Bahia registra 439 casos de Covid-19 e mais dois óbitos
Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 439 casos de Covid-19 e duas mortes. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), de 1.690.865 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.659.650 são considerados recuperados, 532 encontram-se ativos e 30.683 pessoas foram a óbito.
Segundo a Sesab, o boletim epidemiológico desta terça-feira (13) contabiliza ainda 2.016.589 casos descartados e 360.150 em investigação. Na Bahia, conforme a secretaria, 68.448 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Vacinação
A Sesab ainda informa que a Bahia contabiliza 11.648.268 pessoas vacinadas contra a Covid-19 com a primeira dose, 10.817.922 com a segunda ou dose única, 7.232.581 com a de reforço e 2.095.829 com o segundo reforço. Do público de 5 a 11 anos, 1.038.289 crianças foram imunizadas com a primeira dose e 665.378 tomaram também a segunda dose. Do grupo de 3 e 4 anos, 42.213 tomaram a primeira e 4.909 já tomaram a segunda dose.
Diferença cai para 3,1 pontos e confirma empate técnico entre Lula e Bolsonaro
Levantamento nacional realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas aponta redução para 3,1 pontos a vantagem do ex-presidente Lula (PT) em relação ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL), estabelecendo empate técnico entre os candidatos.
A pesquisa foi realizada após a impactante presença de milhões de pessoas nas ruas de todo o País, nas comemorações do Bicentenário da Independência.
De acordo com o cenário estimulado da pesquisa, o petista tem 39,6% das intenções de voto para presidente, contra 36,5% do atual presidente, enquanto Ciro Gomes (PDT) soma 7,4% e Simone Tebet 4,7%. Os demais candidatos não chegam a 1%.
A diferença é ainda menor e caiu para 2 pontos de diferença no cenário espontâneo, quando o entrevistado é convidado a declinar o nome do candidato em quem decidiu votar. Nesse cenário, Lula tem 32% e Bolsonaro 30%.
Na espontânea, Ciro tem 4% e Simone Tebet 2,1%, enquanto os demais não chegam a somar 15%, mas o volume de eleitores indecisos é expressivo e chega a 26% do total de entrevistados. prometem votar branco ou nulo 5,4% dos eleitores.
O Paraná Pesquisas entrevistou 2.020 eleitores de 162 municípios de todos os Estados e do Distrito Federal, entre os dias 8 e 12 de setembros, e registrou a pesquisa na Justiça Eleitoral sob nº BR-05388/2022.
Bolsonaro usa gafe de Lula sobre mulheres na TV e dá novo destaque a Michelle
Em nova propaganda na TV para conquistar o voto das mulheres, o presidente Jair Bolsonaro (PL) usou nesta terça-feira (13) uma gafe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre violência doméstica e voltou a exaltar a primeira-dama Michelle.
A peça publicitária inicia com Lula afirmando que, no seu governo, as mulheres eram tratadas com respeito. A cena seguinte mostra trecho de um discurso recente em que o petista diz: “Quer bater em mulher? Vá bater em outro lugar, mas não dentro da sua casa”.
Na ocasião da gafe, em comício no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, Lula condenava a violência doméstica.
A frase completa, com o escorregão e que não aparece na propaganda de Bolsonaro, é a seguinte: “Vá bater em outro lugar, mas não dentro da sua casa ou no Brasil, porque nós não podemos mais aceitar isso”.
No vídeo do PL, que estreia no horário eleitoral nesta terça (13), a campanha mostra o equívoco de Lula a três eleitoras, que criticam a fala. “Imagina se fosse a mãe dele, a irmã dele”, diz uma mulher. “Eu acho que Lula nem deveria ter saído da cadeia”, afirma outra.
Na mesma propaganda eleitoral, em seguida, a locutora diz que Bolsonaro protagonizou “uma das mais belas cenas de valorização da mulher, quebrando todos os protocolos” ao ceder espaço à Michelle durante a posse presidencial em janeiro de 2019.
Michelle fez um discurso em Libras, antes do marido, e o grande destaque dado a ela gerou a expectativa de que seria politicamente atuante no mandato de Bolsonaro. Ela voltou a aparecer, entretanto, só na campanha deste ano, no cenário de alta rejeição feminina ao candidato à reeleição.
Bolsonaro tem 29% das intenções de voto (contra 46% de Lula) e é visto por 51% dos eleitores como o presidenciável que mais ataca as mulheres, de acordo com a última pesquisa Datafolha.
As mulheres têm sido centrais nas disputas presidenciais e estaduais, aparecendo nas propagandas de televisão e em atos públicos.
A campanha de Bolsonaro tenta minimizar a imagem machista do presidente dando voz à Michelle, que desde a convenção que oficializou a candidatura dele faz discursos com apelo religioso e troca demonstrações de carinho com o marido.
A socióloga Rosângela da Silva, a Janja, casada com Lula, também é frequente em eventos políticos e aparece na propaganda televisiva do PT.
“Sabemos das dificuldades que nós mulheres enfrentamos atualmente. São milhões de mulheres endividadas para poder levar alimentos para suas famílias”, disse em uma das peças.
Para Bolsonaro, a dificuldade para conquistar o voto das eleitoras cresceu após o primeiro debate, organizado por Folha, Uol, Band e TV Cultura, em que ele atacou a jornalista Vera Magalhães e a candidata do MDB, Simone Tebet.
Depois disso, também insultou a jornalista Amanda Klein, durante sabatina na Jovem Pan, e capturou o momento da celebração do bicentenário da Independência para puxar o coro de que é “imbrochável”.
Já Lula cometeu gafes ao tentar abraçar a linguagem inclusiva para conversar com minorias políticas. Um dos problemas é um termo com conotação sexual no bordão de ter 76 anos, mas “tesão de 20”.
Na peça desta terça, o PL elenca feitos de Bolsonaro para as mulheres durante seu mandato, como a sanção das leis Mariana Ferrer e da violência psicológica, além do registro do no nome das mulheres em títulos de terra.
“Se para alguns parece estranho que Jair tenha feito tanta coisa pela proteção das mulheres é porque não conhecem o presidente”, diz Michelle na propaganda.
A locutora tenta suavizar sua imagem ao dizer que “não é com discurso que o Jair demonstra respeito com as mulheres, é com realizações”.
Paula Soprana, Folhapress
Roma diz ser contra adoção por casais homoafetivos e argumenta querer proteger crianças de ‘sexualização’
O candidato a governador da Bahia, João Roma (PL), disse ser contrário à ação de crianças por casais homoafetivos e, ao justificar a posição, disse que tem amigos homossexuais, mas que “não pode se colocar justamente para a criança nessa fase que ela está mais desprotegida, simplesmente você querer estar sexualizando com uma questão da política de gênero dentro das escolas, querendo levar livros com questões sexuais para crianças de três, quatro, cinco anos”.
A declaração foi dada durante entrevista à TV Bahia, nesta terça-feira (13). “Então o que eu acho é que deve se proteger [a criança] é não levar discussões, sexualizando esse período da infância que é um período de inocência da criança”, completou o candidato.
Roma então ouviu dos apresentadores Wanderson Nascimento e Jéssica Senra que a adoção referida não implicava a sexualização das crianças, mas a acolhida delas em seio familiar. Roma ainda foi questionado se ele preferia ver uma criança criada em uma instituição ou por uma família com pais ou mães do mesmo sexo.
