Governadora do DF critica proposta do governo Lula para criação de guarda nacional

Ministério da Justiça apresentou a Lula pacote de medidas para responder aos ataques de 8 de janeiro
A governadora interina do Distrito Federal, Celina Leão (PP), criticou nesta sexta-feira (27) a proposta de criação de uma Guarda Nacional, um dos principais itens do pacote de ações jurídicas apresentadas pelo ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), como resposta aos atos golpistas de 8 de janeiro.

Celina voltou a falar que as forças de segurança do DF sofreram um “apagão”, mas mesmo assim defendeu que a Polícia Militar “dá conta” de lidar com manifestações de grande porte e violentas.

Nesta quinta-feira (26), Flávio Dino apresentou a Lula um pacote de medidas jurídicas com o objetivo de oferecer uma resposta aos atos do dia 8 de janeiro, quando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) avançaram sobre as forças de segurança e invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.

O pacote de medidas prevê dois projetos de lei, uma medida provisória e uma PEC (proposta de emenda à Constituição). São eles: criação de uma guarda nacional responsável pela proteção da Esplanada e da praça dos Três Poderes; regulamentação das redes sociais, sob o argumento de que é preciso evitar que a internet seja usada para disseminar conteúdos de teor antidemocrático; endurecimento de punições para quem atenta contra o Estado democrático de Direito; e agilizar processo de perda de bens após decisões judiciais.

Ao chegar para a reunião dos governadores com Lula, a governadora do DF afirmou não ter “interferência” na proposta de criação da guarda nacional, mas afirmou que a Polícia Militar é capaz de lidar com manifestações violentas. Disse que a criação de um novo batalhão de polícia deve resolver eventuais falhas na estrutura

“Não concordamos com essa criação da guarda. É mais uma força de segurança para ser administrada pelo governo do Distrito Federal, mesmo que seja em parceria com o governo federal. A nossa Polícia Militar dá conta sim. O que faltou no dia 8 foi um comando. A Polícia Militar nunca faltou em todas as manifestações que tiveram aqui. Então não concordamos com a criação dessa Guarda. Então acho que um reforço do batalhão que já providenciamos e a construção de um novo batalhão vão resolver definitivamente esse problema”, afirmou.

A criação da guarda é defendida pela equipe de Dino para se contrapor a eventuais situações extremas, em que o governo do Distrito Federal seja desafeto do governo federal e por isso decida não atuar na defesa das instituições federais.

Celina, no entanto, criticou a medida e defendeu que ela seja discutida prioritariamente pela classe política do próprio Distrito Federal.

“Não acredito que seja uma interferência, mas sim mais um comando, porque no momento principal, problema que nós tivemos, a Polícia Militar vai ter que ser acionada. Estamos falando de 15 mil homens e são esses homens que no momento necessário, são homens treinados, temos polícias especializadas. Então, assim, a criação da Guarda Nacional precisa ser discutida com os políticos, os parlamentares, os senadores aqui do Distrito Federal”, completou.

As medidas do pacote devem ser apresentadas por Lula ao Congresso Nacional.

O Ministério da Justiça estuda, por exemplo, punições como a perda de cargo público e impossibilidade de fazer concurso, além da criação de novos tipos penais para quem atentar contra a vida dos chefes dos três Poderes.

Em outra frente, o governo do petista quer impor obrigações para big techs reduzirem conteúdo golpista.

Como a Folha mostrou, segundo o texto da proposta de lei, as plataformas terão o “dever de cuidado” de impedir que se dissemine conteúdo que peça a abolição do Estado democrático de Direito, encoraje a violência para deposição do governo e incite, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas e os Poderes.

Em resumo, as propostas apresentadas a Lula tratam dos seguintes temas:

– PEC para criação da guarda nacional na segurança do Distrito Federal;

– Medida provisória para criar regras e estipular multas contra redes sociais que não adotarem medidas para evitar a prática de crimes;

– Projeto de lei para aumento de penas contra quem pratica crimes contra o Estado democrático de Direito e terrorismo;

– Projeto de lei para dar agilidade à perda de bens contra quem pratica crimes contra o Estado democrático de Direito, com foco nos financiadores de atentados.

Victoria Azevedo e Renato Machado / Folha de São Paulo

Criança é encontrada seminua em sofá de casa após ser estuprada por dois em Campo Grande

(Henrique Arakaki, Midiamx)
Uma criança de 11 anos foi encontrada seminua em uma casa, em Campo Grande, nessa quinta-feira (26), após ser estuprada por dois homens. A menina foi socorrida e encaminhada para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Os policiais estavam fazendo patrulhamento na região quando visualizaram três homens em frente a casa, sendo que um deles ao ver a viatura fugiu. Foi verificado que um deles estava foragido. Quando os militares estavam em frente a residência perceberam que havia uma criança seminua deitada no sofá.

A menina havia consumido entorpecentes oferecidos por dois homens que a estupraram. A criança estava com falas desconexas e incoerentes. A criança disse que o dono da casa sabia que ela estava no local.

Na residência foram encontrados plásticos usados para embalar drogas, cachimbos usados para droga. Com isso, o Conselho Tutelar foi acionado. Dois homens foram levados para a delegacia

Criança de dois anos com sinais de estupro morre na UPA Coronel Antonino

Conselho Tutelar foi acionado (Midiamax)
Uma 
 de dois anos com sinais de abuso sexual, morreu após dar entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino em Campo Grande, nesta quarta-feira (26). A mãe foi quem deu entrada com a menina que vomitava desde o período matutino.

A avó da criança disse à reportagem que conversou com a filha, mãe da menina, por volta das 14 horas. De acordo com a avó, neste horário, a menina apresentou uma melhora, porém, logo depois começou a passar mal novamente e foi levada à unidade de .

Após dar entrada na unidade de saúde, a criança faleceu. “Cheguei aqui ela já estava morta. A enfermeira me chamou e me mostrou”, disse a avó sobre a neta que apresentava sinais de ter sido abusada. De acordo com a família, a menina que faleceu de hemorragia interna, também tinha marcas roxas nas costas além de inchaço na região do abdômen.

Ainda segundo a família, o suspeito identificado, já foi detido e levado à delegacia. O corpo da criança será levado ao Imol (Instituto Médico Odontológico Legal) onde passará por exames necroscópicos. O Conselho Tutelar também foi acionado.

Por: Midiamax

INSS regulamenta procedimentos que servirão como prova de vida

A partir deste ano, caberá ao órgão comprovar situação do beneficiário
Anunciado há dois dias pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, o novo sistema de prova de vida de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passa a valer a partir de hoje (26), com a regulamentação da medida. Entre os procedimentos que podem ser usados para comprovar a situação do beneficiário, estão vacinação, emissão de passaporte e renovação de carteira de motorista.

Esses e outros documentos constam em portaria publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União. A partir deste ano, a prova de vida deixará de ser responsabilidade do beneficiário, sendo obtida por meio de cruzamento de bases de dados do governo e dos bancos.

