Militares fecham portas para tentativa de contato da campanha de Lula

A 24 dias das eleições, o ex-presidente Lula não conseguiu abrir diálogo com a cúpula das Forças Armadas. Desde o início do ano passado, interlocutores do candidato do PT ao Palácio do Planalto tentaram se aproximar de oficiais-generais influentes, mas intenção foi barrada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação é do jornal “O Estado de S.Paulo”.

A orientação no Exército é que qualquer contato político ou solicitação de candidatos sejam direcionados para avaliação do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa de Lula, tentou conversar com a cúpula do Exército, mas sem sucesso.

Aliados de Lula, porém, afirmam reservadamente que a atitude do comandante-geral é compreensível. Dizem que, “como há um conflito muito forte, uma polarização”, pode ser conveniente que o ex-presidente não seja recebido.

 

Lula diz que Deus guia seus passos em 1º encontro de campanha com líderes evangélicos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que é guiado por Deus em seu primeiro encontro de campanha com líderes evangélicos.

“Se tem um brasileiro que não precisa provar que acredita em Deus, esse brasileiro sou eu. Eu não teria chegado aonde cheguei se não fosse a mão de Deus dirigindo meus passos”, disse nesta sexta (9) em São Gonçalo (RJ), durante ato organizado pelo núcleo evangélico do PT. “Tenho certeza que lá de cima ele vai dizer: Lula, cuida deste povo aqui.”

Antes da fala com notas messiânicas, o petista ressaltou iniciativas que tomou quando era presidente para garantir a liberdade religiosa, numa tentativa de dissipar fake news alimentadas pela máquina bolsonarista, como a de que vai fechar igrejas se for eleito.

“Aprendi que o Estado não deve ter religião, não deve ter igreja, deve garantir o funcionamento e a liberdade de muitas igrejas.”

Lula renovou sua promessa frequente de trazer churrasco para os lares brasileiros, só omitindo a cerveja que costuma incluir no pacote. “As famílias adoram se reunir no final de semana e comer um churrasquinho”, disse. A bebida alcoólica, desaconselhada nas igrejas, ficou de fora dessa vez.

O bolsonarismo esteve na mira em alguns momentos, nem sempre com citações nominais. Lula disse, por exemplo, que “ninguém pode mentir em nome de Deus, aliás ninguém deve usar o nome de Deus em vão, ninguém deve usar o nome de Deus para tentar ganhar voto”. Referência às corriqueiras menções religiosas na campanha do adversário Jair Bolsonaro (PL).

Ele voltou a acusar o presidente de “roubar o Sete de Setembro do povo brasileiro”. A data deveria ser cívica, mas Bolsonaro “fez uma festa para ele”, disse.

O discurso para religiosos foi vários tons abaixo da belicosidade contra o rival na véspera. Em Nova Iguaçu (RJ), Lula comparou os atos bolsonaristas no bicentenário da Independência a uma “reunião da Ku Klux Klan”.

Para martelar a carta da família, tão importante para esse nicho cristão, Lula contou a história da sua, destacando o papel de Dona Lindu, sua mãe, na criação dos filhos. Depois falou da própria prole, com cinco filhos, oito netos e uma bisneta. “Se a família estiver em harmonia”, se filhos obedecerem os pais, “a gente vai viver numa tranquilidade extraordinária”, afirmou.

Lembrou ainda do presbiteriano Lysâneas Maciel, deputado constituinte do PDT que, nos anos 1980, era chamado por pares de uma seminal bancada evangélica no Congresso de “o líder dos evangélicos do B”, a minoria à esquerda do bloco.

Vice na chapa lulista, o ex-governador e ex-adversário Geraldo Alckmin (PSB) apontou que precisou um pastor para mudar o mundo meio século atrás: o batista Martin Luther King, ícone americano da luta contra o racismo.

“Quem quer Lula presidente diz amém!”, bradou o pastor batista Oliver Goiano diante da plateia de crentes, para abrir o ato. Pregações se seguiram, com orações e falas proselitistas.

A reunião foi programado para tentar diluir a resistência na base evangélica a Lula e à esquerda que ele representa. Pesquisa Datafolha deste mês dá a Bolsonaro (PL) 48% desse eleitorado cristão, contra 32% do ex-presidente.

É o primeiro evento desta campanha de Lula com pastores. Antes tarde do que nunca era uma impressão compartilhada nos bastidores por alguns dos evangélicos presentes.

O petista não saiu da zona de conforto —lá estiveram velhos companheiros de guerra da minoritária ala progressista dos líderes evangélicos. Entre os nomes mais expressivos, a deputada Benedita da Silva e o pastor Ariovaldo Ramos.

“Acredito plenamente que precisamos corrigir e pensar na nossa linguagem”, disse o pastor Goiano. Um puxão de orelha no diálogo infrutífero muitas vezes travado entre esquerda e igrejas, com jargões que melhor cairiam em círculos não-religiosos.

Em vez de citar o conceito marxista de materialismo histórico, por exemplo, valeria dizer que a igreja de diáconos e apóstolos zela pela igualdade de todos. Uma porta de entrada mais palatável ao segmento.

O tom mais militante também deu as caras. “Presidente Lula, a igreja evangélica tem que pedir perdão ao senhor. O senhor não foi só alvo da injustiça do Judiciário brasileiro, mas também do clero brasileiro”, afirmou o pastor Sérgio Dusilek, presidente da Convenção Batista Carioca.

Ressoou pelo galpão um piseiro gospel produzido pela Frente Evangélica pelo Estado de Direito, ritmo popular nos templos. A letra sugeria crer que “dias melhores virão”.

Anna Virginia Balloussier, Folhapress

Ministério Público Militar abre apuração contra Ciro após pedido do governo Bolsonaro

O Ministério Público Militar em São Paulo abriu uma apuração contra o candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT). O procedimento atende a um pedido do Ministério da Defesa. O pedetista é acusado pelo governo Jair Bolsonaro (PL) de crime militar por supostamente difamar as Forças Armadas.

Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Ciro disse, durante entrevista à rádio CBN em junho, que as Forças Armadas são coniventes com crimes ocorridos na região da Amazônia.

Na mesma ocasião, afirmou que a gestão Bolsonaro fragilizou estruturas de fiscalização de órgãos como Funai (Fundação Nacional do Índio) e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). “Isso acabou transformando o território nessa holding do crime, claramente protegida por autoridades brasileiras, inclusive das Forças Armadas”, disse.

O episódio motivou comunicados de ambas as partes. O Ministério da Defesa acusou o candidato de fazer comentários infundados, e o pedetista afirmou ter visto ação política com digital de Bolsonaro na iniciativa da pasta comandada pelo general Paulo Sérgio Nogueira de pedir uma investigação.

O PDT também reagiu à ação, enviando à PGR (Procuradoria-Geral da República) uma representação contra o titular do ministério por denunciação caluniosa. Alegou no documento que a acusação contra Ciro é tentativa direta de interferência na candidatura e atinge sua liberdade individual e de expressão.

O caso foi analisado preliminarmente pela Procuradoria da República no Distrito Federal, que o transferiu ao Ministério Público Militar por envolver conduta passível de enquadramento em crime militar.

A Defesa acusou Ciro de incorrer em dois tipos penais. O primeiro, o de incitação ao crime, previsto no artigo 286 do Código Penal. Segundo a legislação, o delito é cometido por quem incitar animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os Poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade.

