Ipiaú: Homem é detido pela Polícia Militar por ameaçar vizinho com uma espada

Por volta das 07h30min, dessa sexta-feira (17/06/22), após denúncia, a guarnição da 55ª CIPM/Ipiaú deslocou até a rua Júlia Lessa, Centro de Ipiaú, para averiguar uma situação de ameaça.

No local foi encontrado um senhor que relatou que foi ameaçado por outro homem. Segundo a vítima, inicialmente ele foi ameaçado pelo autor com uma espécie de espada e, posteriormente o autor da ameaça teria entrado em casa, deixado a espada e retornando com uma "arma de tambor", e que parecia com um revólver.

Ao ver a chegada da PM, o autor entrou na sua casa e não foi mais encontrado. Sua namorada disse que ele não se encontrava em casa e franqueou a entrada para averiguação. Lá foi encontrada a espada descrita pelo ameaçado como sendo um dos objetos usado pelo ameaçador.

Quando a guarnição chegou na delegacia de Ipiaú com a vítima e testemunhas, encontrou com o autor que estava na porta. Segundo ele, estava esperando a delegacia abrir para registrar queixa.

Todas as pessoas envolvidas foram apresentadas na delegacia para que fossem adotados os procedimentos de polícia judiciária.

Autor: V. A. C. L. de M. (Masculino), idade: 37, Endereço: Rua Júlia Lessa, centro, Ipiaú-Ba

Vitima: A. H. F. L. (Masculino) Idade: 23, Endereço: Rua Júlia Lessa, centro, Ipiaú-Ba
Material apreendido: Uma espada tipo Blade com bainha

Informações: ASCOM/55ª CIPM /PMBA, uma Força a serviço do cidadão!

Polícia diz ter trocado tiros com homens armados no bairro Águas Claras, em Salvador; confira vídeo

Um tiroteio foi registrado, na tarde deste sábado (18), na Rua Celika Nogueira, no bairro Águas Claras, em Salvador. Segundo informações do Centro Integrado de Comunicação (Cicom), da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), 30 homens armados trocaram tiros com a polícia.

A polícia informa que pessoas foram presas, mas até o momento não há informações de quantas foram detidas.

A troca de tiros aconteceu próximo da Escola Municipal Francisco Leite. Moradores da região registraram vídeo em que é possível ouvir diversos tiros enquanto um helicóptero sobrevoa a região.

Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.


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Por que há uma 'febre do ouro' dos combustíveis fósseis no mundo, apesar das mudanças climáticas

Alguns dos compromissos firmados por quase duzentos líderes durante a última Cúpula do Clima — a COP26, realizada em novembro de 2021 em Glasgow, na Escócia — para combater as mudanças climáticas estão em risco diante da guerra na Ucrânia.

Entre elas estão a atualização até 2022 das metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e a eliminação gradual dos subsídios que reduzem artificialmente o custo de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás natural.


Um relatório publicado na última semana sobre o impacto do conflito causado pela invasão russa ao território ucraniano no combate às mudanças climáticas aponta a existência de uma espécie de "febre do ouro" global para a construção de infraestruturas de produção, transporte e processamento de combustíveis fósseis, em especial gás natural liquefeito (GNL).

O documento foi elaborado pelo Climate Action Tracker (CAT, na sigla em inglês), projeto independente que monitora as ações dos governos para enfrentar as mudanças climáticas e as contextualiza com o objetivo estabelecido pelo acordo de Paris de "manter o aquecimento bem abaixo de 2°C e fazer esforços para limitar o aquecimento a 1,5°C".

O relatório destaca, por exemplo, os planos de construção de novas usinas de GNL na Alemanha, na Itália, na Grécia e na Holanda, enquanto países como Estados Unidos, Canadá, Catar, Egito e Argélia planejam aumentar suas exportações do combustível.

Em paralelo, muitos países produtores de combustíveis fósseis incrementaram a produção e governos em mais de uma dezena de países desenvolvidos estão reduzindo impostos sobre o consumo de combustível ou de energia, incentivando, assim, o consumo.

A ideia de aumentar o consumo de combustíveis fósseis para responder à atual crise energética foi questionada na terça-feira (14/6) pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que argumentou que investir recursos em carvão, petróleo ou gás para enfrentar as consequências da guerra na Ucrânia é "ilusório".

A BBC News Mundo (serviço em língua espanhola da BBC) conversou com Niklas Höhne, especialista do NewClimate Institute, organização sem fins lucrativos com sede em Berlim que é parte do consórcio que elabora o CAT, sobre os achados do estudo e sobre as necessidades que existem hoje no contexto do combate às mudanças climáticas.

BBC News Mundo - O Climate Action Tracker elaborou um estudo sobre a resposta global à guerra da Ucrânia na perspectiva do combate às mudanças climáticas. Quais as conclusões?

Niklas Höhne - No momento há governos que estão tratando de fazer as coisas de maneira diferente por causa da crise energética. Têm que responder à atual situação em que não podem seguir importando combustíveis fósseis da Rússia.

E eles podem fazer duas coisas: tentar obter combustível de outro lugar ou trabalhar para aumentar a eficiência e aproveitar melhor a energia renovável.

Infelizmente, descobrimos que a maioria dos países está passando por uma espécie de "febre do ouro" em busca de novas infraestruturas em torno dos combustíveis fósseis, novos gasodutos de gás natural liquefeito (GNL), novos portos de GNL e novos campos de óleo e gás.

Isso é muito contraproducente para a política de combate à mudança climática porque, uma vez construída essa infraestrutura, ela será usada por várias décadas e nos prenderá a um futuro com muito carbono.

BBC News Mundo - Por que as novas infraestruturas seriam usadas por várias décadas?

Höhne - A questão sobre as novas infraestruturas é que é caro construir um gasoduto, por exemplo, e isso significa que, uma vez que você o constrói, os investidores vão querer usá-lo por décadas.

O problema é que queremos reduzir o consumo de gás para zero globalmente até meados do século — e se agora construirmos uma nova infraestrutura, essa redução será muito difícil. Esses investimentos nos vincularão a altas emissões de gases de efeito estufa ou acabarão como ativos ociosos.


BBC News Mundo - O senhor se mostra preocupado com a construção dessas novas infraestruturas. Mas de que outras maneiras os governos estão trabalhando contra as metas climáticas em meio à crise atual?

Höhne - O principal problema é a infraestrutura, mas há outra questão - quase todos os governos que avaliamos têm acenado aos consumidores com reduções de impostos sobre combustíveis fósseis. Isso não é uma boa ideia.

Entendo que os governos queiram ajudar os consumidores e a indústria, mas devem apoiar apenas aqueles que realmente necessitam, mais para a população pobre ou para a indústria que está realmente em perigo.

Mas o que estão fazendo é reduzir os impostos sobre os combustíveis fósseis [de maneira ampla], reduzindo assim os custos para todos os cidadãos e empresas petrolíferas, mesmo aqueles que podem pagar e que podem abandonar os combustíveis fósseis. Isso também não é uma boa ideia.