A portaria estabelece uma escala de pontuação a cada procedimento de coleta de dados, conforme a integridade da informação. Os dados serão armazenados por tempo indeterminado e formarão um banco de pontuação.

Como anunciado pelo ministro Carlos Lupi, a partir do mês de aniversário do beneficiário, o INSS terá dez meses para comprovar que o titular está vivo, por meio do cruzamento de dados. Se o governo não obtiver informações suficientes, o segurado receberá uma notificação – pela rede bancária, pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135 – para fazer a prova de vida.
Bloqueio

A partir de então, o beneficiário terá mais 60 dias para comprovar que está vivo. Se, após esse prazo, o segurado não atingir a pontuação mínima, o INSS enviará um servidor ao local onde a pessoa mora. Para evitar transtornos, o aposentado ou pensionista deve manter o endereço atualizado no aplicativo Meu INSS.

Se o empregado do INSS não encontrar a pessoa no endereço que consta na base de dados, o benefício será bloqueado por 30 dias. Nesse período, o segurado ainda pode comprovar a vida fazendo biometria em um caixa eletrônico ou indo a uma agência bancária ou a uma unidade do INSS.

Após os 30 dias, se não houver manifestação por parte do segurado, o benefício será suspenso. Depois de mais seis meses, a aposentadoria ou pensão será definitivamente cancelada.

Neste ano, o INSS terá de comprovar que cerca de 17 milhões de beneficiários continuam vivos. No entanto, se o segurado quiser comprovar que está vivo pode ir a qualquer agência bancária ou usar o aplicativo Meu INSS nos dez meses posteriores ao aniversário. A diferença é que a ação do beneficiário passará a ser voluntária, não mais obrigatória.
Confira a relação dos procedimentos que servirão de prova de vida para o INSS:

• Acesso ao aplicativo Meu INSS com login selo ouro (que tem biometria reconhecida) ou outros aplicativos e sistemas dos órgãos e entidades públicas que tenham certificação e controle de acesso, no Brasil ou no exterior;
• Contratação de empréstimo consignado, feito por reconhecimento biométrico;
• Atendimento presencial nas agências do INSS ou por reconhecimento biométrico nas entidades ou instituições parceiras;
• Realização de perícia médica, por telemedicina ou presencial; e Atendimento no sistema público de saúde ou na rede conveniada;
• Vacinação;
• Cadastro ou recadastramento nos órgãos de trânsito ou segurança pública;
• Atualizações no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (Cadúnico), somente quando for efetuada pelo responsável pelo grupo;
• Votação nas eleições;
• Emissão ou renovação de passaporte;
• Emissão ou renovação de carteira de motorista;
• Emissão ou renovação de carteira de trabalho;
• Emissão ou renovação de carteira de Identidade;
• Alistamento militar;
• Emissão de outros documentos oficiais que necessitem da presença física do usuário ou reconhecimento biométrico;
• Recebimento do pagamento de benefício com reconhecimento biométrico;
• Envio da declaração de Imposto de Renda, como titular ou dependente.

Edição: Aline Leal
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Garimpo impede pesca, e yanomamis recebem latas de sardinha jogadas de avião

Avião da Força Aérea Brasileira lança carregamento de comida na Terra Indigena Yanomami, em Roraima
Sem peixes para pescar, em razão da contaminação agressiva de rios por garimpeiros de ouro, famílias yanomamis estão recebendo doações de latas de sardinha como alternativa ao alimento tradicional.

As latas de sardinha –presentes em pequenos fardos de comida que incluem pacotes de arroz, de farinha e de sal– são despejadas pelo ar, sem pouso da aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) na curta pista do PEF (Pelotão Especial de Fronteira) Surucucu, do Exército.

Na tarde desta quinta-feira (26), a reportagem embarcou no cargueiro KC-390 da FAB e acompanhou o socorro emergencial aos indígenas da terra yanomami, vítimas de uma crise sanitária e de saúde pública que resultou na explosão dos casos de desnutrição grave, de doenças oportunistas da forme como diarreia e pneumonia e de malária.

O governo Jair Bolsonaro (PL) viu a crise escalar e atingir o ápice em 2022, o ano em que mais de 20 mil invasores intensificaram o garimpo ilegal e consolidaram o avanço dos pontos de exploração rumo a áreas de aldeias antes distantes dos garimpeiros, com a conivência do governo.

Também no ano passado houve uma crise no fornecimento de medicamentos básicos aos indígenas, como vermífugos para as crianças, com suspeita de fraude e corrupção no contrato assinado pela gestão Bolsonaro.

O governo Jair Bolsonaro (PL) viu a crise escalar e atingir o ápice em 2022, o ano em que mais de 20 mil invasores intensificaram o garimpo ilegal e consolidaram o avanço dos pontos de exploração rumo a áreas de aldeias antes distantes dos garimpeiros, com a conivência do governo.

Também no ano passado houve uma crise no fornecimento de medicamentos básicos aos indígenas, como vermífugos para as crianças, com suspeita de fraude e corrupção no contrato assinado pela gestão Bolsonaro.

Desde segunda-feira (23), o KC-390 da FAB faz sobrevoos na região de Surucucu, uma das mais afetadas na crise, com explosão de casos de desnutrição e malária, e arremessa pelo ar cargas com alimentos destinadas aos yanomamis.

A carga cai na pista de pouso do PEF com paraquedas, num processo que é automatizado do início ao fim. Os alimentos são acondicionados em tambores e em grandes blocos, para então serem arremessados por uma abertura traseira do KC-390.

A Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) coordena a distribuição dos fardos de alimentos às aldeias. Nesta quinta, foram arremessadas oito toneladas de alimentos, num total de 320 cestas básicas.

A aeronave decola da Base Aérea de Boa Vista e leva 40 minutos para chegar à altura da pista de pouso do PEF Surucucu, numa velocidade que oscila de 350 a 700 km/h.

Trinta minutos após a decolagem, é possível ver pela janela do cargueiro um rio serpentear a vegetação amazônica com uma água barrenta, produto da exploração de garimpos de ouro.

Também é possível visualizar pela janela, no mesmo trecho, uma pista de pouso clandestina usada por garimpeiros. Como essa, há dezenas de outras na terra yanomami.

A transformação do rio em uma massa viscosa e barrenta impede qualquer atividade de pesca.

Profissionais de saúde acostumados a atender yanomamis severamente desnutridos dizem que esses indígenas perderam o peixe em suas dietas, assim como a farinha, a mandioca e outros alimentos nutritivos, como a batata.

Aldeias inteiras são cooptadas pelo garimpo, e plantações desaparecem nessas comunidades. Falta ainda água potável.

Os fardos com alimentos arremessados pela FAB incluem latas de “sardinha ao próprio suco com óleo comestível”.

O procurador da República Alisson Marugal, que atua em inquéritos relacionados à desassistência aos yanomamis, afirma que em 2020 houve “um primeiro aviso”, um primeiro sinal, sobre a falta de sensibilidade do Ministério da Saúde no governo Bolsonaro em relação à desnutrição dos indígenas.

