Em Ouro Preto, ministro fala de imunização contra varíola dos macacos


O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse neste sábado (20) que nenhum país do mundo tem ainda um planejamento para uma campanha de vacinação em massa contra a varíola dos macacos. Depois de participar, na cidade mineira de Ouro Preto, do Dia D da Campanha Nacional de Vacinação, Queiroga lembrou que ainda não há vacinas suficientes para atender a demanda mundial.

Apesar disso, ele lembrou que das 100 mil doses de imunizantes destinadas à América Latina pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas), 50 mil serão destinadas ao Brasil, para imunizar profissionais que lidam com materiais contaminados de pessoas que necessitam fazer exames. Segundo o ministro, quando houver vacinas em maior quantidade será possível saber a eficácia do imunizante.

O ministro lembrou que, diferentemente da covid-19, que era uma doença nova, a varíola dos macacos é uma doença que é endêmica na África desde 1976. “Veja que já foram milhares de casos no mundo e não tem 10 óbitos fora da região onde a doença é endêmica. Aqui no Brasil um óbito foi registrado no estado de Minas Gerais, que não necessariamente foi causado pela doença em si, mas pela situação de gravidade que o indivíduo tinha”, destacou.
Campanha de informação

Para Queiroga, neste momento é importante informar a população sobre a doença. “Recentemente o Tribunal Superior Eleitoral autorizou a campanha que o Ministério da Saúde vai começar a veicular e vamos estruturar a nossa rede de laboratórios [para testagem]”, disse.

O ministro da Saúde lembrou que desde maio, quando foi identificado o primeiro caso da doença na Inglaterra, a pasta começou a estruturar um plano. “Hoje há oito laboratórios públicos do Brasil, que têm condições de fazer o diagnóstico. A iniciativa privada também já oferta esse diagnóstico”, disse.

Ele acrescentou ainda que, uma vez que o indivíduo tem a suspeita de ter contraído a doença, deve ficar isolado até que se confirme o diagnóstico: “se não for confirmado, volta ao convívio. Se o diagnóstico for confirmado, aí vai ficar isolado até a cura da doença, até que as feridas desaparecem totalmente, já que ainda é uma doença contagiosa”.

Outra informação que o ministro ressaltou é que, no momento, a maior parte dos indivíduos infectados são homens que fazem sexo com homens. “Essa informação não é pra estigmatizar, não é pra descriminar, é apenas pra dar um informe epidemiológico e proteger não só essas pessoas mas todos os outros”, explicou.

Edição: Denise
Por Karine Melo – Repórter da Agência Brasil - Brasília

INSS tem nova regra para acúmulo de benefício na aposentadoria por invalidez


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que tiverem a concessão da aposentadoria por invalidez -hoje chamada de aposentadoria por incapacidade permanente- terão 60 dias para preencher um documento informando ao instituto se recebem ou não outro benefício previdenciário.

A regra consta de portaria do instituto publicada no início deste mês, que passou a valer no último dia 12. No documento, o trabalhador precisa informar se já recebe benefício de outro regime de Previdência ou pensão por morte do instituto ou de outro regime previdenciário.

Segundo o INSS, a portaria altera regra já existente. Antes, diz o órgão, o segurado precisava apresentar a autodeclaração ainda durante o processo de análise do benefício por incapacidade. Agora, esse documento só precisa ser entregue depois que o benefício por incapacidade permanente é concedido.

O advogado Roberto de Carvalho Santos, presidente do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciário), afirma que a mudança era necessária porque a aposentadoria por invalidez não é um benefício solicitado pelo segurado. Ele é concedido após perícia médica, por determinação do perito.

"Em todas as aposentadorias, a pessoa já tem que preencher essa declaração dizendo se recebe algum benefício na hora de fazer a solicitação. Mas, na aposentadoria por invalidez, não existe pedido do benefício, é a perícia quem decide."

A autodeclaração pode ser feita pela internet, no Meu INSS, por meio do serviço "Informar sobre Recebimento de Benefício em Outro Regime de Previdência". Também é possível fazer a declaração pelo 135 (clique aqui para ver o documento).

Rômulo Saraiva, advogado especializado em Previdência e colunista da Folha, diz que a nova regra vale apenas para os benefícios concedidos a partir da vigência da medida. "É uma norma nova que tem seus efeitos jurídicos a partir da vigência, então o INSS não deve fazer cobranças retroativas levando em consideração essa nova exigência para pessoas que já estão aposentadas por invalidez", afirma.

Segundo a portaria se, em 60 dias, o segurado não tiver feito a autodeclaração, a aposentadoria por incapacidade será suspensa automaticamente pelo motivo "92 - NAO APRES.DEC.REC.BENEF RPPS". Após seis meses de suspensão, o benefício será cortado.

ACÚMULO DE BENEFÍCIOS

A regra de acúmulo de benefícios foi alterada com a reforma da Previdência de 2019. A emenda constitucional limitou o valor a ser pago no segundo benefício. Antes, no caso de acumulação, os dois benefícios eram pagos integralmente e era possível ganhar mais do que o teto do INSS. Agora, há redutores aplicados sobre o segundo benefício.

O benefício com valor mais vantajoso será mantido integralmente (seja qual for). O segundo será reduzido. Se o menor benefício for igual ao salário mínimo, ele será pago sem redutor.

Nas redes, pastores com 50 milhões de seguidores dão palanque virtual a Bolsonaro

Pastores com 50 milhões de seguidores no Instagram, Facebook e Twitter dão palanque virtual a Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição na corrida pelo Palácio do Planalto. Juntos, os dez maiores líderes religiosos apoiadores do presidente ecoam mensagens da luta do “bem” contra o “mal” e de uma “guerra”, em sintonia com o discurso do presidente.

A pesquisa foi feita pelo jornal O Estado de São Paulo e divulgada neste domingo (21).

Conforme a publicação, dos líderes religiosos identificados pelo Estadão, três deles, com 23,3 milhões de seguidores, fazem em vídeo convocação explícita para os atos de 7 de Setembro. Na gravação, um locutor repete os bordões bolsonaristas “Deus, pátria, família e liberdade” e “nossa bandeira jamais será vermelha”.

Segundo colocado nas pesquisas, o presidente pretende mostrar força no Bicentenário da Independência, após pôr em xeque, sem provas, a lisura das urnas eletrônicas. A Polícia Federal nunca encontrou indícios de fraudes nos equipamentos, diferentemente dos tempos do voto em papel.

Em período eleitoral, o apoio de pastores é valioso. A missão, segundo eles, é “salvar” o País. “Eu te convido, com as suas mãos erguidas, a orar. Nós temos nesta tela a Bandeira do Brasil, 2022 é um ano de guerra. Nós estamos em guerra. É uma batalha ideológica, de filosofias, é uma batalha cultural”, disse o pastor André Valadão, da Igreja Batista Lagoinha, em janeiro, em um prenúncio do que seria 2022.

A pregação foi publicada no Instagram, rede na qual o líder tem 5,3 milhões de seguidores. Foi em um culto com Valadão que a primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que o Planalto era “consagrado a demônios”. Com a estratégia de levar mensagens do altar para as redes, pastores reverberam, assim, o bolsonarismo.

Segundo publicou O Estadão, um deles é Cláudio Duarte, com mais de 13,9 milhões de seguidores. Da Igreja Projeto Recomeçar, o líder se apresenta como “um pastor seriamente engraçado”. Entre sermões e esquetes de humor, usa as redes para publicar fotos com o presidente. “Eu sou eleitor de Bolsonaro, sou cabo eleitoral dele e sou intercessor dele”, afirmou, em vídeo. Procurados pela reportagem, Valadão e Duarte não se manifestaram.

O segmento evangélico, ressaltou Valle, não é homogêneo – ou seja, a mensagem de um líder nem sempre é seguida pelos fiéis. Porém, para ele, o uso das plataformas digitais é eficaz na comunicação política por alcançar um público de seguidores mais amplo, além daquele presente aos cultos.

Na corrida eleitoral, o apelo à fé tem surtido efeito. Bolsonaro cresceu no segmento evangélico, que corresponde a 25% da amostra da última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira. Ele subiu de 43% para 49%, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oscilou de 33% para 32%.

