Base fluida será teste para Lula 3 na Câmara e no Senado

O presidente Lula
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue sem clareza sobre o tamanho da base de apoio que terá no Congresso Nacional mesmo após as vitórias de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para as presidências da Câmara e do Senado, respectivamente.

As votações que garantiram a vitória de Lira e Pacheco na semana passada não são consideradas parâmetro para definir quantos parlamentares vão efetivamente dar suporte à gestão petista.

No Senado, a disputa ocorreu em meio a rachas internos em algumas legendas. Na Câmara, Lira usou o capital político conquistado entre os pares nos últimos dois anos –com a ajuda da distribuição de emendas de relator– para assegurar a recondução com apoio recorde.

No caso da Câmara, o número de deputados que atuarão formalmente ao lado de Lula será menor que os 464 votos conquistados por Lira, que incluíram parlamentares do PL, partido de oposição ao governo.

No Senado, governo e oposição quiseram reforçar que o placar de 49 a 32 que garantiu a vitória a Pacheco não significa que o governo encontrará necessariamente esse cenário na Casa. Ele derrotou o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN).

Ministros do governo evitam projetar quantos votos Lula teria em votações do Congresso.

O núcleo duro da base seria formado por 12 partidos, que, juntos, dariam cerca de 228 votos, menos da metade do total de deputados que votaram para reeleger Lira ao comando da Casa.

A recondução do deputado e a atuação decisiva que ele teve na aprovação, no fim de 2022, da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que tirou do teto de gastos R$ 145 bilhões para concretizar o Bolsa Família de R$ 600 evidenciou a necessidade de o governo manter uma boa relação com Lira.

Isto é, mais do que uma base própria, o governo precisará contar com a ajuda do presidente da Câmara para aprovar propostas complexas.

Integrantes da gestão Lula também passaram a negociar cargos de segundo e terceiro escalão com membros de partidos que apoiaram Jair Bolsonaro (PL), como PP, Republicanos e o próprio PL.

Além disso, durante a formação do ministério, o governo já tinha buscado atender MDB, PSD e União Brasil, partidos que não o apoiaram durante a campanha presidencial.

Nenhum dos três, porém, assegurará a Lula apoio integral na maioria das votações na Câmara ou no Senado, como tendem os demais partidos da base.

O mais rachado dentre os três é a União Brasil. Na Câmara, dirigentes estimam que 20 dos 58 parlamentares deverão atuar como defensores dos projetos do governo. A maioria do partido deve se considerar independente e votar a favor somente quando se identificar com os textos em apreciação.

O mesmo cenário deve se repetir no Senado, onde a bancada ficou com nove senadores. A União Brasil rachou ao ponto de integrantes da legenda atuarem para que Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), principal fiador da reeleição de Pacheco, fosse derrotado e, assim, não levasse a presidência da Comissão de Constituição e Justiça.

Foi necessária a atuação de membros da cúpula da sigla para que o partido se acertasse.

O deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE) considera que o governo não tem um número fechado de parlamentares que atuarão junto a Lula em todas as votações. “Hoje é uma base frágil, minoritária e inconsistente”, avalia.

Haverá dificuldades, segundo ele, de atingir “o quórum de lei complementar para uma votação dura, de temas econômicos e ideológicos”.

O racha interno ficou evidente na reeleição de Lira. O próprio Mendonça Filho pensou em se lançar para concorrer à vaga da primeira secretaria que havia sido acordada pelo presidente da Câmara com Luciano Bivar (PE), presidente do partido. No entanto a crise foi apaziguada entre os líderes da legenda antes da eleição.

No PSD e no MDB deve prevalecer a mesma tônica que na União Brasil. Deputados dos partidos pregam a independência e a avaliação dos projetos caso a caso. Mesmo no caso de legendas aliadas, o governo pode sofrer baixas em votações importantes, como na reforma tributária.

O PSOL, por exemplo, defende a cobrança de mais impostos dos ricos, enquanto critica a simplificação tributária prevista em PECs em tramitação e apoiadas pelo governo.

Durante a reeleição de Lira, o governo também precisou lidar com um princípio de rebelião do PV, que cogitou lançar um nome para disputar a segunda secretaria com a deputada Maria do Rosário (PT-RS). Foi preciso negociar participação do partido da federação em comissões e na vice-liderança para aplacar a insatisfação, que vinha desde quando a legenda ficou de fora da Esplanada.

No Senado, a base de Lula tem escancarado disputas internas por espaço. Na sexta (3), Renan Calheiros (MDB-AL) reclamou que PT, PSB e PSD furaram um acordo para formar um único bloco governista e resolveram se juntar –sem o MDB e a União Brasil.

A senadora Eliziane Gama (MA), recém-filiada ao PSD, respondeu prontamente e acusou o próprio MDB de Renan a descumprir o acordo e pedir ajuda a Sergio Moro (União-PR) para atrair o Podemos e o PSDB –que abrigam senadores bolsonaristas.

Mesmo com atritos públicos, o líder do PSB, Jorge Kajuru (GO), afirma que a base governista está sólida; e que também pesa a favor de Lula a escolha do senador Jaques Wagner (PT-BA), ex-governador da Bahia, como líder do governo no Senado.

“Jaques Wagner é muito habilidoso, um articulador de primeira categoria. Muito respeitado, educado e coerente. Isso pesa aqui dentro. Ele não oferece nada errado, é um senador acima da média.”

Líderes de bancadas importantes no Senado apontam que, dos 32 votos que Marinho teve, 25 seriam efetivamente oposição ao governo. Isso porque muitas variáveis pesaram nessa eleição, apontam parlamentares, entre elas problemas regionais entre senadores.

Para senadores experientes, alguns dos 32 votos a Marinho foram dados não com o objetivo de derrotar Pacheco, mas sim impedir que Alcolumbre fosse alçado novamente a presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Houve quem votasse no candidato opositor ao governo, então, somente para fustigar um adversário local, apontam.

Aliados de Marinho dizem, ainda, que nem o grupo bolsonarista que chegou ao Senado pretende fazer oposição por oposição. E dizem que há a intenção de votar com o governo em pautas de interesse do país, como a reforma tributária.

JULIA CHAIB, THAÍSA OLIVEIRA E DANIELLE BRANT/FOLHAPRESS

Ala da bancada evangélica dá guinada e acena para Lula, em meio a divisões no grupo

Palácio do Planalto
Parte da bancada evangélica tem feito acenos para o presidente Lula, informa o jornal “O Globo”. Esse grupo corresponde à metade da frente parlamentar, uma das mais influentes do Congress De acordo com a publicação, o número de fiéis na Câmara dos Deputados aumentou de 91 para 98. Metade deles, 49, é aliada de Bolsonaro, enquanto 10 apoiam Lula. Outros 20 ficaram neutros durante a disputa eleitoral do ano passado, e 19 distanciam-se, cada vez mais, do bolsonarismo e acenam para a nova gestão.

Embaixador da UE compartilha no Twitter crítica a Lula

 "O tempo passou na janela e só Carolina não viu", diz um trecho do artigo, em referência à música de Chico Buarque, que foi destacado na publicação do embaixador da UE.

O embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybañez, compartilhou neste domingo (5), em seu perfil oficial nas redes sociais, um artigo jornalístico que critica a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação aos regimes autoritários de Cuba, Venezuela e Nicarágua.

No artigo publicado na Folha de S.Paulo, o colunista Demétrio Magnoli cita as declarações de Lula na cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), na Argentina, em janeiro, e argumenta que o presidente "celebrou a democracia com uma face enquanto celebrava seus ditadores de estimação com a outra". Para Magnoli, que disse que Lula está "fossilizado", o presidente não aproveitou seu discurso para defender eleições livres na Venezuela, Cuba e Nicarágua e ainda "executou suas acrobacias habituais destinadas a legitimar as tiranias". O petista também apontou o diálogo como solução para o "problema" na Venezuela, afirmou o colunista.

