Lula enfrenta questionamentos da classe política em meio a uma agenda de aproximação com Portugal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou o dia e a agenda oficial da sua viagem a Portugal neste sábado, 22, num cartão postal da cidade e um ícone da história do país: o Mosteiro dos Jerônimos. O local foi escolhido pelo governo português para Lula receber as honras de estado. Em seguida, o presidente fez uma visita guiada ao local e depositou flores no túmulo de Luiz de Camões.

A segunda agenda – os trabalhos no âmbito da 13°Cimeira Portugal-Brasil – acontece no Palácio de Belém, sede da presidência da república portuguesa. Lula está sendo recebido pelo presidente lusitano Marcelo Rebelo de Souza e participa de almoço a convite do primeiro-ministro António Costa. Lula conversa reservadamente com os dois, em momentos diferentes.

A tarde foi reservada para as discussões da Cimeira onde serão firmadas parcerias entre os dois países em diversas áreas. Entre os acordos bilaterais estão um entendimento de cooperação entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Portugal Space, agência espacial portuguesa; trabalhos conjuntos entre a Fundação Oswaldo Cruz e o Ministérios de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português; protocolo para coprodução audiovisual entre a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA). Também deve ser acordado o reconhecimento mútuo dos documentos de condução e a concessão de equivalência de estudos no ensino fundamental básico e médio e ensino secundário, o que beneficia os imigrantes dos dois países.

Polêmicas

A deferência prestada a Lula na agenda oficial, no entanto, contrasta com o debate que continua ocorrendo no ambiente político português em relação ao líder brasileiro e à sua visita a Portugal no momento atual. Depois de questionarem a presença de Lula nas comemorações do 25 de abril, data que comemora o fim da ditadura fascista em Portugal, os parlamentares lusitanos argumentam que as posições de Lula em relação à guerra da Ucrânia tornam a visita inconveniente.

O assunto esteve em todos os noticiários da TV ontem à noite. Em debate, a representante do bloco de esquerda de Portugal, Mariana Mortágua, simpática ao PT e a Lula conseguiu defender o presidente das acusações de corrupção, mas encontrou dificuldades quando o assunto foi a guerra da Ucrânia. Ela disse não ter entendido as declarações de Lula, ao rebater as críticas feitas pelo líder do partido de direita Nuno Melo.

Ontem, a Associação dos Ucranianos, que defende a colônia de refugiados do país em Portugal protestou em frente à embaixada de Portugal e foi recebida, a pedido de Lula, pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Marcio Macêdo.

Estadão

Marcos Mion critica Lula depois de falas sobre pessoas com deficiência intelectual

Apresentador e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência intelectual, Marcos Mion usou suas redes sociais para criticar o presidente Lula após um vídeo que mostra uma fala do petista durante uma reunião ministerial, na quarta-feira, em que discutia a violência nas escolas. O presidente disse que pessoas com “deficiência mental” teriam “problemas de desequilíbrio de parafuso.”

Pai de Romeo, que recebeu o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista, ou TEA, Mion afirmou que o discurso de Lula reforça preconceitos e estigmas sustentados em capacitismo, conceito que se refere à discriminação contra pessoas com deficiência.

Na ocasião, Lula disse que “a OMS [Organização Mundial de Saúde] sempre afirmou que na humanidade deve haver 15% de pessoas com algum problema de deficiência mental”. “Se esse número é verdadeiro, e você pega o Brasil com 220 milhões de habitantes, significa que temos quase 30 milhões de pessoas com problemas de desequilíbrio de parafuso. Pode uma hora acontecer uma desgraça.”

A declaração foi refutada por especialistas e causou revolta de Mion, que se disse “chocado”. “O termo usado, já há muitos anos, é ‘deficiência intelectual’, e não ‘deficiência mental’, como o Lula usou. A gente tem que se policiar, tem que aprender e tem que se adequar. Lula se refere a essas pessoas dizendo que elas têm problemas de desequilíbrio de parafuso. Isso é só pejorativo e também incentiva outras pessoas a continuarem usando esse termo”, afirmou.

Militante ativo da causa de pessoas com deficiência intelectual, Mion tornou pública a condição de seu filho em 2014, e em 2020 fez parte do lobby para a aprovação de uma lei que leva o nome de seu filho, e que cria uma carteira de identificação de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista.

“Irresponsavelmente, a fala dele liga deficientes intelectuais diretamente aos casos de violência que infelizmente temos visto acontecer. Isso é um absurdo, pois não há qualquer comprovação. Como pai de um autista, eu me sinto atingido”, disse ainda o apresentador.

Folha de S. Paulo

‘Faça quando quiser fazer’, diz Lula sobre Congresso criar CPI do 8/1

Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os ataques deve ser criada nesta semana no Congresso
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste sábado (21) em Portugal que o Congresso pode criar a CPI mista do 8 de janeiro quando ele quiser, sem interferência do governo federal. “Faça quando quiser fazer”, afirmou o presidente.

“CPI é por conta do Congresso Nacional. Decida quando quiser decidir. Faça a hora que quiser fazer. O presidente da República não vota no Congresso Nacional. Eles decidem.”

