Zambelli critica Bolsonaro, diz que pode ser presa e pede trégua ao STF e foco em Lula

Na mira do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Superior Tribunal Eleitoral) por contestar a eleição, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) agora levanta a bandeira branca ao ministro Alexandre de Moraes.

Zambelli, fiel escudeira do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), diz que ele deveria ter sido claro ao pedir o fim de atos nos quartéis e deveria estar no Brasil para liderar a oposição —e que os discursos da direita podem, sim, ter levado às cenas de 8 de janeiro.

“Depois do dia 8, estou sendo bem mais cuidadosa para não ter mais pessoas se enganando. A gente está em outro patamar, agora não é hora de bater no STF”, diz.

Para ela, o foco da oposição deve ser o presidente Lula (PT).

O TSE suspendeu as redes da deputada em 1º de novembro. Moraes as devolveu neste mês, mas manteve multa de R$ 20 mil se houver publicações contra a democracia.

Na sexta (17), o STF rejeitou recurso da deputada e manteve seu porte de armas suspenso —a ação é decorrente do episódio na véspera do segundo turno, quando Zambelli apontou uma pistola para um homem com quem discutiu nos Jardins, em São Paulo. Ela foi denunciada por porte ilegal.

Terceira em número de votos, com 946.244 eleitores, atrás de Nikolas Ferreira (PL-MG) e Guilherme Boulos (PSOL-SP) e à frente de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Zambelli falou à Folha de um spa medicinal onde passou o fim de semana tratando uma crise de fibromialgia.

Em 2018, a sra. teve 73,6 mil votos. O que explica seu salto, sendo que outros bolsonaristas não tiveram sucesso? Em 2018, eu não era conhecida, o movimento Nas Ruas era. Agora, é uma junção da popularidade do meu nome à fidelidade que as pessoas encontraram em mim junto a Bolsonaro.

O que levou à derrota na eleição presidencial? Encontrei algumas poucas pessoas que diziam: vou votar em você, mas não no Bolsonaro, a senhora é mais light na hora de falar. Muito do julgamento foi pela forma de ele falar e menos pelo que ele fez, porque as pessoas aprovam o que ele fez.

A falsa tese de fraude nas urnas ainda ecoa? Não posso responder ou vou ter que pagar R$ 20 mil de multa.

Pode responder se isso é algo que escuta dos seus eleitores? O tempo todo. Hoje, no spa medicinal, vieram tirar foto comigo umas 40 pessoas, sendo que 30 questionaram o resultado. Mas não posso falar, até porque acho que está pacificado, agora é lutar de outra maneira.

Qual deve ser o foco da oposição? Já está superada a questão das urnas por nós parlamentares. Se ainda tem algo a ser feito, talvez seja voltar a falar sobre voto impresso.

Tenho dito que, como deputada, minha briga não pode ser a mesma da legislatura passada. Eu tinha o papel de defender Bolsonaro e o governo, qualquer um que os atacasse tinha que virar um alvo meu. Nesta legislatura, Bolsonaro não é mais presidente, então nosso alvo tem que ser Lula, seus feitos e desfeitos.

Bolsonaro disse que o governo Lula não vai durar, e a sra. já falou em impeachment. É uma possibilidade? Sim, Lula tem errado bastante. O impeachment precisa de um crime e de aderência política. Ele já cometeu crime de responsabilidade. Por exemplo, não ter feito a licitação dos móveis no Alvorada. Mas não é um crime tão popular. Porém acredito que logo ele vai cometer. O Congresso vai perceber que ele não está fazendo o que prometeu. A economia vai começar a dar errado, e ele vai ficar impopular.

Na eleição, a direita falava em conquistar o Senado e promover o impeachment de Moraes. Isso deve ser feito? Não. Bolsonaro não ganhando, a gente tem que virar a chave. Qualquer impeachment no STF, o substituto vai ser indicado por Lula. Pode entrar uma pessoa que faça as maldades do Alexandre de Moraes parecerem uma criança chupando picolé.

O Metrópoles publicou que a sra. procurou o gabinete de Moraes com a intenção de distensionar a relação. Liguei e mandei um email. Alguns dias depois, minha rede foi devolvida, pode ter sido um gesto. Estou à disposição dele para conversar. Porque ele vai ser um alvo do PT daqui a pouco. O PT não vai se contentar em indicar somente os dois ministros que vão se aposentar.

Quando disse que quem atacasse Bolsonaro era seu alvo, estava falando do STF? Não só dele. Eu ataquei muito o STF para proteger o [ex-]presidente.

Teve ou tem medo de ser presa? Medo não é a palavra, mas expectativa, sim. Não como uma boa expectativa. Várias vezes fui dormir pensando que ia ter que acordar às 6h com a Polícia Federal na minha porta.

Por conta do que disse ou postou. Não aconteceu porque eu não excedi um certo limite, não cometi nenhum crime. Mas eu joguei pesado, joguei duro nas palavras. Quando eu ia contra meus inimigos eu ia de forma bruta mesmo, mostrando divergências. Existia uma linha que eu podia cruzar, mas sabendo que outras pessoas cruzaram e sofreram as consequências.

Existe um mea-culpa a ser feito após o 8 de janeiro, com pessoas instigadas por esses discursos? Não, porque tomaram minhas redes em novembro. Eu soube no dia 7 que as pessoas subiriam para a Esplanada. Conversei com várias pessoas pedindo cautela. Não me sinto culpada pelo dia 8.

Mas já fiz um mea-culpa em relação a ter sacado a arma. Errei politicamente, deveria ter evitado aquele início de briga.

A sra. disse aos caminhoneiros ‘não esmoreçam’, disse aos generais ‘é hora de se posicionar’. Bolsonaro disse que a liberdade vale mais que a vida. Essas falas não são um incentivo para não aceitar a eleição? Sobre os caminhoneiros, acho que a gente tinha direito de se manifestar durante algum tempo contra o resultado, mostrando apoio a Bolsonaro. Bolsonaro, mesmo perdendo, tinha um papel fundamental na oposição.

Discordo da maneira como ele levou aquele tempo todo [para falar após a eleição] e o silêncio que teve. Ele tinha que organizar a oposição, orientar a gente, ele tinha 28 anos de Câmara. Tínhamos que mostrar nosso descontentamento até para incentivá-lo a ser a voz da oposição.

Quando falo com os generais, se as Forças Armadas tinham feito um trabalho de auditoria, é que eles tinham que se posicionar no sentido de houve fraude ou não.

Essas falas da sra., de Bolsonaro e de outros parlamentares podem levar as pessoas a quererem ou tentarem promover um golpe? Podem. Você pode colocar essa frase solta e no dia seguinte vai ter um inquérito contra mim no STF, se já não tem. Mas tem dois fatos [de contexto]: no dia 8, eu falei com várias pessoas para não irem ou serem zelosos. Segundo, hoje a gente percebe que eles não fizeram força nenhuma para essa invasão não acontecer. Existiu uma facilidade grande para entrar.

E independentemente de qualquer discurso, cabe a cada pessoa a responsabilidade pelos seus atos. É a individualização da conduta, não se pode culpar Bolsonaro por algo que você fez.

‘Eles’ quem facilitaram a entrada? Falo na terceira pessoa do plural de propósito, porque a gente está tentando descobrir. Defendo a CPI [para apurar o 8 de janeiro]. Tem gente da direita que tem que ser presa. Vandalismo para mim é terrorismo, mas tem gente presa inocente.

A sra. organizaria uma visita de deputados aos presos, chegou a ir? Não. Eu marquei com base na pressão que meus eleitores fizeram. Mas um parlamentar experiente disse que a visita só iria atrapalhar a vida dessas pessoas, porque ia parecer braço de ferro com o STF, aí eu abortei.

O golpismo está claro, até pela minuta encontrada com Anderson Torres… Escreveram e também levaram no meu gabinete. Não sei quem fez.

Qual deve ser o remédio para combater o golpismo, considerando que a sra. é crítica da atuação do STF? Na live que Bolsonaro fez em 30 de dezembro, ele tinha que ter deixado claro o que pensava. Ele seria um remédio se tivesse dito que era para as pessoas saírem dos quartéis.