“Não, eu quero que ela seja bem recebida e que ela possa ter o máximo de proteção a começar pelo estado, a começar pelo estado. Agora a minha opinião pessoal, eu quero que essa criança não tenha acesso a indução de sexualidade dentro de um período que ela está desprotegida, só isso”, disse o candidato.
Ao ser novamentente questionado se a adoção estimularia a sexualidade, o candidato do PL disse: “Naturalmente ela [a criança] vai questionar aquilo ali. Então é importante você proteger nesse período. Mas vamos cumprir a lei”.
Davi Lemos
Milícias crescem quase 400% em 16 anos e já ocupam 10% do Grande Rio
As milícias chegaram com atraso à leva de grupos armados que agem como se fossem Estados paralelos no Rio de Janeiro, mas ganharam terreno rápido. As áreas sob seu domínio cresceram 387% num período de 16 anos, pulando de 52,6 km² para 256,3 km² na região metropolitana. É como se mandassem num espaço equivalente a 64 Copacabanas, o bairro cartão-postal dos cariocas.
Os milicianos, claro, não se concentram na turística zona sul, mas sobretudo na zona oeste da capital e na Baixada Fluminense. Hoje, 10% de toda a extensão do Grande Rio está sob controle desse poder ilegal, metade de todo o território submetido ao crime.
O levantamento é fruto de uma parceria do Instituto Fogo Cruzado com o Geni (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos), da UFF (Universidade Federal Fluminense). O apanhado histórico dos grupos armados foi feito a partir do cruzamento de quase 700 mil denúncias obtidas via Disque Denúncia, sobre milícia e tráfico de drogas, com um mapa construído especificamente para esse projeto, que retrata mais de 13 mil sub-bairros, conjuntos habitacionais e favelas em toda a região.
O ritmo da expansão miliciana superou o de qualquer concorrente de criminalidade. São três, a saber: CV (Comando Vermelho), TCP (Terceiro Comando Puro) e ADA (Amigos dos Amigos), facções associadas ao tráfico de drogas.
A fatia geográfica dominada pelo quarteto subiu 131% desde 2008 e hoje corresponde a 20% da região metropolitana. Divide-se assim: milícias detêm 50% desse naco, CV fica com 40%, TCP subjuga 9% e à ADA resta 1%.
O pioneiro dos quatro tem mais gente sob seu controle. São 2 milhões morando em áreas sob o jugo do CV, como a Rocinha e Complexo do Alemão, com favelas de alta densidade demográfica, e a quase onipresença nas populosas Niterói e São Gonçalo.
Sua hegemonia, porém, vem murchando, enquanto a competição paramilitar dilata. Entre 2012 e 2018, a facção comandava áreas maiores e mais populosas do que todos os outros grupos (TCP, ADA e milícias) somados.
Nesse “Game of Thrones” do poder paralelo, a presença miliciana afeta territórios ocupados por 1,7 milhão de habitantes. No começo da série histórica, eram 600 mil. O aumento, portanto, foi de 185%. O CV também espichou no mesmo intervalo, mas em velocidade menor: 42%.
O próprio estudo antevê problemas no recorte populacional, por usar dados do Censo de 2010, muito desatualizados. O novo levantamento do IBGE sofreu atrasos e está sendo feito só neste ano.
Também há chances de distorção ao considerar apenas quem reside nesses locais, já que o poder paralelo também tem impacto, por exemplo, na vida de trabalhadores. Acontece se eles se locomovem em transportes clandestinos, importante filão da milícia, ou param na farmácia perto do trabalho —segundo a Polícia Civil, milicianos já controlam mais de 1.200 drogarias no Rio.
O movimento paramilitar arrefeceu um pouco após a CPI das Milícias, realizada em 2008 na Assembleia Legislativa fluminense. A comissão pediu o indiciamento de 7 políticos e outras 259 pessoas. Os milicianos voltaram a se fortalecer nos últimos anos, beneficiados por um combo de más notícias para o estado, como explica a socióloga Maria Isabel Couto (Instituto Fogo Cruzado), coordenadora do estudo junto com Daniel Hirata (Geni/UFF).
Entre 2016 e 2018, o país acompanhou traficantes se engalfinharem em violentas batalhas por controle territorial, com reflexo no Rio. “Aqui, a disputa entre PCC e CV se materializou com o investimento da facção paulista em grupos rivais do Comando e foi potencializada porque a crise fiscal, econômica e de gestão que o estado enfrentou fragilizou a capacidade de respostas do poder público”, afirma Couto. “Essas mesmas condições facilitaram o crescimento explosivo das milícias.”
Os anos 1960 pariram esquadrões da morte que serviram de embriões às milícias como hoje as conhecemos. O mais famoso deles, a Scuderie Le Cocq, homenageia no nome um detetive morto pelo bandido Cara de Cavalo, depois executado ao arrepio do devido processo legal.
Grupos de extermínio estiveram por trás de várias chacinas ao longo desses anos, mas o modelo miliciano clássico se fortaleceria só nos anos 2000, com policiais e ex-policiais em seu esqueleto.
Milicianos não são menos tirânicos do que traficantes, mas “se vendem como fiadores de mercadorias valiosíssimas”, aponta Bruno Paes Manso no livro “A República das Milícias” (Todavia). Eles prometem ordem e parceria com a polícia, o que diminui o risco de operações policiais e tiroteios nas comunidades.
“Você tem o envolvimento direto dos agentes de segurança pública, então é por dentro do Estado que a milícia cresce, com toda a proteção e a informação privilegiada”, afirma o sociólogo José Cláudio Souza Alves, pesquisador do fenômeno.
No começo, havia uma aura justiceira associada à milícia, como se ela tivesse autorização para combater a qualquer custo traficantes que inundavam as comunidades com drogas. Hoje isso é balela. “Milicianos também têm relação com o tráfico, apesar do discurso de que impediriam bandidos de crescer”, diz Alves.
“O discurso ‘legitimador’ das milícias faz parte do passado”, segundo Couto, do Instituto Fogo Cruzado. “Agora, milícias e traficantes atuam em parceria e fizeram um ‘intercâmbio’. A milícia vende drogas e o tráfico cobra taxas de moradores. A milícia hoje é uma grande holding, já que tem em seu modelo a detenção de ‘participação acionária’ nas atividades do tráfico.”
Milicianos já se uniram ao TCP para tomar espaços da ADA e também arrendaram áreas inteiras para traficantes explorarem economicamente uma região. “Como as milícias são compostas também por servidores da administração pública, elas têm acesso a informações que valem muito”, diz a socióloga.
Têm também ascendência sobre boa parte de serviços e comércio. Controlam a venda do gás de cozinha, a segurança local, a cobrança de aluguel das casas, o acesso a consultas médicas, a circulação das vans, entre outras frentes de negócio clandestino.
A atuação é quase sempre imposta na base da força. Alguém que se recuse a pagar pela proteção oferecida por milicianos, por exemplo, pode ser coibido a mudar de ideia após sofrer atentados.
Suspeita-se que algo assim aconteceu no latrocínio de um advogado de 27 anos que saía de uma roda de samba no centro do Rio. A Polícia Civil prendeu em agosto um segurança acusado de encomendar o roubo por R$ 400 para o homem que acabou esfaqueando Victor Stephen Pereira.