A alimentação fornecida aos indígenas nos postos de saúde foi interrompida, “de maneira incompreensível”, segundo o representante do MPF (Ministério Público Federal) em Roraima.

“Isso fez com que muitos indígenas deixassem de procurar o posto de saúde ou desistissem do tratamento”, diz.

O MPF recomendou que a Sesai (Secretaria de Saúde Indígena), vinculada ao ministério, retomasse o fornecimento de alimentos, principalmente para crianças e idosos desnutridos. A Sesai argumentou não ser responsável por segurança alimentar, e a Procuradoria ingressou com ação na Justiça para garantir o fornecimento desses alimentos. Houve decisão favorável.

“Faltaram compreensão e sensibilidade com os yanomamis”, afirma o procurador.

Naquele momento, o garimpo já avançava na terra indígena, sem oposição de Bolsonaro e de seu entorno. Apenas operações esporádicas de órgãos como PF (Polícia Federal) e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) foram realizadas para destruição de maquinário.

Em 2022, a crise sanitária e de saúde escalou, e profissionais de saúde que se depararam com casos de desnutrição grave notaram uma ausência de alimentos tradicionais na dieta dos yanomamis, como o peixe.

Com a declaração de emergência, e a necessidade de ação emergencial para estancar a fome, latas de sardinha foram distribuídas por ar às comunidades mais afetadas pela crise em curso.

Vinicius Sassine/Folhapress

Comando do Minha Casa, Minha Vida gera queda de braço no MDB

Imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida
Alas do MDB disputam o comando da secretaria de habitação do Ministério das Cidades, responsável pelo Minha Casa, Minha Vida —uma das principais apostas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar do embate, integrantes da pasta e da Casa Civil dizem que está mantido o plano de lançar a nova versão do programa social por volta do dia 15 de fevereiro.

As reuniões sobre o novo modelo do programa estão sendo realizadas por outros membros do Ministério das Cidades enquanto o secretário da área não é oficializado.

Hailton Madureira de Almeida, servidor de carreira do Tesouro Nacional e que teve cargo no governo de Jair Bolsonaro (PL), chegou a ser nomeado nos últimos dias para a secretaria de habitação da pasta, mas a Casa Civil voltou atrás e suspendeu os efeitos da medida.

A situação criou uma incógnita em torno do assunto. O ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), tem dito a interlocutores não abrir mão da escolha pelo engenheiro.

Almeida entrou no Tesouro Nacional em 2003 e ficou no órgão quase ininterruptamente até o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), tendo alcançado o cargo de subsecretário.

Em junho de 2016, Almeida foi para o Ministério do Planejamento, na época ocupado por Dyogo Oliveira, que sucedeu Romero Jucá no comando da pasta durante o governo de Michel Temer (MDB). Em 2022, ele foi nomeado secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia na gestão de Adolfo Sachsida durante o governo Bolsonaro.

A Casa Civil afirma que houve um erro operacional. Hailton foi nomeado no Ministério do Desenvolvimento Regional, que não existe mais, antes de ser cedido pelo seu órgão de origem, o Tesouro.

Sem a cessão, a nomeação não vale e, com o fim do MDR, a nomeação para a Secretaria de Habitação se tornou sem efeito. Agora, Almeida aguarda a cessão para poder assumir o posto.

Mas a confusão sobre a nomeação de Almeida foi suficiente para a bancada voltar à carga para emplacar no cargo o ex-ministro Maurício Quintella Lessa, que tem perfil político. A articulação é atribuída ao líder na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), próximo do senador Renan Calheiros (AL).

Lessa foi ministro pelo antigo PR (atual PL) e, em 2016, abriu mão da liderança do partido na Câmara para articular e votar a favor do impeachment de Dilma.

Ele saiu do PL em 2021, quando Bolsonaro entrou no partido. Lessa trabalhou como secretário de Infraestrutura do ex-governador de Alagoas Renan Filho (MDB), que foi eleito senador e, no início deste ano, foi nomeado ministro dos Transportes de Lula.

Procurado, Lessa disse não haver clareza ainda sobre situação no ministério. Ele tem uma série de reuniões em Brasília nesta semana.

Integrantes do Ministério das Cidades dizem que a bancada do MDB terá direito a escolher os secretários de saneamento e de habitação. Por isso, a pasta insiste que Almeida voltará para o cargo após a correção da falha na nomeação dele.

A indicação de Jader Filho para o ministério já havia sido motivo de disputa interna no MDB. Parte trabalhava pela indicação de José Priante (PA), mas o governador Helder Barbalho (PA) venceu a queda de braço e emplacou o irmão.

NOVO FORMATO DO MINHA CASA, MINHA VIDA SERÁ APRESENTADO EM FEVEREIRO

Em meio ao imbróglio, o governo trabalha para concluir o desenho da reformulação do Minha Casa, Minha Vida até meados de fevereiro.

O novo formato do programa habitacional será apresentado ao Congresso Nacional na forma de medida provisória –que passa a ter efeito assim que publicada.

O texto irá extinguir o Casa Verde e Amarela, criado por Bolsonaro para dar uma marca social ao ex-presidente na área habitacional. Em seu lugar, será recriado o Minha Casa, Minha Vida, cujo nome é associado às gestões petistas.

Para ampliar a base política, Lula negociou com o MDB que o Ministério das Cidades seria da cota da bancada do partido na Câmara.

Para a secretaria de saneamento, a bancada quer indicar o deputado Leonardo Picciani (MDB-RJ). Para a de mobilidade, o presidente nacional do partido, Baleia Rossi (MDB-SP), deve escolher um aliado do estado.

Agora, o governo ainda estuda como será a cerimônia de apresentação do novo programa. O presidente poderá viajar a outro estado do Nordeste, para o Norte ou para o Centro-Oeste. Inicialmente, o Palácio do Planalto previa que Lula viajaria para a Bahia no dia 20 de janeiro. Esse seria o marco do relançamento do programa habitacional.

Lucas Marchesini/Thiago Resende/Folhapress

Polícia do Haiti se junta a manifestantes, e ato invade aeroporto e ataca casa do premiê

Protesto se deu em represália a série de assassinatos de agentes por membros de gangues, que dominam boa parte do território
Em meio ao grave recrudescimento da violência causada por gangues no Haiti, policiais se juntaram a manifestantes em grandes atos nesta quinta-feira (26). Em protesto contra o assassinato de ao menos seis agentes em uma delegacia de Liancourt atacada por criminosos, os grupos levaram a um dia de caos na capital do país.

Vias importantes de Porto Príncipe foram bloqueadas com barricadas, o aeroporto Toussaint Louverture, o principal do país, teve a pista invadida, interrompendo o tráfego de aviões. Manifestantes à paisana, que se identificaram como policiais, chegaram ao terminal depois de terem atacado a residência oficial do primeiro-ministro, segundo uma testemunha relatou à agência de notícias Reuters.