Outro remédio é o que estou tentando fazer. Tive três meses para pensar. Na volta das minhas redes, só fiz um vídeo sobre um assunto específico. Sei que a gente influencia as pessoas. Depois do dia 8, estou sendo bem mais cuidadosa para não ter mais pessoas se enganando. A gente está em outro patamar, agora não é hora de bater no STF, não é hora de fazer manifestação.

A sra. conhece bem Bolsonaro. Na live, ele já sabia que o jogo tinha acabado ou ele achava que haveria novos capítulos? Não, ele achava que tinha acabado. Vendo a live, cheguei a passar mal, porque tive certeza naquele momento de que não ia acontecer mais nada. Para mim ficou claro, mas para várias pessoas que continuaram nos quartéis não.

Eleitores da direita reclamam que Bolsonaro fugiu ao ir para os EUA. Ele corre risco se vier para cá ou tinha que estar aqui para liderar a oposição? Não acho que seja fugir. Passar um tempo fora para pensar no que vai fazer é legítimo. Mas concordo que ele deveria estar aqui para liderar a oposição. A gente teria mais condições, capacidade e força.

Ele corre o risco de ser preso aqui? Eu acho.

Deveria estar aqui mesmo assim? Ele deve ter mais informações do que a gente, por isso está lá. Temos que ser compreensivos com ele.

Espera que ele seja o candidato da direita em 2026 ou ele pode estar inelegível e deve haver uma alternativa, como a Michelle? Ele pode ser candidato, mas a gente tem que preparar uma nova alternativa. A direita tem que ter quatro, cinco alternativas. Tem que ter Bolsonaro, Michelle, os filhos do Bolsonaro, Tarcísio e outros.

Pensa em concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2024? Não, minhas pautas são nacionais.

O episódio da arma se tornou um exemplo de como o bolsonarismo é radical. Foi nesse sentido o erro político? Atingi uma pessoa que eu jamais queria atingir, que é o [ex-]presidente. Não sei se isso fez diferença na votação dele ou não.

Eu tinha sido ameaçada a noite inteirinha e fui muito insultada, fui cuspida, empurraram meu filho e depois me empurraram por trás de um jeito que não dá pra ver nas câmeras. Eram oito pessoas, que ficaram me esperando sair.

O [André] Janones, quando assiste ao vídeo, diz: a gente conseguiu mexer com o psicológico dela. Ou as pessoas ali eram ligadas a ele ou às pessoas que me ameaçaram. Fui dormir 4h30 e tinha conseguido limpar o celular, mas no dia seguinte já tinham 4.000 mensagens no WhatsApp e mais de 1.200 ligações. Eu tive mais de 40 mil mensagens me ameaçando, várias com pornografia. Está tudo denunciado.

Eu estava sob ataque e sob alerta, de pessoas que disseram que eu ia levar um tiro na cabeça. Quando eles se aproximam, eu falei vão me matar. Escutei um tiro e não vi o policial que me acompanhava, pensei que tinham matado ele.

O STF decidiu manter seu porte suspenso. Eu saquei a arma legalmente respaldada. Por que os ministros não se perguntam quem eram aquelas oito pessoas e por que fugiram? Minhas armas não deveriam ter sido apreendidas, eles suspenderam o porte, não a posse.

O hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti, que a sra. levou a uma reunião com Bolsonaro em agosto, disse ao Brazilian Report que trabalhava para a sra. nas suas redes e que ele teria participado de um plano para grampear Moraes. O que sabe sobre isso? [Sobre grampear Moraes] Nada. Eu o contratei no primeiro turno para fazer uma ligação automática entre minhas redes e meu site. Ele começou a fazer, mas não terminou. O encontro com Bolsonaro era sobre a fragilidade das urnas. O que sinto no Walter é que ele fez tudo isso meio para se redimir da culpa que tinha pelo Lula estar concorrendo.

RAIO-X | CARLA ZAMBELLI, 42
Ativista fundadora do grupo Nas Ruas, ganhou notoriedade nos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT). Foi eleita deputada federal pelo PSL em 2018 e reeleita pelo PL em 2022. É gerente de projetos, formada em planejamento estratégico empresarial na Universidade Nove de Julho

Carolina Linhares/Folhapress

Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 7

Adicional de R$ 150 só começará a ser pago em março
A Caixa Econômica Federal paga hoje (23) a parcela de fevereiro do Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 7. O valor mínimo corresponde a R$ 600.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do governo federal alcançará 21,86 milhões de famílias, com recursos de R$ 13,2 bilhões. O valor médio recebido por família equivale a R$ 606,91.

Desde o mês passado, o programa social voltou a se chamar Bolsa Família. O valor mínimo de R$ 600 foi garantido após a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, que permitiu a utilização de até R$ 145 bilhões fora do teto de gastos neste ano, dos quais R$ 70 bilhões estão destinados a custear o benefício.

O pagamento do adicional de R$ 150 para famílias com crianças de até 6 anos ainda não começou. Em janeiro, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, afirmou que o valor extra só começará a ser pago em março, após um pente-fino no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), para eliminar fraudes.

No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

Auxílio Gás

O Auxílio Gás também será pago hoje às famílias inscritas no CadÚnico, com NIS final 7. Com valor de R$ 112 em fevereiro, o benefício segue o calendário do Bolsa Família.

Com duração prevista até o fim de 2026, o programa beneficia 5,95 milhões de famílias neste mês. Com a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, o benefício foi mantido em 100% do preço médio do botijão de 13 kg. Apenas neste mês, o governo gastará R$ 667,2 milhões com o benefício.

Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Agência Brasil

INSS trava compartilhamento de dados para revisão de cadastro do Bolsa Família

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome trava uma batalha contra o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) na tentativa de obter o compartilhamento de informações sobre o pagamento de aposentadorias, pensões e outros benefícios.

A medida é necessária para otimizar a atualização dos registros do Cadastro Único, base de programas como o Bolsa Família, como voltará a se chamar o programa de transferência de renda. O acesso a dados mantidos pelo próprio governo no Cnis (Cadastro Nacional de Informações Sociais) permitiria identificar com precisão as famílias elegíveis às políticas, evitando pagamentos indevidos.

O INSS, porém, resiste em partilhar os dados de forma sistematizada sob o argumento de que são sigilosos, segundo relatos e documentos colhidos pela Folha.

O órgão requer novos pareceres jurídicos, a despeito de AGU (Advocacia-Geral da União) e PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) já terem se manifestado a favor da integração, por entenderem que ela não fere o sigilo fiscal e de dados dos cidadãos.

A posição do INSS é sustentada apesar de o compartilhamento já existir, embora em forma de consulta manual.

O Portal Cadastro Único, ferramenta provida pela Dataprev (empresa de tecnologia do governo federal), já permite aos gestores municipais acessar a base do Cnis —que detém registros de benefícios previdenciários, assistenciais e trabalhistas, além de informações sobre remuneração e vínculos formais de trabalho.

Segundo descrição no site oficial, o próprio entrevistador social pode visualizar “dados detalhados de rendas formais dos últimos 12 meses e informações de benefícios previdenciários dos cidadãos cadastrados”.

A diferença é que o assistente social faz as consultas uma a uma, durante o atendimento aos cidadãos que buscam os Cras (Centros de Referência de Assistência Social). Para isso, um termo de permissão de acesso às bases de dados do INSS foi firmado por estados e municípios, sob o compromisso de manutenção do sigilo. As consultas são rastreáveis.

O pedido formulado pelo Ministério do Desenvolvimento Social é para que haja comunicação direta e automática entre as duas bases de dados —a chamada interoperabilidade. Isso evitaria a convocação em massa de famílias para atualização do cadastro num momento em que a rede de assistência já está bastante sobrecarregada.

Inicialmente, as informações do Cnis seriam baixadas e carregadas mensalmente no Cadastro Único. A partir de 2024, a ideia é que a integração ocorra em tempo real.

O ministro Wellington Dias (Desenvolvimento Social) já disse que há suspeita de irregularidade em 2,5 milhões de benefícios do Bolsa Família. A articulação entre as bases de dados poderia ajudar nessa averiguação.

