Chegou a hora de o PT dar uma ‘vezinha’ (na cabeça de chapa), diz João Leão
Foto: Divulgação/Arquivo |
O vice-governador João Leão (PP) não parece muito contente com o fato de o PT já ter anunciado a pré-candidatura do senador Jaques Wagner ao governo da Bahia, em 2022, sem consultar os demais partidos que compõem o grupo político que dá sustentação ao governo petista há 14 anos. Repetindo uma proposta que ganha corpo entre seu partido e o PSD, do senador Otto Alencar, ele defende que o nome para o governo deve sair de um dos partidos, mas exclui a possibilidade da ausência do PT na chapa.
Leão admite o interesse em ser governador do Estado para atender, segundo ele, a um clamor dos baianos. Também aponta que a sua história com mandatos parlamentares durante 20 anos em Brasília dá a ele um trânsito no atual governo federal para conseguir recursos e projetos para a Bahia. O secretário do Planejamento ressalta que, “sai governo, entra governo”, as pessoas são sempre as mesmas na capital federal – ressalta, inclusive, o bom relacionamento com os atuais ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).
Ambos são conhecidos dele desde que era deputado federal. O vice-governador diz ainda que o apoio dado pelo PP ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não macularia uma candidatura dele ao governo estadual; ressalta, para isso, a independência de que gozam as lideranças estaduais da sigla diante das deliberações nacionais – Em 2018, lembra, o PP indicou a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), mas não apoiou o tucano na Bahia.
Ao comentar sobre o campo de oposição no Estado, o vice-governador diz que faltou maturidade ao ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), ao romper politicamente com o ministro João Roma (Cidadania). Para Leão, Neto deveria seguir o exemplo do senador ACM, que era ‘carinhoso’ com os amigos. O progressista diz que Neto ‘jogou uma pedra na cabeça de Roma’ e prevê uma outra briga do democrata com o deputado Elmar Nascimento (DEM), que deseja disputar o Senado e está de malas prontas para desembarcar no PSL.
Confira a entrevista abaixo:
Política Livre – Muito se tem especulado sobre quem será o candidato ao governo pelo grupo que está na base do governador Rui Costa. O PT já lançou a pré-candidatura do senador Jaques Wagner. Mas e o senhor? Almeja ser governador da Bahia?
João Leão – O único que não pode [se candidatar] no grupo nesse momento é Rui Costa, que não pode ser candidato à re-reeleição. Você tem o senador Otto Alencar que quer e pode; tem o senador Jaques Wagner, que quer e pode; tem o senador Angelo Coronel, que quer e pode; tem a deputada Lí,dice da Mata, que quer e pode e você tem João Leão que quer e pode.
– O senador Angelo Coronel defendeu que deveria haver uma chapa encabeçada por PP ou PSD para haver uma oxigenação no cenário político baiano polarizado há muito por DEM e PT. O senhor seria esse nome para oxigenar a política baiana?
Primeiro eu não concordo muito, concordo até certo ponto com o senador Angelo Coronel, mas eu acho que não temos que deixar o PT de fora. O PT tem que fazer parte efetiva do nosso futuro governo. Então nós estamos há 14 anos juntos e agora vamos nos separar? Por quê? Apoiamos o PT com Jaques Wagner, apoiamos o PT com Rui Costa e agora, nesse ponto, o senador Angelo Coronel tem razão: chegou a hora de o PT dar uma “vezinha”. Não pode ser exclusivamente “venha a nós”; nós somos parceiros. Mas eu só quero tratar disso após 2022. Então vamos sentar o PP, o PT, o PSD, o PSB, o PCdoB, toda a nossa base aliada.
– Havia algum fundo de verdade na hipótese de o senhor ser candidato a deputado estadual com acordo para presidir a Assembleia? O deputado Cacá Leão já havia dito que essa história não tinha fundamento e que quer ver o senhor candidato ao governo. Vai fazer a vontade de Cacá?
Isso de ser candidato a deputado estadual não existe. Mas eu não quero atender ao pedido do deputado Cacá Leão (para ser candidato ao governo), mas do povo da Bahia.
– O PT, em outros Estados, tem uma orientação de ceder a cabeça de chapa para candidaturas mais viáveis. Mas na Bahia a tendência parece não ser essa. A insistência dos petistas pode ocasionar que, em 2022, ocorra uma fragmentação de candidaturas como houve nas disputa pela Prefeitura de Salvador?
De maneira nenhuma, não existe a mínima possibilidade. O que pode acontecer é o companheiro Jaques Wagner abrir (a cabeça de chapa).
– O senhor não tem sido um vice-governador decorativo. Pelo contrário, como secretário do governo Rui Costa, agora à frente do Planejamento, tem se movimentado por investimentos para a Bahia e, nesta semana, teve encontros com ministros em Brasília com este propósito. Pertencer ao PP, que nacionalmente está na base do presidente Jair Bolsonaro, facilita esse trânsito?
O transito lá em Brasília não é de partido nenhum, é uma história que eu tenho com todos os ministros. Grande parte dos ministros de Bolsonaro foram meus colegas de parlamento. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, nós trabalhamos juntos, e ele era técnico, na Comissão Mista de Orçamento. Ele é um ministro excepcional, é uma figura maravilhosa, com um mandato à frente do ministério excepcional. O presidente Bolsonaro tinha que colocá-lo no Ministério da Saúde; pois um técnico, quando é bom, conserta tudo. O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, trabalhou comigo na Câmara dos Deputados, quando era assessor parlamentar da Aeronáutica. Tive a honra de receber todas honras da Aeronáutica, do Exército e da Marinha. Então Brasília, entra governo, sai governo, as pessoas são as mesmas. E eu fiz muitas amizades em 20 anos como parlamentar. No TCU, quem liberou a Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL) foi um tal de João Leão, e Tarcísio sabe disso. Essa minha história faz com que eu tenha facilidade para resolver isso.
– No início de maio, o senhor enviou aos presidentes da Câmara e do Senado, ao ministro da Infraestrutura e também à bancada baiana uma sugestão para que Bahia, Sergipe e Alagoas fiquem fora da renovação da concessão da Ferrovia Centro Atlântica.
Precisamos licitar isso porque a atual concessionária, ligada à Valec, só fez acabar com a ferrovia na Bahia.
– O senhor até lembrou que, de 1996 para cá, a malha ferroviária baiana reduziu em quase 400 quilômetros. Já houve alguma resposta a esse pleito para a não renovação?
Estive lá essa semana com a equipe do ministro da Infraestrututa, da Valec, que é quem dá a concessão, tratando disso. Estamos fazendo um trabalho [incluindo a busca por ampliar a malha ferroviária no Estado] para aumentar a receita do Estado da Bahia. Até abril desse ano, nós arrecadados R$ 17,9 bilhões de ICMS; no ano passado, foram R$ 11,7 bilhões. Nós temos uma arrecadação a mais de R$ 6 bilhões no mesmo período.
– A base parlamentar que dá apoio ao governo na Bahia vinha reclamando de falta de atenção de Rui. A chegada de Luiz Caetano à Serin pode mudar esse cenário?
Primeiro, deixa eu defender o governador. O governador da Bahia, ele não pode atender todo dia prefeito, deputado, isso e aquilo, porque ele tem uma política macro no Estado da Bahia que ele precisa atender. Ele tira um dia por semana para atender aos deputados e aos prefeitos. O problema é que deputado quer ser atendido todo dia, e o prefeito chega aqui com ele. Então o deputado quer chegar com o prefeito e colocar ele de frente com o governador e não pode ser assim. Por isso que o governador tem uma rede de secretários que fazem esse trabalho, e eu, modéstia à parte, faço isso muito bem. Atendo a deputados e prefeitos de todos os partidos políticos, mas, sendo governador, não vou ter tempo de fazer o que eu faço hoje. Deputado comigo não precisa marcar audiência: ele chegou lá com o prefeito, ele é o próximo. Mas com o governador não pode ser assim.