Lula demonstrou incômodo com pergunta sobre problemas internos do Brasil e disse que tomará uma decisão sobre o futuro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) quando retornar ao país. “Quando eu voltar vou tomar a decisão que eu achar mais importante para o Brasil.”

Ao lado do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, Lula disse que o Brasil e o restante do mundo estão com suas democracias e suas instituições ameaçadas pela violência política e pelo discurso de ódio em tornos das fake news.

Lula ainda citou a extrema direita do Brasil, de Portugal e dos Estados Unidos e a análise do PL das Fake News no Congresso, que deve ser analisado na semana que vem no plenário da Câmara dos Deputados.

Na última quarta-feira (19), o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo após a divulgação de imagens que colocam em xeque a atuação do órgão durante o ataque golpista de 8 de janeiro.

A saída dele do governo ocorreu pouco depois de uma reunião com o presidente, que aceitou o pedido de demissão. Trata-se da primeira queda de ministro na atual gestão, três meses e 19 dias depois do começo do mandato.

A crise que levou à saída do chefe do GSI teve como estopim a divulgação, pela CNN Brasil, de imagens do circuito interno da segurança durante a invasão da sede da Presidência da República que mostram uma ação colaborativa de agentes com golpistas e a presença de Gonçalves Dias no local.

O destino do general foi selado em meio à recusa de divulgar imagens da invasão ao Planalto. Uma semana após os ataques de 8 de janeiro, o governo divulgou vídeos editados, em particular com trechos que evidenciavam que os militantes eram aliados de Bolsonaro. No entanto, recusou um pedido da Folha, via Lei de Acesso à Informação, para divulgar a íntegra das gravações.

A queda do comandante do GSI deve tornar inevitável a criação de uma CPI no Congresso sobre os atos golpistas, que já vinha sendo cobrada pela oposição sob resistência da gestão Lula, que agora deverá mudar de estratégia.

A relação de amizade entre o general Gonçalves Dias, chamado de GDias pela equipe do governo, e Lula é antiga. Foi o militar que chefiou a segurança do petista durante seus dois primeiros mandatos (2003-2010), atuando como uma espécie de sombra em agendas no Brasil e no exterior.

Lula decidiu nomear o ex-interventor da segurança no Distrito Federal Ricardo Cappelli para comandar interinamente o GSI.

Segundo as imagens da invasão ao Planalto, os golpistas receberam água dos militares e cumprimentaram agentes do GSI durante os ataques. Nos vídeos, o próprio general Gonçalves Dias circula pelo terceiro andar do palácio, na antessala do gabinete do presidente da República, enquanto os atos ocorriam no andar de baixo.

Giuliana Miranda / Folha de São Paulo

Mais de 300 pacientes amanhecem à espera de regulação: “continua sendo a fila morte”, critica Alan Sanches

Segundo o deputado estadual Alan Sanches, líder da bancada da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, o feriado dessa sexta-feira (21) foi de “aflição e angústia para mais de 300 pacientes que amanheceram na longa fila de espera por uma transferência médica pelo sistema de regulação da rede estadual de saúde”.

“A inoperância do Governo do Estado com relação à Secretaria de Saúde só faz piorar o sofrimento dos baianos. Amanhecemos com 320 pacientes no município de Salvador aguardando resposta da regulação. Isso apenas em Salvador, nas UPAs e unidades de pronto atendimento. Não é possível que tenhamos que nos acostumar com a fila perversa da regulação. Precisamos salvar essas vidas e diminuir o sofrimento de tantas famílias”, afirmou o parlamentar.

“Não se trata regulação com policlínica e feira de saúde. O que precisamos é fazer uma gestão de leitos e gestão dos hospitais cobrando as metas acordadas nos contratos assinados entre as instituições responsáveis pela gestão de cada unidade e a Sesab”, reforçou.

Ele destacou que a Prefeitura de Salvador repassa quase R$ 800 milhões ao governo do Estado para cobrir os custos dos pacientes da capital baiana. “Não é um favor, nem boa vontade que o governo estadual faz, pelo contrário, o prefeito Bruno Reis tem colocado recursos para garantir assistência à saúde dos soteropolitanos”.

O líder da Oposição pontuou ainda que as críticas não estão mais no âmbito da disputa eleitoral, mas sim porque é uma questão de dignidade humana.

“Durante todo esse tempo eu me calei, aceitando o resultado das eleições, que a população escolheu manter esse sistema de governo do PT. Mas não consigo mais aceitar o sofrimento de tantos pacientes que precisam de regulação”, acrescentou.

Moraes quebra sigilo de imagens do 8/1 do Planalto e manda ouvir servidores do GSI

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, determinou nesta sexta-feira (21) a quebra de sigilo das imagens de 8 de janeiro das câmeras de segurança do Palácio do Planalto e o depoimento dos servidores do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) que aparecem nas cenas.

Trechos do circuito interno de segurança do Planalto foram divulgados pela CNN Brasil na quarta (19), e levaram à queda do ministro do GSI Gonçalves Dias. O material foi colocado sob sigilo pelo governo federal e negado à Folha em fevereiro.