O assunto foi discutido em reunião em janeiro entre representantes do Ministério do Desenvolvimento
Social, INSS, Dataprev, Caixa (responsável pelo Cadastro Único), Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados) e Receita Federal.

O ministério responsável pelo Bolsa Família tem tido o respaldo de órgãos jurídicos do governo. A avaliação é de que a integração não viola o sigilo fiscal, nem os preceitos da Lei Geral de Proteção de Dados —que permite o tratamento compartilhado de dados, sem o consentimento do titular, sempre que for necessário à execução de políticas públicas previstas em leis ou regulamentos.

Ao longo do mês de fevereiro, no entanto, o INSS acenou com novas negativas. Segundo relatos, o ministério avalia acionar a Casa Civil em busca de uma solução.

Procurado nesta quarta-feira (22), o INSS disse que “não há qualquer travamento em relação ao compartilhamento de informações” e que os termos “estão sendo discutidos internamente entre as equipes técnicas dos dois órgãos e os demais envolvidos, já que se trata de dados sensíveis e regulados pela LGPD”.

O MDS informou que tem buscado a integração com outras bases de dados para qualificar as informações do Cadastro Único. A pasta diz que utiliza dados do Cnis desde 2015, quando um contrato com a Dataprev permitiu a realização de cruzamentos periódicos das bases de dados para detectar divergências.

“O que se pretende como novo passo de evolução do Cadastro Único é fazer a integração sistêmica entre as duas bases de dados, garantindo-se, assim, uma qualificação maior e mais eficaz das informações de renda”, disse.

A pasta ressaltou que dispõe de parecer jurídico “aprovando a proposta de integração” e que seguiu as orientações da ANPD sobre normas de proteção e sigilo de dados. “O ministério está em tratativas finais com o INSS para que a integração possa ocorrer”, afirmou.

A ANPD disse não ter conhecimento sobre a “interrupção do compartilhamento de dados pessoais dos beneficiários do INSS”, mas não respondeu diretamente sobre o pedido do Desenvolvimento Social. A AGU havia direcionado os questionamentos ao INSS.

Nos bastidores, técnicos apontam como pano de fundo a disputa entre Dataprev e Caixa para ver quem fica com a gestão do Cadastro Único.

No governo de Jair Bolsonaro (PL), o Ministério da Cidadania iniciou um trabalho de migração da base dos programas sociais para o ambiente do Cnis, o que significa passar o bastão da Caixa (que é remunerada pela função) para a Dataprev. Com a mudança de governo, o temor é que o projeto seja interrompido.

A avaliação no governo, porém, é que o compartilhamento das informações é um passo anterior, uma vez que se trata de aprimorar as condições de execução da política pública.

O Cadastro Único serve de base para mais de 30 programas federais voltados à baixa renda. Não à toa, o cruzamento das informações é previsto em decretos presidenciais e na emenda constitucional 103, a reforma da Previdência, promulgada em novembro de 2019.

A emenda ordenou a instituição de um sistema integrado, com informações de remuneração, benefícios previdenciários, assistenciais, pensões e demais programas de transferência de renda, abastecido não só pela União, mas também por estados e municípios.

No fim de 2021, o TCU (Tribunal de Contas da União) expediu uma determinação para que o governo implementasse a integração num prazo de dois anos, até o fim de 2023. No julgamento, o órgão apontou que ao menos R$ 4,9 bilhões em parcelas do auxílio emergencial pagas indevidamente em 2020 poderiam ter sido evitadas, caso o sistema já estivesse em pleno funcionamento.

Na avaliação de órgãos jurídicos do governo, a emenda constitucional “determina, e não apenas autoriza” a interação entre as bases de dados para o fortalecimento da gestão, governança e transparência do Cadastro Único, o que por si só já afasta qualquer argumento de violação do sigilo fiscal.

A qualificação dos dados de renda no Cadastro Único pleiteada pelo ministério vai permitir detectar e corrigir eventuais divergências e omissões —por exemplo, se uma família deixa de declarar o recebimento de um benefício do INSS na expectativa de conseguir ingressar em outro programa do governo.

“A ação é uma medida de atualização das rendas de pessoas cadastradas, sem a necessidade de que essas sejam convocadas e onerem ainda mais as filas dos postos de atendimento municipal responsáveis pelo cadastramento”, disse o MDS na justificativa do pedido.

No cadastro de novas famílias, o assistente social conseguiria recorrer a informações que já são de posse do governo, economizando tempo do cidadão e dos atendentes.

O MDS elenca a medida como essencial para a “melhoria de focalização do Programa Auxílio Brasil/Bolsa Família” e de outras políticas públicas que usam a renda como critério de acesso, pois “permite retirar desses programas as famílias fora do perfil, ao passo que possibilita espaço de atendimento àquelas que fazem jus a eles”.

O objetivo é que a integração seja efetuada já em abril. Para isso, no entanto, é necessário que o INSS autorize o compartilhamento até a primeira semana de março, para que o MDS consiga testar a inserção dos dados do Cnis no Cadastro Único, evitando erros.

NÚMEROS DO CADASTRO ÚNICO (DEZ/2022)
Famílias cadastradas

41,3 milhões

Famílias que recebem Auxílio Brasil/Bolsa Família

21,9 milhões

Famílias com indício de irregularidade no Auxílio Brasil/Bolsa Família

2,5 milhões

ENTENDA O IMPASSE
O que é o Cadastro Único?

É uma base de dados usada em mais de 30 programas sociais federais e que reúne informações de famílias de baixa renda, cujo rendimento seja de até meio salário mínimo por pessoa ou até três salários mínimos no total.
O que é o Cnis (Cadastro Nacional de Informações Sociais)?

É uma base de dados que reúne informações sobre beneficiários da Previdência Social e de trabalhadores formais, incluindo remuneração e vínculos trabalhistas. O extrato é usado para a concessão de aposentadorias e auxílios-doença, por exemplo.
Essas bases de dados são integradas?

Até hoje não. O que existe é uma autorização para consulta individual de informações, conforme demanda. Ainda assim, não há uma interação automatizada dos dados.

Idiana Tomazelli/Folhapress

Brasil suspende exportações para a China com confirmação de caso de vaca louca

Animal identificado com a doença tinha 9 anos e estava em uma pequena propriedade em Marabá
O governo suspendeu temporariamente as exportações de carne bovina para a China após a confirmação de um caso de mal da vaca louca em um animal em Marabá (PA).

A suspensão ocorre por um protocolo de 2015 assinado pelos dois países que estabelece um autoembargo nas vendas à China quando uma nova ocorrência de vaca louca —encefalopatia espogiforme bovina— é identificada no Brasil.

“Seguindo o protocolo sanitário oficial, as exportações para a China serão temporariamente suspensas a partir desta quinta-feira (23). No entanto, o diálogo com as autoridades está sendo intensificado para demonstrar todas as informações e o pronto restabelecimento do comércio da carne brasileira”, disse o Ministério da Agricultura, em nota.

Ainda de acordo com a pasta, o animal identificado com a doença tinha 9 anos e estava em uma pequena propriedade em Marabá.

“O animal, criado em pasto, sem ração, foi abatido e sua carcaça incinerada no local. O serviço veterinário oficial brasileiro está realizando a investigação epidemiológica que poderá ser continuada ou encerrada de acordo com o resultado”, afirmou o ministério.

Amostras foram enviadas a uma instituição no Canadá para confirmar se o caso é atípico.

A Adepará (Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará) informou nesta quarta-feira que foi positivo o resultado do caso suspeito da doença, conhecida como “mal da vaca louca”, na região
 
Segundo comunicado, trata-se da forma atípica da doença, que surge espontaneamente na natureza em animais mais velhos, não causando risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano.

A Adepará disse que o caso foi identificado no sudeste do estado, em uma propriedade que tem 160 cabeças de gado e já está isolada pela agência. “A propriedade foi inspecionada e interditada preventivamente”, afirmou.

Os casos atípicos da doença costumam ser pontuais, mas podem igualmente causar restrições comerciais.

Em 2021, por exemplo, o Brasil permaneceu sem enviar carne bovina à China por mais de cem dias, entre setembro e dezembro. Na ocasião, o Brasil havia comunicado dois casos atípicos da doença registrados em Nova Canaã do Norte (MT) e em Belo Horizonte (MG).