BBC News Mundo - Mas no contexto atual, em que a inflação e os preços da energia estão tão altos, quais são as alternativas para os governos? Muitas pessoas hoje têm dificuldade de encher o tanque para ir trabalhar. Existe alguma solução viável?

Höhne - Sim, se a ideia é compensar o aumento dos preços de energia, então deve-se compensar as famílias mais pobres, e não as mais ricas.

Alguns sugeriram uma política de compensação com base per capita, para que cada pessoa recebesse a mesma quantia. Outros dizem que é melhor passar pelo sistema tributário, para que a população pobre receba um incentivo fiscal adicional ou dinheiro extra no bolso, o que definitivamente seria possível e seria uma opção melhor.

A verdadeira solução a longo prazo, entretanto, é economizar energia e usar mais energia renovável. Economizar energia é sempre uma opção lucrativa.

Por exemplo, dirigir mais devagar, diminuir um pouco o aquecimento no inverno, restringir o acesso de carros às cidades para que as pessoas usem o transporte público. Subsidiar mais o transporte público para que as pessoas não usem carros, mas sim transporte coletivo — são muitas as opções para os governos ajudarem seus cidadãos e empresas nesta crise.

BBC News Mundo - No relatório, o senhor aponta que a maioria dos países ocidentais procurou reduzir ou parar completamente de comprar combustíveis fósseis da Rússia, e muitos anunciaram metas ambiciosas para a transição para fontes de energia renováveis, como eólica e solar. Isso não é bom para a luta contra as mudanças climáticas?


Höhne - Sim, há coisas que alguns países estão fazendo bem. Vários aumentaram suas metas para energia renovável e alguns também introduziram subsídios para o transporte público.

Tudo bem, mas estamos tão atrasados ​​na política climática e precisamos cortar as emissões tão drasticamente que não temos tempo para cometer erros.

A Agência Internacional de Energia diz que, a partir de agora, não devemos investir em nenhuma nova infraestrutura de combustíveis fósseis. E se agora vemos uma "corrida do ouro" em investimentos em infraestrutura de energia de combustíveis fósseis, isso seria um problema sério nesse sentido.

Neste momento, devemos usar o mesmo dinheiro, esforço e tempo para impulsionar a eficiência energética e energia renovável, e não expandir a infraestrutura de combustíveis fósseis.

BBC News Mundo - Mas é realmente possível aproveitar no curto prazo as fontes renováveis ​​para resolver a crise atual?


Höhne - Bom, a expansão das energias renováveis ​​não é rápida, mas a construção de um novo gasoduto ou a construção de um novo terminal de GNL também não. Na essência, é o mesmo problema.


O mais rápido é reduzir o consumo de energia — dirigindo mais devagar ou diminuindo o aquecimento. Isso seria muito rápido, mas infelizmente muitos governos não estão usando essa opção.


BBC News Mundo - O relatório do CAT não menciona a China, o maior consumidor de energia do mundo. Qual sua opinião sobre a resposta de Pequim a esta crise?


Höhne - Acho que a China tem sido um pouco menos afetada pela crise. O país tem algum comércio de energia com a Rússia, mas não é tão dependente quanto a Europa.


A China também está pensando em aumentar suas metas para energia renovável. Isso seria bom. Mas, ao mesmo tempo, tem considerado comprar petróleo e gás mais baratos da Rússia. Em condições de mercado, até poderia ser, mas por outras razões isso não seria um bom sinal.



A China é muito importante do ponto de vista climático. É responsável por um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa, e o que acontece lá é muito importante para as emissões globais e o clima do planeta.


BBC News Mundo - E a América Latina? Não há menção a países latino-americanos no relatório.


Höhne - Não. Atualmente, as exportações de GNL e gás estão mais concentradas na América do Norte, África e Ásia.


Mas há outra coisa positiva que vimos: alguns governos estão fazendo acordos para fornecer ou comprar hidrogênio verde. Acho que é uma nova oportunidade. Pensávamos que isso aconteceria em cinco anos ou mais, mas já está acontecendo agora. Portanto, há uma aceleração que é boa.


A América Latina tem muito potencial para energia renovável. Poderia pensar em exportar hidrogênio verde feito a partir de energia renovável e vendê-lo para a Europa ou outras regiões, e acho que seria uma boa oportunidade de negócio.


BBC News Mundo - O senhor tem outras recomendações ou soluções alternativas para esta crise?


Höhne - Tem mais uma coisa. Muitas empresas de combustíveis fósseis estão tendo lucros recordes porque os preços da energia estão altos, enquanto os custos de produção permanecem os mesmos.



Alguns governos começaram a tributar esses lucros adicionais e investir os recursos arrecadados em energias renováveis. Apenas alguns, entretanto, o fizeram — e essa poderia ser outra medida tomada pelos governos neste momento.


- Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-61805434

Por BBC, Ángel Bermúdez

Covid-19: Brasil tem 20,1 mil novos casos e 94 óbitos em 24 horas

O mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde atualizou hoje (18) os números da pandemia de covid-19 no Brasil. Segundo o levantamento, o Brasil registrou, em 24 horas, 20.127 novos casos de covid-19.

No total, o país contabiliza 31.693.502 registros da doença. Destes, 684.727 (2,2%) seguem em acompanhamento, ou seja, são casos ativos.

As secretarias estaduais de saúde registraram 94 mortes por covid-19 em 24 horas. No total, a pandemia resultou em 669.010 óbitos no país.

O número de recuperados é de 95,7% do total - 30,3 milhões de brasileiros são considerados curados.

O informativo mostra ainda que houve 110 óbitos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) nos últimos 3 dias. Há também 3.230 óbitos por SRAG em investigação, e que ainda necessitam de exames laboratoriais confirmatórios para serem relacionados à covid-19.
Estados

Segundo o balanço do Ministério da Saúde, no topo do ranking de estados com mais mortes por covid-19 registradas até o momento estão São Paulo (170.152), Rio de Janeiro (73.957), Minas Gerais (61.843), Paraná (43.520) e Rio Grande do Sul (39.838).

Já os estados com menos óbitos resultantes da pandemia são Acre (2.002), Amapá (2.140), Roraima (2.152), Tocantins (4.157) e Sergipe (6.353).
Vacinação

Até esta sexta-feira (17), foram aplicadas 443 milhões de doses, sendo 177,4 milhões referentes à 1ª dose e 159,9 milhões relativas à 2ª dose. Outras 90 milhões de doses dizem respeito à primeira dose de reforço, enquanto 6,6 milhões são da segunda dose de reforço. As vacinas de dose única - protocolo que já não é mais usado - foram 4,9 milhões.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira
Por Agência Brasil - Brasília

Lula admite que pediu libertação de sequestradores de Abílio Diniz a FHC

O ex-presidente e pré-candidato ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou na noite desta sexta-feira, 17, que intercedeu junto ao então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998, pela libertação dos sequestradores do empresário Abílio Diniz.

De acordo com informações do jornal O Estado de São Paulo, a declaração foi dada em evento do PT em Maceió, durante uma série de visitas do petista ao Nordeste.