"O tempo passou na janela e só Carolina não viu", diz um trecho do artigo, em referência à música de Chico Buarque, que foi destacado na publicação do embaixador da UE.
Por: Noticias ao minuto.

Unlabelled

Geração de energia renovável bateu recorde em 2022

A geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis no ano passado alcançou a marca de 92%. O resultado, divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) na última quarta-feira (1°), mostra que a participação das usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa no total de energia gerado pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) foi a maior dos últimos 10 anos. No total, em 2022, foram gerados quase 62 mil megawatts médios por mês de energia.

Segundo a CCEE, o resultado se deu, entre outros fatores, a um cenário hídrico climático mais favorável, que contribuiu para a recuperação dos reservatórios de água e da expansão das usinas movidas pelo vento e pelo sol.

No ano passado, as usinas hidrelétricas responderam por 73,6% do total gerado (45.613 MW médio). As eólicas por 14,6% (9.066 MW médio). Já as demais fontes, como biomassa, pequenas centrais elétricas (PCH), solar e as centrais geradoras hidrelétricas (CGH) foram responsáveis por 11,8% (7.291 MW médio).

Com relação à geração hidráulica, as chuvas de 2022 contribuíram para um aumento de 17,1% na produção das hidrelétricas, para 48 mil MW médios.

Os estados que apresentaram o maior crescimento na produção de energia hidráulica em 2022 foram: Mato Grosso com aumento de 44 MW médio, São Paulo (219 MW médio), Tocantins (51 MW médio), Pará (599 MW médio), Goiás (194 MW médio ), Sergipe (176 MW médio), Rio Grande do Sul (366 MW médio), Paraná (1.728 MW médio), Minas Gerais (1.178 MW médio), Santa Catarina (545 MW médio) e Alagoas (484 MW médio).

“A reversão do cenário crítico de 2021 deixa o país em uma situação muito mais confortável para 2023. Hoje a capacidade instalada desta fonte é de 116.332 MW”, informou a CCEE

Já a geração solar centralizada foi o maior destaque. Este tipo de fonte teve o maior aumento de geração em 2022, de 64,3% na comparação com o ano anterior. Ao todo foram produzidos mais de 1,4 mil MW médios.

Fazendas solares
De acordo com a CCEE, a chegada de 88 novas fazendas solares ao SIN fez com que o segmento alcançasse 4% de representatividade na matriz nacional.

Os estados do Rio Grande do Norte (178 MW médio), da Bahia (666 MW médio) e do Piauí (340 MW médio) forma os que apresentaram aumento na geração por fonte eólica.

A geração eólica cresceu 12,6% no comparativo anual, fornecendo à rede elétrica mais de 9 mil megawatts médios. Atualmente, o país conta com 891 parques eólicos, que juntos somam mais de 25 mil megawatts de capacidade instalada.

A produção de energia a partir da biomassa, que tem como principal matéria-prima o bagaço da cana-de-açúcar, registrou um leve aumento de 0,3%. Com isso, este tipo de fonte entregou ao sistema quase 3 mil MW médios em 2022. Atualmente existem 321 usinas deste tipo, com capacidade instalada total de 14.927 MW.

Fontes não renováveis
Em relação à geração por fontes não renováveis foi de 5.373 MW médio, a maior participação foi por fonte térmica a gás, com 45,0% (2.419 MW médio), seguidp de fonte nuclear com 28,3% (1.522 MW médio), carvão mineral com 12,8% (690 MW médio) e as demais fontes (térmica, GNL, óleo, gás/óleo, importação e reação exotérmica) com 13,8% (743 MW médio).

Agência Brasil

Ninguém acerta Mega-Sena e prêmio vai a 160 milhões

Nenhum apostador acertou os seis números do concurso 2561 da Mega-Sena, sorteados neste sábado (4), pela Caixa Econômica Federal, no Espaço da Sorte, na cidade de São Paulo. Com o prêmio acumulado, o prêmio do próximo concurso, na quarta-feira (8), foi estimado em R$ 160 milhões.

No concurso deste sábado, 393 apostas acertaram cinco números e receberão R$ 23.693,33 cada uma. As 19.908 apostas que acertaram quatro números vão receber R$ 19.908 cada.

Para concorrer ao próximo prêmio, as apostas devem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) da quarta-feira, nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. A aposta simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50.

Agência Brasil

PT e PL se unem para comandar Assembleias Legislativas de 13 Estados

Plenário da Assembleia Legislativa da Bahia
Com posições antagônicas no discurso, políticos do PT e do PL se uniram em 13 Estados para dividir o comando das Assembleias Legislativas, informa reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”. Em todos os casos, petistas e bolsonaristas compuseram a mesma chapa. A lista de estados inclui Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Alagoas, Amazonas, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Espírito Santo, São Paulo e Mato Grosso.

No Rio, o deputado Rodrigo Bacellar (PL) foi eleito presidente da Casa com votos do PT, que recebeu a terceira-vice-presidência em troca, além da promessa de comandar comissões de destaque. Na Bahia, a mesa diretora da Assembleia é presidida por Adolfo Menezes (PSD), aliado do governo, tendo Zé Raimundo (PT) como vice-presidente. De partidos bolsonaristas, Samuel Júnior (Republicanos) e Vitor Azevedo (PL) são segundo e terceiro secretários, respectivamente.

Poder de Alcolumbre vai a teste no Senado com ataque de rivais e choro

A disputa entre Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Rogério Marinho (PL-RN) pelo comando do Senado, na quarta-feira (1º), representou um teste de fogo também para Davi Alcolumbre (União-AP), parlamentar que acumulou poder nos últimos anos e, exatamente por isso, tem sido alvo de ataques de políticos que se sentem alijados –incluindo integrantes de seu próprio partido.

Pacheco –que chegou ao cargo pelas mãos de Alcolumbre e que tem no senador do Amapá seu principal cabo eleitoral– derrotou Marinho, o candidato do bolsonarismo, por 49 votos a 32.

No discurso de senadores e deputados, o resultado pode ser visto tanto como uma vitória inequívoca de Alcolumbre, mas também como o seu oposto. Ou seja, uma derrota, na opinião de um grupo menor de parlamentares.

Uma explicação sobre como isso é possível passa pela concentração de poder nas mãos do senador do Amapá e a reação que isso tem gerado.
Alcolumbre, que tem 45 anos, presidiu o Senado no biênio 2019-2020, ocasião em que montou uma robusta rede de apoio interno por meio da distribuição entre os parlamentares das bilionárias verbas orçamentárias das emendas de relator.

Após ter a reeleição barrada por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que vetou a possibilidade de recondução ao cargo dentro da mesma legislatura, fez de Pacheco seu sucessor em fevereiro de 2021.

Alcolumbre saiu da cadeira máxima do Senado e assumiu outra também poderosa: o comando da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde deve continuar nos próximos anos.

Ele também foi escolhido pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a fase de transição, para ser o interlocutor da União Brasil nas negociações de adesão do partido ao Palácio do Planalto.

Com isso, apadrinhou dois dos três ministros direcionados por Lula à legenda: Waldez Góes (Integração) e Juscelino Filho (Comunicação).

Essa foi a gota d’água para que o senador virasse alvo de uma rebelião interna no partido, que é uma colcha de retalhos ideológica forjada no campo da direita.

A União Brasil foi criada em fevereiro do ano passado por meio da fusão de DEM (ex-PFL e com origem na Arena, a sigla de sustentação do regime militar) e o PSL, o partido nanico que virou grande ao eleger Jair Bolsonaro em 2018.

O caldeirão de insatisfações engrossou na atual disputa ao comando do Senado, quando Alcolumbre se colocou mais uma vez como o cabo eleitoral de Rodrigo Pacheco.

Diferentemente do presidente reeleito do Senado, que tem postura mais institucional e distante do corpo a corpo tão prezado por boa parte do mundo político, Alcolumbre é um político ao estilo clássico, que preza o contato direto a caloroso –como mostram fotos de Alcolumbre registradas nos momentos anteriores à eleição.