Ainda conforme o jornal, no sábado, 20, em comício no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, Lula tratou de religião e política. “Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, defendo o Estado Laico. O Estado não tem de ter religião, todas as religiões têm de ser defendidas pelo Estado. Mas também quero dizer: as igrejas não têm de ter partido”, afirmou. Segundo ele, “tem gente” que “está fazendo da igreja um palanque político”.

Distanciamento

Lula, no entanto, já esteve próximo de pastores e os puxava para sua órbita de poder. Idealizador da Marcha para Jesus, o apóstolo Estevam Hernandes, da Renascer em Cristo, hoje, é um dos principais cabos eleitorais de Bolsonaro – na foto de perfil, já aparece ao lado do presidente. Ele, por exemplo, esteve na ocasião da sanção da lei que instituiu um dia para a realização da marcha, em 2009, durante o governo do petista. Procurado, o apóstolo não respondeu.

O prestígio dado a líderes religiosos no passado não se mostra suficiente para atraí-los novamente. Conselheiro de Lula na comunicação com evangélicos, o pastor Paulo Marcelo Schallenberger fala apenas com 260 mil seguidores nas redes. Já o pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), fundador da Igreja Batista do Caminho e candidato a deputado federal, acumula 913 mil seguidores.

De acordo com Flávio Conrado, doutor em Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador da área, a adesão ao bolsonarismo se explica pela ocupação da máquina pública. “Ainda que figuras como Marcelo Crivella tenham assumido um ministério no governo do PT, nunca se tinha visto igrejas assumindo espaços como o Ministério dos Direitos Humanos, da Justiça ou o Ministério da Educação.”

Ex-aliado de Lula e fundador da Catedral do Avivamento, o deputado Pastor Marco Feliciano (PL-SP) mudou de lado. “Sou a favor de Bolsonaro porque ele defende os valores cristãos e da família tradicional. Sou contra Lula porque ele defende a subversão desses valores. É uma questão de sobrevivência”, afirmou Feliciano ao Estadão.

Desinformação

Os pastores também repercutem peças de desinformação sobre a campanha de Lula. Publicações viraram alvo da Justiça Eleitoral e chegaram a ser excluídas das plataformas por divulgar notícias falsas. A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves, também pastora, e o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, tiveram conteúdo removido ou por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou por violação de diretrizes de plataformas digitais.

Em janeiro, Malafaia afirmou, em defesa do presidente, que a vacinação de crianças contra a covid-19 era um “infanticídio”. Agora, em período eleitoral, usa o Twitter para promover candidatos do partido de Bolsonaro “pelo bem do Brasil”. Nas três plataformas, o pastor soma 8,3 milhões de seguidores.

Malafaia fez pelo menos 138 menções diretas a Lula no Twitter, com inúmeras críticas, ao longo de 2022. Nas publicações, ele associa o petista ao comunismo, questiona a legitimidade de pesquisas eleitorais e acusa o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de perseguir Bolsonaro. Procurado, o pastor não respondeu à reportagem.

Já Damares, candidata do Republicanos ao Senado pelo Distrito Federal, teve publicações derrubadas em quatro diferentes redes pelo TSE por dizer que o governo Lula ensinava jovens como usar crack. “A referida cartilha apresentada no vídeo possuía orientações direcionadas às pessoas dependentes de substâncias entorpecentes cujo objetivo era informativo no sentido de redução de danos, e não o incentivo motivacional ao uso de drogas ilícitas”, escreveu o ministro Raul Araújo, em decisão de quarta-feira com ordem para remover o conteúdo.

O engajamento – soma de curtidas, compartilhamentos e comentários – das publicações nas quatro redes soma 31,9 mil. A reportagem ainda detectou a circulação de conteúdo similar em pelo menos dois grupos bolsonaristas no Telegram, com referências, por exemplo, a “bolsa-crack” do PT.

Em pregações recentes, Damares diz que está “em guerra” e fala do ex-chefe na igreja. Em um testemunho, na Igreja Batista Atitude, em Brasília, chama Bolsonaro de “presidente mais maravilhoso da história”. Procurada, a assessoria de Damares somente respondeu sobre a decisão do TSE. “A assessoria jurídica do partido Republicanos informa que, no momento, vai se manifestar apenas nos autos do processo e que provará a veracidade do conteúdo questionado na justiça eleitoral”, disse.

Em maior ou menor intensidade, Valdemiro Santiago, Josué Valandro Jr. e o bispo Robson Rodovalho dão suporte ao presidente nas redes. Candidata ao Senado pelo Distrito Federal, Damares teve um vídeo removido, por ordem da Justiça, por afirmar que o governo Lula ensinava jovens a usar crack. Questionada, disse, em nota, que se manifestará apenas nos autos. Os demais líderes não responderam.

As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

Brasileiro: Flamengo tenta diminuir distância para líder Palmeiras

A rodada de número 23 do Campeonato Brasileiro reserva para os torcedores um dos confrontos mais interessantes da competição até aqui: Palmeiras e Flamengo. Líder isolado da competição, o Verdão recebe, a partir das 16h (horário de Brasília) deste domingo (21) no Allianz Parque, um Rubro-Negro que vive um momento especial, com seis triunfos consecutivos na disputa nacional.

Ocupando a ponta da classificação da Série A com 48 pontos, a equipe comandada pelo português Abel Ferreira chega descansada ao confronto, pois está fora da Copa do Brasil. Esta pausa foi importante para o Palmeiras, que contará com o retorno de um importante reforço, o meio-campista Gustavo Scarpa.

“[Precisamos] pensar somente em como vencer o Flamengo, pois será um jogo extremamente difícil, provavelmente o mais difícil do ano. Vamos com o nosso melhor e ver no que dá”, declarou o jogador em entrevista à TV Palmeiras.

Com a equipe descansada, e com apenas o meio-campista Jailson como desfalque, a expectativa é de que Abel Ferreira coloque em campo o que tem de melhor: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Danilo, Zé Rafael e Raphael Veiga; Dudu, Gustavo Scarpa e Rony.

Para o Flamengo a partida é a oportunidade de diminuir a diferença de nove pontos para o Verdão. Para isto basta que a equipe comandada por Dorival Júnior chegue ao sétimo triunfo consecutivo no Brasileiro, onde o treinador mandou a campo nos últimos confrontos uma equipe alternativa.

Agora, diante do líder da competição, a dúvida é: qual será a formação titular do Flamengo neste domingo, dúvida que o próprio Dorival afirmou ter em entrevista coletiva: “Muito difícil saber o que farei [diante do Palmeiras]. Estou pensando em mudar segundo a necessidade. Teremos uma decisão domingo e outra quarta [pela Copa do Brasil contra o São Paulo]. Não temos para onde correr. É fazer uma avaliação rápida, mas ainda não tenho como adiantar nada”.

Caso o treinador opte por colocar em campo o que tem melhor, o Flamengo enfrenta o Palmeiras com: Santos; Rodinei, Fabrício Bruno (David Luiz), Léo Pereira e Filipe Luís; João Gomes, Arturo Vidal (Thiago Maia), Everton Ribeiro e Arrascaeta; Gabriel Barbosa e Pedro
Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite Palmeiras e Flamengo com a narração de André Luiz Mendes, comentários de Mario Silva, reportagem de Rafael Monteiro e plantão de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:
Por Agência Brasil - Rio de Janeiro

Confira o dia dos candidatos à Presidência da República

O primeiro final de semana de campanha eleitoral movimentou a agenda da maioria dos 12 candidatos à Presidência. Neste sábado (20), alguns optaram por comício e passeata para ampliar o contato com os eleitores, outros produziram materiais de campanha em sessões fotográficas ou gravações para a televisão.

Ciro Gomes (PDT) esteve em Campo Grande (RJ) para uma caminhada nesta manhã. Ele conversou com a população e, em discurso, afirmou defender um projeto de mudança para superar a fome e o endividamento das famílias. "Quase 70 milhões de brasileiros estão humilhados com o nome sujo no SPC [Serviço de Proteção ao Crédito] e não é porque o povo brasileiro é caloteiro. É porque há 25 anos se cobra a taxa de juros mais imoral e vergonhosa que empobrece o povo", disse o candidato afirmando que irá mudar essa situação se eleito. Ciro percorreu ruas de São Gonçalo (RJ).

