Casos de Covid podem subir no Brasil nas próximas semanas, alertam especialistas

A nova onda de Covid que já avança na Ásia, na Europa e nos Estados Unidos acende um alerta para o Brasil, segundo especialistas.

A retirada das medidas contra a Covid, como o uso de máscaras, e a maior interação das pessoas já se refletem em uma subida de casos, o que pode levar a um aumento nas hospitalizações e mortes, ainda que consideravelmente menor do que nos anos anteriores da pandemia.

No estado de São Paulo, as novas internações em UTI para Covid aumentaram 86,5%, do dia 17 de outubro até o último dia 31, enquanto as novas internações na região metropolitana de SP cresceram 46% no mesmo período. Atualmente, 324 pessoas estão internadas no estado de SP, um número que representa cerca de 20% do que foi observado na onda da ômicron em janeiro, mas 40% maior do que há duas semanas.

Segundo Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, já é nítido um aumento do número de casos. “Nós infectologistas já notamos, nas últimas duas semanas, crescimento de atendimentos de Covid, e isso já se reflete na maior procura nos prontos-socorros, que são nosso termômetro. Nas próximas duas semanas acredito que já vamos detectar um aumento expressivo nos novos casos”, diz.

A tendência de aumento, verificada por meio dos dados de média móvel de casos e óbitos no país, é algo que ocorreu também em outros picos da pandemia.

“De dezembro de 2021 até fevereiro deste ano tivemos um aumento bem acentuado por conta da introdução da ômicron. Depois, tivemos de novo em maio e junho um pico ascendente com a BA.2 [subvariante]. Agora, estamos vendo uma tendência de aumento, mas é importante salientar que em um patamar bem mais baixo”, explica o professor de matemática e computação da Unesp e coordenador do SP Covid-19 InfoTracker, Wallace Casaca.

De acordo com ele, a taxa de reprodução do coronavírus no país, o chamado Rt, já se aproxima de 1 —ele está em 0,91—, e vem subindo desde o dia 10 de outubro, quando estava em 0,68.

Apesar de estar em uma “situação de possível controle”, a expectativa é de alta nos próximos dias. Uma taxa de reprodução acima de 1 significa que a cada cem infectados transmitem para outros cem. O ideal é que o Rt esteja abaixo de 1, pois assim é possível fazer o controle do vírus.

A hipótese levantada por Casaca é de que a maior circulação de pessoas nas últimas semanas —devido ao período eleitoral e retorno ao trabalho presencial— pode ter provocado o aumento, uma vez que ainda não foi observada aqui a presença de outras linhagens da ômicron.

No caso do administrador e estudante de educação física Gustavo Tochiro Oda Ochiai, 29, que foi diagnosticado com a doença no último sábado (29), o mais provável é que a transmissão tenha ocorrido em casa. Seu pai havia acabado de voltar de uma viagem para o Amazonas com sintomas de gripe e logo ele e a mãe começaram a apresentar cansaço, tosse e dor no corpo.

Os sintomas foram muito mais leves do que na primeira vez em que ele teve Covid —na época, ainda não estava vacinado—, mas mesmo assim causaram transtornos. “Parecia que um trator havia passado sobre mim, até para andar sentia dor”, lembra.

“Não digo que pegar novamente foi uma surpresa porque as medidas de proteção, como uso de máscaras, caíram e eu mesmo não uso quando estou fazendo atividade física ou na sala de aula. O diferente foi dessa vez parecer muito mais uma gripe. Só fiz o teste porque os sintomas do meu pai não passavam, do contrário não ficaria sabendo”, diz.

Embora ainda seja cedo para saber se os novos casos vão refletir em um cenário como o do início deste ano, o pesquisador afirma que é melhor prevenir do que remediar.

“Apesar de ainda serem números abaixo de 200 [novas internações no estado de São Paulo], considerando que chegamos a ter 2.000 por dia, é uma situação para ficar em alerta, especialmente com o período de festas de final de ano que se aproxima”, explica.

Ele reforça que a pandemia ainda não acabou e é importante adotar novamente alguns cuidados. “Temos motivos para comemorar hoje, muito pelo advento das vacinas, mas não deixa de ser um momento para ficar alerta e pensar em formas de proteger especialmente os mais vulneráveis”, diz.

Outros indicadores também já começam a dar sinais dessa tendência de subida no país. Levantamentos obtidos pela reportagem de laboratórios de rede privada, como a rede Dasa, o Grupo Fleury e a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), que reúne dados da rede privada de laboratórios, a taxa de positividade dos testes de Covid vem crescendo nas últimas quatro semanas de outubro.

O Fleury apresentou uma positividade de 12% no dia 16 de outubro, enquanto os dados até o último dia 31 apontam para uma positividade de 30% —um aumento de 2,5 vezes. A quantidade de exames solicitados na rede também dobrou, passando de cerca de 300 por dia para uma média diária de 600.

A taxa de positividade na rede Dasa foi de 3%, nos primeiros dias do mês, para 30% na última semana. Já o levantamento feito pela Abramed aponta um salto semelhante, de 3,7%, na primeira semana de outubro, para 17,3% até o último dia 28, um aumento de 367%, embora o número de exames realizados na última semana seja menor do que o observado no início do mês (de 21.552 para 18.935).

Na Dasa, não houve a detecção de nenhuma nova variante que pudesse estar associada ao aumento dos casos positivos, como ocorreu nos EUA e Europa, mas isso não significa que o mesmo cenário não possa ocorrer aqui, explica o virologista e responsável pelo projeto de vigilância genômica do grupo, José Eduardo Levi.

“Não me parece ainda que algumas dessas sublinhagens estejam em circulação. Agora, isso pode mudar nos próximos meses, e precisamos nos prevenir já”, afirma.

Segundo o pesquisador, o atual momento da pandemia, sem medidas de controle, deve criar um ambiente favorável para essas cepas mais transmissíveis caso elas venham a chegar no país.

O infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, Celso Granato, afirma que diferente do que ocorre no Hemisfério Norte, com a chegada da estação fria, a alta de casos no Brasil pode ser em parte por causa das aglomerações e em parte por termos tido recentemente uma onda de gripe.

E, enquanto o fim da pandemia não chegar, os especialistas recomendam algumas precauções, em especial para as festas. “Pessoas mais idosas e imunossuprimidas devem estar com as vacinas atualizadas, especialmente com um reforço mais recente, para aumentar a proteção contra a ômicron, e também manter o uso de máscara, se possível, em alguns locais fechados”, reforça Granato.

Ana Bottallo/Stefhanie Piovezan/Folhapress

Petrobras aprova R$ 43,7 bi em dividendos e presidente do PT fala em ‘sangria’

O conselho de administração da Petrobras aprovou a distribuição de R$ 43,7 bilhões em dividendos a seus acionistas, como remuneração pelo resultado do terceiro trimestre de 2022, que será divulgado após o fechamento da bolsa nesta quinta-feira (3).