Conforme o impresso, Lula admitiu a participação no processo que culminou na extradição dos envolvidos, que eram estrangeiros, enquanto falava sobre sua amizade com o senador Renan Calheiros (MDB), um dos ministros da Justiça nos governos de FHC.

“Eles iam entrar em greve seca, que é ficar sem comer e sem beber, e aí é morte certa. Aí, eu então fui procurar o ministro da Justiça, Renan Calheiros, que depois de uma longa conversa me disse para falar com o presidente Fernando Henrique Cardoso, porque ele teria toda disposição de mandar soltar o pessoal”, disse Lula.

Durante o relato, o petista recordou que à época do crime os sequestradores teriam afirmado que foram obrigados a vestir camisetas com a logomarca do PT, para que o partido fosse relacionado ao caso, fato nunca confirmado.

Lula seguiu a narrativa dizendo que, de fato, foi procurar o tucano: “Eu disse ‘Fernando, você tem a chance de passar para história como um democrata ou como o presidente que permitiu que dez jovens que cometeram um erro morressem na cadeia, e isso não vai (se) apagar nunca’”.

De acordo com Lula, FHC teria garantido que concederia a soltura se o petista convencesse os presos a encerrarem a greve de fome. Logo após, o ex-presidente diz que foi à cadeia onde estavam os detentos e pediu a palavra do grupo de que encerrariam a greve de fome para que fossem soltos. “Hoje não sei onde estão”, finalizou.

Em abril de 1998, no último ano do primeiro mandato de FHC, o governo federal deu andamento ao processo de extradição dos sequestradores estrangeiros, mas nunca admitiu relação da decisão tomada com a ameaça de greve de fome.

Bahia registra 4.000 casos ativos de Covid-19 e mais 6 óbitos

Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 887 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,06%) e 641 recuperados (+0,04%). Dos 1.558.963 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.524.982 já são considerados recuperados, 4.000 encontram-se ativos e 29.981 tiveram óbito confirmado. Nas últimas 24h, o estado registrou 6 óbitos.

Os dados ainda podem sofrer alterações devido à instabilidade do sistema do Ministério da Saúde. A base ministerial tem, eventualmente, disponibilizado informações inconsistentes ou incompletas.

O boletim epidemiológico deste sábado (18) contabiliza ainda 1.901.154 casos descartados e 338.737 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até às 17 horas deste sábado. Na Bahia, 63.880 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para acessar o boletim completo, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.

Vacinação

Até o momento temos 11.608.765 pessoas vacinadas com a primeira dose, 10.706.117 com a segunda dose ou dose única, 6.157.263 com a dose de reforço e 443.069 com o segundo reforço. Do público de 5 a 11 anos, 961.497 crianças já foram imunizadas com a primeira dose e 539.135 já tomaram também a segunda dose.

Presidente do Equador declara estado de exceção devido a protestos

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, declarou estado de exceção em três províncias do país andino, em uma tentativa de acalmar protestos convocados por grupos indígenas contra políticas econômicas do governo.

A medida ficará em vigor por 30 dias nas províncias de Imbabura, Cotopaxi e Pichincha - o que inclui a capital Quito -, que registraram os protestos mais violentos, com ataques a plantações de flores e danos à infraestrutura.

O toque de recolher em Quito será das 22h às 5h (horário local) a partir deste sábado (18), disse Lasso no fim da sexta-feira, e reuniões de pessoas serão proibidas o dia inteiro nas províncias afetadas. Ele não disse por quanto tempo as medidas durarão.

“Pedi diálogo e a resposta foi mais violência, não há intenção de encontrar soluções”, disse Lasso, pela televisão.

Grupos indígenas começaram os protestos na segunda-feira, com manifestantes bloqueando ruas ao redor do país em oposição às políticas econômicas e sociais de Lasso, exigindo o congelamento do preço da gasolina, a interrupção de mais projetos de mineração e petróleo, e mais tempo para pequenos agricultores pagarem seus empréstimos bancários.

Lasso aumentará auxílio aos setores mais vulneráveis e subsidiará o custo de fertilizantes em 50% para fazendeiros pequenos e médios, e o banco publico perdoará empréstimos vencidos até 3 mil dólares.

Não haverá aumento no custo do diesel, gasolina e gás, acrescentou.

Leonidas Iza, presidente da organização indígena equatoriana Conaie, disse que as propostas de Lasso parcialmente resolvem os problemas, mas duvidou que serão implementadas, disse nas redes sociais.
Por Alexandra Valencia - Quito

Gasolina fica 5,18% mais cara a partir de hoje nas refinarias


O litro da gasolina ficou R$ 0,20 mais caro a partir de hoje (18), nas refinarias da Petrobras. Com isso, o preço do combustível vendido para as distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, um aumento de 5,18%.

Já o litro do diesel comercializado nas refinarias passou de R$ 4,91 para R$ 5,61, um aumento de R$ 0,70, ou 14,26%.
Gasolina

O preço final da gasolina, cobrado do consumidor, inclui ainda impostos, a mistura obrigatória de etanol anidro e as margens das distribuidoras e dos postos de gasolina. Segundo a Petrobras, a parcela da empresa no preço final ao consumidor passou de R$ 2,81 para R$ 2,96 por litro.

De acordo com a estatal, o combustível não era reajustado desde 11 de março, portanto, há 99 dias.
Diesel

Assim como acontece com a gasolina, o preço final do diesel, cobrado do consumidor, inclui impostos, margens de distribuidoras e postos de combustíveis e a adição obrigatória de biodiesel.

Segundo a empresa, a parcela da Petrobras no preço cobrado ao consumidor passará de R$ 4,42 para R$ 5,05 a cada litro vendido na bomba. O último reajuste ocorreu em 10 de maio, ou seja, há 39 dias.

Edição: Fábio 
Por Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Ministro do STF vai de jatinho bancado por advogado investigado a Paris para final da Champions

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma viagem, no estilo bate-e-volta, de Brasília a Paris para assistir à final da Champions League, o GP de Mônaco de Fórmula 1 e a jogos do torneio de tênis de Roland Garros.
A tour poderia ser um passeio normal, se o ministro não tivesse ido num jatinho particular, pertencente ao advogado Vinícius Peixoto Gonçalves, investigado pelo STF. Vinícius já foi denunciado pelo Ministério Público Federal como operador financeiro do ex-ministro das Minas e Energia Edison Lobão.

O nome dele apareceu nas investigações sobre pagamentos de propina relacionados às obras da usina nuclear de Angra 3.

Kassio fez a viagem na companhia de pelo menos um de seus filhos, no luxuoso jatinho Citation X do advogado.

O custo da viagem foi de, pelo menos, R$ 250 mil.

Boris Johnson fala em ‘fadiga da Ucrânia’ e destaca importância de manter apoio ao país

Um dia depois de fazer sua segunda visita a Kiev, o premiê britânico, Boris Johnson, alertou neste sábado (18) para o risco de uma “fadiga da Ucrânia” enquanto a guerra se arrasta.

“Os russos estão avançando, e é vital demonstrar que nós sabemos que a Ucrânia pode vencer e vencerá”, disse o primeiro-ministro a repórteres ao retornar ao Reino Unido.