Já o Constituinte Eymael (DC) aproveitou o sábado para descansar com a família e não cumpriu agenda oficial.

O presidenciável Felipe D’Avila (Novo) fez gravações para o programa de televisão da campanha eleitoral.

O candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) esteve na cidade de Rezende (RJ), onde encontrou apoiadores e acenou para carros e motos, no que ele chamou de "sentir a temperatura da população". Em transmissão nas suas redes sociais, Bolsonaro agradeceu a Deus pela missão de ser presidente da República e pediu apoio dos eleitores. “A gente está nessa empreitada buscando a reeleição, se esse for o teu entendimento. Caso contrário, a gente respeita. Mas a nossa democracia, a nossa liberdade acima de tudo”, disse ele.

Leonardo Péricles realizou nesta manhã uma caminhada em Mauá, na região metropolitana de São Paulo, onde apresentou suas propostas para a população.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez o lançamento oficial de sua candidatura em um comício no Vale do Anhangabaú, na capital paulista. Durante sua fala, Lula falou que, se eleito, pretende reajustar a tabela do Imposto de Renda. Ele também prometeu voltar a reajustar o salário mínimo anualmente, acima da inflação. Lula também falou sobre religião. “Quero dizer que eu defendo o estado laico. O Estado não tem que ter religião. Todas as religiões devem ser defendidas pelo Estado. E as igrejas não devem ter partido político porque as igrejas devem cuidar da fé e da espiritualidade”, completou.

O candidato Pablo Marçal (Pros) participou de um “adesivaço” em carros de apoiadores em São Paulo.

Roberto Jefferson (PTB) está em prisão domiciliar e não cumpriu agenda pública.

A senadora Simone Tebet (MDB), candidata do MDB à Presidência participou de um ato em São Paulo batizado de “arrancada da campanha”. Ao lado de políticos, Tebet se apresentou como uma candidata com "ficha limpa". A candidata defendeu a pluralidade no país que hoje, segundo ela, discrimina as minorias. Ela também voltou a dizer que, se eleita, pretende erradicar a pobreza no Brasil e zerar a fila em creches para crianças de três a cinco anos. Neste sábado, a presidenciável também se dedicou à gravação de programas eleitorais para rádio e TV.

A candidata Sofia Manzano (PCB) participou de uma plenária em Duque de Caixas (RJ). Ela apresentou algumas das propostas do campo econômico, que prevê um processo de tributação progressiva, com tributação das grandes fortunas, dos lucros e dividendos que são distribuídos para os acionistas, e tributação acentuada dos bens de consumo de luxo “Quando se diminuem as alíquotas de impostos na cadeia produtiva e coloca a acentuação do processo de tributação na renda e na propriedade, nós permitimos que a distribuição da tributação recaia sobre quem ganha mais, quem tem maiores propriedades, quem consome bens de luxo”, disse.

Soraya Thronicke (União Brasil) esteve pela manhã no Mato Grosso do Sul fazendo o lançamento de sua candidatura em seu estado natal. Ela afirmou em discurso ter como principal proposta o Imposto Único Federal. “Seja de direita, seja de esquerda, seja de centro, temos um problema ainda, que é um problema de todo brasileiro: a nossa economia. Isso dói no bolso do pobre, do rico, de todos. Se a gente resolver a economia, tudo vai ser resolver”, disse ela. A proposta do Imposto Único Federal, elaborado pelo economista Marcos Cintra, prevê a substituição de todos os tributos de natureza declaratória por apenas um.

A presidenciável Vera (PSTU) aproveitou o sábado para fazer uma sessão fotográfica.

Edição: Fernanda Cruz
Por Marcelo Brandão, Karine Melo e Léo Rodrigues - repórteres da Agência Brasil - São Paulo

Brasil registra 15,5 mil novos casos e 144 óbitos por covid-19

O Brasil registrou, desde o início da pandemia, 682.502 mortes por covid-19, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje (20) pelo Ministério da Saúde. O número total de casos confirmados da doença é de 34.279.785. Em 24 horas, foram registrados 15.548 novos casos. No mesmo período, foram confirmadas 144 mortes de vítimas do vírus.

Ainda segundo o boletim, 33.197.861 pessoas se recuperaram da doença e 399.422 casos estão em acompanhamento. O boletim de hoje não traz os dados atualizados no Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Roraima, Tocantins e dos óbitos em Mato Grosso do Sul.Os números em geral são menores aos domingos, segundas-feiras ou nos dias seguintes aos feriados em razão da redução de equipes para a alimentação dos dados. Às terças-feiras e dois dias depois dos feriados, em geral, há mais registros diários pelo acúmulo de dados atualizado.

Estados

De acordo com os dados disponíveis, São Paulo lidera o número de casos, com 5,99 milhões, seguido por Minas Gerais (3,86 milhões) e Paraná (2,72 milhões). O menor número de casos é registrado no Acre (148,2 mil). Em seguida, aparece Roraima (174,2 mil) e Amapá (177,9 mil).

Em relação às mortes, de acordo com os dados mais recentes disponíveis, São Paulo apresenta o maior número (173.918), seguido de Rio de Janeiro (75.255) e Minas Gerais (63.389). O menor número de mortes está no Acre (2.027), Amapá (2.157) e Roraima (2.167).

Vacinação

Até hoje, foram aplicadas 473,9 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, sendo 178,9 milhões com a primeira dose e 160 milhões com a segunda dose. A dose única foi aplicada em 4,9 milhões de pessoas. Outras 105,4 milhões já receberam a dose de reforço.

Edição: Fernanda Cruz
Por Agência Brasil - São Paulo

Bahia registra 797 casos de Covid-19 e mais 1 óbito

Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 797 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,05%), 833 recuperados (+0,05%) e 1 óbito. Dos 1.680.456 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.648.654 já são considerados recuperados, 1.230 encontram-se ativos e 30.572 tiveram óbito confirmado. Os dados ainda podem sofrer alterações.

O boletim epidemiológico deste sábado (20) contabiliza ainda 1.989.762 casos descartados e 359.453 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até às 17 horas deste sábado. Na Bahia, 68.202 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para mais dados, acesse o Business Intelligence (https://bi.saude.ba.gov.br/transparencia/)

Vacinação

Até o momento a Bahia contabiliza 11.670.357 pessoas vacinadas com a primeira dose, 10.838.405 com a segunda dose ou dose única, 7.045.948 com a dose de reforço e 1.798.703 com o segundo reforço. Do público de 5 a 11 anos, 1.024.721 crianças já foram imunizadas com a primeira dose e 638.058 já tomaram também a segunda dose. Do grupo de 3 e 4 anos, 26.425 tomaram a primeira dose.

TSE nega pedido de Lula para Bolsonaro remover postagem em que relaciona PT e PCC

A ministra do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Maria Claudia Bucchianeri negou neste sábado (20) um pedido da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fosse obrigado a excluir postagens em que associa o petista à facção PCC (Primeiro Comando da Capital).

Bolsonaro postou em suas redes sociais um vídeo com reportagem da TV Record que mostrava um áudio de integrante da facção, captado em intercepção telefônica feita pela Polícia Federal na Operação Cravada.

O integrante do PCC fala na gravação que “com o PT nois (sic) tinha diálogo. O PT tinha com nois (sic) diálogo cabuloso”.

Ao postar o áudio, o presidente da República ainda acrescentou: “líder de facção criminosa (irraaa) reclama de Jair Bolsonaro e revela que com o Partido dos (iirruuuuu) o diálogo com o crime organizado era ‘cabuloso’”.

“É o grupo praticante de atividades ilícitas coordenadas denominado pela décima sexta e terceira letra do alfabeto com saudades do grupo do animal invertebrado cefalópode pertencente ao filo dos moluscos”, completou o presidente.

A ministra argumenta que não fez juízo de valor sobre a gravação, se era verdadeira ou não. No entanto, sustenta que esse áudio foi efetivamente objeto de reportagens jornalísticas recentes e ano passado, sendo que jamais foram desmentidas.