Quando as exportações são suspensas por esse motivo, o Ministério da Agricultura envia dados às autoridades chinesas para que a situação de risco seja analisada, e as vendas de carne, liberadas. O processo, no entanto, pode se arrastar por meses.

Cézar Feitoza/Ricardo Della Coletta/Folhapress

Roda de Conversa abre atividades do Programa Crescer da Secretaria de Saúde de Ipiaú

Exemplo de Ipiaú para os demais municípios baianos, o Programa Crescer, idealizado pela secretaria municipal de Saúde, abriu a programação das suas atividades referentes ao ano de 2023. A abertura foi marcada por uma reunião com os pais que tem filhos cadastrados no programa.
Durante o encontro foram apresentadas as normas e rotinas de funcionamento, bem como a inclusão de algumas modalidades de atividade que passaram a compor a rede terapêutica do programa.

Modalidades como educação física, futebol, odontologia preventiva, fortalecimento de vínculo familiar, dentre outros recursos pleiteados para melhoria das condições de vida das 91 crianças assistidas foram incluídas no programa especializado na recuperação física, funcional, emocional e psicológica do seu público alvo.

Programa Multidisciplinar de Desenvolvimento Infantil, o Crescer foi fundado em 2020 e conta com uma equipe composta por médica neuropediatra, fisioterapeuta, psicóloga, pediatra, dentista, nutricionista e uma enfermeira exclusiva, dentre outros profissionais que atendem crianças com autismo, dificuldade de aprendizado e deficiência intelectual.

O programa conta com o apoio da prefeitura e se desenvolve alinhado com outras unidades da Rede Municipal de Saúde, CAPS, e serviços especializados a nível estadual.

José Américo Castro-DECOM /Prefeitura de Ipiaú.

Governo Lula antecipa pagamento de benefícios para população atingida pelas chuvas em SP

Gestão federal também liberou R$ 7 milhões para ações emergenciais em São Sebastião
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai antecipar o pagamento dos benefícios de prestação continuada, previdenciária e assistencial para segurados que residam nos municípios do litoral norte de São Paulo, duramente atingidos pelas chuvas fortes dos últimos dias.

A portaria prevendo a antecipação deve ser publicada em edição extra do Diário Oficial da União. Ela foi assinada pelo ministro Carlos Lupi (Previdência Social) e pelo presidente interino do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Glauco André Fonseca Wamburg.

A antecipação consiste no pagamento de um benefício extra. O valor depois é descontado do contracheque do segurado de forma parcelada, em até 36 prestações mensais, iniciadas a partir do 3º mês após a antecipação.

O atual governo também anunciou o repasse de R$ 7 milhões para ações de Defesa Civil do município de São Sebastião, que foi o mais atingido pelos deslizamentos de terra e concentra praticamente todas as mortes em decorrência das chuvas.

A portaria do Ministério da Previdência autoriza a antecipação do pagamento dos “benefícios de prestação continuada previdenciária e assistencial” para os beneficiários com domicílio nos municípios de Guarujá, Bertioga, São Sebastião, Caraguatatuba, Ilhabela e Ubatuba.

Estão incluídos entre esses benefícios o BPC (Benefício de Prestação Continuada), aposentadorias e pensões.

A adesão é opcional. Segundo integrantes do governo, o prazo para os segurados demonstrarem interesse no benefício extra será de 17 a 20 de março. O pagamento está previsto para ocorrer em 27 de março.

Em uma outra portaria, publicada nesta quarta-feira (22) em edição do Diário Oficial da União, o governo liberou R$ 7 milhões para ações para a execução de ações de resposta em São Sebastião, que foi o mais atingido pelas chuvas.

As chuvas dos últimos dias no litoral norte de São Paulo deixaram pelo menos 48 mortos, número que pode crescer pois ainda há dezenas de desaparecidos. Os deslizamentos de terra também soterraram casas e obstruíram trechos da rodovia Rio-Santos, deixando famílias ilhadas.

Lula sobrevoou a região na segunda-feira (20) e depois se reuniu com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Nesta quarta-feira (22), o mandatário realiza uma reunião com vários ministros para tratar do auxílio à população atingida pelas chuvas. Participaram Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secom), Renan Filho (Transportes), Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional), Jader Filho (Cidades) e Gabriel Galípolo, secretário-executivo do Ministério da Fazenda.

Renato Machado, Julia Chaib e Idiana Tomazelli, Folhapress

Secretária de Comunicação destaca sucesso da operação montada para cobrir o Carnaval de Salvador

A secretária de Comunicação da Prefeitura, Renata Vidal
O Carnaval de Salvador foi tema de mais de 2,7 mil matérias publicadas em sites, jornais, TVs e rádios, da Bahia ou do Brasil, ao longo dos seis dias de folia. Nas redes sociais da Prefeitura da capital baiana, o alcance foi de mais de 10 milhões de contas só no Instagram. Para a secretária de Comunicação, Renata Vidal, os números mostram o êxito da operação montada pela pasta para a cobertura da maior festa de rua do planeta.

“Chegamos felizes a essa Quarta-Feira de Cinzas e com a sensação de dever cumprido. A gente sabe o papel estratégico que a Comunicação sempre teve e sempre terá. Acho que honrar isso, respeitando os colegas, respeitando a nossa profissão, é uma obrigação de todos nós. Fico muito honrada de termos feito esse trabalho e tenho certeza que, no ano que vem, vamos fazer um trabalho ainda melhor”, disse.

Segundo ela, parte desse sucesso veio graças ao trabalho da equipe da Secom, que produziu 222 textos de divulgação das ações da Prefeitura, além das atrações nos sete circuitos da folia, palcos temáticos e bairros. Ainda foram mais de 5 mil fotos do Carnaval produzidas pela equipe da secretaria ao longo da festa.

De acordo com a Secom, houve também uma grande divulgação da imprensa de conteúdos relacionados ao Carnaval, com 1.801 publicações em sites locais ou nacionais, 750 inserções em TVs e rádios da Bahia ou do Brasil e 193 matérias em jornais impressos locais ou nacionais.

“Quero agradecer à minha equipe. Eu conto com colegas que são profissionais de peso, pessoas engajadas e dedicadas que estão aqui entregando o seu melhor. Isso me deixa muito tranquila. É preciso parabenizar a equipe da Secom e dizer que fico muito orgulhosa de contar com esse time para realizar esse trabalho. A gente vai seguir nessa pegada e ano que vem vamos fazer um Carnaval ainda melhor do que neste ano”, disse Renata Vidal.

A cobertura do Carnaval contou com uma Sala de Imprensa montada no Campo Grande, que homenageou a jornalista Andréa Silva. A estrutura trouxe computadores num ambiente climatizado para que repórteres e fotógrafos pudessem trabalhar com conforto e segurança enquanto os trios passavam pela Avenida.

PM prende homem com 20 celulares subtraídos durante a folia

Vinte celulares foram apreendidos na noite desta terça-feira (21), no Circuito Batatinha (Centro Histórico), após policiais militares do Comando de Operações de Inteligência encontrarem um homem correndo entre foliões com aparelhos na mão.

Ele foi detido em um imóvel abandonado, onde também foram apreendidos um quilo e 79 pinos de cocaína, joias, rádio comunicadores, balanças e outros materiais utilizados para o tráfico de drogas.

A ação ocorreu após foliões relatarem furtos na Ladeira da Praça. Uma guarnição velada foi posicionada para apurar a ação de criminosos e chegou ao homem que já possuía mandado de prisão.

Ele e todo o material foram apresentados na Delegacia de Proteção ao Turista.
Fonte: Ascom / Kelly Hosana

PC prende quatro envolvidos em homicídio na primeira noite de Carnaval

Uma ação integrada entre policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (DRACO) resultou na prisão, na noite de terça-feira (21), de quatro envolvidos no homicídio de Marcos Souza Menezes, de 27 anos, ocorrido na madrugada de sexta (17). As investigações começaram logo após o crime e perduraram por todo o período de Carnaval, culminando nas capturas antes mesmo do fim da folia.