Associações ligadas a sindicatos de trabalhadores da Petrobras prometem ir à Justiça para tentar impedir nova distribuição dos recursos às vésperas da mudança de governo. Eles alegam que a decisão deveria ficar para a nova gestão da companhia.

A proposta recebeu críticas também da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. “Passada a eleição volta a sangria na Petrobras”, afirmou. “Não concordamos com essa política que retira da empresa sua capacidade de investimento e só enriquece acionistas. A Petrobras tem de servir ao povo brasileiro”.

Pelo lucro dos dois primeiros trimestres, a Petrobras distribuiu o valor recorde de R$ 136,6 bilhões em dividendos a seus acionistas. Somando o valor o terceiro trimestre, o desempenho de 2023 terá rendido R$ 180 bilhões aos acionistas da estatal.

Em nota à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a Petrobras defendeu que o valor “é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia no curto, médio e longo prazo e está alinhada ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas”.

Com os resultados inflados pela disparada do preço do petróleo, a Petrobras foi a maior pagadora de dividendos entre as companhias negociadas em Bolsa no mundo durante o primeiro semestre, segundo relatório da gestora Janus Henderson.

A estratégia de elevar a remuneração aos acionistas ganhou força ainda no começo do governo Jair Bolsonaro (PL), com um plano de negócios que intensificou venda de ativos e focou gastos apenas no pré-sal em redução da dívida.

A FUP e a Anapetro, associação que representa petroleiros acionistas da estatal, defendem que a decisão pelos dividendos deveria ficar com a próxima gestão da companhia, que assumirá após a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O presidente da Anapetro, Mario Dal Zot, diz em nota que a mudança na gestão deve alterar o planejamento estratégico da companhia. O programa de governo de Lula fala em fortalecer a Petrobras e levá-la de volta a segmentos dos quais saiu nos últimos anos.

“Qualquer decisão sobre dividendos deveria caber à futura administração da empresa, e já considerando as diretrizes de um novo controlador”, diz o escritório Advocacia Garcez, que representa os petroleiros e estão elaborando as ações sobre o tema.

“A legislação determina que a aprovação de dividendos é de responsabilidade de assembleia geral ordinária, e não do conselho de administração da empresa”, afirma. Assembleias de acionistas para discutir o resultado do ano e sua destinação costumam ocorrer em abril.

A elevada distribuição de dividendos da Petrobras é alvo de críticas da oposição e chegou a ser questionada pelo próprio presidente da República quando os preços recordes dos combustíveis minavam sua popularidade.

“Grande parte dos minoritários [são] empresas de fundo de pensão dos Estados Unidos que ganham em média R$ 6 bilhões por mês. Dinheiro de vocês que botam combustível nos carros”, afirmou Bolsonaro em uma das críticas, em junho.

“Virou ‘Petrobras Futebol Clube’ para seu presidente, diretores, conselheiros e dito minoritários”, completou. Por outro lado, a parcela do lucro da estatal destinada à União ajudou o governo a bancar benefícios sociais que tiveram destaque em sua campanha à reeleição.

Em carta enviada ao conselho da Petrobras, a Advocacia Garcez defende que a distribuição de elevados dividendos “corrompe a função social da empresa pública”. O colegiado que decidiu o valor é hoje alinhado ao governo, formado em sua maioria por ocupantes de cargos públicos.

“Estamos diante de um claro cenário de um abuso de direito do poder controlador da Petrobras. Se esse abuso já estava configurado com a distribuição de dividendos nesta monta, no cenário pós-eleitoral e gerando obrigações à futura gestão da Petrobras, a situação é agravada”, afirma.

A Petrobras alega que seus projetos são aprovados por apresentarem “boa resiliência” e que “não há investimentos represados por restrição financeira ou orçamentária”. “A decisão de uso dos recursos excedentes para remunerar os acionistas se apresenta como a de maior eficiência”.

Nicola Pamplona/Folhapress

Governo da Bahia e governador eleito Jerônimo Rodrigues montam equipe de transição

O governador Rui Costa recebeu, nesta quinta-feira (03), na governadoria, no Centro Administrativo, o governador eleito Jerônimo Rodrigues e o vice-governador eleito, Geraldo Júnior, para iniciar as tratativas de transição de governo. Após a reunião, a imprensa foi recebida em uma entrevista coletiva. “Nós fizemos esse encontro para montar a equipe de transição, vamos fazer um decreto esta semana ainda nomeando a comissão que vai tomar as providências necessárias para todo o fluxo de informações com as pessoas indicadas pelo governador eleito Jerônimo Rodrigues”, afirmou Rui.
O governador disse ainda que a comissão fará levantamentos, estudos e apresentará ao governador eleito as sugestões para que ele avalie os nomes que irão compor o governo. Rui Costa destacou que, a partir da nomeação da equipe de transição, o ritmo de anúncios e decisões caberá a Jerônimo Rodrigues. “No que eu puder contribuir e facilitar ao máximo, eu o farei. Se necessário for, também poderemos antecipar algumas medidas solicitadas pelo novo governador, enviando os projetos de lei para a Assembleia Legislativa, para que não seja preciso aguardar o início dos trabalhos legislativos, já que a casa só volta a funcionar em fevereiro”, ponderou.

Jerônimo Rodrigues ressaltou que desde segunda-feira já está em contato com Rui Costa para tratar da transição. “Nós já nos reunimos também com o vice-governador eleito, Geraldo Júnior e a equipe de trabalho que eu tenho e oficializamos ao governador Rui Costa o pedido do decreto que nomeia a comissão por parte do governo e por parte do novo governo. Não estamos tendo dificuldade com isso”.

Composição do novo governo
Sobre os nomes que irão compor o novo secretariado, Jerônimo disse que ainda não há nada definido, apenas que haverá trocas. “A gente está desenhando isso com a ajuda do Governo do Estado e ainda com o que está sendo definido para o Governo Federal. Lula já avisou que vai investir em Turismo, por exemplo. Precisamos saber o que construir aqui para compor e aproveitar esse planejamento. Lula disse que vai criar um ministério dos povos originários, povos indígenas. Vamos ver como fazer esse intercâmbio de políticas públicas. E faremos isso sem deixar de nos preocupar com as pastas prioritárias, Segurança Pública, Saúde, Educação, entre outras”.

Últimos dois meses

Rui afirmou que a prioridade de agenda nos dois meses restantes de governo é levar ações aos municípios baianos nos quais ele ainda não foi oficialmente, em ato de governo. “Eu quero, além de passar de 900 viagens ao interior da Bahia, completar os 417 municípios com visita oficial”. O governador afirmou que seguirá com a rotina de trabalho. “Nós temos licitações que estão em curso, eu iniciarei as obras. Tudo o que tiver que ser licitado eu licitarei, Jerônimo vai inaugurar, e muita coisa ainda eu também vou inaugurar”.
Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Alckmin diz que reunião de transição no Planalto foi proveitosa e cita parabéns de general

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) classificou nesta quinta-feira (3) como “grave” as manifestações pelo país que obstruíram rodovias. Ele afirmou que o fechamento das estradas pode “comprometer a saúde das pessoas, abastecimento de hospitais, alimentação” e outros serviços.