“Dessa forma, sem exercer qualquer juízo de valor sobre o conteúdo da conversa interceptada, se verdadeira ou não, o fato é o de que a interceptação telefônica trazida na matéria jornalística compartilhada e comentada pelo representado é real, ocorreu no contexto de determinada operação coordenada pela Polícia Federal, de sorte que a gravação respectiva é autêntica, o que não implica, volto a dizer, qualquer análise de mérito sobre a procedência, ou não, daquilo o quanto dito pelas pessoas cujas conversas estavam sendo monitoradas”, afirmou a ministra na decisão.

A ministra acrescenta que a situação seria diferente se a narrativa política estivesse construída a partir de fatos inverídicos ou gravemente descontextualizados.

A ação ingressada pelo PT pedia a retirada das postagens alegando que se tratava de propaganda eleitoral antecipada negativa e desinformativa. Além disso, argumentava que as postagens configurariam “narrativa maliciosa e desinformativa que teria o objetivo de traçar algum vínculo entre o pré-candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva e a organização criminosa denominada Primeiro Comando Capital, também conhecida como “PCC””.

O PT também pedia a remoção de uma terceira postagem, na qual o presidente divulga a informação de que Lula venceu as eleições em 2018 nos presídios.

“Não sou eu, mas o próprio crime organizado que demonstra tê-lo como aliado e a mim como inimigo”, escreveu Bolsonaro.

Novamente, a ministra afirma que se trata da construção de narrativa “política, crítica, sarcástica, desagradável e desfavorável”. No entanto, acrescenta que as informações não são falsas.

Renato Machado / Folha de São Paulo

Bolsonaro no JN será primeiro teste crucial da campanha, avaliam aliados

Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) veem a sabatina do Jornal Nacional no próximo dia 22 como o primeiro teste crucial da campanha à reeleição.

Pela relevância do programa e pelo potencial de audiência, seus auxiliares apostam na presença do presidente como um marco para alavancar seu crescimento nas pesquisas. Há expectativa, inclusive, de alcançar a maior audiência da história do JN.

Bolsonaro foi orientado, mais uma vez, a manter o discurso na cartilha defendida por seus conselheiros mais pragmáticos: melhora na economia, o Auxílio Brasil de R$ 600 e acenos ao eleitorado jovem e às mulheres, nos quais sua rejeição é maior.

Se houver espaço, ele também pretende se comparar com os governos petistas e insistir na pauta de costumes, para fidelizar o eleitorado conservador. Com dificuldade em reduzir a rejeição do chefe do Executivo, a campanha vai intensificar os esforços para aumentar a do concorrente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), associando-o a casos de corrupção e a religiões de matriz africana.

O presidente, no entanto, não aceitou participar de um treinamento de mídia porque, segundo um ministro palaciano, não aceita ser moldado. Ele vai seguindo o seu “feeling”.

Por isso, há uma certa preocupação com eventuais surpresas, como em 2018, quando Bolsonaro começou a falar sobre um suposto “kit gay” distribuído em escolas públicas. A informação era falsa.

Também há preocupação com o risco de ele se irritar e ser grosseiro com a apresentadora Renata Vasconcellos. Em uma luta para ampliar a aceitação pelas mulheres, Bolsonaro não pode se dar ao luxo de deslizar neste momento, avaliam aliados.

Bolsonaro foi o sorteado para abrir a série de entrevistas do JN com os presidenciáveis, que começa na próxima segunda-feira (22). Na sequência estão previstos Ciro Gomes (PDT), no dia 23, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 25, e Simone Tebet (MDB), no dia 26.

As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo.

Folha de São Paulo

Com 1,5 mil candidatos, Centrão quer dominar metade da Câmara dos Deputados

O núcleo duro do Centrão estima que poderá eleger até metade da Câmara na próxima legislatura, conforme publicou o jornal O Estado de São Paulo neste sábado (20). Conforme a publicação, PL, Progressistas e Republicanos lançaram 1.521 candidatos, quantidade três vezes maior do que o contingente que disputou a eleição quatro anos atrás pelas legendas. Hoje, esses partidos detêm 179 das 513 cadeiras da Casa.

Ainda segundo O Estadão, o Centrão, que comanda a Câmara, com Arthur Lira (Progressistas-AL), e tem o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), como candidato, conta com recursos do orçamento secreto, que garantem obras de grande apelo eleitoral, para o seu plano de controlar o próximo Congresso. Os políticos do grupo se apresentam como de direita, defendem a família, a pauta de costumes e o liberalismo na economia. De acordo com pesquisas, o eleitorado tem se identificado mais com partidos de direita.

O número de candidatos representa 14,8% de todos os políticos que disputam uma cadeira de deputado federal por 32 partidos neste ano. Em 2018, PL, Progressistas e Republicanos apresentaram 574 nomes para concorrer à Câmara, 6,7% dos 8.588 candidatos. Elegeram 101. A esquerda lançou nesta eleição 1.260 candidatos pelo PT, PSB e Pros, siglas que apoiam a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial.

A cientista política Graziella Testa, professora da Fundação Getulio Vargas, disse que o Centrão deixou de ser apenas um bloco de partidos para se tornar um “estilo” de fazer política. “Refere-se mais a um comportamento. Em alguns partidos, isso é mais claro. É o parlamentar que tem mais preocupação em estar próximo ao recurso e em levar benesses para a região do que com ação programática ou ideológica. E sobre as benesses podemos pensar também num parlamentar bem intencionado, mas que atua de forma pouco republicana. A função do parlamentar não é essa, formalmente”, afirmou.

De acordo com o impresso, os políticos do Centrão não gostam do rótulo, que classificam como pejorativo. O bloco surgiu na Assembleia Constituinte sob a alcunha de “Centro Democrático”, como reivindicam ser chamados ainda hoje. O propósito, na ocasião, era conter avanços da “ala progressista” do plenário.

Uma das principais característica de um político do Centrão é o fisiologismo. Costumam votar em troca de cargos no governo e recursos federais. E quando há pressão popular mudam de lado sem constrangimentos. No impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), vários políticos do grupo foram à sua residência garantir apoio. Saíram de lá e votaram pelo afastamento.

Os maiores escândalos recentes no País envolveram políticos do Centrão. O Progressistas, do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, foi um dos principais alvos nas investigações do esquema do mensalão, durante o governo Lula em 2005, e também da Operação Lava Jato sobre corrupção na Petrobras, na gestão de Dilma em 2014.

O presidente da Câmara vê injustiça nas críticas ao bloco. “O Centrão que eu faço parte não achincalha, não exige, não faz o toma lá, dá cá. O que fizemos nesses últimos dois anos foi retomar as prerrogativas do Executivo”, disse em encontro com empresários, nesta sexta-feira, 19. Ao Estadão, ele já declarou que se não fosse o Centrão, as principais pautas econômicas do País não teriam avançado, como a independência do Banco Central e a reforma da Previdência, ambas aprovadas no governo Bolsonaro.

Lira consolidou um poder inédito sobre o Orçamento e a agenda do Legislativo. Passa por ele o rateio de R$ 16,5 bilhões do orçamento secreto. Ele criou até uma “sala vip” na Câmara para atender a pedidos de emendas com indicação de recursos para bases eleitorais, especialmente aos aliados do Palácio do Planalto.

Para analistas políticos, a explosão de candidaturas do Centrão está ligada à expectativa de usufruir do poder que esses partidos passaram a desfrutar sob Bolsonaro. Se o plano de eleger metade da Câmara vingar, terão influência para pressionar qualquer que seja o presidente eleito.

“O Centrão continuará com papel estratégico. Com Lula, terá negociação e uma parte do PL pode rachar. PP e Republicanos continuariam fechados, mas com maioria numa coalizão com Lula. Caso Bolsonaro vença a eleição, eles continuarão tendo controle do Congresso e em particular do orçamento secreto”, avaliou Adriano Oliveira, professor da Universidade Federal de Pernambuco e estrategista da consultoria Cenário Inteligência.