Ariel Henry não estava no local, mas voltou nesta quinta ao Haiti, após uma viagem à Argentina, na qual participou da cúpula da Celac. O político ficou temporariamente sem conseguir sair do aeroporto, mas ao fim pôde retornar para casa —não sem ser seguido por manifestantes. Uma pessoa presente no momento disse à Reuters ter ouvido uma série de disparos perto da residência oficial.

A Polícia Nacional do Haiti e o gabinete do primeiro-ministro não responderam a pedidos de comentários.

Um vídeo filmado pela imprensa local mostrou um grupo de homens, alguns deles vestindo camisas com a inscrição “polícia”, discutindo acaloradamente com agentes uniformizados no aeroporto. Na sequência das imagens, eles parecem passar sem qualquer resistência.

Estradas ao redor de Porto Príncipe e em várias cidades do país, especialmente na região norte, também sofreram bloqueios.

O grupo haitiano de direitos humanos RNDDH disse em comunicado que 78 policiais foram mortos desde que Henry chegou ao poder, em julho de 2021 —o premiê assumiu após o assassinato do então presidente, Jovenel Moïse. Para a ONG, o político e o chefe da Polícia Nacional, Frantz Elbe, são “responsáveis por cada uma das vidas perdidas”, na média de cinco por mês.

“A história vai lembrar que eles não fizeram nada para proteger e preservar a vida desses agentes que escolheram servir ao seu país”, diz o texto, que pede à polícia que se lembre de seu dever de proteger o povo haitiano, “apesar de suas frustrações”.

Desde o começo do ano, 14 agentes foram mortos por membros de gangues, segundo o sindicato das forças de segurança. Só na semana passada houve dois casos de repercussão. Em um, o grupo Vitelhomme assassinou quatro policiais. Outro foi o da delegacia de Liancourt, onde criminosos do grupo Savien mataram dois agentes e renderam outros quatro, depois levados para um campo e executados, de acordo com o relato do delegado Jean-Bruce Myrtil.

O Haiti, país mais pobre das Américas, vive uma espiral de crises ininterruptas, que se acumulam em camadas sociais, políticas, econômicas e humanitárias. A ação de gangues, que na prática detêm o controle de boa parte do território, está ligada a boa parte dessas questões.

Em 2022, a ONU registrou 1.359 sequestros no país —ações usadas por esses criminosos como forma de financiamento— e mais de 2.000 assassinatos. A entidade avalia o envio de uma força colegiada estrangeira para enfrentar as gangues, mas até aqui nenhum país se ofereceu para liderar a missão, e mesmo no Haiti houve manifestações de oposição à ideia —em parte devido à experiência, mal sucedida em muitos pontos, da chamada Minustah.

Folha de S. Paulo

Governo Lula prioriza combate a golpismo em redes e deixa regulação ampla em 2º plano

Medida do Ministério da Justiça combate ataques golpistas, sem incluir discussão sobre fake news
A proposta apresentada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), ao presidente Lula (PT) com obrigações às plataformas de redes sociais prioriza o combate a conteúdo golpista, mas deixa em segundo plano a regulação de outros temas, como fake news e desinformação sobre saúde.

Críticos a esse escopo mais restrito ressaltam que há risco de gastar muito capital político para aprovar um projeto específico, o que poderia dificultar uma segunda discussão sobre a regulação das plataformas –o tema vem sendo debatido de forma intensa nos últimos dois anos no Congresso.

Por outro lado, há quem defenda a iniciativa como um “balão de ensaio” para uma regulação geral de redes sociais.

Desde a campanha, Lula sinaliza que pretendia regular as mídias sociais. O assunto ganhou urgência com os ataques golpistas de 8 de janeiro.

A proposta foi apresentada por Dino a Lula em formato de medida provisória e faz parte de um pacote antigolpismo. Segundo o ministro, as propostas serão analisadas por Lula e outras áreas do governo antes do envio, em fevereiro, para o Congresso.

Como a Folha mostrou, o texto determina que as plataformas terão o “dever de cuidado” de impedir a disseminação de conteúdo que peça a abolição do Estado democrático de Direito, encoraje a violência para deposição do governo e incite, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas e os Poderes.

Em entrevista a jornalistas, Dino também citou terrorismo e afirmou que as regras não são consideradas pelo governo uma regulamentação sobre as big techs. “É algo focado exclusivamente em crimes voltados contra o Estado democrático de Direito e o terrorismo”, disse.

A redação traz ainda obrigação de relatórios de transparência sobre moderação de conteúdo, além de diminuir o prazo para o cumprimento de ordens judiciais sobre remoção e impor multas maiores.

Uma das propostas do grupo de trabalho de Comunicações da transição de governo era iniciar o debate sobre regulação das plataformas a partir de uma consulta pública nos primeiros cem dias de governo.

A avaliação do governo é que uma proposta específica dá uma resposta imediata aos ataques de 8 de janeiro.

Durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL), o debate sobre o tema se concentrou no PL 2630, o projeto das fake news, e foi apresentado como resposta à desinformação sobre a pandemia.

Aprovado no Senado, ele não avançou na Câmara após forte resistência das plataformas e dos governistas.

O PL 2630 é longo e obriga as empresas a divulgarem relatórios de transparência sobre moderação de conteúdo e sobre publicidade. Elas também teriam que notificar os usuários de medidas tomadas contra os perfis e oferecer canal para recurso.

O deputado federal Orlando Silva (PC do B-SP), relator do projeto na Câmara, afirmou que ainda não teve acesso à íntegra da proposta, mas que considera negativa a ideia de focar apenas obrigações relativas à defesa do Estado de Direito. Para ele, é preciso aprovar algo mais amplo.

“O problema da desinformação envolve temas de saúde pública e precisa ser cuidado com muita atenção. Não é apenas conteúdo político”, diz.

Segundo ele, deve se olhar para o Brasil para além de 8 de janeiro. “Para preservar a democracia brasileira, as políticas públicas, garantir o acesso à informação, produzir uma vida saudável no país, a regulação das plataformas é um desafio. Você não fará isso com uma abordagem tópica do problema.”

Para o deputado federal eleito Duarte Júnior (PSB-MA), aliado de Dino e que acompanhou parte da discussão sobre o pacote, um plano ideal de regulação avançaria em diferentes questões, como saúde pública e relações de consumo. Mas ele defende rapidez na aprovação dessa proposta e considera que o PL das fake news criou muitas obrigações para as plataformas.

“A gente tem que estabelecer regras que de fato façam sentido, não um número exagerado de regramentos nos quais as plataformas vão ter que se adequar, mas que não terão sentido social algum.”

A visão no Ministério da Justiça é que houve uma ausência generalizada de moderação das plataformas em conteúdos explicitamente ilegais nos dias anteriores aos ataques, como convocações à invasão e depredação das sedes dos três Poderes.