Em meio a um desgaste doméstico, depois de sobreviver a um voto de confiança no Parlamento que deixou cicatrizes, Boris viu membros do seu Partido Conservador criticarem a decisão de viajar à Ucrânia em vez de participar de uma conferência no norte da Inglaterra.

“No momento em que uma fadiga da Ucrânia está se estabelecendo, é importante mostrar que estamos com eles a longo prazo, que estamos dando a eles a resiliência estratégica da qual precisam”, disse ele.

Folha de S. Paulo

Presidente do Equador decreta emergência em meio a protestos contra preço de combustíveis

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou nesta sexta-feira (17) estado de emergência em três províncias do país, inclusive na capital, em meio à onda de protestos com violência que já dura cinco dias, convocados por indígenas que exigem, sobretudo, a redução dos preços dos combustíveis.

“Prometo defender nossa capital e defender o país. Isso me obriga a declarar estado de emergência em Pichincha [onde fica a capital, Quito], Imbabura e Cotopaxi a partir da meia-noite de hoje”, disse o presidente em comunicado transmitido pela televisão.

Além dos preços da gasolina, os manifestantes protestam pela renegociação de dívidas dos trabalhadores rurais com bancos, contra o desemprego e pela concessão de licenças de mineração em territórios indígenas. Nesta sexta, uma fumaça preta produzida por pneus incendiados por manifestantes se elevava sobre a Ruta Viva, uma das vias de acesso ao aeroporto internacional da capital.

O estado de exceção habilita o presidente a mobilizar as Forças Armadas para manter a ordem interna, suspender direitos dos cidadãos e decretar toque de recolher.

Pressionado, Lasso também anunciou medidas econômicas, entre elas aumentar de US$ 50 (R$ 257,7) para US$ 55 (R$ 283,45) o auxílio econômico para famílias de baixa renda. Além disso, o Executivo também deve subsidiar em até 50% o preço da ureia agrícola, fertilizante usado no campo, para pequenos e médios produtores, e ordenou o perdão de empréstimos vencidos de até US$ 3.000 (R$ 15,5 mil) concedidos pelo banco estadual de desenvolvimento produtivo.

Os protestos bloqueiam rodovias e acessos a Quito desde segunda-feira (13) e deixaram pelo menos 43 feridos, incluindo militares, e 37 detidos.

As manifestações se concentraram nas províncias andinas de Pichincha e nas vizinhas Cotopaxi, no sul, e Imbabura, no norte do país, que têm alta presença de indígenas, que representam 1 milhão dos 17,7 milhões de equatorianos.

Mais cedo, Lasso se reuniu com prefeitos e governadores para discutir a situação. Também recebeu um grupo de indígenas na sede do governo para tentar negociar o fim dos protestos. Ele também recebeu uma centena de indígenas da província de Cotopaxi. “Não queremos derramamento de sangue, mais vandalismo, mais violência. O Equador é um país de paz”, afirmou o secretário da organização indígena Unoric, César Pérez, após os confrontos dos últimos dias entre manifestantes e policiais.

A mais importante organização indígena do país, Conaie, afirma que manterá os protestos até que o governo atenda a uma lista de dez demandas, que incluem a regulação do preço dos produtos agrícolas e a renegociação de dívidas bancárias de 4 milhões de famílias. A entidade participou de revoltas que derrubaram três presidentes do país entre 1997 e 2005.

Nesta sexta, a Conaie afirmou, por meio do seu responsável, Leonidas Iza, que, do seu lado, “não há nenhum diálogo” com o Executivo. Em 2019, protestos violentos contra o governo liderados pela organização deixaram 11 mortos e mais de 1.000 feridos. Iza chegou a ser detido em meio aos atos contra o governo, acusado de paralisar o serviço de transporte público ao bloquear estradas.

Plantadores e exportadores de flores, uma das principais atividades econômicas do país, afirmaram pelo Twitter que, por causa dos bloqueios de estradas, “a produção está se perdendo, as flores apodrecem”. O Ministério da Produção estima que os protestos já causaram um prejuízo de US$ 50 milhões (R$ 257,7 milhões).

A Igreja Católica, a Organização das Nações Unidas e universidades já se ofereceram para mediar um diálogo entre manifestantes e governos, o que foi apoiado por Lasso. “Essa é a forma que, dentro do Estado de Direito, do respeito à lei e à Constituição, podem-se resolver os problemas que se acumularam ao longo de décadas no Equador”, afirmou o presidente.

A Conaie também pede o fim da violência nos protestos, que já deixaram dez soldados e oito policiais feridos, além de 29 manifestantes detidos. Os indígenas relataram 14 feridos em incidentes. “Não se pode aceitar o vandalismo, o confronto, a violência”, afirmou Iza.

Para Simón Pachano, cientista político da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o movimento indígena “tem pouco poder politicamente, mas, em termos de um ator social que incide desde a política informal, é muito forte, principalmente na serra andina”, diz à AFP.

Para conter as manifestações, na avaliação de Pachano, o governo deve “ter uma política social clara, que atenda aos setores mais necessitados. O grande vazio do governo é que ele não tem uma gestão política, não sabe o que é política”, diz o analista.

Folha de S. Paulo

Ex-conselheiros da Petrobras dizem que CPI afastaria investidores e apontam interferência do governo ECONOMIA

Ex-conselheiros da Petrobras afirmam que a abertura de uma CPI para investigar a diretoria da estatal geraria insegurança, afugentaria investidores externos e poderia, inclusive, contribuir para paralisar a venda de refinarias.

Para um ex-integrante da cúpula da companhia, o fato de o presidente Jair Bolsonaro (PL) estimular o Congresso a abrir uma comissão de investigação já configuraria uma interferência na empresa, o que poderia ser interpretado como uma afronta à Lei das Estatais.

O argumento é que, ao gerar pressão extrema sobre o comando da companhia ameaçando abrir uma CPI que pode gerar grandes perdas, o governo pode acabar por direcionar ações lá dentro, o que seria uma intervenção.

A Lei das Estatais veda interferências do acionista controlador, neste caso a União, na Petrobras, e prevê sanções por abuso de poder.

Se vier a ser aberta uma CPI, conhecedores da legislação e ex-integrantes da Petrobras veem margem para que a diretoria da empresa ou acionistas minoritários acionem a Justiça contra a União.

As ações da Petrobras tiveram forte queda nesta sexta-feira (17), puxando a Bolsa de Valores brasileira para o fundo e piorando o fechamento de uma semana já negativa para o mercado diante da alta histórica dos juros nos Estados Unidos.

Depois de recuarem cerca de 10% nas cotações mínimas do dia, os papéis ordinários (PETR3) e preferenciais (PETR4) da petrolífera controlada pelo governo federal fecharam o pregão com perdas de 7,25% e 6,09%, respectivamente.

Fábio Zanini/Folhapress

STF convoca professores universitários para ajudar no combate à desinformação

Um grupo interdisciplinar formado por docentes de 12 universidades públicas foi convocado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para auxiliar a corte no Programa de Combate à Desinformação. Segundo o órgão, os professores terão a missão de colocar em prática projetos de campanhas, palestras e também pesquisas sobre como o Supremo deve atuar.