O ministério também acusou o pedetista de propalar fatos, “que sabe inverídicos, capazes de ofender a dignidade ou abalar o crédito das Forças Armadas ou a confiança que estas merecem do público”, crime previsto no artigo 21 do Código Penal Militar. Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa de Ciro não respondeu. Em nota sobre o caso, em junho, o pedetista afirmou que defende as Forças Armadas.

Antes de remeter o caso à instância militar, a Procuradoria no DF afirmou que não foi possível identificar elementos suficientes para levar adiante uma apuração quanto ao delito de incitação ao crime.

“A despeito da reprovabilidade das expressões sob o ponto de vista moral, não é possível vislumbrar ações concretas do representado [Ciro] direcionadas à instigação da população à prática de delitos”, afirmou o órgão, que se manifestou pelo arquivamento dessa parte da acusação.

Sobre as supostas ofensas às instituições militares, porém, houve outro entendimento: “Evidencia-se a possibilidade de que a conduta supostamente ilícita narrada tenha violado interesses das Forças Armadas”. Assim, a Procuradoria encaminhou o processo ao Ministério Público Militar.

A lei define que crimes militares em tempo de paz também podem ser praticados por civis, quando atentam contra o patrimônio sob a administração militar ou contra a ordem administrativa militar.

O Ministério Público Militar informou à reportagem que os autos do caso foram distribuídos a um promotor de Justiça Militar no início da semana e que não houve movimentação processual.

Marcelo Rocha/Folhapress

Presidentes da Câmara e do Senado defendem fortalecimento da democracia em bicentenário da Independência

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defenderam o fortalecimento da democracia brasileira na comemoração do bicentenário da Independência do País. Os discursos foram feitos na sessão solene do Congresso Nacional para celebrar a data, realizada no Plenário da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (8).

Rodrigo Pacheco condenou os períodos de “odiosos regimes autoritários e repressivos” que fizeram parte da história do Brasil desde a Independência e ressaltou a importância da Constituição de 1998 para o fortalecimento dos valores republicanos no Brasil. “Seus fundamentos [da Constituição] serviram e servirão para enfrentarmos alegóricos retrocessos antidemocráticos e eventuais ataques ao Estado de Direito e à democracia. Isso é irrefutável, isso é irreversível”, afirmou.

Arthur Lira destacou o papel do Parlamento como a instituição que serve à democracia brasileira e a necessidade de se fortalecer esse papel nas eleições.

“O bicentenário da Independência brasileira coincide com o ano de eleições presidenciais e de eleições legislativas federais, distrital e estaduais. Destaco, portanto, a chance de os cidadãos brasileiros, por meio do seu voto consciente, fortalecerem nossa democracia e este Parlamento, de modo que ele continue a exercer a importante tarefa de acolher diferentes aspirações e transformá-las em balizas coletivas”, disse. “Diretrizes que beneficiem toda a sociedade de modo justo e equânime e contribuam para o desenvolvimento deste País”, completou Lira.

Ausência
O presidente da República, Jair Bolsonaro, foi convidado para a solenidade, mas não compareceu. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) – um dos requerentes da sessão, juntamente com os deputados Joenia Wapichana (Rede-RR) e Túlio Gadêlha (Rede-PE) – criticou a ausência de Bolsonaro e o fato de ele não ter mandado mensagem à sessão, ao contrário dos ex-presidentes Fernando Collor de Mello, Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff. Eles também não compareceram à solenidade, mas enviaram mensagem ao cerimonial.

Randolfe destacou a democracia como a grande conquista do País nestes 200 anos. “A ela não cabe reversão. Outros brasileiros que nos antecederam entregaram o seu sangue e a sua vida para isso”, avaliou. Além disso, o senador chamou a atenção para o papel fundamental exercido por algumas mulheres no processo de independência, como da princesa Leopoldina, primeira mulher de D. Pedro I.

Consolidação da democracia
Na sessão, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, disse que o Brasil consolidou as instituições democráticas nos 200 anos da Independência. “A Independência forjou um Brasil multicultural, socialmente assimétrico e de dimensões impressionantes”, disse o presidente do STF. “Nessa aventura histórica, a Nação enfrentou adversidades, mas se consolidou como um País democrático, com instituições sólidas e harmoniosas”, completou.

Na visão dele, a celebração do bicentenário serve para uma avaliação do País construído ao longo do período. “Se não avaliarmos o passado, não teremos a consciência crítica do que somos”, concluiu.

Presidente da comissão especial curadora das comemorações do bicentenário na Câmara, o deputado Enrico Misasi (MDB-SP) também considera importante olhar para o passado para entender o que deve ser preservado ou corrigido. “Diante dos erros e da imensidão dos problemas que nós temos, eu proponho que deixemos de nos perguntar de quem é a culpa e passemos a nos perguntar: o que eu posso fazer para ajudar na construção desse Brasil”, afirmou.

Laços com Portugal
Já o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, frisou a importância dos laços afetivos, políticos e culturais que unem Brasil, Portugal e demais países de língua portuguesa. “Agradeço a pujança do povo brasileiro, que agora invade Portugal com seu abraço e seu afeto, e agradeço pela acolhida no País de milhões de portugueses”, afirmou o presidente de Portugal, ele próprio com laços familiares no Brasil.

Também compareceram ao evento os presidentes da República de Cabo Verde, José Maria Neves, e de Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, ex-colônias portuguesas que tiveram a independência reconhecida apenas na década de 1970. A solenidade reuniu também diplomatas estrangeiros e representantes de outras nações.

Outras autoridades
A sessão contou ainda com a presença dos ex-presidentes Michel Temer e José Sarney, além do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes; da presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Maria Thereza de Assis; e do procurador-geral da República, Augusto Aras.

Antes da sessão solene, as autoridades participaram, no Salão Negro da Câmara, da abertura da exposição 200 Anos de Cidadania: O Povo e o Parlamento, organizada em conjunto pelo Centro Cultural da Câmara e o Museu do Senado como parte das comemorações do bicentenário da independência.

A exposição estará aberta para visitação no Salão Negro do Congresso de 10 de setembro a 1º de dezembro, das 9 às 12 horas e das 13 às 18 horas nos dias de semana e das 9 às 17 horas nos fins de semana

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Agência da Caixa é atacada na Fazenda Grande do Retiro, em Salvador

Uma agência bancária da Caixa Econômica Federal, localizada no bairro da Fazenda Grande do Retiro, em Salvador, foi alvo de bandidos na madrugada desta sexta-feira (9).

Os criminosos explodiram caixas eletrônicos da unidade, mas segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), nenhuma quantia foi levada. A SSP informa que o Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil dará total apoio à Polícia Federal na investigação da tentativa de roubo.

De acordo com a pasta, em 2022, de janeiro a agosto, os roubos a banco apresentaram queda de 73%. Foram 10 casos registrados este ano, contra 37 ocorrências, no mesmo período de 2021.
Por: Bahia noticias

Veja as agendas dos candidatos à Presidência nesta sexta-feira (9/9)

Os presidenciáveis fazem mais Confira as agendas dos candidatos à Presidência da República nesta sexta-feira (9):

Ciro Gomes (PDT): em Londrina (PR), tem encontro com candidatos locais, na Praça Getúlio Vargas, às 10h30. Em Maringá (PR), visita o comitê de seu partido, às 14h. Já em Campo Grande (MS), se encontra com o governador, no aeroporto, às 15h15, e inaugura o comitê de seu partido, às 19h.