O crescimento do Centrão na Câmara é dado como certo tanto por políticos como pelos analistas. A dúvida repousa sobre o papel e a coesão do grupo em caso de vitória de Lula. No diagnóstico do vice-líder do PP, deputado José Nelto (GO), todo governo vai precisar do Centrão, mas o poder do grupo depende de quem será eleito.

“Todo presidente precisa de maioria. Lula pode construir dividindo ou conquistando o grupo. Vai depender da situação política dele. Se Bolsonaro ganhar, (o Centrão) continua forte. Esse grupo precisa ter responsabilidade, não furar o teto de gastos, ter projeto de distribuição de renda e não deixar ninguém para trás no social”, disse.

A relação de Bolsonaro com o Centrão foi convenientemente alterada ao longo dos últimos anos. Ele mesmo foi integrante do Progressistas por muito tempo. Na campanha de 2018, no entanto, prometeu acabar com a “velha política” e com a distribuição de cargos. Chegou a se referir ao grupo como “escória” e como “o que há de pior no Brasil”. Um de seus auxiliares mais fiéis, general Augusto Heleno, comparou membros do grupo a ladrões ao deixar escapar um “se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”. Para garantir o apoio do Congresso e se livrar de mais de cem pedidos de processos de impeachment, Bolsonaro abraçou Lira e passou a se reconhecer como alguém oriundo desse bloco.

As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

Lula afaga Dilma e diz que igrejas não podem ter partido em ato em SP

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afagou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e criticou a participação de igrejas na campanha, numa referência ao apoio de pastores evangélicos ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula participou de comício no vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, neste sábado (20).

O petista, em seu discurso, afirmou que falaria de religião “porque está na moda”. “As igrejas não têm que ter partido político, porque têm que cuidar da fé e da espiritualidade, não da candidatura de falsos profetas”, disse.

“Tem muita fake news religiosa correndo por esse mundo, tem demônio sendo chamado de Deus e tem gente honesta sendo chamada de demônio”, afirmou em crítica a Bolsonaro para, em seguida, emendar que estão fazendo “igreja de palanque político ou empresa para ganhar dinheiro”.

“Eu defendo o Estado laico, o Estado não tem que ter religião, todas as religiões têm que ser defendidas pelo Estado”, completou.

Nesta quinta-feira, o Datafolha mostrou que Lula tem 47% das intenções de votos contra 32% de Bolsonaro, mas a distância vem encurtando.

Segundo a pesquisa, Bolsonaro ampliou sua vantagem no eleitorado evangélico —tem 49% ante 32% de Lula.

Lula estava acompanhado de seu candidato a vice, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), do ex-prefeito Fernando Haddad, candidato do PT ao Governo de São Paulo, e do ex-governador Márcio França (PSB), candidato ao Senado pela chapa encabeçada por Haddad.

Estavam presentes ainda Lúcia França, mulher de França e vice na chapa de Haddad; Ana Estela Haddad, Lu Alckmin e Janja.

Dilma também compareceu e teve sua fala interrompida por gritos de apoio do público. “Eu não vou conseguir falar, vou começar a chorar, vai ser um vexame. Já estou chorando”, disse ela.

“Nós temos a pessoa certa no lugar certo”, completou Dilma a respeito de Lula. A ex-presidente foi abraçada por Alckmin, que apoiou o impeachment, e conversou com Janja.

Lula agradeceu o carinho do público com Dilma. “Às vezes a extrema direita condena um dos nossos e nós acreditamos em parte da mentira contada. […] Inventaram uma mentira contra ela, inventaram uma pedalada. Imagina o que é uma pedalada da Dilma contra as motociatas que esse genocida faz hoje.”

Chamando o impeachment de “erro histórico do Congresso”, Lula afirmou que o povo de São Paulo absolveu Dilma. “Você foi inocente porque deram um golpe em cima de você”, disse ele logo antes da ex-presidente levantar para abraçá-lo durante o discurso.

Bolsonaro foi chamado de tchutchuca diversas vezes em discursos de líderes de movimentos de esquerda e sindicais. É uma referência à briga do presidente, na quinta (18), com um youtuber que o chamou de “tchutchuca do centrão”.

Em seu discurso, França pregou que a eleição seja vencida por Lula no primeiro turno e ironizou Bolsonaro, chamando o de tchutchuca “da braveza, das armas e das coisas infelizes”, enquanto ele e os aliados seriam tchutchucas “da razão e da união”.

Como mostrou o Painel, a escolha do local está marcada pelo simbolismo. Em abril de 1984, milhares de pessoas ocuparam o espaço para o comício das Diretas Já, movimento que pedia o fim da ditadura militar e a volta de eleições diretas para presidente.

O evento petista, que na prática marca o lançamento da campanha de Lula em São Paulo, foi chamado de ato pela democracia. Uma grande bandeira do Brasil, usada em comícios no Piauí e Minas Gerais, voltou a ser lançada sobre o público em São Paulo.

Mais cedo, o ex-presidente convocou apoiadores a participarem do ato —mesmo diante do frio que assolava a capital paulista. “Venha com o seu casaco, sua toalha e vamos esquentar o Vale do Anhangabaú”, escreveu.

Para acessar o local, o público teve que passar por detectores de metal portáteis.

“Aqui, em 1984, o vale do Anhangabaú sediou um grande comício pelas Diretas Já. Hoje, 38 anos depois, também em uma encruzilhada da democracia brasileira, o vale solta sua voz nesta manhã fria. O inverno está chegando ao fim, o inverno do autoritarismo, da miséria, da indiferença representado pelo Bolsonaro”, disse Guilherme Boulos (PSOL).

Ele mencionou a notícia de que empresários declararam apoio a golpe num grupo de WhatsApp e disse ser preciso taxar grandes fortunas.

Gleisi afirmou que essas eleições “são as mais importantes na história recente da democracia”. “Para enfrentar esse processo, construímos uma grande aliança com 10 partidos. Pela primeira vez, no primeiro turno, temos o apoio de todas as centrais sindicais”, disse.

“Pela primeira vez em São Paulo temos condições de ganhar as eleições para governador com Haddad e eleger França senador”, completou.

Subiram também no palco os apoiadores de Lula, como Gleisi Hoffmann (PT-PR), André Janones (Avante-MG), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Juliano Medeiros (PSOL), Luciana Santos (PC do B), Aloysio Nunes (PSDB), Celso Amorim, Gabriel Chalita, Edinho Silva (PT), Juca Kfouri e Walter Casagrande. O jornalista Chico Pinheiro foi o apresentador do evento.

O secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto minimizou o crescimento do presidente na pesquisa. “Ela não teve o efeito esperado pelo Bolsonaro. Lula conseguiu se manter e isso estava dentro do nosso planejamento”, disse. “Acho difícil que o Bolsonaro tenha chances de ganhar as eleições.”

Tatto afirmou ainda que a campanha seguirá abordando questões “da vida do povo” como desemprego e fome, sem abordar pautas de costume. “Vamos dialogar com o povo sobre a vida deles.”

Ao ser questionado sobre o crescimento de Bolsonaro na pesquisa no segmento evangélico, Tatto afirmou que a campanha falará “diretamente com os evangélicos e não com lideranças de algumas igrejas”.

“A maneira de tratar esse público é falar da vida e do cotidiano deles. Vamos respeitar todas as religiões como Lula fez quando era presidente.”

Em entrevista à imprensa na sexta-feira (19), Lula disse que não fará sua campanha pautada por questões religiosas, algo que os bolsonaristas têm explorado para desgastar o petista —inclusive com afirmação falsa de que ele fecharia igrejas.

“Questão religiosa não entrará na minha pauta política”, disse Lula, após seguidos acenos ao segmento evangélico e um dia após ter dito que a Bíblia tem que ser cumprida.

O pastor pentecostal Paulo Marcelo, recrutado para ajudar a legenda com o setor evangélico, afirma que crescimento de Bolsonaro nesse setor pode ser explicado pelas fake news disseminadas em redes sociais.

“Tem essa dúvida sobre entrar no debate da pauta de costumes e fugir das pautas econômicas. É preciso que Lula dê um aceno ao setor e comece a falar com evangélicos, mas sem entrar no jogo de Bolsonaro”, diz.