O tribunal destaca como ponto da estratégia para difundir informações corretas o que ele chama de tripé: explicar, traduzir e humanizar. Serão usados o site, as redes sociais e a TV Justiça como plataformas de relacionamento com o público.

“A desinformação está em todos os campos, e cabe a nós da universidade dar esse apoio ao STF, se juntar a outras organizações que estão participando dessa iniciativa para fortalecer essa ação”, diz Juliana Marques, da Universidade Estadual da Paraíba e doutoranda em ciência da informação. Ela representa a universidade, ao lado da professora Martha Simone Amorim, no programa do Supremo.

O programa foi criado em agosto de 2021 com o objetivo de “coibir práticas que afetam a confiança das pessoas no STF, distorcem ou alteram o significado das decisões e colocam em risco direitos fundamentais e a estabilidade democrática”.

O STF informou que priorizou a adesão de universidades públicas como parceiras na primeira etapa do programa. Foram enviados ofícios às entidades convidando para a parceria com o tribunal, caso tivessem projetos ou especialistas nessa área.

Segundo o tribunal, foram realizadas reuniões individuais com cada instituição para discutir os termos da cooperação, que envolvem diversas ações de acordo com as pesquisas/atividades realizadas pelas respectivas universidades no tema desinformação.

De acordo com pesquisa Datafolha de dezembro de 2021, 23% dos brasileiros veem como ótimo ou bom o trabalho do STF, enquanto 37% o consideram regular, e 34%, ruim ou péssimo.

A UEPB tem atuado com dois trabalhos em curso. Um deles é um programa de extensão com escola de ensino médio de João Pessoa com oficinas de combate à desinformação e de letramento informacional. Essas oficinas também são oferecidas para estudantes do nível superior de áreas diversas da comunicação, ciência da informação e biblioteconomia.

O outro programa é voltado para ações legislativas, com vereadores de câmaras de municípios da área do brejo paraibano.

“Geralmente são vereadores de câmaras de poucos recursos. Alguns não têm nem assessor para orientações básicas, o grau de escolaridade é baixo. São pessoas que estão muito suscetíveis a essas nuances de desinformação sempre presente em nossa sociedade”, diz Juliana, da UEPB.

As federais do, do Ceará, do Espírito Santo, do Tocantins, do Mato Grosso e de Roraima; e as estaduais de São Paulo (USP), Londrina, Ponta Grossa, Ceará, Goiás e Santa Catarina também estão no programa.

As redes sociais serão um dos principais focos da ação. A ideia é que sejam publicados vídeos nas plataformas, como o TikTok, e haja produção de conteúdos específicos para crianças, jovens e adolescentes.

Segundo Rodrigo Messias de Souza, diretor do Instituto Acadêmico de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Goiás, representante da entidade no programa, a potencialização das redes sociais faz com que uma desinformação seja replicada de maneira mais ágil.

“O que antes ficava por conta do papel, ou da transmissão de uma conversa, hoje nas redes é uma ação que se multiplica de uma maneira muito rápida”, diz Souza.

Para ele, assim como o uso das redes permite a ação antiética que transmite a desinformação, “também é possível, com essa mesma potencialidade, transmitir a informação”.

O STF diz que vem mantendo o diálogo com as plataformas e aplicativos desde a criação do programa.

“Foram realizadas diversas reuniões com as empresas, mas no primeiro momento, a estratégia do STF foi priorizar as universidades públicas e a sociedade civil. As conversas com as plataformas e aplicativos prosseguem, mas sem previsão de parcerias neste momento.”

Segundo os docentes, o combate à desinformação deve ser tratado desde a formação educacional. Para eles, a falta de uma formação midiática educativa faz com que o indivíduo não consiga perceber e diferenciar o que é falso.

Gabriela Belmont de Farias, docente do programa de pós-graduação em ciência da informação da Universidade Estadual do Ceará, representante da entidade no programa do STF, entende que a liberdade de expressão acaba sendo usada muitas vezes fora do contexto para distorcer uma situação e dar outro entendimento ao que está sendo passado.

“Acredito que as pessoas não entendem as responsabilidades quando utilizam a liberdade de expressão. Quando temos a consciência, a ética e a responsabilidade sobre isso, a gente tem mais pudor no sentido de saber o que estamos transmitindo.”

Emerson Vicente / Folha de São Paulo

Sem ir às ruas, Lula fará aparição em ambiente aberto neste sábado BRASIL

Sem se expor ao público em ambientes abertos, Lula optou por fazer aparições dessa natureza em sua passagem pelo Nordeste. Neste sábado, de acordo com informações da Coluna do Estadão, a previsão é de que ele vai assistir a uma apresentação de artistas na Praça São Francisco, em São Cristóvão (SE).

Conforme a publicação, há certa tensão no ar entre petistas. Além da preocupação com a segurança, aliados do presidenciável dizem temer possíveis violações das regras do período pré-eleitoral – os políticos ainda não podem pedir voto.

Antes de ir à praça, Lula vai participar de ato no Centro de Convenções de Sergipe, em Aracaju, onde o público vai passar por detector de metais e revista individual.

Segundo o Estadão, petistas estimam a lotação máxima em cerca de 3.000 pessoas, mas o site da empresa que administra o espaço fala em capacidade para 6.500 convidados.

Governo reduz imposto de importação sobre medicamentos com risco de desabastecimento

A Camex (Câmara de Comércio Exterior), vinculada ao Ministério da Economia, anunciou nesta sexta-feira (17) a prorrogação da redução do imposto de importação sobre insumos relacionados ao combate da pandemia de Covid-19. Na lista, incluiu medicamentos com risco de desabastecimento, como ocitocina e neostigmina.

“Foram incluídos 13 novos insumos farmacêuticos/medicamentos, com base em recomendações do Ministério da Saúde”, afirmou a Camex, em nota.

No início de junho, entidades médicas enviaram ao Ministério da Saúde um alerta sobre o baixo estoque de cinco medicamentos de uso hospitalar e pré-hospitalar: dipirona, neostigmina, atropina, amicacina e ocitocina, todos injetáveis. Como mostrou a Folha, as associações pediam que a pasta ajudasse na regulação do mercado.

Para a “lista Covid”, segundo o Ministério da Economia, o prazo que expiraria em 30 de junho foi estendido até o fim de 2022.

“Como resultado, continuará zerada a alíquota de uma ampla lista, composta por 645 produtos, que inclui medicamentos, equipamentos hospitalares, itens de higiene pessoal e outros insumos utilizados no enfrentamento à Covid-19”, disse.

Segundo representantes de associações médicas, a decisão irá ajudar a resolver parte do problema do baixo estoque de remédios. No entanto, ainda há medicamentos em falta que não apareceram na lista. Na próxima segunda-feira (20), membros das associações irão se reunir para mapear outros produtos que correm risco de desabastecimento.

O secretário-executivo do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Mauro Junqueira, disse que os municípios e hospitais continuam com dificuldade para comprar tais medicamentos.

“Várias ações são importantes [para regular o mercado], como a importação desse produto e a proibição da exportação, que o Ministério da Saúde está discutindo para os produtos que estão em falta. Vamos aguardar para ver se resolve”, afirmou.