“A pergunta é: quem vai pagar esses prejuízos? Quem paga isso? Quem vai ser responsabilizado por esse prejuízo?”, disse.

A afirmação foi dada no Palácio do Planalto após reunião com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) não participou do encontro. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro petista Aloízio Mercadante, que deve ocupar algum cargo de destaque no próximo governo, também participaram da reunião no Palácio do Planalto.

Bolsonaro ficou no Planalto por volta de meia hora, e voltou para o Palácio da Alvorada em seguida.

Eleito como companheiro de chapa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Alckmin também afirmou que são “totalmente despropositados” os protestos de cunho golpista que se negam a aceitar o resultado da eleição.

“O presidente Lula deixou claro no seu discurso pós-eleição: nossa tarefa é unir o Brasil, trabalhar, ter uma agenda de propostas, melhorar a vida da população e bola para frente. A transição começou e agora é fazê-la da melhor maneira possível”, disse.

Ele criticou o fato de o fechamento de rodovias limitar a locomoção da população. “Uma coisa é manifestação, outra coisa é limitar direito de ir e vir das pessoas”, afirmou.

Os bloqueios de rodovias começaram logo após ser declarada a derrota de Bolsonaro nas eleições. Nesta quinta, caiu para cinco o número de estados com obstrução de rodovias no Brasil. No primeiro boletim da PRF (Polícia Rodoviária Federal) desta quinta, eram 11 os estados com mobilizações golpistas que contestam o resultado do pleito presidencial.

De acordo com as redes sociais das PRFs de cada estado, porém, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Acre e Amazonas não têm mais bloqueios.

Os dois estados com maior número de mobilizações, Santa Catarina e Mato Grosso, apresentaram queda considerável no número de protestos. O primeiro, que começou o dia com 30 interdições, no meio da tarde tem 6; o segundo caiu de 27 obstruções para 14.

Desde terça-feira, o Palácio do Planalto realiza reuniões com AGU, CGU e Economia para tratar sobre transição. Nesta quinta, o secretário-executivo da Casa Civil, Jônathas Assunção, pediu aos outros ministérios que indiquem nomes para compor Gabinete de Apoio à Transição (GAT).

A Casa Civil convocou uma reunião com todos os indicados, por parte do governo, para sexta-feira (4).

Matheus Teixeira, Renato Machado e Marianna Holanda, Folhapress

Não faremos oposição a Lula de jeito nenhum, diz Luciano Bivar

Presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar diz que seu partido não fará oposição “de jeito nenhum” ao futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Temos princípios econômicos diferentes, mas o que mais importa é o fortalecimento da democracia. Queremos dar governabilidade e sustentação ao presidente Lula e apoiaremos com o maior prazer seu governo. Não vamos ser oposição de jeito nenhum”, afirma ele, que foi reeleito deputado federal por Pernambuco.

Bivar está fora do país e retorna na próxima quarta-feira (9) para conversar com representantes de Lula sobre a relação do partido com o governo a partir de 2023.

“Não vamos conversar com o PT em clima de fisiologismo, mas sim de fortalecer as instituições e a democracia. O União é um partido grande e independente e pode ajudar o novo governo”, diz.

Uma eventual decisão sobre participar do governo teria de partir de Lula, afirma. “É um assunto que só o PT pode oferecer”.

A legenda terá 59 deputados federais a partir da próxima legislatura e dez senadores, além de ter eleito cinco governadores.

O apoio a Lula não é unânime dentro do partido, contudo. Lideranças egressas do antigo DEM, uma das legendas que deram origem ao União, são resistentes a aderir ao petista.

Bivar diz que, em caso de convite, levaria o tema para as instâncias partidárias.

Ele é citado como um possível candidato a presidente da Câmara em fevereiro de 2023. Nesse caso, seu projeto seria concorrer com apoio da base de Lula contra o atual ocupante do cargo, Artur Lira (PP-AL).

Fábio Zanini, Folhapress

Homem é preso em Cruz das Almas por estuprar enteada

Ele exigia que a vítima gravasse os abusos e compartilhasse em um aplicativo de mensagens
Investigadores da Delegacia Territorial (DT) de Cruz das Almas cumpriu, na terça-feira (1º), um mandado de prisão de um homem, de 47 anos, suspeito de estuprar a enteada, de 12.A equipe tomou conhecimento do crime após ter acesso ao aplicativo de mensagens da vítima, onde encontraram vídeos da garota nua. “Imediatamente iniciamos a investigação e descobrimos que a menina tinha relações sexuais com o padrasto, que exigia as gravações dos atos libidinosos”, informou o titular da DT de Cruz, delegado Felipe Ghiraldelli.

Ainda segundo a autoridade policial, a apuração indicou que a vítima foi aliciada pelo suspeito, o qual a retribuía com presentes. “Representamos pela prisão, que foi expedida pela Vara do Juri, das Execuções Criminais e da Infância e da Juventude”, ressaltou o titular de Cruz das Almas.

O suspeito, que já foi submetido ao exame de lesão corporal, pode responder pelos crimes de estupro de vulnerável, por produzir e reproduzir, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornografia, envolvendo criança ou adolescente, e aliciar criança para praticar ato libidinoso.
Fonte: Ascom PC

Bispo Edir Macedo agora fala em perdoar Lula, eleito por ‘vontade de Deus’

O bispo Edir Macedo, líder de uma das igrejas que fez a oposição mais ferrenha a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defende agora que a posição mais cristã é perdoar o presidente eleito e “bola pra frente”.

“Não podemos ficar com mágoa, porque é isso que o diabo quer”, disse o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus.

“O diabo quer acabar com sua fé, com seu relacionamento com Deus por causa de Lula ou dos políticos. Não dá, não dá, minha filha, bola pra frente, vamos olhar pra frente.”

A modulação no discurso foi feita numa live que o bispo postou em suas redes sociais. No vídeo, Macedo diz que orou por Jair Bolsonaro (PL), mas diz que a vitória de Lula foi uma escolha divina.

“Eu orei, ‘ó, Deus, quero que Bolsonaro ganhe’. Mas seja feita Vossa vontade, sobretudo, porque o Senhor é quem manda.”

O ex-presidente que voltará para um terceiro mandato “supostamente ganhou segundo a vontade de Deus, mas quem ganhou fomos nós, os que cremos”, afirmou o líder neopentecostal.

Macedo iniciou sua fala contando de um culto na véspera, em Genebra, onde a mensagem central foi o perdão. “Falamos que as pessoas devem perdoar para que possam ser perdoadas. É o que Jesus ensina o que nós cremos.”

Segundo o bispo, por carregarem muita mágoa e ressentimento, muitos têm dificuldade de perdoar, “e quanto mais tempo passa mais difícil vai ficando”.