A tecnologia do sistema de reconhecimento facial da Secretaria da Segurança Pública foi determinante para a identificação e prisão dos suspeitos. Os quatro homens confessaram participação no homicídio. A Polícia Civil trabalha para localizar o autor do tiro que matou a vítima.

Também foram apreendidos uma faca utilizada durante o crime, drogas e seis celulares roubados. Destes, três já tiveram os seus respectivos boletins de ocorrência identificados e serão restituídos aos seus proprietários.

O quarteto está custodiado em uma unidade policial da capital baiana e, após passar por exames de lesões corporais no Departamento de Polícia Técnica, ficará à disposição do Poder Judiciário.
Fonte: Ascom PC

China promete estreitar laços com a Rússia em meio à crise com os EUA

Vladmir Putin, presidente da Rússia
A China e a Rússia se comprometeram a reforçar sua parceria estratégica em uma visita do chefe da diplomacia chinesa, Wang Li, ao presidente Vladimir Putin nesta quarta-feira (22).

Trata-se da mais alta autoridade do país asiático a viajar a Moscou desde que suas nações travaram um acordo de “amizade sem limites”, dias antes do início da Guerra da Ucrânia.

O empenho soou como uma espécie de recado a Washington, que dias antes afirmou, sem apresentar evidências, suspeitar que Pequim estaria fornecendo apoio material aos russos durante a invasão. Quem respondeu às alegações foi o próprio Wang, que classificou-as de falsas e disse que são os EUA, e não a China, “que estão constantemente enviando armas para o campo de batalha”, um fato.

A troca de acusações se dá em meio a uma nova crise diplomática entre as duas maiores potências do globo, iniciada após o Pentágono divulgar a descoberta de um balão chinês sobrevoando o território americano no início do mês. Washington afirma que o objeto é um instrumento de espionagem, enquanto Pequim insiste que o artefato, derrubado por um caça, é um equipamento de pesquisas, sobretudo meteorológicas.

Durante sua estadia em Moscou, aliás, o diplomata fez referências veladas aos EUA seguidas vezes. A Putin, disse que as relações entre Pequim e Moscou não podiam ser influenciadas por outros países e “não sucumbiriam a pressões de terceiros”.

Também enfatizou que ambas as nações apoiavam “a multipolarização e a democratização das relações internacionais”, diretrizes que segundo ele não só se ajustam perfeitamente aos tempos atuais, como eram do interesse da maioria dos Estados. A fala foi aplaudida pela porta-voz do ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, que disse “saudar a prontidão da China para exercer um papel positivo na resolução da crise ucraniana”.

Putin, por sua vez, disse que as relações entre os dois países estavam progredindo e “alcançando novos horizontes”. E reforçou que espera uma visita do seu homólogo, Xi Jinping, segundo ele já acordada.

Se as alegações dos americanos em relação aos chineses forem comprovadas, especialistas afirmam que há riscos de que a Guerra Fria 2.0 em curso entre Washington e Pequim ganhe contornos mais concretos na Guerra da Ucrânia, com os EUA, a Otan e as tropas lideradas de Volodimir Zelenski de um lado e a Rússia e a China de outro.

Ao menos publicamente, não parece ser este o desejo da nação asiática. Todas as suas declarações sobre o conflito até aqui aludiram a uma retórica de defesa da paz e de uma solução política, e o líder do regime chinês, Xi, deve fazer um discurso incentivando o fim do conflito na sexta-feira —mesma data em que as duas nações iniciam exercícios militares conjuntos na África do Sul.

Ao mesmo tempo, como aliada estratégica dos russos, a China nunca condenou publicamente Putin pela invasão, e vem se desvencilhando da pressão cada vez maior da comunidade internacional para que abandone sua neutralidade e se posicione de forma mais dura.

Há ainda a questão econômica. Putin encontrou na China (e também na Índia, outro membro do Brics) uma forma de aliviar os impactos das pesadas sanções econômicas impostas a seu país pelo Ocidente, escoando para ambos os países parte de sua produção de petróleo e gás a preços mais baixos que o mercado.

Para a ditadura comunista, é um bom negócio —ainda mais em um contexto em que a Rússia depende cada vez mais dela.

Com Reuters

Folhapress

Lira e Pacheco silenciam sobre ‘mudança fantasma’ bancada pelo Congresso

Reportagem da Folha mostrou que congressistas estão recebendo neste início de ano verba que totaliza mais de R$ 40 milhões e que tem como justificativa uma situação que não encontra amparo na realidade.

A Folha enviou perguntas por email ao gabinete dos cinco senadores e de todos os cerca de 280 deputados federais reeleitos e pediu, entre outros pontos, comprovante de gastos ou de orçamentos relacionados à mudança do estado para Brasília, ou vice-versa.

Procurou também as assessorias das duas Casas e, diretamente, os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Lira, que foi reeleito e receberá duas vezes neste início do ano a verba para a “mudança fantasma”, e Pacheco, que está no meio do mandato de oito anos, não se pronunciaram.

Quase todos os 513 deputados federais e 27 senadores da legislatura que teve início no dia 1º, além de quase todos os 513 deputados e 27 senadores da legislatura que terminou em 31 de janeiro, embolsaram ou embolsarão R$ 39,3 mil brutos a título de ajuda de custo para se mudarem para Brasília ou para fazerem o caminho inverso, de volta aos estados de origem.

Desse total, cinco senadores e cerca de 280 deputados federais reeleitos receberam ou receberão duas cotas da verba-mudança, uma pelo fim da legislatura passada e outra pelo início da atual, somando R$ 78,6 mil extras neste início de ano.

A verba-mudança é paga até mesmo para os deputados federais e senadores que foram eleitos pelo Distrito Federal.

Além de não haver nenhuma justificativa do fornecimento de auxílio-mudança para quem já mora na capital federal e para reeleitos, que trabalham e continuarão a trabalhar no Congresso, os demais casos —daqueles que de fato deixaram de ser congressistas e os que ingressaram na Câmara ou Senado pela primeira vez— também são questionáveis.

O Congresso já fornece aos parlamentares outras generosas cotas para custeio de passagens aéreas e hospedagem, entre outros gastos, além de há muitas décadas não ser mais comum deputados e senadores se mudarem em caráter permanente para a capital federal.

A Câmara disse que só após o pagamento da próxima terça terá um balanço sobre eventuais devoluções. O Senado afirmou que todos os senadores em fim e início de mandato receberam a verba, a exceção de Reguffe (DF), que renunciou ao benefício.

Nenhum dos senadores reeleitos —Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Omar Aziz (PSD-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Romário (PL-RJ) e Wellington Fagundes (PL-MT)—, além de Damares Alves (Republicanos), que é do DF, responderam.

Eles afirmaram que recusaram ou devolveram a verba para a Câmara ou que vão doar o dinheiro para instituições de caridade.

“Não considero adequado o pagamento do auxílio-mudança. Não só agora, como reeleito, mas também em minha primeira legislatura doei os valores recebidos para entidades sociais. Em 2019, doei em prol do Hospital de Pronto Socorro do Município de Pelotas [RS]. Este ano, doarei a três instituições gaúchas”, afirmou Trzeciak, acrescentando ter apresentado em 2019 e agora em 2023 projetos de decreto legislativo para acabar com o pagamento da verba para os reeleitos.

“Entendo que não tem necessidade, considerando que a gente não vai mudar de lugar nenhum, mas como o recurso é depositado, eu já tinha assumido o compromisso de que iria doar”, afirmou Veras, que mora em Taguatinga, cidade satélite de Brasília, e está assumindo o primeiro mandato na Câmara.

Sanderson enviou à reportagem comprovante de GRU (Guia de Recolhimento da União) com devolução para a Câmara, no último dia 9, da íntegra do valor líquido recebido a título do auxílio em janeiro (R$ 28,5 mil). Ele afirmou que fará o mesmo com o segundo repasse.

Erundina afirmou considerar abusivo o pagamento e esperar que ele seja extinto, o que, segundo ela, “contribuirá para a preservação da imagem do Poder Legislativo, atualmente desgastada, o que não é positivo para a democracia”.

Ela disse ter encaminhado ofício a Lira renunciando ao benefício e solicitando instrução para a devolução dos valores.

