Ipiaú: Adolescentes recebem palestra em escola sobre temática do mês da mulher
Foto: Foto: Divulgação/Prefeitura de Ipiaú / DIRCOM |
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Prefeitura de Ipiaú / DIRCOM
Garoto de 13 anos bate em pai para defender mãe de ser agredida e homem faz disparos contra família
(Henrique Arakaki, Midiamax) |
Um homem, de 43 anos, foi preso em flagrante nessa quinta-feira (10), depois de agredir a esposa e um dos filhos de 13 anos, e fazer disparos no bairro Jardim Nossa Senhora Perpétuo Socorro, em Campo Grande.
A vítima que conseguiu escapar com os filhos gêmeos de 13 anos, disse que teve uma discussão com seu marido por volta das 19 horas dessa quinta (10), após ele chegar embriagado em casa. Ele passou a agredi-la e a derrubou no chão. O filho ao ver a situação foi defender a mãe dando um soco no rosto do autor.
O homem, então, correu para o quarto e pegou uma arma e passou a fazer disparos. Nesse momento, mãe e filhos fugiram correndo pedindo ajuda. A polícia foi acionada e encontrou a arma escondida atrás de um guarda-roupa com 15 munições intactas e seis deflagradas.
A mulher ainda relatou que, em outra ocasião, o marido teria colocado a arma em sua cabeça, mas ao tentar fazer o disparo o revólver falhou. O homem foi preso em flagrante e levado para a delegacia.
Carga clandestina de cigarros é encontrada pela Polícia Rodoviária
A Companhia Independente de Policiamento Rodoviário (CIPRv/Itabuna) apreendeu, na manhã desta quinta-feira (10), uma carga de cigarro clandestina, na BA 263, município de Itapetinga, Sudoeste do Estado. O homem flagrado com o material foi conduzido à delegacia.Foto: Divulgação SSP
Segundo o comandante da CIPRv, major Marcio Luiz Santos Blanco, os policiais abordaram uma pick up cinza, placa do Ceará, e encontraram cerca de 1,3 mil maços de cigarros de marcas nacionais.
O material foi apreendido e levado para a 21ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin).
Fonte: Ascom: Marcia Santana
Candidato de Rui, Jerônimo é escolhido no PT para disputar governo da Bahia
Foto: Reprodução/Zoom/Arquivo |
Em reunião realizada ontem (10) com deputados do PT e postulantes ao posto de candidato ao governo da Bahia, foi definido o nome do secretário de Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues, como representante do partido na corrida pelo Palácio de Ondina.
Além dele, após a desistência de Jaques Wagner (PT) e a negativa de Otto Alencar (PSD) em concorrer, o secretário Luiz Caetano (PT) e a prefeita Moema Gramacho (PT) também estavam sendo sondados para encabeçar a chapa petista.
Diante da situação, o vice-governador João Leão (PP) tem lamentado a decisão pelos cantos, já que o que havia sido acordado anteriormente é que o pepista assumiria o governo no lugar de Rui para que o governador disputasse uma vaga no Senado.
Agora, Leão tem sido especulado como novo integrante da base do ex-prefeito de ACM Neto (União Brasil) e, também, cortejado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para uma possível aliança.
Política Livre
‘Por que preocupação é com petróleo e não com trigo?’, questiona ex-diretor da ANP
Foto: Nilton Fukuda/Arquivo/Estadão |
A avaliação é de David Zylbersztajn, professor do Instituto de Energia da PUC-Rio e ex-diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (1998-2001).
Nesta quinta (10), a Petrobras anunciou um mega-aumento no preço dos combustíveis, e o Senado aprovou propostas que mudam tributos e criam um auxílio-gasolina.
Ele questiona por que não se discute criar mecanismos semelhantes para amenizar o impacto da alta de outras commodities, como soja e trigo, que também subiram por causa do conflito na Ucrânia e afetam mais diretamente as pessoas de menor renda.
Zylbersztajn calcula que seriam necessários cerca de R$ 50 bilhões para reduzir em R$ 1 o preço da gasolina e mais R$ 50 bilhões para ter o mesmo resultado no diesel. O valor supera os R$ 89 bilhões destinados em 2022 ao Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.
Para ele, a única política que se justifica, do ponto de vista social, é um subsídio ao gás de cozinha, ainda assim, focado apenas nas pessoas de baixa renda.
Zylbersztajn afirma que a cotação do petróleo já ultrapassou a marca dos US$ 100 em outras ocasiões, como em 2008, e que é possível conviver com os repasses para o preço dos combustíveis sem que isso desorganize a economia brasileira.
“Já vivemos isso no passado. Se pegar o petróleo em 2008 e atualizar pela inflação, chega em valores próximos a US$ 140. Se atualizar de 2011 a 2014 fica em um patamar mais alto também. E a gente não viu essa histeria”, afirma Zylbersztajn em entrevista à Folha.
Para ele, não faz sentido taxar ganhos extraordinários de empresas de petróleo neste momento com novos tributos. Se a Petrobras pagar mais dividendos com esses lucros, o dinheiro deveria ser utilizado para saúde, educação e outras prioridades, não para subsidiar combustíveis fósseis, afirma.
Veja trechos da entrevista.
Fetiche
Por que está todo mundo tão preocupado com o petróleo e não com o trigo, a carne, a soja? É comida na mesa das pessoas. Tem um fetiche em relação ao petróleo que é incompreensível em termos de prioridade.
Vamos privilegiar o consumidor de baixa renda do gás de cozinha. É uma questão social, de atendimento de quem precisa daquilo para poder sobreviver. É um item essencial. É relativamente barato comparado ao resto e com impacto social infinitamente maior.
Vamos pegar gasolina a R$ 7. É o preço de uma passagem de trem no Rio. Ninguém está preocupado com o cara que anda apertado no trem. Em vez de tratar disso, está tratando de quem está sozinho andando de carro. Mesmo no caso do diesel, mais de 80% do transporte rodoviário está nas mãos de grandes transportadoras. Essas empresas têm condições de absorver neste momento esse aumento episódico do diesel.
O que eu chamo de fetiche do petróleo tem muito a ver com atendimento eleitoreiro, claramente. É 90% isso, e o resto é boa-fé de algumas pessoas mal informadas.