Ele em seguida afirma que “não precisa sentir para perdoar”, porque “o perdão é uma atitude pensada, raciocinada, é uma atitude racional, porque se você esperar sentir, no coração, vontade de perdoar, você não vai perdoar nunca, jamais, em tempo algum, porque o coração é indomável”.

Desculpar alguém que lhe feriu é possível, sim, portanto. “Mas como? Orando pela pessoa que nos fez mal.”

Ex-aliado de Lula que em 2018 endossou o bolsonarismo, Macedo conta que, na reunião religiosa, uma fiel trouxe o tema político à tona: “Todo mundo ouve ela gritar, ‘eu perdoo você, Lula, que fez tanto mal para o Brasil, que fez o que fez’”.

“E aí me veio o discernimento que quantas pessoas neste Brasil ou pelo mundo afora, especialmente cristãos, quantos devem ter ficado irados contra o Lula e magoados e agarraram um sentimento de mágoa contra ele. Ora, minha amiga e meu caro amigo, vamos colocar a cabeça no lugar, nós fizemos as nossas escolhas. Ei, e a escolha foi da maioria, obviamente, que votou.”

Completa: “Sua fé não vai valer de nada se você não perdoar”.

Anna Virginia Balloussier, Folhapress

Quem contesta eleição em atos antidemocráticos será tratado como criminoso, diz Moraes

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, chamou de criminosos e disse que serão punidos os grupos bolsonaristas que contestam a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Atos golpistas em frente a prédios das Forças Armadas tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Os eleitores, em maioria massacrante, são democratas. Aceitaram democraticamente o resultado das eleições. Aqueles que criminosamente não estão aceitando, aqueles que criminosamente estão praticando atos antidemocráticos serão tratados como criminosos”, disse Moraes em sessão do tribunal desta quinta-feira (3).

A corte declarou Lula eleito presidente no domingo (30), com 50,9% de votos, contra 49,1% de Bolsonaro. Grupos bolsonaristas passaram a contestar o resultado do pleito em atos golpistas com bloqueios nas estradas e pedidos de intervenção militar em frente a quartéis.

O presidente do TSE disse que os “movimentos criminosos” serão “combatidos e os responsáveis apurados e responsabilizados sob a pena da lei”.

Moraes foi peça-chave da eleição de 2022. Presidente do TSE desde agosto, ele centralizou ações da corte, endureceu punições a redes sociais para enfrentar as fake news e tomou decisões consideradas controversas.

Depois do segundo turno, o ministro ainda assinou decisões sigilosas do tribunal para derrubar perfis e grupos das redes sociais que apoiavam atos golpistas nas estradas, como a página da deputada Carla Zambelli (PL-SP).

Desde o início da semana apoiadores de Bolsonaro fazem atos com pedido de golpe militar em diferentes pontos do país. Eles cobram a ação das Forças Armadas para uma intervenção militar após a vitória de Lula nas eleições presidenciais.

O petista foi eleito pela terceira vez e assumirá um novo mandato em 1º de janeiro. Já Bolsonaro, que repetiu declarações golpistas ao longo de seu mandato, amargou uma inédita derrota de um presidente que disputava a reeleição no país.

Atos golpistas foram realizados nesta quarta-feira (2) por apoiadores do presidente em ao menos 18 estados do país e no Distrito Federal, principalmente na frente de quartéis ou repartições militares.

Com faixas, cartazes, gritos de guerra e interdições do trânsito, os defensores de um golpe de Estado saíram às ruas no feriado de Finados nas principais capitais, incluindo São Paulo, Brasília e Rio, inflamados por uma série de fake news e estimulados por Bolsonaro.

Esses atos golpistas têm o incentivo de Bolsonaro. No pronunciamento de terça-feira, ele criticou o processo eleitoral e disse que “manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas”. Ele apenas criticou os métodos usados por seus apoiadores no bloqueio de estradas pelo país.

O presidente publicou um vídeo no final da tarde pedindo para seus apoiadores liberarem rodovias que estão obstruídas, mas afirmou que os outros atos eram “do jogo democrático” -apesar das reivindicações golpistas.

“Os protestos, as manifestações, são muito bem-vindas, fazem parte do jogo democrático. […] Agora, tem algo que não é legal. O fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir e vir das pessoas”, disse. “Outras manifestações que vocês estão fazendo pelo Brasil todo, em praças, fazem parte do jogo democrático. Fiquem à vontade. E deixo claro: vocês estão se manifestando espontaneamente.”

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, chegou a divulgar vídeo da manifestação golpista do Rio, reproduzindo uma fala do pai em discurso no dia anterior: “os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”.

Mateus Vargas/Folhapressmento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir e vir das pessoas”, disse. “Outras manifestações que vocês estão fazendo pelo Brasil todo, em praças, fazem parte do jogo democrático. Fiquem à vontade. E deixo claro: vocês estão se manifestando espontaneamente.”

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, chegou a divulgar vídeo da manifestação golpista do Rio, reproduzindo uma fala do pai em discurso no dia anterior: “os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”.

Mateus Vargas/Folhapress

Gamboa: Reconstituição de ação policial é realizada a pedido do MP

O Departamento de Polícia Técnica (DPT) realizou nos últimos dias 31 de outubro e 1º de novembro, a pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA), reconstituição da ação policial que resultou, em 1º de março deste ano, na morte de três jovens do bairro da Gamboa, em Salvador. Foi realizada simulação dos acontecimentos ocorridos durante a operação policial, desde a chegada dos PMs até a finalização da ocorrência.

A reconstituição teve o objetivo de esclarecer os acontecimentos em detalhes. No dia 31, a simulação foi realizada com a participação dos PMs. Já na terça-feira, 1º, participaram moradores do bairro que testemunharam a ação policial. Os laudos produzidos pelo DPT serão anexados ao inquérito policial e disponibilizados ao MP. Toda a simulação foi acompanhada pelo promotor de Justiça Fernando Lucas, da 3ª Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri e por promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp), coordenado pela promotora de Justiça Aline Cotrim, que a solicitou.

Segundo a promotora, a reconstituição “foi importante para esclarecer a dinâmica dos fatos, contrapondo as versões dos policiais e testemunhas com os vestígios encontrados pela perícia no local do crime”. Por meio do Geosp, o MP tem procedimento de investigação criminal (PIC) instaurado para apurar eventual responsabilidade criminal dos PMs, que está em fase de conclusão. A reconstituição também foi acompanhada pela Defensoria Pública do Estado da

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Itagibá: Veículo clonado (roubado/furtado) é apreendidopela Polícia Militar na Zona Rural

Por volta das 9h30min, desta terça-feira (01/11/22), a guarnição da 55ª CIPM/Itagibá recebeu uma denúncia de que havia um veículo clonado na cidade de Itagibá.
A guarnição passou a fazer rondas e encontrou o veículo na localidade da Fazenda Ribeirão do Meio, Região da Serra Verde, parado na estrada com sua proprietária.