Para Carlos Affonso Souza, professor da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e diretor do ITS-Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade), tratar moderação de conteúdos antidemocráticos pode servir de balão de ensaio para um regramento mais abrangente.

“Mas é importante ter clareza sobre quais serão as regras que irão atender ao chamado dever de cuidado, evitando que ele gere ainda mais subjetividades”, diz.

Ele afirma que as plataformas poderiam ter feito mais nos últimos anos para promover moderação de conteúdo de modo mais “transparente, informativo e coerente”. Também aponta para riscos como estímulos para remoção de discursos legítimos.

“O mercado pode sair ganhando com algumas diretrizes sobre moderação de conteúdo, mas quanto mais detalhista for essa legislação maior o risco de ela ser desequilibrada, a começar pelos padrões que definem o que é um discurso antidemocrático”, avalia.

Apesar de entender a urgência que é dada ao tema, Raquel Saraiva, advogada e presidente do Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife, diz que há risco de que outros temas sejam esquecidos com a apresentação de uma proposta mais restrita.

“A gente precisa fazer essa discussão sobre uma regulação ampla das plataformas. O receio é que esse projeto capture essa discussão”, diz. “Conduzir um processo legislativo dessa natureza já é muito complicado, aí ter de fazer isso duas vezes… Eu realmente acho que o debate vai perder força.”

Especialistas também defendem que a comunidade acadêmica e científica seja envolvida no debate antes de o projeto ser apresentado ao Congresso.

Renata Galf e Paula Soprana / Folha de São Paulo

Prefeita vistoria obras em desenvolvimento na cidade



A Prefeita Maria das Graças Mendonça, passou boa parte da manhã da última quarta-feira, 25, vistoriando obras em andamento na cidade. A visitação começou pela obra de pavimentação Rua Elias Assis, de onde a prefeita se deslocou até a Rua São Roque para vistoriar a reforma da Quadra Poliesportiva. Em seguida foi ver de perto as construções de 121 casas populares e de uma creche, no Bairro ACM. 
Na sequência esteve na obra da creche (padrão FNDE) do Loteamento Bom Jardim e concluiu a jornada visitando a construção da Praça do Triângulo, ao lado do Centro de Abastecimento. Na tarde da terça-feira, 24, Maria esteve visitando as obras da creche e areninha esportiva na Vila irmã Dulce.
Durante a visitação ao conjunto de obras, a prefeita esteve acompanhada da secretária de Infraestrutura, Andréia Suzart e técnicos da pasta. Maria considerou que os trabalhos prosseguem a contento e disse que a Prefeitura, apesar das dificuldades enfrentadas no dia-a-dia, está conseguindo, em parceria com os governos estadual e federal, concretizar projetos que irão melhorar a qualidade de vida da população. (José Américo Castro / ASCOM-Prefeitura de Ipiaú).

 

WhatsApp libera criação de comunidades com até 5.000 pessoas no Brasil

Ilustração do WhatsApp mostra como funcionarão as comunidades, novo recurso que permite reunir grupos sob um mesmo guarda-chuva
O WhatsApp anunciou nesta quinta-feira (26) que vai liberar a criação de comunidades, com a proposta de reunir grupos que tratem de assuntos afins para facilitar a organização de conversas. Esses espaços poderão reunir até 5.000 pessoas.

Procurado, o WhatsApp afirma que as alterações no aplicativo serão feitas de forma gradual. Até a tarde desta quinta, a opção de criar comunidade estava indisponível.

O recurso é oferecido em outros países desde novembro. A Meta, dona do WhatsApp, adiou o lançamento da funcionalidade no Brasil, após o Ministério Público Federal ter recomendado à empresa esperar até 2023 para disponibilizá-la, como medida preventiva contra desinformação no contexto eleitoral.

O administrador da comunidade pode enviar mensagens a todos os seus membros, ou seja, 5.000 pessoas. Até então, o alcance era limitado a 256 pessoas em listas de transmissão e grupos.

Cabe também à administração dessas comunidades adicionar ou remover pessoas, criar ou incluir grupos dentro da comunidade e fazer moderação, com poder de apagar mensagens e arquivos considerados abusivos.

A atualização ainda vai aumentar o limite máximo de participantes de um grupo para 1.024 pessoas, habilitar a criação de enquetes em conversas e permitir videochamadas com até 32 presentes.

Segundo informe publicado no blog do WhatsApp, o objetivo das comunidades é aumentar a segurança e a privacidade de organizações, que, com a funcionalidade, deixariam de depender de outros softwares para administrar diversos bate-papos.

O lançamento dos recursos vem na sequência de outras atualizações no aplicativo, que permitiram reagir a mensagens com emoji, compartilhar arquivos maiores e que administradores pudessem expulsar membro de grupos. O concorrente russo Telegram já oferecia essas opções.

Os usuários também podem se prevenir de abusos relacionados às comunidades, com as opções abaixo:Decidir quem pode adicioná-los a comunidades
Denunciar abusos nos bate-papos
Bloquear contatos
Sair das comunidades

Quando lançou a funcionalidade no ano passado, o WhatsApp enfatizou querer manter o foco na troca de mensagens, para marcar distinção de redes sociais e do Telegram. Não será possível buscar por comunidades, como é possível encontrar canais com número irrestrito de participantes no concorrente russo.

“Como as conversas nessas pequenas comunidades são privadas, o WhatsApp continuará protegendo as mensagens com a criptografia de ponta a ponta para que apenas os membros dos grupos e mais ninguém possa vê-las”, afirmou a empresa em comunicado de 2022.

Além da moderação por parte dos administradores, o WhatsApp promete dissolver comunidades envolvidas em abusos, como a distribuição de material de abuso sexual infantil ou a coordenação de violência ou tráfico de pessoas. Outra possível sanção é o banimento de membros com comportamento nocivo.

“Usaremos como base todas as informações não criptografadas disponíveis, como o nome e a descrição da Comunidade e as denúncias dos usuários, para tomar as medidas adequadas”, disse a empresa no mesmo informe.

Pedro Teixeira/Folhapress

Moraes manda plataformas reativarem perfis de Nikolas Ferreira

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal)
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a reativação dos perfis do deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL-MG) nas redes sociais, sob a condição de que ele não publique ou compartilhe notícias falsas. Em caso de descumprimento, será aplicada multa diária de R$ 10 mil.

O deputado teve as redes sociais bloqueadas no último dia 11 por Moraes, após os ataques golpistas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) às sedes dos Três Poderes.

A ordem de Moraes foi direcionada ao Facebook, ao Instagram, ao Telegram, ao Tik Tok, ao Twitter e ao YouTube.

Nikolas, 26, foi o deputado federal mais votado do Brasil nesta eleição, com cerca de 1,5 milhão de votos.

À época, Moraes havia entendido que a situação de Nikolas tinha relação com a do senador eleito Alan Rick (União Brasil-AC), que também teve as contas das redes sociais bloqueadas.

