Cacau do sul da Bahia é tema do Caminhos da Reportagem

Impossível falar da história da Bahia sem contar a história do cacau, principalmente no sul do estado. A região viu o auge e a decadência da matéria-prima do chocolate e agora vive uma nova fase de preocupação com a qualidade das amêndoas e dos processos de produção e trabalho. A equipe do Caminhos da Reportagem passou pelas fazendas centenárias de cacau e conheceu as mudanças no desenvolvimento do fruto que conquistou o mundo.

A fazenda Yrerê é uma das produtoras que decidiu investir nas amêndoas. O proprietário Gerson Marques focou no cacau fino e orgânico. “O caminho que nos resta é o da alta especialização, da alta qualidade, vender a um preço que vale a pena”, explica.

O turismo de experiência foi outro caminho encontrado por Gerson para uma nova fonte de recursos, mas também para dividir o conhecimento do que é um chocolate de qualidade. Na fazenda, o visitante conhece todas as etapas do cacau e degusta um produto final único.

Depois que a vassoura-de-bruxa arrasou as plantações na década de 90, a quantidade deu lugar à qualidade. A gerente regional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Ilhéus, Claudiana Campos, afirma que a região vive outra fase: “já saiu daquele momento de impacto, de desespero, de muito choro, de quem perdeu grande parte da sua riqueza e a gente está ressignificando isso”. Uma das conquistas foi o selo de indicação geográfica Sul da Bahia, que atesta a qualidade do chocolate produzido em 83 municípios da região.
O assentamento Dois Riachões faz parte do selo e é um exemplo. Os antigos trabalhadores que eram explorados nas plantações nem sabiam o gosto do cacau, mas hoje, esse quadro mudou e eles são os próprios produtores.

Cerca de 40 famílias participam da colheita coletiva, do beneficiamento e produção de um chocolate próprio. “A gente conseguiu desenvolver o modelo que é rentável pro agricultor, ele consegue ter uma qualidade de vida vivendo no campo”, afirma o produtor Rubens Dário.

Até mesmo a época antiga do auge do cacau ainda rende frutos. As histórias contadas por Jorge Amado remontam à uma época que não volta mais, mas pode ser revisitada. A casa onde ele cresceu e passou a adolescência é um desses locais. Perto dali, também há o bar Vesúvio e o cabaré Bataclan, eternizados no livro caminho. “Jorge Amado talvez seja na literatura o tradutor, a pessoa mais importante e significativa que nós produzimos para falar sobre nós mesmos, porque ele é filho da região”, afirma o historiador André Luiz Rosa Ribeiro.

O turismo do cacau também é muito procurado. Na fazenda Provisão é possível conhecer da colheita ao beneficiamento e ainda se hospedar no lugar para uma experiência completa. Já o Meu Querido Spa desenvolveu terapias que usam o chocolate para fins estéticos e de relaxamento. E por toda a cidade é possível provar o prato principal dessa história: o chocolate.

O episódio Sorria, é cacau da Bahia!, do Caminhos da Reportagem, vai ao ar no hoje (6), às 22h, na TV Brasil.

Edição: Lílian Beraldo
Por EBC - Brasília

Lula calibra escolha de ministros para evitar desfalque no Senado

A escolha de nomes para o ministério de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve incluir um cálculo para evitar desfalques na base política do governo, principalmente no Senado. O presidente eleito indicou a aliados que vai calibrar essas indicações, o que pode impactar a composição de primeiro escalão projetada pelos petistas.

Ao menos seis senadores, entre atuais e eleitos, estão na bolsa de apostas para ocupar ministérios do futuro governo. Três deles são considerados peças-chave: Flávio Dino (PSB-MA), Wellington Dias (PT-PI) e Jaques Wagner (PT-BA). O trio compõe a lista de favoritos de Lula para algumas das funções mais relevantes da Esplanada, como Justiça, Casa Civil, Economia e Defesa.

Lula não abriu mão de nenhum desses nomes, mas avisou a petistas que levará em conta a perda de capacidade política que essas nomeações poderão ter no Congresso. Os senadores teriam que se licenciar de seus mandatos para assumir cargos no governo, o que deixaria as vagas no Legislativo nas mãos de suplentes.

Ainda que esses substitutos sejam considerados aliados, Lula acredita que o governo poderia perder a capacidade de articulação e a liderança de políticos experientes. O risco seria considerável dentro de um Senado que elegeu representantes de peso do bolsonarismo na última eleição –como Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Sergio Moro (União-PR) e Damares Alves (Republicanos-DF).

Em uma reunião com aliados no início da semana passada, Lula afirmou que só voltaria a discutir a formação do novo governo depois de retornar de um descanso no litoral da Bahia. Uma das interrogações na lista de ministros é a quantidade de senadores que o petista estará disposto a tirar do Congresso para entrar no governo.

O presidente eleito tem dito que a escolha das peças para o ministério vinha causando “até pesadelo”, segundo um petista. A formação de uma coalizão ampla e a busca por governabilidade no Congresso são fatores de interferência nessas indicações para o primeiro escalão.

A dificuldade incomoda petistas que participam das discussões para a formação do novo ministério. Eles consideram que seria frustrante abrir mão de quadros vitais para o governo no Executivo, ainda que reconheçam que o cobertor é curto demais para contemplar também uma base forte no Congresso.

O quadro obrigaria Lula a fazer escolhas dentro do rol de senadores já cotados para cargos no primeiro escalão.

Até aqui, por exemplo, o petista deu indicações de que prefere ter Flávio Dino no Ministério da Justiça ou da Segurança Pública a mantê-lo no Senado. Durante um comício em setembro, Lula disse que o maranhense seria eleito senador, “mas não será senador por muito tempo”. A suplente de Dino é a vice-prefeita de Pinheiro (MA), Ana Paula Lobato (PSB).

Um grupo de aliados do petista pondera, no entanto, que Dino seria a melhor figura para fazer frente a Sergio Moro no Senado. Ambos têm origem na magistratura, e petistas costumam exaltar o fato de o ex-governador ter passado em primeiro lugar no concurso que prestou para juiz federal.

Além disso, Dino foi governador do Maranhão por duas vezes e é reconhecido entre pares, no Judiciário e mesmo entre adversários como um personagem conciliador e articulado. Não haveria nome melhor, portanto, para neutralizar Moro e evitar que ele cresça como um expoente da direita herdeira do presidente Jair Bolsonaro (PL), cacifando-se eleitoralmente.

Wellington Dias é tratado como coringa do futuro governo, tendo sido apontado por petistas como um possível ministro da Casa Civil ou da Economia. Aliados de Lula, porém, admitem que ele poderia fazer falta como um articulador no Senado. A primeira suplente de Dias é a socióloga Jussara Lima. Ainda que seja filiada ao PT, ela é casada com o deputado Júlio Cesar (PSD-PI), que apoiou o governo Bolsonaro e chegou a indicar aliados para cargos de segundo escalão.

Pessoas próximas de Lula dizem que Dias será “no mínimo” um líder do governo no Senado.

Outro quadro elencado para uma série de pastas no governo, Jaques Wagner é tido como um articulador hábil, que seria uma peça importante para que Lula emplaque medidas de seu interesse no Senado. Wagner é citado para diversos ministérios (entre eles Defesa, Economia e Casa Civil), além de ser considerado versátil e de grande confiança de Lula. O senador Humberto Costa (PT-PE), que foi ministro da Saúde de Lula, é citado como opção para ocupar o mesmo cargo no novo governo.

Alguns aliados do presidente eleito dizem que ele ficou com uma espécie de dívida com o senador por tê-lo tirado da disputa pelo Governo de Pernambuco, mesmo aparecendo em primeiro lugar em pesquisas internas. O PT decidiu apoiar Danilo Cabral (PSB-PE), que acabou derrotado ainda no primeiro turno.