O veículo foi devidamente abordado, onde a condutora apresentou um documento em nome de um tal de Lauro, e a identificação de uma placa diferente da que estava no veículo.

Ao ser consultado no sistema, foi verificado que o documento estava em nome de uma mulher, sendo conseguido o seu contato, e o seu filho mandou para a guarnição uma foto do verdadeiro carro na garagem, no município de Lauro de Freitas-BA.

A condutora (que se dizia proprietária) disse que comprou o carro na mão de um cigano, conhecido como Caetano, é que havia dado um carro que ela tinha e voltou dez mil. A guarnição foi a casa do cigano mas o mesmo não foi encontrado.

O veículo e a suposta proprietária do veículo roubado foram encaminhado à delegacia de Itagibá.
Autor: J. dos S. S. (Feminino), Nasc. 12/10/1972; End. Fazenda Ribeirão do Meio, Região da Serra Verde, Itagibá-BA

Veiculo apreendido: FIAT/Uno Vivace, de cor branca, placa HOG 0122

Informações: Ascom/55ª CIPM /PMBA, uma Força a a serviço do cidadão.

Bloqueios permanecem em 11 estados

Ainda há 86 bloqueios de estradas em 11 estados do Brasil, segundo o primeiro boletim da PRF (Polícia Rodoviária Federal) desta quinta-feira (3). Este é o quarto dia de manifestações golpistas contra o resultado das eleições presidenciais deste ano, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no domingo (30).

O boletim anterior da instituição, divulgado na noite de quarta-feira (2), indicava 89 interdições de bolsonaristas em 12 estados. As manifestações no Espírito Santo foram desmobilizadas e o número de ocorrências no Paraná diminuiu. Segundo a PRF, 834 bloqueios já foram liberados desde o início da semana.

Na noite de quarta, o presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo em suas redes sociais em que pede a seus apoiadores para liberarem as rodovias que estão obstruídas.

O chefe do executivo pede para que os apoiadores não “pensem mal” dele por causa do pedido. “Quero fazer um apelo a você: desobstrua as rodovias, isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas. Não vamos perder nós aqui essa nossa legitimidade”, afirma.

VEJA A SITUAÇÃO DO SEU ESTADO
Amapá
sem ocorrências

Acre
2 bloqueios

Alagoas
sem ocorrências

Amazonas
1 bloqueio

Bahia
sem ocorrências

Ceará
sem ocorrências

Distrito Federal
sem ocorrências

Espírito Santo
sem ocorrências

Goiás
1 bloqueio

Maranhão
sem ocorrências

Minas Gerais
1 bloqueio

Mato Grosso
27 bloqueios

Mato Grosso do Sul
1 bloqueio

Pará
10 bloqueios

Paraíba
sem ocorrências

Pernambuco
sem ocorrências

Piauí
sem ocorrências

Paraná
1 bloqueio

Rio de Janeiro
sem ocorrências

Rio Grande do Norte
sem ocorrências

Rondônia
9 bloqueios

Roraima
sem ocorrências

Rio Grande do Sul
3 bloqueios

Santa Catarina
30 bloqueios

Sergipe
sem ocorrências

São Paulo
sem ocorrências

Tocantins
sem ocorrências

Daniela Arcanjo e Havolene Valinhos/Folhapress

Distribuidoras de combustíveis alertam para risco de desabastecimento

A Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Biocombustíveis e Gás Natural (Brasilcom) recomendou nesta quarta-feira (2) o desbloqueio de rodovias no país, sob o risco de desabastecimento de combustíveis. O alerta é emitido após protestos contra o resultado das eleições para a Presidência da República.

“A Brasilcom recomenda ações coordenadas das autoridades responsáveis, para o urgente desbloqueio das estradas e, onde necessário, proteger e acompanhar o deslocamento do transporte de combustíveis, visando assegurar o abastecimento de postos revendedores, supermercados e de hospitais, principais prejudicados pelas interrupções de fornecimento”, disse a federação, em nota.

Em tempo real

Segundo a federação, as distribuidoras têm repassado informações em tempo real sobre os bloqueios para as autoridades. De acordo com último levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), há 16 estados com rodovias interditadas no início da noite desta quarta-feira.

Na comparação com o período da manhã, houve piora em Goiás, que passou de duas para três interdições; Amazonas e Espírito Santo, que tinham três pontos, agora têm quatro; Maranhão, que apresentava um ponto com fluxo parcialmente impedido, agora tem bloqueio total da via; Mato Grosso (31 pontos de interdição. Antes, eram 30); Rondônia (tinha 11 interdições e agora tem 12); e Rio Grande do Sul, que registra três pontos com bloqueio total da pista, além de uma interdição.

Agência Brasil

Baleia vê disposição no MDB em colaborar com Lula, mas sem adesão automática

O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, diz ver no partido uma atitude de colaboração com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas nega a possibilidade de adesão automática ao futuro governo.

“Preciso conversar ainda internamente. Mas vamos querer falar com o PT sobre país, sobre projetos. Não haverá adesão automática”, explica.

Nesta quarta-feira (2), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, anunciou o convite para o MDB ocupar um cargo no comitê de transição de governo. “A maioria do MDB já está conosco, participou da campanha e agora queremos que participem da transição”, disse à Folha Gleisi, que é encarregada da articulação política na transição.

Segundo Baleia, ele e Gleisi se falaram por telefone e acertaram uma reunião para a próxima segunda-feira (7). Até lá, o emedebista irá conversar com lideranças do partido para consolidar uma posição. “Vejo no partido a disposição para ter uma postura colaborativa”, diz.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) se tornou uma forte aliada de Lula no segundo turno da campanha após ela ficar em terceiro lugar no primeiro turno da disputa presidencial.

Baleia não adianta, no entanto, se ela seria o nome a ser indicado, caso o partido aceite o convite.

Juliana Braga/Folhapress

Presidente pede que manifestantes desobstruam as rodovias em todo país

 


O presidente Jair Bolsonaro pediu nesta quarta-feira (2) que manifestantes desobstruam as rodovias federais. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o presidente afirma que “É preciso respeitar o direito de ir e vir das pessoas” e que os protestos em rodovias prejudicam a economia do país.

“Nós temos que ter a cabeça no lugar. Os protestos, as manifestações são bem-vindos, fazem parte do jogo democrático. Ao longo dos anos muito disso foi feito pelo Brasil, na Esplanada, em Copacabana, na Paulista. Mas tem algo que não é legal: o fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir e vir das pessoas, está lá na Constituição”, disse Bolsonaro.  “Desobstruam as rodovias, isso não faz parte das manifestações legítimas”, acrescentou.

De acordo com recente balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Brasil tem 16 estados com rodovias interditadasNo levantamento do fim da manhã, eram 15 e, em seguida, o total subiu para 17. Tocantins, que não tinha ações pela manhã, registra quatro interdições. Os manifestantes não aceitam o resultado das eleições presidenciais. O segundo turno foi  realizado no último domingo (30) e teve como vencedor o candidato Luis Inácio Lula da Silva.