“Ao ampliar seu domínio territorial, a milícia amplia também sua ‘cartela compulsória de clientes’”, diz Couto. “Ela atua fortemente no setor de construção civil, grilando terras, drenando e roubando areia, construindo empreendimentos imobiliários.”
A cada dois anos, esse batalhão de criminosos tenta intervir no processo eleitoral, muitas vezes com êxito. Uma das táticas é permitir que apenas candidatos chancelados pela milícia façam campanha nos territórios dominados. Em última instância, chegam a matar potenciais concorrentes.
Anna Virginia Balloussier/Folhapress
Euclides da Cunha: Falta de política municipal de manejo de animais domésticos motiva MP-BA a acionar Prefeitura
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) ajuizou ação civil pública contra a Prefeitura de Euclides da Cunha requerendo, em caráter liminar, que a administração municipal encaminhe proposta de lei ao Poder Legislativo para implementar uma política pública de adequado manejo dos animais domésticos e para regulamentar o comércio desses animais na cidade. Segundo o promotor de Justiça Samory Pereira Santos, autor da ação, não há política pública efetivamente implantada na cidade, mesmo diante da necessidade de controle populacional e tratamento desses animais.
“Para se ter uma ideia do quantitativo de animais domésticos em Euclides da Cunha, registre-se que foram administradas 10.899 doses durante a Campanha Nacional de Vacinação Antirrábica, sendo 8.097 de cães e 2.802 de gatos, o que correspondeu a 80% da população desses animais na cidade”, destacou o promotor de Justiça. Com base nesses dados, o promotor de Justiça estimou que existem um total de 10.121 cães e 3.502 gatos na cidade, “e esse número é certamente subestimado, uma vez que não alcança animais abandonados, negligenciados ou vacinados em clínicas particulares”.
Na ação, o MP-BA requer ainda que o município não extermine cães e gatos para fins de controle populacional, ressalvada a possibilidade de eutanásia prevista na Lei n.º 14.228/21; promova a esterilização gratuita de, no mínimo, 10% da população de cães e gatos da localidade por ano, em mutirões trimestrais, mediante técnica cirúrgica que cause o menor sofrimento aos animais, de maneira ética, com insensibilização; observe, no recolhimento de cães e gatos, os procedimentos mínimos de manejo, transporte e de guarda que assegurem o bem-estar do animal, de acordo com a Lei 13.426/2017; e não entregue cães e gatos recolhidos por órgãos ou entidades públicas para a realização de pesquisa científica ou apresentação em evento de entretenimento.
O promotor de Justiça Samory Pereira ressaltou que o MP-BA tentou uma resolução extrajudicial para o problema, ao propor a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta, com cronograma de atividades a serem desenvolvidas e ações, mas o Município afirmou que há previsão de construção de abrigo municipal e não concordou com a assinatura do termo, bem como não apresentou contraproposta.
TSE discute se boné é enfeite ou roupa típica da periferia
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vai discutir um caso que, à primeira vista, nada tem a ver com as eleições: o boné é um enfeite ou uma roupa típica das periferias urbanas?
A resposta, contudo, terá impacto na foto da urna que será usada por Douglas Belchior, candidato a deputado federal pelo PT-SP, e pode alterar o entendimento de outros casos semelhantes.
É que, na foto original apresentada por sua campanha, Belchior traz na cabeça o boné de aba reta que quase sempre está usando. Basta uma pesquisa por seu nome no Google imagens para comprovar.
A Justiça Eleitoral, contudo, barrou a fotografia. Em primeira e segunda instâncias, considerou que o boné está vedado pela legislação e que o candidato deve aparecer sem a peça.
A resolução 23.609/2019 do TSE estabelece que a imagem da urna deve ser: “frontal (busto), com trajes adequados para fotografia oficial, assegurada a utilização de indumentária e pintura corporal étnicas ou religiosas, bem como de acessórios necessários à pessoa com deficiência”.
Em seguida, diz: “vedada a utilização de elementos cênicos e de outros adornos, especialmente os que tenham conotação de propaganda eleitoral ou que induzam ou dificultem o reconhecimento do candidato pelo eleitorado”.
Para o desembargador Silmar Fernandes, relator do caso no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), o boné não se enquadra como indumentária; deve ser considerado um adorno que traz prejuízo ao livre exercício do direito ao voto.
“Caso fosse permitida a utilização da fotografia pretendida, haveria, além da já mencionada afronta ao livre exercício do voto, também ao princípio da isonomia, com tratamento privilegiado ao agravante”, afirma Fernandes.
O advogado Fernando Neisser, que atua em favor de Douglas Belchior, recorreu ao TSE. O processo está nas mãos do ministro Sérgio Silveira Banhos, que analisará os argumentos do candidato.
Por meio de seus advogados, Belchior argumentou que o boné se vincula a sua identidade sociocultural e que a resolução da corte eleitoral assegura a utilização de indumentária.
“Isto é, elementos, roupas, utensílios que remetem à determinada identidade de um povo ou de um grupo social”, dizem os advogados.
“É importante destacar que, erroneamente, muitas vezes associamos à palavra ‘indumentária’ somente às vestimentas características de grupos étnicos específicos (…) e nos esquecemos da interculturalidade existente nos centros urbanos brasileiros”, afirmam.
Belchior, também conhecido como Negro Belchior, mora no Jardim Santa Luiza, em Poá, na região metropolitana de São Paulo, e é cofundador da Uneafro Brasil e membro da Coalizão Negra por Direitos.
Atua como educador na periferia e se engaja há muito tempo no combate ao racismo. Para ele, valorizar elementos da cultura negra faz parte dessa luta.
Daí porque a campanha de Belchior afirma: “A não autorização da utilização da fotografia configura uma repressão não só à identidade do candidato, mas também de toda uma comunidade representada por ele”.
O professor Hélio Santos, um dos principais ativistas da causa racial no país, reforça o ponto. “Os homens negros, jovens, usam bonés; os professores periféricos negros também. Douglas Belchior é um educador periférico e foi assim que ele construiu a sua imagem, usando boné.”
Na visão de Santos, como TSE tem feito esforços para que as eleições contemplem todos os grupos, barrar o boné entraria em colisão com esse entendimento recente da corte. “Não acho que esse contrassenso possa ser cometido”, diz.
No mês passado, num impasse semelhante, o TRE-PA (Tribunal Regional Eleitoral do Pará) vetou uma fotografia apresentada por Livia Noronha, candidata do PSOL a deputada estadual. Ela afirmou que o problema seria o uso do turbante na imagem.
Alguns dias depois, porém, o TRE-PA afirmou que se tratava apenas de uma questão de enquadramento. Com o envio de nova foto, a situação foi resolvida –com o turbante na cabeça.
Uirá Machado/Folhapress
INSS não pode cancelar pensão por morte antiga, decide Justiça
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não pode cancelar benefícios antigos, pagos há mais de dez anos, segundo decisão do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
O entendimento do Judiciário foi tomado no caso de uma pensionista que recebia a pensão por morte da Previdência desde 1979, há mais de 40 anos, quando seu marido morreu.