Constituinte Eymael (DC): não divulgou sua agenda.

Felipe D’Ávila (Novo): não tem compromissos públicos.

Jair Bolsonaro (PL): tem agenda com um candidato ao governo do Tocantins, no Bico do Papagaio, no extremo norte do estado. Está prevista uma motociata no trajeto, com desembarque em Imperatriz (MA), às 11h. De lá, segue para Axixá (MA), onde haverá discursos breves. Depois, a comitiva segue para Araguatins (TO), cidade que receberá um ato dos dois candidatos, no Parque de Exposições.

Léo Péricles (UP): terá agendas internas de campanha.

Lula (PT): participa do encontro Evangélicos com Lula e Alckmin, às 10h, no Centro Cultural Seven Music, em São Gonçalo (RJ).

Padre Kelmon (PTB): não divulgou sua agenda.

Simone Tebet (MDB): tem agenda no estado de São Paulo. Em São José do Rio Preto (SP), visita o Hospital de Base, às 9h30, e o mercadão municipal, às 11h. À tarde, concede entrevista à Rede Vida de Televisão, às 12h. Em Franca (SP), visita uma fábrica de calçados do Polo Atacadista, às 14h30, faz uma caminhada na Praça Nossa Senhora da Conceição, às 16h, e visita a Associação Comercial e Industrial da cidade, às 17h. O último compromisso é uma entrevista, às 18h, com a Rádio Difusora.

Sofia Manzano (PCB): concede entrevista para Agência Estado/Estadão, às 8h; participa de Ato Nacional da Enfermagem contra a suspensão do piso, no COREN-SP, às 10h; concede entrevista à rádio e TV Diamantina, às 15h30; faz panfletagem no Largo da Batata, próximo ao metrô Faria Lima, às 18h; e concede entrevista para Jovens Cronistas, às 19h30.

Soraya Thronicke (União): Em São Paulo (SP), grava propaganda eleitoral, às 9h, concede entrevista online ao vivo para o grupo O Liberal, do Pará, e um pool de veículos de comunicação do Amapá, do Maranhão, do Mato Grosso, de Tocantins, do Amazonas, de Rondônia, de Roraima e do Acre, às 12h30. Tem reunião com equipe da assessoria de comunicação da campanha em seu comitê, às 14h, e concede entrevista ao vivo ao Portal Conexão Poder, do estado de Mato Grosso, às 17h.

Vera Lucia (PSTU): participa de uma entrevista, na TV Onix, em São Carlos (SP), às 11h15. Em Descalvado (SP), reúne-se com agricultores no assentamento 21 de Dezembro, às 14h30. Em Jaú (SP), participa de plenária, às 19h30.

Por Agência Brasil - Brasília

Reino Unido de Elizabeth 2ª se tornou potência global, mas futuro político é incerto

Quando Elizabeth 2a assumiu o trono, em 6 de fevereiro de 1952, o Reino Unido se recuperava da Segunda Guerra Mundial e vivia os momentos finais do Império Britânico. Por três séculos o país havia se situado como uma potência militar, econômica e cultural, com territórios espalhados da América à Oceania. Mas os séculos 20 e 21 seriam de um lento processo de declínio.

Ainda que o país deixado pela rainha, morta nesta quinta (8) aos 96 anos, se mantenha entre os mais poderosos do mundo —é a sexta maior economia do planeta—, a resistência de seu protagonismo geopolítico é uma incógnita para as próximas décadas.

Cinco anos antes do começo do reinado de Elizabeth 2a, o Império Britânico havia perdido uma de suas possessões mais valiosas: a Índia; parte de um movimento de descolonização que se espalharia por África, Ásia e Caribe. No fim da década de 1990, Hong Kong, o último dos territórios significativos, foi devolvido para a China.

Simultaneamente, a chefe da monarquia se empenhava pessoalmente para fortalecer a Commonwealth, da qual foi chefe até 2018, quando passou a função para seu filho, o agora rei Charles 3º. A associação voluntária de nações tem 56 membros atualmente, mas quase nenhuma relevância geopolítica.

Essa condição única contribuiu para que o Reino Unido estivesse praticamente alheio ao que acontecia naquela época na sua vizinhança, do outro lado do Canal da Mancha. Menos de dez anos após a criação da Commonwealth moderna surgiu, em 1957, a Comunidade Econômica Europeia, base do bloco político e econômico que se tornaria o mais importante do mundo.

Foi só em 1973 que os britânicos aderiram ao grupo, mas nunca de forma integral. Na virada para o século 21, escolheram, por exemplo, não adotar o euro como moeda única, o que não foi obstáculo para o papel protagonista que dividiam com Alemanha, França e Itália. Uma relação considerada mais horizontal do que a com os Estados Unidos, em que por vezes ocupa o lugar de sócio minoritário.

Mas aí veio o brexit, aprovado em referendo em 2016, para mudar tanto o posicionamento do Reino Unido no jogo internacional quanto as certezas sobre a permanência de sua força global. A saída foi concretizada há mais de dois anos, mas a rainha morreu sem saber quais serão as reais consequências da despedida da UE.

Na tentativa de relançar sua política externa, o governo do Partido Conservador persegue, paralelamente ao brexit, a ambição de formar uma Grã-Bretanha Global, com alianças para além da Europa, notadamente na área dos oceanos Índico e Pacífico. A pandemia e a Guerra na Ucrânia colocaram areia no avanço do projeto, além de terem significados distintos para a imagem do país.

Enquanto a condução inicial da Covid-19 ficou distante daquela adotada pelos vizinhos europeus, a atuação contra a Rússia —com Boris Johnson sendo um dos mais vocais parceiros de Kiev, e a atual primeira-ministra Liz Truss servindo de sua secretária de Relações Exteriores— reaproximou o país da cúpula ocidental.

Para os analistas Jeremy Shapiro e Nick Witney, do Conselho Europeu de Relações Exteriores, em um mundo de crescente competição geopolítica, avanços autoritários e coerção geoeconômica, Londres deveria combinar seus interesses com os de parceiros semelhantes.

“Com os EUA cada vez mais absortos e focados no Indo-Pacífico e na China, a UE é o parceiro geopolítico necessário do Reino Unido”, escreveram em artigo publicado em dezembro. “A Grã-Bretanha Global é uma ilusão enraizada em um passado imperial mal evocado.”

Após 70 anos de reinado, a rainha deixa um país que entre as maiores economias do mundo, membro do G7, com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e ampla influência cultural. Resta saber o que Charles 3º, a primeira-ministra Liz Truss e companhia pretendem fazer com isso.