Edição: Claudia Por Agência Brasil - Brasília

MISSA DA ESPERAÇA DE CLERLADO ANDRADE REZENDE

A Igreja Santo Antônio da Barra, localizada na Barra em Salvador, celebra a Missa de 30º dia de falecimento de Cleraldo Andrade Rezende, empresário, ex-deputado e fundador da Rádio Ipiaú FM. Cleraldo faleceu no último dia 02 de outubro no Hospital Aliança, em Salvador, onde estava internado e lutando contra um câncer. Cleraldo deixa a esposa, dona Verônika, e quatro filhos: Marcelo, Christine, Guilherme e Cleraldo Júnior.

Manifestantes fazem atos em frente a prédios militares

Apoiadores golpistas do presidente Jair Bolsonaro (PL) fazem atos com pedido de golpe militar em diferentes pontos do país nesta quarta-feira (2). Eles cobram a ação das Forças Armadas para uma intervenção militar após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais.

Lula foi eleito pela terceira vez e assumirá um novo mandato em 1º de janeiro. Já Bolsonaro, que repetiu declarações golpistas ao longo de seu mandato, amargou uma inédita derrota de um presidente que disputava a reeleição no país.

Os atos golpistas desta quarta-feira têm o incentivo de Bolsonaro. No pronunciamento de terça-feira (1º), ele criticou o processo eleitoral e disse que “manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas”. O presidente apenas criticou os métodos usados por seus apoiadores no bloqueio de estradas pelo país.

Há manifestações em São Paulo, Brasília e no Rio de Janeiro. Na capital fluminense, por exemplo, os golpistas se concentram na praça Duque de Caxias, na região central da cidade.

Em São Paulo, milhares de manifestantes golpistas se concentram em frente ao Comando Militar do Sudeste, na região do parque Ibirapuera (zona sul), cobrando “intervenção federal”.

Vestindo camisetas da seleção e com bandeiras do Brasil, os golpistas protestaram contra o sistema de Justiça gritando “supremo é o povo” e pedindo que militares deem um golpe de estado.

Os manifestantes seguravam placas com mensagens em inglês por resistência civil. Eles cantavam o hino nacional e aumentavam o tom dos gritos e levantavam as bandeiras quando viam algum helicóptero da imprensa.

Nas rodinhas, circulavam teorias da conspiração como que uma suposta fraude teria sido comprovada nas eleições e a de que não era para comprar água vendida pelos ambulantes, pois petistas teriam colocado algo para contaminá-los.

A maior concentração se dá na avenida Mário Kozel Filho, mas ruas dos arredores também têm muitos manifestantes.

No fim da manhã, apoiadores de Bolsonaro começaram a circular de carro pelas ruas ao redor do Comando Militar do Sudeste, agitando bandeiras e buzinando.

Mesmo com a chuva à tarde, muitos bolsonaristas ainda caminhavam a pé pelo bairro, indo e voltando do quartel do Exército.

Os apoiadores do presidente gritavam “fora, Lula” e “Brasil”. Moradores responderam ao buzinaço de suas janelas, gritando “Bolsonaro ladrão”.

Apesar das várias ruas tomadas na região do Ibirapuera, os golpistas em suas conversas estimavam um público irreal de um milhão de pessoas.

Alguns manifestantes usavam megafones na tentativa de chamar a atenção dos militares, sem sucesso. A reportagem não visualizou nenhum deles do lado externo do prédio do Exército.

Na falta de militares, um tanque de guerra estacionado do lado externo do quartel virou atração entre os manifestantes, que se enfileiravam para tirar selfies.

Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) eram os mais atacados. Entre eles, Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), era o principal alvo dos protestos, sob gritos de “cabeça de ovo, supremo é o povo”.

Na cola da multidão de bolsonaristas, protesto havia muitos camelôs vendendo bandeiras, buzinas, cartazes em inglês com pedido de golpe e camisetas da seleção.

Alguns caminhoneiros, categoria que vem liderando protestos em rodovias, compareceram com seus veículos.

O ato gerou congestionamentos em ruas da região, sendo a avenida Brigadeiro Luis Antônio uma das mais afetadas.

Na zona norte, manifestantes golpistas fecharam a avenida Alfredo Pujol, em Santana, em frente ao Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército.

O trânsito ficou bloqueado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) no trecho entre as ruas Chemin Del Pra e Embaixador João Neves da Fontoura.

Em sua maioria formado por idosos e pessoas brancas de meia-idade, os manifestantes se concentraram em um trecho bem menor de cerca de 50 metros, com placas de “Intervenção Já!” e gritos de “eu autorizo”.

Nas conversas entre golpistas, eles definiam esta quarta-feira como o “dia D”, criticavam o ministro Alexandre de Moraes e esperavam uma reação dos militares. Um deles disse que, “se o Exército entrar, aí a gente vai todo dia para rua”.

Enquanto a reportagem esteve no local, não ocorreu nenhuma interação por parte dos militares com os golpistas. O congestionamento na rua Alfredo Pujol foi grande, e os veículos foram desviados.

Manifestantes que estavam no km 26 da rodovia Castelo Branco no fim da manhã desta quarta-feira se dirigiram ao AGSP (Arsenal de Guerra de São Paulo) para dar sequência aos protestos antidemocráticos que faziam até ser dispersados.

A base militar também fica em Barueri (SP), a cerca de 1 km do local onde ocorreu o conflito com a tropa de choque da PM (Polícia Militar). Após a ação policial, parte do público que se concentrava às margens da rodovia iniciou uma caminhada até a AGSP.

No local, homens, mulheres e crianças empunhavam bandeiras, exibiam cartazes golpistas e convidavam motoristas a se juntarem a eles. A chuva que começou a cair no horário fez com que parte do público retornasse aos veículos estacionados na beira da rua. Carros de som, que tocavam o Hino Nacional, abaixaram o volume.

Artur Rodrigues/Carolina Linhares/Folhapress

Bolsonaristas protestam em Salvador e no interior do Estado contra o resultado das eleições

Militantes bolsonaristas participam de atos em frente aos quartéis do Exército de Salvador e Feira de Santana e nas BRs 020, em Luís Eduardo Magalhães, no oeste, e 101, em Itamaraju, no extremo sul, nesta quarta-feira (2).

Os atos ocorrem três dias depois do segundo turno das eleições, que deram a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL), na disputa para a presidência da República.

Vestidos de verde e amarelo e carregando a bandeira nacional, os manifestantes pleiteiam intervenção federal e são contrários ao resultado das eleições de domingo (31). O pedido é inconstitucional e antidemocrático.

Em conversa com a reportagem da TV Globo, na manhã desta quarta-feira, o procurador da República de Minas Gerais, Patrick Salgado, alertou que esse tipo de pedido é crime. Ainda conforme ele, informações falsas são passadas em relação ao artigo 142 da Constituição Federal.