A grande concentração de poder em torno de um único político foi usada como discurso de campanha contra Pacheco por Marinho e aliados, além de desafetos dentro da União. Ou seja, usou-se à exaustão a tese de que reeleger o senador de Minas reforçaria ainda mais o poder de Alcolumbre, desde já um dos principais cotados para suceder o próprio Pacheco em 2025.

Esse argumento, reconhecem até aliados de Alcolumbre e Pacheco, reforçou a candidatura de Marinho, que, mesmo sendo oposição e disputando o cargo contra a máquina federal, conseguiu reunir 40% dos votos da Casa.

Daí, concluem os adversários, mesmo com a vitória de Pacheco, Alcolumbre sai como o “grande derrotado” –expressão usada reservadamente por dois deles– da eleição no Senado por dois motivos.

Primeiro, por ter dificultado a reeleição do senador por Minas, já que a dissidência contra Pacheco, por exemplo, teve como um dos principais líderes o senador Lucas Barreto, do mesmo PSD, rival de Alcolumbre no Amapá.

Segundo, por ter ficado claro que há uma insatisfação no Senado contra sua concentração de poder não só dentro da União Brasil, mas também fora da legenda, o que se refletirá na eleição de 2025 (o mandato de presidente do Senado é de dois anos).

O fato é que o grupo político de Pacheco e integrantes do governo consideram que Alcolumbre passou no teste de fogo e entregou na quarta o que prometeu, incluindo o voto de ao menos seis dos nove integrantes da União para Pacheco –Sergio Moro (PR) e Alan Rick (AP) estariam entre os pró-Marinho (a votação é secreta).

Depois do resultado de quarta, o parlamentar do Amapá chegou a chorar dentro de seu gabinete ao se reunir para comemorar com familiares, amigos, assessores e aliados, entre eles o senador Jayme Campos (União-MT).

A Folha confirmou a informação com fontes distintas.

De acordo com esses relatos, Alcolumbre fez um discurso emocionado no gabinete, se dizendo injustiçado com as críticas de que havia se tornado um peso para a candidatura de Pacheco. Também salientou a diferença conseguida, de 17 votos. Ele teria afirmado ainda que fez o que achava ser melhor para o Brasil, já que, em suas palavras, uma vitória de Marinho representaria um retrocesso.

Alcolumbre nega concentração de poder e tem citado em conversas, por exemplo, o apoio a Efraim Filho (PB) para a liderança do partido no Senado.

Procurado, o senador afirmou à Folha que as críticas são uma tentativa de anular um cabo eleitoral de Pacheco. “Mesmo os adversários reconhecem que tenho alguma importância na articulação dentro do Parlamento. Fui deputado por três mandatos, fui senador, fui presidente da Casa, presidente da CCJ, líder”, disse.

“Não se pode agradar a todos, mas tenho um trabalho reconhecido no Congresso, e que é respeitado e respeitoso. Penso que foi mais uma tentativa de anular, de tirar do jogo um articulador da candidatura do presidente Pacheco. O resultado fala por si.”

Alcolumbre diz ter sido apenas um eleitor e cabo eleitoral de Pacheco, a quem considera “o nome certo na hora certa”.

Ele também negou que sua atuação faça parte de qualquer acordo envolvendo a disputa de 2025. “Isso é uma precipitação sem lógica. Meu trabalho é dia a dia. Minha única pretensão é seguir trabalhando no Senado Federal nas pautas essenciais para o Brasil e para o meu Amapá.”

Em uma coisa, aliados e adversários de Alcolumbre concordam: haverá mais testes de fogo para o senador.

Com a volta do Congresso aos seus trabalhos, o governo Lula buscará aprovar, entre outros projetos, a reestruturação da Esplanada dos Ministérios, que subiu de 23 para 37 pastas, o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária, além de projetos visando dar uma resposta institucional aos ataques golpistas de 8 de janeiro.

É esperado no PT e no governo que a União Brasil seja um dos principais focos de tensão na relação, já que pode nessas votações apresentar traições significativas na Câmara e no Senado, apesar de ter três ministérios.

Entre outros pontos de preocupação, há temor de derrota em medidas provisórias.

Qualquer sinal de rebelião relevante na União Brasil será debitado na conta de Alcolumbre.

Alguns parlamentares da União Brasil ouvidos pela Folha, porém, dizem que o avanço da distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões estão beneficiando outros líderes da legenda, entre eles o deputado Elmar Nascimento (BA), que teve a ida para um ministério vetada pelo PT.

Com isso, alguns parlamentares da União mais alinhados ao Planalto dizem que o partido entregará proporcionalmente mais votos ao governo do que MDB e PSD, siglas de centro-direita que também ganharam três ministérios cada.

RAIO-X
Davi Alcolumbre, 45 Vereador, deputado federal por três mandatos e eleito senador em 2014, foi alçado ao posto máximo do Senado no início do governo Bolsonaro. Na ocasião, enfrentou Renan Calheiros (MDB-AL) com o apoio do Palácio do Planalto. Na sua gestão, construiu uma rede de apoio a partir do controle sobre as bilionárias emendas de relator. Depois de eleger o aliado Rodrigo Pacheco em 2021, passou a presidir a CCJ, a comissão mais importante do Senado

Ranier Bragon/Folhapress

Homem é encontrado morto com comprovante de prêmio da Mega Sena

"A Polícia Civil do Paraná aguarda laudos periciais que auxiliarão no andamento das diligências", disse a corporação. O homem vivia em Campo Mourão, no interior do estado. Segundo a polícia, a equipe localizou um documento da Caixa Econômica Federal informando o prêmio na loteria.

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Um homem foi encontrado morto num quarto de hotel em Curitiba na última quinta-feira (2) com um comprovante de prêmio de R$ 398 mil da Mega-Sena na mala. De acordo com a Polícia Civil do Paraná, não havia sinais de agressão no corpo. A principal suspeita é de que a causa da morte tenha sido um infarto.

"A Polícia Civil do Paraná aguarda laudos periciais que auxiliarão no andamento das diligências", disse a corporação. O homem vivia em Campo Mourão, no interior do estado. Segundo a polícia, a equipe localizou um documento da Caixa Econômica Federal informando o prêmio na loteria.

O comprovante é dado pelo banco quando o prêmio supera o valor de R$ 10 mil. Nesses casos, o pagamento só ocorre dois dias após a apresentação do bilhete na agência –motivo pelo qual é dado o recibo. A Polícia Militar foi acionada depois de funcionários do hotel notarem a ausência do hóspede e não conseguirem contato com ele. Os agentes arrobaram a porta do quarto e encontraram o homem morto.

Homem ateia fogo no próprio corpo em protesto contra o STF

O homem tem 58 anos, é natural da cidade de Botucatu, em São Paulo, e chegou a proferir gritos contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes
Um homem ateou fogo no próprio corpo nesta terça-feira, 31, no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em protesto contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

O caso foi revelado pelo Portal Metrópoles e confirmado pelo Estadão. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), os policiais foram acionados às 16h30 para averiguar uma possível tentativa de suicídio. Ao chegarem ao local, constataram que o homem teria colocado fogo em si mesmo.

Segundo testemunhas, o homem tem 58 anos, é natural da cidade de Botucatu, em São Paulo, e chegou a proferir gritos contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, em que dizia 'Morte ao Xandão'. Conforme a polícia, pessoas que estavam no local conseguiram apagar as chamas e acionaram o SAMU. O homem foi hospitalizado. Seu estado de saúde não foi divulgado.

Junto ao homem, foram encontrados papéis com fotos de Johann Georg Elser, conhecido por ter tentado matar o ditador nazista Adolf Hitler; do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela; e de Claus von Stauffenberg, conhecido por comandar a operação Valquíria, que também tentou assassinar Hitler. Todas vinham acompanhadas da frase 'Perdeu, mané', expressão que o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, usou ao ser abordado em Nova York por um manifestante bolsonarista.Por: Noticias ao minuto.