Costa foi eleito pela primeira vez em 2010 como senador e está no segundo mandato.

A permanência de parlamentares experientes é considerada uma ferramenta importante para o PT tanto para enfrentar a oposição, como para reduzir a dependência de acordos políticos pontuais e facilitar a aprovação de propostas de interesse do governo. Entram na lista de senadores de relevância para o PT na Casa Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apontado como ministeriável, e Otto Alencar (PSD-BA).

Petistas ainda contam com a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) para fazer frente a Damares Alves (Republicanos-DF). Ambas são evangélicas. No elenco de ex-governadores com chances de chegar à Esplanada também está o senador eleito Camilo Santana (PT), que geriu o Ceará por dois mandatos consecutivos. Teresa Leitão (PT), eleita senadora por Pernambuco, também é considerada bom quadro, mas não é citada para ministérios. Ela terá o primeiro mandato no Congresso Nacional.

Julia Chaib e Bruno Boghossian / Folha de São Paulo

ICMS da gasolina deve ser primeira dor de cabeça do governo petista

Auxiliares do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preveem que o possível retorno da cobrança integral do ICMS dos combustíveis deve ser a primeira dor de cabeça da nova gestão. Como o Congresso só aprovou a compensação de perda de receita aos estados até o fim deste ano, a expectativa é que os governadores voltem à carga para derrubar o teto, fixado em 17% para a alíquota.

Com a perspectiva de o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizar o retorno da cobrança integral no ano que vem, petistas avaliam que Lula terá um início de gestão conturbado, pressionado pela inflação e pelo mau humor da classe média. A questão referente ao ICMS pode dificultar o plano dos auxiliares do presidente eleito de iniciar o governo com pautas que estimulem a economia e ajudem a aliviar o cenário negativo.

Entre os objetivos mencionados estão a redução da fome, com a garantia do Auxílio Brasil de R$ 600 e de um programa social mais estruturado, e a retomada da Minha Casa, Minha Vida. Ambas têm potencial para fazer a economia girar e, por contarem com forte apelo social, podem servir como uma bandeira de pacificação nacional. Em meio à disparada dos preços em decorrência da guerra na Ucrânia, o Congresso aprovou o teto de 17% para a alíquota do ICMS para bens essenciais, entre eles, os combustíveis.

A medida foi articulada para conter os danos políticos para o presidente Jair Bolsonaro (PL), então candidato à reeleição.

As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo.

Juliana Braga / Folha de São Paulo

Simulação mostra como os seres humanos podem ficar no futuro devido ao uso do celular

Os seres humanos sempre evoluíram na história conforme as descobertas científicas foram acontecendo. A nossa arcada dentária, por exemplo, mudou muito depois da descoberta do fogo e da possibilidade de cozinhar os alimentos.

Os cientistas agora simularam como os seres humanos podem ficar no ano 3000 por conta do uso excessivo dos celulares. O estudo foi feito por uma empresa de telefonia chamada Toll Free Forwarding e a simulação 3D da humana do futuro recebeu o nome de Mindy.

Por conta do uso excessivo do celular, ela tem o pescoço curvado, uma mão em formato de garra e até uma segunda pálpebra.

Pescoço curvado

“Passar horas olhando para o telefone cansa o pescoço e desequilibra a coluna. Consequentemente, os músculos do pescoço precisam fazer um esforço extra para sustentar a cabeça. Sentar-se em frente ao computador no escritório por horas a fio também significa que seu torso é puxado na frente de seus quadris, em vez de ser empilhado em linha reta e alinhado”, explicou o especialista em bem-estar e saúde Caleb Backe.

“Garras de texto” e cotovelo a 90º

Uma outra diferença importante está nas mãos. Elas podem ficar no formato de garras, ou “Garras de texto”, fazendo alusão a prática de passar muito tempo escrevendo mensagens nas redes sociais.

“Há alguns anos, o uso da internet móvel ultrapassou o desktop e agora temos a internet em nossas mãos. No entanto, a maneira como seguramos nossos telefones pode causar tensão em certos pontos de contato – causando “garra de texto”, explicou o doutor Nikola Djordjevic, consultado pela Toll Free Forwarding.

Ele também explicou que a posição dos braços segurando o smartphone pode fazer com que o ser humano desenvolva o chamado “cotovelo de 90º”.

Segunda pálpebra

Por fim, uma outra possibilidade é que o corpo humano desenvolve uma segunda pálpebra por conta da exposição a luzes excessivas dos smartphones e dos monitores. É o que acredita o cientista Kasun Ratnayake, da Universidade de Toledo, nos Estados Unidos.

“Os seres humanos podem desenvolver uma pálpebra interna maior para evitar a exposição à luz excessiva, ou a lente do olho pode ser desenvolvida evolutivamente de modo a bloquear a entrada de luz azul, mas não outras luzes de alto comprimento de onda, como verde, amarelo ou vermelho”, explicou.

Pix por gol, pagamento em 30 vezes, milhas: vale tudo para vender televisão na Copa

TV usada, milhas aéreas, parcelamento em 30 vezes e até Pix por vantagem de gols do Brasil na Copa. As varejistas partem para o vale-tudo neste fim de ano para convencer o brasileiro a trocar o seu televisor, categoria de eletroeletrônicos que registrou queda de 22% nas vendas no país no ano passado.

Em todo o mundo, o evento esportivo costuma servir como alavanca para a venda de TVs, cujos fabricantes apresentam novas tecnologias a cada quatro anos. Mas o aparelho tem ficado cada vez mais em segundo plano nas residências diante da digitalização do conteúdo, com a possibilidade de assistir filmes e séries em tablets e smartphones, por exemplo.

Nesta Copa, a expectativa é que sejam vendidas 1,5 milhão de unidades, disse à Folha Fernando Baialuna, diretor de negócios e varejo da GfK, consultoria especializada no mercado de eletroeletrônicos. “O Brasil tem uma demanda reprimida de 8,5 milhões de televisores”, diz o executivo, referindo-se a aparelhos obsoletos, na maioria de tubo.

GOL DA SELEÇÃO VALE PIX

A rede Casas Bahia promete até pagar Pix por número de gols que a Seleção Brasileira fizer no torneio mundial. Se o cliente comprar hoje uma TV de 55 polegadas da LG tecnologia 4K Qned, por exemplo, oferecida a R$ 4.000, vai ganhar R$ 200 de Pix a cada gol que o Brasil tiver de vantagem sobre o seu primeiro adversário na Copa, a Sérvia, em 24 de novembro.

“Se o Brasil fizer quatro gols e a Sérvia fizer um, o cliente que comprou a TV vai ganhar um Pix de R$ 600, para gastar como quiser, não precisa ser na Casas Bahia”, diz Abel Ornelas, vice-presidente comercial e de operações da Via, dona das redes Casas Bahia e Ponto. Para receber o dinheiro, porém, o cliente precisa abrir uma conta no banco digital do grupo, o BanQi.

A promoção dura enquanto o Brasil participar da Copa e só vale para o jogo seguinte ao da compra. Não está restrita à categoria TV, mas este é um dos itens mais caros que participam da ação, que promete distribuir pagamentos via Pix de R$ 50 a R$ 2.000 por gol em produtos selecionados.

A campanha “Gol de Pix” foi lançada em setembro e começou a valer nos dois jogos amistosos do Brasil no mês: contra Gana, no dia 23 (Brasil venceu por 3 x 0), e contra a Tunísia, no dia 27 (vitória do Brasil por 5 x 1).

“Tivemos clientes que já ganharam até R$ 4.000 em Pix”, diz Ornelas. “Nossa expectativa é aumentar o volume de vendas de TVs este ano entre 25% e 30%”, afirma.

Em parceria com o Bradesco, a Casas Bahia também oferece as TVs em 30 vezes sem juros. “Está tendo uma grande procura por aparelhos de tela grande, de 65 polegadas”, diz o executivo. No site, os modelos disponíveis hoje neste tamanho chegam a R$ 13 mil.