“O importante é que as pessoas saibam que é crime incitar a animosidade das Forças Armadas contra as instituições, contra os poderes constituídos, contra a democracia. Então você pedir, por exemplo, intervenção militar de modo acintoso é crime, é crime você usar de violência contra a democracia, é crime você usar de violência contra o estado democrático. São figuras típicas do Código Penal. Às vezes você é conduzido pela emoção, para tentar desfazer o processo democrático, mas esse não é o caminho. Esse é o caminho ilícito, caminho de um bandido, de um criminoso. Você deve buscar os meios lícitos, se você não está satisfeito com o processo democrático, procure seu deputado federal para que ele, na próxima legislatura, promova alteração na legislação eleitoral”, explicou.

Entre terça-feira (1°) e a madrugada desta quarta, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) desobstruíram ao menos 30 pontos de interdição de grupos bolsonaristas nas rodovias federais baianas.

Salvador

Grupos de bolsonaristas protestam na Avenida Paralela, uma das principais de Salvador, na região do 6º Batalhão de Polícia do Exército, no Imbuí; perto do Batalhão de Amaralina; na frente do Quartel da Mouraria.

Segundo a Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), os atos não interferem no fluxo de veículos. Conforme o órgão, na Paralela, os manifestantes estacionaram carros no acostamento.

Já na frente do Quartel da Mouraria, o protesto acontece pelo segundo dia. Na terça-feira (1°), um homem viralizou ao aparecer armado, na frente da bandeira do Brasil, em um dos vídeos feitos na manifestação.

Por meio de nota, a Polícia Militar informou que a arma é airsoft, réplica de armas de fogo que funciona como armas de pressão que dispara projéteis plásticos. Disse ainda que o homem foi orientado a guardá-la.

G1/Bahia

Silêncio de Bolsonaro pós-derrota teve conversa com militares e apelos por declaração

As 45 horas em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) silenciou sobre sua derrota foram marcadas por apelos para que ele reconhecesse o resultado das urnas, além de gestos de solidariedade de aliados. O presidente também conversou com militares e pediu informações sobre o processo de auditoria das urnas eletrônicas conduzido pelo Ministério da Defesa.

Após ficar claro que a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era irreversível, e diante do reconhecimento de diversos atores políticos de que o petista havia triunfado, cada hora em que Bolsonaro se manteve calado foi contada e encarada com angústia por aliados.

O resultado da disputa presidencial foi anunciado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na noite de domingo (30), pouco antes das 20h. Bolsonaro só falou nesta terça (1º), perto das 17h.

Assessores estavam otimistas com a possibilidade de vitória do mandatário e havia inclusive um plano sobre os primeiros gestos de um Bolsonaro reeleito.

A ideia era que ele conversasse com jornalistas no cercadinho do Palácio da Alvorada e depois seguisse para a Esplanada dos Ministérios, onde apoiadores acompanhavam a votação.

Auxiliares não comentavam qual seria a reação de Bolsonaro em caso de derrota, uma vez que o presidente estava convicto de que seria reeleito.

Diferentemente do primeiro turno, ele acompanhou a apuração do Alvorada, a residência ofical. No dia 2 de outubro, no primeiro turno, seguiu a divulgação dos resultados no Ministério da Defesa.

Agora, diante da frustração, Bolsonaro se isolou completamente. Não quis a companhia de ministros ou integrantes da campanha. Na noite de domingo, esteve com Braga Netto, general da reserva e seu vice na chapa.

Ministros foram para suas casas e uma parte dos integrantes do comitê bolsonarista acompanhou a apuração na produtora da campanha, no Lago Sul —região nobre da capital federal.

Após a proclamação do resultado, o chefe do Executivo não atendeu a ligações de ministros e aliados. Ele falou brevemente com o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, segundo o próprio magistrado contou no domingo a jornalistas.

Ao menos dois ministros chegaram a ir para o Alvorada, mas foram barrados na entrada. Recluso, Bolsonaro foi dormir, e as luzes da residência oficial foram apagadas por volta de 22h.

Um interlocutor que conversou com Bolsonaro diz que ele estava esperando “esfriar a cabeça”, ainda muito decepcionado com a derrota.

Há, contudo, outra explicação: ele queria informações sobre a auditoria da votação conduzida pelos militares —ao longo do processo eleitoral, a participação do Ministério da Defesa na comissão de transparência do TSE foi instrumentalizada por Bolsonaro para reforçar seus ataques golpistas contra as urnas eletrônicas.

Segundo relatos feitos à Folha, Bolsonaro perguntou na segunda (31) ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, se as Forças Armadas já haviam encerrado a fiscalização do segundo turno das eleições.

O presidente deu declarações no passado de que esperaria as conclusões dos militares para reconhecer os resultados.

Segundo relatos de oficiais-generais, o ministro respondeu que ainda não havia encerrado a análise dos boletins de urna. Mas que, até o momento, não havia nenhuma divergência nos dados.

Ele ainda disse, de acordo com os militares, que a fiscalização do processo eleitoral seguirá por mais de um mês.

Desde a derrota, Bolsonaro se encontrou duas vezes com o ministro da Defesa. Teve ainda uma conversa com o comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), Baptista Júnior.

No dia seguinte à derrota, o presidente passou a receber aliados próximos, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), além integrantes da campanha.

Se parte do mundo político se mobilizou para convencê-lo a reconhecer o resultado das urnas, houve auxiliares que foram na direção oposta. Há bolsonaristas próximos ao mandatário que ainda duvidam da eleição e semeiam questionamentos sem provas sobre o pleito.

Para se contrapor ao grupo mais radicalizado, os ministros políticos e auxiliares argumentaram que, se tivesse ocorrido fraude, as expressivas bancadas de partidos aliados ao presidente não teriam sido eleitas no Congresso em 2 de outubro.

Bolsonaro citou as novas bancadas no Legislativo em seu discurso desta terça. “Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade”, disse.

O discurso da derrota foi costurado com a ajuda de uma parte de seus aliados. A sugestão de texto estava pronta por volta das 13h de segunda, e assessores esperavam que ele pudesse se pronunciar no mesmo dia.

Bolsonaro, contudo, não falou na segunda-feira. Segundo interlocutores, ele seguiu trabalhando no texto final, que culminou num discurso breve, que durou menos de três minutos e não teve nenhuma menção direta à derrota.

A pressão ganhou mais corpo para que Bolsonaro falasse nesta terça, diante do aumento nos bloqueios de estradas por caminhoneiros e apoiadores.

O chefe do Executivo se viu, novamente, diante de uma série de apelos para que se posicionasse a respeito da eleição e freasse a escalada das manifestações em rodovias.

A avaliação foi que somente com uma declaração do presidente seria possível arrefecer os protestos, que chegaram a fechar o acesso ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, levando ao cancelamento de voos.