Afundamento de porta-aviões francês pela Marinha brasileira repercute na França

A Marinha brasileira anunciou nesta sexta-feira (3) que afundou no oceano Atlântico um antigo porta-aviões francês, que estava desativado e, segundo o Ministério Público Federal (MPF), repleto de resíduos tóxicos. A decisão, criticada por ONGs que defendem o meio ambiente, teve repercussão na França.

O procedimento "planejado e controlado ocorreu no fim da tarde" a cerca de 350 quilômetros da costa e em uma área de "profundidade aproximada de 5 mil metros", informou a Marinha. A decisão, anunciada esta semana, causou polêmica porque o antigo porta-aviões "Foch", de 266 metros de comprimento, está cheio de amianto, tintas e outros resíduos tóxicos, segundo várias ONGs e o MPF.

"A sucata da embarcação atualmente conta com 9,6 toneladas de amianto, substância com potencial tóxico e cancerígeno, além de 644 toneladas de tintas e outros materiais perigosos", afirmou esta semana o MPF, que tentou evitar o afundamento com múltiplos recursos judiciais.

As notícias do impasse e, agora, do afundamento da embarcação foram acompanhadas pela imprensa da França, fabricante do navio. A “joia” da Marinha francesa, que serviu a todos as grandes operações militares do país a partir dos anos 1960, foi substituída pelo nuclear Charles de Gaulle nos anos 1990. O Foch então foi vendido para o Brasil em 2000, relembrou o consultor em Defesa Jérôme Pellistrandi, general da reserva, em entrevista à emissora BFMTV na manhã deste sábado (4).

“Havia amianto porque, na época da construção, se colocava muito. Mas a maior parte desse amianto foi retirada” antes da operação para afundar o porta-aviões, ressaltou o especialista. “Afundar aviões é algo que é feito com uma certa frequência. Os americanos já fizeram, com porta-aviões”, destacou o general, ao principal canal de notícias francês. “O que restou foram basicamente 28 toneladas de aço, tinta e um pouco de amianto”, alegou.

O assunto é destaque na imprensa escrita e online, que publica reportagem da agência AFP sobre o assunto. O texto frisa que as organizações ambientais Greenpeace, Sea Shepherd e Basel Action Network denunciaram uma "violação de três tratados internacionais" sobre o meio ambiente. Para elas, o naufrágio causará danos "incalculáveis", com "impactos na vida marinha e as comunidades costeiras", disseram as ONGs, em uma declaração conjunta.

Contaminação virá ao longo dos anos, diz ONG francesa

A organização ambiental francesa Robin des Bois, que combate a poluição industrial, afirma que o navio é "um pacote tóxico de 30 mil toneladas". À RFI, o presidenteda associação, Jacky Bonnemains, destaca que “a contaminação futura pelos produtos tóxicos não se conta em dias, mas em anos”.

“Ela vai ocorrer na medida em que toda a estrutura do navio for se degradando e que os químicos poluentes forem se soltando e se dispersando, até que, pouco a pouco, vão chegar na costa brasileira”, assegurou Bonnemains.

No Brasil, o Ministério Público Federal argumentou que "nota técnica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aponta para o risco de danos ambientais graves no caso de eventual afundamento, especialmente levando em consideração que o casco se encontra avariado". O navio vagou por seis meses no Atlântico.

Risco de naufrágio espontâneo

Na quarta-feira (1º), a Marinha do Brasil e o Ministério da Defesa anunciaram que não havia outra opção a não ser afundá-lo, devido ao mau estado da embarcação e por não encontrarem um porto para acolhê-lo. Caso contrário, disseram, um afundamento espontâneo do casco seria inevitável.

A operação ocorreu logo após a autorização de um juiz de segunda instância, que rejeitou um pedido do MPF, de acordo com a imprensa brasileira. "O procedimento foi conduzido com as necessárias competência técnica e segurança pela Marinha do Brasil, a fim de evitar prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Estado brasileiro", garantiu a Marinha.

Construído na década de 1950 em Saint-Nazaire, no oeste da França, o "Foch", que serviu à Marinha francesa por 37 anos, foi afundado por um rebocador holandês, contratado pelo estaleiro turco Sok Denizcilik. O estaleiro havia comprado o porta-aviões como sucata em abril de 2021 para desmontá-lo, mas corria o risco de abandoná-lo, por não encontrar um porto para recebê-lo.

Em junho de 2022, o estaleiro turco obteve autorização das autoridades brasileiras para conduzi-lo até a Turquia para ser desmontado. Mas, quando estava na altura do estreito de Gibraltar, no final de agosto, órgãos ambientais turcos informaram que a embarcação não era mais bem-vinda.

A antiga glória da Marinha Francesa, capaz de catapultar aeronaves de 12 a 15 toneladas a uma velocidade de decolagem de 278 quilômetros por hora, havia sido rebatizado pelo Brasil como "São Paulo".

Com informações da AFP

Choque e Cipe MA encontram armas próximas a área indígena

Duas espingardas calibres 12 e 32, um rifle e munições dos calibres 12, 32, 44, 380 e 556 foram encontrados, na quinta-feira (2), pela Força Integrada (FI) de Combate a Crimes Comuns envolvendo Povos e Comunidades Tradicionais, em uma fazenda na zona rural do município de Prado, no Extremo-Sul do estado. Um indígena de 70 anos, que portava um dos armamentos, foi levado para a Delegacia.

Equipes do Batalhão de Choque (BPCHoq) e da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Mata Atlântica realizavam diligências pela região da Fazenda Sacola, quando foram acionados por populares para a resolução de um conflito motivado por uma possível invasão.

Após solucionar a discussão, as equipes seguiram em patrulhamento quando avistaram escondidos embaixo de uma plantação de café, uma espingarda, um rifle e outras munições.

“Nós apreendemos o material e, durante continuidade das varreduras, avistamos o idoso com outra espingarda nas costas. Ele não resistiu a abordagem e o conduzimos para a sede da 8ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) de Teixeira de Freitas”, disse o comandante do Choque, tenente-coronel Wildon Teixeira.

Na unidade da Polícia Civil, de acordo com a titular, delegada Valéria Fonseca, o homem foi ouvido e detalhou ser portador de uma das armas, repassada através de herança.

“Após o interrogatório, nós instauramos um inquérito regular para investigar o caso e o liberamos por conta das condições de saúde do idoso. As armas e munições foram encaminhadas para o Departamento de Polícia Técnica para serem periciadas”, concluiu a delegada.
Fonte: Ascom / Rafael Rodrigues

Trio que exibia armas e ameaçava rivais na rede social é localizado

Três homens ligados ao tráfico de drogas no Alto do Basílio, em Ilhéus, e que usavam as mídias sociais para divulgar vídeos e fotos de armas e ameaçarem rivais foram localizados pela 70ª Companhia Independente de Polícia Militar, na madrugada desta quinta-feira (2). Pistolas e revólver foram encontrados.

Segundo o comandante da 70ª CIPM, major Leonardo Álvaro Vieira Pereira, os três já tinham histórico no tráfico de entorpecentes e eram relacionados a crimes contra a vida ligados ao comércio ilegal.

Denúncias levaram os policiais até a localidade, onde o trio se preparava para uma nova investida criminosa. Eles perceberam a presença policial, dispararam contra as equipes e acabaram feridos. Socorridos para o Hospital Regional Costa do Cacau, mas não resistiram.

Uma pistola automática 9 milímetros, uma pistola Bersa 9 mm, um revólver calibre 38, 12 munições intactas, mais de 40 cartuchos deflagrados e dois celulares foram encontrados com o grupo.

O caso foi registrado na Corregedoria da Polícia Militar.

Fonte: Ascom | Marcia Santana

Fuzil, granadas e revólveres são apreendidos em Feira de Santana

Flagrante ocorreu, nesta sexta-feira (3), durante ações de reforço do patrulhamento ostensivo na cidade.
Fuzil, granadas, revólveres, colete balístico e drogas foram apreendidos pela Polícia Militar, nesta sexta-feira (3), em Feira de Santana. O flagrante ocorreu durante ações de reforço do patrulhamento ostensivo na cidade.