Petróleo já foi mais caro
Ficou caro, mas será que é só por causa do barril de petróleo? Esse barril já esteve bem mais alto do que está hoje durante muito tempo entre 2011 e 2014. O nosso problema hoje é o câmbio. As pessoas estão mirando em alguma coisa que não é exatamente para onde se deve mirar.
A gente vem com petróleo perto de US$ 100 desde antes da invasão da Ucrânia. Tem uma volatilidade natural em uma situação como essa. Se a guerra ficar circunscrita à Rússia, estamos falando de 7% da produção mundial, o que é absolutamente maleável até em um prazo relativamente curto.
Já convivemos bastante tempo com valores até maiores. Se o conflito não se estender, a tendência é o mercado se acomodar.
Amortecer flutuações
Existe isso para o resto da economia? Vamos criar um amortecimento para quando os juros forem muito altos, para quando o câmbio for muito alto, quando o preço de outras commodities estiver muito alto.
Só que todo esse amortecimento vem de dinheiro do Tesouro. Quando tira dinheiro do Tesouro, tira da conservação das estradas. Os cortes na educação foram de R$ 700 milhões. Estamos falando em dar bilhões para combustíveis fósseis. Seria lindo pegar o dividendo da Petrobras e aplicar em saúde e educação. Não tem de ser aplicado no setor de óleo e gás.
Para você subsidiar alguma coisa para alguém sentir no bolso precisa de um valor grande. Para baixar em R$ 1 o preço da gasolina, são R$ 50 bilhões. Mais R$ 50 bilhões para o diesel. O orçamento para restauração de estradas são R$ 6 bilhões. Mesmo assim foi cortado. Se você quer reduzir consumo de diesel, não vale a pena recuperar estradas?
Desabastecimento
O câmbio era mais favorável [de 2011 a 2014], e a Petrobras praticou preços artificiais, quase quebrou, teve um prejuízo de US$ 40 bilhões. Foi a maior dívida corporativa do planeta. Hoje, se jogar o preço abaixo do mercado, não vai ter importação, e a Petrobras não tem condições de prover todo o mercado de derivados. Aí vai faltar combustível.
Taxação de petroleiras
Você tem um contrato de concessão. Os lucros em relação à produtividade dos campos já são taxados. Estaria claramente quebrando contrato. E seria a partir de que lucro? O que é lucro excepcional? Se você quer atrair investimento, vai quebrar a regra de jogo, vai quebrar contrato? Nos contratos de concessão estão estabelecidas as regras dos impostos que você paga.
Folhapress
Joesley Batista volta atrás de acusação e juiz absolve Aécio Neves no caso da J&F
Foto: André Dusek/Estadão |
Após o empresário Joesley Batista voltar atrás da sua acusação, a Justiça Federal em São Paulo absolveu nesta quinta-feira (10) o deputado federal Aécio Neves no processo oriundo da denúncia oferecida pela PGR contra ele, pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina da J&F, conforme o jornal Estadão. Em sua decisão, o juiz federal Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal Criminal de SP, escreveu que “está provada a inexistência do crime de corrupção passiva narrado pela PGR”.
A decisão beneficia também a irmã do tucano, Andrea Neves, o primo deles, Frederico Pacheco de Medeiros, e o ex-assessor parlamentar Mendherson Souza Lima. Na sentença, Mazloum disse que “a conduta típica descrita na denúncia não existiu no mundo fenomênico. Em outras palavras, está provada a inexistência do crime de corrupção passiva narrado pela PGR”. No mês passado, em suas alegações finais, o MPF afirmou “não ter dúvidas” de que houve corrupção.
Aécio foi denunciado em 2017, quando era senador, pelo então Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que chegou a pedir sua prisão. Em abril de 2018, o STF aceitou a denúncia e colocou o tucano no banco dos réus. O processo desceu à Justiça Federal de SP depois que ele deixou o cargo de senador – o foro por prerrogativa de função se aplica só a crimes cometidos durante o mandato.
Uma das provas apresentadas contra o tucano era a gravação em que ele pedia R$ 2 milhões a Joesley Batista, sob a justificativa de que precisava pagar despesas com sua defesa na Lava Jato. Em depoimentos, o dono da JBS e Andrea Neves alegaram que o pano de fundo das conversas era a proposta de venda de um apartamento da família do político no Rio.
Em nota divulgada na noite desta quinta, a defesa de Aécio celebrou a decisão. “A farsa foi desmascarada. Depois de cinco anos de explorações e injustiças, foi demonstrada a fraude montada por membros da PGR e por delatores que colocou em xeque o estado democrático de direito no país”, disse. Em depoimento prestado à Justiça de São Paulo, o delator Joesley Batista reconheceu que nunca houve qualquer irregularidade, qualquer pedido de recursos ou qualquer contrapartida na relação mantida com Aécio Neves.
“A justiça demorou para ser feita, mas se impôs. A lamentar o injusto sofrimento causado a tantas pessoas de bem por tanto tempo”, completou. Após o empresário Joesley Batista voltar atrás da sua acusação, a Justiça Federal em São Paulo absolveu nesta quinta-feira (10) o deputado federal Aécio Neves no processo oriundo da denúncia oferecida pela PGR contra ele, pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina da J&F, conforme o jornal Estadão.
Em sua decisão, o juiz federal Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal Criminal de SP, escreveu que “está provada a inexistência do crime de corrupção passiva narrado pela PGR”. A decisão beneficia também a irmã do tucano, Andrea Neves, o primo deles, Frederico Pacheco de Medeiros, e o ex-assessor parlamentar Mendherson Souza Lima. Na sentença, Mazloum disse que “a conduta típica descrita na denúncia não existiu no mundo fenomênico. Em outras palavras, está provada a inexistência do crime de corrupção passiva narrado pela PGR”. No mês passado, em suas alegações finais, o MPF afirmou “não ter dúvidas” de que houve corrupção.
Aécio foi denunciado em 2017, quando era senador, pelo então Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que chegou a pedir sua prisão. Em abril de 2018, o STF aceitou a denúncia e colocou o tucano no banco dos réus. O processo desceu à Justiça Federal de SP depois que ele deixou o cargo de senador – o foro por prerrogativa de função se aplica só a crimes cometidos durante o mandato.
Uma das provas apresentadas contra o tucano era a gravação em que ele pedia R$ 2 milhões a Joesley Batista, sob a justificativa de que precisava pagar despesas com sua defesa na Lava Jato. Em depoimentos, o dono da JBS e Andrea Neves alegaram que o pano de fundo das conversas era a proposta de venda de um apartamento da família do político no Rio.