– Mas o senhor acha que o Caetano pode ajudar?
Caetano é um animal político. E Caetano vai fazer. Pois quem estava fazendo isso aqui era eu. Agora quando vêm me procurar, eu pergunto: “já conversou com Caetano?”. Se diz que não, então eu digo para ir primeiro falar com Caetano. Se Caetano não resolver, digo para vir resolver comigo.
– Esse apoio nacional do PP a Bolsonaro pode de alguma forma “manchar” uma candidatura do senhor ao governo?
Na eleição passada [de 2018], nós fizemos uma aliança com o PSDB a nível nacional e lançamos a candidata a vice-presidente, a senadora Ana Amélia. Nem o senador Ciro Nogueira, que é presidente nacional do partido, nem eu apoiamos a aliança nacional. Eu sou vice-presidente nacional. O PP tem uma grande vantagem: cada Estado é independente.
– O desempenho do senador Otto Alencar na CPI da Covid vem sendo bastante elogiado. Isso catapulta uma candidatura do PSD ao governo?
Otto pode ser candidato naquilo que ele quiser. É um grande quadro.
– Olhando agora para o terreno do vizinho, o senhor entende que essa briga entre o ex-prefeito ACM Neto e o ministro João Roma pode multiplicar as candidaturas de oposição ao grupo do governador Rui Costa?
O Neto – eu não gosto de falar mal das pessoas – mas, como analista político que eu também sou, todo mundo acha que ele errou muito. Ele precisava ter mais maturidade para aceitar a ida do João Roma para ser ministro lá: ficava na dele, não brigava com João, que tem compromisso com Neto. Agora encerraram-se todos os compromissos de Roma com Neto. O ministro é um grande quadro. E você pega o cara e joga fora? É burrice. O deputado Elmar Nascimento daqui a pouco vai brigar com Neto também porque, no grupo de Neto, é o grupo do “eu sozinho”, coisa que Wagner não é. Otto diz aí que pode ser candidato a governador, a senador, e você não vê uma palavra de Wagner criticando Otto? Eu digo tudo o que digo, e você não vê uma palavra de Wagner me criticando? Mas, no grupo de Neto, você põe a cabeça do lado de fora, tome-lhe cacete, “vou ficar de mal”.
– O senhor acha que há similaridade com o estilo do senador ACM?
Ele precisava adquirir algumas qualidades do avô dele, que era carinhoso. Por exemplo, João Roma era amigo de Neto, e o senador não queria saber disso não: você vai ser ministro? Vá lá, mas cuide de mim. Era o que o senador faria. Pegaria João Roma, colocaria no colo e faria carinho. Neto jogou pedra na cabeça de João Roma.
– Um cenário também projetado é a possível multiplicação de candidaturas tanto na base de Rui quanto naquela que era a base de ACM Neto.
Não me arrume briga, pelo amor de Deus! Para mim não existe a menor possibilidade de não estarmos juntos. Agora com João Leão governador, ou com Otto governador, ou com Wagner governador. Tudo é possível desde que haja conversa. O que não pode ser é o PT decidir e vai ser. Aí Otto não aceita, João Leão não aceita, Lídice não aceita. Eles não consultaram ninguém. Está errado, bonitão!
Davi Lemos especial para o Política Livre
Sob Bolsonaro, militares vão de moderadores a controlados por presidente
Foto: Sergio Dutti/Agência Estado |
Se no início do governo Jair Bolsonaro os militares espalhados pelo primeiro escalão serviam como um anteparo para conter o radicalismo gestado no gabinete do ódio e nos braços ideológicos da gestão federal, a situação mudou dois anos depois.
Há quem perdeu a força ou até mesmo o cargo, enquanto outros militares se aproximaram do bolsonarismo e do jogo político conduzido pelo presidente. Tanto que alguns ganharam de colegas de farda um apelido: “generais do centrão”.
O movimento permitiu que as Forças Armadas passassem a sofrer uma interferência política cada vez maior —evidenciando que quem manda é Bolsonaro— a despeito da hierarquia e das regras tão caras aos militares.
Na prática, essa plataforma impecavelmente conservadora não tem respaldo de um amplo setor do partido, e a crise de identidade contribui para o racha que a legenda vive no momento, com direito a disputa judicial.
O partido está em conflito entre seu presidente nacional, Adilson Barroso, e o vice, Ovasco Resende, que o acusa de manobrar internamente para permitir a filiação do senador Flávio Bolsonaro (RJ), na última segunda-feira (31).
A ala ligada a Resende diz que Barroso ignorou o estatuto partidário para aparelhar a convenção nacional com aliados. E vê com desconfiança o alinhamento total do Patriota ao bolsonarismo, por enxergar a sigla como sendo de centro.
O partido surgiu da junção do antigo PEN (Partido Ecológico Nacional), comandado por Barroso, com o PRP (Partido Republicano Progressista), de Resende. Na prática, as duas partes nem sempre tiveram relação harmoniosa, e as diferentes visões afloraram agora.
Em artigo publicado na revista do partido em abril de 2020, Resende criticou o fato de bolsonaristas e petistas buscarem criar um clima de extremismo no Brasil.
“Bolsonaristas de um lado e petistas do outro, em torno de mitos artificiais que disputam o poder com uma fome de leão, enquanto a grande maioria do povo brasileiro trabalha, sobrevive e sonha com dias melhores que são prometidos, mas que nunca chegam”, escreveu o vice-presidente da legenda.
À Folha ele afirmou que “estatutariamente o Patriota é um partido de centro”.
Secretário-geral do partido e aliado de Resende, Jorcelino Braga diz que o Patriota é um partido de centro, não conservador. “Eu entendo por centro tudo que tem equilíbrio, que tem bom senso. O presidente [Barroso] pode definir o partido como conservador, mas eu digo que sou de centro”, diz.
Braga é também presidente do diretório estadual de Goiás e foi um dos patrocinadores de uma representação enviada à Justiça Eleitoral contestando as alterações no partido feitas de forma unilateral por Barroso.
Na quarta-feira (2), o ministro Edson Fachin rejeitou a ação dizendo que ela deve ser encaminhada à Justiça comum, o que deve ocorrer nos próximos dias.
Braga afirma não ser contra a filiação do presidente em princípio, mas diz que é preciso discutir exatamente o espaço que os aliados de Bolsonaro teriam internamente.
“O que queremos saber é qual o projeto. O que querem? Querem o controle do partido? O Adilson prometeu o controle para eles? Somos uma executiva eleita até 2022”, diz.
Em entrevista à Folha na quinta (3), Barroso afirmou que o debate sobre a ocupação de espaços pelos bolsonaristas não entrou na pauta ainda, mas sinalizou que mudanças deverão ocorrer.
“Se tiver alguém em algum lugar que não tem habilidade para perseverar, para fazer o Patriota crescer, essa pessoa tem de deixar a vaga. E continua quem tem essa habilidade”, declarou o presidente do partido.
O Patriota tem, no comando de seus diretórios estaduais, políticos que nem sempre foram conservadores “puro-sangue”, o que poderia levar a um processo de expurgo com a entrada do presidente.
O comandante do Maranhão, por exemplo, é o deputado Marreca Filho, que é aliado do governador Flávio Dino, do PC do B.
Em Santa Catarina, quem chefia a legenda é Vanderson Soares, que já foi filiado ao PSB. Hoje, ele se diz conservador e afirma que defende a entrada de Bolsonaro, mas desde que de forma negociada.
“A gente quer uma construção, não quer nada de cima para baixo. Seria muito deselegante que o grupo do presidente entrasse no partido e assumisse todos os diretórios”, afirma.