Equipes da Rondesp Leste, com apoio do Grupamento Aéreo (Graer), patrulhavam no bairro da Queimadinha, em combate a uma organização criminosa, quando avistaram homens armados.

Os criminosos atiraram contra as equipes da Rondesp Leste e houve confronto. Três traficantes acabaram atingidos, foram socorridos, mas não resistiram. O restante do bando conseguiu escapar.

No local os PMs apreenderam um fuzil calibre 5,56, duas granadas, dois revólveres calibre 38, munições, 422 pedras de crack, um colete balístico, 90 pinos de cocaína, uma porção de haxixe e pinos para embalar drogas. Os materiais foram apresentados na Central de Flagrantes.

"Parabéns aos incansáveis policiais baianos. Atuaremos sempre com inteligência e repressão qualificada. Nosso foco é realizar a captura, mas estamos preparados para agir em legítima defesa se formos atacados. Não daremos trégua ao crime organizado", enfatizou o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.


Fonte: Ascom/Alberto Maraux

Al Hilal vence e pega o Flamengo na semifinal do Mundial de Clubes

O Flamengo já sabe quem será o seu adversário nas semifinais do Mundial de Clubes da Fifa. O adversário do Rubro-Negro será o Al Hilal (Arábia Saudita), que, neste sábado (4), bateu o Wydad Casablanca (Marrocos) por 5 a 3 na disputa de pênaltis, após um empate por 1 a 1 no tempo regulamentar.

Apesar de ficar com a vitória final, a equipe saudita viu os marroquinos abrirem o placar no Estádio Príncipe Moulay Abdellah. Aos 6 minutos do segundo tempo El Amloud marcou de cabeça após cobrança de escanteio. Porém, já nos acréscimos do tempo regulamentar, Kanno cobrou bem a penalidade máxima para garantir o empate e fazer com que o jogo fosse para a prorrogação. Como a igualdade perdurou no tempo-extra, a classificação para as semifinais teve que ser definida nas cobranças de pênaltis.

Na disputa de pênaltis, o Al Hilal foi perfeito, enquanto o Wydad Casablanca viu o lateral Attiat Allah desperdiçar a sua cobrança. Agora, a equipe saudita disputa uma vaga na grande decisão com o Flamengo a partir das 16h da próxima terça-feira (7) no Estádio Ibn Batouta, em Tânger (Marrocos).

Al Ahly será adversário do Real Madrid

Também neste sábado, mas no Estádio Ibn Batouta, em Tânger (Marrocos), o Al Ahly (Egito) derrotou o Seattle Sounders (Estados Unidos) por 1 a 0 e enfrentará o Real Madrid (Espanha) na outra semifinal da competição. O único gol da partida foi marcado pelo meio-campista Afsha.
Por Agência Brasil - Rio de Janeiro

Como o garimpo ilegal ‘esquenta’ ouro de terras indígenas no Brasil

A Terra Indígena Yanomami, entre os estados de Roraima e Amazonas, tem 1.557 hectares ocupados por lavras de garimpo, o equivalente a 1.442 campos de futebol. As imagens são inequívocas sobre a destruição local. No entanto, não há vestígio oficial do ouro em Roraima ou produção legal no Amazonas.

A abertura das crateras ao longo dos anos, seguida do sumiço de um volume ainda incalculável, mas potencialmente gigantesco, do metal precioso, é interpretado pelos especialistas como um atestado de força econômica da lavra garimpeira, amparada por um arcabouço regulatório com tantas brechas que chega a ser considerado “pró crime”.

Quem acompanha o problema diz que o maior desafio do grupo de trabalho criado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para propor ações contra o garimpo ilegal é rever as normas anacrônicas.

“O governo já falou que vai tirar os garimpeiros da terra Yanomami, mas se você não desmonta essa estrutura, amanhã eles voltam É como enxugar gelo”, diz Larissa Rodrigues, gerente de Projetos do Instituto Escolhas, que atua contra o garimpo ilegal.

Em 2020, o Ministério Público Federal lançou uma publicação intitulada “Mineração Ilegal de Ouro na Amazônia – Marcos Jurídicos e Questões Controversas”. Basicamente, eram 260 páginas explicando como a estrutura normativa do garimpo precisa ser revista.

O documento destaca que o erro básico da legislação é trabalhar com a imagem do garimpo peneirando pepitas na margem de um rio. A exploração agora conta com maquinário pesado, aviões, balsas, dragas, escavadeiras hidráulicas. Produz rastros de destruição socioambiental em reservas indígenas e florestas, com índices alarmantes de ilegalidade, não raro associada ao crime organizado.

A atividade paira numa espécie de limbo.

“Apesar do porte e das máquinas, a lógica garimpeira não se equipara à mineração formal das empresas. No garimpo, não há controle empresarial ou ambiental. Basta um gritar ‘ouro!’ e a turma vem”, afirma o advogado Fernando Scaff, especialista em tributação mineral.

“Tem gente com muito dinheiro para bancar o descontrole que vemos e, na outra ponta, tem quem se equipara a escravo.”

DE LAVRA FANTASMA À NOTA FISCAL DE PAPEL

O item primordial para registro do ouro garimpado é a apresentação da PLG (Permissão de Lavra Garimpeira), concedido pela ANM (Agência Nacional de Mineração). Uma boa parte das PLGs utilizadas no registro de ouro ilegal é emprestada. O clandestino usa a permissão de uma área legal, mancomunado com seu dono ou funcionário, quando precisa esquentar o ouro.

Também é possível, com certa facilidade, emitir o documento de uma lavra fantasma, como se diz, numa área onde não há ouro. Ou, ainda, conseguir registro para operar um local onde já se extraiu o minério, mas nada restou, com o argumento de que ainda há ouro.

A ANM solicita laudos geológicos, mas não faz uma diligência ao local, em parte, por falta de estrutura. Há anos, profissionais da área de mineração alertam para o sucateamento da agência.

O elo chave da cadeia que esquenta o metal precioso é o primeiro comprador oficialmente registrado. A maioria do ouro que circula no país acaba virando ativo financeiro, e por uma razão simples: o tributo é mais baixo nessa categoria. Então, precisa ser vendido para uma instituição financeira autorizada a operar pelo BC (Banco Central). A maioria nesse segmento é DTVM (Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários).

Nesse estabelecimento, o garimpeiro entra com uma PLG e sai com a nota fiscal. Um dos locais mais conhecidos com estrutura para legalizar o minério na Amazônia é a cidade de Itaituba, no Pará, onde se encontram filiais dessas instituições financeiras.

Nesse processo, a PLG costuma ser acompanhada de uma declaração de “boa-fé”, garantindo que aquele documento diz a verdade. Oficialmente, o expediente isenta a DTVM da responsabilidade de checar a veracidade.

O uso da boa-fé num negócio propenso ao crime é criação recente de deputados e senadores. Foi instituído em 2013, graças a uma emenda inserida em um projeto de lei que tratava de seguro para safra agrícola.

Há uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) que tenta derrubar a boa-fé, e dois projetos de lei estão tramitando no Congresso com propostas para mudar a legislação, incluindo a criação de um sistema para rastrear o ouro. Mas tudo anda devagar.

Não há uma bancada do garimpo organizada no Congresso. No entanto, existem deputados e senadores ligados à atividade. Levantamento da Folha de S.Paulo indicou que aos menos oito parlamentares que garantiram mandatos na eleição de 2022 têm ligações com extração mineral, incluindo garimpo.

Os órgãos reguladores da área financeira têm dificuldade até de interpelar instituições suspeitas. A boa-fé, por exemplo, limita a ação do BC, uma vez que a DTVM pode alegar não ser obrigada a exigir procedência do metal.