MAIS DE 80% DAS RESIDÊNCIAS JÁ TÊM TV DE TELA FINA, DIZ IBGE

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a TV é um dos aparelhos de maior presença no país: está em 95,5% do total dos lares. Em 84% dessas residências, as salas já têm modelos de tela fina (LED, LCD ou plasma), que se tornaram populares no início dos anos 2000.

Em um ano marcado pela inflação e pelo aperto no poder de compra da população, o varejo precisa convencer o consumidor que é hora de trocar seu aparelho de duas décadas atrás, partindo para uma smart TV (com acesso à internet), ou para um aparelho com telas de alta resolução, com tecnologias como Oled, Qled e 8K.

Na opinião de Baialuna, da GfK, o varejo vai se dedicar neste fim de ano à oferta de modelos “premium que cabem no bolso”. “A maior parte dos consumidores pauta a compra da TV pelo tamanho da tela”, diz o consultor. “É possível encontrar TVs de 55 polegadas por R$ 2.200. Algumas com uma resolução melhor de tela –4K, que não é tão avançada como a 8k, mas é muito boa– por até R$ 3.500”, diz ele. “O que vale é ressignificar o que é premium neste momento mais econômico.”

Na tentativa de atender esse público, o Magazine Luiza fechou parceria com uma fabricante chinesa para o lançamento da linha de TVs Vizzion no Brasil. São smart TVs de 32, 43 e 50 polegadas, cujos preços variam hoje de R$ 1.199 a R$ 5.999 –alguns com tecnologia 4k.

“São produtos que custam entre 15% e 20% menos que as marcas tradicionais, oferecendo uma tecnologia compatível”, diz Fábio Gabaldo, diretor comercial de tecnologia do Magalu. Segundo ele, os produtos têm garantia de dois anos, bancada pelo Magalu.

Diante da queda de 20% das vendas em unidades no ano passado, observada por todo o mercado, Gabaldo reconhece que o varejo chegou ao primeiro semestre deste ano bem estocado de TVs. “Mas desde agosto a venda da categoria vem crescendo, semana a semana”, diz o executivo, que prevê que o Magalu aumente as vendas do segmento em 30% neste segundo semestre, em comparação ao mesmo período de 2021.

Para ajudar a atingir a meta, a empresa também lançou no início de outubro a promoção “Troca Tudo”: os consumidores podem oferecer eletrônicos usados –como TVs, celulares, tablets, notebooks e smartwatches– para conseguir descontos na troca por um televisor novo.

TV DE 70 POLEGADAS POR 700 MIL MILHAS

Quem também está atento às pechinchas em televisores são os clientes da companhia aérea Azul. No acumulado do ano, até o último dia 25 de outubro, o número de resgates de TVs no site do programa de milhagem da empresa, o Tudo Azul, mais do que dobrou em relação ao mesmo período do ano passado: alta de 103%.

De acordo com Marco Leite, gerente de parcerias da Azul, o tíquete-médio gasto pelo cliente no site avançou de R$ 2.400 no ano passado para R$ 4.500 este ano na categoria televisores.

O resgate mais alto até o momento foi o de um cliente que pagou 700 mil pontos por uma TV de 70 polegadas da Samsung, tecnologia QLED 4k. Um aparelho cujo preço no varejo é de R$ 11,2 mil.

No site de resgates, a operadora tem parceria com grandes varejistas, como Magalu, Americanas e Extra. O valor dos produtos é apresentado em pontos. As empresas pagam uma comissão pela venda no portal da Azul que, segundo Leite, repassa este desconto para o valor do produto. “É uma maneira de fidelizar meu cliente.”

PREÇO DAS TVS VÃO DE BICICLETA ZERO A CARRO SEMINOVO

Os dois maiores fabricantes de televisores do país, as coreanas LG e Samsung, realizam promoções nas suas respectivas lojas online para incentivar as vendas, mas de maneiras diversas.

Enquanto a LG promove modelos com as tecnologias Oled e Qned, acima de 55 polegadas, que custam entre R$ 6.000 e R$ 50 mil, a Samsung apresenta um parcelamento de até 24 vezes sem juros a quem tiver o cartão da marca, emitido em parceria com o Itaú –condição que vale para TVs que custam a partir de R$ 1.500.

“Vamos fechar o ano com um pequeno crescimento, de 3% na categoria TVs como um todo, mas a venda do nosso segmento premium de televisores deve avançar 30% em valor”, diz Cintia Viani, gerente de produtos TV da LG do Brasil.

“O consumidor quer ter uma experiência diferenciada para assistir aos jogos, algo que só é possível com as novas tecnologias”, diz a executiva, referindo-se aos sistemas “dolby vision” e “dolby atmos”, que se propõem a reproduzir, na sala de casa, a experiência da tela e do som do cinema. Como vantagens, a LG oferece instalação e suporte da TV grátis aos clientes, além do frete liberado.

Érico Traldi, diretor de TV e áudio da Samsung Brasil, reforça que a Copa é o fator que mais motiva o consumidor a trocar de aparelho.

Neste início de mês, a Samsung oferece um novo pacote de promoções das telas premium. “Queremos incentivar as vendas antes da Black Friday [25 de novembro], para que o consumidor assista ao primeiro jogo do Brasil, no dia 24, já com a TV nova.”

A maior aposta da Samsung é um modelo de 85 polegadas, tecnologia 8K, que custa R$ 49 mil. Mas a marca também trabalha com televisores a partir de 32 polegadas, que custam R$ 1.499. “O mercado deve crescer 11% este ano em faturamento”, diz Traldi.

De acordo com a consultoria GfK, em 2018, ano da Copa da Rússia, as vendas de TVs no Brasil cresceram 15,3% em unidades e 19,2% em faturamento (valores nominais, não corrigidos pela inflação). De lá para cá, houve perda de fôlego, mesmo com as pessoas ficando mais em casa durante a pandemia, até desembocar na queda de 22,2% em unidades e 4,5% em valor no ano passado.

No acumulado de janeiro a agosto deste ano, a venda em valor aumentou 6,5%, enquanto a venda em unidades subiu 2,8%.

Ao lado dos smartphones e da linha branca, as TVs estão entre as três principais categorias do varejo. “A Black Friday funciona para venda de perfumes, chocolates, smartphones –tudo o que é indulgente. Já o Natal, com presentes para todo mundo, é pautado pela lembrancinha”, diz Baialuna, da GfK. “A Copa é a grande chance de vender TVs.”

Para ajudar no convencimento do consumidor, diz ele, a Seleção Brasileira tem um papel fundamental. “Quanto mais o Brasil passar de fase, maiores as chances de levar para casa uma televisão nova.”

Daniele Madureira / Folha de São Paulo

CCBB será sede de governo pela 5ª vez ao receber equipe de Lula

Pela quinta vez em sua história, o CCBB (Centro Cultural Branco do Brasil) de Brasília será a sede dos trabalhos de equipes de um futuro governo, ou mesmo de um governo em atividade.

Distante 5 km do Palácio do Planalto, o prédio reservará a partir desta semana cerca de 3.000 metros quadrados para os trabalhos da transição do governo de Jair Bolsonaro (PL) para o de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O CCBB de Brasília, cujo nome original é Edifício Presidente Tancredo Neves, foi projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012) e começou a ser construído no final dos anos 80, sendo inaugurado em 1993 como espaço de formação do banco.

Em 2000, passou a ser centro cultural, abrigando várias exposições e atividades artísticas, em um complexo que reúne praça central, jardins, teatro, sala de cinema, café, restaurante, espaços de convivência e salas de trabalho.

Dois anos depois, com edição de lei específica pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o local abrigou a primeira transição de governo, do tucano para Lula (PT), em 2002.