Na decisão desta sexta, o ministro do Supremo exige o envio de “todo o material existente” em poder do GSI em até 48 horas, e afirma que a preservação integral das imagens “será aferida em posterior perícia”.

No despacho, Moraes também determina que o ministro interino, Ricardo Cappelli, envie cópia integral da sindicância instaurada, no âmbito do GSI, para apuração das condutas dos agentes públicos civis e militares envolvidos no episódio.

O ministro do STF afirma que a investigação dos ataques golpistas exige não só punição àqueles que “criminosamente pretenderam causar ruptura do Estado democrático de Direito”, mas também aos agentes públicos civis e militares que “foram coniventes ou deixaram de exercer suas atribuições legais”.

Moraes afirma ainda que a Constituição Federal “consagrou expressamente o princípio da publicidade como um dos vetores imprescindíveis à Administração Pública”, e que “inexiste sigilo das imagens”.

“[…] Não sendo possível, com base na Lei de Acesso à Informação, a manutenção da vedação de divulgação de todas –ABSOLUTAMENTE TODAS– as imagens verificadas na ocasião do nefasto e criminoso atentado à Democracia e ao Estado de Direito, ocorrido em 08/01/2023, especialmente àquelas decorrentes de veiculação pela imprensa no interior do Palácio do Planalto com a presença de autoridade e servidores do GSI”, escreve.

“Portanto, INEXISTE SIGILO DAS IMAGENS, com base na Lei de acesso à Informação, sobretudo por serem absolutamente necessárias à tutela jurisdicional dos Direitos Fundamentais, ao Regime Democrático e Republicano, que foram covardemente desrespeitados no ataque criminoso à nossa Democracia, no dia 8/01/2023”.

Em fevereiro, reportagem da Folha pediu, via Lei de Acesso à Informação, a íntegra das imagens registradas pelas câmeras de segurança internas e externas do sistema do Palácio do Planalto, referentes ao domingo em que manifestantes golpistas vandalizaram os prédios dos três Poderes.

Ao negar acesso, o GSI afirmou na ocasião não ser “razoável” divulgar informações que exponham métodos, equipamentos, procedimentos operacionais e recursos humanos da segurança presidencial.

“Presente pedido de informação não pode ser atendido, haja vista que as imagens do sistema de vídeo monitoramento do Palácio do Planalto são de acesso restrito, considerando que sua divulgação indiscriminada traz prejuízos e vulnerabilidades para a atividade de segurança das instalações presidenciais”, dizia a resposta.

Em outro trecho, o GSI afirmava: “Caso seja facultado o acesso às informações solicitadas, a eficiência, como princípio constitucional da administração pública, e o interesse público de prevenir ações adversas contra as autoridades protegidas pelo GSI/PR ficam desamparados”.

Apesar de ter colocado as imagens sob sigilo, o governo federal divulgou trechos editados do material que não permitem analisar a atuação e eventual omissão das forças de segurança. Nenhum dos vídeos compartilhados pelo Palácio do Planalto mostrava, inclusive, a presença de Gonçalves Dias.

O ex-ministro do GSI prestou depoimento nesta sexta após decisão desta quinta (20) de Moraes no âmbito do inquérito que investiga o ataque aos Poderes. GDias —como é chamado— passou cerca de 4 horas e 30 minutos na sede da PF (Polícia Federal), em Brasília.

“O comparecimento na sede da Polícia Federal é, para mim, uma grande oportunidade de esclarecer os fatos que têm sido explorados na imprensa. Confio na investigação e na Justiça, que apontarão que eu não tenho qualquer responsabilidade, seja omissiva ou comissiva nos fatos do dia 8 de janeiro”, disse o general em nota.

Thaísa Oliveira/Folhapress

Ex-ministro do GSI diz que houve ‘apagão’ no 8/1 e que não sabia de nível de risco

O general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), disse em depoimento à Polícia Federal que houve um “apagão” geral do sistema de inteligência na crise de 8 de janeiro. Ele também disse não saber informar qual era a classificação de risco dada pelas autoridades para o dia dos ataques.

Dias pediu demissão na quarta-feira (19) após a CNN Brasil divulgar imagens do circuito interno de segurança no Palácio do Planalto. Nelas, é possível ver integrantes do GSI auxiliando os invasores, sendo que um dos agentes chegou a fornecer água para as pessoas que circulavam e participavam da depredação.

O próprio Dias aparece em alguns trechos das imagens, no terceiro andar do Planalto, sem dar ordem de prisão aos invasores.

Sobre sua presença no terceiro andar, Gonçalves Dias disse no depoimento que realizava no momento “gerenciamento de crise”, e que não tinha como deter sozinho o grupo de invasores.

“QUE indagado porque no 3° e 4° piso conduziu as pessoas e não efetuou pessoalmente a prisão, respondeu que estava fazendo um gerenciamento de crise e essas pessoas seriam presas pelos agentes de segurança no 2° piso tão logo descessem, pois esse era o protocolo; QUE o declarante não tinha condições materiais de sozinho efetuar prisão das 3 pessoas ou mais que encontrou no 3° e 4° andar, sendo que um dos invasores encontrava-se altamente exaltado”, afirmou.