A “lista Covid” foi elaborada com o objetivo de incrementar a oferta de medicamentos destinados a combater a pandemia, bem como de máquinas e insumos utilizados para a fabricação nacional desses produtos. O objetivo é aumentar sua disponibilidade, diminuir os custos para o sistema de saúde brasileiro e para o cidadão.

Medicamentos como cloroquina, ivermectina e azitromicina continuam recebendo benefícios fiscais concedidos a produtos de combate ao coronavírus, embora tenham a eficácia descartada pela comunidade científica.

Os principais medicamentos que integram o chamado kit Covid se mantiveram em alta em 2021, com vendas que representam mais do que o dobro do registrado no período pré-pandemia.

Em janeiro, o Ministério da Saúde barrou a publicação de uma diretriz elaborada por especialistas que contraindicava o uso do kit Covid no SUS (Sistema Único de Saúde).

O texto não teria poder de proibir médicos de utilizarem o kit Covid, mas representaria um revés para as bandeiras negacionistas do governo Jair Bolsonaro (PL), pois seria uma orientação da Saúde contrária ao chamado tratamento precoce. Ou seja, ao uso de medicamentos sem eficácia.

Nesta sexta, a Camex também anunciou a redução na cobrança do imposto de importação sobre videogames e acessórios. O corte foi antecipado por Bolsonaro nas redes sociais na quinta (16). Segundo o presidente, a determinação entrará em vigor a partir de 1º de julho.

As alíquotas incidentes sobre as importações de partes e acessórios dos consoles e das máquinas de jogos de vídeo passarão de 16% para 12%, enquanto será zerada a cobrança do imposto sobre videogames com tela incorporada, portáteis ou não, e suas partes. Hoje, a tarifa cobrada é de 16%.

Essa é a quarta vez que o governo promove algum tipo de desoneração tributária para videogames. Em agosto de 2021, reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) desses produtos. Na época, as tarifas cobradas sobre consoles caíram de 30% para 20%.

Segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto a menos de quatro meses das eleições, Bolsonaro vem promovendo uma série de reduções em impostos. Em 23 de maio, a Camex aprovou um corte de 10% nas alíquotas do imposto de importação sobre itens básicos. Feijão, carne, massas, arroz e materiais de construção estavam entre os produtos incluídos na redução tarifária.

Raquel Lopes e Nathalia Garcia / Folha de São Paulo

Bahia registra 253 novos casos de Covid-19 e mais seis óbitos

Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 253 casos de Covid-19 e seis mortes. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), de 1.558.076 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.524.341 são considerados recuperados, 3.760 encontram-se ativos e 29.975 pessoas foram a óbito.

Segundo a Sesab, o boletim epidemiológico desta sexta-feira (17) contabiliza ainda 1.900.603 casos descartados e 338.392 em investigação. Na Bahia, 63.843 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Vacinação

A secretaria ainda informa que 11.608.313 pessoas foram vacinadas contra a Covid-19 com a primeira dose, 10.706.000 com a segunda ou dose única, 6.120.968 com a de reforço e 441.517 com o segundo reforço. Do público de 5 a 11 anos, 960.983 crianças foram imunizadas com a primeira dose e 538.772 tomaram também a segunda.

Brasil registra 76 mortes por Covid e mais de 30 mil casos em 24 horas BRASIL

O Brasil registrou 76 mortes por Covid nesta sexta (17). Com isso, o país tem uma média móvel de 137 -um aumento de 31,7% comparado ao dado de duas semanas atrás.

O país somou 30.424 infecções pelo Sars-CoV-2 nas últimas 24 horas. A média móvel de infecções está em 36.447-alta de 10,59% em relação aos dados de duas semanas atrás.
Com as informações desta sexta, o Brasil chega a 668.968 vidas perdidas e a 31.671.199 infectados pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia.

Minas Gerais e Roraima não atualizaram os dados. Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins não registraram mortes.

Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

O consórcio de veículos de imprensa deixou de atualizar os números de vacinados contra a Covid-19 nos fins de semana e feriados prolongados. Nos demais dias, os dados serão atualizados normalmente. A medida visa evitar imprecisões nos números informados ao leitor.

A mudança se deve a problemas na consolidação dos dados de vacinação pelas secretarias estaduais. Diversos estados já não atualizam o total de vacinados aos fins de semana e feriados, e mesmo os que o fazem, por vezes, informam números desatualizados, que não correspondem à realidade e costumam ser corrigidos nos dias seguintes.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (PL), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.

Folhapress

Ações da Petrobras afundam e Bolsa perde os 100 mil pontos ECONOMIA

As ações da Petrobras tiveram forte queda nesta sexta-feira (17), puxando a Bolsa de Valores brasileira para o fundo e piorando o fechamento de uma semana já negativa para o mercado diante da alta histórica dos juros nos Estados Unidos.Depois de recuarem cerca de 10% nas cotações mínimas do dia, os papéis ordinários (PETR3) e preferenciais (PETR4) da petrolífera controlada pelo governo federal fecharam o pregão com perdas de 7,25% e 6,09%, respectivamente.

Críticas de políticos ao aumento nos preços dos combustíveis aplicado pela companhia pesaram no desempenho dos papéis da empresa nesta sessão.


O Ibovespa tombou 2,90%, aos 99.824 pontos. Essa é a pontuação mais baixa para um fechamento do índice de referência da Bolsa desde o início de novembro de 2020, última vez que o indicador havia ficado abaixo dos 100 mil pontos.

Refletindo o movimento de aversão ao risco no mercado doméstico, o dólar comercial subiu 2,32%, cotado a R$ 5,1460 na venda.

O Ibovespa tombou 2,90%, aos 99.824 pontos. Essa é a pontuação mais baixa para um fechamento do índice de referência da Bolsa desde o início de novembro de 2020, última vez que o indicador havia ficado abaixo dos 100 mil pontos.

Refletindo o movimento de aversão ao risco no mercado doméstico, o dólar comercial subiu 2,32%, cotado a R$ 5,1460 na venda.

Projeções da Ativa Research consideram que o reajuste da gasolina reduz a defasagem do preço nas refinarias brasileiras de 41% para 34% em relação aos custos no exterior, considerando os atuais preços internacionais e a taxa de câmbio.

“O reajuste deveria, de alguma maneira, melhorar a perspectiva sobre a companhia. O fato é que, em ano eleitoral, políticos de alto escalão, do Legislativo e Executivo, já fizeram fortes afirmações, gerando receios sobre o futuro da empresa”, comentou Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa.

Engrenagem central do motor da inflação global, o preço de referência do petróleo bruto subiu cerca de 50% neste ano.

A alta é atribuída à Guerra da Ucrânia e suas consequências, como os embargos à matéria-prima da Rússia, e à decisão da Opep (cartel de países produtores) de aumentar lentamente a oferta mesmo diante do crescimento da demanda após diversos países reduzirem restrições contra a Covid.