No caso julgado, a segurada foi convocada pelo instituto em abril de 2021 a enviar documentos pessoais dela, do marido que morreu e dos dependentes que comprovassem o direito ao benefício. Ela recebeu carta da Previdência informando que a pensão seria reavaliada.
Em setembro, a pensionista recorreu à Justiça contra a revisão instituída pelo órgão. Em sua ação, ela alegou que o prazo de revisão nos benefícios previdenciários é de até dez anos após a concessão, conforme determina a lei 8.213, de 1991, e pediu que a Justiça proibisse o cancelamento ou a suspensão do pagamento.
Em janeiro, a primeira resposta do Judiciário foi negativa, o que fez com que a pensionista recorresse ao tribunal. No fim de agosto deste ano, a 5ª Turma do TRF-4 entendeu que o prazo de revisão do INSS estava esgotado e não era possível, portanto, cancelar ou suspender o benefício
O magistrado responsável pelo caso no tribunal, Alexandre Gonçalves Lippel, entendeu que não há mais possibilidade de revisão do benefício, mas que o órgão pode pedir aos beneficiários a atualização dos dados, caso seja necessário.
GOVERNO DIZ QUE SISTEMA IDENTIFICOU INCONSISTÊNCIAS NA CONCESSÃO
Em nota, a AGU (Advocacia-Geral da União), que defende o INSS em ações na Justiça, informou que o instituto promove revisão periódica dos benefícios com base no artigo 69 da lei 8.212/1991 e “respeita a decadência em relação aos benefícios concedidos há mais de dez anos”, a não ser quando há comprovação de má-fé do segurado ou dependente.
Segundo o órgão, no caso julgado, o INSS solicitou documentos após o sistema de verificação da folha de pagamentos, implantado em 2019, encontrar inconsistências na concessão da pensão por morte.
A AGU diz que o pente-fino, nesses casos, é anual, e que a exigência de documentos é legal. Com isso, entende que a sentença foi favorável tanto ao INSS quanto à segurada, garantindo que o pedido de documentação para a revisão de dados possa ser feito.
O QUE DIZ A LEI SOBRE REVISÃO DE BENEFÍCIOS DO INSS
Segundo os advogados Roberto de Carvalho Santos, do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários), e Rômulo Saraiva, colunista da Folha, a Previdência pode rever benefícios após o prazo de dez anos, mas apenas nos casos em que houver má-fé, ou seja, possibilidade de fraude. “Neste caso, o ônus da prova é do INSS”, diz Santos.
Em 2021, pensionistas de todo o país passaram a receber cartas do INSS solicitando documentos. “A legislação até autoriza revisão de renda a qualquer tempo, com ameaça, inclusive, de o benefício ser interrompido, mas em casos de fraudes, o que não é a hipótese dessas cartas. As cartas cobram documentos básicos. E, a partir daí, acredita-se que vão avaliar alguma desconformidade”, afirma Saraiva.
Cristiane Gercina/Folhapress
Servidor público perde mais renda do que empregado do setor privado na pandemia
A renda média do trabalho caiu mais para os empregados do setor público do que para os funcionários da iniciativa privada durante a pandemia no Brasil.
É o que indicam dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), produzida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No trimestre de maio a julho de 2019, antes da crise sanitária, a renda média do trabalho era estimada em R$ 4.468 para os empregados do setor público.
Três anos depois, em igual trimestre de 2022, o rendimento baixou para R$ 4.086, o equivalente a uma queda de 8,5% na pandemia. Os dados levam em conta a inflação.
Em igual período de comparação, a renda média dos empregados do setor privado, exceto os trabalhadores domésticos, recuou de R$ 2.421 para R$ 2.350. A baixa foi de 2,9%.
Os empregados domésticos, por sua vez, tiveram contração de 5,1%. A média encolheu de R$ 1.106 para R$ 1.050.
Os dados do IBGE consideram apenas os recursos obtidos com o trabalho por quem segue ocupado em vagas formais ou informais. Fontes como benefícios sociais não entram nos cálculos.
A inflação elevada fez a renda dos brasileiros encolher de maneira generalizada na pandemia. No caso dos empregados no setor público, o efeito da alta dos preços foi potencializado pela ausência de reajustes ou por aumentos tímidos para parte dos servidores, avaliam economistas.
“Em um contexto de inflação alta, o congelamento de salários faz a renda média cair mais”, afirma a economista Vívian Almeida, professora do Ibmec-RJ.
O economista Alysson Portella, pesquisador do Insper, tem opinião semelhante. “Vimos dificuldades para a obtenção de reajustes no setor público, que é muito heterogêneo”, diz.
Os dados do funcionalismo divulgados pelo IBGE refletem a situação dos trabalhadores das diferentes esferas de governo (municipal, estadual e federal). Abrangem, além da administração direta, fundações, autarquias e empresas públicas e de economia mista.
No trimestre até julho de 2019, o grupo era composto por 11,5 milhões de pessoas, conforme o instituto. Em igual período de 2022, alcançou cerca de 12 milhões, uma alta de 4,6%.
“A perda de renda tem impacto do congelamento dos salários de servidores”, afirma o economista José Celso Cardoso Júnior, coordenador da comissão de estudos do Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado).
“A inflação rebaixou o poder de compra de todos. Dependendo da categoria, os trabalhadores conseguiram mais ou menos reposição”, acrescenta.
Mesmo com a queda mais intensa, os empregados do setor público ainda apresentam um rendimento mais elevado na média (R$ 4.086) do que os da iniciativa privada (R$ 2.350), conforme o IBGE.
Economistas, porém, sinalizam que o funcionalismo apresenta alto nível de disparidade nas remunerações. Assim, os supersalários da chamada elite do serviço público acabam puxando a renda média para cima.
“O grosso da folha de pagamento é preenchido por servidores de áreas como saúde e educação, longe de serem privilegiados”, observa Almeida, do Ibmec-RJ.
De cerca de 11,5 milhões de vínculos de trabalho no funcionalismo público do Brasil, em 2018, um quarto recebia até R$ 1.566, e a metade ganhava até R$ 2.727, indicou uma nota técnica do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) de agosto de 2021.
Conforme o mesmo estudo, quase 90% do funcionalismo do país recebia valor igual ou menor do que 80% dos servidores do Judiciário federal.
“O setor público tem uma heterogeneidade grande. Vai desde as vagas com supersalários do Judiciário até trabalhadores como o recepcionista de um hospital”, analisa o economista Rodolpho Tobler, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
Segundo os dados da Pnad Contínua, a renda dos empregados no setor público também caiu mais do que a dos empregadores no setor privado na pandemia.
Os donos de negócios viram o rendimento médio recuar de R$ 6.932 no trimestre até julho de 2019 para R$ 6.459 em igual intervalo de 2022. A baixa foi de 6,8%.
Na Pnad, somente a categoria dos trabalhadores por conta própria teve variação positiva no mesmo período, de 3,5%.
A renda média desse grupo, cuja população ocupada bateu recorde durante a pandemia, passou de R$ 2.051 para R$ 2.122.
BAIXA ATINGE 18% EM PARTE DA CATEGORIA
A pesquisa do IBGE divide o setor público em três fatias: militares e estatutários, empregados com carteira assinada e empregados sem carteira.