Ricardo Della Coletta/Folhapress

Deputado pede à Justiça que Jorge Viana devolva R$ 195 mil em salários da Apex

O deputado Kim Kataguiri (União-SP) pediu à Justiça Federal que o presidente da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex-Brasil), ex-senador Jorge Viana (PT-AC), devolva três meses de salários, o equivalente a R$ 195 mil. Como revelou o Estadão, o petista operou uma mudança no estatuto do órgão para eliminar a obrigatoriedade da fluência em inglês e assim poder ocupar o cargo, que tem como atribuição divulgar os produtos brasileiros no exterior.

Viana foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar a agência em janeiro deste ano. A alteração no artigo 23, parágrafo 4º, do estatuto da Apex foi feita em março deste ano. Viana ficou três meses de forma irregular no cargo, que lhe garante salário de R$ 65 mil. Kataguiri pediu à Justiça Federal, no Distrito Federal, que o ex-senador devolva os valores recebidos nestes três meses.

“Trata-se de grave irregularidade que viola o princípio constitucional da moralidade na Administração Pública e atenta contra a ética e as boas práticas de governança”, afirmou o parlamentar.

Nesta quinta-feira, 20, a juíza federal substituta da 20ª Vara do DF, Liviane Kelly Soares Vasconcelos, determinou a redistribuição da ação. O pedido do deputado foi anexado a um processo movido pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que pede o afastamento de Viana do comando da Apex e a manutenção da fluência em inglês como requisito para o cargo.

Não saber falar inglês já motivou demissão na Apex. Em janeiro de 2019, o governo Jair Bolsonaro teve a sua primeira baixa porque o presidente indicado para a agência, Alecxandro Pinho Carreiro, não era fluente no idioma. Ele ficou apenas oito dias no cargo após a imprensa revelar que ele havia se recusado a fazer um teste de nível do idioma.

A assessoria de Jorge Viana admitiu à reportagem que ele não domina o idioma. “Ele fala inglês, mas não a ponto de fazer um discurso”, afirmou. E justificou que a nomeação dele para a presidência “engrandece a agência” por “sua capacidade de diálogo e interlocução”.

À frente da Apex, Viana nomeou aliados de seu grupo político para assessoria da agência. Os indicados não têm experiência na área de comércio internacional. O petista também chamou uma empresa de amigos para dar oficina de planejamento estratégico a servidores da seleta área de comércio internacional da instituição.

Julia Affonso/Estadão

Durante briga com ex, perito do caso PC Farias urina sobre Bíblia e faz ameaças de morte

O perito Ricardo Molina

Conhecido pela atuação nos casos PC Farias e Eldorado dos Carajás, o perito criminal aposentado e professor da Universidade de Campinas (Unicamp) Ricardo Molina está sendo investigado após acusações de violência doméstica, psicológica e patrimonial feitas pela ex-mulher Janinne Jasem.

A advogada, que tem 119 mil seguidores no Instagram, publicou vídeos gravados no dia 11 de março que mostram uma discussão do casal. O objetivo, segundo ela, é deixar um ‘alerta’ para outras mulheres.

“Eu realmente temo contra a minha vida e o que ele é capaz de fazer. Eu tenho pesadelos de que eu estou sendo assassinada, sequestrada. Eu não saio de casa se o meu namorado não estiver junto”, disse nas redes sociais. “Mesmo conhecendo a lei, eu ainda temo que a justiça não seja feita”.

As gravações registram o momento em que o perito quebra vidros de uma porta, urina em cima de uma Bíblia e joga roupas e maquiagens pela janela. Ela é chamada de ‘piranha’, ‘vagabunda’, ‘interesseira’ e ‘traidora’.

“Você é maluca. Eu vou dar um pé nessa porta. Eu vou te matar, eu quero que você morra”, diz ele na gravação. “Você vai morrer e eu vou no teu velório. Vou mijar em cima da tua cova.”

À reportagem, o perito afirma que a discussão começou em um momento em que eles tentavam reatar o casamento, mas Molina teria descoberto uma traição da ex-mulher, o que ela nega. A versão dela é que o ex-marido é quem manteve casos extraconjugais ao longo do casamento.

Molina nega traições, que segundo ele seriam ‘conversas de WhatsApp’, e também as agressões. Ele afirma que os trechos divulgados estão fora de contexto.

“Querer me transformar artificialmente em um agressor é loucura. Eu tive um surto, porque soube que ela ainda estava com o cara. Eu não ia aceitar isso de jeito nenhum. Se eu quisesse matá-la eu não estava dentro de casa, eu ia lá fora”, rebate. “Ela estava destruindo uma esperança. Eu fiquei com um misto de decepção e fúria”.

O vídeo também mostra o momento em que ele ameaça estrangular o cachorro do casal, o Louis, da raça spitz alemão, conhecida como lulu da pomerânia. “Eu vou estrangular o Louis na frente dela. Foda-se eu vou para cadeia”, diz Molina na gravação.