No final da tarde desta sexta, porém, o preço caía 5,54%, com o barril do Brent cotado a US$ 113,17 (R$ 580,64). A queda no dia é atribuída à expectativa de resfriamento da demanda após a alta dos juros nos Estados Unidos ampliar riscos de uma recessão global.

Em Nova York, o mercado de ações ensaiou uma modesta recuperação. O índice de referência S&P 500 subiu 0,22%, enquanto o Dow Jones caiu 0,13%. O indicador focado no setor de tecnologia Nasdaq avançou 1,43%.

A turbulência do mercado local nesta sexta também contou com uma parcela de ajustes de investidores à forte queda das bolsas internacionais na véspera, quando os ativos brasileiros não tiveram negociações devido ao feriado de Corpus Christi.

Os mercados de ações globais mergulharam em pessimismo nesta quinta-feira (16), um dia após o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) ter confirmado um aumento de 0,75 ponto percentual da sua taxa de juros. É a maior alta aplicada pela autoridade monetária dos Estados Unidos desde 1994.

O aumento aplicado nesta quinta pelo Fed elevou a taxa de referência para o empréstimo diário entre bancos (parâmetro para o setor de crédito em geral) para um intervalo entre 1,5% e 1,75% ao ano. O ciclo de aumentos, porém, está longe do fim.

Projeções divulgadas pelos jornais The Wall Street Journal e Financial Times apontam para uma taxa perto de 3,4% ao final deste ano, ou um adicional de aproximadamente 1,75 ponto percentual nas próximas quatro reuniões das autoridades que compõem o Fomc, o conselho monetário do Fed.

Após a divulgação da decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse esperar que altas dessa magnitude não se tornem comuns, mas também comentou que considera provável um novo aumento entre 0,50 e 0,75 ponto na próxima reunião do órgão.

Powell reforçou que os próximos passos serão ditados pelas pressões inflacionárias, destacando em seu comentário os problemas na cadeia global de abastecimento decorrentes da Covid na China e da Guerra da Ucrânia.

Também na última quarta-feira (15), o Banco Central do Brasil elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, a 13,25% ao ano.

OSCILAÇÕES AGRESSIVAS PODEM LEVAR AÇÕES A LEILÃO

Desvalorizações ou valorizações superiores a 10% das ações de uma empresa podem fazer com que a Bolsa leve esses papéis a leilão, como é chamado o mecanismo para evitar oscilações prejudiciais à operação.

No caso de um pregão em andamento, essa queda precisa ser em relação ao valor do ativo na abertura do mercado. Nesta sexta, a queda de aproximadamente 10% das ações da Petrobras ocorreu em relação ao fechamento do dia anterior e não sobre o valor de abertura.

Uma ação que entra em leilão passa a ser negociada fora do pregão. Ela entra para um sistema fechado de ofertas por cinco minutos. O período pode ser prorrogado diversas vezes até que haja a estabilização do preço.

A suspensão temporária também depende de outros fatores, como a comparação da movimentação no dia com a média recente.

Nenhum dos parâmetros necessários para o leilão foram atingidos pelos papéis da Petrobras nesta sessão, segundo a B3, a Bolsa de Valores brasileira.

Clayton Castelani/Folhapress

Reação a reajustes dos combustíveis acende alerta entre acionistas da Petrobras ECONOMIA

As fortes reações aos reajustes nos preços da gasolina e do diesel acenderam um sinal de alerta entre acionistas minoritários da Petrobras. Eles temem um avanço do governo e de partidos do centrão sobre a estratégia e diretorias da estatal.

Representante dos minoritários no conselho de administração, o advogado Francisco Petros chegou a enviar uma carta aos ministérios de Minas e Energia e da Casa Civil para tentar abrir um espaço para negociações.

No texto, ele sugere congelamento de reajustes por 45 dias em troca de manutenção do sistema de governança da companhia, que foi reforçado no governo Michel Temer (MDB) para melhorar a blindagem da estatal contra ingerências políticas.

Logo após os reajustes, a direção da Petrobras recebeu duras críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL), que defendeu uma CPI para investigar a empresa, e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que prometeu que “vai para o pau” para “rever tudo de preços”.

Bolsonaro tenta mudar o comando da estatal desde o fim de maio, quando indicou Caio Paes de Andrade para substituir José Mauro Coelho na presidência da companhia, mas o processo esbarra nas regras de governança.

Andrade só pode assumir após avaliação de seu nome em assembleia de acionistas, que só será convocada depois de análise dos currículos de dez nomes indicados pelo governo para renovar o conselho.

Após a convocação da assembleia, é necessário respeitar um prazo mínimo de 30 dias para a realização do encontro. O governo tenta forçar a renúncia de Coelho para agilizar a troca no comando, mas ainda não teve sucesso.

Minoritários temem o avanço de partidos do Centrão sobre a direção da empresa, que deve ser renovada com a chegada de Paes de Andrade. Um representante de investidores privados diz que a batalha agora não é mais pelos preços, mas pela diretoria.

O PP de Lira e do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tinha forte ingerência sobre indicações políticas na estatal durante o governo Lula. Ao partido é atribuída a indicação de Paulo Roberto Costa, o primeiro delator da Operação Lava Jato, à diretoria que cuidava da área de refino na época.

Nogueira foi mais um dos aliados de Bolsonaro a se manifestar sobre o reajuste. Ao saber da rejeição do conselho de administração ao apelo para segurar reajustes, disse que a Petrobras abandonou os brasileiros.

Bolsonaro defende que quer acabar com a “caixa-preta” da Petrobras, mas uma mudança na política de preços dependeria de revisão do estatuto da estatal, que, em respeito à Lei das Estatais, impede operações deficitárias para fazer política pública.

O texto determina que, nesses casos, as operações devem ser alvo de convênio ou contrato e os prejuízos devem ser ressarcidos pelo acionista controlador. Rever o estatuto também depende de convocação de assembleia de acionistas.

O temor de interferências na governança da empresa ganhou força com as recentes trocas no comando e com a indicação de uma lista de novos conselheiros formada em sua maioria por ocupantes de cargos públicos, incluindo o número dois de Nogueira na Casa Civil, Jonathas Assunção.

A avaliação é que Bolsonaro quer ter um conselho mais alinhado para forçar mudanças na gestão da empresa. Há, porém, questionamentos sobre a compatibilidade de alguns dos indicados com as regras estabelecidas pela Lei das Estatais.

Paes de Andrade, por exemplo, não tem experiência no setor de petróleo nem em empresas do porte da Petrobras, como exige a lei. Assunção, por sua vez, ocupa cargo de natureza especial no governo, o que é vedado pela lei.

Nicola Pamplona/Folhapress

PL com 14º do INSS pode abrir caminho para revogar desonerações.

O projeto de lei 4367/2020, que cria um 14º salário para os aposentados do INSS, contou com o apoio inicial de técnicos do Ministério da Economia porque abre caminho para acabar com isenções fiscais de diversos setores.

A articulação para aprovar o PL na próxima semana foi revelada pelo jornal O Globo.

Quando o projeto, de autoria do deputado Pompeu de Mattos (PDT-RS), estava na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara, o então relator, Fábio Mitidieri (PSD-SE) reuniu-se com técnicos da pasta que repassaram uma lista de isenções tributárias e desonerações que, se revogadas, poderiam servir para custear o benefício.