O maior grupo é o dos militares e estatutários. O número de ocupados subiu 2,6% entre o trimestre até julho de 2019 e igual intervalo de 2021, para 7,9 milhões. Representa 65,3% do total de empregados no setor público (12 milhões).
Os militares e estatutários têm a maior renda média do funcionalismo, segundo o IBGE. O rendimento, porém, não ficou imune às perdas. Caiu 6,6% ao longo da pandemia, de R$ 5.128 para R$ 4.792.
“Há o efeito da inflação e da não recomposição salarial”, diz Tobler.
Em valores relativos, a maior baixa na renda dentro do funcionalismo foi registrada pelos empregados com carteira, que somam 1,3 milhão de pessoas (11% do total).
O rendimento desse grupo caiu 18,2%, de R$ 4.651 no trimestre até julho de 2019 para R$ 3.803 em igual intervalo de 2022.
Para economistas, a redução pode estar associada à abertura de vagas com salários mais baixos durante a pandemia, além dos efeitos da inflação.
De acordo com o IBGE, os empregados com carteira no setor público normalmente ocupam cargos em comissão. Ou seja, reúnem pessoas nomeadas que, por não serem concursadas, seguem o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Em termos gerais, a renda média do trabalho principal no país encolheu 3,5% entre o trimestre encerrado em julho de 2019 e igual período de 2022, conforme os dados do IBGE. O rendimento recuou de R$ 2.702 para R$ 2.608.
De acordo com economistas, os recentes sinais de trégua da inflação podem estimular uma melhora da renda nos próximos meses.
Um avanço mais robusto, porém, dependeria do crescimento consistente da economia, e as previsões de analistas sinalizam fôlego menor para a atividade no próximo ano.
“A tendência para 2023 é de uma atividade mais fraca, com o mercado de trabalho andando de lado”, projeta Tobler, do FGV Ibre.
“A perspectiva para a renda é positiva no curto prazo, mas é uma reação muito devagar. Precisaríamos de mais boas notícias”, diz Portella, do Insper.
No caso dos servidores públicos, economistas destacam um fator adicional: a necessidade de negociação com governos. Ao longo deste ano, servidores federais, por exemplo, pressionaram o presidente Jair Bolsonaro (PL) por reajustes, mas encontraram resistência.
Bolsonaro tentou contemplar apenas policiais, mas o movimento deflagrou reações das demais carreiras, e o presidente desistiu da benesse. Cerca de 1 milhão de servidores estão com salários congelados desde 2017, como mostrou a Folha.
“Os determinantes da remuneração no setor público também são políticos, até mais do que econômicos”, diz Cardoso Júnior, do Fonacate.
Leonardo Vieceli/Folhapress
Confira a agenda dos candidatos ao governo da Bahia para esta terça
O Política Livre atualiza diariamente a agenda dos candidatos a governador da Bahia. Primeiro colocado nas pesquisas, ACM Neto (União Brasil) participa, no final da tarde, de um evento em São Francisco do Conde.
Já o segundo colocado, Jerônimo Rodrigues (PT) irá conceder entrevistas e gravar programas eleitorais. Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, João Roma (PL) focará em rádios e TVs nesta terça-feira (13).
Confira aqui a agenda completa desses e de outros candidatos que divulgaram os compromissos de hoje.
Piso da enfermagem pode custar R$ 10,5 bi e levar a demissões, diz confederação de municípios
A fixação de um piso salarial para profissionais de enfermagem pode pressionar as finanças municipais e levar a demissões ou cortes em verbas que bancam atendimentos na rede de saúde ou compra de remédios e vacinas, afirma a CNM (Confederação Nacional dos Municípios).
Em estudo divulgado nesta segunda-feira (12), a entidade calcula que a fixação do piso de R$ 4.750 para enfermeiros, com valores proporcionais para cargos auxiliares, pode gerar um impacto de R$ 10,5 bilhões ao ano para as prefeituras, entre custos diretos e indiretos.
Em um exercício para ilustrar o risco dessa medida para o atendimento à população, a CNM afirma que a aplicação do piso poderia significar a demissão de 11,8 mil equipes da ESF (Estratégia Saúde da Família), o equivalente a 32,5 mil profissionais.
O número representa 22,7% das 52,2 mil equipes de saúde da família atuantes no Brasil. A região Nordeste seria a mais impactada, com uma perda de 37% de seus profissionais.
Nas contas da Confederação, a desmobilização dessas equipes poderia deixar 34,9 milhões de brasileiros sem atendimento básico de saúde.
“Não estamos dramatizando, estamos mostrando os números”, disse o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, em entrevista à imprensa.
As estimativas serão apresentadas ao STF (Supremo Tribunal Federal), que julga uma ação pedindo a suspensão do piso da enfermagem. A CNM atua como terceiro interessado (amicus curiae), representando os municípios.
O ministro Luis Roberto Barroso concedeu uma liminar determinando a suspensão da lei que estabeleceu uma remuneração mínima para enfermeiros e auxiliares e técnicos em enfermagem “até que seja esclarecido” o impacto financeiro da medida para estados e municípios e para os hospitais.
Em julgamento no plenário virtual, o placar está 5 a 3 em favor da manutenção da liminar suspendendo a aplicação do piso.
“Nenhum prefeito e nenhum cidadão são contra o piso dos enfermeiros. Todos teriam que ter remuneração até melhor. Só que não há como suportar essa despesa, por mais necessária que seja”, disse Ziulkoski.
Segundo ele, nem todas as prefeituras teriam como demitir seus funcionários, como o exercício do estudo sugere, pois alguns são servidores estatutários, com estabilidade no cargo.
Nesses casos, o impacto recairia sobre outras despesas. “Muitos municípios não podem demitir. Então vai continuar diminuindo a cobertura de vacinação, vai tirar de outras áreas”, alertou o presidente da CNM.
O custo calculado pela entidade cresceu em relação à estimativa anterior, de R$ 9,4 bilhões, devido a uma atualização dos números, informou Ziulkoski. A conta anterior era baseada em dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2020. Desde então, muitas prefeituras concederam reajustes.
O governo federal tem estimativas menores do impacto. Nas avaliações do Ministério da Economia, o custo adicional com o piso seria de R$ 4,3 bilhões anuais para municípios e R$ 1,6 bilhão para estados.
O presidente da CNM afirma que alguns cálculos subestimam o efeito da medida porque, segundo ele, ignoram os custos indiretos e contratos com OSs (organizações sociais) que atuam na rede primária de saúde e também demandarão reajustes em seus contratos.
Idiana Tomazelli/Folhapress
Décimo terceiro: saiba quando é pago e qual valor é garantido
Estas parcela são normalmente estabelecidas na seguinte agenda: a primeira, entre 1º de de fevereiro e 30 de novembro, e a segunda até 20 de dezembro, de acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Têm direito a ele empregados com carteira assinada, aposentados, pensionistas e servidores públicos. No Brasil, ele foi instituído em 1962, desde então representando um alívio para os trabalhadores no orçamento doméstico.
Como é calculado o 13º salário
Para calcular o 13º salário, basta dividir a remuneração integral por 12 e a multiplicar esse resultado pelo número de meses trabalhados (se a pessoa trabalhou o ano todo, a tendência, portanto, é que o 13º tenha o mesmo valor de uma remuneração mensal).