As outras transições sediadas no CCBB foram em 2010, de Lula para Dilma Rousseff (PT), e em 2018, de Michel Temer (MDB) para Bolsonaro.

Além disso, o espaço abrigou por pouco mais de um ano, de março de 2009 a junho de 2010, o então presidente Lula (em um período de seu segundo mandato) e parte de seu governo, durante as obras de reforma do Palácio do Planalto.

A reforma incluiu restauração e substituição das redes hidráulica, elétrica e de ar-condicionado e a ampliação dos elevadores, além da construção de uma garagem para 500 carros, ao custo de R$ 103 milhões.

Antes da lei de 2002 que estabeleceu as regras para as transições de governo, os trabalhos de coleta de informações e planejamento das novas equipes eram feitos informalmente.

Na passagem do governo de José Sarney (1985-1990) para Fernando Collor de Mello (1990-1992), em 1990, por exemplo, as equipes da nova gestão, incluindo o então presidente eleito, ficaram no chamado “Bolo de Noiva”, um espaço anexo ao Palácio do Itamaraty, bem próximo ao Congresso e ao Palácio do Planalto.

O prédio, também projetado por Niemeyer, recebeu o apelido devido ao formato arredondado e por causa dos pavimentos construídos com diâmetros diferentes (vão diminuindo à medida que sobem os andares), formando degraus como as camadas de um bolo.

A grande movimentação nos meses que antecederam a posse de Collor, primeiro presidente eleito pelo voto popular após o fim da ditadura militar (1964-1985), levou o local a ofuscar o Palácio do Planalto.

É na transição que a equipe do presidente eleito obtém informações detalhadas sobre a situação das contas públicas, dos programas e projetos do governo federal, bem como do funcionamento dos órgãos.

Essa etapa é crucial para que o futuro chefe do Executivo possa traçar um plano de ação e tomar decisões sobre os primeiros passos ao assumir o cargo.

Nesta sexta-feira (4), o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, nomeou o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), indicado por Lula, para coordenar a equipe de transição.

A nomeação saiu no Diário Oficial da União e oficializa o processo de troca entre as gestões. Alckmin vai desempenhar o cargo especial de transição governamental.

Na quinta-feira (3), o ex-tucano teve as primeiras reuniões em Brasília com o atual governo. Nesta sexta, a equipe do governo eleito fez a primeira visita ao CCBB. A futura gestão, conforme a lei, poderá indicar mais 50 nomes até 31 de dezembro. A previsão é a de que Lula chegue a Brasília na terça-feira (8).

Ranier Bragon / Folha de São Paulo

STF determina depoimento imediato de Carla Zambelli

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, determinou que a deputada federal Carla Zambelli (PL) preste depoimento imediato sobre a perseguição armada contra um homem em São Paulo, no dia 29 de outubro, véspera do segundo turno eleitoral.

Gilmar levou em consideração que, os fatos envolveriam, em tese, os delitos de porte ilegal e disparo de arma de fogo.

A ação deve ser investigada pela Corte, tendo em vista que Zambelli estava “no exercício do atual mandato de parlamentar federal e em razão de discussões políticas relativas às eleições e ao seu posicionamento político-partidário”.

De cunho imediato, o depoimento pode ser realizado através de videoconferência e atende parte do pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendeu a apuração preliminar dos fatos antes do início das investigações.

Zambelli deixou o país na última quinta-feira (3) e está em viagem aos Estados Unidos

Fiocruz confirma subvariante Ômicron BQ.1 na cidade do Rio de Janeiro

Foi identificada na cidade do Rio de Janeiro a circulação local da subvariante Ômicron BQ.1 do novo coronavírus, causador da pandemia de covid-19. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a confirmação ocorreu por meio de sequenciamento genético feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“No momento, a recomendação é para que aqueles que ainda não tomaram a dose de reforço da vacina contra a covid-19 procurem uma unidade de saúde a partir de segunda-feira (7), para concluir o esquema de imunização’, alerta a secretaria.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, a subvariante pode estar relacionada com o aumento no número de casos verificada nas últimas semanas.

“Essa subvariante pode sim estar provocando um aumento de número de casos nesse momento. É uma subvariante que não tem nenhum sinal de maior gravidade do que outras subvariantes, mas merece toda atenção para aquela população que ainda não se vacinou. Então as pessoas que não tomaram a dose de reforço devem procurar uma unidade de saúde para realizar a dose de reforço, porque a vacina protege contra a subvariante para internação e para óbito”.

No município, 25% da população adulta não recebeu a primeira dose de reforço da vacina contra a covid-19. A segunda dose foi aplicada em 34,7% dos maiores de 18 anos.

Testagem

A Secretaria de Estado de Saúde informou que enviou ontem (4) ofício aos 92 municípios do estado recomendando a ampliação da testagem para covid-19, devido ao aumento na taxa de positividade para a doença.

“Uma análise dos últimos 15 dias realizada pela vigilância estadual apontou que a taxa de positividade dos testes de RT-PCR e antígeno para covid-19 tiveram aumento. A taxa de RT-PCR passou de 3% para 7% e a de antígeno, de 5% para 16%”.

O secretário de estado de Saúde, Alexandre Chieppe, alerta que o aumento de casos é verificado em diversos países.

“Estamos observando em diversos países do mundo um aumento na transmissão de coronavírus relacionado ainda à variante Ômicron, que é a prevalente também no estado do Rio de Janeiro. Neste momento, a transmissão ainda é baixa no estado, mas temos acompanhado o cenário em outros estados, como São Paulo, e temos um plano de contingência, que será colocado em prática se necessário”.

De acordo com a secretária, no momento não se verifica a prevalência do Sars-CoV-2 entre as doenças respiratórias no estado.

“O levantamento mostrou ainda que, embora a taxa de positividade para covid-19 tenha aumentado, os vírus respiratórios com maior circulação foram o rinovírus, com 21% de prevalência, e o adenovírus, com 17%. O vírus SARS-CoV-2 aparece em 4% das amostras testadas”.

Agência Brasil

Bolsonaro mira base raiz e terá oponentes na disputa pela liderança da direita

Derrotado na tentativa de ser eleito para um segundo mandato, Jair Bolsonaro (PL) deverá trabalhar a partir de agora para fidelizar sua base de apoio mais ideológica e radical e também para se manter como a principal liderança de direita no Brasil durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O presidente, no entanto, vai precisar superar algumas dificuldades fora do cargo, para seguir como o grande nome do campo conservador do país.

Uma delas é a falta de estrutura, apesar de ter negociado apoio do seu partido. A outra é a concorrência interna, com a ascensão de novos líderes, entre eles aliados e antigos desafetos.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR), que se elegeu senador, são cotados para disputar o Palácio do Planalto em 2026.

Ambos se aproximaram de Bolsonaro no segundo turno da eleição, mas não pretendem ter uma atuação totalmente alinhada a ele nos próximos quatro anos.

Bolsonaro foi derrotado por Lula, com 49,1% dos votos, contra 50,9% do petista, sendo o primeiro presidente que não conseguiu ser reeleito.

O presidente levou 45 horas para reconhecer o resultado da eleição, ainda que de forma implícita, e falou em “indignação” e “sentimento de injustiça”.

À exceção dessa fala, Bolsonaro manteve um comportamento recluso, fechado no Palácio da Alvorada. Não usou redes sociais, não deu entrevistas nem realizou transmissões ao vivo na internet.

Enquanto isso, seus apoiadores mais radicais bloquearam rodovias e realizaram manifestações antidemocráticas em frente a quartéis militares, pedindo intervenção federal.

Bolsonaro apenas gravou um vídeo pedindo para que as estradas fossem liberadas e disse para seus apoiadores não pensarem “mal” dele por ter feito esse pedido.

Aliados dizem que o presidente ainda está processando a derrota e que tirou uns dias para isso. Mas apostam que o momento de baixa e reclusão vai logo ser superado e que ele retornará ao palco principal da política em breve.