Em nota divulgada na noite desta quinta, a defesa de Aécio celebrou a decisão. “A farsa foi desmascarada. Depois de cinco anos de explorações e injustiças, foi demonstrada a fraude montada por membros da PGR e por delatores que colocou em xeque o estado democrático de direito no país”, disse. Em depoimento prestado à Justiça de São Paulo, o delator Joesley Batista reconheceu que nunca houve qualquer irregularidade, qualquer pedido de recursos ou qualquer contrapartida na relação mantida com Aécio Neves.
“A justiça demorou para ser feita, mas se impôs. A lamentar o injusto sofrimento causado a tantas pessoas de bem por tanto tempo”, completou.
‘Sérgio Moro é um picareta, é um inimigo da República’, diz Ciro Gomes
Foto: Reprodução / Youtube |
O pré-candidato a presidência da República, Ciro Gomes (PDT), voltou a atacar o também presidenciável Sergio Moro (Podemos), nesta quinta-feira (10). Em entrevista ao canal Arte da Guerra, o pedetista rejeitou o termo ‘terceira via’ e ressaltou que não aceita ser comparado com nomes como o do ex-juiz, ao qual chamou de “inimigo da República”.
“Terceira via é uma expressão preguiçosa da mídia de São Paulo que, por simplificação, nem estou me queixando porque imprensa não é para fazer ciência política a imprensa vai e acha aí um nomezinho para poder explicar que quem não está com Bolsonaro e nem com Lula está em uma terceira via. Agora, francamente, o que eu tenho a ver com Dória? Chama ele para conversar aqui. O que eu tenho a ver com o Sérgio Moro? Sérgio Moro é um pilantra. Sérgio Moro é um picareta, é um inimigo da República. Esse camarada ganhou 3,6 milhões de reais em dólar em 10 meses para trabalhar numa multinacional americana cujo faturamento é extraído da massa falida das empreiteiras que ele quebrou. É um grande e perigoso picareta. Felizmente está sendo visto muito rapidamente. O que eu tenho a ver com isso? Sabe, eu não quero correr com esse cara nem para o paraíso, quanto mais para um entendimento político. Não me interessa a consequência eleitoral de nada. O inimigo da República é para ser tratado como inimigo da República”, disse Ciro.
PF deflagra operação que mira deputados federais do PL por suspeitas de desvios de recursos de emendas
Foto: Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil |
A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira mandados de busca e apreensão em endereços de três deputados federais do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, por suspeitas do desvio de recursos de emendas parlamentares. Um dos alvos é o deputado Josimar de Maranhãozinho (PL-MA), aliado do presidente Jair Bolsonaro que chegou a participar de sua cerimônia de filiação à legenda. A reportagem é do jornal “O Globo”.
Também estão na mira os deputados Bosco Costa (PL-SE) e Pastor Gildenemir (PL-MA). A suspeita é que eles usariam um esquema de desvios articulado por Maranhãozinho, envolvendo empresas de fachada e dinheiro vivo. A operação é um desdobramento da investigação batizada de Ágio Final, deflagrada em dezembro de 2020.
Kassab insiste em Eduardo Leite e esfria aliança com Lula no 1º turno
Foto: Dida Sampaio/Arquivo/Estadão |
Após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciar que desistiu de concorrer à Presidência da República, o PSD mantém a estratégia de buscar uma candidatura própria ao Palácio do Planalto, o que gera pessimismo no PT quanto a uma aliança no primeiro turno.
Nesta quinta-feira (10), o presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse em conversas reservadas com aliados que, caso queira, o governador Eduardo Leite (PSDB-RS) será o candidato da sigla.
Leite, por sua vez, afirmou publicamente que tomará a decisão nas próximas semanas.
“Então isso será uma prioridade para mim quando voltar ao Brasil. E isso [o debate] está acontecendo agora, pelo WhatsApp”, afirmou nesta quinta em um evento do think tank Atlantic Council, em Washington. Ele retornará ao Brasil no próximo dia 15.
O convite para que o governador gaúcho se filie ao PSD foi feito ainda no mês passado, antes de Pacheco anunciar a decisão a respeito da eleição presidencial.
O dirigente do PSD já trabalhava um plano B ao presidente do Senado na expectativa de que ele declinasse do plano de se candidatar à Presidência.
O anúncio da desistência de Pacheco ocorreu na quarta-feira (9). Nesta quinta, Kassab divulgou nota com vários elogios ao mineiro, um dos “principais nomes da renovação política brasileira”, e dizendo que respeita a decisão.
Diante da movimentação do partido, alas do PT seguem céticas e consideram pequena a chance de uma aliança entre o partido e PSD no primeiro turno das eleições, como quer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No PT, a avaliação de uma ala de aliados de Lula é que ele não deve procurar Kassab porque já expressou em mais de uma reunião a vontade de ter o PSD ao seu lado e se dispôs a fazer gestos em palanques estaduais para atrair o partido. O ex-presidente tem dito que é preciso respeitar o tempo de Kassab.
A prioridade do dirigente partidário para 2022 é eleger uma bancada robusta no Congresso. Nas conversas com integrantes do PT, ele tem estabelecido como meta eleger cerca de 20 senadores e 45 deputados – hoje ele tem 11 e 35, respectivamente.
A principal preocupação é com o Senado, onde o dirigente agora buscará a reeleição de Pacheco à presidência da Casa.
Como argumento, Kassab diz que ter um nome representando seu partido nas urnas facilitará a eleição de quadros ao Legislativo. A decisão de não apoiar Lula no primeiro turno também evitaria um racha dentro do PSD, que tem líderes tanto apoiadores do petista como aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Já para o PT, uma aliança com o PSD significaria mais espaço na propaganda eleitoral e a atração de um partido de centro à sua coligação. Para atrai-los, além de concessões regionais, Lula propôs a filiação de Geraldo Alckmin (sem partido) ao partido para que ele fosse o vice na chapa.
Kassab, porém, sempre rechaçou essa possibilidade dizendo que, caso coubesse a ele a indicação do vice, o dirigente gostaria de poder escolher o nome. A posição levou petistas, inclusive, a ventilar que o próprio Kassab teria o desejo de compor a chapa com Lula.