Pelo menos 30% do ouro comercializado no Brasil, de janeiro de 2021 a junho de 2022, têm indícios de procedência irregular, segundo um dos principais levantamentos sobre a legalidade do ouro no país. A metodologia do estudo foi desenvolvida numa parceria entre o Ministério Público e os pesquisadores Bruno Antônio Manzollli e Raoni Rajão, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Em janeiro, uma denúncia provocou a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a abrir investigação sobre cinco DTVMs.

O levantamento também aponta que os maiores gargalos estão na lavra de garimpo, em comparação à concessão, regime adotado para empresas de maior porte, cujas exigências para instalação e operação são muito mais rigorosas.

Em Minas Gerais, o maior e mais antigo estado produtor de ouro, prevalece a concessão para a exploração do ouro, e 92% dele é legal. No Pará, região de garimpo por excelência, 48% do ouro têm indícios de irregularidades.

A nota fiscal, o documento definitivo da legalização, é outro item criticado pelos especialistas.

Uma instrução da Receita Federal de 2001, alterada em 2010, que trata do ouro como ativo financeiro, diz que a nota fiscal deve ser emitida por instituição financeira ou cooperativa de garimpeiro autorizadas pelo BC. Mas também determina que esse documento, em pleno século 21, deve ser obrigatoriamente emitido em papel.

Não houve, na norma, justificativa para a decisão, considerada mais estranha pelo fato de o ouro como mercadoria ter nota eletrônica.

Há relatos de que na operação Dilema de Midas, em 2019, que apurou irregularidades em ouro extraído da bacia do Tapajós, a Polícia Federal precisou fazer uma força tarefa para digitalizar milhares de notas fiscais o mais rápido possível e viabilizar as investigações.

Se a nota fiscal fosse digital, seria mais ágil e eficiente fazer o cruzamento dos dados e conferir quanto ouro sai de cada lavra, e até o tipo de ouro, explica o delegado Alexandre Saraiva, que foi superintendente da Polícia Federal em Amazonas, Maranhão e Roraima por quase uma década.

‘RECICLAGEM’ DE JOIAS

Outra maneira de legalizar o ouro de garimpo é declarar que vem da reciclagem de joias.

Em 2020 dois americanos quase conseguiram deixar o país com 35 kg do ouro, via Manaus, alegando ser produto de reciclagem. No aeroporto, no entanto, havia sido instalado há poucos dias um aparelho capaz de ler a composição do metal. A análise mostrou que a peça tinha 98% de impureza, denunciando que se tratava de ouro de garimpo.

“Com imagens de satélite, de alta resolução, por exemplo, já é possível ver se uma mina declarada está operando”, diz Saraiva. “Quanto maior a digitalização, melhor o combate à ilegalidade.”

A maior parte do ouro brasileiro segue para a exportação e, ao que tudo indica, misturado ao de garimpo.

O estado que oscila entre segundo e terceiro lugar como maior exportador é São Paulo, onde estão as empresas capazes de fazer a etapa final de purificação para uso financeiro do metal. Nesse processo se misturam o ouro vindo de vários pontos do país, acabando de vez com a possibilidade de se registrar a origem do metal de garimpo.

O ouro da terra Yanomami pode ter feito esse périplo de legalização, via Pará, e deixado o país por São Paulo. Mas há também quem acredite que o grosso pode ter sido contrabandeado ao norte, pelas fronteiras de Suriname, Guiana e Venezuela, atendendo traficantes de drogas e de armas.

Naquela região, as investigações apontam conexões da lavra de garimpo com PCC, Comando Vermelho e Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

A percepção é que o trabalho seria mais ágil e eficiente caso houvesse colaboração consistente e permanente de todos os organismos, que hoje atuam isoladamente. Não apenas força tarefa eventual.

“Crimes financeiros são complexos, multidisciplinares, envolvem diferentes competências de investigação, então, a estrada possível para coibir o comércio ilegal e a evasão de divisas relacionadas à extração ilícita do ouro seria a ação conjunta dos órgãos federais, incluindo PF, BC, CVM, Receita Federal, em cooperação internacional com autoridades que monitoram esse ouro em outros países”, diz Leandro Chiarottino, advogado especializado em contenciosos ligados a fraudes financeiras.

ÓRGÃOS RECONHECEM LIMITAÇÕES E BUSCAM MODERNIZAR NORMAS

A ANM enviou à reportagem detalhes da lei que regula a autorização para lavra garimpeira e destacou que, apesar dos esforços, é possível subverter a Permissão de Lavra Garimpeira (PLG).

“Efetivamente, a comercialização do ouro proveniente de uma PLG em regiões remotas do Brasil pode ser manobrada de modo a utilizar uma PLG legalmente outorgada, para ‘esquentar’ um ouro de origem ilícita”, destacou a nota enviada à reportagem.

A agência afirma que sua equipe checa os registros geológicos das áreas que são pleiteadas para lavras de ouro, como forma de conferir se é favorável à ocorrência do minério. Contudo, disse que existe a possibilidade da outorga de uma PLG em local com insuficiência de dados geológicos.

O BC destacou que interage com outros integrantes da cadeia de comercialização do ouro em fóruns sobre o assunto, como a Enccla (Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e a Lavagem de Dinheiro) e se colocou à disposição para integrar grupos de trabalho que busquem melhorar a ação do Estado.

“Nesse sentido, o BC apoia iniciativas que possam aprimorar o marco legal para a fiscalização do comércio do ouro tais como a revogação da presunção de legalidade na aquisição do ouro por instituição financeira e a exigência de nota fiscal eletrônica, conforme tem sido veiculado na imprensa nos últimos dias”, afirma o texto.

“O BC também apoia a criação de mecanismos privados que aumentem a rastreabilidade da cadeia produtiva do ouro.”

A Receita Federal destacou em nota que ampliou os esforços conjuntos para aperfeiçoar os controles das operações com ouro, estreitando contato com BC, ANM, PF e Ministério de Minas e Energia.

“Em relação à documentação fiscal relativa às operações com ouro –ativo financeiro ou instrumento cambial– informa-se que será substituída por modelos de documentos eletrônicos, em fase de especificação para posterior desenvolvimento”, destacou o texto.

Alexa Salomão/Folhapress

Brasil sob Lula vai na contramão de novo ânimo global

O presidente Lula
Novos indicadores globais mostram que o Brasil caminha na contramão das principais economias que enfrentaram problemas inflacionários e estruturais nos últimos anos.

Enquanto Estados Unidos, zona do euro, Japão e emergentes como Índia projetam desacelaração nos preços em 2023 (ou estabilidade, como China) sem um choque maior de juros, as previsões no Brasil têm piorado sistematicamente.

O Brasil tem a maior taxa de juros entre esses países para tentar desaquecer a economia e debelar a escalada dos preços. São 13,75% de juros ao ano, quase 8 pontos percentuais acima da inflação.

Mesmo assim, as pressões inflacionárias no Brasil seguem firmes. E devem aumentar quando o governo reonerar impostos sobre gasolina e álcool. A volta da tributação foi adiada para o fim de fevereiro e integra o pacote de ajuste fiscal que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) apresentou para atacar o desequilíbrio fiscal, esperando arrecadar R$ 29 bilhões com a reoneração.

Para especialistas, enquanto o quadro internacional mudou para melhor, indicando um futuro mais promissor, o governo brasileiro ainda não convenceu empresários e agentes de mercado sobre como controlará a expansão do gasto e de sua dívida pública.

O resultado tem sido insegurança entre empresas e mercado; e mais pressão sobre a inflação —num ambiente agravado por falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra juros altos, meta de inflação, autonomia do Banco Central e responsabilidade fiscal.

Na maior fatia dos eleitores de Lula, os mais pobres, a inflação é a principal ameaça para a corrosão da popularidade do presidente. Eles não contam com mecanismos de proteção dos mais ricos, como aplicações indexadas aos juros, e gastam a maior parte da renda com alimentação. Em 12 meses, com a inflação oficial em 5,9%, os alimentos sobem 11,5%.

Na semana passada, o economista-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), Pierre-Olivier Gourinchas, afirmou que 2023 deve representar o “ponto de virada” para muitos países e revisou para cima as estimativas de crescimento em relação a outubro passado (exceto para o Reino Unido).