Russomanno afirmou ter devolvido para os cofres da Câmara R$ 3,6 milhões da verba de gabinete, durante seus mandatos, além de não cobrar da Câmara ressarcimento pelo aluguel do escritório político no estado nem usar em Brasília apartamento funcional ou auxílio-moradia. Ele afirma que compensará o valor da verba-mudança continuando a cortar o uso da verba de gabinete.

“Considero o valor do auxílio-mudança um absurdo por si só, mas para os reeleitos chega a ser revoltante. Assim como no primeiro mandato, eu renunciei aos seguintes privilégios: auxílio-mudança, auxílio-moradia, auxílio-saúde e aposentadoria especial, com economia de mais de R$ 5,7 milhões”, disse Gilson Marques.

Adriana Ventura afirmou que um deputado que ganha R$ 39,3 mil não deveria ter benefícios extras e que os considera imorais.

“Quando tratamos então de um deputado reeleito, que já está morando em Brasília, a situação é ainda mais absurda! Eu, bem como todos os deputados do Novo, abri mão de todos os privilégios, inclusive o auxílio-mudança, desde o meu primeiro mandato. Inclua aí: auxílio moradia, aposentadoria especial, reembolso ilimitado de saúde, entre outros.”

Ranier Bragon/Folhapress

Congresso banca ‘mudança fantasma’ com até R$ 79 mil para deputados e senadores

Congressistas estão recebendo neste início de ano verba que totaliza mais de R$ 40 milhões e que tem como justificativa uma situação que não encontra amparo na realidade.

Quase todos os 513 deputados federais e 27 senadores da legislatura que teve início no dia 1º, além dos que encerraram seus mandatos em 31 de janeiro, embolsaram ou embolsarão R$ 39,3 mil brutos a título de ajuda de custo para se mudar para Brasília ou para fazer o caminho inverso, de volta aos estados de origem.

Desse total, cinco senadores e cerca de 280 deputados federais reeleitos receberam ou receberão duas cotas da verba-mudança, uma pelo fim da legislatura passada e outra pelo início da atual, somando R$ 78,6 mil extras neste início de ano.

A verba-mudança é paga até mesmo para os deputados federais e senadores que foram eleitos pelo Distrito Federal.

Além de não haver nenhuma justificativa do fornecimento de auxílio-mudança para quem já mora na capital federal e para reeleitos, que trabalham e continuarão a trabalhar no Congresso, os demais casos —daqueles que de fato deixaram de ser congressistas e os que ingressaram na Câmara ou Senado pela primeira vez— também são questionáveis.

O Congresso já fornece aos parlamentares outras generosas cotas para custeio de passagens aéreas e hospedagem, entre outros gastos. Além disso, há muitas décadas não é mais comum deputados e senadores se mudarem em caráter permanente para a capital federal.

A verba, cujo nome oficial é Ajuda de Custo, está amparada atualmente no Decreto Legislativo 172/2022, que estabelece a destinação de um salário extra (R$ 39,3 mil) aos parlamentares no início e no final do mandato.

A origem do benefício, entretanto, remonta ao fim do Estado Novo. A Constituição de 1946 estabelecia uma ajuda de custo anual aos congressistas de todo o país em uma época em que o Rio de Janeiro era a capital federal e em que o transporte aéreo comercial ainda engatinhava.

Com isso, congressistas receberam pelas décadas seguintes uma espécie de 14º e 15º salários a cada ano para “compensar as despesas com mudança e transporte” para a capital federal.

Em 2013, uma articulação comandada pelo então presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (MDB-RN), acabou por aprovar proposta da então senadora Gleisi Hoffmann (PR), hoje presidente do PT, o que limitou a ajuda de custo ao início e ao fim do mandato —de quatro anos na Câmara e de oito, no Senado.

Desde então, alguns parlamentares apresentaram projetos para acabar de vez com a verba ou para proibir o pagamento aos reeleitos, mas nada andou.

Câmara e Senado programaram 1.080 cotas da verba-mudança neste início do ano (relativos ao fim da legislatura passada e ao início da atual), ao custo de mais de R$ 40 milhões.

As duas Casas transferiram para as contas dos parlamentares no dia 31 de janeiro os R$ 39,3 mil brutos relativos à legislatura passada.

O Senado pagou no último dia 2 os R$ 39,3 mil da legislatura atual para os 27 novos integrantes da Casa (só um terço das cadeiras do Senado entrou em disputa em 2022). A Câmara pagaria a outra cota de R$ 39,3 mil nesta terça-feira (28).

Estão na lista dos reeleitos que vão embolsar quase R$ 80 mil extras parlamentares de todas as correntes ideológicas, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o líder do centrão e presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o líder da bancada do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR).

A Câmara e o Senado custeiam passagens aéreas de deputados e assessores por meio de outra verba, o que permite com folga que eles viajem a Brasília e voltem aos seus estados semanalmente.

O chamado cotão direciona a cada parlamentar uma média de R$ 45 mil ao mês para esses gastos, além de um reembolso extra mensal de quatro bilhetes aéreos de ida e volta.

Quando estão em Brasília, normalmente nas terças, quartas e quintas, os parlamentares ficam nos apartamentos funcionais ou em hotéis e flats, tudo também custeado pelo Congresso.

O pagamento do auxílio para mudanças inexistentes ocorre, neste ano, em meio a um cenário de ampliação de salários e verbas dos parlamentares.

O Congresso aprovou a elevação escalonada do salário, de R$ 33,7 mil para R$ 39,3 mil agora, passando a R$ 41,7 mil em abril e chegando ao teto do funcionalismo em 2025, R$ 46,4 mil. O último aumento no contracheque dos congressistas havia sido feito em 2014. Desde então, a inflação somou 59%

Além dos salários, houve reajuste em todas as outras verbas relacionadas ao mandato dos congressistas, o que elevou, por exemplo, o teto do auxílio-moradia dos deputados para R$ 8,4 mil.

Levando em conta só a situação dos deputados federais, o custo mensal é de ao menos R$ 213 mil, somados salário e as verbas relacionadas ao mandato.

Além do contracheque de R$ 39,3 mil, ele recebe R$ 118 mil para contratação de até 25 assessores em Brasília e nos estados, cotão de R$ 45 mil (em média, variando a depender do estado) para reembolso de gastos com passagens aéreas, combustível, hospedagem e alimentação, entre outros, até R$ 8.401 de auxílio-moradia, além da ajuda de custo.

O Senado oferece praticamente todos esses benefícios, mas há algumas diferenças. Os senadores têm carro oficial e contam com funcionários concursados em seus gabinetes, por exemplo.

MAIORIA DOS CONGRESSISTAS NÃO SE MANIFESTA; 7 DIZEM QUE VÃO DOAR OU DEVOLVER VERBA
A Folha enviou perguntas por email ao gabinete dos cinco senadores e de todos os cerca de 280 deputados federais reeleitos e pediu, entre outros pontos, comprovante de gastos ou de orçamentos relacionados à mudança do estado para Brasília, ou vice-versa. Procurou também as assessorias das duas Casas.

A Câmara disse que só após o pagamento da próxima terça terá um balanço sobre eventuais devoluções. O Senado afirmou que todos os senadores em fim e início de mandato receberam a verba, a exceção de Reguffe (DF), que renunciou ao benefício.

Apenas 7 dos mais de 280 deputados federais procurados se manifestaram —Daniel Trzeciak (PSDB-RS), Reginaldo Veras (PV-DF), Sanderson (PL-RS), Luiza Erundina (PSOL-SP), Celso Russomanno (Republicanos-SP), Gilson Marques (Novo-SC) e Adriana Ventura (Novo-SP).

Eles afirmaram que recusaram ou devolveram a verba para a Câmara ou que vão doar o dinheiro para instituições de caridade.

Ranier Bragon/Folhapress

Mulher que chamou ambulante de macaco é presa pela PC

Ela desferiu palavras racistas contra o homem. Policiais civis deram voz de prisão por injúria racial.

