Transportadora pede para sair de premiação do Lide após evento com STF em NY

A Cargolift, empresa de logística e transporte com sede em Curitiba, pediu ao Lide, grupo fundado pelo ex-governador de São Paulo, João Doria, que fosse retirada de uma das premiações organizadas pela entidade empresarial.

A desavença acontece depois de o Lide promover, nesta semana, em Nova York (EUA), encontro com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Entre os convidados, estava Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), alvo de ataques de bolsonaristas que questionam o resultado das eleições.

Por meio de uma carta enviada a Heloisa Garret, presidente do Lide Paraná, a Cargolift disse que sua inscrição em uma das categorias do Prêmio Líderes 2022 foi feita de forma unilateral –ou seja, sem consultar a companhia. A premiação está marcada para acontecer nesta segunda (21), em Curitiba.

No documento, a empresa afirmou que não compactua com “os valores e princípios da instituição [Lide]”. Pediu, portanto, que o nome da Cargolift fosse retirado de qualquer publicação do grupo da família de Doria.

“Dentre os valores que a Cargolift defende consta a liberdade de opinião e de expressão, cláusula pétrea da Constituição Federal, e não é isso que temos percebido por aqueles que juraram defender a Constituição Federal e nos últimos dias participaram em evento promovido pela Lide em Nova York”, dizia a carta.

Procurada pelo Painel S.A., a empresa paranaense afirmou que a carta “é um assunto entre Cargolift e Lide” e que não tem nada a declarar.

A assessoria do Lide disse que a Cargolift foi indicada entre as melhores empresas de 2022 na categoria governança, mas não foi a vencedora da premiação. A organização afirma que não divulgou nome, logo, marca e outras referência à Cargolift nas redes sociais.

Disse também que é independente, apartidária, multisetorial e multilateral.

As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo.

Folha de S. Paulo

EUA aprovam nova droga contra diabetes que pode revolucionar combate à doença MUNDO

Um medicamento imunoterápico “revolucionário” que comprovadamente retarda o desenvolvimento do diabetes tipo 1 foi aprovado pelos órgãos reguladores nos EUA.

Especialistas dizem que o teplizumab marca uma “nova era” no tratamento dos pacientes, combatendo pela primeira vez a causa da doença, e não apenas os sintomas.

A droga funciona por meio da reprogramação do sistema imunológico para o impedir de atacar erroneamente as células pancreáticas que produzem insulina.

É provável que esta decisão abra caminho para aprovação do medicamento em outros países.

TIRANDO O FARDO

No diabetes tipo 1, o sistema imunológico (que normalmente combate bactérias e vírus) ataca por engano as células-chave do pâncreas que produzem insulina.

A insulina é um hormônio crucial, ajudando o corpo a usar a glicose como energia, e a maioria dos tratamentos atuais se concentra nos pacientes verificarem seus níveis de açúcar no sangue e tomarem insulina —por injeção ou infusão— todos os dias.

Em 2019, um teste mostrou que o medicamento atrasou o desenvolvimento da doença por uma média de dois anos em algumas pessoas do grupo de alto risco da condição.

Especialistas dizem que esse atraso pode ser muito significativo, sobretudo para os jovens que não precisariam tomar insulina diariamente ou monitorar seu nível de glicose com tanta intensidade por esse período de tempo.

Eles sugerem que as pessoas também podem passar mais anos com seus níveis de açúcar no sangue em um patamar saudável, oferecendo mais tempo para se protegerem das complicações de níveis elevados de açúcar no sangue, como doenças renais ou oculares.

O filho de Beth Baldwin, Peter, morreu após sofrer uma cetoacidose diabética em 2014. Ele tinha diabetes tipo 1 não diagnosticada, e seu corpo estava entrando em colapso. Ele tinha apenas 13 anos.

“Uma droga como essa seria transformadora”, diz Beth.

“Você não consegue impedir que as pessoas tenham diabetes tipo 1 por enquanto. Mas retardar o início… seria fenomenal —especialmente para crianças.”

“Significa três anos sem ter que gerenciar intensivamente a condição, e pode atrasá-la o suficiente para que mais pesquisas sejam realizadas.”

“É um grande avanço.”

Beth agora trabalha com a instituição beneficente JDRF UK para aumentar a conscientização sobre os sinais de diabetes tipo 1, incluindo sentir muita sede, urinar mais do que o normal, sentir muito cansaço e perder peso sem tentar.

Rachel Connor, da JDRF UK, que financiou parcialmente o estudo, afirmou que “é um divisor de águas. Para mim, é o início de uma nova era para o tratamento de diabetes tipo 1”.

“É a primeira vez que conseguimos chegar à raíz de por que a condição se desenvolve, e ajudar a mudar o processo, então não estamos mais apenas tratando os sintomas.”

“Uma vez que podemos fazer isso, podemos encontrar outras maneiras de fazer isso melhor e por mais tempo.”

O QUE É DIABETES?

Diabetes é uma condição crônica que faz com que o nível de glicose no sangue de uma pessoa fique muito alto.

Existem dois tipos principais:

– Tipo 1: em que o sistema imunológico do corpo ataca e destrói as células que produzem insulina.

– Tipo 2: em que o corpo não produz insulina suficiente ou as células do corpo não reagem à insulina.

O diabetes tipo 2 é muito mais comum do que o tipo 1.

Smitha Mundasad / Folha de São Paulo

Covid-19: Fiocruz e estado do Rio recomendam uso de máscaras

Em razão do aumento do número de casos de covid-19, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reforçou a recomendação da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, do uso de máscaras em locais fechados, com pouca ventilação ou com aglomeração.

A recomendação é importante para pessoas com fatores de risco para complicações da covid-19, em especial imunossuprimidos, idosos, gestantes e pessoas com múltiplas comorbidades

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) informou hoje (18) que enviou aos municípios, no último dia 4, nota técnica com atualização do Ministério da Saúde sobre as recomendações contra a doença, entre elas, o uso de máscaras.

“Diante da mudança do cenário epidemiológico da covid-19, em março deste ano, o uso de máscaras faciais tornou-se facultativo, contudo, há recomendação para que as máscaras sejam utilizadas em algumas situações”, disse a pasta.

Sintomas gripais
Segundo a secretaria, no âmbito individual, a medida se aplica a pessoas com sintomas gripais, casos suspeitos ou confirmados de covid-19 ou que tenham tido contato próximo com caso suspeito ou confirmado. A Secretaria de Saúde também reforça a recomendação do uso de máscara para pessoas com fatores de risco para a doença, como imunossuprimidos, idosos, gestantes e pessoas com múltiplas comorbidades.

“No âmbito coletivo, o uso de máscaras deve ser definido pelas autoridades locais, dependendo do cenário epidemiológico de cada município. Devem ser avaliados fatores como: cobertura vacinal (incluindo doses de reforço), taxa de transmissão, taxa de hospitalização por síndrome gripal aguda grave, e mortalidade, entre outros indicadores”, informou.