PAÍSES EM QUE O MONARCA BRITÂNICO É CHEFE DE ESTADO
Austrália
Antígua e Barbuda
Bahamas
Belize
Canadá
Granada
Jamaica
Papua-Nova Guiné
Reino Unido
São Cristóvão e Névis
Santa Lúcia
São Vicente e Granadinas
Nova Zelândia
Ilhas Salomão
Tuvalu
PAÍSES QUE INTEGRAM O COMMONWEALTH
África do Sul
Antígua e Barbuda
Austrália
Bahamas
Bangladesh
Barbados
Belize
Botsuana
Brunei
Camarões
Canadá
Chipre
Dominica
Eswatini
Fiji
Gabão
Gâmbia
Gana
Granada
Guiana
Ilhas Salomão
Índia
Jamaica
Kiribati
Lesoto
Maláui
Malásia
Maldivas
Malta
Maurício
Moçambique
Namíbia
Nauru
Nigéria
Nova Zelândia
Papua-Nova Guiné
Paquistão
Quênia
Reino Unido
Ruanda
Samoa
Santa Lúcia
São Cristóvão e Névis
São Vicente e Granadinas
Serra Leoa
Seychelles
Singapura
Sri Lanka
Tanzânia
Tonga
Trinidad e Tobago
Tuvalu
Togo
Uganda
Vanuatu
Zâmbia

Michele Oliveira/Folhapress

Ações contra Bolsonaro no TSE sobre 7 de Setembro devem ter efeito limitado na campanha

Os questionamentos judiciais feitos ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre atos de campanha promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no feriado de 7 de Setembro devem ter efeito limitado na candidatura à reeleição do chefe do Executivo. Na leitura de especialistas em direito e integrantes da Justiça Eleitoral, eventuais decisões para torná-lo inelegível são improváveis e não devem ocorrer antes das eleições deste ano, devido ao longo período de tramitação de processos do tipo.

Há, porém, margem para o tribunal restringir o uso de imagens das manifestações na propaganda eleitoral de Bolsonaro. O presidente usou as comemorações oficiais do Bicentenário da Independência para encorpar comícios de campanha em Brasília e no Rio de Janeiro, onde pediu votos e atacou adversários. Bolsonaro negou que tenha cometido abuso de poder durante as manifestações e disse que os atos institucionais foram separados dos comícios políticos.

“Que abuso de poder? Não gastei um centavo. Paguei todas a minhas despesas, houve separação clara entre o ato cívico-militar e o ato lá de fora”, afirmou Bolsonaro em transmissão nas redes sociais, nesta quinta-feira (8). O tipo de ação que pode ter maior impacto contra a candidatura no TSE é a chamada Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral). Esse procedimento avalia se houve desequilíbrio na eleição por abuso de poder econômico, político, de autoridade, além do uso indevido de meios de comunicação.

Em casos mais graves, a Aije tem poder de cassar o registro da chapa ou o diploma dos eleitos e também de tornar os alvos inelegíveis por oito anos. A tramitação, no entanto, é lenta. “Uma ação como essa não deve ter impacto nesta eleição. São muito trabalhosas, levam tempo de maturação e discussão”, afirma a professora da FGV Direito Rio Silvana Batini.

Em 2017, o TSE absolveu a chapa formada por Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) por 4 votos a 3, em ação apresentada em 2014 pelo PSDB.

Em outra Aije, o tribunal também levou cerca de três anos para votar e rejeitar a cassação de Bolsonaro e Hamilton Mourão (Republicanos) por participação em esquema de disparo em massa de fake news nas eleições de 2018. Magistrados de tribunais superiores ouvidos de forma reservada pela coluna Mônica Bergamo, da Folha, também avaliaram que a possibilidade de o TSE tornar Bolsonaro inelegível neste ano por causa do 7 de Setembro é praticamente nula.

Um caminho mais curto para limitar o ganho político de Bolsonaro envolveria pedidos ao tribunal para impedir o uso das imagens das manifestações em propagandas eleitorais. “Nada impede que a Justiça Eleitoral promova medidas para salvaguardar o pleito. As imagens produzidas para evento bancado pelo cofre público não podem ser usadas na campanha, é uma conduta vedada, caracterizaria crime eleitoral”, diz Batini.

Na leitura do advogado eleitoral Sidney Neves, mesmo impedir o uso das imagens não seria simples. Ele afirma que seria necessária uma apuração para comprovar que o ato foi ilegal, o que tomaria tempo para colher manifestações de todas as partes envolvidas.

“A Justiça Eleitoral tem tomado decisões para não criar uma censura prévia”, argumenta Neves.

Os atos de campanha de Bolsonaro no 7 de Setembro também devem levantar discussões sobre a declaração de gastos do candidato. Para Hélio Freitas de Carvalho, ex-presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, será uma espécie de confissão de culpa se a coligação de Bolsonaro declarar como gastos de campanha as despesas dos comícios promovidos no feriado.

Carvalho ainda afirma que as origens das despesas das manifestações têm de ser apuradas, pois promoveram desequilíbrio na campanha. “A cobertura foi estrondosa, com todas as televisões ao vivo. Além da vantagem natural que já possui o presidente que disputa a reeleição, ele teve a projeção dos eventos”, diz o advogado. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral pode apresentar ações de investigação até a data de diplomação dos candidatos, prevista para 19 de dezembro neste ano.

Legendas de oposição já anunciaram que vão acionar o TSE contra a chapa atual de Bolsonaro, que tem o general Braga Netto (PL) de vice, por causa dos atos do feriado da Independência. O PDT, de Ciro Gomes, foi a primeira legenda a formalizar o questionamento ao tribunal, argumentando que Bolsonaro usou a estrutura da celebração do bicentenário para promover a campanha à reeleição.

Advogado da campanha de Bolsonaro e ex-ministro do TSE, Tarcisio Vieira também negou que tenha ocorrido abuso de poder e disse que o comício não se misturou com as celebrações de 7 de Setembro. “Ao final do desfile, houve o encerramento oficial do evento, sendo certo que o presidente até retirou a faixa presidencial; e depois o candidato Bolsonaro, já não na condição de presidente do Brasil, foi a pé ao encontro de populares onde proferiu discurso de natureza política, sem qualquer gasto sustentado pelo erário”, diz Vieira.

O vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco, que atua em ações no TSE, ainda não se manifestou sobre os atos de Bolsonaro. Segundo autoridades que acompanham as discussões da Justiça Eleitoral, é comum que o Ministério Público leve mais tempo que os partidos para agir, pois o órgão costuma abrir uma apuração prévia sobre os casos.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou nesta quinta-feira que qualquer manifestação sobre possíveis crimes eleitorais será feita por Gonet Branco e dentro dos processos. Aras tem tido uma atuação alinhada a Jair Bolsonaro, que o indicou ao cargo mesmo ele não integrando a lista tríplice elaborada pelos procuradores. O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro decidiu, também nesta quinta, instaurar um inquérito civil para apurar o possível desvio de finalidade dos atos oficiais pelo Bicentenário da Independência em Copacabana.

A Procuradoria afirma não ter notado “cuidado necessário e suficiente esforço de autocontenção para diferenciar as celebrações do bicentenário da independência da manifestação político-partidária que se realizou no local”.
Mateus Vargas, Julia Chaib Italo Nogueira

TSE tem batalha entre Lula e Bolsonaro em ações sobre fake news e discurso de ódio

Sem previsão na legislação, “fake news” e “discurso de ódio” viraram armas estratégicas das campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Justiça Eleitoral.

São mais de 30 ações ajuizadas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com alegação de fake news, sendo 26 contra bolsonaristas: o presidente, seus aliados ou influenciadores. Dessas, 18 foram movidas pelo PT e partidos da coligação e oito pelo PDT, de Ciro Gomes, segundo dados da corte de janeiro a 2 de setembro. De outro lado, o Partido Liberal já ingressou com sete ações contra Lula acusando o petista de discurso de ódio, em especial por se referir a Bolsonaro como genocida.