O perito tenta conseguir a guarda compartilhada do cachorro. Ele nega que fosse fazer mal ao animal e diz que é ‘muito apegado’ a Louis. Já a influenciadora afirma que, durante as brigas, o ex-marido ‘sempre ameaçou estrangular’ o cachorro.

“Qualquer um que me conheça e que tenha visto a minha relação com o Louis vai ver que isso é obviamente uma coisa que eu falei para espantar ela e ver se ela ia embora”, justifica Molina.

Outro vídeo divulgado pela advogada no Instagram mostra a casa do casal destruída, com móveis revirados e quebrados. Segundo a defesa de Janinne, a gravação é de 2020 e os danos teriam sido causados pelo perito.

“Trabalhando há tanto tempo com violência contra a mulher, a gente sabe que o que vem é uma tentativa de descredibiliza a vítima. Ela é sempre louca, está mentindo, se aproveitou. Para nós, não é uma novidade”, afirma a advogada Jaqueline Gachet.

Medida protetiva

A advogada registrou boletim de ocorrência e conseguiu uma medida protetiva que impede o perito de se aproximar dela. O caso foi registrado como ameaça e está sendo investigado na 2.ª Delegacia de Defesa da Mulher de Campinas (SP). Ela já prestou depoimento.

O casal está junto desde 2016. Eles se conheceram em uma palestra ministrada por Molina em Anápolis (GO), onde Janinne morava. O perito é conhecido nacionalmente por ter atuado em casos emblemáticos como no assassinato do empresário PC Farias – morto em 1996, tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor, que um rumoroso processo de impeachment tirou do Palácio do Planalto em 1992.

O casamento, em regime total de separação de bens, aconteceu em dezembro de 2018. O processo de divórcio foi aberto em janeiro e corre em segredo de justiça.

Ao blog, o perito afirmou que tem gravações de áudio que comprovariam agressões da ex-mulher e que essas provas serão juntadas ao processo. Ele também afirmou que pretende acionar judicialmente Janinne judicialmente pela divulgação das imagens. “Nunca houve agressões. Teve dela contra mim e eu também tenho prova”, afirma.

Bíblia

Um dos vídeos que mais repercutiu nas redes socais é o que o perito urina em uma Bíblia. Janinne é evangélica e diz que teve a religião desrespeitada. O perito se desculpou pelo episódio.

“Não me orgulho do que eu fiz. Acho vergonhoso. Peço desculpas aqueles que são religiosos e consideram a Bíblia um livro sagrado. Eu considero um livro sagrado também, mas de outra maneira, pelo conteúdo e não pela matéria”, diz. “Foi um episódio lamentável, mas não houve agressão nenhuma”.

Rayssa Motta/Estadão

Padilha volta a criticar ações do MST e diz que há outras formas de luta

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira (21) que há “outras formas de luta” e criticou as invasões que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) tem promovido nos últimos dias.

A atuação do movimento gerou uma crise com o governo e irritou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como mostrou a Folha. A avaliação é de que isso trouxe atrasos no calendário previsto para o anúncio da retomada de políticas de reforma agrária no país.

“Eu já disse, discordo de qualquer tipo de invasão de áreas produtivas, sobretudo áreas que está se desenvolvendo pesquisa, como forma de luta”, afirmou Padilha, ao deixar um evento da Conamad (Convenção Nacional das Assembleias de Deus Madureira), em Brasília.

“Acredito que o movimento e outros movimentos tenham outras formas de luta que podem conquistar ainda mais a sociedade para uma causa tão importante que é a causa da reforma agrária, agricultura familiar, produção de alimentos no nosso país”, completou.

Nesta semana, o MST inaugurou a Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária com a invasão de ao menos nove fazendas, incluindo uma área que pertence à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), além de sedes do Incra em ao menos sete unidades da federação.

Padilha já havia criticado antes as ações do movimento na última terça-feira. Ele disse que condenava “veementemente” a danificação de processos e áreas produtivas, e que esta não era a melhor forma de luta.

Lula, antes de embarcar para a Europa na quarta-feira, reuniu ministros para tratar do tema, que preocupa governo e, especialmente, o agronegócio.

Há ainda, entre integrantes do governo, o temor de que esse movimento atrapalhe o andamento de pautas de interesse da gestão Lula no Congresso, como a aprovação da medida provisória que leva a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para o guarda-chuva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, saindo da pasta da Agricultura.

Padilha destacou ainda o papel do MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário) no diálogo com os movimentos e falou sobre programas lançados pelo governo Lula 3.

“O MDA está desde o começo dialogando com agricultura familiar, movimentos da área rural para construir junto um programa de fortalecimento dos assentamentos, de aumentar a produtividade”, disse.

Na quarta-feira (19), o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) foi ao Congresso conversar com líderes da Câmara e do Senado e comunicá-los de que o MST deixaria as áreas da Embrapa e da Suzano. O objetivo era conversar com os parlamentares sobre a aprovação da MP que levou a Conab para o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

No dia seguinte, Lula chamou uma reunião para debater o tema. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, iria comparecer a um evento em Londres, mas teve de cancelar a participação por ter sido convocado pelo mandatário para discutir a crise gerada pelas invasões do MST.