Atualmente, como mostrou a Folha, a filiação de Eduardo Leite ao PSD é dada como certa pela cúpula do partido e também entre tucanos. Mesmo que ele não vá, líderes pessedistas dizem ser mais provável Kassab buscar outro nome para representar o partido na eleição do que apoiar Lula.
Leite tem até 1º de abril, quando acaba a janela partidária, para deixar o governo do Rio Grande do Sul e migrar do PSDB para a outra sigla. Políticos que conversam com o gaúcho dizem que ele quer ter a certeza de que não será abandonado pelo PSD mais à frente caso o partido constate que ele não será competitivo eleitoralmente.
A decisão terá impacto no tabuleiro das pré-candidaturas que buscam uma terceira via na eleição, como a de João Doria (PSDB), Sergio Moro (Podemos) e Simone Tebet (MDB). A União Brasil também pretende lançar um nome na disputa com a expectativa de afunilar a decisão em torno de um só nome, que seja mais competitivo, em meados do ano.
Dirigentes do MDB e da União Brasil avaliam que a candidatura de Leite só servirá para dividir ainda mais os votos que são anti-Lula e anti-Bolsonaro e manter baixo o patamar das candidaturas da terceira via. Nenhuma delas passou de dois dígitos ainda em pesquisas de intenção de voto.
Integrantes desses partidos também veem com maus olhos a decisão do governador gaúcho de insistir numa candidatura à Presidência, mesmo em outro partido, após perder as prévias internas do PSDB para Doria.
Em conversa nesta quinta-feira, Leite atribuiu a derrota nas prévias ao fato de o estado de São Paulo ter maior população do que o RS e, assim, gerar mais visibilidade a Doria. Leite alegou que, apesar da decisão do PSDB, pesquisas mostram que ele pode ser mais competitivo do que governador paulista.
“Algumas pesquisas têm mostrado que eu tenho uma posição melhor [na corrida eleitoral] do que ele [Doria]. Eu respeito ele e a decisão do partido, mas o que está sendo mostrado é que nós podemos ter uma condição melhor para discutir uma alternativa com as pessoas”, afirmou.
Na conversa com o Atlantic Council, Leite fez uma defesa enfática da necessidade de uma terceira via nas eleições no Brasil e de reformas no Estado para reduzir impostos.
“Temos de contribuir para criar uma alternativa ao país. Muitas pessoas pensam que eu poderia contribuir sendo candidato nesta eleição. Estou discutindo a possibilidade de candidatura, mas isso não deve ser uma decisão pessoal”, disse o tucano.
“Uma candidatura presidencial precisa ter mais condições para ser apoiada”, completou Leite, que disse que pode levar também membros do PSDB na candidatura.
O governador realiza uma viagem aos Estados Unidos nesta semana, em uma agenda cheia de eventos com investidores, empresários, centros de pesquisa e universidades, entre outros.
Julia Chaib/Folhapress
Juiz absolve Aécio da acusação de propina de R$ 2 milhões da J&F
Foto: Dida Sampaio/Estadão/Arquivo |
A Justiça Federal em São Paulo absolveu o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) no processo aberto da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina da J&F.
A decisão do juiz Ali Mazloum, da 7.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, também beneficia a irmã do tucano, Andrea Neves, o primo deles, Frederico Pacheco de Medeiros, e o ex-assessor parlamentar Mendherson Souza Lima.
“A conduta típica descrita na denúncia não existiu no mundo fenomênico. Em outras palavras, está provada a inexistência do crime de corrupção passiva narrado pela PGR”, diz um trecho da decisão.
Em suas alegações finais no mês passado, o Ministério Público Federal (MPF) disse ‘não ter dúvidas’ de que houve corrupção.
Aécio foi denunciado em 2017, quando era senador, pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot, que chegou a pedir sua prisão no processo. As acusações foram apresentadas na época em que o PGR prometeu que ‘enquanto houver bambu, vai ter flecha’, em referência ao trabalho no final do seu mandato como chefe do Ministério Público Federal.
A decisão que recebeu a denúncia e colocou o tucano no banco dos réus foi tomada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em abril de 2018. O processo desceu para a Justiça Federal de São Paulo depois que ele deixou o cargo de senador – o foro por prerrogativa de função se aplica apenas para crimes cometidos durante o mandato.
Uma das provas apresentadas contra o tucano é a gravação em que ele pede R$ 2 milhões a Joesley Batista, um dos donos da JBS, sob a justificativa de que precisava pagar despesas com sua defesa na Lava Jato. De acordo com a PGR, a irmã de Aécio, Andrea Neves, teria feito o primeiro contato com o empresário e o primo deles, Frederico, teria sido o intermediário do dinheiro.
Em depoimento, tanto Joesley Batista quanto Andrea Neves disseram que o pano de fundo das conversas entre eles foi a proposta de venda de um apartamento da família do político no Rio de Janeiro. O juiz concluiu que a negociação foi regular e que não há provas de que o tucano tenha prometido usar o cargo para beneficiar o grupo J&F em troca da transação.
“Cuidando-se de negócio lícito – compra e venda de apartamento – não há que falar em vantagem indevida”, afirmou o magistrado. A decisão diz ainda que há um ‘histórico de negócios lícitos’ entre o empresário e o tucano, incluindo doações de campanha.
A denúncia afirma que Aécio teria agido para liberar créditos de ICMS do grupo JBS e para garantir a nomeação de Aldemir Bendice, por indicação de Joesley Batista, ao cargo de presidente da Vale.
“Com relação a tais fatos, repita-se, nunca houve promessa de contrapartida pelo adiantamento/empréstimo feito”, rebateu o juiz.
COM A PALAVRA, O DEPUTADO AÉCIO NEVES
“A farsa foi desmascarada. Depois de cinco anos de explorações e injustiças, foi demonstrada a fraude montada por membros da PGR e por delatores que colocou em xeque o estado democrático de direito no País. Em depoimento prestado à Justiça de São Paulo, o próprio delator Joesley Batista reconheceu que nunca houve qualquer irregularidade, qualquer pedido de recursos ou qualquer contrapartida na relação mantida com Aécio Neves. A justiça demorou para ser feita, mas se impôs. A lamentar o injusto sofrimento causado a tantas pessoas de bem por tanto tempo.”
COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ALBERTO ZACHARIAS TORON, QUE DEFENDE AÉCIO
“Com a sentença absolutória desfez-se uma terrível e inominável armação para obtenção de vantagens numa delação forjada. A justiça prevaleceu!”
Estadão Conteúdo
Motoristas fazem fila para encher o tanque após anúncio de reajuste da Petrobras
Foto: Daniel Teixeira/Estadão |
Depois do anúncio da Petrobras de que vai aumentar o preço da gasolina em 18,7% e do diesel, em 24,9%, motoristas fizeram filas de carros, motos e caminhões para conseguir abastecer ainda com os preços sem reajuste.
Conforme apurou a reportagem, cidades como São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e Sorocaba já têm os combustíveis comercializados a novos preços. Em Teresina, São Luís e Palmas a gasolina ultrapassou a casa dos R$ 7 e é comercializada por até R$ 7,39 nesta quinta-feira.
Além da correria para abastecer, donos de postos de combustíveis também precisaram se adiantar para mitigar os impactos do reajuste anunciado pela estatal. Em alguns municípios, os empresários correram para garantir o estoque antes das 12h, horário em que as distribuidoras fariam a alteração na tabela de preços.
O gerente de um posto da rede Shell de Sorocaba, no interior paulista, Joel Lima, conta que o movimento de motoristas começou a subir por volta de 12h, logo após o anúncio da estatal. Enfrentando as filas, os consumidores tentavam encher o tanque antes da mudança de preço.
Com estoque adquirido ainda no preço anterior, a unidade decidiu não repassar o novo reajuste para atrair os motoristas que enfrentam filas de carros, motos e caminhões. “Essa gasolina que está saindo agora foi comprada antes do reajuste, por isso seguramos o preço, mas só dura até amanhã”, afirma Lima.
Nem o tempo de espera atrapalhou os planos de Dorival Fernandes de fazer um estoque de diesel para os veículos da sua empresa. Ele conta que foi avisado por amigos sobre a determinação da Petrobras e acabou correndo para o posto antes que o valor fosse reajustado. “As pessoas estavam falando que subiria R$ 1 no preço, eu não estava acreditando, quando cheguei aqui fiquei assustado com essa fila de gente”.
Entre as dezenas de veículos que aguardavam para abastecer, alguns motoristas foram pegos de surpresa com os novos valores já em vigor nas bombas. A representante de vendas Graciele Germano era uma das desavisadas sobre a nova alta nos combustíveis.
Depois de abastecer sua moto, Graciele pretendia ir para casa e buscar o veículo da família para encher o tanque antes que os preços fossem novamente reajustados. “Eu vi essa fila de carros e achei que estava com alguma promoção, não que estaria mais caro”, relata.
Procon-SP orienta consumidor a denunciar aumento antecipado
Diante do aumento dos preços antes da entrada em vigor do reajuste anunciado pela Petrobras, o Procon de São Paulo orienta os consumidores a denunciarem a prática.
“Os postos de combustível que estão reajustando os produtos hoje estão incorrendo em prática abusiva e especulativa”, diz o órgão em nota.
“O Procon-SP vai combater especulação no preço dos combustíveis. Os consumidores que se depararem com a situação devem fazer sua denúncia no site do Procon-SP, anexando fotos dos preços da bomba”, afirma o diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez.
Estadão Conteúdo
A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa temos dois dias sem registrar infecção por covid-19 no município
A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 10 de março, tivemos 4.051 casos confirmados, dentre estes, são 3.955 pessoas RECUPERADAS, sem isolamento social, sem internações e 96 foram a óbito. Nesse momento, não há casos ativos.
O uso da máscara é indispensável, evite aglomerações, use álcool 70% e lave as mãos com água e sabão sempre que puder .
Prefeitura de Ipiaú/Dircom
Vacinômetro 10 de março da Secretaria de Saúde de Ipiaú
A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que foram aplicadas até hoje, 09 de março, 78.235 mil doses de vacina . Sendo que 34.900 mil são referentes a primeira dose e 31.774 mil pessoas já foram imunizadas. Dessas, 557 tomaram a vacina dose única e 11.561 mil pessoas receberam a dose de reforço.
Vacina Salva Vidas. Desinformação Não.
Prefeitura de Ipiaú/Dircom
Título: Encontro de mulheres nesta quinta-feira dá início à campanha da Secretaria de Ação Social de Ipiaú
Nesta quinta-feira (10) foi realizado o primeiro encontro da "Campanha de Fortalecimento da Identifidade Feminina", da Secretaria de Ação Social e Desporto, no CRAS I, sob a coordenação de Núbia Ribeiro, que também contrubui para o projeto.
Neste encontro de mulheres, teve a participação do estudante de Psicologia José Luiz Ferreira com a temática do Dia Internacional da Mulher e também sobre a importância do autocuidado. Já a assistente social Luciana Evangelista trouxe o assunto da importância da mulher e sua valorização. Foi um momento lúdico e descontraído aonde todas puderam interagiram e aprender.
A programação dos encontros segue nessa sexta-feira no Cras 2, às 15h, no bairro Santana; e até o dia 25 terá mais encontros em outros locais e com temas variados que abordam sobre o assunto da campanha. A programação completa você encontra nas redes sociais da prefeitura.
Prefeitura de Ipiaú / DIRCOM
Bolsonaro lança chapa com ministro sanfoneiro para enfrentar PSB e PT em PE
O presidente Jair Bolsonaro ao lado do ministro do Turismo, Gilson Machado (esq.), e do prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (dir.)
Foto: Divulgação |
O presidente Jair Bolsonaro (PL) selou, nesta quinta-feira (10), o seu palanque em Pernambuco nas eleições de 2022. A chapa terá o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, conhecido como ministro sanfoneiro, como pré-candidato ao Senado.
O pré-candidato ao governo de Pernambuco apoiado por Bolsonaro na aliança será o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL).
A chapa foi lançada em um vídeo divulgado nas redes sociais por aliados de Bolsonaro em Pernambuco.
“Estamos somando forças com nosso pré-candidato ao governo de Pernambuco, Anderson Ferreira, e também Gilson Machado para [disputar] o Senado. Estamos juntos, o Brasil é nosso e tenho certeza, Pernambuco cada vez mais forte com o governo federal”, afirma Bolsonaro na gravação, ao lado dos pré-candidatos.