Com menção a fake news, moveu duas ações. Uma é contra o empresário Gabriel Thomaz, por conteúdos considerados gravíssimos publicados no site www.bolsonaro.com.br, domínio que até o ano passado era usado para divulgar feitos do governo. A outra é direcionada a Lula e ao deputado federal André Janones em razão de uma live “sensacionalista e quase teatral” intitulada “URGENTE AO VIVO: VOCÊ VAI PERDER SEU AUXÍLIO!”, feita pelo parlamentar e compartilhada por Lula.

As duas campanhas amparam as ações em artigos relacionados à propaganda negativa ou irregular, mas citam explicitamente fake news ou discurso de ódio. Os termos são usados com frequência pelo TSE, seja nas campanhas da corte contra a desinformação eleitoral ou nos discursos do ministro Alexandre de Moraes, que preside o tribunal nesta eleição.

Especialistas ouvidos pela Folha apontam que existe um apelo das campanhas para sensibilizar a corte com a utilização desses discursos.

“Em 2018, já se usava esses termos, mas as menções a fake news e discurso de ódio cresceram muito em 2022. Discurso de ódio não existe na legislação, o que existe é violência política. Adotá-lo é uma maneira de criar narrativa e sensibilizar”, afirma Samara Castro, advogada especialista em direito eleitoral. Uma das mentiras que mais mobilizou a equipe do petista foi a de que, se eleito, Lula fecharia igrejas evangélicas.

Para que o candidato não sofresse danos de imagem entre o eleitorado religioso, a campanha criou flyers e peças em vídeo para mostrar que ele “nunca fechou e nunca fechará igrejas”, além de ter assinado a Lei da Liberdade Religiosa, em 2003, e sancionado a lei que criou o Dia Nacional da Marcha para Jesus, em 2009. A legenda ainda pagou anúncios no Google e impulsionou vídeos sobre a temática no YouTube, a fim de alcançar mais pessoas e dizer que as igrejas permanecerão abertas caso Lula vença o pleito.

Na semana passada, a campanha do petista encaminhou um documento a dez redes sociais e aplicativos com propostas para combater a disseminação de conteúdos falsos e violentos. Há relatos de dificuldade para derrubar conteúdos explicitamente violentos, como ameaças à integridade do ex-presidente.

O documento é assinado por Gleisi Hoffmann, presidente da legenda e coordenadora da campanha de Lula, e foi enviado a plataformas como Facebook, Instagram, YouTube, Twitter e Tik Tok. Entre as sugestões estão a derrubada imediata de conteúdos com ameaças e incitação à violência e o pedido que denúncias “sejam apreciadas com urgência”.  As empresas de redes sociais só têm obrigação de remover conteúdo por ordem judicial. No entanto, contam com políticas internas contra discurso de ódio e desinformação eleitoral, e entraram em acordo com o TSE para cumprirem tais diretrizes.

O PT diz ter recebido, em cinco meses, 7.000 denúncias de ataques ou fake news pela plataforma “Verdade na Rede”. Parte desse conteúdo é filtrado e analisado e as checagens são distribuídas em grupos de WhatsApp e nos canais oficiais de Lula. As mentiras que culminaram em ações acusam Bolsonaro e os filhos Carlos, Eduardo e Flavio, além das deputadas federais Carla Zambelli e Bia Kicis, da ex-ministra Damares Alves, do empresário Luciano Hang e de ativistas.

Entre as fake news estão a suposta conexão entre o PT o PCC, uma cartilha do governo Lula que ensinaria jovens a fumar crack, a ideia de que Lula participa de compromissos eleitorais alcoolizado, de que revogaria o Pix e de que contaria com um advogado que incentiva a manipulação de pesquisas eleitorais. A coligação também alega ataques ao sistema eleitoral em uma ação contra Zambelli. A deputada compartilhou publicação enganosa sobre um suposto QR Code do novo título de eleitor que contabilizaria votos automáticos a Lula.

O TSE passou a julgar ataques e conteúdos sabidamente inverídicos contra o sistema eleitoral. A lei veda “a divulgação ou compartilhamento de fatos sabidamente inverídicos ou gravemente descontextualizados que atinja a integridade do processo eleitoral”. Do lado de Bolsonaro, a equipe jurídica faz uma ofensiva contra os discursos do petista que associam o atual mandatário a genocídio, em referência à sua condução política na pandemia de Covid. As representações dizem que o petista comete “ofensa gravíssima” ao chamá-lo dessa forma, como o fez em vários comícios em cidades do Nordeste, cujos trechos dos vídeos circulam nas redes sociais petistas.

Os advogados também consideram reprováveis as falas de Lula ao acusar Bolsonaro de desumano, fascista e possuído pelo demônio e ao se referir a seus apoiadores como milicianos.

“O genocida acabou com o Minha Casa Minha Vida e prometeu Casa Verde e Amarela. Eu quero dizer para ele que vocês vão ganhar essas eleições para mim, e que nós vamos voltar, nós vamos voltar e vamos fazer o Minha Casa Minha Vida” é um dos exemplos dos discursos de Lula que foram alvo de processo. Em 10 de agosto, o ministro Raul Araújo Filho, do TSE, determinou a remoção de vídeos das redes sociais contendo essa narrativa. O magistrado considerou que houve “propaganda eleitoral extemporânea negativa por ofensa à honra e à imagem” do presidente.

O magistrado é o mesmo que tentou censurar manifestações políticas das cantoras Pabllo Vittar e Marina no Lollapalooza, em março.

Em outra decisão perante um pedido semelhante do PL, a ministra Carmen Lúcia, do TSE, foi no sentido oposto do colega. Alegou que “não é qualquer crítica contundente a candidato ou ofensa à honra que caracteriza propaganda eleitoral negativa antecipada, sob pena de violação à liberdade de expressão”. Para Tarcisio Vieira, ex-ministro do TSE e integrante da equipe jurídica de Bolsonaro, Lula não faz uso da liberdade de expressão, “mas comete crime gravíssimo” ao acusar o adversário de genocida.

“Mesmo entre os países que usam o sentido mais alargado do conceito de liberdade de expressão, existem limites, e um deles é o discurso de ódio”, diz, explicando que usa essa nomenclatura nas representações. Segundo ele, a corte precisará estabelecer o limite da liberdade de expressão.

Chamar Bolsonaro de genocida é uma das questões que estão em aberto no entendimento do tribunal.

Paula Soprana e Victoria Azevedo/Folhapress

Rússia ameaça 4 países europeus que impuseram restrições de fronteira

A Rússia ameaçou, esta quinta-feira, a Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia por terem aplicado restrições nas suas fronteiras a cidadãos russos A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Kremlin, Maria Zakharova, reagiu a estas ações prometendo que a Rússia não "se fechará" para o mundo, mas prometeu medidas de retaliação.

Maria Zakharova, porta-voz deste ministério, indicou à agência Reuters que "os interesses do povo russo será tido em conta em primeiro lugar" quando forem escolhidas as medidas de retaliação. Recorde-se que o primeiro-ministro da Estónia, Kaja Kallas, anunciou que o seu governo vai fechar-se ao turismo russo em resposta a "sérias ameaças de segurança públicas".

Numa declaração conjunta feita hoje, os quatro países que fazem fronteira com a Rússia assumiram-se "cada vez mais preocupados com o influxo substancial e crescente de cidadãos russos para a União Europeia e o espaço Schengen" através das suas fronteiras.

Por considerarem tratar-se de uma "séria ameaça", o grupo decidiu fechar-se ao turismo proveniente da Rússia. O primeiro-ministro da Estónia indicou que, apesar disso, haverá exceções. As novas restrições entram em vigor no dia 19 de setembro.