O processo de fortalecimento do bolsonarismo vai passar justamente pela fidelização da base de apoio mais ideológica, que prega radicalismos como intervenção militar e o fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal).

Aliados consideram que a militância não entendeu o silêncio do chefe do Executivo como abandono, mas sim o de que ele estava impossibilitado de tomar outras medidas, reforçando a ideia, sem lastro na realidade, de que é o nome que enfrenta o sistema composto pela classe política e pelo tribunais superiores.

Bolsonaro ainda terá o apoio de aliados eleitos para o Congresso, para manter as pautas ideológicas em evidência. Um deles é o deputado eleito e campeão de votos Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos responsáveis por ditar nas redes sociais o comportamento dos internautas bolsonaristas.

No Senado, também deverá ter destaque defendendo a pauta ideológica a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos-DF) e o senador eleito Magno Malta (PL-ES), entre outros.

Interlocutores dizem que a grande dificuldade de Bolsonaro será a de se manter em destaque por quatro anos mesmo sem nenhum cargo eletivo. O chefe do Executivo, nesta semana, recebeu o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, para tratar de seu futuro.

No encontro, o presidente disse que pretende continuar na sigla, ter um papel importante e liderar a oposição. Ainda não foram discutidos detalhes, mas Valdemar disse que aceitaria.

Quando deixar o Palácio do Planalto, ele deve ocupar um papel de destaque na legenda, com direito a assento na Executiva Nacional e salário.

Em seu primeiro discurso concedido 45 horas após a proclamação da vitória de Lula, após a reunião com Valdemar, o chefe do Executivo expressou seu desejo de ser a liderança da direita.

“É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira”, disse.

Há uma avaliação de que, se o chefe do Executivo chegar a 2026 mais fraco eleitoralmente, abriria espaço para que um sucessor se lance à Presidência.

Além de Zema e Moro, há, entre outros, os nomes de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador eleito de São Paulo e ex-ministro de Bolsonaro.

Tarcísio e Zema comandam os maiores colégios eleitorais do país. O governador eleito de São Paulo já é visto por uma ala do bolsonarismo como o nome natural à sucessão, mas outra busca afastá-lo do posto.

Já Zema também já expressou a interlocutores o interesse no cargo, mas dependeria da conjuntura, em especial porque está num partido pequeno.

Se quiser se lançar ao Planalto ele enfrentará um dilema: é candidato natural do Novo ao cargo, não terá resistência da legenda. Por outro lado, o partido não tem estrutura.

O Novo não conseguiu superar a cláusula de barreira neste ano e saiu da eleição com tamanho de nanico, tendo eleito apenas três deputados federais.

Integrantes do PL já demonstraram interesse em filiá-lo, mas não há nenhuma garantia para que consiga se cacifar em 2026, uma vez que Bolsonaro também está na sigla.

Publicamente, Zema não confirma a intenção de se candidatar a presidente em 2026, mas também não nega, afirmando que está, no momento, concentrado no segundo mandato como governador de Minas.

Matheus Teixeira, Marianna Holanda e Renato Machado / Folha de São Paulo

Ipiaú: Agentes de saúde farão trabalho em conjunto com IBGE para aumentar resultados

Agentes Comunitários de Saúde (ACS) estarão auxiliando os recenseadores do IBGE no município de Ipiaú, onde os trabalhos do Censo 2022 estão sendo prejudicados por ausências de pessoas em seus domicílios e até recusas em responder perguntas que constam no questionário aplicado.

O bom resultado do Censo é muito importante para a implementação de políticas públicas que impulsionarão o desenvolvimento do município, pois servirá para tomadas de decisão por parte do governo sobre serviços básicos à população, tais como números de postos de saúde, escolas e empregos.

Na manhã dessa sexta-feira, 4, o representante do IBGE, Caetano Flores de Moura, responsável pela coleta de dados neste município, esteve reunido com 120 agentes de saúde para alinhar o trabalho de apoio a ser feito até a conclusão da coleta de dados nos setores que ainda faltam serem cobertos e, ou, naqueles onde a população deixou de responder às perguntas essenciais.

Os agentes comunitários de saúde foram convidados para essa missão pois são eles que estão no dia-a-dia das famílias, conhecendo seus componentes e procedimentos. Com essa aproximação ficará mais fácil convencer o cidadão a atender os recenseadores e evitar a sonegação de dados.
Mônica Souza, coordenadora sindical da categoria, adiantou que o ACS informará para os recenseadores o número exato dos membros de cada família, em quais horários eles estarão em domicilio e ao mesmo tempo explicar aos cidadãos que a veracidade das respostas em nada vai prejudica-los.

Ela cita que tem família que omite o fato de um dos seus membros por ser portador de carteira de trabalho assinada, pelo simples receio de que com isso vem perder o auxílio econômico dado pelo Governo Federal.
“Também vamos apoiar no sentido de orientar a população a receber bem o recenseador pois é através do trabalho deste que obteremos resultado satisfatório do censo em nosso município e através disto possibilitar tomadas de decisão por parte do governo sobre serviços básicos à população”, explicou a coordenadora sindical dos ACS.

Conforme o IBGE, dos 82 setores censitários traçados em Ipiaú para passarem pelo levantamento, 61 já estão concluídos, 19 em andamento e em apenas dois os trabalhos não foram iniciados. Atualmente apenas 14 recenseadores, dos 38 que iniciaram o trabalho, estão em atividade. A eles caberá a tarefa de revisão dos dados, revisitando, com auxílio dos agentes comunitários de saúde, os domicílios onde informações foram sonegadas.

O município se estende por 267,3 km² e tinha em 2010, 44.430 (quarenta e quatro mil, quatrocentos e trinta habitantes), uma variação de 1,85% em relação ao ano 2000 quando a população era de 43.621 (quarenta e três mil, seiscentos e vinte e um habitantes). Em 2021, a população estimada pelo IBGE era de 45.969 (quarenta e cinco mil, novecentos e sessenta e nove habitantes).
José Américo / DIRCOM Prefeitura de Ipiaú

Mundo chega a 8 bilhões de habitantes com avanços, mas desigualdades são latentes

Estimativas da ONU atualizadas em julho projetam que no próximo dia 15, uma terça-feira, o mundo alcançará seu novo bilhão de habitantes. A marca vem acompanhada de avanços significativos, mas também do aprofundamento de desigualdades que transparece nos números.

É o que o demógrafo brasileiro José Eustáquio Alves chama de fosso demográfico: “Há uma grande parte do mundo onde a população está diminuindo, envelhecendo e com taxa de fecundidade baixa; outra segue crescendo muito, com alta fecundidade e ‘bolhas de jovens’.”

A desigualdade entre continentes e mesmo dentro deles faz com que cada país vivencie a superpopulação global de forma distinta. Para alguns, as cifras prenunciam diminuição da mão de obra economicamente ativa, para outros o desafio é lidar com o “boom” habitacional sem dispor de infraestrutura.

Ao longo das últimas cinco décadas, indicadores importantes melhoraram ao redor do planeta. A expectativa média de vida global cresceu —de 57,6 para 73,4 anos—, e a mortalidade infantil caiu —de 93,4 a cada mil nascidos vivos para 26,7. Mas a média diz pouco sobre a realidade de cada parte do globo.

Os exemplos se avolumam. Quatro dos cinco países nórdicos —Islândia, Finlândia, Noruega e Suécia— estão entre as dez nações com menor mortalidade infantil, todos abaixo de 2 mortos a cada mil nascidos vivos. Já na Nigéria, morrem 70 a cada mil crianças nascidas vivas, de acordo com números da ONU.

O país da Costa Oeste da África tem recebido cada vez mais atenção dos especialistas. Hoje o sexto mais populoso do mundo —desbancou o Brasil neste ano—, a Nigéria, mostram as projeções atuais, pode superar EUA, Paquistão e Indonésia e se tornar a terceira nação mais populosa do mundo em 50 anos.