Anderson Ferreira e Gilson Machado serão adversários do PSB, que tem o apoio do PT em Pernambuco.
O deputado federal Danilo Cabral é o pré-candidato do PSB ao governo do estado. O partido governa Pernambuco desde 2007. Já o PT deverá indicar um nome para o Senado na chapa de Danilo.
Ligado ao segmento evangélico, Anderson Ferreira governa a segunda maior cidade do estado. Foi reeleito em 2020 no primeiro turno do pleito municipal, sem dificuldades.
No entanto, no público evangélico, tem perdido espaço diante do surgimento de concorrentes, como a deputada estadual Clarissa Tércio (PSC). Mesmo sendo apoiadora de Bolsonaro, Clarissa tem flertado com o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil), para apoiá-lo na disputa pelo governo estadual contra Anderson.
Anderson Ferreira é filho do deputado estadual Manoel Ferreira (PSC-PE) e irmão do deputado federal André Ferreira (PSC-PE), aliado de Bolsonaro na Câmara. Antes de ser prefeito em 2016, foi deputado federal por seis anos. Antes de migrar para a oposição, era aliado de Eduardo Campos, que governou o estado pelo PSB entre 2007 e 2014.
No segundo turno da eleição pela prefeitura do Recife em 2020, Anderson Ferreira fez campanha na propaganda de rádio e televisão para a candidata do PT, Marília Arraes, que acabou derrotada por João Campos (PSB).
Jaboatão dos Guararapes, localizada na região metropolitana do Recife, é a segunda maior cidade de Pernambuco, com mais de 700 mil habitantes.
Gilson Machado deve oficializar nos próximos dias a filiação ao PL, mesmo partido de Anderson Ferreira. Com a intenção de disputar as eleições, ele deverá deixar o Ministério do Turismo até o início de abril.
Machado é amigo pessoal de Jair Bolsonaro. Tornou-se ministro do Turismo em dezembro de 2020, após a saída de Marcelo Álvaro Antônio da função. O ministro é empresário, já comandou uma banda de forró e é conhecido por tocar sanfona em eventos com o presidente. Também é sobrinho do ex-deputado federal constituinte Gilson Machado Filho.
A composição de Anderson Ferreira e Gilson Machado foi fechada meses após especulações de que poderia haver uma disputa entre os dois pelo comando do PL em Pernambuco.
No entanto, o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, assegurou a Anderson a continuidade na presidência do PL em Pernambuco e alinhou com Bolsonaro uma posição de destaque para Gilson Machado na eleição de 2022, o que se concretiza com a pré-candidatura ao Senado.
O anúncio da chapa Anderson-Gilson joga pressão sobre a base do PSB em Pernambuco para que o nome do Senado seja escolhido. O mais cotado para ficar com a posição é o PT, que está entre os deputados federais Carlos Veras e Marília Arraes e a deputada estadual Teresa Leitão.
A expectativa é que o PT defina o nome até o dia 20 de março para, a partir de abril, colocar o bloco na rua junto com Danilo Cabral, de modo a dividir os holofotes com os adversários, como Anderson e Gilson, que estarão em campanha já a partir do próximo mês.
Por outro lado, a aliança bolsonarista de Anderson Ferreira com o ministro do Turismo joga pressão nos outros pré-candidatos de oposição, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB) e o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil). Essas duas cidades são as maiores do interior do estado.
Com apoio de Bolsonaro, a avaliação é que Anderson prevalece sobre os dois do ponto de vista da viabilidade eleitoral para tentar chegar a um possível segundo turno.
Miguel Coelho é filho do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), que foi líder do governo Bolsonaro no Senado entre 2019 e 2021. Bolsonaristas, no entanto, acreditavam que Miguel não estava disposto a encampar a bandeira do presidente na disputa de 2022 em Pernambuco, o que veio a se concretizar.
Com a rejeição de Miguel para servir de palanque a Bolsonaro, coube ao entorno do presidente efetivar uma aliança com Anderson Ferreira.
O pré-candidato bolsonarista ao governo de Pernambuco tinha sinalizado, no segundo semestre de 2021, que construiria uma frente única de oposição no estado junto com a tucana Raquel Lyra. Mas, em 2022, eles se distanciaram, o que pode fazer a prefeita de Caruaru se aliar a Miguel.
Além disso, nos bastidores, o PSB sinaliza que deverá nacionalizar a eleição pela sucessão de Paulo Câmara (PSB). A estratégia é associar ao máximo Danilo Cabral a Lula, que tem alta popularidade no estado, sobretudo em pequenas e médias cidades.
Seja com duas ou três candidaturas de oposição, a avaliação de momento do PSB é que será difícil vencer a eleição no primeiro turno, mesmo com o apoio de PT e Lula.
José Matheus Santos/Folhapress
Câmara vota urgência a projeto que proíbe uso da palavra ‘Bíblia’ fora de contexto
O projeto é de autoria do deputado Pastor Sargento Isidório (Avante)
Foto: Antônio Augusto/Câmara dos Deputado |
A Câmara dos Deputados colocou como primeiro item da pauta de votações desta quinta-feira (10) requerimento assinado por líderes e ex-líderes de 16 partidos pedindo tramitação em caráter de urgência a projeto que proíbe e criminaliza o uso da palavra “Bíblia” e da expressão “Bíblia sagrada” fora do contexto aceito pelas religiões.
“Fica terminantemente proibido os termos ‘Bíblia’ e/ou ‘Bíblia Sagrada’ em qualquer publicação impressa ou eletrônica de modo a dar sentido diferente dos textos consagrados há milênios nos livros, capítulos e versículos utilizados pelas diversas religiões cristãs já existentes, seja católica, evangélica ou outras mais que se orientam por este livro mundialmente lido e consagrado como Bíblia”, diz o primeiro artigo do projeto, de autoria do deputado Pastor Sargento Isidório (Avante).
O segundo e último artigo do projeto estabelece como punição o enquadramento nos crimes de estelionato (pena de 1 a 5 anos de prisão) e de discriminação religiosa (até um ano de prisão).
O requerimento de urgência permite à Câmara votar o mérito da proposta sem a necessidade de que ela tramite pelas comissões. O texto que solicita a tramitação a jato é assinado por partidos da direita à esquerda.
Presidenciáveis de todos os matizes ideológicos têm disputado o apoio do eleitorado religioso, em especial o evangélico.