Uma mulher que estava em um bloco nesta terça-feira (21), no circuito Dodô, foi presa por injúria racial por policiais civis. O auto de prisão em flagrante foi lavrado no Serviço Especializado de Respeito a Grupos Vulnerabilizados e Vítimas de Intolerância e Racismo (SERVVIR), localizado no Shopping Barra.

A mulher, que é de Teresina (PI), chamou um vendedor ambulante de "macaco". "A mulher foi apresentada por investigadores do Posto Policial Integrado (PPI) logo após as ofensas", explicou a titular da Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (Coercid), delegada Ana Cristina de Carvalho, que estava de plantão no momento do flagrante.

Em janeiro deste ano, o crime de injúria racial (ofensa por raça, cor, etnia, religião ou origem) foi equiparado ao de racismo, passando a ser imprescritível e inafiançável, com pena de reclusão e multa. A mulher está sendo ouvida na unidade e posteriormente ficará custodiada, à disposição do Poder Judiciário.
Fonte: Ascom PC

Flay crítica Salgueiro por ‘enaltecer’ o ‘demônio’ no Carnaval: “Show de horror!”

Flay, influenciadora e ex-BBB, usou suas redes sociais, nesta última segunda-feira, 20 de fevereiro, para desabafar em forma de critica, a escolha do tema da Salgueiro, neste Carnaval de 2023. Isso porque, a escola de samba decidiu ousar e causar ao levar para o sambódromo um carro alegórico em forma de ‘demônio’ e, na web, a artista enfatizou que a situação era um verdadeiro ‘horror’.

Dessa forma, por meio de uma comentário nas redes sociais, Flay comentou: “Que show de horror! Independente de religião, que triste ver um espaço tão importante pra mostrar arte e cultura ser usado para enaltecer e adorar o demônio. Que desgraça isso, me entristece de verdade, mas é isso, cada qual com seu Deus“, disse ela.

Em suma, nas redes sociais, diversos internautas, de forma geral, concordaram com a influenciadora: “Se um dia te julguei me PERDOE. Uma das poucas ou única que se manifestou. Louvado seja DEUS. DEUS, DEUSSSSSSS“, disse uma. “Gente, palhaçada isso, parabéns por se posicionar Flay“, comentou mais uma.

Mais sobre a matéria de Flay

Sendo assim, outros internautas preferiam defender a escola de samba e comentaram sobre o enredo escolhido: “O enredo falava sobre o bem e o mau, contam uma história. Não estava adorando nada ali, os enredos contam histórias. Engraçado que nas novelas da Record o d3moni0 aparece de várias formas, mas ninguém fala nada. Se tivesse a imagem de Deus diriam que Deus não devia estar no carnaval e etc. Vai se informar gente!“, disse um.

Além disso, outro rebateu o comentário acima e disparou: “Indiferente seu comentário, acho melhor ir estudar teologia e depois vim comentar“, declarou. Por fim, a Salgueiro não comentou sobre a critica da artista, até o momento.

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Meloni visita Kiev e diz que derrota da Ucrânia pode levar a invasão de países da Europa

Meloni visita Kiev e diz que derrota da Ucrânia pode levar a invasão de países da Europa
Qualquer paz que implique a rendição da Ucrânia às forças invasoras russas “não pode ser uma paz real”, disse a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, nesta terça-feira (21), em visita a Kiev.

Falando em uma entrevista coletiva ao lado do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, Meloni afirmou que a derrota da Ucrânia também corre o risco de levar à invasão de outros estados europeus, e prometeu apoio militar italiano contínuo a Kiev -este suporte, contudo, não inclui o fornecimento de aviões militares.

Além disso, a Itália pretende sediar uma conferência internacional sobre a reconstrução da Ucrânia em abril, de acordo com a primeira-ministra.

A líder também visitou as cidades de Irpin e Butcha, ambas próximas à capital e fortemente atacadas pelas tropas russas. Em Butcha, retomada pela Ucrânia e onde foram encontrados dezenas de corpos de civis, Meloni deixou flores em uma vala comum na qual cadáveres estão enterrados.

A líder italiana havia prometido visitar a Ucrânia antes do aniversário de um ano da guerra, na próxima sexta-feira (24). A viagem é vista como uma das mais significativas em sua agenda desde que chegou ao poder, em outubro, e ocorre uma semana depois de seu parceiro na coalizão de ultradireita do governo a Itália, Silvio Berlusconi, culpar Zelenski pela invasão da Ucrânia.

Berlusconi, ex-primeiro-ministro que tem uma amizade antiga com o presidente russo, Vladimir Putin, disse que se ainda liderasse o governo não buscaria um encontro com Zelenski. Segundo ele, caso o presidente ucraniano tivesse parado de atacar as duas repúblicas autônomas do Donbass a guerra não teria acontecido.

“Eu julgo este senhor muito, muito negativamente”, afirmou Berlusconi.

Na entrevista coletiva desta terça, o líder da Ucrânia rejeitou as críticas de Berlusconi, afirmando que o político não teve que viver sob bombardeios diários e blecautes causados por ataques aéreos russos.

“E graças a Deus seu parceiro da Federação Russa não dirigiu um tanque para dentro de sua casa e destruiu seus parentes e pessoas próximas”, disse Zelenski.

A Rússia lançou uma nova campanha de ataques aéreos contra a Ucrânia em outubro, atingindo severamente a infraestrutura e causando apagões regulares.

Zelenski afirmou ainda que Berlusconi se beneficiaria em viajar para a Ucrânia para ver com seus próprios olhos a “trilha sangrenta deixada pela fraterna Federação Russa”. “Então podemos conversar no mesmo nível.”

Folhapress

Jornada Pedagógica de Ipiaú contará com importantes palestrantes

A Secretaria de Educação de Ipiaú divulgou programação da Jornada Pedagógica 2023 que começa no próximo dia 27 de fevereiro, estendendo-se até 3 de março. Diversas atividades marcam o evento, destacando-se palestras e oficinas ministradas por profissionais de projeção nacional. Haverá também uma série de apresentações culturais.

O tema central do encontro é “Letramento, Inovação, Gestão e Aprendizagem: Caminhos para uma educação transformadora. Nos dois primeiros dias as atividades estarão centradas no auditório da AABB, sendo que a solenidade de abertura contará com a presença da prefeita Maria das Graças, além da secretária Erlandia Souza, titular da pasta da educação, e outras autoridades.

As oficinas envolverão temáticas voltadas para o fazer docente e serão desenvolvidas no âmbito do Colégio Celestina Bittencourt, onde também ocorrerão, no período que antecede a jornada, os encontros com os gestores escolares e com os coordenadores pedagógicos.

A jornada abre o calendário do ano letivo. As aulas começam no dia 6 de março. As unidades escolares foram devidamente preparadas para receberem os estudantes e demais atores da rede municipal de ensino. Discussões e planejamento sobre as ações que serão executadas no decorrer do ano letivo, constam da programação.

PALESTRAS

As palestras iniciais serão ministradas pelos professores Garrido, Jane Haddad e Emanuela Antunes Bezerra, que respectivamente abordarão os temas: “A Benção e a Alegria de Cuidar da Educação; “Educação do Século XXI: ampliando olhares para a educação que ousa” e “Educação na era do like”.

Garrido é especialista em Psicologia Organizacional, tem formação em Human Resources pela Universidade de Nova York- Eua, psicoterapeuta e coordenador de encontros da cultura, assim como escritor e colunista de comportamento da Band News FM.

Jane Patrícia Haddad, mestre em educação, com formação em psicanálise, é uma referência no meio educacional do Brasil. Ela tem uma forma singular de falar sobre temas polêmicos e com seu jeito alegre provoca um outro olhar nos educadores. A professora vem sendo convidada a debater sobre a "nova" noção de autoridade frente as novas gerações

Emanuela Antunes Bezerra é graduada em história pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Mestre em Educação pelo Programa de pós-graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

No dia seguinte, terça-feira,28, no mesmo local, das 7 às 8:30, haverá um espetáculo cênico com a Troupe do Riso e em seguida o Prof. Dr. Geraldo Peçanha de Almeida, psicanalista, pedagogo e mestre em Teoria Literária, autor de mais de 70 livros para educadores, estará apresentando o tema: ”A escola transformadora: cuidado, empatia e afeto na educação”.