Além disso, também são levadas em conta horas extras, adicionais (noturno, insalubridade e periculosidade) e comissões na hora de fazer o cálculo.
Outras informações importantes sobre o 13º salário
A primeira parcela do 13° salário pode ser recebida quando a pessoa tirar férias, sendo necessário solicitar esse adiantamento ao empregador até janeiro do ano em que pretende tirar férias.
Além disso, o 13° salário também pode ser pago caso ocorra a extinção do contrato de trabalho, nos casos de término do contrato quando houver prazo determinado, assim como por pedido de demissão ou por dispensa. No entanto, caso seja demitido por por justa causa, o empregado perde o direito ao 13° salário.
Como a legislação considera que somente fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho, por mês de serviço, será contada como mês integral para pagamento do 13º salário, se em algum mês o trabalhador não chegar a esse mínimo de 15 dias de trabalho, pode ocorrer o desconto proporcional.
O empregador pode pagar multa se pagar o 13° salário em apenas uma parcela.
O empregador não é obrigado a a todos os empregados no mesmo mês, mas precisa respeitar o prazo legal para o pagamento do 13° salário, já citado anteriormente.
Bahia registra 48 casos de Covid-19 e mais cinco óbitos nas últimas 24 horas
Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 48 casos de Covid-19 e cinco mortes. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), de 1.690.426 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.659.345 são considerados recuperados, 400 encontram-se ativos e 30.681 foram a óbito.Segundo a Sesab, o boletim epidemiológico desta segunda (12) contabiliza ainda 2.015.151 casos descartados e 359.964 em investigação. Na Bahia, conforme a secretaria, 68.437 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Vacinação
A Sesab ainda informa que a Bahia contabiliza 11.648.224 pessoas vacinadas contra a Covid-19 com a primeira dose, 10.816.839 com a segunda ou dose única, 7.227.545 com a de reforço e 2.087.591 com o segundo reforço. Do público de 5 a 11 anos, 1.037.887 crianças foram imunizadas com a primeira dose e 664.834 tomaram também a segunda. Do grupo de 3 e 4 anos, 42.228 tomaram a primeira dose e 4.538 tomaram a segunda.
Rosa assume presidência do STF, defende Estado de Direito e critica discurso de ódio
Em uma cerimônia sem a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ministra Rosa Weber foi empossada nesta segunda-feira (12) como presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), em um mandato previsto para durar até outubro do ano que vem.
Em seu primeiro discurso como presidente do Supremo, a ministra defendeu o Estado de Direito, a laicidade, o sistema eleitoral e a rejeição ao discurso de ódio.
Sob aplausos, ela disse ter a certeza que “sem um Poder Judiciário independente e forte, sem juízes independentes e sem a imprensa livre não há democracia”.
“Sejam as minhas primeiras palavras as de reverência incondicional à autoridade suprema da Constituição e das leis da República, de crença inabalável na superioridade ética e política do Estado democrático de Direito, de prevalência do princípio republicano e suas naturais derivações, com destaque à essencial igualdade entre as pessoas e a estrita observância da laicidade dos Estado brasileiro, com a neutralidade confessional das instituições e garantia de pleno exercício de liberdade religiosa”, afirmou.
Ela ainda defendeu o sistema eleitoral brasileiro e, ao mencionar o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o público também aplaudiu.
Antes dela, a ministra Cármen Lúcia também fez críticas, sem menção direta, aos ataques de Bolsonaro à Justiça e às instituições.
Rosa, de perfil discreto e avessa aos holofotes, pretende que os primeiros meses da sua gestão não fiquem marcados por polêmicas que atraiam a corte para o centro das atenções.
Ela comandará um tribunal que está sob constante ataque de Bolsonaro e de seus aliados durante o período eleitoral. Por isso, até o fim de novembro, pretende que não sejam julgados em plenário temas que possam fazer o STF virar protagonista no noticiário.
É a terceira mulher a assumir a presidência do STF e a primeira magistrada de carreira, originária da Justiça do Trabalho. As anteriores, Ellen Gracie e Cármen Lúcia, vieram respectivamente do Ministério Público e da advocacia pública.
Apesar de sua discrição, ela tem sinalizado, porém, que eventuais ataques à corte ou ao Judiciário serão respondidos com firmeza. Também tem dado amostras de que não pretende afrouxar as investigações que envolvem o presidente.
Em decisões divulgadas nesta segunda, Rosa determinou que a Polícia Federal mantenha apurações preliminares da CPI da Covid sobre a conduta do presidente. Com as determinações, ela contrariou os pedidos da PGR (Procuradoria-Geral da República) para que as investigações sejam arquivadas.
Sua gestão no Supremo, onde a presidência costuma durar dois anos, será mais curta do que a de seus últimos antecessores. Isso porque Rosa Weber completa 75 anos em outubro do ano que vem e terá que se aposentar da carreira de magistrada.
A cerimônia da posse foi adiada uma semana para não coincidir com os atos de 7 de Setembro desse ano, quando a militância bolsonarista foi insuflada pelo presidente para atacar o tribunal.
Mesmo com o adiamento, aconteceu sob um forte esquema de segurança, com diversas áreas do Supremo com acesso restrito.
Para o evento foram chamados os principais nomes dos Três Poderes. São 1.300 pessoas convidadas, das quais 350 puderam entrar plenário do Supremo.
A lista inclui o atual e os ex-presidentes da República, os chefes do Legislativo, os candidatos ao Palácio do Planalto, os chefes e os integrantes dos tribunais superiores, além de parlamentares.
Para marcar a impessoalidade da posse, ela deixou claro que os convidados foram chamados para o evento por meio do cerimonial.
Porém, além de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não esteve presente no evento.
Rosa foi indicada ao Supremo em 2011 pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que também não compareceu à posse da ministra como presidente da corte.
Compareceram ao evento os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o ex-presidente José Sarney (MDB), além de ministros do Executivo e das cortes superiores.
Antes da ministra, discursaram o procurador-geral da República, Augusto Aras, o presidente da OAB, Beto Simonetti, e a ministra do Supremo Cármen Lúcia.
Cármen Lúcia fez um discurso com uma série de indiretas a Bolsonaro.
Afirmou que Rosa “não assume o cargo em momento histórico de tranquilidade social e de calmaria, mas “bem diferente disso, os tempos são de desassossego no mundo e não diferente disso no Brasil”.
“Por isso tanto mais é necessária a pessoa com as extraordinárias qualidades de vossa excelência, de decência, de prudência e de solidez de posições combinada com especial gentileza de trato”, afirmou Cármen.
“O momento cobra decoro e a República demanda compostura. Tudo o que vossa excelência tem para servir de exemplo em tempos de desvalores muitas vezes incompreensíveis”.
“Não se promove a democracia com comportamentos desmoralizantes de pessoas e instituições. A construção dos espaços de liberdades não se compadece com desregramentos nem com excessos”, acrescentou Cármen.
Aras destacou que “é gratificante saber que tivemos um 7 de Setembro pacífico e ordeiro, sem violência, é gratificante saber que estamos trabalhando para que tenhamos um certame eleitoral em clima de paz e harmonia, sem violência”.
Baiano, ele citou, ainda, um trecho do Hino da Bahia que diz que “nunca mais o despotismo regerá nossas ações” e que “com tiranos não combinam os brasileiros corações”.