Na terça-feira, por exemplo, Jair Bolsonaro (PL) reuniu pastores em Brasília e disse que “dirige o país” para o lado que eles quiserem. A Câmara é comandada por Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro e responsável por definir a pauta de votações.
Lula (PT) e sua campanha também têm buscado reatar os laços com o eleitorado e lideranças evangélicas, assim como Sergio Moro (Podemos).
O requerimento de urgência foi assinado em dezembro por líderes das bancadas do Avante, MDB, Patriota, PSC, PTB, PL, Solidariedade, PSB, PSD, PT, PC do B, Republicanos, PSDB, Podemos, PP, DEM e PSL (esses dois últimos se fundiram no União Brasil).
Alguns partidos trocaram seus líderes entre dezembro e agora.
Dos quatro presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto, o requerimento só não é assinado pelo PDT de Ciro Gomes.
Na justificativa ao projeto, o deputado Sargento Isidório afirma que uma de suas motivações foi barrar a edição de uma Bíblia gay. “Veja o absurdo: há indícios que tal livro pretende tirar as referências que condenam o homossexualismo. Seria uma verdadeira heresia e total desrespeito as autoridades eclesiásticas”, diz o projeto.
Desde 2019, a homofobia é crime no Brasil, equiparável ao racismo. A justificativa ao projeto, porém, não faz menção a esse fato.
“Uma vez aberto o precedente para que haja um livro corporativista com nome (apelidado) bíblia gay ou de nomenclatura similar, em pouco tempo surgirá também outros livros apelidados de bíblia para outros segmentos de pecadores, a exemplo: homicidas, adúlteros, prostitutos, mentirosos etc. Ou seja, livros chamados de bíblia para livrar todo tipo de pecadores”, afirma Isidório na justificativa ao projeto.
Alguns parlamentares ouvidos pela reportagem disseram, na condição de anonimato, que assinaram o requerimento em solidariedade ao deputado, que havia perdido um filho no mês anterior, vítima de afogamento em uma praia da Bahia.
Para ser aprovado, o requerimento de urgência precisa do apoio da maioria dos deputados presentes à sessão. Caso isso ocorra, cabe a Lira marcar a data da votação do mérito. Se aprovado pela Câmara, o texto vai para votação no Senado.
Ranier Bragon/Danielle Brant/Folhapress
Senado aprova projeto para amortecer reajustes de combustíveis e criar auxílio-gasolina
Texto precisa passar pela Câmara; senadores votam projeto que altera ICMS e zera tributo federal sobre diesel
Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil |
No dia em que a Petrobras anunciou um mega-aumento nos combustíveis, o Senado aprovou nesta quinta-feira (10) o projeto que cria uma conta de estabilização para amortecer reajustes e estabelece diretrizes para uma nova política nacional de preços.
O texto também dobra o alcance do Auxílio Gás, pago a beneficiários do Auxílio Brasil, e cria um auxílio de até R$ 300 mensais para ajudar taxistas, motoristas de aplicativo e entregadores a bancar os custos com gasolina.
A proposta foi aprovada por 61 votos a 8, após sucessivos adiamentos da votação devido à falta de consenso em torno do texto. Sem pedidos avulsos de mudança (os chamados destaques), o texto segue para apreciação na Câmara dos Deputados.
Na pauta do Senado há ainda outra proposta, que muda o ICMS (Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços) sobre combustíveis e permite à União cortar as alíquotas de PIS/Cofins sobre diesel e gás. Essa, porém, ainda não foi submetida à votação e tem despertado a oposição dos governadores.
O Ministério da Economia critica a proposta da conta de estabilização porque impõe à União o custo de bancar a fatura para conter os preços dos combustíveis.
O texto cria uma nova política de preços de combustíveis, que deve observar diretrizes como a redução da volatilidade de preços internos.
Uma conta abastecida com o excesso de dividendos pagos pela Petrobras e receitas com royalties e participações especiais seria usada para compensar produtores e importadores sempre que o preço de mercado ficar acima do preço de referência —assim, o aumento não seria repassado às bombas.
Técnicos da Economia veem a conta de estabilização como um mecanismo de baixa eficácia, uma vez que o mercado de combustíveis é grande, e seus integrantes podem repassar mais rapidamente reajustes diante da segurança de que o governo pagará a diferença.
Fontes da área econômica também veem risco ao teto de gastos, principal âncora fiscal do governo e que limita o crescimento das despesas à inflação. Para fazer os desembolsos da conta de estabilização, o governo poderia ter de driblar o teto.
Nas negociações de última hora, o relator, senador Jean Paul Prates (PT-RN), também acatou uma série de emendas para ampliar o escopo do projeto e permitir a criação ou ampliação de benefícios.
Um deles é o auxílio de R$ 300 a taxistas, motoristas de aplicativo e pilotos de pequenas embarcações que tenham renda familiar de até três salários mínimos. Motoristas habilitados para conduzir ciclomotor ou motos de até 125 cilindradas receberiam um valor menor, de R$ 100.
O auxílio para essas famílias abastecerem seus veículos com gasolina seria pago até um limite de R$ 3 bilhões. A ideia é que sejam priorizados beneficiários do Auxílio Brasil.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM), defensor do auxílio e que apresentou uma emenda com essa medida, afirmou que o Congresso precisa adotar alguma iniciativa para atenuar os efeitos da crise econômica e da alta dos preços do combustível.
“É fundamental que exista alguma medida de efeito imediato para minimizar os impactos dos aumentos sucessivos dos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha”, afirmou Braga.
Os senadores, porém, divergem quanto à implementação desse novo benefício. A lei eleitoral proíbe a criação de novas políticas sociais em ano de realização de eleições. O Auxílio Brasil, por exemplo, só pode ser pago porque já existia desde o ano anterior, 2021.
O relator disse que a medida vai respeitar a lei eleitoral, o que significa que o novo auxílio seria pago apenas em 2023. “Por isso também que não é eleitoreiro. Ninguém está aqui ajudando ou atrapalhando o governo, estamos querendo ajudar as pessoas mais sofridas”, disse.
Já o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), disse que ainda há consultas em andamento para verificar a possibilidade de implementar o auxílio a motoristas ainda em 2022.
“Estamos analisando a questão legal, as assessorias, tanto de governo quanto do Senado”, disse Gomes.