“De fato, a partir do exame do conteúdo do ato decisório, vê-se que os argumentos veiculados para a liberação das contas do senador Alan Rick se mostram inteiramente aplicáveis em relação a Nikolas Ferreira, de modo que, considerando a identidade da situação jurídica decorrente de sua condição de parlamentar eleito, os efeitos da decisão devem estender-se ao deputado federal”, disse Moraes em sua decisão.

Nikolas foi um dos principais defensores de Bolsonaro na campanha do então presidente à reeleição, no ano passado.

O político mineiro se declara “cristão, conservador e defensor da família” e, na reta final das eleições, foi obrigado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a publicar direito de resposta do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após disseminação de informações falsas sobre o petista.

José Marques/Folhapress

Jean Paul Prates assume presidência interina da Petrobras

Em abril, assembleia geral aprova seu nome para mandato de dois anos
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou hoje (26), por unanimidade, o nome de Jean Paul Prates como conselheiro da empresa até a próxima assembleia geral de acionistas e o elegeu presidente da companhia, com mandato até 13 de abril deste ano, mesmo prazo dos demais integrantes da diretoria executiva.

Prates, que assume a presidência interina da Petrobras devido à renúncia de seu antecessor, Caio Paes de Andrade, indicado por Jair Bolsonaro, foi indicado para o cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tomou posse como presidente e conselheiro de Administração nesta quinta-feira. Ele deverá ser efetivado no cargo pela assembleia geral de acionistas que se reunirá até o mês de abril, aprovando também a eleição dos conselheiros.

Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, os diretores da empresa foram eleitos pelo Conselho de Administração em abril de 2021, para um período de dois anos. Toda a diretoria, incluindo o presidente, termina o mandato na mesma data, o que explica porque o mandato de Prates também se encerrará em abril, quando ele deverá ser efetivado na presidência da empresa pela assembleia de acionistas. Cabe ao Conselho de Administração aprovar a eleição e a renovação da diretoria.

Formação

Jean Paul Terra Prates tem 54 anos, é advogado, formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mestre em economia e gestão de petróleo, gás e motores pelo Instituto Francês do Petróleo e mestre em política energética e gestão ambiental pela Universidade da Pensilvânia.

Foi membro da assessoria jurídica da Petrobras Internacional S.A. (Braspetro), editor da revista Oil & Gas Journal Latinoamericana e diretor executivo da Expetro Consultoria em Recursos Naturais Ltda., maior consultoria de petróleo nacional durante os anos 1990 e 2000, quando coordenou projetos de diversas empresas públicas e privadas, nacionais e internacionais, entidades sindicais e setoriais, e assessorou governos, agências reguladoras e parlamentares em todas as áreas do setor energético.

Como secretário de Energia do Rio Grande do Norte, Prates levou o estado à autossuficiência energética e à liderança nacional em geração eólica, além de ter consolidado uma refinaria e usinas termelétricas a gás e biomassa naquele estado e construído bases para os projetos de energia solar e eólica offshore (no mar).

Marcos legais

Prates foi pelo Rio Grande do Norte; presidente da Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia e do Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes. É autor de importantes marcos legais envolvendo a transição energética e práticas sustentáveis, entre as quais a lei que regulamenta as atividades de captura e armazenamento de carbono e a lei da energia offshore e foi relator do Marco Legal das Ferrovias, das novas leis sobre a produção de biogás em aterros sanitários e da nova lei de mobilidade urbana sustentável.

Recentemente, Prates foi reconhecido como um dos três mais influentes nomes no setor de energia renovável no Brasil e uma das 50 personalidades mais importantes do setor energético mundial, pelas duas principais revistas internacionais especializadas em energia, a europeia Recharge e a norte-americana Windpower. Também foi eleito um dos 25 mais influentes nomes da indústria eólica mundial pela revista Windpower.

Edição: Nádia Franco
Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Flávio Dino apresenta Pacote da Democracia para Lula

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, apresentou hoje (26) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva as propostas para endurecer a legislação sobre crimes contra o Estado Democrático de Direito. A iniciativa é uma reação aos atos terroristas que ocorreram no dia 8 de janeiro, em Brasília, e foi apelidado de Pacote da Democracia.

O pacote inclui uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), uma Medida Provisória (MP) e dois projetos de lei. “Fiz um breve resumo dos projetos que estamos debatendo para que, no início do período legislativo, o presidente possa conversar com os outros poderes e ver o destino dos projetos que foram elaborados aqui”, disse Dino, em entrevista à imprensa.

Na próxima semana será a abertura do ano Judiciário no Supremo Tribunal Federal e do ano Legislativo, no Congresso Nacional, com a posse de parlamentares eleitos e reeleitos para a Câmara e o Senado.

Após o encontro com Lula, no Palácio do Planalto, Dino participou de uma reunião com secretários estaduais de Segurança Pública, na sede do ministério, em Brasília.

Guarda Nacional

A PEC que está sendo preparada pela pasta vai tratar sobre a criação de uma Guarda Nacional permanente, em substituição à Força Nacional, que atua em missões temporárias. A ideia é que a guarda fique responsável pela proteção de prédios públicos federais em Brasília e atue em operações especiais em terra indígenas, área de fronteira, unidades de conservação e apoio à segurança dos estados.

Já a MP tratará sobre mudanças legais para criminalizar condutas na internet que configurem a prática de atentado contra o Estado Democrático de Direito, com a responsabilização de plataformas na internet que não derrubem publicações terroristas e antidemocráticas.

“Achamos que as margens de lucro auferidas por esse modelo de negócio não pode significar o abrigo a práticas criminosas. Isso deve se dar com muito cuidado para proteger a sagrada liberdade de expressão consignada na Constituição, mas não pode ser um vale-tudo”, disse Dino durante a abertura da reunião com secretários.

Para o ministro, o terrorismo político não deve ser imune de consequências gravíssimas, inclusive materiais. Segundo ele, nos últimos dias, a União investiu R$ 40 milhões para recompor parte do patrimônio público depredado em 8 de janeiro, além dos gastos com operações de segurança excepcionais. “Isso é responsabilidade de quem acha bonito terrorismo político, de quem pratica, de quem organiza e financia. Temos que trabalhar juntos para por fim ao estímulo a essa cultura nociva”, completou.

Desta forma, o governo também deve propor um projeto de lei (PL) que aumenta a pena para quem organizar e financiar atos golpistas e antidemocráticos. A medida ainda deve tipificar novos crimes, como o de atentado a vida dos presidentes dos três poderes.

Por fim, o segundo PL propõe agilizar a perda de bens para quem participa de crimes contra Estado Democrático de Direito. Essa perda de bens, segundo Dino, engloba pessoas físicas e empresas.

Reunião com secretários

Durante a abertura do encontro com os secretários de Segurança Pública, Dino destacou a importância do trabalho integrado, “produtivo e eficiente em favor da população, respeitadas as autonomias dos entes federados”.