Ele está organizando um evento neste domingo (21) com lideranças evangélicas para falar sobre a campanha. Segundo ele, cerca de 300 líderes devem participar. Alckmin gravou um vídeo que será exibido no evento.

Victoria Azevedo e Carolina Linhares / Folha de São Paulo

Desembargador diz que Moraes fez declaração de guerra e pede aposentadoria durante sessão


O vice-presidente e corregedor do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Distrito Federal, Sebastião Coelho da Silva, anunciou aposentadoria nesta sexta-feira (19), durante a sessão do plenário, afirmando que a atitude era uma reação à sua insatisfação com o Supremo Tribunal Federal e com o discurso de posse de Alexandre de Moraes no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Coelho da Silva, que também é desembargador do Tribunal de Justiça, disse que Moraes fez uma “declaração de guerra ao país” em sua fala diante do presidente Jair Bolsonaro (PL) e os ex-presidentes da República, em vez de promover uma fala de conciliação.

“Estou nesse tribunal há 30 anos, 1 meses e 8 dias”, disse Coelho da Silva, comunicando em seguida a aposentadoria.

“Vão me perguntar: ‘Por que você vai se aposentar, Sebastião Coelho da Silva’? E eu respondo: sr. presidente, colegas, eu há muito tempo, e eu não posso falar outra palavra, preciso tomar cuidado com elas, há muito tempo não estou feliz com o Supremo Tribunal Federal.”

Mais adiante, o vice-presidente e corregedor do TRE-DF disse que esteve na posse de Moraes e afirmou que esperava que o novo presidente do TSE aproveitasse a presença dos ex-presidentes da República, dos principais candidatos e de Bolsonaro “para fazer um conclamação de paz para a nação”.

“Mas, ao contrário, o que eu vi, ao meu sentir, o eminente ministro Alexandre de Moraes fez uma declaração de guerra ao país. O seu discurso é um discurso que inflama, é um discurso que não agrega, e eu não quero participar disso.”

O desembargador afirmou que irá, em seus últimos dias de atividade, cumprir as leis, mas não “discurso de ministro, seja ele em posse, seja em Twitter, seja ele em redes sociais”.

O novo presidente do TSE disse que não iria se manifestar sobre o episódio.

O sistema eletrônico de votação foi exaltado e ovacionado na posse de Moraes como presidente do TSE. Os longos aplausos a um trecho do discurso de Moraes ocorreram em frente a Bolsonaro, que costuma atacar as urnas eletrônicas e insinuar que a corte pretende fraudar as eleições deste ano para lhe derrotar.

Moraes fez um discurso com diversos recados ao chefe do Executivo, que participou da cerimônia e ficou frente a frente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rival na disputa deste ano.

“Somos a única democracia do mundo que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia, com agilidade, segurança, competência e transparência. Isso é motivo de orgulho nacional”, disse Moraes, enquanto Bolsonaro se manteve sério, sem aplaudir.

Em outro trecho, o novo presidente do TSE afirmou que a liberdade de expressão não é igual a liberdade de agressão.

“Liberdade de expressão não é liberdade de agressão, não é liberdade de destruição da democracia, das instituições, da dignidade e da honra alheias. Não é liberdade de propagação de discursos de ódio e preconceituosos”, declarou o novo presidente do TSE.

Moraes agradeceu a presença de Bolsonaro na solenidade e disse que a cerimônia “simboliza o respeito às instituições como único caminho para fortalecimento” do Brasil.

“A Justiça Eleitoral não poderia comemorar melhor e de forma mais honrosa seus 90 anos de instalação, com presença nessa cerimônia do nosso chefe de Estado e de governo, presidente Jair Bolsonaro, presidente do Congresso, senador [Rodrigo] Pacheco, presidente da Câmara, Arthur Lira, do nosso presidente do STF e chefe maior do Judiciário e orgulho de todos os magistrados, Luiz Fux, bem como ex-presidentes da República.”

Ranier Bragon / Folha de São Paulo

Janja cria incômodos na campanha de Lula por interferências e superexposição


Casada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde maio, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, tem ganhado cada vez mais notoriedade dentro e fora do comitê eleitoral do petista.

O protagonismo de Janja, 55, traz elogios, mas também provoca incômodos entre aliados do presidenciável.

Da cor do material de campanha à comida a ser servida na cozinha da Fundação Perseu Abramo, a socióloga é ouvida sobre cada detalhe da rotina do ex-presidente.

Ela sempre mantém por perto uma garrafa de água para oferecer ao marido durante os atos políticos. Na pré-campanha, chegou a repreender agentes responsáveis pela segurança de Lula. Também já reclamou a assessores do excesso de sessões de fotos a que ele se submete.

Janja tem dito a pessoas próximas que quer “ressignificar” o papel de primeira-dama. Ela tem defendido pautas como combate à fome, soberania alimentar e defesa dos direitos das mulheres.

“Se eu puder contribuir em alguma coisa nessa campanha, nesse governo, que se Deus quiser tudo vai dar certo, vai ser justamente na questão da segurança alimentar voltada para as mulheres”, afirmou em um ato político em abril.

Ela busca participar de todas as reuniões da cúpula da candidatura petista e de encontros reservados de Lula com interlocutores chave. Esteve inclusive naquelas que antecederam a escolha do publicitário da campanha e opina sempre que julga necessário.

Segundo petistas, Janja fala o que pensa, mas não impõe a própria visão. As intervenções geram críticas de uma ala da campanha, que reclama de ela ser “invasiva”.

Em 8 de agosto, durante reunião do conselho político, Janja reclamou do tom escuro das peças publicitárias apresentadas.

No dia seguinte à reunião, a primeira-dama Michelle Bolsonaro divulgou um vídeo no qual Lula assistia a uma cerimônia de umbanda. “Isso pode né! Eu falar de Deus não”, publicou a esposa de Jair Bolsonaro (PL).

No mesmo dia, a socióloga foi às redes em defesa do marido. “Eu aprendi que Deus é sinônimo de amor, compaixão e, sobretudo, de paz e de respeito. Não importa qual a religião e qual o credo. A minha vida e a do meu marido sempre foram e sempre serão pautadas por esses princípios”, publicou.

A espontaneidade da reação alimentou, entre integrantes do comitê eleitoral, o receio de que a superexposição de Janja seja usada por Bolsonaro ao longo da disputa. Segundo aliados, a mulher de Lula abordou religião, um tema sensível, sem que a cúpula da campanha fosse avisada da publicação.

Aliados lembram que, na véspera da postagem, a cúpula da campanha havia reiterado que a crise econômica deveria estar no centro da disputa. A estratégia é impedir que a pauta de costumes invada o debate. Nesse sentido, a mensagem de Janja nas redes sociais colidiu com a definida pela cúpula da campanha.

Militante do partido desde 1980, a socióloga é descrita por seu entorno como uma mulher com brilho próprio, de conteúdo, com personalidade forte e amorosa.

Coube a ela articular o vídeo com a nova versão do jingle de 1989 “Lula Lá”, em que ela canta ao lado de diversos artistas. Esse foi o presente dado ao marido no início de maio, no evento de pré-lançamento da chapa presidencial.

A socióloga foi uma das três pessoas a falar na cerimônia. Além dela, discursaram o próprio Lula e o candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB). Desde então, Janja canta na maioria dos eventos.

Em junho, durante jantar com empresários, ela mostrou estranheza ao perceber que mulheres e homens estavam acomodados em grupos distintos. Segundo presentes, a socióloga incentivou as mulheres a participarem das conversas ao lado dos maridos.

Janja incentivou a empresária Rosangela Lyra a falar em nome das mulheres, o que não aconteceu. “Janja tem luz própria. Já saiu da sombra de Lula, se é que algum dia esteve”, comenta Rosangela.

A socióloga também fez-se ouvir no almoço em que foi discutida a retirada da candidatura de Márcio França (PSB) em apoio a Fernando Haddad (PT) como candidato ao Governo de São Paulo. Janja se apresentou à mulher de França, Lúcia, como fiadora do acordo.

Descrevendo-se como “blogueirinha”, na semana passada a socióloga tornou públicos seus perfis nas redes sociais, nos quais exibe cenas da vida do casal. No Instagram, ela reúne mais de 70 mil seguidores.