Uma das mais afetadas pela crise climática no continente, convive com o desafio de acomodar tamanha população diante de eventos que diminuem cada vez mais o tamanho de áreas habitáveis. E, não bastasse a mortalidade infantil, nigerianos têm a segunda menor expectativa de vida do planeta: apenas 53,9 anos.

O volume populacional, em boa parte, deve-se à taxa de fecundidade. Com cinco nascimentos por mulher, a Nigéria tem uma das taxas mais altas do mundo. Na média global, o índice atual é de 2,3 nascimentos por mulher, cifra que corresponde a pouco mais da metade do observado há cinco décadas, 4,4.

Na China, o desafio é o oposto. Por décadas o país mais populoso do mundo, a potência asiática entrou em decréscimo populacional neste ano, indica a ONU, e tenta agora reverter o cenário. Com taxa de fecundidade de 1,1 (menos da metade da mundial), o país, que por muito tempo incentivou o controle populacional por meio da chamada política do filho único, quer hoje famílias mais amplas.

Bela Hovy, chefe de publicações da divisão de população das Nações Unidas, credita à queda global da taxa de fecundidade um dos principais avanços das últimas décadas. Mas lembra como a questão ainda é um desafio para partes significativas do globo. “Países da África Subsaariana devem contribuir com mais da metade do crescimento populacional até 2050 [quando, diz a ONU, chegaremos a 9,6 bilhões]. Há um grande desafio para países menos desenvolvidos atingirem um desenvolvimento sustentável.”

Mas o principal desafio ecoado pela marca de 8 bilhões talvez seja, para Hovy, a solidariedade global. “Se garantirmos ajuda para que esses países atinjam metas como acesso a saúde materna e mais educação a mulheres [49,7% da população global], será possível pensar em diminuir o crescimento populacional.”

Helena Cruz Castanheira, demógrafa da divisão de população da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), chama a atenção para o período de transição demográfica que quase todo o mundo vivencia —a fecundidade cai, assim como a mortalidade, e, por óbvio, a expectativa de vida aumenta, fazendo com que haja uma boa parcela de população com idade economicamente ativa.

Mas aí também mora a desigualdade. “A transição demográfica é uma janela de oportunidade para desenvolvimento socioeconômico, mas isso não é automático. É preciso que ocorram transformações sociais significativas: acesso a educação e distribuição de riqueza. Se todas as mulheres estão fora da força de trabalho, ou se não há alta produtividade, a janela de oportunidade apenas se fecha.”

Há 11 anos, quando, para as estimativas da época, o mundo completou 7 bilhões, muitos dos desafios colocados à mesa eram os mesmos de hoje. Mas se destacava a dúvida sobre a capacidade de o planeta produzir recursos para sustentar, com qualidade, tanta gente.

Questionado sobre se já temos uma resposta, Hovy resume: “Temos tecnologia e recursos renováveis para um futuro sustentável. A maior questão é a vontade política. O padrão atual não é sustentável. Se não mudarmos nosso modo de agir, teremos desafios ainda maiores para suportar até 10 bilhões de pessoas.”

Mayara Paixão / Folha de São PauloMUNDO

Limitações físicas e vontade pessoal pesaram na decisão de Galvão Bueno em deixar as narrações na TV

Galvão Bueno não narrará mais em TV aberta após a Copa do Mundo. Esse é o desejo do veterano comunicador de 72 anos. Mas isso não significa que ele encerrará neste ano totalmente seu vínculo com a TV Globo. O LANCE! apurou que emissora e Galvão já possuem algumas parcerias encaminhadas até 2024.

O narrador está gravando um documentário para o Globoplay, e detalhes dessa produção, inclusive, já foram divulgados nas redes sociais dele. Recentemente, Galvão esteve em Los Angeles para gravar no estádio onde deu o famoso grito de 'É Tetra'. Em janeiro de 2023, ele já tem uma viagem marcada para Yokohama, no Japão, onde foi responsável por dar voz ao penta da Seleção.

Nas Olímpiadas de Paris, em 2024, Galvão Bueno estará prestando um serviço pontual na Globo como um 'anfitrião'. Ele não narrará competições. O comunicador participará de programas importantes como a apresentação da cerimônia de abertura do evento e em outras atrações olímpicas na grade da emissora.

Galvão também já demostrou vontade de ter um programa no estilo "Talk Show", assim como Jô Soares teve na Globo. A ideia nunca avançou na emissora da família Marinho, apesar das investidas do comunicador.

Em compensação, o locutor terá um 'Bem, Amigos', em TV aberta, ainda este ano. A transmissão será feita simultaneamente com o SporTV e o narrador pretende reunir diversos amigos no programa, entre eles, Walter Casagrande, que deixou a emissora recentemente, será convidado.

VONTADE PESSOAL E SAÚDE PESARAM NA DECISÃO

O L! apurou ainda que Galvão não tem intenção de voltar a narrar em TV aberta e que as especulações de uma negociação com outra canal ou com o Youtube não procedem. Ele vê essa situação como página virada em sua vida. Além da vontade de fazer algo novo, na internet, as limitações físicas também pesaram na decisão do veterano narrador.
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Irã admite pela 1ª vez envio de drones militares à Rússia

O regime do Irã admitiu pela primeira vez neste sábado (5) ter fornecido drones militares à Rússia. Os equipamentos, que marcaram uma nova etapa da Guerra da Ucrânia, são usados pelas forças de Vladimir Putin principalmente contra alvos da infraestrutura civil no país invadido.

Segundo o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir Abdolahian, os drones foram fornecidos em “número limitado” e antes do início do conflito, em fevereiro.

Nas últimas semanas, Kiev denunciou várias vezes o uso de drones kamikazes iranianos pelas forças russas. O equipamento é mais barato quando comparado a mísseis, mas menos preciso na determinação dos alvos —o que aumenta o risco para civis.

Teerã vinha negando o envio dos drones a Moscou, que, por sua vez, afirma que não tem usado essa arma nos campos de batalhas —a despeito das evidências.

Além de admitir o envio dos equipamentos ao país aliado, o chefe da diplomacia do Irã se disse disposto a examinar qualquer evidência de que drones fabricados no país tenham sido usados no conflito.

“Em uma conversa telefônica com o ministro das Relações Exteriores ucraniano na semana passada, concordamos que, se houvesse alguma evidência [do uso de drones iranianos por Moscou], ele nos encaminharia”, disse Amir Abdolahian. “Se o lado ucraniano cumprir sua promessa [de manter conversas com o Irã], poderemos levar em consideração suas evidências”.

Kiev afirmou que cerca de 400 drones iranianos foram usados contra a população ucraniana até agora e que Moscou havia encomendado cerca de 2.000. Em resposta, a União Europeia e o Reino Unido anunciaram novas sanções contra líderes do país, incluindo três generais e uma empresa de armas responsável por fornecer à Rússia drones kamikaze.

Folha de S. Paulo

Diretor diz que PRF fez maior operação da história em meio a acusações de leniência

Em meio a acusações que de que Polícia Rodoviária Federal agiu com leniência em relação aos atos antidemocráticos que interditaram vias públicas em todo o país, o diretor da corporação, Silvinei Vasques, disse em um vídeo divulgado nas redes sociais na noite desta sexta-feira (4) que a operação para desbloquear as rodovias é a maior operação da história da polícia.

No vídeo, Vasques afirma que a PRF é uma instituição de estado e que precisa garantir “o direito de ir e vir de todo cidadão”.

Os atos foram promovidos por bolsonaristas que não aceitam a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições realizadas no último domingo (30). Em um primeiro momento, Bolsonaro permaneceu calado. Depois, publicou vídeo em que elogia os apoiadores, mas pede a eles para desbloquearem as rodovias.

