahia, optou pela Fazenda Esperança e informa seu CPF em cada compra realizada" , enfatizou a coordenadora da instituição, Maria da Conceição Sales.

Ainda de acordo com a coordenadora, a Fazenda Esperança consegue manter diversos compromissos com o valor que é repassado. “Com o valor do Sua Nota é um Show, garantimos o pagamento de funcionários, das contas de energia e de água, e a compra de medicamentos e fraldas geriátricas. Por isso, neste período tão delicado para todos nós, contamos ainda mais com este apoio".

O apoio às entidades filantrópicas foi mantido mesmo com a suspensão dos sorteios da Loteria Federal em virtude do novo coronavírus, que levou à interrupção das premiações individuais aos participantes da Nota Premiada Bahia. Os sorteios da campanha tomam por base os resultados divulgados pela Caixa Econômica Federal para definir o número da sorte a partir do qual são conhecidos os bilhetes premiados a cada mês.
 
Como apoiar

A Nota Premiada Bahia e o programa Sua Nota é um Show de Solidariedade são iniciativas complementares: quem se inscreve no site www.notapremiadabahia.ba.gov.br deve escolher até duas instituições filantrópicas, uma da área de saúde e outra da área social, com as quais irá compartilhar todas as notas fiscais eletrônicas associadas ao CPF cadastrado no site. É preciso incluir o CPF nas compras realizadas em estabelecimentos que emitem a Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica (NFC-e).

Além da motivação de seguir apoiando as filantrópicas de sua preferência, os participantes da Nota Premiada vão continuar acumulando bilhetes ao inserirem o CPF na nota. Assim que os sorteios forem retomados, esses bilhetes acumulados permanecerão válidos e irão concorrer normalmente.


Fonte: Ascom/Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-BA)

Covid-19: Brasil tem 40,9 mil mortes e 802 mil infectados

@Reuters: Amanda Perobelli/Direitos reservados
O Brasil ultrapassou as 40 mil mortes, segundo atualização do Ministério da Saúde divulgada no início da noite de hoje (11). O balanço apontou 1.240 novas mortes e 30.412 novos casos de covid-19 nas últimas 24h. Com esses acréscimos às estatísticas, o país chegou a 40.919 falecimentos em função da pandemia do novo coronavírus e 802.828 pessoas infectadas. O país conta ainda com 416.314 pessoas em observação e 345.595 estão recuperados.

O balanço traz um aumento de 3,9% no número de casos em relação a ontem, quando o total estava em 772.416. Já as mortes aumentaram 3,1% em comparação com o dado de ontem, quando foram contabilizadas 39.680.A taxa de letalidade (número de mortes pela quantidade de casos confirmados) ficou em 5,1%. A taxa de mortalidade (falecimentos por 100.000 habitantes) foi de 19,5.

Os estados com maior número de óbitos são São Paulo (10.145), Rio de Janeiro (7.363), Ceará (4.663), Pará (4.030) e Pernambuco (3.633). Ainda figuram entres os com altos índices de vítimas fatais em função da pandemia Amazonas (2.400), Maranhão (1.360), Bahia (1.013), Espírito Santo (962), Alagoas (681) e Paraíba (570).

Os estados com mais casos são São Paulo (162.520), Rio de Janeiro (75.775), Ceará (73.879), Pará (64.126) e Amazonas (53.989).

Por Jonas Valente – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Maia defende a criação de uma renda mínima permanente após pandemia

Foto: Maryanna Oliveira/Agência Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, defendeu nesta quinta-feira (11) a prorrogação do prazo do auxílio emergencial de R$ 600, que está em fase de liberação do segundo dos três pagamentos previstos, e disse ser inevitável a discussão a respeito da criação de uma renda mínima permanente como maneira de contornar os efeitos da crise econômica da pandemia, principalmente em relação aos trabalhadores informais.

“Um grupo de parlamentares está analisando os programas do governo já existentes e estamos vendo a melhor maneira de alocar recursos, mas criar uma renda permanente não é tão simples: temos que encontrar uma fonte no Orçamento e essa discussão tem que avançar este ano”, disse ele em entrevista à GloboNews.

Maia mencionou, entre as possíveis fontes de financiamento desses programas, a redução de subsídios tributários, uma “repactuação” das deduções previstas hoje no Imposto de Renda e mudança no uso de recursos previstos hoje para outros fins, como salário de servidores públicos – medida que, segundo ele, teria que ser adotada por todos os Poderes e atingir apenas os salários mais altos.

“Existe muita distorção: 70% das deduções ficam com o andar de cima da sociedade”, disse. Para o presidente da Câmara, o custo de não prorrogar o prazo do auxílio emergencial é muito maior para a sociedade que o custo de prorrogar os pagamentos.