Em Pernambuco, o atual presidente regional é o deputado federal Pastor Eurico, que também é egresso do PSB. “Se o presidente vier, é bem-vindo. Se não vier, o partido seguirá em frente. O presidente é uma pessoa, o partido é uma conjunção de pessoas”, afirma ele.
Segundo Eurico, a legenda tem de se preparar para um grande movimento de filiações caso a entrada de Bolsonaro se confirme.
“Claro que, com a vinda do presidente, teremos uma avalanche de gente, muitos virão de carona. É preciso ver quais diretrizes vão ser traçadas para isso”, diz.
Ao mesmo tempo, parte dos presidentes de diretórios estaduais não deve ter problemas para seguir em seus postos, por terem posições ideológicas que não se diferenciam muito do bolsonarismo.
Um exemplo é o chefe da legenda em Mato Grosso, o ex-deputado federal Victorio Galli Filho. Evangélico, ele ganhou destaque em 2017 por apresentar projeto de lei “rebaixando” Nossa Senhora Aparecida de padroeira do Brasil para padroeira apenas dos brasileiros católicos apostólicos romanos.
Ele também foi condenado a pagar R$ 100 mil por discurso homofóbico e disse que jamais levaria o filho para assistir a filmes da Disney, por enxergar que muitas das suas produções desvalorizam a família.
Já o presidente do diretório da Paraíba, delegado Walber Virgolino, cultiva a imagem de linha-dura, frequentemente aparecendo com chapéu de Lampião e peixeira na cintura.
“Sou bolsonarista antigo, de carteirinha. Acho que por isso o presidente vai me deixar [no comando estadual do partido], mas a gente sabe que em política só não vimos boi voar”, afirma.
Lideranças do partido preveem que será inevitável um expurgo de quadros mais centristas, que não se adaptarão à guinada bolsonarista da legenda.
Na última terça-feira (1º), o vereador Gabriel Azevedo, de Belo Horizonte, foi expulso por criticar a entrada do presidente na legenda.
O mesmo já havia acontecido em São Paulo com o vereador Fernando Holiday, quando o flerte de Bolsonaro com o Patriota ainda estava no início. Os próximos a saírem devem ser o também vereador paulistano Rubinho Nunes e o deputado estadual Arthur do Val, ambos ligados ao MBL (Movimento Brasil Livre).
“É um partido que tem muitas pessoas que estão mais ao centro, outras passaram por partidos de esquerda. E um presidente [Barroso] que se diz conservador, mas que para mim é apenas bolsonarista mesmo”, diz Holiday, atualmente no Novo.
Adilson Barroso
Fundador e presidente do partido, principal avalista da entrada de Bolsonaro na legenda
Flávio Bolsonaro
Senador pelo Rio de Janeiro, acaba de anunciar filiação ao partido, abrindo caminho para a entrada do pai
Ovasco Resende
Vice-presidente do partido, acusa Barroso de ter dado golpe interno para facilitar a entrada dos bolsonaristas
Fred Costa
Líder da bancada na Câmara, o deputado federal mineiro é outro dos que questionam a maneira como o presidente está entrando na legenda
Arthur do Val (Mamãe Falei)
Deputado estadual em São Paulo e ligado ao MBL, deve deixar o partido por fazer oposição a Bolsonaro
Suéllen Rosim
Prefeita de Bauru (SP), é considerada uma estrela em ascensão e deve ganhar espaço na estrutura partidária
Folhapress
Lojista poderá registrar recebíveis de cartão a partir desta segunda
Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil |
Depois de dois adiamentos, o Banco Central (BC) confirmou que, a partir desta segunda-feira (7), começará a funcionar o registro centralizado das receitas de lojistas com as vendas realizadas por cartão.
Segundo a instituição financeira, a medida deve beneficiar principalmente micro e pequenas empresas, que poderão ter acesso a créditos com juros mais baixos ao oferecerem parte do que têm a receber aos bancos.
Em nota, o BC informou que a medida aumentará a concorrência entre as instituições financeiras, permitindo a redução do spread bancário – diferença entre as taxas pagas pelas instituições para captarem recursos e as taxas cobradas dos clientes.
O comerciante poderá dividir as agendas de recebíveis, em lotes de dezenas ou centenas de transações, e negociar com várias instituições financeiras ao mesmo tempo, até conseguir o melhor empréstimo.
Os recebíveis valem tanto para as vendas com cartão de crédito e de débito. Como as empresas credenciadoras vão registrar essas transações, os comerciantes poderão conseguir empréstimos ao oferecer os recebíveis para cobrir eventuais inadimplências ou até revender as receitas que têm direito a receber nas vendas com maquininhas.
Atualmente, existem três empresas autorizadas a atuar como credenciadoras de recebíveis no país: CIP, Cerc e Tag. As companhias, no entanto, alegaram dificuldades na montagem dos sistemas e pediram ao Banco Central os adiamentos da entrada em vigor do registro.
Inicialmente prevista para 3 de novembro do ano passado, a data havia passado para 17 de fevereiro e foi novamente adiada para 7 de junho, data confirmada pelo BC.
Por causa do segundo adiamento, o BC multou uma das companhias em R$ 30 milhões e obrigou a empresa a assinar um termo de compromisso em que prometia resolver as dificuldades tecnológicas até o início de junho.
A autarquia estima que os recebíveis de cartões têm potencial para movimentar até R$ 1,8 trilhão por ano, dos quais R$ 1 trilhão correspondem às transações com cartões de crédito e R$ 800 bilhões ao fluxo com cartão de débito.
O novo sistema também deve aumentar a segurança para as instituições financeiras. Atualmente, um mesmo recebível pode ser dado como garantia para mais de um banco. Com o registro centralizado, isso não será mais possível.
Edição: Aécio Amado
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Luciano Huck: 'Não há vento bom para nau sem rumo, Brasil precisa de projeto de nação'
© Silvana Garzaro/Estadão |
O que uma vencedora do prêmio Nobel de Economia tem a ver com a menina de nove anos que comoveu o Brasil ao ser fotografada trocando máscaras por alimento? Para Luciano Huck, tudo. O apresentador que desde 2020 vem conduzindo uma série de entrevistas no Estadão com intelectuais e lideranças de todo o planeta reuniu o conhecimento adquirido nesse ciclo de conversas no documentário 2021: O Ano que não Começou, que estreia nesta segunda-feira, 7, à meia-noite no GNT e na plataforma de streaming GloboPlay, aberto para não assinantes.
A palavra-chave do documentário, como Huck deixa claro logo de início, é conexão. Não apenas por causa das transformações provocadas pela internet, mas também no sentido de que, de acordo com o apresentador, o mundo nunca esteve tão conectado quanto hoje. Ele usa como exemplo a pandemia de covid-19 para demonstrar como um evento do outro lado do globo pode impactar as vidas dos mais de 7,6 bilhões de habitantes da Terra.
Huck mostra que a crise sanitária não alterou as tendências globais, mas acelerou fenômenos já em curso. A partir dessa constatação, o documentário explora assuntos delicados sem ficar em cima do muro, embasado pelas reflexões de intelectuais prestigiados, mas também pelo ponto de vista de pessoas humildes que vivem os problemas na pele. Em pouco mais de 40 minutos, Huck passeia por temas como desigualdade econômica, vulnerabilidade social, educação, mudanças climáticas e política, não se limitando a diagnosticar problemas, mas buscando oferecer propostas e soluções para cada uma dessas questões.
Huck respondeu às seguintes perguntas do Estadão:
O que você aprendeu com esse ciclo de entrevistas no Estadão?
É possível construir um futuro, encontrar saídas e retomar a esperança, mas isso só vai acontecer se a sociedade civil responder a um chamamento e se unir em torno do bem comum. Mesmo com toda dor, angústia e incertezas que a pandemia nos impõe, existem caminhos possíveis —ancorados na ciência, bom senso, escuta, diálogo, criatividade, iniciativa, capacidade de execução e boa liderança.