De acordo com o diretor da PRF, todas as operações administrativas do órgão estão suspensas para liberar o efetivo para ações nas rodovias.

O último informe da PRF, publicado na noite desta sexta, diz que restavam apenas cinco bloqueios parciais de vias públicas no país, dois no Mato Grosso e três no Pará. A corporação afirma que houve um total de 975 manifestações desfeitas.

No dia da eleição, Vasques divulgou um vídeo em seu perfil pessoal no Instagram apoiando Bolsonaro. Pouco depois, ele deletou a postagem.

A PRF organizou, no domingo (30) em que houve segundo turno, uma operação em diversas partes do Brasil com a justificativa de fiscalizar o transporte ilegal, o que foi questionado na Justiça por possivelmente impedir pessoas de votar. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determinou a suspensão da operação.

Vasques mencionou a operação de domingo no vídeo. “Nossos policiais federais homens e mulheres que estão na estrada trabalhando desde domingo à noite estávamos encerrando uma operação e já iniciamos essa grande operação para desbloquear rodovias em todo o país”, afirmou.

Subprocuradores da República encarregados do controle externo da atividade policial pediram a abertura de um inquérito na Polícia Federal para que seja investigada a atuação do diretor-geral da PRF. A apuração deve focar a atuação de Vasques nas eleições e na repressão aos bloqueios de rodovias.

Também nesta sexta, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que a Polícia Rodoviária Federal informe em prazo de 48 horas o número de policiais nas estradas desde o dia 28 de outubro, antevéspera do segundo turno das eleições.

As informações deverão ser apresentadas por estado e conter dados sobre os eventuais recrutamentos realizados para o dia da votação, domingo (30), “devendo haver detalhamento das lotações de origem dos policiais, bem como para onde foram enviados em missão”, segundo Moraes.

Lucas Marchesini / Folha de São Paulo

Tarcísio herdará briga da Universal, ligada a seu partido, com governo de SP por impostos

Governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) herdará disputa na Justiça entre a Igreja Universal do Reino de Deus, umbilicalmente ligada ao seu partido, e a administração estadual.

A igreja comandada pelo bispo Edir Macedo tem brigado com as últimas gestões paulistas a respeito de isenções de ICMS. Em mais de dez processos, que somam cifras milionárias, argumenta que não deve pagar imposto relativo a equipamentos de TV e de rádio que importou. Os processos tramitam em diferentes instâncias, com derrotas e vitórias da igreja.

São equipamentos que a Universal espalhou por igrejas em diversas regiões do país, mas que foram desembarcados em São Paulo, e que, por isso, teriam que pagar ICMS no estado, como câmeras, switchers e telões de LED.

No entanto, afirma nas ações que a imunidade tributária concedida às igrejas se estende à importação de equipamentos, pois eles são utilizados para a propagação de mensagens religiosas e para alcançar pessoas com dificuldades de mobilidade e que não conseguem ir a cultos pessoalmente.

A Fazenda paulista também cobra R$ 450 mil da igreja relacionados a impostos de importação de pedras calcárias de Israel para a construção do Tempo de Salomão, no Brás, no centro de São Paulo.

As partes divergem sobre os valores devidos e a Universal também argumenta no processo que tem direito à imunidade tributária. A pendenga fez com que a igreja fosse inscrita na dívida ativa do estado.

Nos processos, o Governo de São Paulo tem afirmado que a imunidade tributária concedida às entidades religiosas não pode ser aplicada indiscriminadamente a quaisquer situações, mas deve ter relação com as atividades essenciais realizadas por essas organizações.

Como mostrou o Painel, o Republicanos quer ter protagonismo na administração paulista, e já demonstra intenção de comandar a pasta de Desenvolvimento Regional, responsável pela interlocução e distribuição de recursos para prefeituras.

Guilherme Seto / Folha de São Paulo

PM e PC encontram 145 kg de maconha dentro de carro em Itapuã

Foto: Divulgação SSP
Uma denúncia anônima guiou as forças de segurança até o carro modelo Peugeot 207, nesta quinta-feira (3).
Equipes das polícias Militar e Civil localizaram, na tarde desta quinta-feira (3), cerca de 145 kg de maconha prensada, no bairro de Itapuã. Tabletes da erva estavam escondidos em um carro modelo Peugeot 207. Uma denúncia anônima levou militares da Rondesp Atlântico, da 13ª CIPM e do Bepe, além de investigadores da 12ª DT até a Rua Edmundo Spinola, no Km 17. Dentro do carro foram localizados 145 tabletes de maconha. Os policiais promoveram varreduras na região, mas não encontraram os proprietários dos entorpecentes. O carro e as drogas foram apresentados na 12ª DT.
Fonte: Alberto Maraux / Ascom SSP

Aliados devem impedir ‘volta ao passado’ do BNDES sob Lula, dizem analistas

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deve ter uma atuação reforçada durante o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), projetam economistas.

Eles, porém, não enxergam por ora a volta do banco público a políticas adotadas –e bastante criticadas– em gestões petistas anteriores, como a de crédito farto e subsidiado para grandes empresas, as chamadas campeãs nacionais.

“No plano de governo, Lula indicou que iria reforçar a importância e o peso do BNDES na economia. Há uma sinalização de que o banco vai ter uma ação mais intensa”, avalia a economista Carla Beni, professora da FGV (Fundação Getulio Vargas).

“Mas a gente tem de lembrar que quem ganhou a eleição não foi o PT sozinho. Foi uma coalizão. Acredito que esse movimento vá impedir o governo de cair no mesmo modelo de antes, até para não errar de novo”, acrescenta.

Em uma entrevista em abril, Lula falou em “transformar o BNDES em um grande banco de investimentos para pequenas e médias empresas”. Essa associação voltou a ser feita ao longo da campanha.

“Vamos incentivar o microempreendedorismo, e o BNDES vai agora financiar pequenas e médias empresas, o micronegócio, o empreendedorismo”, afirmou Lula em agosto.

Já às vésperas do segundo turno, a campanha petista divulgou uma carta na qual indicou que bancos públicos, “especialmente o BNDES”, além de companhias como a Petrobras, “terão papel fundamental neste novo ciclo”. O programa de governo também fala em fortalecer os bancos públicos.

“A gente tende a ver um BNDES mais atuante, mais reforçado. O que se espera é que haja uma posição mais estratégica agora”, diz o economista Rafael Cagnin, do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

“Não estamos falando daqueles empréstimos do passado, quando o banco cresceu com transferências do Tesouro. O banco não precisa se alavancar naquela magnitude. Ele precisa ser mais efetivo, mais estratégico”, completa.

Criado há 70 anos, o BNDES ampliou sua atuação durante a era petista, com crédito a baixo custo para grandes empresas.

No governo Dilma Rousseff (PT), os desembolsos chegaram a R$ 190,4 bilhões apenas em 2013, conforme dados disponíveis no site da instituição.

Os recursos encolheram a partir de mudanças adotadas nos mandatos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). O banco, então, passou a concentrar mais esforços na estruturação de projetos em áreas como a de infraestrutura e a de privatizações.

Em 2021, os desembolsos caíram para R$ 64,3 bilhões. Neste ano, de janeiro a junho, a quantia ficou em R$ 33,2 bilhões.

“Existe um arco de alianças políticas [com Lula], e também se espera um aprendizado em relação a experiências anteriores. Assim, a atuação do BNDES não deve ser vista apenas como um resgate do passado”, aponta Cagnin.

A bolsa de apostas para a presidência do banco foi aberta logo após a definição do segundo turno das eleições.

Um dos cotados é o economista Gabriel Galípolo, ex-presidente do banco Fator. Ele atuou na campanha petista como conselheiro econômico de Lula, buscando aproximar o então candidato do mercado financeiro.