Em outra frente, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) decidiu se encontrar com integrantes da coordenação nacional do MST. Na pauta, havia pedido de liberação de verba para reforma agrária e outros temas de interesse do movimento.

Após o encontro com o ministro da Fazenda, João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, disse que a crise política envolvendo as invasões de terra foi tratada de maneira secundária.

O coordenador afirmou que a reunião com Haddad foi proveitosa em relação às demandas do movimento e que não houve pressão para interromper ou reduzir o ritmo de invasões.

Ele também declarou que o ministro da Fazenda pediu especificamente a desocupação da área da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que foi invadida em Petrolina (PE).

Ministro do Trabalho diz que imposto sindical não volta: ‘Quantidade de sindicatos tem que diminuir’

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que o imposto sindical não vai voltar. Pela proposta em discussão no grupo de trabalho criado pelo governo, haverá uma contribuição para financiar sindicatos, que somente poderá ser descontada dos salários se for aprovada em assembleia.

Na avaliação dele, o modelo permitirá eliminar sindicatos de fachada, pois só os que tiverem representação conseguirão sobreviver. “A quantidade de sindicatos tem de diminuir”, afirmou.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

O imposto sindical vai voltar?

Não é preciso ter imposto sindical. Você deve ter uma forma de contribuição que passe pelas assembleias, e os trabalhadores aprovem. Pode ser chamada de contribuição negocial. Se for aprovada em assembleia, tudo bem. Se não for, não tem contribuição.

Mas há sindicatos e centrais que se movimentam pelo retorno do imposto, alegando não ter como sobreviver sem o dinheiro.

Não quero nominar, mas tem um grupo que tem ojeriza de falar de representatividade, discutir as questões nas assembleias. Então, para esse grupo, seria mais fácil voltar ao que era antes: imposto sindical e ponto. Mas isso não volta, não. Esquece. A bem da verdade, o imposto sindical não acabou. Tem sindicato que, malandramente, manda comunicado para as empresas, e elas descontam.

Como resolver o problema da falta de representatividade no movimento sindical?

O sistema de contribuição negocial submetido aos trabalhadores poderá levar, ao longo do tempo, à diminuição da quantidade de sindicatos. A lógica é pensar como estimular que os sindicatos cresçam no tamanho. A quantidade de sindicatos tem de diminuir. É como organização partidária. Não está havendo a diminuição dos partidos?

Mas o número de sindicatos vai diminuir?

O cidadão faz uma chapa, perde uma eleição e ainda quer dividir a base? Não. Tem de ter trava para não permitir isso e induzir a um processo de fortalecimento, de fusão de sindicatos. Isso vale para trabalhadores e para empregadores. Siga o exemplo dos alemães. As centrais estão discutindo isso.

Vera Rosa/Estadão

Em 10 pontos: Entenda crise entre Lula e MST

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) iniciou nesta semana a Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária com a invasão de ao menos nove fazendas, incluindo uma área que pertence à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), além de sedes do Incra em ao menos sete unidades da federação.

As ações provocaram reações não apenas do agronegócio, mas também do próprio governo Lula (PT).

O presidente e o MST têm uma relação histórica, em geral de aliança, mas também recheada de atritos.

No meio de seu segundo mandato (2007-2010), por exemplo, Lula foi chamado por eles de “traidor”. A relação depois ganhou peso com o apoio dos sem-terra a Lula na Lava Jato e nas eleições de 2022.

Entenda em 10 pontos a crise atual entre governo e movimento dos sem-terra.

1) Qual o objetivo do MST com essas ações? O movimento pressiona o governo Lula a apresentar um plano de ações de reforma agrária para os próximos quatro anos e atender a demanda das famílias acampadas e assentadas. O MST está insatisfeito com a lentidão da gestão federal com o tema.

A entidade estima que cerca de 100 mil famílias vivem em acampamentos no Brasil. Destas, 30 mil estão em áreas em processo de regularização que não foram concluídos pelo Incra.

Nas conversas com o governo, o MST argumenta que é papel do movimento pressionar para que a reforma seja uma prioridade de fato do Executivo.

2) Quais ações mais irritaram o governo? Especialmente as ações em propriedades da empresa Suzano, na Bahia e no Espírito Santo, e em terras em que a Embrapa realiza experimentos, em Pernambuco. O movimento diz que são latifúndios improdutivos.

3) Como Lula reagiu? A onda de invasões irritou o presidente. Ele teme que as ações causem desgaste para o governo, principalmente com o agronegócio. Há receio também de que esse movimento atrapalhe o andamento de pautas de interesse da gestão Lula no Congresso.

Na prática, porém, o governo tem dado sinais de ceder à pressão.

As nomeações de novos superintendentes locais do Incra ganharam tração nos últimos dias após uma série de invasões e protestos liderados pelo MST.