O Fundo prevê que cerca de 84% dos países terão inflação menor em relação a 2022, o que reduziria a pressão para que seus bancos centrais subam os juros, deprimindo as economias.

Também na semana passada, EUA e zona do euro anunciaram aumentos de 0,25 e 0,5 ponto percentuais em suas taxas básicas de juro. Elevando-as, respectivamente, para até 4,75% e 3% ao ano.

Segundo José Júlio Senna, ex-diretor do Banco Central e chefe do Centro de Estudos Monetários do Ibre-FGV, como a expectativa de inflação norte-americana é de 3,4% neste ano (consenso da Bloomberg), os EUA estarão operando com juros acima da inflação. No caso europeu, a Bloomberg projeta inflação de 5,9% (ante juro agora em 3%).

“Com uma inflação de demanda e mercado de trabalho aquecido, os EUA já estão com o juro em terreno contracionista. Na Europa, cerca de 43% da inflação vêm de choques de oferta, como energia e alimentos, daí que o aperto de juros não será tão severo. Mas, nos dois casos, novas altas moderadas podem ser esperadas”, diz Senna, também consultor associado da MCM.

O juro real (acima da inflação) levemente positivo nos EUA e ainda negativo na Europa —duas regiões com a inflação em declínio— contrastam com a situação brasileira de taxas reais perto de 8% ao ano e preços sob pressão.

Há sete semanas sobe a estimativa de inflação para 2023 na pesquisa Focus do Banco Central. Na segunda passada (30), ela chegou a 5,74% —praticamente o mesmo nível do IPCA fechado em 2022 (5,79%). Alguns bancos e consultorias já projetam 6,5%.

“Quase todo o plano de ajuste fiscal do governo Lula passa pelo aumento da receita, o que acaba tendo impactos inflacionários, e não pelo corte de gastos. Isso tem levado à desancoragem das expectativas de inflação e à alta dos juros, com títulos mais longos do Tesouro pagando entre 6% e 6,5% ao ano, mais inflação. Quanto tempo o país aguenta algo assim?”, questiona Senna.

Segundo o economista Affonso Celso Pastore, da AC Pastore & Associados e ex-presidente do Banco Central, a dívida pública brasileira tem prazo médio de quatro anos, o que requer a rolagem de cerca de 25% dela a cada ano com a venda de novos títulos no mercado —que hoje pagam juros reais elevadíssimos.

“O juro real alto faz a dívida pública aumentar e o PIB, diminuir, piorando a relação entre o tamanho da dívida e o PIB [73,5% em 2022]. Com a piora do indicador, o mercado vai exigir juro maior para rolar a dívida, levando a uma profecia negativa autorrealizável”, diz.

Pastore afirma que, até aqui, o governo Lula vem apresentando uma estratégia expansionista (de mais gastos) e que, apesar das reclamações do presidente sobre o nível dos juros, o Banco Central já deixou claro que manterá as taxas elevadas enquanto a política fiscal não controlar as despesas e as expectativas.

Com a PEC aprovada antes de Lula assumir, sua equipe ampliou o espaço para gastos em cerca de R$ 170 bilhões neste ano, o que deve pressionar a inflação pelo lado da demanda do governo —embora Fernando Haddad tenha dito que não pretende gastar todo o valor.

Para Lívio Ribeiro, pesquisador do Ibre-FGV e sócio da consultoria BRCG, um dos sintomas da desconfiança na capacidade do governo de ajustar suas contas para que o Banco Central possa baixar os juros e dar chance ao crescimento é que moedas de emergentes têm se valorizado mais do que o real frente o dólar —apesar do juro real brasileiro de 8 pontos acima da inflação; que, em tese, levaria investidores internacionais a trazer dólares ao Brasil para aproveitar esse ganho.

Na quinta passada (2), depois de o BC deixar claro que o juro no Brasil pode continuar elevado por mais tempo caso não haja providências na área fiscal, o dólar chegou a cair abaixo de R$ 5 por conta da atração da taxa. Mas voltou a subir a R$ 5,15 no dia seguinte após Lula, em entrevista, criticar novamente a autonomia do BC e o juro alto.

“O fato é que continuamos diante de uma incerteza brutal de quais serão as regras do jogo. Os primeiros movimentos do governo vão no sentido contrário ao de uma consolidação fiscal que permita ao Banco Central baixar o juro. O que temos é a perspectiva de mais gastos; e um pacote fiscal pelo lado da receita, via aumento da arrecadação e impostos”, afirma Ribeiro.

Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, afirma que a comunicação recente do Ministério da Fazenda no sentido de um ajuste fiscal via arrecadação (que pode acabar redundando em mais gastos), além do “ruído desnecessário” provocado pelas declarações de Lula, começam a apontar para um risco que não existia há algumas semanas: de Banco Central aumentar ainda mais os juros para conter pressões inflacionárias, elevando a dívida pública e deprimindo mais a economia.

“Todos os sinais são de um Banco Central agressivo. Em seu último ano de mandato [2024], [Roberto] Campos Neto [presidente do BC] provavelmente fará de tudo para tentar entregar a inflação na meta [de 3%, com tolerância até 4,5%]”, afirma Vale. “Se o fiscal não ajudar, juros maiores podem ser necessários.”

Fernando Canzian/Folhapress

Ibirataia: Homem é preso pela Polícia Militar por tráfico de entorpecentes.

Por volta das 16h10min, dessa sexta-feira (03/02/23), após denúncia anônima, via telefone funcional, de que um indivíduo, vulgo "Barriga de bosta," estaria traficando entorpecentes na Rua Clementino Dias Das Virgens, no Bairro Rômulo Calheira, em Ibirataia, a guarnição da 55ª CIPM/Ibirataia deslocou ao local para averiguar.

Chegando no local, os policiais militares se depararam com delinquente, que, ao perceber a presença da PM, dispensou ao solo, um vasilhame de desodorante, de cor preta.

Durante a abordagem, foram encontradas dentro do vasilhame de desodorante, aproximadamente, 58 pedras de crack, embrulhadas em papel transparente, prontas para venda, além da quantia de R$ 238,25, no bolso do criminoso. 

O criminoso foi apresentado na delegacia territorial de Ibirataia, para a adoção das medidas cabíveis.

OBS: o autor Vale já possui passagens por tráfico de entorpecentes, e cumpriu prisão devido a tentativa de homicídio.

Autor: Marcos Antônio Santos Ramos. Nasc: 13/04/2003. Naturalidade: Ibiratai, Endereço: Rua Marlene do Rosário, Bairro Alto do Mirante, Ibirataia-BA.


Material apreendido: 57 Pedras de Substância Análoga a Crack;, A quantia de R$ 238,25 (duzentos e trinta oito reais e vinte e cinco centavos), em lutas miúdas, 01 (um) Celular, marca Samsung, cor azul, modelo A10.

Informações: Ascom/55ª CIPM /PMBA, uma Força a serviço do cidadão!

Ibirataia: Mulher é presa pela Polícia Militar , por tráfico de entorpecentes após ser flagrada com entorpecentes nas partes íntimas

Por volta das 22h30min, dessa sexta-feira (03/02/23), a guarnição da 55ª Ibirataia foi acionada por prepostos da Fundação Hospitalar de Ibirataia, relatando que uma jovem mulher havia dado entrada naquela unidade hospitalar se queixando de dores abdominais. Após exames, foi retirada da vagina da paciente um pacote enrolado em fita adesiva preta.

Após a chegada da guarnição, foi verificado que o material se tratava de uma substância análoga à maconha.

A criminosa relatou que nessa mesma data foi fazer uma visita no Conjunto Penal de Jequié a um indivíduo de nome Caíque, vulgo Gaguinho, para levar a droga, porém, não conseguiu retirar o objeto. Dessa forma, deslocou até a cidade de Ibirataia para retirar o material, tendo em vista, que em Ipiaú não havia conseguido fazer a retirada por não possuir o Cartão do SUS.