Segundo o líder, o governo apoia a criação do benefício. Mas a equipe econômica tem resistências porque não há espaço no Orçamento, além de haver o entendimento de que fere a lei eleitoral.
No caso do Auxílio Gás, a ampliação deve fazer com que ao menos 11 milhões de famílias receba o benefício. Criado no ano passado, o Auxílio Gás hoje chega a 5,5 milhões de famílias beneficiárias do Auxílio Brasil —sucessor do Bolsa Família, programa social que foi marca das gestões petistas.
O gasto com o Auxílio Gás hoje é de R$ 1,9 bilhão. Dobrar seu alcance significaria uma despesa adicional no mesmo valor.
Antes da votação, os senadores criticaram os aumentos dos combustíveis anunciados nesta quinta-feira (10) pela Petrobras. A companhia comunicou reajustes de 18,8% na gasolina e de 24,9% no diesel.
“A gente está fazendo justamente o oposto. A oposição, o PT, o Senado estão trabalhando. A Petrobras está aumentando combustível”, disse o relator Jean Paul Prates.
O líder do MDB, senador Eduardo Braga (MDB-AM), fez um apelo ao líder do governo no Congresso para que o Executivo adote alguma medida que evite o aumento antes de o Legislativo votar as propostas sobre o tema.
“Eu espero, líder, que, diante de tudo que falamos aqui ainda há pouco e do esforço que estamos fazendo de entendimento, que o governo possa agir, porque ainda ontem nós mencionávamos que era preciso que a Petrobras aguardasse a votação que ocorreria no dia de hoje”, disse.
Gomes evitou responder ao pedido do colega, mas afirmou que as discussões envolvendo preço dos combustíveis representam “uma disputa de cabo de guerra que os dois lados caem”.
Idiana Tomazelli e Matheus Teixeira, Folhapres
Rússia dá ultimato e ameaça tomar controle de multinacionais que abandonaram o país
Foto: Agência Sputnik/Arquiv |
A gestão externa poderia incluir o banco estatal de desenvolvimento VEB.RF, de acordo com um comunicado do ministério da Economia.
“O governo russo já está trabalhando em medidas que incluem falência e
O governo da Rússia ameaça tomar o controle e nacionalizar multinacionais que estão deixando o país em resposta às sanções internacionais por causa da invasão da Ucrânia.
Na primeira resposta à fuga de multinacionais, como Coca-Cola, McDonald’s e Starbucks, o Ministério da Economia delineou novas políticas para assumir o controle temporário de companhias que tenham mais de 25% de participação estrangeira.
Os proprietários teriam cinco dias para retomar a atividade ou recorrer a outras opções, como vender sua participação.
Segundo as propostas, um tribunal de Moscou analisaria pedidos de membros do conselho e outros para trazer “gerentes externos”.
O tribunal poderia então congelar ações de empresas estrangeiras como parte de um esforço para preservar propriedades e funcionários.
nacionalização da propriedade” de empresas estrangeiras forçadas a sair do país, disse o ex-presidente russo Dmitri Medvedev em comunicado publicado na quinta-feira no site de mídia social VKontakte.
O Ministério da Economia disse ainda que as medidas se aplicariam a empresas cuja administração, incluindo acionistas, efetivamente encerrou o controle da atividade em violação às leis russas. As empresas cuja administração deixou a Rússia ou transferiu ativos a partir de 24 de fevereiro também podem estar sujeitas às novas regras.
Ainda de acordo com o ministério, as empresas que passam por aquisições externas podem ser reembaladas e vendidas em leilão após três meses. Os novos proprietários teriam que preservar dois terços dos empregos e manter as empresas funcionando na Rússia por um ano. As medidas, no entanto, ainda não foram aprovadas.
Lista de empresas aumenta
A lista de marcas globais que estão abandonando a Rússia está crescendo a cada dia, à medida que algumas das maiores corporações do mundo, de energia a bens de consumo e eletrônicos, suspendem as operações no país.
Embora as sanções e os controles de capital estejam dificultando a realização de negócios, as empresas também estão preocupadas com uma possível reação negativa caso continuem no país e sejam vistas como apoiadoras da invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin.
O Ministério da Economia sugeriu que suas medidas seriam mais voltadas para o leilão de ativos do que para a nacionalização.
“O projeto visa a incentivar as organizações sob controle estrangeiro a não abandonar suas atividades no território da Federação Russa”, afirmou.
Enquanto isso, o Citigroup, que tem cerca de US$ 9,8 bilhões em empréstimos, ativos e outras exposições vinculadas à Rússia, viu estagnar os esforços para vender sua unidade de banco de consumo local. A mesa de negociação de commodities do banco também foi uma das poucas a continuar financiando os negócios existentes envolvendo gás natural vindo da Rússia.
A Rússia prometeu retaliar as sanções impostas pelos EUA e outros países, mas sua resposta até agora foi limitada. Como parte das medidas tomadas para conter a fuga de capitais, as autoridades impuseram uma proibição temporária de certas transações de câmbio e pagamentos a não residentes de nações que aderiram às penalidades internacionais.
Putin também emitiu uma ordem no início desta semana dizendo que a Rússia restringiria o comércio de alguns bens e matérias-primas em resposta a sanções, e que seguiriam detalhes sobre quais produtos seriam afetados.
Qualquer movimento para assumir empresas estrangeiras corre o risco de um impasse ainda maior. A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse na quarta-feira que “seriam tomadas medidas” se a Rússia confiscasse ativos privados em empresas que planejam recuar e sair do país.
‘Consequências mutuamente negativas’
Medidas de ‘olho por olho’ que podem incluir o possível confisco de ativos russos no exterior teriam “consequências mutuamente negativas”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a repórteres em Moscou.
Peskov acrescentou que a Rússia deve continuar sendo um destino atraente para investidores de países que não estão travando uma “guerra econômica” contra ela.
Nesta semana, a Bloomberg News anunciou que a China já está conversando com suas empresas estatais sobre quaisquer oportunidades de potenciais investimentos em empresas ou ativos russos.
Para a Rússia, o êxodo de empresas estrangeiras ameaça mais interrupções no fornecimento de bens importados em uma economia que já sofre com um de seus maiores choques inflacionários em décadas. Também correm o risco de perder o emprego quase 3 milhões de russos que trabalham para empresas sediadas no exterior ou empresas nacionais em joint ventures com multinacionais.
Estadão Conteúdo
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