Na sequência, a partir das 10hs45min, será a vez do professor-mestre Adão Albuquerque trazer o tema “ Educação 4.0: Alfabetizar para ler um mundo em mutação”. O palestrante ensina geografia e também se destaca como ator, apresentador, radialista, em Vitória da Conquista.

Ainda no dia 28, no período da tarde, o Prof. Dr. Geraldo de Almeida volta ao cenário da jornada com a palestra “Inclusão de Alunos Atípicos na Escola: O Desafio Continua”. Encerrando o segundo dia da Jornada Pedagógica, o Prof. Me. Joéliton Alves profere palestra a respeito da “Educação Empreendedora e os Desafios Para Um Futuro Sustentável”. Ele que é Mestre em Ciências da Educação, consultor e professor há mais de 25 anos, tem ampla experiência na temática de empreendedorismo, credenciado ao SEBRAE , é especialista em Planejamento Estratégico de Negócios e Pessoas, Neuropsicopedagogo e também e Coach Profissional.

OUTROS PALESTRANTES

O ciclo de palestra direcionado aos profissionais de educação da rede municipal prosseguirá no Colégio Celestina Bittencourt, onde também serão aplicadas importantes oficinas, tendo como protagonistas os professores, Aline Miranda Rosa, Benilton Santos, Maristela Amaral, Adenilson Souza Cunha, Arlete Ramos dos Santos, Silvia de Mattos Gasparian Colello, Rogério Santos Souza e Rose Maria Pereira de Souza Bonfim.

Confira no link a programação em sua integra.

( José Américo Castro-Dircom/Prefeitura de Ipiaú)

Homem rompe artéria e morre ao dar soco em janela enquanto brigava com a esposa

Depac Centro - Foto: Henrique Arakaki/Arquivo Midiamax
Na noite de segunda-feira (20), Rudney Domingos de Carvalho, de 40 anos, morreu na Santa Casa de Campo Grande. Ele morava em uma cidade do interior e sofreu grave ferimento ao dar soco em uma janela de vidro.

Conforme o registro policial, o homem brigou com a esposa na noite de domingo (19), por volta das 23 horas. Então, deu um soco na janela de vidro, que quebrou.

Com isso, sofreu um corte no braço direito que acabou atingindo a artéria. Ele ainda foi socorrido e transferido para Campo Grande, mas não resistiu.

Também segundo informações da polícia, o homem teve choque hemorrágico e acidose metabólica refratária. Ele morreu às 18h08 de segunda-feira.

O caso foi registrado como morte a esclarecer na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro.

Nós não queremos destruir a Rússia, diz Biden

No discurso para marcar o primeiro ano da invasão de Vladimir Putin da Ucrânia, mirando tanto Moscou quanto Pequim em sua denúncia das autocracias, o presidente Joe Biden afirmou que o Ocidente não pretende destruir a Rússia.

Biden falou na noite desta terça (21, tarde no Brasil) em Varsóvia, a capital do mais beligerante membro da Otan (aliança militar ocidental), a Polônia. Horas antes, Putin havia se dirigido ao Parlamento russo afirmando que o objetivo ocidental era o de “acabar conosco para sempre” ao transformar “um conflito local em global”.

O duelo de discursos, no qual Biden tinha a vantagem de saída de ter visitado de forma inédita Kiev na véspera, acabou sendo um jogo de espelhos no qual o americano repetiu, assim como o russo, a retórica construída ao longo de um ano do conflito iniciado em 24 de fevereiro passado. A guerra está um momento de pressão inconclusiva por parte de Moscou.

“Putin ainda duvida da nossa convicção. Não deve haver dúvida, a Otan nunca será dividida, e nós não estaremos cansados”, afirmou o americano. “Autocratas não podem ser apaziguados, só podem ser antagonizados. A única palavra que entendem é não, não e não.”

“O mundo autocrático ficou mais fraco”, disse, sem é claro citar a China, sua principal rival estratégica e maior aliada de Putin, ainda que sem envolvimento direto na guerra. Mas o recado estava no ar, em especial após a acusação sem provas feita pelo secretário de Estado, Antony Blinken, de que Pequim iria enviar armas aos russos, algo negado pelos chineses.

“Que tipo de mundo queremos construir?”, afirmou, dizendo que o Ocidente é “aliado não das trevas, mas da luz”. “A escolha é entre caos e estabilidade, entre democracia ou a terra brutal dos ditadores”, disse. Voltou a acusar a Rússia de crimes contra a humanidade, “usando estupro como arma”.

Ao mesmo tempo, negou o intuito sugerido antes pelo russo. “Não queremos destruir a Rússia, não queremos atacar, como o Putin disse hoje”, afirmou, emulando o tom do presidente francês, Emmanuel Macron, que no fim de semana defendeu a derrota do Kremlin na guerra, mas não “mudança de regime”.

Também na mesma linha de Macron, que questionou a responsabilidade do Ocidente em alienar países não alinhados que fazem negócio com a Rússia como Índia e Brasil, Biden insistiu que as democracias ocidentais “precisam entregar para o povo”, “melhorando a saúde”, “aumentando a prosperidade”.

“As decisões que tomarmos nos próximos cinco anos irão definir as próximas décadas”, completou. Chamou a atenção para outros países que temem a Rússia, como a própria Polônia, que faz parte da Otan, ou a pequena e desguarnecida Moldova —pediu palmas para a presidente Maia Sandu, pressionada por Moscou.

Biden entrou no palco montado à frente do palácio presidencial ensaiando um desfile ao som de música eletrônica ao estilo do Eurovision, concurso de talentos popularíssimo no Leste Europeu, e depois recebeu crianças, em oposição ao formalismo marcial do evento de Putin em Moscou.

Os EUA são os maiores apoiadores da Ucrânia na guerra. Segundo o Instituto para Economia Internacional de Kiel, US$ 78,2 bilhões dos US$ 150 bilhões de ajuda já recebida por Kiev até 15 de janeiro vieram dos americanos, US$ 47,3 bilhões em armas e defesa.

Igor Gielow/Folhapress

Confirmadas 44 mortes por causa das chuvas em São Paulo

O governo do estado de São Paulo informou que, até o momento, 44 óbitos foram confirmados por causa das fortes chuvas, sendo 43 em São Sebastião e um em Ubatuba. Equipes do município com psicólogas e assistentes sociais fazem um trabalho de acolhimento dos familiares das vítimas do temporal que assolou o litoral norte no sábado (18) e domingo (19).

Já foram identificados sete corpos e liberados para o sepultamento. São dois homens adultos, duas mulheres adultas e três crianças. Os trabalhos de busca, resgate e salvamento seguem ininterruptamente na região. Atualmente há 1.730 desalojados e 766 desabrigados em todo estado.

Disque 100

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) disponibilizou o Disque 100, opção 2, para receber comunicações de pessoas atingidas pelas fortes chuvas no litoral sul do estado de São Paulo, nos municípios de São Sebastião, Ubatuba, Guarujá, Bertioga e Ilhabela.

A central de atendimento funciona 24 horas, 7 dias da semana, para auxiliar na acolhida de informações sobre pessoas desaparecidas e locais de abrigo, acolher pedidos de socorro de pessoas isoladas em apoio às centrais 190, 193 e 192.

Edição: Fernando Fraga
Por Ludmilla Souza - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Suspeitos fingem ser policiais, invadem casa e matam homem na frente da mãe em Brumado

Foto: Reprodução/ Achei Sudoeste
Homens armados simularam ser policiais, invadiram uma residência e mataram Henrique Alves a tiros na frente da própria mãe. O crime aconteceu na madrugada desta terça-feira (21) na comunidade do Espinheiro, zona rural de Brumado. A vítima estava em um dos cômodos e, ao sair, foi executado.

Segundo informações do Achei Sudoeste, parceiro do Bahia Notícias, uma mulher teria relatado à mãe da vítima que homens estavam atrás dele na região, mas Henrique Alves não teria dado atenção - ele sugeria não ter desavença com outras pessoas. O corpo dele foi jogado em um matagal, próximo à residência da família.

A motivação do crime ainda é desconhecida e não há informações adicionais sobre o episódio.

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