Também não está totalmente afastada a hipótese de o ex-ministro Aloizio Mercadante ocupar a presidência do BNDES.

Na visão de Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, ainda é preciso aguardar as primeiras confirmações do novo governo para entender o papel do banco a partir de 2023.

Ele vê um quadro “mais restrito” para as fontes de recursos da instituição (funding), se comparado às gestões petistas anteriores.

Assim, o caminho para o BNDES, avalia, seria concentrar esforços no financiamento de projetos que despertam menos interesse no setor privado, incluindo iniciativas de pequenas empresas e no setor de saneamento básico.

“Tentar competir com o setor privado, com taxas subsidiadas, como no passado, seria um erro colossal”, afirma Vale. “Uma estratégia como a das campeãs nacionais tem de ser evitada a todo custo.”

Segundo dados disponíveis no site do BNDES, o Tesouro Nacional representava 40% das fontes de recursos do banco em 2018. Em 30 de junho de 2022, a fatia estava em 15%.

“O país precisa investir nas pequenas e médias empresas, nas startups. São esses os negócios com mais dificuldade para tomar crédito, e não as grandes campeãs nacionais, que podem ir ao mercado de capitais”, avalia Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama e professor do Ibmec-RJ.

Ele avalia que Lula assumirá a Presidência em meio a um cenário externo “mais desafiador” do que nos mandatos anteriores, o que também reforça a necessidade de preocupação com o quadro fiscal.

Desde 2018, os contratos de empréstimos do BNDES são atrelados à TLP (Taxa de Longo Prazo), mais associada a taxas de mercado.

Essa modalidade substituiu a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que era menor por uma decisão de governo e acabava impondo custos não explícitos à política de crédito do banco.

Leonardo Vieceli / Folha de São Paulo

Aliados defendem Bolsonaro fora das eleições de 2026 e já apostam em Tarcísio presidente

O destino de Jair Bolsonaro (PL) depois que deixar o cargo já está sendo discutido por aliados de seu núcleo mais próximo, inclusive entre ministros, acionistas de empresas de comunicação e líderes religiosos. Muitos deles defendem que o presidente não seja candidato à sucessão de Lula (PT) em 2026, abrindo espaço para outros nomes de direita.

O plano é convencê-lo a se transformar numa espécie de “Fernando Henrique Cardoso da direita”, ou “um estadista” que tem prestígio e o poder de influenciar a escolha de candidatos de seu campo político –mas sem entrar na disputa eleitoral. A diferença é que Bolsonaro é hoje muito mais popular do que FHC era quando deixou o governo, em 2002.

Seria preciso, portanto, convencer o presidente a vestir o figurino de grande liderança que abre mão de disputar votos nas urnas, mesmo tendo grande chance de vencer.

O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), emerge como a grande aposta desses aliados, caso faça uma boa administração e complete o mandato com aprovação alta entre os paulistas.

Tarcísio conseguiria representar a direita de forma civilizada, desmilitarizada, ampla e menos radical que Bolsonaro.

Há uma certeza, entre os apoiadores do presidente, de que ele próprio cavou sua derrota ao defender bandeiras extremadas como o armamento da população.

De acordo com o Datafolha, 72% dos brasileiros rejeitam a afirmação de que “a sociedade seria mais segura se as pessoas andassem armadas para se proteger da violência”. Entre as mulheres, o rechaço chega a 78%.

Discursos golpistas, ameaças à democracia e o embate com instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF) também teriam espantado eleitores de direita moderados, na opinião de apoiadores do próprio presidente.

As informações são da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo.

Folha de S. Paulo

Ajudante de ordens de Bolsonaro deixará Planalto para comandar batalhão do Exército

Um dos principais auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid já está com seu futuro decidido após o fim do governo. A partir de janeiro, ele deve comandar um dos batalhões do Exército em Goiânia (GO).

Cid ocupa hoje o cargo de chefe da Ajudância de Ordens da Presidência da República e é uma das pessoas mais próximas a Bolsonaro.

Nesses dias de maior reclusão de Bolsonaro, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele é um dos poucos que têm frequentado o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.

Interlocutores disseram à Folha que sua transferência para Goiânia já estava acertada antes da eleição —e, portanto, ocorreria mesmo com uma vitória de Bolsonaro.

A saída foi construída durante conversas de comandantes militares com o próprio Cid.

Generais afirmaram à Folha que a mudança é natural. Como Cid progrediu de major para tenente-coronel durante o governo Bolsonaro, ele precisa passar por um cargo de comando para conseguir novas promoções e sonhar com o generalato.

Por outro lado, a transferência de Cid é uma forma de tirá-lo dos holofotes. Ele é investigado em inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal).

O auxiliar é filho do general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, colega de Bolsonaro na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras). Cid filho assumiu o cargo já durante a transição, em dezembro de 2018. Já o pai foi indicado para a chefia da Apex (A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em Miami em 2019.

A Ajudância de Ordens é constituída especialmente por militares e faz parte da estrutura do Palácio do Planalto. Os ajudantes de ordens, como são conhecidos, atuam como secretários particulares do presidente —chegando a carregar o celular de Bolsonaro e frequentar o Palácio da Alvorada diariamente.

No caso de Cid, Bolsonaro concedeu-lhe novas atribuições. Ele passou a fazer as tradicionais lives do presidente, às quintas-feiras, e aconselhar o mandatário em decisões sobre diversos assuntos.

Desde 2020, o tenente-coronel foi alvo de inquéritos que estão sob o comando do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

No mais recente, ele teve o sigilo bancário quebrado por determinação do magistrado, no final de setembro. A PF (Polícia Federal) encontrou no telefone do ajudante de ordens mensagens que levantaram suspeitas sobre transações financeiras feitas no gabinete do presidente da República.

Conversas por escrito, fotos e áudios trocados por Cid com outros funcionários da Presidência sugerem a existência de depósitos fracionados e saques em dinheiro.

O material analisado pela Polícia Federal indica ainda que as movimentações financeiras se destinavam a pagar contas pessoais da família presidencial e também de pessoas próximas da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

A assessoria da Presidência nega qualquer irregularidade nas transações e diz que os valores movimentados têm como origem a conta particular do presidente da República.

Em outro episódio, Cid foi indiciado pela Polícia Federal pelo vazamento da apuração utilizada por Bolsonaro em uma transmissão de 4 de agosto de 2021, em que ele contestou a segurança do sistema eleitoral e levantou suspeita de fraude nas eleições de 2018.

O tenente-coronel também prestou depoimentos à PF no inquérito que investiga a propagação e financiamento de atos antidemocráticos. À época, Cid disse que, como “mensageiro” do presidente, repassava para Bolsonaro mensagens do blogueiro foragido Allan dos Santos.

Cézar Feitoza e Marianna Holanda / Folha de São Paulo

Decreto estabelece grupo de transição de Governo; veja nomes

O Diário Oficial do Estado da Bahia publicou, na edição eletrônica deste sábado (5), decreto que estabelece o Grupo de Trabalho de Transição Governamental, que será coordenado diretamente pelo governador eleito, Jerônimo Rodrigues, e pelo vice-governador eleito, Geraldo Júnior.

Outros sete nomes fazem parte do grupo de trabalho: Luiz Caetano, secretário de Relações Institucionais (Serin); Carlos Mello, secretário da Casa Civil em exercício; Marcus Cavancanti, secretário da Infraestrutura (Seinfra); Fabya Reis, secretária de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi); Roberta Silva de Carvalho Santana, chefe de Gabinete da Secretaria da Saúde (Sesab); Adolpho Loyola, Assistente Especial do Quadro Especial da Casa Civil; e Felipe Freitas, doutor em Direito pela UnB e professor do corpo permanente do Programa de Pós Graduação do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).

O decreto estadual, de número 21.709, foi assinado nesta sexta-feira (4) pelo governador Rui Costa e já entrou em vigor a partir da sua publicação.

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