Há três décadas eu viajo o país todo e amplifico a voz dos brasileiros, uma população sofrida que enfrenta suas dificuldades com dignidade e determinação. Essa gente traz novos significados à ideia de empreendedorismo e sempre é motivo de inspiração. Pois os brasileiros, que deram tantas lições de solidariedade e resiliência na pandemia, infelizmente estão pagando um preço muito mais alto do que deviam em função do descaso e do negacionismo. Mas as saídas não vão cair do céu.
As conversas que publiquei aqui no Estadão foram uma tentativa de entender este mundo em processo de drástica mudança, mas também, e sobretudo, uma maneira de contribuir com a esfera coletiva, ajudando a pensar em soluções que nos façam atravessar este mar revolto e chegar a uma sociedade mais democrática, inclusiva e igualitária.
Quais são as tendências que você identificou a partir dessas entrevistas para o período pós-pandemia?
Vivemos um momento muito paradoxal. Estamos na melhor de todas as épocas, mas talvez também na mais cruel de todas. Por um lado, é inegável que fizemos avanços extraordinários nos últimos 30, 40 anos. A expectativa de vida aumentou, a pobreza extrema diminuiu, as pessoas são mais saudáveis. Mas a desigualdade também subiu muito. Desigualdade não é apenas sobre a diferença entre o mais rico mais pobre. É sobre a geração de oportunidades de maneira mais igualitária. É sobre romper com a loteria do CEP, na qual o lugar onde você nasce praticamente determina o seu destino. É sobre debater a terrível herança escravocrata que vivemos no Brasil e que até hoje não foi endereçada. Olhe à sua volta e pergunte quem do seu convívio ao longo da vida profissional respondeu hierarquicamente a um profissional negro?
A sociedade já vinha se transformando, e a pandemia serviu como uma grande acelerador. Decisões que levariam anos foram tomadas em horas, para o bem e para o mal. A digitalização da economia, a desintermediação de fluxos e processos, a colaboração global, a inteligência artificial, a pauta ESG, tudo isso aconteceu com mais intensidade e velocidade. Mas a desigualdade também acelerou. Os mais vulneráveis caíram no que a Nobel de economia Esther Duflo chama de armadilha da pobreza. E a desigualdade envenena a democracia e destrói a sociedade civil, como me disse o historiador holandês Rutger Bregman em uma das conversas que inspiraram o documentário.
Desde o dia zero da pandemia, eu quis amplificar minha atuação cidadã. Atuei na TV e nas minhas redes sociais produzindo e compartilhando informações responsáveis, me empenhando em ajudar pessoalmente quem mais precisava e articulando pontes em meio a uma sociedade partida. Ficou claro num determinado momento o tamanho da crise que vivíamos e o quanto a pandemia iria acentuar as desigualdades que vivemos. Eu não quis ser só reativo, quis dar uma contribuição estratégica.
Tenho o hábito de conversar e ouvir as pessoas. Sempre juntei gente para trocar ideia. Pensei, então, por que não ouvir as pessoas mais brilhantes do mundo nesse momento? Por que não juntar a vanguarda do pensamento mundial e tirar dela luzes que ajudem a entender o que está acontecendo e o que fazer sobre isso tudo? Materializar a inquietação que eu sentia, ouvindo e apontando um mundo melhor.
E busquei por fim pensar como essa curadoria do pensamento de vanguarda poderia ajudar a desenhar políticas públicas para enfrentar os problemas que as pessoas passam. Questões como saúde, educação, tecnologia, mudanças climáticas, produção e sustentabilidade. Propostas como renda básica universal, cadastro digital, potência verde, Estado necessário... E assim nasceu 2021: O Ano que NÃO Começou. Uma livre homenagem ao genial Zuenir Ventura – que a propósito completou 90 anos neste mês e foi o autor de um dos livros que marcou minha adolescência: 1968: O Ano que não Terminou.
Como a polarização política pode prejudicar o Brasil no combate à desigualdade e ao racismo?
Na crise de 2008, Warren Buffet disse que as grandes crises globais são como uma grande maré baixa que pega os banhistas desprevenidos, revelando quem está nadando de shorts e quem está pelado. A época, a analogia fazia referência aos sistema financeiro. Trazendo para a atualidade, em meio à terrível crise sanitária e econômica que estamos vivendo, a pandemia mostrou que boa parte da sociedade estava alheia a debates fundamentais que precisamos enfrentar.
Se não comprometermos a sociedade como um todo —inclusive o 1% da elite brasileira que sempre foi acusada de inação quando o tema é desigualdade e racismo— a buscar caminhos mais igualitários do ponto de vista econômico e racial, vamos colapsar. Até para ser rico é melhor ser rico em um país equalitário, em que as coisas funcionem melhor.
Enfrentar nossas desigualdades e gerar oportunidades independentemente de raça, cor ou credo são alicerces que deveriam voar acima da camada de turbulência ideológica e política. Mas não tem sido assim. O negacionismo, o tecnopopulismo e a miopia de objetivos unicamente eleitorais insistem em arrastar o debate para uma vala rasa. De certa forma, vivemos a apoteose das democracias iliberais —um monstro que se alimenta do isolacionismo e do nacionalismo econômico, da obsessiva tentativa de controlar a mídia, a polícia e a Justiça e, especialmente, do exercício constante do ódio. Algo muito alarmante. As consequências são terríveis para a vida das pessoas, das famílias, do povo. Não cabe chorar o leite derramado, mas convocar um reagrupamento político e instalar uma contranarrativa a fim de deter o obscurantismo e os extremos antidemocráticos. A sociedade precisa reagir, em defesa do direito de sonhar, de ter esperança. Num mundo mais conectado e rápido, a política binária não faz o menor sentido
Como a educação pode ser reinventada após a pandemia?
O Brasil não precisa de cimento e tijolo para qualificar a sua educação. Temos quase 200 mil escolas públicas e quase 50 milhões de crianças na escola. Mas, se já somos um país conectado, com mais chip de celulares ativos do que cidadãos, temos um governo e um sistema de educação ainda muito analógicos. É importante reconhecer os esforços de digitalização e acesso à educação espalhados pelo Brasil, mas eles ainda são raros e insuficientes.
A verdade é que nossas crianças mais pobres perderam dois anos letivos. A desigualdade digital e a não-priorização da educação ao longo da pandemia tiveram um impacto violentíssimo. Escolas estão até hoje fechadas. Os alunos em casa, desconectados há tanto tempo. Isso trará enormes consequências geracionais. Temos de organizar uma resposta à altura desse colapso humano, uma resposta que ao mesmo tempo valorize o professor e acelere a incorporação de novas tecnologias. Internet de qualidade para todos é um item de primeira necessidade, por exemplo. É preciso também pensar na educação como ferramenta de capacitação profissional. O trabalho está passando por uma verdadeira revolução. Temos de agir com prontidão para gerar empregos —e gerar empregos para os setores mais modernos da economia, apostando no ensino não só técnico, mas especialmente no ensino tecnológico.
A educação é a ferramenta mais poderosa de transformação social. Não existe desenvolvimento e mobilidade sem uma rede de educação inclusiva. Se a educação não for a prioridade número 1, 2 e 3 no Brasil, não vamos avançar.
O esforço global suscitado pela pandemia pode nos ajudar de alguma forma a lidar com o aquecimento global?
Infelizmente o Brasil hoje não tem a capacidade de liderar qualquer agenda global. Ao longo de todo o século XX, mesmo sendo um país pobre e em desenvolvimento, nós sempre fomos respeitados e reconhecidos pela nossa arte, arquitetura, música, cultura, esporte e agricultura. Na década de 50 fomos capazes de construir uma capital em 5 anos, tivemos a sensibilidade de encomendar uma cidade pelo olhos de gênios como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Fizemos o primeiro palácio aberto, horizontal, envidraçado, nivelado na altura “do povo”. Longe do estilo rococó que materializava “o poder” ao redor do planeta.