Aliados ficaram assustados com os atos e temeram desabastecimento, como foi apontado por integrantes do setor. Santa Catarina, por exemplo, estado bolsonarista, foi o mais afetado. Algumas cidades do interior registraram falta de combustível em postos.

Nesta terça, os ministros Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), e Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), buscaram outros ministros do Supremo, o presidente da Câmara, ministros do governo, entre eles Paulo Guedes (Economia), e presidentes de partidos políticos de centro para tentar convencer Bolsonaro a falar.

O próprio governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi ministro da Infraestrutura, constatou que apenas uma manifestação de Bolsonaro seria capaz de frear os movimentos.

Ele entrou em campo logo pela manhã e sugeriu que o mandatário dissesse que não compactua com atos que atrapalham a vida das pessoas —o que acabou contemplado no discurso do presidente.

Aliados esperavam, porém, que o mandatário fosse mais enfático na declaração de que ele pretende se tornar um líder da oposição, referendado por 58 milhões votos.

Em seu discurso, Bolsonaro criticou, mas não pediu que os manifestantes respeitassem o resultado das urnas e deixassem os bloqueios.

Convocou o seu primeiro escalão para o Palácio da Alvorada. Depois, anunciou à imprensa que se pronunciaria. Compareceram todos, com exceção de Fábio Faria (Comunicações), que estava em São Paulo. Dos seus filhos, apenas Eduardo Bolsonaro (PL-SP) acompanhou o pai.

Bolsonaro falou em indignação e injustiça com a eleição na qual foi derrotado por Lula. “Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”, afirmou o presidente, que leu o pronunciamento.

Bolsonaro evitou classificar como violentos os movimentos de bloqueio nas estradas ou mesmo usar palavras negativas para descrevê-los.

“As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, completou.

Coube ao ministro Ciro Nogueira reconhecer que haverá transição e que será conduzida por ele.

O presidente ainda teve uma reunião com ministros do STF, na sede do tribunal, após o pronunciamento. Ele havia chamado alguns dos magistrados para um encontro no Alvorada, mas eles declinaram do convite sob o argumento de que esperariam o reconhecimento da derrota.

Ao final da reunião no Supremo, jornalistas perguntaram ao ministro da corte Edson Fachin se Bolsonaro havia reconhecido a derrota no encontro reservado. “[Ele] utilizou o verbo ‘acabar’ no passado. Ele disse ‘acabou’. Portanto, olhar para frente”, resumiu o ministro.

Folhapress

PRF aplica 912 multas a condutores por bloqueio de vias

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) já aplicou 912 multas a condutores que estão bloqueando as rodovias. O balanço mostra que o valor ultrapassa 5,5 milhões até o dia 1° de novembro.

As multas variam de R$ 5 mil a R$ 17 mil. Esse último valor é aplicado em condutores identificadas como organizadores do bloqueio da via.

Além disso, a PRF registra 167 pontos de bloqueios e interdições de estradas em 17 estados na manhã desta quarta-feira (2).

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo caminhoneiros, iniciaram na madrugada de segunda-feira (31) bloqueios em estradas pelo país em protestos de cunho golpista contra o resultado das eleições, que teve Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como vencedor na disputa pelo Planalto.

Os dados de bloqueios estão reduzindo depois de Bolsonaro fazer pronunciamento no qual quebrou um silêncio de 45 horas após o resultado do segundo turno. Eram 235 pontos de obstrução antes da fala e 213 no boletim seguinte, divulgado após o pronunciamento (o pico, 421, foi registrado na noite de segunda-feira).

O primeiro discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) após ser derrotado nas eleições, entretanto, frustrou quem esperava que o mandatário pedisse explicitamente a desmobilização de bloqueios de rodovias, feitos por apoiadores que contestam sem provas o resultado das urnas e pedem um golpe.

O chefe do Planalto disse na tarde desta terça (1º) que o movimento é “fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral” –respaldando o movimento golpista. Em seguida, disse, porém, que os métodos de seus apoiadores “não podem ser os da esquerda” e nem incluir o cerceamento do direito de ir e vir.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou na segunda-feira (31) que o governo adote imediatamente “todas as medidas necessárias e suficientes” para desobstruir as rodovias ocupadas por bolsonaristas em protesto pelo resultado das eleições. Depois, o STF formou maioria a favor da decisão do ministro.

Procuradores da República nas cinco regiões do país já instauraram procedimentos sobre a situação dos caminhoneiros e apontam o cometimento, em tese, do crime contra o Estado democrático de Direito.

Um dos documentos ao qual a Folha teve acesso afirma que as motivações dos protestos “mostram-se explicitamente contrárias ao Estado democrático de Direito, requerendo intervenção militar por mero descontentamento com o resultado das eleições presidenciais”.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que determinou reforço do efetivo da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para normalizar o fluxo nas rodovias. A declaração foi dada nas redes sociais na noite desta segunda-feira (31).

Raquel Lopes, Folhapress

Desobediência civil não sairá do meu bolso, diz dono da Jovem Pan sobre desmanche

Questionado a respeito das trocas, saídas e demissões de bolsonaristas da Jovem Pan, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, dono do grupo, disse em reuniões internas que “a desobediência civil não sairá do meu bolso”.

Ele se referia a penalidades que o grupo poderá sofrer caso comentaristas do canal contrários ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), descumpram decisões judiciais e continuem fazendo acusações ao petista.

O Tribunal Superior Eleitoral determinou que a empresa se abstenha de promover inserções e manifestações que digam que Lula mente a respeito de ter sido inocentado pela Justiça, com multa fixa de R$ 25 mil a cada infração. Além disso, concedeu três direitos de resposta ao petista.

Em editorial, a Jovem Pan disse ter sido censurada.

Dias depois, o jornalista Augusto Nunes dirigiu ofensas a Lula relacionadas à decisão judicial, como “ladrão”, “ex-presidiário” e “descondenado”, que poderiam implicar punições mais pesadas à empresa. Ele foi então afastado e dispensado da Jovem Pan.

Outros aliados do bolsonarismo deixaram a emissora nos dias seguintes, como Guilherme Fiúza, Carla Cecato (que foi apresentadora dos programas eleitorais de Bolsonaro) e Caio Coppola.

Antes do resultado das eleições, Tutinha já dizia a pessoas próximas que o cenário já seria ruim para a Jovem Pan com eventual vitória de Bolsonaro, pois o rigor do STF com o grupo poderia aumentar. Em caso de triunfo de Lula, que foi o que ocorreu, a situação seria ainda pior.

A ideia com as trocas, segundo vem argumentando Tutinha, não é a de mudar a orientação ideológica bolsonarista do grupo, mas colocar nomes que respeitem as decisões judiciais, evitando assim multas e outras punições.

Para ocupar o espaço de Augusto Nunes, por exemplo, uma aposta é Fernão Lara Mesquita, ex-diretor do jornal O Estado de S. Paulo.

Guilherme Seto, Folhapress

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