Ao todo, foram trocados os comandos do Incra em 19 estados, além do Distrito Federal. Permanecem sem mudanças as chefias de Minas Gerais, Amazonas, Alagoas, Tocantins, Rondônia, Roraima e Amapá.

Na última segunda-feira, o movimento havia cobrado o governo Lula que nomeasse “pessoas comprometidas com a reforma agrária nas superintendências regionais do Incra”, substituindo pessoas que haviam ocupado os cargos de chefia no governo Jair Bolsonaro (PL).

4) E o PT? Lideranças petistas afirmam que o MST sempre foi um parceiro importante do partido, mas reclamam nos bastidores da postura adotada desde o início do terceiro governo Lula.

A avaliação é a de que o Executivo tem enfrentado uma série de desafios, como no caso da invasão nas sedes dos três Poderes em 8 de janeiro e que não seria correto um aliado abrir uma nova frente de crise.

5) De quando é o MST? O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra foi criado em 20 de janeiro de 1984 e, um ano depois, no primeiro congresso dos sem-terra, elegeu a sua primeira direção nacional.

Esse primeiro comando dos sem-terra se formou com 18 homens e 2 mulheres. Eles e elas representavam os dez Estados nos quais o movimento estava organizado (RS, SC, PR, MS, SP, RJ, MG, ES, BA e RO).

6) Por que o MST costuma realizar mobilizações em abril? As invasões no mês de abril marcam o aniversário do massacre de Eldorado do Carajás, quando, em 16 de abril de 1996, 19 trabalhadores sem-terra foram mortos por tropas da Polícia Militar do Pará. O massacre é um símbolo nacional e internacional de impunidade, e as ações dos sem-terra desde então passaram a ser chamadas de “abril vermelho”.

7) Lula tem dívida com o MST? Sim. O presidente carrega um histórico de promessas de que faria a reforma agrária na marra e na “canetada”. Nunca fez. Em seus dois mandatos anteriores fez um programa simplista de desapropriar terras a esmo, criando assentamentos sem infraestrutura e longe das bases acampadas do MST.

Lula, por exemplo, nunca cumpriu a promessa de atualizar os índices agropecuários usados para medir a produtividade de fazendas passíveis de desapropriação para a reforma agrária.

Além disso, Lula tem uma dívida política com os sem-terra. Foram eles que ajudaram a liderar as mobilizações a favor do presidente no auge da Lava Jato e no período em que ele ficou preso na Polícia Federal de Curitiba. O MST também mobilizou suas bases para a campanha eleitoral do ano passado.

8) Qual o efeito prático das recentes ações do MST? O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou à coluna Painel que uma das demandas do MST, um plano nacional de reforma agrária, estava na mesa de Lula, mas invasões promovidas nas últimas semanas geraram tensão e impossibilitaram o anúncio.

9) O que diz o MST sobre as invasões? Em nota, o MST defendeu a reforma agrária e destacou a urgência de investimento para agricultura familiar e acesso a crédito para a produção de mais alimentos.

Na avaliação de Ceres Hadich, da direção nacional do MST, as ações são um instrumento de pressão pela reforma agrária e de denúncia contra a violências no campo. “O Brasil é o país do latifúndio, com o maior índice de concentração de terras. A reforma agrária é uma dívida histórica com os povos do campo.”

Um dos objetivos é evitar que o agronegócio vença o debate e tenha prioridade nas políticas públicas do Palácio do Planalto em detrimento das ações de redistribuição fundiária.

10) E qual a reação do agronegócio? Na semana passada, por exemplo, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) protocolou no STF (Supremo Tribunal Federal) uma liminar para impedir invasões de propriedades rurais em todo o país.

“Inaceitável! Sempre defendi que o trabalhador vocacionado tenha direito à terra. Mas à terra que lhe é de direito!”, escreveu o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em suas redes, na segunda-feira (17).

Folha de S. Paulo

Três jovens são conduzidos após fazerem ameaças em Amargosa

Três adolescentes que gravaram vídeos dentro do ambiente escolar com um simulacro de papelão, em um colégio de Amargosa, foram conduzidos, no início da desta quinta-feira (20), por equipes da 99 ª Companhia Independente de Polícia Militar.

Segundo o comandante da unidade, major Elismar Silva de Jesus, os jovens divulgaram um vídeo com ameaças aos integrantes da instituição. O material foi filmado dentro das dependências da escola.

Os professores acionaram a polícia. Os estudantes acabaram apreendidos e conduzidos para a Delegacia Territorial do município, onde prestaram depoimento e afirmaram que a atitude foi uma brincadeira.

O major Elismar reforçou que a 99ª CIPM continuará com rondas preventivas em escolas municipais, estaduais e particulares para orientar jovens e professores e prevenir ações que ofereçam risco.
Fonte: Ascom | Marcia Santana

Novo arcabouço é difícil de cumprir, diz Henrique Meirelles

Mais flexível, porém mais difícil de cumprir. É assim que Henrique Meirelles define a nova regra fiscal enviada ao Congresso pela equipe econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Ex-presidente do Banco Central em dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ex-ministro da Fazenda de Michel Temer (MDB), cuja gestão elaborou o teto de gastos, Meirelles considera um desafio cumprir o pilar da proposta: fazer o ajuste com aumento de receita, e não com corte de gasto.