Este Brasil infelizmente sumiu. Foi sufocado por uma visão miope das potencialidades brasileiras e atropelado por quem adora fazer apologia da mediocridade.
Mas a pandemia foi só um aviso da natureza. Um alerta sobre os maus tratos que ela vem sofrendo principalmente nos últimos 100 anos. A mãe de todas as pandemias será a mudança climática. E esta não tem vacina que resolva.
A agenda da sustentabilidade vai se impor. Quer dizer, já está se impondo. Não só porque é a escolha moralmente correta, mas também porque é importante para o sucesso dos negócios. Regimes autoritários têm, pela sua natureza, problemas de sustentabilidade. Tenho fé de que as lideranças mundiais terão eventualmente que acolher uma visão ecossistêmica da realidade. O Brasil pós-2022 pode e deve liderar esta agenda verde, da agroindústria sustentável, da preservação, da floresta em pé, da proteção dos nossos povos ancestrais. Nosso país tem tudo para ser referência global nas áreas de alimentação, energia e meio ambiente.
Como o Brasil pode aproveitar seu potencial — econômico, social, ambiental — plenamente nos próximos anos?
Não há vento bom para uma nau sem rumo. O Brasil precisa de um projeto de nação. Um projeto de arquitetura, engenharia e construção. Tenho investido boa parte do meu tempo, em ouvir, ouvir e ouvir mais um pouco. Um ciclo intenso de escuta de muita gente que tem muito a dizer em áreas que acredito serem fundamentais para o salto de desenvolvimento social, economico e ambiental que o Brasil merece. E posso afirmar que não faltam boas ideias e principalmente gente capacitada para executá-las la em todas as áreas. .
Mas precisamos desconstruir a crença de que o nosso país é tão especial que vamos dar certo de qualquer jeito. Não é assim. Para finalmente sermos o país do futuro, que sempre acreditamos ser, vamos ter que colocar a mão na massa. Temos de juntar essas pessoas capacitadas e comprometidas e colocá-las para trabalhar na mesma direção. Vamos ter de definir nosso propósito e nossa missão. Quando você tem clareza sobre isso como nação, as oportunidades aparecem e o mundo vem até você. Nada virá por geração espontânea. Precisamos resgatar o respeito e a confiança internacional no país, formar novas lideranças, iniciar novos ciclos políticos e cuidar das nossas contas com responsabilidade para poder cuidar das nossas pessoas. Um esforço como nunca fizemos.
© Silvana Garzaro/Estadão
Boletim Covid/ 05 de junho, confirma 01 óbito, e 28 pacientes testaram positivos para o covid-19 em Ipiaú
A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 05 de junho, tivemos 9903 casos registrados como suspeitos, sendo 2.850 casos confirmados, dentre estes, são 2.772 pessoas RECUPERADAS, 06 estão em isolamento social, 06 estão internadas e 67 foram a óbito. 7014 casos foram descartados e 39 pessoas aguardam resultado de exame. Nesse momento, temos 12 casos ativos.
Hoje tivemos mais uma morte causada pela Covid-19. A vítima era do sexo feminino, com mais de 90 anos de idade e estava internada.
O uso da máscara é indispensável, evite aglomerações, use álcool 70% e lave as mãos com água e sabão sempre que puder .
Prefeitura de Ipiaú/Dircom
16° BPM apreende 305 kg de maconha que iriam pra Pernambuco
Foto: Divulgação SSP Informação preliminar indica que a droga seria transportada até a cidade de Salgueiro, pela BR-116. |
Foto: Divulgação SSP Informação preliminar indica que a droga seria transportada até a cidade de Salgueiro, pela BR-116. |
Uma van preta, placa DTC 5359, com vidros muito escuros, em local de pouca circulação, chamou a atenção de policiais do 1º Pelotão da Cia de Emprego Tático Operacional do 16º BPM/Serrinha. Eles fizeram a abordagem do veículo e descobriram a droga escondida.
Foram apreendidos 225 tabletes da droga prensada, pesando um total de 305 quilos. Também foram encontrados R$ 380.
De acordo com o comandante do 16º BPM, tenente-coronel Michel Alexander Guimarães Muller, a dupla afirmou que não sabia que o material era entorpecente. "Eles foram contratados para levar a droga até o município de Salgueiro, em Pernambuco, onde uma outra pessoa receberia a carga" contou o oficial.
Os dois homens capturados em flagrante por tráfico de drogas foram conduzidos à Delegacia Territorial (DT) de Serrinha.
Fonte: Ascom / Marcia Santana
22ª CIPM encontra 7 kg de pasta base de cocaína enterrados
Foto: Divulgação SSP Quinze mil pinos vazios para guardar a droga também foram achados, na sexta-feira (4), em Simões Filho. |
Denúncias sobre um grupo traficando drogas na localidade de Fazenda Nova, zona rural de Simões Filho, fizeram os policiais intensificarem o patrulhamento. O comandante da unidade, major Luiz Alan Costa, contou que os criminosos correram ao perceberem a presença do Pelotão de Emprego Tático Operacional (Peto).
Demos voz de parada, mas eles fugiram por uma área de mata de difícil acesso. Um deles não conseguiu escapar e foi capturado pela nossa guarnição”, explicou.
Nos fundos do estabelecimento comercial, os policiais perceberam uma área de terra remexida e, ao averiguarem, encontraram os quilos de pasta base e os pinos vazios. Os materiais foram encaminhados, junto com o suspeito, para a Delegacia Territorial (DT) de Simões Filho.
Na Delegacia, o homem - que possuía passagem por roubo - foi ouvido e liberado. “Percebi que ele apenas frequentava o bar, mas não era responsável pela droga. Temos a identificação do dono dos entorpecentes e as investigações continuam para captura-lo”, contou o titular da unidade, delegado Leandro Acácio.
Fonte: Ascom / Rafael Rodrigues
Bahia registra 3.936 novos casos de Covid-19 e mais 98 óbitos pela doença
Foto: Josué Dasmascena/Fiocruz |
Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 3.936 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,4%) e 4.233 recuperados (+0,4%). O boletim epidemiológico deste sábado (5) também registra 98 óbitos. Apesar de as mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram realizados hoje. Dos 1.032.454 casos confirmados desde o início da pandemia, 996.824 já são considerados recuperados, 13.923 encontram-se ativos e 21.707 tiveram óbito confirmado.
O boletim epidemiológico contabiliza ainda 1.294.017 casos descartados e 235.470 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas deste sábado. Na Bahia, 49.451 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para acessar o boletim completo, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.
O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 21.707, representando uma letalidade de 2,10%. Dentre os óbitos, 55,71% ocorreram no sexo masculino e 44,29% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,80% corresponderam a parda, seguidos por branca com 22,13%, preta com 15,46%, amarela com 0,42%, indígena com 0,13% e não há informação em 7,07% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 61,99%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,26%).
A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
Vice-prefeito de Capim Grosso morre por complicações de Covid-19
Foto: Divulgação |
O vice-prefeito de Capim Grosso, Frank Neto, morreu na tarde deste sábado (5) por complicado de Covid-19. Ele estava estava intubado no Hospital do Subúrbio, em Salvador.
No último dia 25, o prefeito Sivaldo Rios fez uma postagem pedindo orações.
“Pedimos forças, orações e toda energia positiva para trazer meu vice e amigo Frank Neto de volta às suas atividades cotidianas. Infelizmente ele precisou ser intubado na tarde desta terça-feira, por complicações do Covid-19 e está internado no hospital do Subúrbio em Salvador, necessitando de oxigênio para respirar. Nós estamos na fé, que Deus em sua graça e bondade permitirá que ele fique bom e logo, logo esteja em casa”, postou. gestor.