A Fiocruz destacou, também, que a vacinação ainda é a melhor medida de proteção individual e coletiva contra a doença. “As pessoas devem buscar completar o seu esquema vacinal, incluindo a segunda dose de reforço já recomendada para todos os maiores de 18 anos. Quem testar positivo para a covid-19 deve aguardar 30 dias a partir do início dos sintomas para receber a dose de reforço”, disse a Fiocruz.

Incêndio de grande proporção atinge cidade cenográfica de novela da Globo no Rio

Mais uma vez os Estúdios Globo, onde o grupo Globo realiza suas novelas, séries e programas de entretenimento, em Curicica, zona oeste do Rio de Janeiro, atravessa um caso de incêndio. Dessa vez, o fogo atingiu a cidade cenográfica da novela “Todas as Flores”, de João Emanuel Carneiro, exibida pelo GloboPlay. O foco está justamente na Rhodes, loja que conduz a história e também enfrentou um incêndio na ficção.

Foi no episódio do incêndio fictício que morreram os personagens de Ana Beatriz Nogueira, a Guiomar, e Nilton Bicudo, o Raulzito.

Consultada, a Globo informa que ainda está avaliando as dimensões do fogo nos Estúdios Globo, também conhecidos como Projac, e não tem informações sobre vítimas por enquanto. Este texto será atualizado assim que a emissora tiver informações sobre o caso. Em abril do ano passado, um incêndio atingiu uma torre de refrigeração nos Estúdios Globo. Em 2017, outro episódio de fogo se deu num galpão da novela “Deus Salve o Rei”. Em ambos os casos, a brigada de incêndio agiu rapidamente e não houve vítimas.

Folhapress

PL emite nota de repúdio contra processo disciplinar movido pela PM contra André Porciúncula

O PL da Bahia emitiu nota na tarde desta sexta-feira (18) em que repudia o que considera ser “arbitrariedades empreendidas em Processo Disciplinar Sumário pelo Comando Geral da Polícia Militar do Estado da Bahia contra o filiado e primeiro suplente a deputado federal, capitão André Porciúncula Alay Esteves”. O ex-secretário nacional de Incentivo à Cultura diz sofrer perseguição devido às críticas que dirigiu ao governador Rui Costa (PT) durante a campanha eleitoral.

O partido ao qual Porciúncula é filiado prossegue: “Na condição de candidato a deputado federal, o cidadão André Porciúncula não cometeu nenhuma ofensa a qualquer agente público. Licenciado de suas atividades militares e, sob o manto do direito à liberdade de expressão, fez críticas políticas, dentro do previsto na legislação eleitoral”. O PL apontou que “causa estranheza, no entanto, a forma discricionária da condução do processo que, atropelando o Estado Democrático de Direito, tenta condená-lo sem o amplo direito de defesa, sob alegação de revelia num processo eivado de nulidades, em que o réu nem sequer foi intimado legalmente”.

Seis rodovias federais são bloqueadas, informa PRF

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou, na manhã desta sexta-feira (18), que seis vias em Rondônia estão bloqueadas por manifestações de bolsonaristas. A informação é do jornal “O Globo”.

No Rio de Janeiro, a BR-116, via Dutra, que liga o estado a São Paulo, chegou a ser interrompida na madrugada na altura do município de Barra Mansa, causando 4 km de congestionamento. Agora, não há bloqueios no local.

‘Operação Metástase’ combate atuação de organização criminosa em Porto Seguro

Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã desta sexta-feira, dia 18, em operação deflagrada pelo Ministério Público estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e Investigações Criminais Regional Sul (Gaeco-Sul), no município de Porto Seguro, em conjunto com a 5ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa local. Por decisão da Justiça, R$ 200 mil foram bloqueados dos ativos financeiros dos investigados.

Segundo o MP, a ‘Operação Metástase’ combate as ações de uma associação criminosa que opera na viabilização ilegal de licenças municipais, reduzindo taxas de impacto ambiental para menores porcentagens, mediante pagamento de propina a servidor público. Um mandado foi cumprido no Espírito Santo, pelo Gaeco capixaba.

Segundo as investigações do Gaeco-Sul, a associação criminosa é formada por servidor público e empresários do setor imobiliário. Eles estariam envolvidos em crimes de uso de documento falso, estelionato, corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. A ‘Operação Metástase’ decorre de provas colhidas a partir da ‘Operação Saneamento’, deflagrada pelo Ministério Público estadual em dezembro de 2021. O Gaeco constatou que, além de atuar para facilitar e viabilizar o pagamento de taxas de impacto ambiental em menor porcentagem, o grupo criminoso teria promovido diversas fraudes em serviços prestados pelo Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran), a exemplo de compra e venda de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs), fraude no emplacamento de veículos, transferências ilegais de documentos de trânsito e regularização ilegal de multas administrativas.

Após dores abdominais, Bolsonaro dá entrada em Hospital das Forças Armadas; nova cirurgia está em avaliação

O presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá passar por uma nova cirurgia no abdômen, quatro anos depois da facada, em 6 se setembro de 2018, em ato de campanha em Juiz de Fora, em Minas Gerais. Na noite desta quinta-feira (17), segundo informações do UOL, ele deu entrada no Hospital das Forças Armadas com fortes dores abdominais.

O atual chefe do executivo estaria realizando exames e um novo procedimento cirúrgico é avaliado.

Ainda conforme o UOL, o atual diagnóstico é de uma nova hérnia na cicatriz da cirurgia, que já foi operada uma vez, em 2019. De acordo com a publicação, o presidente não pretende se submeter a um novo procedimento cirúrgico agora, mas o quadro ainda está em avaliação.

Novembro Negro leva arte, resistência e afirmação negra para Concha Acústica

A Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, foi palco de celebração da luta e resistência do povo negro, nesta quinta-feira (17), em agenda que marca as celebrações do Novembro Negro da Bahia. O evento, que contou com show do bloco afro Ilê Aiyê e participação das cantoras Luedji Luna, Margareth Menezes e do Bando de Teatro Olodum, destacou os 15 anos de implementação de políticas afirmativas no estado a partir da criação da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi).

A titular da Sepromi, Fabya Reis, ressaltou o mês de novembro como ponto alto do calendário que é considerado emblemático pelas organizações negras para renovação de compromissos pela reparação e celebração de conquistas. "A Bahia é uma referência de luta e inspira todo o Brasil sendo, no momento, o único estado a possuir uma secretaria destinada especificamente às políticas para a população negra. É hora de seguirmos em frente intensificando ainda mais os esforços com a sociedade civil e a integração de ações do Governo do Estado voltadas à equidade", pontuou.

Tradicionalmente o mês de novembro é marcado por amplas mobilizações no combate ao racismo, à intolerância religiosa e pela garantia dos direitos da população negra. Uma diversidade de organizações da sociedade civil e instituições realizam atividades na capital e no interior, cujo ponto alto é 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.

Campanha

O Governo do Estado, através da Sepromi, desenvolve ao longo do mês a campanha que destaca a igualdade racial como política pública e os 15 anos de conquistas na garantia de direitos da população negra, dos povos e comunidades tradicionais.