Na pauta da reunião, está a gestão do Fundo Nacional de Segurança Pública e questões sobre a partilha e execução dos recursos. Segundo o ministro, atualmente há um represamento de aproximadamente R$ 2,3 bilhões já repassados pela União para os fundos estaduais e, por dificuldades burocráticas, não conseguiram ainda ser investidos na melhoria se serviços de segurança para a população. A ideia de Dino é colher sugestões dos secretários para agilizar a execução desses repasses e dos próximos.

Da mesma forma, o governo quer dinamizar a aquisição e repasse de equipamentos e materiais para os estados. Os secretários devem tratar ainda sobre o fortalecimento da política de drogas e a retomada do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

Outro item da pauta, destacado por Dino, é a política de armas. No dia 1º de janeiro, Lula editou decreto que visa a recomposição da política de controle de armas e, agora, o ministério está com um grupo de trabalho para tratar de nova regulamentação à Lei 10.826, que estabelece as normas para registro, posse e venda de armas de fogo e munição.

“Nosso desejo é ter uma regulação definitiva, sem mexer na lei, mas em nível infralegal, com decretos e portarias. Isso [acesso da população a armas] impacta muito fortemente na segurança pública e no combate a organização criminosas. Essa regulamentação vai se dar de modo participativo. Inclusive, desejamos que haja indicação por esse conselho de um representante dos secretários de segurança dos estados para junto conosco debaterem essa proposta a ser apresentada ao presidente Lula”, explicou Dino.

O decreto já editado por Lula, reduz a quantidade de armas e de munições de uso permitido, condicionando a autorização de porte à comprovação da necessidade. Também suspende os registros para aquisição e transferência de armas e munições de uso restrito por caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) e a concessão de autorizações para abertura de novos clubes e escolas de tiro. O decreto presidencial também determina que, em 60 dias, a Polícia Federal (PF) recadastre todas as armas comercializadas a partir de maio de 2019.

Edição: Aline Leal
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Fuzil é apreendido pela 50ª CIPM e Batalhão de Choque

Este é o terceiro fuzil retirado das ruas este ano, durante ações policiais.
Um fuzil 556 e um carregador do mesmo calibre foram apreendidos na tarde desta quarta-feira (25), no bairro de Nova Brasília, por policiais da 50ª Companhia Independente da Polícia Militar e da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) do Batalhão de Polícia de Choque.

De acordo com o subcomandante da 50ª CIPM, capitão Daniel Nascimento, o material estava enterrado numa área de mata fechada entre os bairros de Nova Brasília e Jardim Nova Esperança.

"Essa é uma área sensível onde fazemos rondas rotineiras. Hoje, com o apoio do Batalhão de Choque e com o canil da unidade especializada, conseguimos encontrar esse material enterrado", contou.

Ainda segundo ele, para a localização do armamento, também foi indispensável a colaboração de denúncias anônimas da população sobre movimentações estranhas na região. Além do armamento, foram encontrados ainda 240 munições 9 milímetros e 50 munições. 40, drogas e balança.

Todo o material foi apresentado na 10ª Delegacia Territorial ( Pau da Lima).
Fonte: Ascom / Kelly Hosana

Ação policial resulta em apreensão de 60 kg de drogas

Rondesp Atlântico e Bepe encontraram os tabletes da erva no Nordeste de Amaralina.
Uma ação de combate ao crime organizado realizado pela Polícia Militar, na tarde desta quarta-feira (25), resultou na apreensão de cerca de 60 kg de maconha. Equipes da Rondesp Atlântico e do Bepe encontraram os tabletes da erva no Nordeste de Amaralina.

Os militares, após levantamentos e patrulhamento repressivo, avistaram um traficante na Rua Edgard de Barros, em uma localidade conhecida como Olaria. O criminoso conseguiu escapar correndo, mas abandonou 59 tabletes de maconha, em uma edificação.

Além dos entorpecentes, os PMs apreenderam uma balança, um celular e 165 reais em espécie. Os materiais foram apresentados no Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco).
Fonte: Ascom/Alberto Maraux

PC e PM apreendem R$ 11,2 mil, arma e drogas com traficantes

Equipes da 8ª Coorpin e da 89ª CIPM realizaram o flagrante, na quarta-feira (25), em Posto da Mata.
Cerca de 11,2 mil reais da venda de entorpecentes, arma e porções de maconha, cocaína e crack foram apreendidos com quatro traficantes, em Posto da Mata, distrito do município de Nova Viçosa, na região do Extremo Sul da Bahia. O flagrante aconteceu, na quarta-feira (25), durante ação conjunta da 8ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) e da 89ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM).

O comportamento suspeito de dois homens, carregando uma mochila, foi o ponto de partida para as prisões. Os policiais, diante do nervosismo da dupla, iniciaram o procedimento de abordagem. Dentro da sacola, as equipes encontraram 1,6 mil reais em espécie e uma porção de maconha.

Questionados, os criminosos informaram que a quantia era proveniente da venda de drogas e indicou o local onde estaria um comparsa. A diligência seguiu até o ponto indicado, onde outro traficante acabou preso com 67 porções de drogas, munições do calibre 9mm e um veículo modelo Saveiro, placa OZI9A21, que havia sido roubado na cidade de São Mateus, no estado do Espírito Santo.

Quarta prisão

Durante depoimentos iniciais do trio preso, foi indicado que mais um comparsa da organização criminosa teria recebido uma mochila com arma e drogas. As equipes foram até o local informado e prenderam em flagrante mais um criminoso.

Com ele foram apreendidos um revólver calibre 22, munições e 42 porções de maconha, crack e cocaína.

Antes da condução dos suspeitos até a Delegacia Territorial (DT), os policiais localizaram R$ 9,6 mil em espécie. Um dos traficantes indicou onde guardava a quantia.
Fonte: Ascom / Alberto Maraux

Mais de 231 toneladas de drogas são retiradas de circulação em 2022

ssp
Foto: Divulgação/SSP
Em 2022 foram retiradas de circulação cerca de 231 toneladas de drogas em ações de combate ao tráfico realizadas pelaícias Militar e Civil na Bahia. Dez toneladas estavam prontas para a venda, e a maior parte dos entorpecentes apreendidos foi na região Norte, com a erradicação de 813.167 mil pés de maconha, durante a ‘Operação Terra Limpa’, deflagrada pelo Comando de Policiamento da Região Norte (CPR-N).
Na região norte, os pés de maconha erradicados equivalem a cerca de 204 toneladas, como conta o comandante do CPR-N, coronel Valter Araújo. “ A cada quatro pés, se tem um quilo da droga. Elas eram irrigadas através de sistema de gotejamento, com água armazenada em caixa d'água abastecida por bomba, além do solo fértil, o que facilita o cultivo criminoso”, esclareceu.

Segundo o oficial, as ações foram intensificadas nas cidades de Sento Sé, Curaçá, Casa Nova, Remanso, Umburanas, Paulo Afonso e outros municípios, com guarnições da Polícia Militar que atendem a região, além de especializadas. “A ‘Operação Terra Limpa’ já causou prejuízo de milhões aos traficantes e continuará sendo empregada nos municípios este ano”, concluiu.