Covid-19: Brasil registra 1.689 mortes e tem 16,9 milhões de casos
Foto: Reuters/Koki Kataoka/D/R |
O Brasil chegou a 472.531 mortes por covid-19. Em 24 horas, foram 1.689 óbitos e 66.017 novos casos. No total, 16.907.425 casos já foram confirmados no país. Ainda existem 3.910 mortes em investigação por equipes de saúde, dados relativos a ontem (4). Isso porque há casos em que o diagnóstico sobre a causa só sai após o óbito do paciente. Já o número de pessoas recuperadas totalizou 15.290.500.
Os dados estão no balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado no fim da tarde de hoje (5). O balanço é elaborado a partir dos dados sobre casos e mortes levantados pelas autoridades locais de saúde.
Foto: Divulgação |
Em geral, os registros de casos e mortes são menores nos feriados, aos domingos e segundas-feiras em razão da dificuldade de alimentação dos dados pelas secretarias de Saúde aos fins de semana. Já às terças-feiras, os totais tendem a ser maiores pelo acúmulo das informações de fim de semana que são enviadas ao ministério.
O ranking de estados com mais mortes pela covid-19 é liderado por São Paulo (114.192), Rio de Janeiro (51.508) e Minas Gerais (41.479). Já as Unidades da Federação com menos óbitos são Roraima (1.651), Acre (1.686) e Amapá (1.718).
Em relação aos casos confirmados, São Paulo também lidera, com 3,3 milhões de casos. Minas Gerais, com 1,6 milhão, e Paraná, com 1,1 milhão de casos, aparecem na sequência. O estado com menos casos de covid-19 é o Acre, com 83,2 mil, seguido por Roraima (105 mil) e Amapá (112,8 mil).
Os dados da vacinação atualizados não foram informados pelo Ministério da Saúde até o fechamento da matéria.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira
Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil - BrasíliaEra uma metralhadora giratória contra todo mundo, diz vereadora atacada com spray de pimenta no Recife
Foto: Malu Aquino/@lianacirne no Instagram |
“Isso é muito entristecedor. Sou entrevistada sobre a opinião do coronel fulano, do tenente ciclano, do candidato que teve ‘x’ votos. É muito triste que o que eu penso e o que eu interpreto não tenha sido perguntado por ninguém”, diz.
No sábado (29), a manifestação pacífica na capital pernambucana foi encerrada violentamente por policiais do pelotão de choque com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha. Além da investida contra a parlamentar, dois homens que não participavam do protesto perderam a visão de um dos olhos em decorrência da ação.
Por causa do episódio, Cirne é alvo de uma notícia-crime apresentada pelo movimento conservador Pernambuco no Rumo Certo ao Ministério Público do estado. O grupo afirma que a petista “se utilizou do cargo de vereadora para dar ‘carteirada’ e impedir a ação da Polícia Militar”.
A vereadora diz ver a representação como um “disparate”. “São homens destituídos de coragem, de moral, e querem se autopromover porque o gesto que fiz ganhou notoriedade.”
Liana Cirne, que é professora de direito licenciada na Universidade Federal de Pernambuco, conta que seguia a orientação de seu partido de não ir ao ato —e só o fez porque se dispôs a prestar assessoria jurídica aos participantes.
Apesar da repressão policial que marcou a manifestação, ela acredita que a realização de um novo protesto pelo impeachment de Bolsonaro no Recife, programado para 19 de junho, será mais seguro.
“No lugar de arrefecer, aplacar os ânimos, a violência policial provocou o oposto”, diz. “Acho que aqui em Pernambuco vai ser um dos lugares do Brasil em que a manifestação vai ser mais forte. Acredito que, depois do que ocorreu, as manifestações vão transcorrer com muita segurança, do jeito que elas estavam ocorrendo antes da ação policial.”
O Governo de Pernambuco, sob gestão Paulo Câmara (PSB), disse que a operação não foi autorizada. Até o momento, porém, não explicou quem deu a ordem para o ataque.
Leia, abaixo, o depoimento da vereadora Liana Cirne à coluna.
“Eu não estava no ato, é bem fácil perceber isso porque eu estava de salto alto e vestido tubinho. Fui prestar assistência jurídica, sou professora de direito há 25 anos.
Até meio-dia, tudo transcorria muito bem. As pessoas estavam caminhando em fila indiana, com máscara e distanciamento social, tudo muito ordeiro. Ao meio-dia, o telefone começou a tocar no meu gabinete. ‘As pessoas estão jogando bomba’ [disseram]. Então coloquei a minha roupa e fui até o local onde havia mais denúncias de violência, na agência dos Correios da Guararapes.
No caminho, me deparei com o vídeo das pessoas correndo na ponte Princesa Isabel. Pessoas desesperadas pedindo socorro, o barulho de tiros de borracha, a sirene. Na hora, a tensão é muito grande. Eu desci do carro e saí caminhando no sentido contrário da multidão, já com a carteira em riste, me identificando como vereadora.
Eles estavam realmente atirando para atingir as pessoas. Era uma metralhadora giratória, era contra todo mundo. Por isso atingiu duas pessoas que não estavam na manifestação. Na verdade, atingiu muito mais, mas o caso deles ganhou notoriedade, assim como o meu.
Mônica Bergamo/Folhapress
Suplente de vereador e membros do Democratas de Ipiaú pede espaço ao Programa Tribuna91 da Rádio Ipiaú FM
Foto: Divulgação/Câmara de Vereadores de Ipiaú |
Diante da repercussão em vazamento de áudio de conversa entre presidente do partido Plinio Neri Lemos e o vereador Milton Costa Cruz (Picolè) nesta sexta-feira em redes sociais, suplente do partido e membros do Diretório Municipal do Democratas ligou para a redação do programa e do site www.ipiauurgente.com.br para, segundo os mesmo solicitar dos envolvidos na conversa uma explicação em público sobre um assunto "RACHADINHA "que segundo os solicitantes é muito grave e coloca a credibilidade do partido e dos outros vereadores risco
Guedes prepara reforma tributária enxuta com mudança tímida na tabela do IR
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress |
Diante das resistências no governo e no Congresso ao imposto sobre transações, o ministro Paulo Guedes (Economia) decidiu propor uma reforma tributária de menor impacto, enxugando medidas que defendia desde o início do governo e promovendo uma redução mais tímida de alíquotas.
No plano considerado ideal pelo ministro, o imposto aos moldes da extinta CPMF poderia ser usado para compensar a perda de receita com a redução de outros tributos.
Sem esse instrumento, auxiliares do ministro afirmam que não será possível, por exemplo, cortar as alíquotas do IR (Imposto de Renda) da pessoa física.
A única mudança possível deve ser um aumento da faixa de isenção dos atuais R$ 1.903,98 para um patamar abaixo de R$ 3.000. O formato em estudo prevê isenção do imposto para rendas mensais de até R$ 2.500.
Se o plano for concretizado, o governo não cumprirá a promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro de ampliar a isenção para rendas de até R$ 5.000. Neste ano, o mandatário passou a dizer que trabalharia para que a isenção fosse para R$ 3.000 em 2022.
De acordo com auxiliares de Guedes, o governo não deve mexer nas deduções do IR.
A medida é defendida pelo ministro sob o argumento de que o mecanismo beneficia faixas de renda mais altas e exclui os mais pobres. Essa alteração impactaria a classe média, que usa gastos médicos e educacionais, por exemplo, como forma de reduzir o imposto a pagar.
O texto ainda não está fechado e pode sofrer alterações. O Ministério da Economia pretende apresentar as propostas ao Congresso nas próximas semanas.
A pasta vai propor mudança de tributação sobre investimentos. Aplicações que hoje são isentas, como LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), passarão a ser taxadas.
Como antecipou a Folha, alíquotas do IR sobre investimentos em renda fixa devem ser unificadas em 15% —hoje a cobrança varia de 15% a 22,5% a depender do período de aplicação.