Em seu discurso, Simonetti afirmou “neste ano eleitoral, nossa missão é ombro a ombro com a Justiça brasileira, defender o sistema de votação que há décadas permite eleições limpas com a prevalência da soberania popular”.
Com a posse de Rosa, a praxe é que as ações que estão atualmente sob a responsabilidade da ministra passarão para Luiz Fux, antecessor dela na presidência do tribunal.
Caso ela decida manter em sua relatoria parte dessas ações, deverá liberá-las para a pauta de julgamentos, mas isso não precisa acontecer imediatamente.
A ministra é responsável por casos de relevância, como a ação que discute a legalidade do indulto da graça concedido por Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).
Em abril, partidos de oposição ao governo pediram à corte a suspensão do ato presidencial, que livrou Silveira da condenação de oito anos e nove meses por ataques verbais e ameaças a integrantes da corte.
Ela também é relatora das ações que questionam as chamadas emendas de relator, que têm sido manejadas por governistas com apoio do Palácio do Planalto às vésperas de votações importantes para o Executivo.
José Marques/Marcelo Rocha/Folhapress
Caixa amplia benefícios para mulheres às vésperas das eleições
A Caixa Econômica Federal anunciou nesta segunda-feira (12) a ampliação de medidas destinadas para mulheres. As ações incluem taxas de crédito mais baixas, pausa nos pagamentos de prestações em caso de maternidade ou adoção e isenção de parte das tarifas de produtos do banco público.
A população feminina representa uma parcela do eleitorado na qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) encontra resistência às vésperas das eleições de outubro. A pesquisa Datafolha mais recente indicou que Bolsonaro é visto como o candidato que mais ataca as mulheres.
A ampliação das medidas da Caixa para as clientes foi divulgada em uma entrevista coletiva no Rio de Janeiro com a participação da presidente do banco, Daniella Marques.
“Hoje existe uma negligência do setor financeiro em relação à comunicação e ao estímulo às mulheres”, disse Marques.
“A ideia aqui é abrir e absorver o potencial econômico que a mulher tem. Pela estatística, claramente não está absorvido em produtos financeiros. Isso tem espaço enorme para acontecer”, emendou.
O evento marcou o aniversário de um mês do Caixa Pra Elas. O programa foi lançado em agosto com a promessa de ações de acolhimento, orientação financeira e atendimento exclusivo para o público feminino em agências e outros canais do banco.
A instituição indicou que, na modalidade pessoa física, as clientes que contratarem o CDC (Crédito Direto Caixa) terão 5% de desconto na taxa de juros. No consórcio para veículos leves, o desconto é de 10% sobre a taxa de administração.
O banco ainda anunciou medidas como a isenção de três meses na cesta de serviços da conta corrente, LCI (Letra de Crédito Imobiliário) com rentabilidade de até 1 ponto percentual a mais do que o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e Seguro Vida Mulher com isenção de pagamento em caso de câncer e indenização em caso de câncer de mama, ovário e útero.
Essas medidas já estão disponíveis, segundo o anúncio. O plano é torná-las permanentes, embora o banco tenha sinalizado que as ações serão reavaliadas de forma constante. A Caixa indicou que espera impacto financeiro positivo com a eventual incorporação de mais mulheres na clientela.
A Caixa diz que, até o final de setembro, o público feminino também contará com a possibilidade de pausa no pagamento por quatro meses na linha CDC, nos contratos de renegociação e no Crédito Pessoal Energia Renovável. A condição será válida, segundo a instituição, em casos de maternidade ou adoção.
Em contratos de financiamento imobiliário, será disponibilizado o pagamento parcial da prestação durante a licença maternidade (75% da parcela por seis meses), com incorporação do saldo devedor, se o contrato estiver inadimplente. Essa ação também deve ser implementada até o final de setembro.
A instituição afirma que gestantes poderão ser beneficiadas com carência de até seis meses para o início do pagamento das prestações na concessão de crédito habitacional SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo).
Daniella Marques assumiu o comando da Caixa no início de julho em meio a uma crise no banco. Ela substituiu Pedro Guimarães, que deixou a presidência após virar alvo de denúncias de funcionárias por assédio sexual. Guimarães negou as acusações. Desde então, o banco reforçou ações voltadas para mulheres.
“Assumi o banco em meio a uma crise reputacional, ligada a denúncias em relação ao ex-presidente. A decisão do presidente Bolsonaro de afastar [Guimarães] não é no sentido de condenar, mas, sim, de termos independência nas apurações. Foi montada uma governança muito sólida, independente, rigorosa e permanente de apuração”, afirmou Marques.
A presidente avaliou que o principal desafio do banco está relacionado à área digital. “A Caixa, por exemplo, ainda não abre conta corrente digital”, disse. Segundo ela, a instituição está investindo na infraestrutura dessa área.
Marques ainda destacou avanços recentes da economia do país, como o aumento da ocupação no mercado de trabalho. Porém, reconheceu dificuldades como o alto endividamento dos brasileiros. Ela agradeceu a “confiança” de Bolsonaro em sua indicação.
“Depositou em mim a confiança e, principalmente, a autonomia para liderar um banco social de 161 anos de história […]. Tenho tido independência e confiança para liderar esse projeto”, relatou.
Leonardo Vieceli, Folhapress
Petrobras reduz preço do gás de cozinha em 4,7%
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (12) redução de 4,7% no preço do GLP (gás liquefeito de petróleo), o gás de cozinha vendido em botijão, para as distribuidoras. A baixa entra em vigor nesta terça-feira (13).
Com o corte, o preço para as distribuidoras passará de R$ 4,23 por quilo para R$ 4,03 por quilo, uma baixa de R$ 0,20. Assim, o recuo em um botijão de 13 quilos será, em média, de R$ 2,60.
“Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”, disse a estatal em nota.
A companhia passou a anunciar cortes nos valores dos combustíveis a conta-gotas às vésperas das eleições. Levantamento do OSP (Observatório Social do Petróleo) a pedido da Folha mostra que a Petrobras adotou estratégias diferentes de precificação nos momentos de alta e de baixa das cotações internacionais do petróleo em 2022.
Quando o petróleo subia, a empresa realizava menos reajustes e praticava preços abaixo das cotações internacionais, segurando o repasse às bombas. Com o petróleo caindo, passou a anunciar reduções frequentes e acompanhar o mercado externo mais de perto.
Para Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais, os dados indicam que a execução da política de preços da Petrobras esteve sujeita a pressões políticas durante o ano eleitoral.
Leonardo Vieceli, Folhapress
STF tem placar de 5 a 3 pela suspensão do piso da enfermagem
O STF (Supremo Tribunal Federal) registra um placar de cinco a três a favor da suspensão do piso nacional da enfermagem, conforme decidido pelo ministro Luis Roberto Barroso. Os votos divergentes são dos ministros André Mendonça, que abriu a divergência, Kassio Nunes Marques e Edson Fachin.
O tribunal analisa, em sessão do plenário virtual, se mantém a decisão de Barroso que determinou a suspensão da lei que estabeleceu uma remuneração mínima para enfermeiros e auxiliares e técnicos em enfermagem “até que seja esclarecido” o impacto financeiro da medida para estados e municípios e para os hospitais.