Além de manter uma secretaria voltada exclusivamente para a reparação, com sistema próprio de financiamento, o estado conta com Estatuto da Igualdade Racial, cotas em concursos públicos, editais específicos, investimentos em infraestrutura, na educação e saúde com recortes étnico-raciais, equipamentos e serviços de combate ao racismo, colegiados em funcionamento, dentre outros avanços. A campanha tem como slogan “Pela democracia, todas as vozes contra o racismo e todas as leis contra os racistas”.

Fotos: Mateus Pereira/GOVBA


Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Mulher é encontrada carbonizada após incêndio atingir casa no sul da Bahia

Foto: Divulgação/TV Santa Cruz
Uma mulher foi encontrada carbonizada dentro de uma casa, após um incêndio atingir o imóvel nesta quinta-feira (17), na cidade de Coaraci, no sul da Bahia. De acordo com a Polícia Civil da cidade, o caso ocorreu na rua Doze, no bairro Bela Vista. Ainda não há informações sobre as causas do incêndio que ocorreu pela manhã. O imóvel foi destruído pelas chamas. No período da tarde desta quinta, a identidade da vítima ainda não tinha sido revelada. Testemunhas contaram à polícia que a mulher morava com um homem, que está desaparecido. O corpo foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica aqui em Itabuna, cidade a cerca de 42 km de Coaraci. Ainda não há informações sobre liberação e sepultamento. (G1)

Jovem de 19 anos é presa suspeita de matar a mãe com golpe de faca na Bahia

Uma jovem de 19 anos foi presa em flagrante por suspeita de matar a própria mãe com golpe de faca, na cidade de Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia. O crime aconteceu nesta quinta-feira (17), conforme informou a Polícia Civil. A motivação ainda é a apurada pela polícia, mas a jovem foi autuada por homicídio qualificado por motivo fútil. A vítima, identificada como Lídia Carvalho do Nascimento, tinha 36 anos. Em 2019, ela recebeu um elogio da filha em uma publicação nas redes sociais. “Eu tenho uma mãe linda, meu Deus”, escreveu a suspeita, que não teve o nome divulgado. A jovem foi conduzida para a Delegacia Territorial de Formosa do Rio e está a disposição da Justiça. (G1)

Moro e Deltan farão curso de formação para novos parlamentares eleitos

O ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol estão entre os novos parlamentares que participarão de um curso de formação a ser promovido em dezembro pelo grupo RenovaBR e pelo Insper.

Moro (União Brasil) foi eleito senador, enquanto Deltan (Podemos) exercerá mandato de deputado federal, ambos pelo Paraná.

O objetivo da qualificação, segundo os organizadores do curso, é “preparar os parlamentares para os desafios dos cargos”.

Também participam, entre outros, os futuros deputados Camila Jara (PT-MS) e Daniel Soranz (PSD-RJ).

O foco dos cinco dias de curso, em São Paulo, será em gestão estratégica de mandato. A carga horária é de 40 horas de aulas, a cargo de especialistas em políticas públicas.

“Uma das grandes entregas do RenovaBR para a sociedade brasileira é criar condições para que os parlamentares eleitos possam conhecer as ferramentas necessárias para o exercício da função antes de assumirem seus mandatos. Construir esse programa junto ao Núcleo de Políticas Públicas do Insper traz para a sala de aula o que existe de melhor no nosso país e no mundo”, diz o fundador do RenovaBR, Eduardo Mufarej.

Fábio Zanini/Folhapress

Missões de Observação: Transparencia Electoral e Caoeste destacam boa prática eleitoral no Brasil

Grupos internacionais acompanharam as Eleições 2022 e, entre os destaques do relatório, está o combate à desinformação
Neste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu Missões de Observação Eleitoral (MOE) para acompanhar todas as fases antes, durante e depois das Eleições 2022. Entre esses grupos internacionais, a Transparencia Electoral e a Conferencia Americana de Organismos Electorales Subnacionales por la Transparencia Electoral (CAOESTE) acompanharam juntas o primeiro turno do pleito e emitiram relatório preliminar, que destaca a iniciativa da Justiça Eleitoral em permitir a observação, o combate à desinformação e a rapidez em divulgar os resultados. O documento afirma que vê o sistema eleitoral brasileiro e as urnas eletrônicas como um exemplo de boas práticas eleitorais.

Uma das funções dos observadores é contribuir para o aperfeiçoamento do processo eleitoral, ampliar a transparência e a integridade, bem como fortalecer a confiança pública nas eleições. Neste ano, foram credenciadas 17 instituições. No relatório da Transparencia Electoral, ficou destacado que o fato de os cidadãos poderem observar as eleições é um direito e uma forma de prestação de contas que, quando utilizada, aprimora e legitima o processo democrático. O texto elogia as equipes do TSE e das entidades regionais pelo trabalho realizado e espera que continue fortalecendo a inovação tecnológica e a participação cidadã nacional e internacional, por meio da figura da observação eleitoral.


Programação no Brasil

A Transparencia Electoral e a Caoeste iniciaram a missão no dia 29 de setembro, com integrantes da Argentina, dos Estados Unidos, da República Dominicana, do México e do Peru, dirigida por Ann M. Ravel, ex-comissário da Comissão Eleitoral Federal dos Estados Unidos e integrante do Conselho de Especialistas em Transparência Eleitoral. Também fizeram parte da missão Luis Miguel Santibañez, coordenador de País para o México; Marcelo Peregrino, coordenador de País para o Brasil e presidente da Caoeste; Felipe Carvajal, diretor da Escola de Formação Eleitoral e Estado Civil (EFEC) da Junta Central Eleitoral da República Dominicana; e Leandro Querido, diretor executivo da Transparencia; entre outras autoridades eleitorais da Argentina e do México.

O grupo participou de diversas reuniões de trabalho com diferentes áreas e secretarias na sede do TSE, entre elas, as áreas da gestão eleitoral, exame de contas eleitorais e Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), e com a delegação da União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore) para trocar perspectivas acerca do processo eleitoral brasileiro. Também tiveram contato com representantes do Poder Executivo do Distrito Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU).

Antes das eleições, os integrantes da missão foram recebidos por autoridades institucionais e representantes da Câmara Legislativa do Distrito Federal e do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal. No encontro, os observadores esclareceram o papel dos tribunais regionais na administração e controle do processo eleitoral. A missão participou ainda de reuniões com demais delegações de observação eleitoral, a embaixadora da República Dominicana, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o ministro do TSE, Sérgio Banhos.

Combate à desinformação

O relatório lembra que, em março deste ano, foi criada a “Frente Nacional de Combate à Desinformação - Frente”, formada por autoridades, servidores e colaboradores voluntários, com o objetivo de direcionar ações e eventos voltados à defesa e ao fortalecimento da credibilidade das instituições eleitorais perante a sociedade brasileira. Participaram dessa iniciativa os membros da Caoeste: Frederico Rafael Almeida, Elder Maia Goltzman e Volgane Oliveira Carvalho.

A missão parabeniza o TSE pelo Programa Permanente de Combate à Desinformação, um dos vencedores da primeira edição do Global Electoral Justice Network Awards, na categoria Processos Eleitorais em Situações de Emergência. O documento destaca que, de acordo com a organização da premiação, o TSE entendeu os riscos da desinformação eleitoral, inclusive seu impacto na confiança do público nas instituições.