Agência Câmara de Notícias

Feira de Santana registra 130 novos casos de covid-19 e total de casos registrados chega a 1.306

Foto: Fernando Vivas/GOV-BA
Foram registrados nesta quinta-feira (11) em Feira de Santana 130 novos casos confirmados de covid-19. A informação é do boletim epidemiológico d Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Com estes novos diagnósticos subiu para 1.306 o número total de casos registrados no município. De acordo com o boletim, 259 pessoas estão recuperadas da doença e 1.025 ainda estão em tratamento (casos ativos), sendo que 20 estão hospitalizadas.

Casos confirmados nesta quinta-feira (11/06): 130

Óbitos no dia: 0

Pacientes recuperados no dia: 16

Pacientes hospitalizados no dia: 0

Alta hospitalar no dia: 09

Resultados negativos do dia: 183


NÚMEROS TOTAIS
(Período de 06 de março a 11 de junho 2020)

Total de casos confirmados no município: 1.306

Total de pacientes ativos: 1.025

Total de pacientes em isolamento domiciliar: 1.005

Total de pacientes hospitalizados no município: 20

Total de recuperados no município: 259

Total de casos notificados: 4.067

Total de exames negativos: 2.592

Aguardando resultado do exame: 169

Total de óbitos: 22

Fonte: Acorda Cidade

O adiantamento do 13º salário tá na conta dos servidores de Ipiaú


Maria das Graças/prefeita de Ipiaú
"Em Ipiaú o feriado de Corpus Christ e o dia dos namorados é com dinheiro na conta dos servidores municipais."

A prefeita MARIA DAS GRAÇAS ordenou que a Secretaria de Finanças do Município efetivasse o crédito do adiantamento do 13° salário na conta dos servidores do município de Ipiaú.

Em que pese a prefeitura de Ipiaú conviver mensalmente com a crise financeira, igualmente, a vivida por tantas outras prefeituras do Brasil afora, na contramão de muitos outros gestores, a prefeita MARIA DAS GRAÇAS tem honrado a sociedade ipiauense com a devida responsabilidade fiscal com o dinheiro público que chega aos cofres da prefeitura.

"Ainda que vivamos em meio a pandemia da COVID-19, a prefeita Maria das Graças, mantém uma gestão responsável com as obrigações junto aos servidores do município".

O Labinho

Com atendimento presencial suspenso, Codecon ajuda consumidores endividados pela internet


Foto: Arquivo/Agencia Brasil

Durante o período de suspensão do atendimento presencial da Diretoria de Defesa do Consumidor (Codecon), devido a pandemia da Covid-19, a população pode contar com o serviço de cálculo de dívidas pela internet. A avaliação só inclui débitos com empréstimo, financiamento de veículo e plano de saúde, não contemplando faturas de cartão de crédito.

Os interessados em calcular as contas a pagar e respectivos juros devem enviar os documentos para o e-mail codeconpms@salvador.ba.gov.br e aguardar o retorno com as devidas orientações. O serviço é realizado pelo Setor de Atendimento e Cálculo (Seacal) e o prazo médio para resposta é de 15 dias úteis.

Os cálculos realizados na Codecon podem ser utilizados pelo consumidor em processos judiciais. De acordo com a diretora-geral da Codecon, Eva Pestana, a versão on-line do serviço visa atender a demanda de muita gente que, neste momento, está sem conseguir honrar os compromissos financeiros.

“Nosso intuito é orientar o consumidor endividado, aquele que tomou um empréstimo, não consegue pagar e acha que os juros estão muitos altos. Nosso objetivo é ajudar a recalcular e até mesmo tentar uma conciliação entre as partes. Caso não tenhamos êxito na esfera administrativa, o consumidor pode partir para a justiça, mas já têm em mãos os cálculos necessários para exigir seus direitos”, explica Eva.

Os cidadãos que solicitaram o serviço presencialmente, antes da pandemia, também podem fazer contato com o órgão e solicitar o envio dos cálculos por e-mail. A Codecon disponibiliza ainda o telefone (71) 3266-8960, de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 9h às 16h, para tirar dúvidas da população.

Documentos necessários – Para o cálculo de empréstimo e financiamento de veículos, o consumidor deve enviar a cópia do contrato e a relação de todos os pagamentos efetuados mês a mês. Já para realizar cálculos de cobranças sobre planos de saúde, é necessário baixar o formulário disponível no site da Codecon, preenchê-lo e encaminhar, por e-mail, com as seguintes informações: nome do consumidor; nome do plano e data de contratação com aniversário do plano, planilha com data de vencimento da parcela, valor da prestação, data de pagamento e valor pago (sem coparticipação).

Para realizar cálculos de cobranças sobre empréstimos, financeiros e carnês, é preciso também baixar e preencher o formulário no site da Codecon e enviar por e-mail, junto com a cópia do contrato, nome do consumidor, nome da instituição financeira ou bancária, valor financiado, prazo, valor da parcela e planilha com datas de vencimento, do pagamento e o valor pago. Já a atualização de cálculos é feita com a apresentação, por e-mail, da cópia das sentenças ou decisões judiciais e carnês de débitos a pagar, a exemplo de consórcio ou crediário.

Destaques