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Por: Noticias ao Minuto

Ministro diz que ‘mão de Deus’ ajudou preço do diesel a cair no Brasil

BRASÍLIA - Após uma série de medidas para reduzir os preços dos combustíveis - de troca no comando da Petrobras à redução de impostos cobrados sobre diesel e gasolina - o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse que “a mão de Deus” ajudou na redução na bomba.

“Primeiro, a mão de Deus nos ajudou que o preço do diesel caísse. Segundo, tínhamos um plano e o mantivemos. Não podemos é sair com medidas do lado oposto ao que queremos”, afirmou, lembrando do momento que considerou mais tenso - junho, mês seguinte ao que assumiu a Pasta, quando o barril do petróleo tipo Brent era comercializado acima de US$ 120, atingindo a maior cotação em dois meses e um dos maiores em quatro anos.

“O câmbio continuou a ajudar e sabemos que, depois de muitos dias chovendo, vai fazer sol”, disse Sachsida, um dos ministros mais dedicados a Bolsonaro, que viu na alta dos preços dos combustíveis o seu maior desafio na campanha para se manter no Palácio do Planalto por mais quatro anos.


Sachsida foi definido como ministro na mesma reunião em que Caio Mario Paes de Andrade foi escolhido para presidir a Petrobras - ambos levados a Bolsonaro por Paulo Guedes. Recentemente, o governo anunciou redução dos preços dos combustíveis no Brasil, feito que tem sido alardeado pelo presidente. Bolsonaro trocou o comando da estatal três vezes desde que assumiu o Executivo e tem dito que, se necessário, faria mais 20 substituições de seu gestor se os preços não caíssem. A intervenção no comando da petroleira chegou a fazer com que o valor de mercado da estatal caísse R$ 27,3 bilhões em um único dia.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Sachsida relata que foi sincero com o presidente Jair Bolsonaro sobre o papel limitado que o governo poderia desempenhar no setor quando foi chamado para o cargo.

“Desde que conversei com o presidente quando me indicou para ser ministro, deixei claro o que era possível ser feito e sobre o que não tínhamos controle. O preço do Brent, por exemplo, não controlamos. Então, poderíamos atuar, talvez, na parte do câmbio”, afirmou, explicando que não se referia a medidas feitas pelo Banco Central no mercado, mas a um conjunto de ações que pudessem atrair investimento estrangeiro ao País. “Com isso, o câmbio se valoriza, o que pode deixar as coisas elas por elas”, avaliou.

O ministro salientou que sempre insistiu na adoção de medidas estruturais desde que comandava a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.

Ele lembrou as várias sugestões de medidas que começaram a surgir no País, no auge da disparada dos preços internacionais. Uma delas foi a criação de impostos sobre lucros extraordinários da Petrobras. “Eu disse não! E o presidente me apoiou. Se aumento imposto agora, como quero atrair capital? Não mexemos na lei do petróleo, não mexemos na política de preços”, argumentou, acrescentando que 11 tributos sofreram redução no País de forma permanente nos últimos anos. “A estratégia sempre foi essa.” Para manter a desoneração dos combustíveis em 2023, o governo propôs ao Congresso abrir mão de R$ 52,9 bilhões.

Críticos à redução dos tributos, principalmente o estadual ICMS, dizem que o governo agiu eleitoralmente ao incluir combustíveis como “bens essenciais” e esvaziar os cofres de Estados e municípios.

Para o ministro, a decisão pela não taxação dos lucros da estatal foi uma forma de sinalizar para o mercado sobre a seriedade do governo. Por isso, afirmou, a escolha foi pelo corte de ICMS sobre esses produtos. A decisão causou confronto com alguns governadores, que viram a maior fonte de suas receitas diminuir. “A desoneração tem eficácia e todos os outros benefícios”, argumentou.

Sachsida disse que, em um cenário de nova pressão sobre preços lá fora por causa de um corte de oferta da commodity pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o governo prefere manter a tática já adotada antes. “O que podemos fazer? Realocação no portfólio de investimentos. A parte dos recursos que iria para outros lugares tem que chegar ao Brasil. É o momento de o Brasil mostrar que é a bola da vez. Sai da Rússia, Ucrânia, Ásia, e investe no Brasil”, afirmou. Nas últimas horas, no entanto, o preço da commodity tem desabado por causa das expectativas de forte desaceleração da atividade na China.

O ministro também disse ser contra a criação de um fundo de estabilização, que serviria para amortecer internamente momentos de maior volatilidade internacional dos preços. Para ele, seria uma ineficiência tributar um insumo básico da economia, como combustível ou energia. “Sem contar o impedimento por causa da lei de aumento do teto dos gastos, seria uma forma de congelar preços. Então, o que queremos é um choque de proatividade”, afirmou. “O fundo de estabilização tem uma boa intenção, mas seria uma bola de neve fiscal.”

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‘Milhares de patriotas foram à Barra defender o Brasil e o voto auditável’, diz Tatiana Mandelli

A candidata a deputada federal Tatiana Mandelli (Republicanos) participou do ato de bolsonaristas que comemoraram os 200 anos de Independência do Brasil. Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes fizeram o trajeto entre o Farol da Barra e o Morro do Cristo. Uma das pautas foi a reivindicação de eleições com voto auditável.

“Nossa comemoração dos 200 anos da Independência foi muito emocionante. Foi um ‘mar’ de gente em verde e amarelo na Barra, que já virou tradicional ponto de encontro em Salvador de patriotas que amam a Bahia e o Brasil e querem uma nação livre e próspera. Fiquei muito feliz com o apoio de diversas pessoas à minha candidatura ao Congresso Nacional. Vamos em frente, Brasil”, disse Tatiana Mandelli.

O candidato ao governo do Estado João Roma (Republicanos) também participou do ato, realizado na manhã de domingo (7).

Paulo Azi se solidariza com jornalista “desrespeitada” por Jerônimo durante entrevista

Presidente estadual do União Brasil, o deputado federal Paulo Azi se solidarizou com a jornalista Silvana Oliveira, que, segundo ele, foi desrespeitada pelo candidato a governador Jerônimo Rodrigues (PT) durante entrevista nesta quinta-feira (8) na Rádio Sociedade. Para Azi, a reação do candidato petista é lamentável.

“Além de despreparado, Jerônimo mostrou que também é grosseiro quando confrontado sobre os problemas da Bahia, como a educação, que esteve sob seu comando durante todo o segundo mandato de Rui Costa”, disse o deputado, ao lembrar que a Bahia tem o pior ensino médio do país, conforme o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Para o parlamentar, Jerônimo perdeu a linha por não conseguir justificar o fato de a Bahia não alcançar a média do Ideb desde 2013. “Não adianta ele ficar nervoso, subir o tom de voz e tentar calar quem o questiona. Me solidarizo com a jornalista Silvana Oliveira, profissional competente que foi desrespeitada enquanto estava fazendo o seu trabalho”, afirmou Azi.

“É lamentável ver um candidato a governador ter uma atitude tão desrespeitosa como aquela. Ele mostrou que, quando confrontado sobre problemas deixados pelo partido dele, prefere elevar o tom de voz do que apresentar ao eleitor baiano explicações e soluções. Não é a jornalista que diz que a Bahia é a última no IDEB, são os próprios dados, que são públicos”, complementou.