Sem o imposto aos moldes da CPMF, o ministro também não conseguirá promover uma ampla desoneração da folha de salários. Esse ponto era tratado como primordial por Guedes.
Estimativas do Ministério da Economia apontam para uma arrecadação anual de R$ 120 bilhões se o imposto sobre transações tivesse alíquota de 0,2%. Mais recentemente, a pasta passou a avaliar alíquota de 0,1%, com receita estimada de R$ 60 bilhões.
Sem a CPMF, o time de Guedes ainda afirma que terá de lidar com entraves na unificação de PIS e Cofins, a primeira etapa da reforma, já enviada ao Congresso.
Como a desoneração da folha não deve ser implementada, o governo terá de criar uma segunda alíquota da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que será baixa para reduzir o efeito negativo sobre setores específicos, como o de serviços. O projeto original prevê cobrança única de 12%.
A interlocutores Guedes afirma que se conseguisse emplacar o imposto sobre transações e a desoneração da folha, o setor de serviços seria beneficiado porque o gasto com pessoal nessa área representa a maior parte do custo. Desse modo, não seria necessário promover um alívio específico para o setor na criação da CBS.
Segundo membros do ministério, também não haverá fôlego para uma redução expressiva nas alíquotas de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
A ideia inicial previa cortar esse tributo e instituir o imposto seletivo, que incidiria sobre produtos que geram efeitos colaterais negativos, como cigarro, bebidas e automóveis.
No modelo atual, o imposto seletivo será proposto, mas haverá uma redução menos intensa do IPI.
O plano de implementar o imposto sobre transações encontrou resistências dentro e fora do governo desde o início da gestão Bolsonaro. No mês passado, Guedes passou a dizer que não vai mais lutar pelo tributo.
Nos bastidores, no entanto, a equipe do ministro afirma que a estratégia agora é mostrar aos congressistas, ao longo das discussões da reforma no Congresso, que a nova CPMF poderia ser usada para reduzir uma série de outros impostos que teriam apelo popular positivo, como é o caso do IR.
Desde que a comissão especial que analisava a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 45, do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), foi encerrada, há um mês, a reforma tributária está com tramitação suspensa no Congresso.
Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se reuniram com Guedes para definir o faseamento e a divisão das etapas em cada Casa.
A CBS, fusão de PIS e Cofins, e a mudança no Imposto de Renda e no IPI começariam pela Câmara. Mudanças constitucionais, aproveitando parte da PEC relatada pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), tramitariam a partir do Senado, assim como a renegociação de dívidas proposta no passaporte tributário.
Até o momento, no entanto, não foi apontado um relator para o projeto da CBS, apesar do otimismo do presidente da Câmara com a aprovação da reforma ainda neste ano.
Para Aguinaldo Ribeiro, ainda não é possível saber qual será a reforma tributária avaliada. “Na Câmara não tem reforma tributária. Ampliar a faixa de isenção de Imposto de Renda não é reforma tributária, isso já foi feito várias vezes”, disse.
“Pelo que me consta, o que sobrou à Câmara foi a CBS, que representa aumento de imposto, porque você vai ter aumento de alíquota. Não se pode chamar isso de reforma tributária”, afirmou.
O deputado, líder da Maioria no Congresso, defende uma reforma ampla. “O resto é engodo. O que está proposto na CBS é aumento de imposto. E a CPMF é aumento de imposto, porque é imposto regressivo.”
Líder do PSDB na Câmara, o deputado Rodrigo de Castro (MG), também é cético em relação à tramitação da reforma.
“Não há clima para aprovar uma reforma que signifique apenas aumento de arrecadação, como seria o caso da CBS”, disse.
“Hoje, a pessoa menos indicada para encaminhar a reforma tributária é o Paulo Guedes, que não tem credibilidade junto ao Congresso.”
O sentimento é o mesmo na oposição. “Não vejo ambiente político para avançar”, afirmou o líder do PSB na Câmara, Danilo Cabral (PE). “A solução CPMF é um paliativo equivocado porque ratifica a injustiça fiscal e o caráter regressivo do modelo atual, ao igualar a cobrança a toda a população.”
Já o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), considera que há condições de se trabalhar um texto e formar maioria sólida para aprovar a tributária na Câmara.
“O timing das eleições não atrapalha, porque há uma cobrança da sociedade, e seria bom para o Congresso votar, seja no segundo semestre, seja no início do ano que vem.”
O imposto sobre transações é mais complicado, avalia. “A CPMF é um tema bem mais difícil de passar na Casa, pela memória ruim que a CPMF deixou, inclusive tendo sido derrotada em plenário com outro nome.”
O líder do Novo na Câmara, Vinicius Poit (SP), também disse acreditar que é possível avançar se o Senado e a Câmara trabalharem em paralelo.
“A reforma não pode ser um remendo, senão continuaremos distantes de resolver o nosso problema, que é o pior sistema tributário do mundo”, disse. “Qualquer discussão sobre incluir um imposto sobre transações, aos moldes da antiga CPMF, vai contra o que precisamos fazer agora no âmbito tributário.”
Imposto de Renda
Qual era o plano
Em 2018, Bolsonaro prometeu ampliar a faixa de isenção dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 5.000 mensais. Governo também planejava reduzir as alíquotas do IR
Como deve ficar
Alíquotas não devem ser reduzidas. Faixa de isenção será ampliada para valor inferior a R$ 3.000, possivelmente R$ 2.500.
Desoneração da folha
Como deve ficar
Desoneração ampla da folha salarial não deve ser implementada no momento
Imposto sobre consumo
Reforma do IPI
Como deve ficar
Redução do IPI deve ser menor, mas governo ainda pretende instituir o imposto seletivo
Bernardo Caram e Danielle Brant/Folhapress
Ex-governador Pezão é condenado a 98 anos de prisão por corrupção
Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil |
O ex-governador do Rio Luiz Fernando Pezão foi condenado a 98 anos de prisão, por corrupção. A sentença foi publicada nesta sexta-feira (4), pelo juiz titular da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas. Os crimes atribuídos a Pezão dizem respeito às operações Calicute, Eficiência e Boca de Lobos, todas desdobramentos da Lava Jato no Rio.
Bretas considerou, em sua sentença, que Pezão, ex-vice-governador de Sérgio Cabral, deu continuidade aos crimes, após assumir o governo do estado.
“A presente ação penal é decorrente das revelações feitas por Carlos Miranda em seu acordo de colaboração premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal, bem como desdobramento das ações penais Operação Calicute, Operação Eficiência e Operação Boca de Lobo, levadas a cabo pelo Ministério Público Federal e Polícia Federal e que deu prosseguimento ao desbaratamento da organização criminosa comandada por Sérgio Cabral, ex-governador do estado do Rio de Janeiro, demonstrando que o também ex-governador Luiz Fernando de Souza (Pezão), fazia parte da referida organização criminosa. Conforme apurado, Pezão, ao assumir como chefe do Executivo estadual, continuou a praticar crimes de corrupção, desvio de recursos públicos e lavagem de ativos no estado do Rio de Janeiro, conforme já ocorria no governo Cabral”, escreveu Bretas.
Segundo Bretas, com a documentação obtida na Operação Boca de Lobo, com prova testemunhal, documental, depoimentos de colaboradores, dados bancários, telefônicos, fiscais, entre outros, verificou-se que Pezão, além de integrar a organização criminosa liderada por Cabral, foi seu sucessor nas práticas ilícitas ao comandar o estado.
“Foi possível desvendar que Pezão integrava a mesma organização criminosa e praticava crimes contra a administração e de lavagem de ativos, dentre outros, nos anos que ocupou os cargos de secretário de Obras, vice-governador e até mesmo no de governador”, pontuou o juiz, responsável pela investigação da Lava Jato no Rio de Janeiro.