Preparo para as eleições

Em relação ao treinamento dos mesários, os observadores avaliaram que o desempenho da maioria foi muito positivo. Em outros aspectos, como por exemplo, a facilidade de acesso às seções eleitorais, apenas em 11,6% dos casos foi identificada alguma dificuldade. Nesse sentido. foram identificadas longas filas para votação em 58,14% das mesas observadas, situação que foi solucionada no segundo turno. O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, apontou possíveis causas para essas filas durante a coletiva de imprensa do 1º turno.

Contingência

Em duas ocasiões, os observadores testemunharam problemas técnicos com urnas eletrônicas que precisaram ser substituídas e verificação biométrica que atrasaram o processo em alguns locais, eventos que foram prontamente resolvidos, conforme indica o relatório.

O documento considerou pequena a proporção de urnas substituídas, uma vez que a Justiça Eleitoral precisou trocar apenas 3.222 máquinas, que representaram 0,7% das urnas mobilizadas para exercício do voto (472.075). A missão destaca, ainda, que vê o sistema eleitoral brasileiro e as urnas eletrônicas como um exemplo de boas práticas eleitorais, percepção que foi aumentada pelo fato de o TSE conceder aos observadores acesso a informações sobre aspectos importantes do sistema e administração da eleição.

Sobre infrações eleitorais e prisões relacionadas à violação de regulamentos eleitorais perto do horário de término da votação, o documento considera que, em um processo eleitoral com mais de 156 milhões de eleitores, o dia eleitoral foi tranquilo e sem grandes eventualidades.

Resultados das eleições

Segundo o relatório da Transparencia Electoral e Caoeste, a autoridade eleitoral [o TSE] enfrentou com sucesso o desafio técnico de carregar 472.075 mesas de votação em tempo hábil, registrando que às 20h40, 90% da carga já havia sido ultrapassada, oferecendo, assim, um importante nível de segurança aos cidadãos brasileiros.

Missões de Observação Eleitoral

A Missão de Observação Eleitoral Internacional é feita por organizações regionais e internacionais, transnacionais, não governamentais, governos estrangeiros, instituições de ensino estrangeiras, por meio de missão diplomática ou por personalidades de reconhecida experiência e prestígio internacional.

As observações eleitorais são uma prática em todo o mundo. Elas têm como objetivo a transparência do processo eleitoral com a participação de instituições e sociedade civil, tanto para tomar conhecimento como para sugerir melhorias. Isso fortalece a democracia e reforça os direitos humanos nos países que adotam essas missões. Contam com a presença de observadores eleitorais capacitados, como diplomatas, universitários, juristas, entre outros, que acompanham as fases do processo eleitoral com imparcialidade, desde o início, podendo chegar até a diplomação dos eleitos.

JL/CM, DM
TSE

Polícia Civil incinera mais de 400 quilos de cocaína apreendidos no norte de MT

A droga foi apreendida na semana passada, durante fiscalização da PRF na BR-163
A Polícia Civil incinerou nesta quinta-feira (17.11), em Sinop, mais de 400 quilos de cocaína apreendidos na semana passada, pela Polícia Rodoviária Federal, na BR-163, próximo a Colíder. A droga foi encaminhada para a queima após instauração de inquérito pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Sinop.

Os 380 tabletes do entorpecente foram apreendidos no dia 10 de novembro, após a PRF abordar um caminhão munck que transitava pela rodovia federal. O veículo tipo munck era escoltado por batedores que estavam em uma pickup Strada e uma camionete Hillux e trafegavam utilizando comunicação via satélite.

Devido ao local onde o entorpecente estava armazenado, o caminhão foi encaminhado para Sinop e, após a perícia, foi constatado que era cocaína, totalizando 413 quilos da substância.

Barroso diz que ‘perdeu, mané’ foi reação ‘singela’ diante de ‘violências sofridas’

A afirmação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que disse a um manifestante em Nova York “perdeu, mané. Não amola”, viralizou e inspirou dezenas de memes nas redes sociais. O magistrado afirma à coluna que ela foi uma reação à violência que ele e outros quatro magistrados da Corte sofreram na cidade.

Convidados para participar da Lide Brasil Conference, os ministros foram cercados nas ruas por bolsonaristas, que chegavam a urrar na direção deles com xingamentos.

“Depois de três dias cercado e seguido por manifestantes selvagens, que gritavam palavrões, ofensas e ameaças de agressão, que tentaram quebrar os vidros da van em que estávamos e virá-la em plena 5ª Avenida em Nova York, que invadiram o telefone de minha filha com grosserias e ameaças, tive uma singela reação, nem de longe próxima ao nível das violências sofridas. É lamentável que algumas pessoas critiquem apenas a violência daqueles que não gostam, considerando legítima a selvageria de seus adeptos”, disse Barroso em mensagem por WhatsApp.

Os ataques dos bolsonaristas aos ministros mobilizaram a polícia da cidade norte-americana e até mesmo a polícia diplomática dos EUA.

Na segunda-feira (14), primeiro dia do evento —e segundo dos protestos, que começaram no domingo (13)—, o Departamento de Polícia de Nova York (New York Police Department, ou NYPD), alertado pelo consulado-geral do Brasil na cidade, chegou a enviar oito policiais para a porta do Hotel Sofitel, onde os magistrados estavam hospedados.

Com o aumento da agressividade dos manifestantes, o efetivo quase dobrou no dia seguinte, para 15 policiais.

Cerca de metade deles eram do setor de inteligência. Se vestiam à paisana e não eram identificados como agentes pelos bolsonaristas, segundo uma fonte diplomática que participou das negociações com o NYPD.

Outra parte estava uniformizada e fazia o policiamento ostensivo. E um terceiro grupo usava uniformes de tropa de choque. Sete viaturas tiveram que ser deslocadas para o hotel.

Mônica Bergamo/Folhapress

Brasil registra 75 mortes por Covid e mais de 29 mil casos da doença

O Brasil registrou 75 mortes por Covid e 29.102 casos da doença nesta quinta-feira (17). Com isso, o país chega a 688.886 vidas perdidas e 35.009.176 infectados desde o início da pandemia.

A média móvel de mortes é de 32 por dia, com queda de 10% na comparação com o dado de duas semanas atrás. Já a média móvel de casos está em 11.525 por dia, com alta de 211% no mesmo período.

Alagoas, Amapá, Bahia Ceará, Distrito Federal, Maranhão e Roraima não registraram mortes. No Mato Grosso do Sul não houve registro de mortos e de infectados pelo coronavírus em 24 horas.

Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus.

As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

Ao todo, 181.957.534 pessoas receberam pelo menos a primeira dose de uma vacina contra a Covid no Brasil.

Somadas as doses únicas da vacina da Janssen, são 171.897.953 pessoas com as duas doses ou uma dose da vacina da Janssen.

Assim, o país já tem 84,7% da população com a 1ª dose e 80,02% dos brasileiros com as duas doses ou uma dose da vacina da Janssen.

Até o momento, 107.378.197 pessoas já tomaram a terceira dose, e 35.767,431, a quarta.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (PL), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes.