A infratora foi conduzida e apresentada no Plantão Central, na delegacia de Ipiaú.

Infratora: Elisângela Reis Barreto,.Nasc: 08/09/2003. Naturalidade: Ipiau. Endereço: Rua Beira Rio, Bairro Antônio Lourenço, Ipiaú.
Material apreendido: 1 Pacote pesando, aproximadamente, 350 gramas de substância Análoga a maconha. 01 Celular Samsung cor Azul.

Informações: Ascom/55ª CIPM /PMBA, uma Força a serviço do cidadão!

Lula completa um mês de governo mais à esquerda do que no primeiro mandato


O presidente Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completa um mês de seu terceiro mandato com um perfil mais à esquerda e voltado para a sua base do que o adotado quando assumiu o Executivo pela primeira vez, em 2003.

O mandatário tem feito sinalizações a esse campo político na economia e nos costumes em um ritmo mais intenso do que em sua estreia no Palácio do Planalto.

Uso de linguagem neutra, nomeações de economistas com convicção intervencionista, intensificação de pautas voltadas às minorias e enfrentamento com militares marcaram o primeiro mês do novo governo.

Em 2003, por sua vez, o presidente iniciou o mandato com mais gestos em direção ao mercado financeiro, evitou o embate com as Forças Armadas e deu menos protagonismo a temas ligados à esquerda, como a questão indígena.

Na ocasião, para o Ministério da Fazenda, escolheu uma equipe com perfil mais liberal em relação a 2023. Para a pasta, indicou um petista de confiança, assim como neste ano. Mas Antonio Palocci escolheu para o segundo escalão economistas que agradavam mais ao mercado financeiro do que os atuais secretários do órgão.

Além disso, nomeou para o Banco Central Henrique Meirelles, um banqueiro à época eleito deputado pelo PSDB.

A equipe atual de Lula tem um forte componente desenvolvimentista, com a escolha de Fernando Haddad para a Fazenda e a presença no time de economistas mais à esquerda, como Guilherme Mello. Por outro lado, agradam ao mercado a atuação de Simone Tebet no Planejamento e há economistas mais ortodoxos, como Bernard Appy, encarregado de negociar a reforma tributária.

Em outra sinalização para o mercado em 2003, o governo Lula 1 efetuou logo em seu início um corte orçamentário de R$ 14 bilhões —R$ 44 bilhões em valores atualizados —e elevou a meta de superávit primário para 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto).

Um exemplo de contraste de discurso entre as gestões Lula 1 e 3 veio à tona com a participação na cerimônia de reabertura dos trabalhos legislativos. Na última semana, por exemplo, na mensagem encaminhada ao Congresso Nacional, Lula afirmou que o teto dos gastos “teve efeitos destrutivos sobre as políticas sociais”. No mesmo evento em 2003, o petista usou a sua fala para justificar os cortes orçamentários e afirmou de modo taxativo que as medidas durariam “o tempo necessário”.

Atualmente, o petista tem feito críticas ao mercado ao cobrar “responsabilidade social” desse segmento, acenando para sua base política.

No último dia 18, por exemplo, em evento com representantes das centrais sindicais no Palácio do Planalto, Lula afirmou que briga com os economistas do partido dizendo ser preciso “mudar a lógica” do Imposto de Renda para garantir isenção a quem ganha até R$ 5.000, além de fazer os mais ricos pagarem mais.

Parlamentares avaliam que é preciso aguardar as primeiras medidas da área econômica para saber se a retórica mais à esquerda será colocada em prática.

Na área dos costumes, Lula deu maior protagonismo neste ano a temas como a diversidade, algo que não foi tão central no início de seu primeiro mandato. O petista levou ao primeiro escalão, por exemplo, um ministério para tratar dos povos indígenas, o que não ocorreu há 20 anos.

Além disso, o presidente costuma mencionar a participação de mulheres e negros no seu governo. Lula 3 tem recorde no número de ministras, mas a maioria do primeiro escalão ainda é formada por homens brancos.

O petista foi eleito com o discurso de fazer um governo que contemplasse a diversidade de cor e raça do país. Dos 37 ministérios anunciados, 11 são comandados por mulheres (29%).

Antes da nova Esplanada de Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) era a que mais havia colocado mulheres no seu primeiro escalão. Simultâneas, foram 10 em 37 pastas (27%).

O número de Lula 3 representa um aumento expressivo em comparação com o seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).

No primeiro escalão da gestão passada, só havia uma ministra, Cristiane Britto, à frente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Bolsonaro não deu prioridade em sua administração para compor uma equipe diversa. Ele é adepto do discurso de que esse tipo de preocupação com representatividade “é mimimi”.

A pauta identitária, que visa ampliar a participação de diferentes setores da sociedade, é uma agenda mais presente na esquerda.

Quando tornou pública a sua primeira leva de ministros, durante a transição, Lula se antecipou às críticas e tentou justificar o fato de que os cinco titulares anunciados naquela ocasião eram homens.

“Vai ter outros ministérios. E vocês vão ver que a gente vai colocar muita gente para participar. Vai ter mulher, homem, negros, índios, vamos tentar montar um governo que seja a cara da sociedade brasileira, em sua total plenitude. Não se preocupe com isso”, disse no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), sede do governo de transição.

Além disso, em eventos oficiais, integrantes do governo têm usado com frequência a linguagem neutra, que é defendida por parte da esquerda como ferramenta para combater a discriminação contra minorias —o que não se via na primeira vitória do PT ao governo federal. A discussão também ainda não estava tão difundida na sociedade.

Líderes governistas, no entanto, já descartam avançar com o que chamam de “pauta de costumes da esquerda” no Congresso. A expressão “pauta de costumes” era usada para se referir à agenda conservadora de Bolsonaro.

Por ora, deverão ser deixados de lado assuntos que possam provocar ruído e prejudicar a agenda econômica, a exemplo da ampliação das regras do aborto legal.

O retorno de Marina Silva (Rede) como ministra do Meio Ambiente é outra forte sinalização do mandatário à esquerda. Ela deixou a pasta em 2008 sob o argumento de que estava perdendo a queda de braço dentro do governo Lula da época para os então governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi, e de Rondônia, Ivo Cassol, em relação a medidas de combate ao desmatamento.

A avaliação de integrantes do partido é que a conjuntura atual reforçou a necessidade de o chefe do Executivo estabelecer um viés progressista ao governo.

Por outro lado, interlocutores de Lula também destacam que o mote de “frente ampla” adotado pelo petista durante a campanha presidencial deve ser ser mantido. O petista conseguiu apoio de dez legendas ainda no primeiro turno.

Na montagem de seu ministério, em busca da governabilidade, ele abriu espaço para políticos de siglas como MDB, PSD e União Brasil.

Enquanto em seu primeiro mandato o principal adversário era o PSDB, partido de centro-direita, desta vez o rival de Lula é o ex-presidente Bolsonaro, da extrema direita.

Além disso, as invasões e depredações às sedes dos três Poderes colocaram o petista em choque com os militares, o que não ocorreu no primeiro mandato de Lula.

Nos bastidores, petistas creditam parte dos acenos de Lula à esquerda à influência de Rosângela da Silva, mais conhecida como Janja. A primeira-dama é atuante no dia a dia do governo e costuma ajudar o mandatário na tomada de decisões.

Militante petista desde 1983, ela faz a ponte de Lula com a classe artística e costuma reverberar, nos bastidores, as pautas progressistas.

Interlocutores do Planalto também dizem que o presidente deu ainda mais centralidade à atuação dos movimentos sociais dentro do governo. O presidente criou em todos os ministérios uma assessoria específica voltada à participação popular e assinou, na última semana, o decreto que cria o Conselho de Participação Social.

Além disso, um dos primeiros eventos dos quais participou no Planalto após eleito foi um encontro com sindicatos, sua base eleitoral desde que entrou na política nos anos 1970.

Matheus Teixeira , Victoria Azevedo , Renato Machado e Marianna Holanda/Folhapress

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