Seguiram o voto de Barroso os ministros Ricardo Lewandowski, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Cármen Lúcia. Ainda faltam votar os ministros Rosa Weber, Gilmar Mendes e Luiz Fux.
O julgamento, porém, só será encerrado na sexta-feira (16), e os ministros podem modificar os seus votos ou interromper a votação. No plenário virtual, cada integrante do Supremo deposita seu voto na plataforma, durante um período determinado de tempo.
A norma aprovada pelo Congresso fixou o salário mínimo de R$ 4.750 para os enfermeiros. Técnicos em enfermagem devem receber 70% desse valor, e auxiliares de enfermagem e parteiros, 50%.
Desde que decidiu pela suspensão do piso, Barroso tem reiterado que a sua decisão tem o objetivo de criar, de forma consensual, uma fonte de custeio que a viabilize o cumprimento da lei.
“Minha posição é que é muito justa a instituição de um piso para a enfermagem e para outros profissionais de saúde. Portanto, eu estou empenhado em viabilizar a concretização desse piso”, afirmou Barroso após a sessão do STF na última quinta-feira (8).
“[Mas] Minha visão e a de muitos é de que, sem se construir uma fonte de custeio, seria muito difícil tirar do papel esse piso salarial”, argumentou. De acordo com Barroso, havia um risco real e iminente de descumprimento geral da lei.
“Muitos hospitais já estavam demitindo por antecipação pela dificuldade em cumprir o piso. Obras sociais importantes avisaram que iam fechar. As Santas Casas, se conseguissem não fechar, já acenavam com redução de serviço. Os hospitais conveniados do SUS acenavam com demissão em massa”, afirmou o ministro.
A decisão do ministro foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que afirmou que a suspensão foi tomada por “capricho pessoal”.
“Uma pessoa que foi escolhida por Dilma Rousseff para ser ministro do Supremo contraria uma unanimidade, 594 parlamentares e um presidente, no meu bem entender, por capricho pessoal dele. Não devia se meter nessas coisas, no meu entender, não é ação dele, não é isso, não tem nada de inconstitucional nisso aí”, afirmou Bolsonaro durante sabatina do jornal Correio Braziliense.
“Não sei como vão votar [no plenário virtual] o Kassio [Nunes Marques] ou o André Mendonça, botei [esses ministros] lá dentro, mas acho que eles devem estar ao lado dos trabalhadores”, completou, citando os integrantes do STF que foram indicados pelo presidente.
De acordo com Mendonça, apesar das peculiaridades do caso em julgamento, os precedentes do Supremo vão de encontro ao voto de Barroso.
Segundo o ministro, em hipóteses semelhantes, o STF reconheceu a constitucionalidade do piso salarial nacional dos profissionais do magistério público da educação básica e que, apesar de ainda estar pendente de julgamento a lei sobre piso salaria dos agentes comunitários de saúde, “não se tem notícias de decisão (…) que tenha determinado a suspensão de sua eficácia”.
A ação pela suspensão da lei foi apresentada ao Supremo pela CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde), que representa hospitais e estabelecimentos da área.
O advogado da entidade, Alexandre Pacheco Bastos, afirmou que a realidade dominante no país não é a dos hospitais de ponta de capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, mas a de estabelecimentos endividados no interior e “dos mais de 825 municípios em que a respectiva santa casa é o único equipamento de saúde à disposição da população”.
“Essas instituições, como é sabido, já têm contas bastante combalidas pela defasagem da tabela de contraprestação do SUS”, afirmou o advogado.
José Marques/Folhapress
Detran-BA implementa biometria facial para validação de placas de veículos
Na esteira da modernização de serviços, o Detran-BA (Departamento Estadual de Trânsito) aderiu à resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que trata do processo de validação e comprovação de fixação das placas Mercosul. Com o avanço da informatização do órgão, todo o processo agora passa a ser digital. A novidade está regulamentada pela Portaria 162/22, que traz ainda os preços mínimo e máximo que podem ser cobrados ao consumidor.
Com a nova rotina, as Estampadoras de Placa de Identificação Veicular (EPIV), regulamentadas e credenciadas junto ao Detran-BA, deverão utilizar soluções tecnológicas para registro da entrega e fixação das placas, e ainda o recebimento de informações do proprietário e do veículo. A nova tecnologia já adotada pelas EPIVs integra os dados com o sistema do fabricante credenciado pela Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito).
Para efeitos de validação da estampagem e da fixação da placa, as EPIVs deverão informar através de sistema integrado (webservice) a confirmação biométrica facial do instalador que realiza o serviço, garantindo que o mesmo tenha registro junto à estampadora, ou terceiro, devidamente autorizado.
Todo o processo tem a garantia via geoposicionamento, atestando que o emplacamento foi realizado no local autorizado. Nesse novo formato, a coleta através de registro fotográfico da imagem frontal da placa afixada e a identificação do veículo, assegurando os dados como modelo e cor e também a placa traseira de identificação.
O processo tem início no Sac Digital (www.sacdigital.com.br) onde o cidadão agenda o local e a hora. As informações completas, desde a abertura do serviço, serão armazenadas no banco da Senatran, o que promove maior segurança contra fraudes e erros de identificação. Outra novidade recentemente anunciada pelo Detran é o primeiro emplacamento de veículo online, realizado desde março deste ano.
Estado inaugura complexo esportivo educacional e autoriza construção de aeródromo no município de Santana
O município de Santana, na região oeste da Bahia, passou a contar, nesta segunda-feira (12), com um novo complexo esportivo educacional, que funciona em tempo integral e atende a um padrão de escola modelo. A nova sede do Colégio Estadual Edvaldo Flores recebeu um investimento de R$ 22 milhões do Estado da Bahia e possui 24 salas de aula, biblioteca, laboratórios, sala multifuncional, auditório, quadra poliesportiva, campo de futebol society com arquibancada e pista de atletismo. A escola ainda será ampliada, com a construção de mais 12 salas de aula, piscina e arena de lutas. O ato de entrega contou com a presença do governador Rui Costa.
A Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), por meio da Companhia de Desenvolvimento Urbano (Conder), foi autorizada a iniciar as obras de construção da ciclovia da Avenida Plácido Cardoso, assegurando acessibilidade ao Colégio Estadual Edvaldo Flores.
Aeródromo
Sob responsabilidade da Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra), está sendo realizado processo licitatório para a implantação de um Aeródromo em Santana, com um investimento de R$ 11 milhões. O equipamento terá uma pista de pouso e decolagem com 1.200 metros de extensão e 20 metros de largura, contando ainda com pista de táxi e pátio para aeronaves.
Outros investimentos
Em maio deste ano, o Estado da Bahia entregou uma unidade de beneficiamento de leite com capacidade de processamento de 1.500 litros de leite por dia. O Laticínio da Agricultura Familiar Padre Aldo Luchetta tem estrutura para pasteurizar leite e produzir iogurte e manteiga. A obra de requalificação do espaço foi coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e contou com investimento de R$1,2 milhão, fortalecendo a agricultura familiar no município.
Na mesma ocasião, foi inaugurada uma unidade regional do Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA), a 3ª Retran Santana. O órgão oferece serviços como emissão de documentos, transferência de propriedade, vistoria, desalienação e alienação de veículos.
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