Agência Brasil

Bancada do PP está disposta a atropelar João Leão para readerir ao governo estadual

A bancada do PP na Assembleia Legislativa caminha para voltar aos braços do governo estadual. É o sinal que vários parlamentares do partido emitem desde o encerramento das eleições, em 30 de outubro.

O que não se sabe é se o grupo vai se entregar a custo zero ou cobrará seu preço pela retomada do apoio. O certo é que a maioria acha que chegou a hora de voltar ao leito anterior.

E que não será o presidente estadual João Leão, deputado federal eleito e vice-governador atual do Estado, que ditará o que os deputados farão a partir de agora.

Alegam, por exemplo, que não titubearam em seguir o cacique do PP na Bahia quando ele se desentendeu com os chefes locais do PT e marchou para a campanha de ACM Neto (União Brasil) ao governo.

Aliás, eles lembram que caíram para dentro do projeto a fim de tentar eleger o candidato do União Brasil ao governo com todas as forças.

Agora, dizem, é hora de olhar para eles mesmos, inclusive, porque não houve tempo para que se ligassem a Neto nem fincassem raízes na oposição.

Para grande parte dos deputados, está claro também que foi Leão o grande responsável por terem ficado sem abrigo em decorrência da opção eleitoral que fizeram.

Não foi por falta de aviso, dizem, que o presidente do PP forçou para além do necessário a porta com a ideia de ser candidato a governador, irritando, sobretudo, o senador Jaques Wagner (PT).

Um deputado da legenda lembra que, então, a reputação de Leão já não ia bem junto ao principal líder do PT na Bahia por causa da especulação de que ele tramava um golpe às suas costas com o governador Rui Costa (PT).

Os dois teriam feito um acordo pelo qual Rui renunciaria ao mandato para poder concorrer ao Senado, entregando o governo a Leão, o que exasperava Wagner.

No final, Wagner impôs a candidatura do PT e o resultado todo mundo conhece.

Política Livre

Transição elogia governo Bolsonaro por compartilhar informações

Integrantes do comitê de transição de governo relatam espírito colaborativo da equipe de Jair Bolsonaro (PL) para facilitar a chegada da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apesar da atitude pessoal do presidente.

Márcio Elias Rosa, ex-secretário de Justiça de São Paulo e um dos coordenadores jurídicos da transição, afirma que até o momento não houve nenhuma dificuldade em obter os dados solicitados. “Tem fluído tranquilamente. Não acredito que teremos problemas”, diz.

Colaboradores do grupo técnico de Justiça e Segurança Pública tiveram nesta quinta-feira (17) uma reunião com o atual titular da pasta, Anderson Torres, que fez uma apresentação e se colocou à disposição para colaborar. Foram definidos pontos focais no ministério para encaminhar as necessidades da futura gestão, e dois deles, servidores de carreira, já estavam lá no governo Dilma Rousseff (PT).

Nesta quinta-feira, o coordenador-técnico da transição, Floriano Pesaro, afirmou que o comitê tem 285 pessoas, e que algumas nomeações ainda podem ser feitas. Também coordenador, Aloizio Mercadante reclamou que os recursos são exíguos e que os valores disponíveis não são reajustados desde 2018.

Passadas três semanas desde sua derrota no segundo turno das eleições, Bolsonaro vive uma rotina de reclusão, com agenda oficial enxuta e número reduzido de postagens em suas redes sociais, meios que adotou como principal forma de comunicação ao longo de seu mandato.

No cenário internacional, o presidente ausentou-se da COP27, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que ocorre no Egito até o dia 18 — com participação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro também não foi à reunião da cúpula do G20, na Indonésia.

Interlocutores afirmam que ele pode sequer passar a faixa para o sucessor na cerimônia de posse.

As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo.

Juliana Braga / Folha de São Paulo

‘Não vamos aprovar os quatro anos’, diz Coronel sobre PEC fura-teto de Lula


O senador Angelo Coronel (PSD) defendeu, em entrevista à rádio Salvador FM nesta quinta-feira (17), que o Senado autorize que os efeitos da PEC fura-teto tenham validade apenas para 2023.

Membros do governo de transição de Lula (PT), porém, querem validade de quatro anos, além da retirada dos investimentos do Bolsa Família do teto de gastos. O governo de transição calcula a despesa anual do auxílio em R$ 175 bilhões.

“Sou favorável que retire os programas sociais [do teto], mas pelo ano de 2023, para que o próximo Congresso tenha condições de deliberar. Quando coloca tudo no Congresso atual, você tira as prerrogativas dos futuros congressistas”, disse Coronel.

“Para 2023 é plausível. Agora dentro do exercício do ano que vem…e o modelo que apresentaram da PEC está incluído os quatro anos”, acrescentou.

Coronel afirmou ainda que os membros do Senado “não vão aprovar quatro anos”. “Vamos votar, mas não dá para fazer um pacotão para o governo todo”, sinalizou.

Para ele, o mercado financeiro tem pedido do presidente eleito um “equilíbrio”. “O mercado quer um equilíbrio fiscal. Quando faz projeções e que esses programas podem apresentar desequilíbrio, o mercado reage e é natural nas grandes economias”, contou.

E emendou: “Os programas sociais são importantes, o mercado sabe, mas tem o equilíbrio fiscal”.

Câmara decreta luto oficial de três dias pela morte da ex -Primeira Dama de Ipiaú

A Câmara Municipal de Ipiaú, na pessoa do seu presidente, vereador Robson Moreira, decretou luto oficial de três dias pelo falecimento da ex-primeira-dama Angélia Mendonça Teixeira. 

Ela era esposa do saudoso ex-prefeito Euclides Neto e deixa cinco filhos: Maria Angélia, Patrício, Spartacus, Denise e Marcelo Teixeira, 17 netos e sete(7) bisnetos

Com conhecimento e experiência auxiliou seu marido a fazer a mais celebre gestão da história deste município. Mulher exemplar, amiga, humilde, generosa e admirada por todos, dona Angélia deixará saudades, boas lembranças e um legado de amor, dedicação à família, respeito e solidariedade com o próximo.

Neste momento de imensa tristeza, rogamos a Deus que conforte os corações enlutados dos amigos e familiares.

Braga Netto diz que Bolsonaro se recuperou e ‘logo’ deve voltar a despachar do Planalto

O ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL), Walter Braga Netto, disse nesta quinta-feira (17) que o presidente recuperou da infecção e deve voltar a despachar em breve no Planalto, mas não deu uma data.

Esta foi a primeira vez que Braga Netto falou desde que perdeu a eleição com Bolsonaro, no último dia 30. O chefe do Executivo deixou, rapidamente, apenas duas vezes o Palácio da Alvorada. E, há duas semanas, não sai da sua residência.

“Deve voltar logo, já recuperou da infecção, tá tudo bem”, disse a jornalistas, de seu carro, ao deixar o Alvorada.

Na semana seguinte à eleição, Bolsonaro foi diagnosticado com erisipela, um quadro de infecção bacteriana nas pernas. O Planalto não tem comentado o estado de saúde do mandatário.