Só em duas operações distintas, no mês de agosto, foram encontrados 548 quilos de drogas

Na cidade de Feira de Santana, 420 quilos entorpecentes, avaliados em R$ 1,5 milhão, foram apreendidos por equipes da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), em conjunto com a Coordenação de Apoio Técnico à Investigação (Cati) do Departamento de Polícia do Interior (Depin). Os entorpecentes estavam dentro de um ônibus que vinha de São Paulo para a cidade baiana de Cansanção.

Já no município de Jequié, 128 tabletes de maconha foram apreendidos. O flagrante foi realizado por equipes do 19º Batalhão de Polícia Militar (BPM/ Jequié) com o apoio da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Central. A droga que teria saído de São Paulo, tinha como destino o município de Vitória da Conquista.
Fonte: Poliana Lima/ Ascom SSP

Rússia ataca Ucrânia com míssil hipersônico após anúncio dos tanquesRússia ataca Ucrânia com míssil hipersônico após anúncio dos tanques

Especialistas avaliam que impacto dos blindados ocidentais dependerá do número utilizado
A Rússia fez um ataque com 55 mísseis contra alvos na Ucrânia nesta quinta (26), um dia depois de Estados Unidos e Alemanha escalarem o envolvimento ocidental na guerra anunciando o envio de tanques para Kiev combater a invasão de Vladimir Putin.

Segundo o general Valeri Zalujni, comandante das Forças Armadas ucranianas, foram utilizados diversos mísseis, inclusive o modelo hipersônico Kinjal, lançado de interceptadores MiG-31K. Ele afirmou que 47 dos projeteis mais lentos, como modelos de cruzeiro Kalibr, foram derrubados, o que parece otimista ante os estragos relatados em diversos pontos do país.

Odessa, o maior porto ucraniano, ficou sem energia e água corrente. Houve ao menos um morto em Kiev e em Vinnitsia, no oeste do país, foram registradas seis grandes explosões. Não está claro onde foi empregado o Kinjal, uma das “armas invencíveis” reveladas por Putin em 2018 e que já foi utilizado no conflito.

“O objetivo dos russos segue inalterado: pressão psicológica sobre os ucranianos e destruição de infraestrutura crítica. Mas nós não podemos ser quebrados”, escreveu o general no Twitter. Enquanto isso, forças de Putin têm feito avanços lentos no sul e no leste do país.

Em Moscou, o porta-voz do Kremlin voltou a criticar o Ocidente e sua promessa de entrega de armas pesadas. “Tudo que a aliança [ocidental] está fazendo é visto como envolvimento direto no conflito. Nós vemos isso crescer”, afirmou Dmitri Peskov em sua conversa diária com repórteres. “Esses países viraram participantes do conflito”, afirmou o poderoso Nikolai Patruchev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia.

Após semanas de discussão, a quarta (26) trouxe uma novidade tática para a guerra: a Alemanha disse que irá enviar 14 tanques Leopard-2A6 e permitir a reexportação do modelo, que fabrica, por outros países para Kiev. Com isso, a Polônia recebeu luz verde para também enviar 14 Leopard-2, da versão mais antiga A4.

De forma algo surpreendente, dada a resistência anterior, os EUA prometeram fornecer 31 tanques M1 Abrams, sem especificar se é o modelo A1, mais antigo, ou o mais recente A2 —provavelmente o blindado mais poderoso do mundo.

O Reino Unido, por sua vez, já havia dito que enviaria 14 tanques Challenger-2 para ajudar o esforço de guerra do presidente Volodimir Zelenski. Esses primeiros 59 tanques não mudam em nada o balanço militar da guerra, mas sinalizam uma mudança de postura que poderá levar a tanto.

A Ucrânia queria 300 tanques, e especialistas falam em pelo menos 100 para que incursões contra linhas defendidas pelos russos em Kherson (sul) e Donetsk (leste) tenham alguma chance de sucesso. Outros países operadores de Leopard-2, como Espanha, Finlândia e Noruega, já se manifestaram em favor do envio. Mas mesmo isso não é uma garantia.

“É improvável que um grupo blindado de 30 a 50 tanques Abrams afete a situação. Se forem 200 ou 300, usados corretamente, podem ser significativos”, afirmou à Folha o diretor do Centro de Análises de Estratégias e Tecnologias, um dos principais think tanks militares russos, Ruslan Pukhov.

Ele crê que o Ocidente irá limitar seus envios para manter a Rússia pressionada, perdendo recursos, mas não visando “uma vitória decisiva da Ucrânia, o que é improvável de todo modo”. Pukhov diz que Moscou terá problemas se enfrentar versões mais novas do Abrams e mesmod do Leopard-2 por utilizar munição soviética mais antiga.

Segundo Pukhov, também há escassez de mísseis antitanques modernos, similares aos americanos Javelin que a Ucrânia operou com habilidade no começo da guerra. A Rússia tem o Kornet, mas em pouca quantidade, e depende de armas menos eficazes soviéticas.

Para Rob Lee, americano do King’s College (Londres) que tornou-se referência na análise da guerra, os tanques ocidentais “são boa notícia, mas não uma bala de prata”.

“O objetivo da Ucrânia é retomar todos seus territórios ocupados pela Rússia. Romper linhas defensivas bem preparadas e explorar esses sucessos é difícil sem uma vantagem significativa de armas combinadas, e a Ucrânia dificilmente terá superioridade aérea”, escreveu no Twitter.

Ele concorda que os modelos ocidentais têm vantagens na disputa direta com os russos, mas há o fator numérico. Moscou perdeu o equivalente a metade de sua frota ativa de 3.000 tanques, mas colocou muitas reservas em campo —e elas somavam 10 mil blindados antes da invasão, em fevereiro do ano passado.

Lee aponta outras questões. “Incorporar três tipos diferentes de tanques será uma dor de cabeça logística, mas também dará aos ucranianos mais opções para repor perdas”, afirmou. “Os novos tanques vão aumentar as chances de sucesso de Kiev, mas não garanti-las”.

Ele vê mais importância tática nos blindados mais leves prometidos, como o Bradley e o Stryker americanos e o Marder alemão. Eles seriam melhores que os tanques ucranianos hoje em ação —Kiev perdeu metade de seus quase mil blindados do tipo até aqui, tendo recebido um reforço de 230 da Polônia após o conflito.

Além das dúvidas acerca das quantidades de tanques, há a velocidade de sua entrega. O treinamento para operar Leopard-2 e Challenger-2 vai de três a seis semanas, e talvez ainda mais para o Abrams —que têm o problema adicional de usar um motor a turbina, que consome horrores, obrigando uma logística mais azeitada de fornecimento de combustível especial.

Nesta quinta, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, afirmou durante um exercício militar que a primeira leva dos seus Leopard-2 estará pronta “no fim de março, começo de abril”. Restará assim ver o que fará Putin até lá.

Igor Gielow / Folha de São Paulo

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