Janja também assumiu para si a tarefa de fazer pontes com artistas e influenciadores digitais.

Uma ala de aliados do petista avalia que Janja é um ativo para a campanha e que ela pode agregar em termos de pautas e votos ao ex-presidente ao se posicionar como uma mulher moderna, inteligente e independente.

Por outro lado, há petistas temerosos com o fato de as decisões de Janja serem tomadas à revelia da campanha. Ninguém tem, no entanto, coragem de falar com o ex-presidente, tido como um homem apaixonado e que estimula a independência da companheira.

Na opinião de pessoas próximas tanto de Lula como de Janja, as críticas são precipitadas e resultado de incômodos com o protagonismo da socióloga.

Petistas relatam que ela tem perfil diferente do de Marisa Letícia, ex-mulher de Lula. Embora tenha sido uma das fundadoras do PT, Marisa era avessa a aparições.

“Ela é uma pessoa que se dedica ao debate da segurança alimentar, sustentabilidade ambiental”, diz o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), numa defesa da atuação de Janja.

“Do ponto de vista político, ela jogou luz para pautas importantes, como pautas feministas, relacionadas à segurança alimentar, meio ambiente, cultura, animais domésticos e afins. Ela tem um valor enorme para o PT”, diz o advogado Marco Aurélio de Carvalho, que foi padrinho de casamento de Lula e Janja.

Na semana passada, Janja teve uma agenda própria —organizada a seu pedido e em 24 horas—, na favela de Heliópolis, em São Paulo. “O Lula não veio. Mas a Janja está aqui”, anunciou a anfitriã do evento.

Presente no ato, o coordenador da Central de Movimentos Populares, Raimundo Bonfim, resume: “Janja está pop”.

Nem sempre foi assim. Em 2018, a socióloga marcava presença diária na vigília que ficava em frente à superintendência da PF em Curitiba, pedindo a libertação do então namorado. Após a libertação, os dois foram morar temporariamente na casa reservada à segurança do ex-presidente em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

Catia Seabra, Julia Chaib e Thaísa Oliveira / Folha de São Paulo

Aos 63 anos, morre Claudia Jimenez no Rio


A atriz Cláudia Jimenez morreu no início da manhã deste sábado (20), no Rio, aos 63 anos.

A intérprete de Dona Cacilda, da “Escolinha do Professor Raimundo”, e de Edileuza, de “Sai de Baixo”, estava internada no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul.

Até a última atualização desta reportagem, a causa da morte não havia sido divulgada.

TSE simula mudança em teste das urnas sugerida por militares, mas adota cautela

A pedido da equipe do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, técnicos da corte reabriram a discussão sobre as sugestões feitas pelas Forças Armadas de mudanças no sistema eletrônico de votação e simularam, nesta semana, o uso da biometria para ativar a urna durante o chamado teste de integridade.

A reformulação do teste de integridade que ocorre no dia das eleições é o principal pedido dos militares na lista de recomendações enviada ao TSE —e que foi motivo de atritos entre o Ministério da Defesa e a gestão de Edson Fachin, ex-presidente do tribunal.

Apesar da simulação, técnicos da corte e auxiliares de Moraes adotam cautela. Reservadamente, eles dizem que mudar as regras semanas antes das votações pode tumultuar o processo eleitoral, além de ser trabalhoso e ter baixo poder de aperfeiçoar a segurança e a transparência do voto.

Integrantes do TSE dizem que a simulação recente pode servir até para colocar no papel que a ideia dos militares pode atrapalhar as eleições.

Nesse sentido, embora a mudança não esteja totalmente descartada, interlocutores no TSE dizem que atualmente é baixa a margem para qualquer alteração.

Por outro lado, ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) se dizem esperançosos que o novo presidente do TSE atenda as Forças Armadas.

Militares também esperam que o tema avance e entre na pauta do primeiro encontro do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, com Moraes após a troca de comando na corte. O general irá ao TSE na próxima terça (23).

O governo Bolsonaro vê uma eventual concessão às Forças Armadas como a moeda de Moraes para aliviar a crise entre o TSE e o Planalto. Bolsonaro, em troca, reduziria o tom golpista de suas declarações.

Integrantes do TSE, no entanto, não veem garantias sólidas de que o presidente de fato abandonaria os ataques às urnas. Essa avaliação é mais um argumento utilizado pelos que consideram pouco provável que Moraes aceite um acordo nesses termos.

Atualmente, há uma votação simulada no teste de integridade no mesmo dia da eleição real. Votos são depositados em cédulas de papel e, na sequência, digitados em urnas eletrônicas, para comparar os resultados.

O cerne do pedido dos militares é usar a biometria de eleitores reais no equipamento digital durante o teste.

Na argumentação dos militares, o teste de integridade precisa reproduzir as condições de votação da forma mais próxima da realidade possível. Por isso, seria importante que também na testagem ocorresse o uso da biometria, para evitar que um possível código malicioso fraudasse o processo.

Usar a biometria no teste, porém, exigiria realizar esse processo em locais de votação e não nos pontos indicados pelos tribunais regionais eleitorais.

Em nota divulgada em julho, o próprio TSE afirmou que adotar a proposta dos militares neste ano seria “inviável”, porque poderia tumultuar as eleições e traria risco ao sigilo do voto.

O teste de integridade ainda é acompanhado por equipes de auditoria privada, que utilizam câmeras e outros equipamentos para fiscalizar.

Uma empresa já foi escolhida para esse serviço no pleito de 2022. Os contratos para acompanhar a auditoria podem alcançar R$ 6,4 milhões.

Todo esse aparato para o teste teria de ser levado ao local de votação para acomodar a proposta dos militares. Além disso, integrantes do tribunal avaliam que seria necessária robusta campanha informativa para convencer eleitores a disponibilizar a biometria.

O TSE avalia propostas de automatizar etapas do teste de integridade para os próximos anos, o que facilitaria aplicar a análise nos locais de votação e com eleitores reais, segundo o tribunal. Para 2022, a equipe da Justiça Eleitoral considera que a mudança seria arriscada.

Apesar de resistirem à proposta da Defesa, técnicos do TSE começaram a pensar em formas de reduzir os impactos neste ano, caso Moraes decida ceder aos militares.

Uma ideia é aplicar a proposta da Defesa a um número pequeno de urnas. Por exemplo, em cerca de duas unidades por estado, o que atingiria menos de 10% das 648 urnas que devem ser utilizadas no teste de integridade em todo o país.

Auxiliares do ministro da Defesa e generais do Alto Comando do Exército afirmam, sob reserva, que veem como positiva a iniciativa do TSE de ao menos reabrir discussões sobre o teste de integridade.

Eles destacam que o movimento mostra um avanço em relação às discussões com Fachin, que estavam travadas.

Folha de São Paulo

Confira a agenda dos candidatos à Presidência para este sábado (20/8)

Esta é a agenda dos 12 candidatos à Presidência para este sábado

Ciro Gomes (PDT): Às 10h, faz caminhada no no calçadão de Campo Grande, no Rio de Janeiro. Às 13h, faz caminhada em Alcântara, em São Gonçalo. Às 16h, realiza encontro com protetores de animais e assina carta-compromisso.

Constituinte Eymael (DC):. Agenda ainda não divulgada.

Felipe D’Avila (Novo): Gravações do programa de televisão da campanha eleitoral.

Jair Bolsonaro (PL): Não tem agenda de campanha.

Léo Péricles (UP): Às 9h, fará caminhada em Mauá (SP). Às 14h, participa de encontro com metroviários na Estação Barra Funda. Às 19h30, participa de caminhada pelo bairro Lajeado, na zona leste de São Paulo.

Lula (PT): Às 11h, realiza comício no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.

Pablo Marçal (Pros): 10h, vai estar adesivando carros em Alphaville (SP).

Roberto Jefferson (PTB): Agenda ainda não divulgada.

Simone Tebet (MDB): Às 10h, participa da Caminhada da Esperança no Jardim Laranjeiras, na zona norte, em São Paulo. Às 15h, realiza gravação de rádio da propaganda eleitoral e, às 18h, do programa de TV da propaganda eleitoral.