Questionado pelos jornalistas se haveria uma data para o retorno do mandatário ao Palácio do Planalto, Braga Neto disse apenas que não.

O general da reserva já fez outras visitas ao mandatário desde o segundo turno das eleições. Nesta, ficou por cerca de uma hora.

Ao deixar o local, saiu do carro e falou com cerca de vinte apoiadores que estavam em frente ao Alvorada. Ao tirar uma foto, um dos integrantes gritou: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

Passadas três semanas desde sua derrota no segundo turno das eleições, o presidente vive uma rotina de reclusão, com agenda oficial enxuta e número reduzido de postagens em suas redes sociais, meios que adotou como principal forma de comunicação ao longo de seu mandato.

Ele passou a delegar para o seu vice-presidente e eleito senador Hamilton Mourão tarefas governamentais. Na quarta-feira (16), ele recebeu cartas credenciais de embaixadores estrangeiros que irão atuar no Brasil.

Bolsonaro foi apenas duas vezes ao Planalto, seu local de trabalho, desde a eleição. A primeira foi no dia seguinte, quando teve encontro com Paulo Guedes (Economia) e outros ministros.

Em 3 de novembro, teve uma passagem relâmpago pelo Planalto: foi cumprimentar o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), que estava no local para a primeira reunião da transição com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Na ocasião, segundo relatos obtidos pela Folha, pediu a Alckmin que ele “livrasse o Brasil do comunismo”.

Também fez apenas dois pronunciamentos depois da vitória de Lula. Ele comentou movimentos antidemocráticos de seus apoiadores em frente a quartéis-generais e repreendeu o bloqueio de rodovias, mas disse que as mobilizações são fruto de “indignação” e “sentimento de injustiça”.

Pouco depois, divulgou um vídeo para pedir que seus apoiadores desbloqueassem vias obstruídas em diversos estados.

Bolsonaro tem sido econômico nas palavras até nas publicações nas redes sociais — campo que chegou a ser dominado por ele e aliados.

O presidente pouco tem publicado no Twitter e no Instagram desde a derrota nas eleições.

No entanto, como mostra o Painel, tem postado diariamente em Telegram e TikTok.

Marianna Holanda / Folha de São Paulo

Decretos de armas serão revogados pelo governo Lula, anuncia equipe de transição


O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), que tem liderado o grupo técnico de segurança na equipe de transição do governo, afirmou que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva vai revogar atos do presidente Jair Bolsonaro, que culminaram no aumento de acesso a armas pela população. O plano da gestão petista é que as medidas a serem adotadas pelo futuro governo afetem até mesmo quem já comprou armas na gestão Bolsonaro. O alvo principal são as armas de grosso calibre que teriam sido adquiridos a partir da liberação prevista em decretos editados pelo atual presidente.

Questionado sobre o assunto ao chegar no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde o governo de transição tem se concentrado em Brasília, Dino disse que o objetivo é fazer valer o que já estava previsto no estatuto do desarmamento de 2003.

"Eu estou falando como senador eleito. Aí sim, (deve-se revogar decretos que liberam armas). Não há dúvida que há um escopo principal do grupo, porque é um compromisso do presidente Lula e nós temos que ter um duplo olhar. O primeiro olhar: olhar daqui para frente. Nós temos uma lei vigente, o estatuto do desarmamento, que foi objeto de um desmonte por atos infralegais, abaixo da lei. Isso sem dúvidas é um tema fundamental do grupo de trabalho. É um tema que o presidente Lula escolheu e foi aprovado pela sociedade brasileira", comentou Dino.

Segundo o senador, que é cotado para assumir o Ministério da Justiça, o grupo técnico ainda está avaliando o assunto em detalhes, para verificar cada ação que será tomada. "O tema daqui para trás é um tema que exige algumas reflexões. A primeira: existe direito adquirido a faroeste? Não. Existe direito adquirido a andar com fuzil, metralhadora? Não. Imaginemos a questão de um medicamento que hoje é permitido e amanhã passa a ser proibido. Alguém terá direito adquirido a continuar a tomar o medicamento? Não. É possível que haja um efeito imediato, inclusive no que se refere aos arsenais já existentes? Sim, é possível", disse.

O senador afirmou ainda que deverá haver medidas para que ocorra a devolução de armamento pesado que já foi adquirido pela população. "E o que já está em circulação? Provavelmente vai haver uma modulação. Aquilo que for de grosso calibre, por exemplo, deve ser devolvido. Algum tipo de recadastramento no que se refere aos clubes de tiro. Vai haver fechamento generalizado de clubes de tiro? Seguramente não. Mas não pode ser algo descontrolado, não pode ser liberou geral. Todos os dias vocês noticiam tiros em lares, em vizinhança, bares, restaurantes, de pessoas que possuíam registro de CAC (registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador). Mostra que esse conceito fracassou. E, se fracassou, deve ser revisto.

Fim de sigilos de 100 anos de Bolsonaro

Flavio Dino confirmou a intenção do governo de também revogar os atos de Bolsonaro que impuseram sigilo de 100 anos a informações. "Não é propriamente tema do nosso grupo, porque não tem propriamente impacto na segurança pública. Mas, sem dúvida, que é plenamente possível (revogar), porque há um conceito jurídico fundamental que está contido na súmula 473 do Supremo, que quando há razões de conveniência e oportunidade, a mesma autoridade que decreta pode revogar", disse.

Ao comentar sobre os atos antidemocráticos que ainda ocorrem em frente a quartéis do Exército e algumas cidades, Dino disse que, até o dia 31 de dezembro, esse é um tema que pertence ao atual governo. "A partir de 1 de janeiro esse tema pertencerá ao novo governo e ao novo Congresso. Evidentemente é preciso cumprir a lei. De um modo geral qual é o parâmetro de resposta ao extremismo? É a legalidade. Quanto mais a lei for cumprida menor o extremismo. É possível a perpetração de crimes em flagrante a luz do dia e ninguém fazer nada? Claro que isso é ilegal. A orientação, seguramente, é no sentido que o código penal tem que ser cumprido. É importante lembrar que segundo a constituição, os crimes políticos são crimes federais. Artigo 109 da constituição federal."

Lula larga na contramão do que levou ao sucesso de seus dois governos

Ao defender furar o teto de gastos como “responsabilidade social” e tentar manter fora da atual âncora fiscal despesas do Bolsa Família ressuscitado, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca na contramão do caminho que levou ao sucesso de seus dois governos, entre 2003 e 2010.

Estimativas apontam um valor de R$ 175 bilhões ao ano, equivalente a cerca de 2% do PIB, o que o novo governo quer manter fora do teto ao longo de seu mandato.

O valor pressionará o aumento da dívida pública e tornará muito difícil a Lula conseguir terminar seu governo (com esse montante de despesas adicionais) realizando um superávit primário de 2% do PIB, considerado necessário para estabilizar a dívida pública em relação ao PIB.

O superávit primário é a economia que o governo deveria fazer, entre arrecadação e despesas, para pagar juros da dívida pública. Se não o faz, a dívida aumenta, e o mercado exigirá juros cada vez mais altos do governo para financiá-lo.