A defesa de Pezão foi procurada para se manifestar sobre a condenação, mas até a publicação desta matéria ainda não havia se pronunciado.
Edição: Fábio
Por Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
Brasil vence marcação do Equador e dispara na ponta das Eliminatórias
Foto: Reuters/Diego Vara/Direitos Reservados |
O Brasil disparou na liderança das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, no Catar. Nesta sexta-feira (4), a seleção canarinho derrubou a forte marcação do Equador e venceu por 2 a 0 no Beira-Rio, em Porto Alegre, pela sétima rodada. Vale lembrar que os jogos da quinta e da sexta rodadas foram adiadas pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Foto: Reuters/Diego Vara/Direitos Reservados |
Os brasileiros mantiveram os 100% de aproveitamento, com 15 pontos em cinco partidas. São quatro pontos de vantagem para a Argentina, segunda colocada nas Eliminatórias, e oito a frente da Colômbia, que está em sexto e é a primeira seleção fora da zona de classificação. Os quatro primeiros colocados se garantem no Catar e o quinto disputa uma repescagem.
A seleção de Tite entrou bastante modificada na comparação com o time que derrotou o Uruguai na casa do rival, em Montevidéu, há quase sete meses. Apesar de o entrosamento não ser o ideal, o Brasil teve a iniciativa dos primeiros 45 minutos e pressionou atrás do gol. Sem êxito, é verdade, mas graças à forte marcação equatoriana.
Chances claras, foram duas. Aos 19 minutos, Neymar cobrou falta na ponta esquerda, o também atacante Richarlison desviou e quase surpreendeu o goleiro Alexander Domínguez, que defendeu em dois tempos. Aos 42, o lateral Danilo cruzou rasteiro pela direita e o atacante Gabriel Barbosa completou mandou para as redes. Gabigol, porém, estava impedimento e o lance foi anulado.
Foto: Reuters/Diego Vara/Direitos Reservados |
No retorno do intervalo, o Brasil tentou apostar nos lançamentos às costas da marcação, apostando na velocidade dos jogadores de frente. Passado o primeiro terço da etapa final, Tite deixou a equipe mais agressiva com a entrada do atacante Gabriel Jesus no lugar do volante Fred, pendurado com o cartão amarelo. Com mais homens no campo ofensivo, a rede enfim balançou. O meia Lucas Paquetá retomou a bola na intermediária e Neymar abriu na esquerda para o atacante Richarlison abrir o placar.
O gol abriu a equipe equatoriana e o Brasil teve várias oportunidades em sequência. Aos 25 minutos, Gabriel Jesus cortou a marcação pela esquerda e chutou forte, dentro da área, para defesa de Domínguez. Aos 26, Gabriel Barbosa recebeu pela direita, frente a frente com o goleiro, que defendeu com os pés, no reflexo. No lance seguinte, Richarlison foi lançado por Neymar na direita, tirou o arqueiro e cruzou para Gabigol, sem goleiro, cabecear à direita, rente à trave, para desespero do atleta do Flamengo.
A pressão brasileira não arrefeceu. Aos 39 minutos, com auxílio do árbitro de vídeo (VAR), o árbitro venezuelano Alexis Herrera marcou pênalti em cima de Gabriel Jesus, em meio a um bate-rebate na área. Após sete minutos de paralisação, Neymar cobrou mal a penalidade e Domínguez defendeu, mas Herrera entendeu que o goleiro se adiantou e mandou voltar a batida. Na segunda tentativa, com o cronômetro já marcando 48 minutos, o camisa 10 mandou para as redes e deu números finais à partida.
O Brasil volta a campo pelas Eliminatórias na próxima terça-feira (8), às 21h30 (horário de Brasília), contra o Paraguai, fora de casa, no Defensores del Chaco, em Assunção.
Edição: Fábio Lisboa
Por Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional - São Paulo
Gás de cozinha tem forte alta e complica orçamento de famílias
© Shutterstock |
Essencial nas residências, o gás de cozinha pesou ainda mais no bolso das famílias pobres neste período de pandemia. Desde maio do ano passado, o preço do botijão subiu cinco vezes mais do que a inflação. Com o desemprego batendo à porta, o custo do gás virou um problema social, a ponto de merecer políticas públicas emergenciais dos governos do Ceará e do Maranhão.
O preço do botijão disparou no segundo semestre do ano passado. O pior momento, no entanto, foi neste ano. Segundo o IPC-S, indicador de inflação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), utilizado em reajustes salariais e de aluguel, o preço subiu 11,45% de janeiro a abril e 17,25% nos 12 meses iniciado em maio de 2020, enquanto a inflação foi de 3,5%.
"O GLP é o principal energético usado no preparo de alimentos por famílias de baixa renda. É o gás que entra em comunidades do Brasil todo. Algo que sobe mais que a média do salário exige muito esforço das famílias. Num nível de desemprego elevado como o atual, é ainda mais sentido. Ficar sem gás é ficar sem comida", afirmou André Braz, coordenador adjunto do Índice de Preço ao Consumidor do Ibre/FGV.
O economista acredita que o encarecimento do produto vai aparecer na próxima Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE. A última, realizada em 2018, registrou que a média dos brasileiros gasta 1% do orçamento com o gás de cozinha. O aluguel pesa 3,6%, e o gás natural, 0,12%.
Na casa de André Lima e Silva, em Fortaleza, as refeições passaram a ser preparadas na vizinhança. "Até receber o vale do governo, a gente ficou três dias sem gás. Até o mingau da neném a gente pedia para a vizinha fazer", conta o padeiro, desempregado desde o início do ano passado. Ele e a mulher passaram a sustentar os cinco filhos com a venda de salgadinhos. Por causa do preço do gás, até o 'bico' ficou inviável.
A alta do produto prejudica também os negócios de Marcos Magalhães, responsável por um buffet carioca. "O gás aumenta, a gente tem que repassar o valor para os clientes, só que não pode repassar na íntegra, porque, infelizmente, os clientes não têm aumento. Ninguém está tendo aumento no País. É complicado", disse.
Em evento, no mês passado, Bolsonaro afirmou que conversaria sobre o tema com o novo presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna. "Estamos trabalhando com o novo presidente da Petrobras em como diminuir o preço do botijão na origem. Hoje está em R$ 42, dá para diminuir", afirmou o presidente, em discurso no Mato Grosso do Sul, no último dia 14. Ele não informou, porém, com quem está discutindo e a posição do presidente da Petrobras.
Desde que assumiu o cargo, em 19 de abril, Silva e Luna não mexeu no preço do gás liquefeito de petróleo (GLP). O botijão de 13 kg é a versão residencial do produto. O reajuste mais recente, o quarto no ano, ocorreu no dia 2 de abril, ainda na administração do antecessor, Roberto Castello Branco.
Questionada, a Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa, respondeu que não há previsão de reajustes de preços de GLP com frequência mínima mensal: "Reiteramos que os reajustes são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e de análise do ambiente externo. Isso possibilita à companhia competir de maneira mais eficiente e flexível e evita o repasse imediato, para os preços internos, da volatilidade externa causada por questões conjunturais".
Ainda assim, o preço final do GLP permanece no patamar mais elevado da série histórica divulgada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em março, último dado divulgado pela reguladora, o produto custava R$ 83,17, na média do País. Como a Petrobras reajustou mais uma vez em abril, é possível que a estatística mais recente ainda revele novo recorde.
Professor do Instituto de Economia da UFRJ, Adilson de Oliveira avalia que a solução passa pela estabilização do preço, o que pode ser conseguido com a criação de um fundo, como estuda o governo. Ele lembra que, no governo de FHC, foi adotado o 'Auxílio Gás' e, no de Luiz Inácio Lula da Silva, o benefício foi incorporado ao Bolsa Família. "O governo federal fala, mas ainda não colocou na mesa a sua proposta. É preciso saber onde quer chegar", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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