A relação de uma dezena de itens inclui incentivos para estaleiros navais, para a indústria cinematográfica brasileira e produções audiovisuais, além de redução de impostos para importação de medicamentos do Mercosul e para a receita bruta da venda de gás natural canalizado e de carvão mineral para a produção de energia. Eles foram incluídos em outro projeto de lei, o 3203/2021.

A vantagem estaria no fato de que, politicamente, é mais fácil ter apoio ao 14º salário do INSS, que seria pago apenas por dois anos. Ao condicionar uma aprovação à outra, a União teria, posteriormente aproximadamente R$ 22 bilhões para gastar livremente.

Quando o assunto chegou à cúpula do ministério, no entanto, houve veto ao avanço da proposta. Em reunião na terça-feira (14) com o relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Ricardo Silva (PSD-SP), o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) se recusou-se a negociar, alegando que, mesmo com a fonte de recursos, a aprovação feriria o teto de gastos.

Como Ricardo Silva insistiu em levar a proposta adiante, o presidente da CCJ, Arthur Maia (União-BA), interrompeu a sessão e, assim, evitou a análise de um requerimento para incluir a proposta na pauta. Mas agora ele mesmo admite que o texto deve ir em breve à votação.

Ricardo Silva continua recolhendo assinaturas para pedir a inclusão do projeto na CCJ e diz faltarem apenas seis. Caso seja aprovado, como é terminativo, segue direto para o Senado, sem passar pelo plenário da Câmara.

O 14º salário para aposentados do INSS foi apresentado como uma forma de compensá-los pelos impactos da pandemia de coronavírus, já que não foram beneficiados por outros programas, como o Auxílio Brasil. Para 2021, o impacto previsto é de R$ 42 bilhões.

O Ministério da Economia foi procurado, mas não retornou até a publicação.

Fábio Zanini/Folhapress

Brasil confirma 7º caso de varíola dos macacos, com paciente no RS

O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira (17) o sétimo caso de varíola dos macacos no Brasil. O homem, de 34 anos, mora em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e voltou de uma viagem à Europa.

Este é o segundo caso confirmado no Rio Grande do Sul, mas a Secretaria da Saúde do estado afirmou que eles não têm relação entre si. As duas infecções são consideradas importadas porque os pacientes estiveram recentemente em outros países.

O primeiro caso, anunciado no domingo (12), é o de um homem de 51 anos que mora em Portugal e viajou para Porto Alegre.

A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul afirmou que o quadro de saúde do paciente que teve o diagnóstico confirmado nesta sexta-feira é estável. Ele está em isolamento domiciliar.

“O homem passou por atendimento médico nas últimas semanas e encontra-se em acompanhamento médico, apresenta quadro clínico estável, sem complicações e está sendo monitorado assim como seus contatos pelas Secretarias de Saúde do Estado e do Município”, disse em nota.

O diagnóstico foi feito pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo -um dos quatro laboratórios que estão à frente dos casos suspeitos de varíola dos macacos no Brasil.

Dos sete casos confirmados no país, quatro são de São Paulo, dois do Rio Grande do Sul e um do Rio de Janeiro. Outros nove casos estão sendo investigados. O primeiro caso foi registrado em 8 de junho.

“As medidas de controle foram adotadas de forma imediata, como isolamento e rastreamento de contatos em voo internacional com o apoio da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, afirmou o ministério.

No começo do mês, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que o governo estuda a compra da vacina da varíola para grupos específicos, como profissionais de saúde que vivem em regiões de fronteira ou lidam diretamente com os casos.

Os principais sinais e sintomas da varíola dos macacos são febre, erupções na pele e aumento dos gânglios linfáticos (adenomegalia).

O último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde sobre a doença indica que 2.149 casos já foram confirmados em 37 países. Na próxima semana, a OMS (Organização Mundial da Saúde) vai avaliar se o surto de varíola dos macacos representa uma emergência de saúde pública de interesse internacional.

Thaísa Oliveira/Folhapress

Avião da PF chega a Brasília com restos mortais de desaparecidos

O avião da Polícia Federal (PF) que transportou os remanescentes humanos encontrados durante as buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips pousou, por volta das 18h30, no Aeroporto de Brasília. O material está sendo levado para o Instituto Nacional de Criminalística , onde será periciado para confirmação da identidade.

Ontem (15), a PF confirmou que foram encontrados restos mortais durante as buscas que foram realizadas com a presença do pescador Amarildo da Costa Pereira, conhecido como "Pelado”. Ele confessou a participação no desaparecimento e indicou o local onde os corpos foram enterrados.

Diante da confissão, a PF foi até o local, onde foi realizada a reconstituição da cena do crime. Durante as escavações, as equipes encontraram remanescentes humanos em uma área de mata fechada.

As investigações continuam para apuração da suposta participação de mais pessoas no desaparecimento e para encontrar o barco utilizado pelos suspeitos para executar os crime.

O indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian no Brasil estavam desaparecidos desde 5 de junho, na região do Vale do Javari, no oeste do Amazonas.

De acordo com a coordenação da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno Pereira e Dom Phillips chegaram na sexta-feira (3) no Lago do Jaburu, nas proximidades do rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e fizesse entrevistas com indígenas.

Segundo a Unijava, no domingo (5), os dois deveriam retornar para a cidade de Atalaia do Norte, após parada na comunidade São Rafael, para que o indigenista fizesse uma reunião com uma pessoa da comunidade apelidado de Churrasco. No mesmo dia, uma equipe de busca da Unijava saiu de Atalaia do Norte em busca de Bruno e Dom, mas não os encontrou e eles foram dados como desaparecidos.
Pesar

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luiz Fux, demonstrou pesar diante da confirmação do assassinato do indigenista e do jornalista. Fux informou que o caso será acompanhado por um grupo de trabalho do conselho.

“Em nome dos observatórios e do grupo de trabalho, o ministro Luiz Fux manifesta extrema tristeza pelos acontecimentos e afirma às famílias e aos amigos que a luta do indigenista e do jornalista para garantia dos direitos humanos e da preservação da Amazônia jamais será esquecida”, declarou.

Em nota, a Câmara de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (MPF) declarou que o Estado brasileiro não pode tolerar atos de violência contra defensores dos direitos humanos.

“Cientes da gravidade da situação, da dor e angústia de familiares e amigos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, expressamos nossa solidariedade ao tempo que reafirmamos o compromisso do Ministério Público Federal de continuar acompanhando e agindo em conformidade com suas atribuições, na busca da completa elucidação dos fatos e da garantia dos direitos indígenas”, declarou o órgão.

Ontem (15), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também manifestou pesar pelas vítimas.

“É com enorme pesar que recebo a notícia de que foram encontrados os restos mortais do indigenista Bruno Araújo e do jornalista Dom Phillips. Em respeito às vitimas, à Amazônia e à liberdade de imprensa, espero que todos os criminosos envolvidos sejam punidos com o rigor da lei”, declarou.

Edição: Claudia
Por Agência Brasil - Brasília

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