Charles 3º é o novo rei; saiba quem foram Charles 1º e Charles 2º

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O novo rei da Inglaterra teve a opção de escolher seu nome. Ao optar por Charles 3º, o monarca dá sequência à uma linhagem que remonta ao século 17 e que foi responsável por aumentar o poderio britânico.

Charles 1º foi rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda entre 1625 e 1649, ano em que foi executado.

Ele era o segundo filho do rei Jaime I da Escócia, mas, depois que seu pai herdou o trono inglês, em 1603, mudou-se para a Inglaterra, onde passou grande parte de sua vida. Charles foi entronado após a morte do pai.

À época, a Inglaterra vinha de uma crise econômica por investir mais dinheiro do que podia em seu Exército, que lutou contra e venceu a Espanha numa guerra em 1558.

Charles 1º, tão logo virou monarca, assinou um documento que proibia a Coroa de convocar o Exército ou tomar medidas econômicas sem a aprovação do Parlamento. Ele também estendeu uma cobrança de impostos de navios, que valia somente para a área litorânea, para toda a Inglaterra.

Acreditando --assim como o seu pai-- que o soberano era designado por Deus para comandar o império, dissolveu e convocou o Parlamento diversas vezes. Também tentou impor aos escoceses a prática do anglicanismo, sendo que a maioria era presbiteriana.

Foi decapitado por traição à pátria e por governar como tirano, em 30 de janeiro de 1649.

Filho sobrevivente de Charles 1º, Charles 2º foi rei da Inglaterra, da Irlanda e da Escócia entre 1660 e 1685. O tempo em que ficou no poder é conhecido como o período da Restauração, pois representou a pacificação da Inglaterra após as guerras civis entre católicos e protestantes. Também significou o fim de um período republicano no país.

Seu reinado foi marcado pelo aumento da colonização e do comércio na Índia, nas Índias Orientais e na América --os britânicos tomaram Nova York dos holandeses em 1664-- e por atos de navegação que garantiram o futuro do Reino Unido como potência marítima.

Enfrentou ainda a Peste Negra, em 1664, quando um quarto da população de Londres à época morreu. Em seguida, um grande incêndio forçaria a reconstrução de parte da cidade.

Ele fez várias tentativas para formalizar a tolerância a católicos, mas foi forçado a recuar diante de um Parlamento fortemente hostil.

Embora Charles 2º tivesse vários filhos ilegítimos com várias amantes, não teve nenhum com sua esposa, Catarina de Bragança. Seus esforços para se tornar um governante absoluto o levaram a entrar em conflito com o Parlamento, que ele dissolveu em 1681. Desde então, até sua morte, em 1685, governou sozinho.

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Ipiauenses são atendidos em Mutirão de Catarata através da parceria entre Estado e Município

A Prefeitura de Ipiaú, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, proporcionou o atendimento de cerca de 60 pessoas no Mutirão de Catarata, que aconteceu nos dias 03 e 04 de setembro no Bela Vista Hospital dos Olhos em Jequié, em parceria com o Governo do Estado.
Antes de serem encaminhados para a cirurgia, os pacientes passaram por um processo de triagem, consulta médica e todos os exames necessários para a cirurgia.

Em transporte e lanche custeado pela Prefeitura, os pacientes se deslocaram com acompanhantes e foram assistidos por dois profissionais de saúde do Município. Os pacientes retornam nos dias 24 e 25 deste mês para realizar a cirurgia.

José Américo Castro: Prefeitura de Ipiaú/Dircom

Apresentador perde a linha, comemora morte de rainha Elizabeth II e web detona: "Merece repúdio mundial"

       Durante a última quinta-feira (8), o mundo recebeu a notícia de que a rainha da Inglaterra faleceu
O mundo foi surpreendido na tarde de ontem, quinta-feira (8), com a notícia de que a rainha Elizabeth II morreu aos 96 anos. Entretanto, dentre várias homenagens à falecida, um momento ganhou repercussão mundial: um apresentador comemorou a morte da monarca, a ofendeu e brindou com um champanhe.
Segundo informações do portal "Ana Maria UOL", o responsável por proferir os insultos à Elizabeth II foi o apresentador argentino Santiago Cúneo. O famoso decidiu brindar com seus companheiros e chamou a monarca de "velha de merd*". "Morreu a velha filha da pu**, finalmente acabou. Uma salva de palmas para satanás, que a recebeu", começou dizendo ele.

Em sequência, ele pegou uma garrafa de champanhe e brindou. "Eu prometi que faríamos um brinde", disse o argentino. "Champanhe para todos. O filho da pu** do marido dela já morreu, e estamos comemorando a morte de todos os malditos ingleses de m*rda que fazem parte dessa coroa imunda, pirata, ladra, genocida, assassina, que tanto nos atormentou.", finalizou ele.

Nas redes sociais, diversas pessoas saíram em defesa da monarca, alegando que as palavras de Santiago passaram dos limites. “Impossível existir neste mundo pessoas que se alegram com a morte de alguém, isso merece repúdio mundial”, disse um internauta. Já outras pessoas, concordaram com o apresentador, alegando que o Reino Unido foi maléfico para a Argentina no passado.
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Morre Rainha Elizabeth II aos 96 anos

Palácio de Buckingham afirma que médicos estão preocupados com estado de saúde da monarca, de 96 anos. Integrantes da família real viajaram até o palácio de Balmoral, na Escócia, onde a rainha está.

A rainha Elizabeth II morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos.

Últimas atualizações

Charles já é considerado rei

Filho mais velho de Elizabeth II, Charles já oficialmente considerado rei do Reino Unido.

Segundo o jornal britânico "Guardian", ele será oficialmente declarado rei no palácio de Saint James, em Londres, ainda sem data definida.
Há 3 minutos

Rainha morreu pacificamente, diz família real

O twitter oficial da família real já anunciou a morte da rainha.

"A rainha morreu de forma pacífica nesta tarde.

O Rei e a Rainha consorte permanecerão em Balmoral nesta noite e retornarão amanhã".

A rainha Elizabeth II morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos.

A rainha Elizabeth II morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, de acordo com a rede BBC. A monarca britânica estava em sua residência de férias, o Castelo de Balmoral, na Escócia. Ela teve o reinado mais longo da história do Reino Unido.
Há 14 minutos

BBC suspende programação normal para transmitir apenas notícias sobre a rainha Elizabeth II

A TV estatal do Reino Unido, a BBC One, suspendeu a programação normal do canal e está transmitindo notícias sobre a condição da saúde da rainha Elizabeth II nesta quinta-feira (8).

A programação normal do principal canal da rede foi interrompida pelo anúncio do Palácio de Buckingham de que os médicos estavam preocupados com a saúde de Elizabeth II.

O programa BBC News Special está sendo apresentado pelo âncolra Huw Edwards, que está usando um terno escuro com uma gravata preta (essa é a etiqueta da rede para os momentos em que um membro da família real morre).

De acordo com o jornal “The Guardian”, Edwards é um dos setoristas de monarquia britânica desde 1998. Além dele, há um outro apresentador que conhece bem a família real, Nichlas Witchell.
Há 19 minutos

William, Edward e Andrew chegam em Balmoral
Príncipe William, neto de Elizabeth II, chega dirigindo um carro no castelo de Balmoral. Junto com ele estão os príncipes Edward e Andrew, filhos da monarca, que foram visitar a rainha após o anúncio de que a monarca está sob cuidados médicos.