Isso compromete investimentos produtivos e encarece empréstimos a consumidores, derrubando a economia. Também acaba levando a mais inflação, à medida que o governo terá de emitir dinheiro para financiar gastos e o pagamento de juros, desembocando em um cenário de estagflação (recessão com inflação).

Dados dos últimos 20 anos deixam claro que a responsabilidade fiscal e os superávits primários foram fundamentais para que Lula fizesse mais pelo social –como diz ser sua prioridade agora.

Ao realizar superávits todos os anos, entre 2003 e 2010, para reduzir a dívida pública, Lula obteve taxa média anual de crescimento do PIB de 4% (quase o dobro da era FHC), baixou o desemprego, a miséria, a inflação, o dólar e aumentou os investimentos no país.

Isso ocorreu pelo fato de os agentes econômicos (empresas, mercado financeiro, empreendedores) confiarem na solvência do país com a diminuição da dívida pública proporcionada pelos superávits.

Com isso, o governo conseguiu pagar juros mais baixos para se financiar, afastando a necessidade de um eventual aumento da carga tributária para pagar a dívida. Deu-se, então, um ciclo virtuoso de crescimento sustentável.

Ponto que Lula mais enfatiza em seus discursos, o período de superávits contribuiu para que seu governo cortasse à metade o total de miseráveis no Brasil, de 29% em 2003, para 14% em 2010.

A taxa de pobreza extrema inclusive continuou caindo quando ele deixou a Presidência. Mas só até quando sua sucessora, Dilma Rousseff, interrompeu o controle de gastos e deixou de fazer superávits, a partir de 2014. A partir dali, todos os indicadores pioraram, e o Brasil viveu a estagflação ao final do governo Dilma.

Os gráficos abaixo mostram detalhes dessa trajetória.

O longo período de baixo crescimento que se seguiu ao fim dos superávits em 2014 afetou diretamente os mais pobres e os trabalhadores informais, agora alvos de programas sociais como o Auxílio Brasil e da polêmica em torno da responsabilidade fiscal versus social.

É bastante provável que, se o Brasil tivesse mantido as contas em ordem, a queda da renda e o aumento da informalidade não teriam sequer existido nos últimos anos. Pois foi quando empresários e o mercado passaram a apostar, a partir de 2014, que haveria um estouro na dívida pública que eles reduziram drasticamente investimentos no Brasil.

O resultado dessa retração diante do descontrole fiscal acabou afetando sobretudo aqueles que Lula agora diz querer ajudar. Quanto mais pobre, maior é hoje o grau de informalidade no trabalho –e maior a queda de renda na última década.

O período de desarranjo das contas públicas e de baixo crescimento foi tão agudo que até mesmo o aumento da escolaridade dos mais pobres foi insuficiente para que conseguissem aumentar sua renda.

Na metade mais pobre do país, enquanto os anos de estudo aumentaram 27% entre 2012 e 2021, a renda caiu 26,2%. É como se todo o esforço educacional deles não tivesse surtido efeito algum –ao menos em termos de renda– por conta do baixo crescimento engendrado pelo fim da responsabilidade fiscal.

A grande questão agora é como retomar a responsabilidade fiscal (e os superávits primários) em um cenário de Orçamento apertado e com imensas demandas sociais.

Persio Arida, da equipe de transição de Lula, defendeu nesta semana a necessidade de “revisar os gastos” do governo. “Vemos camadas e camadas de gastos que perderam o sentido”, disse.

Sobre esse ponto, o Brasil deixa de arrecadar mais de R$ 300 bilhões todos os anos com benefícios tributários concedidos a empresas e setores –quase o dobro do que a chamada PEC da Transição poderá custar para adequar o Orçamento de 2023 e atender as promessas de campanha de Lula.

Os chamados benefícios tributários, financeiros e creditícios a setores e empresas dobraram nos governos Lula e Dilma e hoje equivalem a quase 4,5% do PIB. Grande parte deles refere-se ao Simples, que tem levado muitos empresários individuais a pagarem, proporcionalmente, menos impostos.

Mas, mesmo que se mantenha o Simples, especialistas veem muito espaço para cortes nesses benefícios. E análise do Banco Mundial sobre políticas de incentivos em Brasil, Austrália, Canadá, Coreia do Sul e México concluiu que só o caso brasileiro resultou na combinação de aumento dos gastos tributários e queda na arrecadação –sugerindo que eles não aceleraram o crescimento.

O Brasil também gasta cerca de 25% do PIB (R$ 2,2 trilhões) na área social, incluindo saúde, educação e Previdência. Enquanto vigorou, o Bolsa Família consumia pouco mais de 0,5% do PIB (cerca de 43,5 bilhões a preços de 2021), sendo bem-sucedido por conta da focalização.

Especialistas defendem, por exemplo, um programa que chegasse a 1% do PIB (quase R$ 90 bilhões), mas muito bem focalizado e que leve em conta as vulnerabilidades de cada família e número de filhos, entre outros fatores.

A proposta de Lula prevê, ao contrário, um valor linear de R$ 600 a todos os atendidos, independentemente do tamanho da família e de suas necessidades. Isso só torna o programa mais caro e sem foco naqueles realmente na pobreza extrema –aproximadamente 14% dos brasileiros.

Diante da precariedade das contas públicas e da experiência pregressa, Lula e equipe poderiam se debruçar sobre o que deu certo, e onde é possível economizar e melhorar a eficiência da despesa pública.

Como a trajetória de Lula e Dilma na Presidência demonstrou, há dois caminhos a seguir. Lula parece estar pegando a via errada.

Fernando Canzian/Folhapress

Rui nega possibilidade de disputar Prefeitura de Salvador: ‘O meu nome não é opção’

O governador Rui Costa (PT) negou, indagado por este Política Livre na manhã desta quinta-feira (17), qualquer chance de disputar a Prefeitura de Salvador em 2024. “O meu nome não é opção para a Prefeitura de Salvador”, cravou.

“Entendo que temos nomes que saíram bem da eleição. Temos que pensar nomes novos. Tenho aqui ao meu lado a Olívia Santana, que foi muito bem votada em Salvador. Outros deputados foram muito bem votados”, disse Rui.

O atual chefe do Executivo baiano exaltou a possibilidade de trazer “lideranças novas” ao pleito municipal. “Eu acho que tem que se pensar em renovação. Então o meu nome não estará colocado e eu estou dizendo isso ainda em 2022”, acrescentou.

“Eu acho que quem pensa e trabalha com grupo não pode deixar o grupo na mão na última hora. Então não vou deixar o grupo esperando e não planejar nomes para a Prefeitura”.

“Então é preciso que desde já, uma vez com Jerônimo e Lula assumindo, a partir de 2023 os partidos e o grupo se organizam para disputar as eleições municipais, incluindo a eleição de Salvador”, continuou Rui.


Mateus Soares e Flávio Sande

19° BPM apreende três submetralhadoras em 15 dias

Em um intervalo de 15 dias, o 19° Batalhão da Polícia Militar (BPM) apreendeu três submetralhadoras calibre 9mm (uso restrito). O último flagrante aconteceu, na terça-feira (15), no bairro da Bela Vista, em Jequié.