Sofia Manzano (PCB): Às 10h, participa de roda de conversa na Associação dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Anistiados da Petrobras e subsidiárias do RJ em Duque de Caxias. Às 17h, participa de roda de conversa no Salão Teatro Santa Cecília em Petrópolis.

Soraya Thronicke (União): Às 11h, participa do lançamento da candidatura à Presidência e os lançamentos dos candidatos do partido ao governo e ao senado no Mato Grosso do Sul. Às 17h30, participa do lançamento da candidatura de deputado federal em João Pessoa (PB).

Vera (PSTU): Às 18h, participa do lançamento da candidatura de deputados estaduais na sede do Sindicato dos Metroviários em São Paulo.

Edição: Fábio Massalli
Por Agência Brasil - Brasília

Hoje é o Dia D de vacinação contra pólio e de multivacinação

Hoje (20) é o Dia D da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação de 2022. A imunização contra a poliomielite é destinada às crianças menores de 5 anos. Já o público-alvo da multivacinação, para a atualização das vacinas de rotina, são os menores de 15 anos.

O Ministério da Saúde destaca a necessidade de obter uma alta cobertura vacinal para que doenças erradicadas, como poliomielite, não voltem a ser registradas no país. No mundo todo, as coberturas caíram durante a pandemia de covid-19.

“A atualização da situação vacinal aumenta a proteção contra as doenças imunopreveníveis, evitando a ocorrência de surtos e hospitalizações, sequelas, tratamentos de reabilitação e óbitos. A mobilização nacional é uma estratégia adotada pelo Ministério da Saúde e é realizada com sucesso desde 1980”.

A campanha foi aberta no dia 8 de agosto e vai até 9 de setembro em todo o Brasil, envolvendo a aplicação de doses das 18 vacinas que compõem o Calendário Nacional de Vacinação da criança e do adolescente.

A mobilização nacional será neste sábado, mas estados e municípios têm autonomia para definir datas adicionais. O objetivo é alcançar cobertura vacinal igual ou maior que 95% para a vacina da poliomielite na faixa etária de 1 ano a menores de 5 anos, além de reduzir o número de não vacinados entre crianças e adolescentes menores de 15 anos.

As vacinas disponíveis são: Hepatite A e B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C (conjugada), VOP (Vacina Oral Poliomielite), Febre amarela, Tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), Tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela), DTP (tríplice bacteriana), Varicela e HPV quadrivalente (Papilomavírus humano).

Estarão disponíveis para os adolescentes, as vacinas HPV, dT (dupla adulto), Febre amarela, Tríplice viral, Hepatite B, dTpa e Meningocócica ACWY (conjugada).

A imunização contra a covid-19 também está em andamento e as vacinas poderão ser administradas de maneira simultânea com as demais do Calendário Nacional, na população a partir de três anos de idade. Também não há necessidade de aguardar intervalo mínimo entre a vacina contra a covid-19 e outras da campanha.

Poliomielite

Para a campanha contra a poliomielite, o público-alvo são as crianças menores de cinco anos de idade, totalizando mais de 14,3 milhões de pessoas, sendo que as crianças menores de 1 ano deverão ser vacinadas conforme a situação vacinal encontrada para o esquema básico.

As crianças de 1 a 4 anos deverão ser vacinadas indiscriminadamente com a Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico.

Todos os imunizantes que integram o Programa Nacional de Imunização são seguros e estão registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Edição: Denise Griesinger
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Debate presidencial terá Bolsonaro ao lado de Lula e estúdio sem plateia

O primeiro debate presidencial teve regras acertadas entre a organização e as equipes dos candidatos. O evento do próximo dia 28, um domingo, é promovido por Folha, UOL, TV Bandeirantes e TV Cultura, que formaram um pool, e será exibido às 21h.

Sorteios na quinta (18) definiram a localização dos candidatos e a ordem das perguntas. Os líderes nas pesquisas Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) estarão lado a lado. O petista ficará entre o atual presidente e Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado nas enquetes divulgadas até agora.

Além dos três, foram convidados os candidatos do Novo, Luiz Felipe d’Avila, do MDB, Simone Tebet, e do União Brasil, Soraya Thronicke, de partidos com representantes na Câmara de Deputados.

Assessores de todos os candidatos estiveram na reunião em que as regras foram definidas. Ficou acertado que não haverá plateia no estúdio. Apenas quatro assessores por campanha e os jornalistas credenciados poderão assistir no local a atração, que terá três blocos:No primeiro, haverá perguntas sobre temas sorteadas. Depois, os candidatos, poderão questionar seus adversários.
No segundo, jornalistas fazem perguntas. No questionamento, fica definido um adversário para o candidato debater sobre o tema após a resposta.
No terceiro, os convidados podem fazer perguntas entre si. Haverá também uma rodada de perguntas sobre temas sorteados e as considerações finais, de 2 minutos para cada.

Caso um candidato desista de ir ao debate, a cadeira destinada a ele ficará vazia.

Questionadas pela reportagem, as campanhas comemoraram a confirmação do debate.

“As soluções para a vida do nosso povo estão muito acima de paixões cegas ou de personalismos rasos. A grande tarefa é o debate de projetos e ideias para superarmos o fracasso do modelo econômico e de governança que nos levaram a uma década perdida”, afirmou Ciro Gomes (PDT).

“Os debates são, ao mesmo tempo, dever e direito. Quem foge a esse tipo de situação, pode fugir a qualquer outro tipo de compromisso com a democracia”, disse Simone Tebet (MDB.

“O debate é um dos mais importantes momentos da democracia. É onde os candidatos podem apresentar suas propostas e debater frente a frente com os demais candidatos. É uma importante prestação de serviço da imprensa para a sociedade, uma contribuição para o fortalecimento da democracia.”, opina Luiz Felipe D’avila (Novo).

“É indispensável oferecer o debate a quem vota, em nome da democracia. Nos debates, pretendo mostrar que tenho um diferencial no que tange os outros candidatos – a substituição dos tributos federais por um só imposto”, afirmou Soraya Thronicke (União Brasil).

Procuradas, as campanhas de Lula e Bolsonaro preferiram não se pronunciar.

No primeiro turno, o jornal Folha de S.Paulo ainda promoverá ao menos outros dois debates em parceria com o UOL.

No dia 19 de setembro está marcado debate para o Governo de São Paulo.

Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB), os três candidatos mais bem colocados na pesquisa Datafolha mais recente para o Governo de São Paulo, confirmaram presença. O encontro acontecerá entre 10h e 11h30.

Folha/UOL também irão promover debate com os candidatos a vice-presidente da República. O evento está agendado para 29 de setembro.

DEBATES PRESIDENCIAIS
(data, dia da semana, organizador e local do evento)28.ago, às 21h (domingo) – Pool Folha/UOL/Band/TV Cultura (São Paulo)
02.set (sábado) – Rede TV! (Osasco/SP)
13.set (terça-feira) – TV Aparecida (Aparecida/SP)
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Folhapress

Heber Santana repudia declaração de professora da USP sobre igrejas: “Intolerância religiosa”

Após a professora da Universidade de São Paulo (USP) Ermínia Maricato afirmar que existe “máfia” nas igrejas evangélicas, o presidente estadual do PSC e candidato a deputado federal Heber Santana repudiou a declaração e apontou intolerância religiosa na fala da docente em evento com a participação do ex-presidente Lula (PT).

“Declaração absurda. Demonstrando extrema falta de respeito com as igrejas evangélicas. Me pergunto, caso fosse alguma citação que envolvesse religiões de matrizes africanas a imprensa estaria noticiando, mas, nesse caso, resolveram se calar. Se somos contra a intolerância religiosa, então temos que nos revoltar sempre, independente da religião que está sendo ofendida, pois todas merecem respeito”, disse Heber nas redes sociais.

O presidente estadual do PSC ainda questionou se a professora conhece a importância das igrejas cristãs no papel social. “Ela desconhece o papel social das igrejas. São homens e mulheres que abrem mão das suas vidas para atender, socorrer e ajudar os mais vulneráveis”, concluiu.

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