Biden fala sobre estado de rainha

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (8) que seus pensamentos estão com a rainha Elizabeth II e sua família, segundo um porta-voz da Casa Branca.

Ele disse que Biden foi informado sobre o estado de Elizabeth II nesta manhã.


TSE não tornará Bolsonaro inelegível, avaliam magistrados

A opinião é de magistrados de tribunais superiores –e inclusive de integrantes da própria corte eleitoral.

Uma investigação pode até ser aberta nos próximos dias –mas dificilmente seria encerrada até o fim de outubro, quando se realiza o segundo turno das eleições no Brasil.

Em primeiro lugar, seria preciso abrir espaço para o contraditório, ouvindo a defesa de Bolsonaro, num processo de idas e vindas que poderia demorar meses, ou até mesmo anos.

A corte levou quase três anos, por exemplo, para julgar uma Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) contra a chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer.

Quando os dois foram inocentados, em 2017, a petista já nem ocupava mais a Presidência da República.

O histórico do TSE, por outro lado, mostra que dificilmente a corte cassaria um presidente eleito com os votos de milhões de brasileiros.

E mesmo que Bolsonaro seja derrotado nas eleições, a possibilidade de que ele se torne inelegível futuramente, punição extrema caso fosse condenado por causa do 7 de setembro, é considerada remota.

O comportamento do presidente, confundindo um ato oficial de governo com sua própria campanha, mereceria melhor exame, na opinião de ministros.

Embora não seja usual, por exemplo, um mandatário discursar no evento que celebra a Independência do Brasil, não há lei que o impeça de se pronunciar.

A confusão da figura do presidente com a do candidato, portanto, seria indesejada, mas difícil de ser comprovada, na opinião de um juiz.

Nesta segunda (8), o PDT recorreu ao TSE pedindo que a corte abra uma investigação contra Bolsonaro.

O partido pede que tanto ele quanto o candidato a vice Braga Netto (PL) se tornem inelegíveis por abusos de poder político e econômico nas manifestações do 7 de setembro.

A legenda argumenta que Bolsonaro usou a estrutura da celebração do bicentenário da Independência para promover a candidatura à reeleição.

“Além do uso da estrutura do evento (palanque, veiculação através da TV BRASIL), que foi custeado com o Erário, o primeiro Investigado [Bolsonaro] cumprimentou pessoas, posou para fotos com aliados”, diz o PDT.

“Em discurso realizado de cima de um trio elétrico, conclamou apoiadores a votarem nele no primeiro turno e convencer aqueles que pensam ‘diferente de nós”‘, afirma ainda a ação.

A legenda foi a primeira a apresentar uma Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) por causa dos atos do sete de setembro. A coligação de Lula (PT) afirma que também entrará com uma ação deste tipo.

Além de pedir que a ação seja acolhida, e Bolsonaro se torne investigado, o partido de Ciro requer que o TSE declare a inelegibilidade do presidente e de Braga Netto nas eleições de 2022 e nos próximos 8 anos, “bem como cassação do seu registro ou diploma”.

Se for aceita, a Ação de Investigação Judicial Eleitoral será conduzida pelo corregedor eleitoral do TSE, Benedito Gonçalves.

Mônica Bergamo, Folhapress

Trump anuncia apoio a Bolsonaro e o chama de ‘homem maravilhoso’

 
O ex-presidente americano Donald Trump anunciou publicamente seu apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), em post em sua rede social, a Truth Social.

“O presidente Jair Bolsonaro ama o Brasil acima de todas as coisas. Ele é um homem maravilhoso e tem meu apoio total e completo”, escreveu Trump na manhã desta quinta-feira (8).

Trump e Bolsonaro têm uma relação próxima, e o brasileiro é rotineiramente comparado ao ex-presidente republicano no estilo e ideologia.

Em seu anúncio, o próprio americano faz referência à semelhança entre os dois. “O presidente Jair Bolsonaro do Brasil, ‘o Trump tropical’ como ele é chamado afetuosamente, tem feito um grande trabalho para o maravilhoso povo brasileiro”, afirma.

Trump acrescentou que, quando era presidente, “não havia outro líder de país que me chamasse tanto quanto Jair, buscando corte de impostos e tarifas, renegociações comerciais, políticas de reforço para fronteiras e contra as drogas (para colocar os ‘caras maus’ na cadeia) ajuda militar e mais”, escreveu.

Fábio Zanini/Folhapress

Campanha de Lula recorre ao TSE por sorteio da ordem de sabatinas na Record


A coligação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acionou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na terça (6) para exigir que a Record sorteie a ordem das sabatinas com presidenciáveis que serão realizadas no canal.

Diferentemente da concorrente TV Globo, a emissora não usou o recurso para definir a ordem em que os candidatos serão entrevistados no Jornal da Record entre 23 e 28 de setembro. Em vez de sorteio, o critério usado foi a ordem dos postulantes ao Planalto na pesquisa Ipec divulgada em 29 de agosto.

Assim, Lula, líder nas intenções de voto na sondagem usada como referência, seria o primeiro a ser sabatinado, no dia 23, uma sexta-feira. O presidente Jair Bolsonaro (PL) viria em seguida, na segunda (26).

Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), nesta ordem, fechariam o ciclo de entrevistas na emissora.

Na representação, a campanha petista argumenta que, num primeiro momento, o canal havia decidido realizar as sabatinas entre 7 e 21 de setembro, e a ordem das entrevistas seria “inversa à da colocação dos candidatos na pesquisa contratada pela Record TV junto à empresa RealTime Big Data, a ser divulgada em 15 de agosto de 2022”. Ou seja, os últimos colocados abririam as entrevistas.

O convite, porém, foi cancelado no começo de agosto para dar lugar às novas datas. O formato também mudou: as sabatinas foram limitadas aos quatro candidatos mais bem posicionados nas pesquisas, e a ordem das entrevistas passou a ser decrescente, com o mais bem colocado inaugurando a série.

“A emissora inverteu absolutamente os critérios de definição da ordem de entrevistas, de modo que se pode identificar violação à isonomia e à paridade de oportunidade entre os candidatos”, defende a campanha na representação à ministra Maria Claudia Bucchianeri, da corte eleitoral.

Baseada na lei 9.504, que estabelece normas para as eleições, a coligação pede aplicação de multa para a emissora no caso de descumprimento da lei e, no pedido ao TSE, destacou que Lula seria sabatinado numa sexta-feira, “dia de menor audiência”, enquanto Bolsonaro ganharia exposição em data mais próxima do primeiro turno. A coligação diz ter solicitado o sorteio para a emissora, o que teria sido negado.

A lei eleitoral não obrigada as emissoras a fazer sorteios para definir a ordem de entrevistas, e sim para debates. “O que a legislação exige é que o veículo de comunicação dê tratamento isonômico a todos os candidatos”, diz José Paes Neto, membro da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político).

Num primeiro momento, o advogado diz não ver quebra de isonomia. Segundo Paes, o veículo precisa estabelecer um critério claro de escolha da ordem, e a pesquisa de intenção de voto tem de ser válida.

“O sorteio seria o melhor critério. Mas a partir do momento que a legislação não impõe essa condição para as entrevistas, outros critérios podem ser adotados pelo veículo de imprensa”, afirma ele.

A Record não respondeu às tentativas de contato da Folha até a publicação desta reportagem.

Daniela Arcanjo, Folhapress

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