As equipes patrulhavam na localidade quando foram surpreendidas por homens armados. Houve confronto e um dos criminosos acabou atingido. Ele foi socorrido, mas não resistiu. Além da arma, com o traficante foram apreendidos 45 pinos de cocaína, 27 pedras de crack e uma balança.

As outras duas submetralhadoras foram encontradas na última sexta-feira (4). “Continuaremos atuando com força máxima contra o crime organizado. Parabenizo todas as equipes pelo empenho incansável”, declarou o comandante do 19° BPM, tenente-coronel Reinaldo Souza.
Fonte: Ascom: Jeferson Silva

Homem que mantinha esposa em cárcere privado é preso

Após denúncia de que uma mulher estaria vivendo em cárcere privado pelo seu companheiro no bairro de Alto de Coutos, em Salvador, policiais da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Periperi prenderam em flagrante, na tarde desta quarta-feira (16), o investigado.

Ao chegar ao local, os policiais encontraram a mulher em situação de cárcere. Além de prendê-la em casa, ele também agredia fisicamente, abusava sexualmente e praticava violência patrimonial. Segundo as investigações, ele a obrigou a fazer um empréstimo no valor de R$ 15 mil e ainda ficava com o dinheiro do Auxílio Brasil.

“Ele já foi preso anteriormente, praticando o mesmo crime contra outra mulher. Demos o flagrante e ele se encontra em nossa unidade, à disposição do Poder Judiciário”, explicou a titular da Deam Periperi, delegada Iola Nolasco. A mulher foi ouvida na unidade policial, que acionou órgãos sociais para o acolhimento da vítima.
Fonte: Ascom / PC

Ibovespa fecha em queda à espera da PEC da Transição

O Ibovespa, índice da B3, fechou hoje (16) com queda de 2,58%, a 110.243,33 pontos, pressionado pelos rumores sobre o conteúdo da PEC da Transição. O mercado também aguarda o anúncio da equipe econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. O giro financeiro da bolsa de valores bateu R$ 51 bilhões.

O dólar fechou em alta de 1,5%, a R$ 5,38, depois de ter saltado a R$ 5,39 durante o dia de negociações no mercado.

No cenário internacional, o índice S&P 500 caiu após o setor varejista alimentar novas preocupações com as vendas da temporada de fim de ano.

De acordo com analistas ouvidos pela Reuters, o viés negativo internacional prevaleceu no pregão, mas o cenário interno também foi levado em conta com as repercussões negativas sobre o cumprimento do teto de gastos pelo governo eleito para o próximo ano.

Agência Brasil

Promessa de Lula, benefício extra para crianças do Bolsa Família deve atrasar

A fatura com o programa Bolsa Família em 2023 pode ficar abaixo de R$ 175 bilhões projetados pela equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diante de uma já esperada demora na implementação do benefício extra de R$ 150 por criança de até seis anos.

Apesar dos esforços em tirar a proposta do papel o quanto antes, aliados do petista admitem que o valor só começará a ser pago meses após Lula assumir o Palácio do Planalto.

Alguns integrantes da equipe de transição acreditam que isso não deve ocorrer no primeiro semestre. Nesse cenário, nem todo o valor de R$ 18 bilhões previsto para essa parte do Bolsa Família seria usado no próximo ano.

O gasto efetivo com o Bolsa Família é um ponto sensível, uma vez que o programa ficará fora do teto de gastos, caso a equipe de Lula seja bem-sucedida na aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição.

A proposta pretende liberar espaço no Orçamento para o presidente eleito cumprir promessas de campanha, entre elas a manutenção do valor mínimo de R$ 600 para as famílias contempladas pelo programa social e a implementação do benefício extra de R$ 150.

A estimativa de R$ 18 bilhões para bancar a parcela adicional às crianças foi feita por integrantes da transição considerando uma expectativa de pagamentos durante o ano todo a cerca de 9 milhões de crianças entre zero e seis anos alcançadas pelo programa –e que seriam o público-alvo da nova parcela prometida por Lula.

Segundo pessoas que trabalham na área social da transição, no entanto, a proposta para criar esse benefício extra ainda precisa ser desenhada e, depois, validada pelo novo governo e encaminhada ao Congresso.

Mesmo que Lula opte por uma medida provisória (que teria efeito imediato), aliados do petista dizem que ainda seria preciso regulamentar o pagamento —o que normalmente é feito após a aprovação do texto final pelo Congresso, para ter mais segurança sobre o desenho do programa.

Por isso, a expectativa é que o benefício extra de R$ 150 por criança de até seis anos não seja implementado logo no início do mandato de Lula.

Ainda que o gradualismo na implementação do benefício extra às crianças tenha um efeito mais concentrado nas despesas previstas para 2023, o gasto com o Bolsa Família nos anos seguintes deve ser impactado por outros fatores.

Integrantes do grupo de transição veem a necessidade de aprimorar o Cadastro Único, que centraliza as informações das famílias beneficiárias de programas sociais.

Durante o governo Jair Bolsonaro (PL), houve no CadÚnico uma multiplicação de famílias de uma pessoa só, embora não tenha havido mudanças demográficas significativas em um espaço tão curto de tempo.

Em novembro, quando foi implementado o Auxílio Brasil, havia 2,2 milhões de famílias com um único integrante. Em menos de um ano, esse número saltou a 5,3 milhões, segundo dados do Ministério da Cidadania.

Especialistas de fora do governo atribuem o problema às regras atuais do Auxílio Brasil, que fixa um valor mínimo por família independentemente do número de integrantes ou do grau de pobreza. Dessa forma, uma mãe com três filhos menores acaba recebendo o mesmo valor que um homem solteiro, por exemplo.

Em outubro, a socióloga Leticia Bartholo, ex-secretária nacional adjunta de Renda de Cidadania, publicou nas redes sociais uma estimativa de que os “erros grosseiros de inclusão” no programa devido à divisão artificial das famílias gera um gasto indevido de ao menos R$ 16 bilhões ao ano.

A equipe do petista avalia que será necessário mexer no desenho do programa para consertar esse tipo de problema. Uma análise criteriosa da situação do cadastro também é considerada essencial para equacionar novamente a política.

O objetivo é que famílias com maior número de crianças possam receber mais dinheiro do que famílias sem filhos.

Apesar da possibilidade de um gasto final menor com o Bolsa Família, petistas e articuladores da PEC seguem trabalhando com a estimativa de R$ 175 bilhões —embora o valor não esteja fixado na proposta apresentada ao Congresso.

A ideia foi resolver logo a questão orçamentária e deixar os técnicos da área social do novo governo com caminho aberto para implementar a nova parcela do programa.

Uma ala da equipe de transição chegou a questionar o valor estimado a ser liberado com a PEC da Transição, buscando uma saída mais conservadora –com uma licença para gastar menor do que defendem aliados políticos de Lula.

No entanto, o que prevaleceu foi a proposta que tira o Bolsa Família do teto de gastos, sem fixar um valor. A medida vai liberar um espaço de R$ 105 bilhões atualmente reservado para o programa social na proposta orçamentária de 2023.

Thiago Resende e Idiana Tomazelli/Folhapress

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