“As normas clássicas de ajuste fiscal no Brasil e internacionais dizem que o governo faz ajuste fiscal pela despesa, sem depender de receita. Despesa, o governo controla, receita, não”, afirma, em entrevista à Folha.

“Fazendo as contas, com o que tem hoje, não chega lá onde dizem. É necessário um aumento de receita de R$ 150 bilhões. Essa complementação com receita é necessária. Ela é possível? Vamos ter de ver”, diz.

Alexa Salomão / Folha de São Paulo

Lula se irrita com MST e teme desgaste; governo avalia que invasões atrasam reforma agrária

A onda de invasões do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) nos últimos dias irritou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e provocou atrasos no calendário previsto para o anúncio da retomada de políticas de reforma agrária no país.

O chefe do Executivo teme que as ações causem desgaste para o governo, principalmente com o agronegócio, e convocou uma reunião nesta quinta-feira (20) com ministros para tentar debelar a crise.

Houve receio também de que esse movimento atrapalhe o andamento de pautas de interesse da gestão Lula no Congresso, como a aprovação da medida provisória que leva a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para o guarda-chuva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, saindo da pasta da Agricultura.

Integrantes do governo que mantêm diálogo com o MST criticam as invasões e argumentam que a iniciativa, no final das contas, pode ter o efeito contrário: em vez de pressionar o governo, podem atrasar a retomada de políticas de reforma agrária no país.

Lideranças petistas afirmam que o MST sempre foi um parceiro importante do partido, mas reclamam nos bastidores da postura adotada desde o início do terceiro governo Lula.

A avaliação é de que o Executivo tem enfrentado uma série de desafios, como no caso da invasão nas sedes dos três Poderes em 8 de janeiro, e que não seria correto um aliado abrir uma nova frente de crise.

Nas conversas com o governo, o MST argumenta que é papel do movimento pressionar para que a reforma seja uma prioridade de fato do Executivo.

Membros do movimento fazem uma comparação com a postura adotada pela militância do PT e pela presidente da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PR). A sigla tem pressionado o Executivo, principalmente a equipe econômica, a não adotar medidas de austeridade fiscal com o objetivo de forçar o governo a ter uma postura mais à esquerda.

No caso do MST, dizem, é necessário fazer uma mobilização similar para evitar que o agronegócio vença o debate e tenha prioridade nas políticas públicas do Palácio do Planalto em detrimento das ações de redistribuição fundiária.

Segundo aliados de Lula, havia um plano amadurecido para anunciar a nova reforma agrária ainda em abril. As atitudes do MST, porém, conturbaram o ambiente.

Além da reforma, o movimento tem uma série de demandas a negociar com o governo. No entanto, a partir do momento em que eles invadiram a sede da Suzano, no Espírito Santo, e unidade da Embrapa, em Pernambuco, ministros avisaram que só retomariam qualquer conversa se eles deixassem as áreas.

Na quarta-feira (19), o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) foi ao Congresso conversar com líderes da Câmara e do Senado e comunicá-los de que o MST deixaria as áreas da Embrapa e da Suzano. O objetivo era conversar com os parlamentares sobre a aprovação da MP que levou a Conab para o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Nesta quinta-feira (20), Lula chamou uma reunião para debater o tema. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, iria comparecer a um evento em Londres, mas teve de cancelar a participação por ter sido convocado pelo mandatário para discutir a crise gerada pelas invasões do MST.

Em outra frente, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) decidiu se encontrar com integrantes da coordenação nacional do MST. Na pauta, havia pedido de liberação de verba para reforma agrária e outros temas de interesse do movimento.

Após o encontro com o ministro da Fazenda, João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, disse que a crise política envolvendo as invasões de terra foi tratada de maneira secundária.

O coordenador afirmou que a reunião com Haddad foi proveitosa em relação às demandas do movimento e que não houve pressão para interromper ou reduzir o ritmo de invasões.

Ele também declarou que o ministro da Fazenda pediu especificamente a desocupação da área da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que foi invadida em Petrolina (PE).

A Justiça Federal determinou que os sem-terra desocupem a fazenda pertencente à Embrapa no interior pernambucano. A decisão judicial dá prazo de 48 horas, a partir da notificação, para que ocorra a saída da área.

Além da reação negativa do agronegócio, também preocupa o governo as críticas ao MST vindas da classe política, inclusive de aliados.

Em Londres, no evento do Lide, entidade criada pelo ex-governador João Doria, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), aliado do PT, repreendeu os sem-terra.

“Na hora em que o movimento ocupa uma sede da Embrapa, perde apoio político, ou na hora que ocupa uma sede do Incra. O momento exige uma reflexão do movimento e um processo mais acelerado na área da política agrária”, afirmou.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que as invasões têm claro sentido político e não de expectativa de obtenção de conquistas reais.

“Eles [MST] têm que rever o que querem. Não me parece fazer sentido nenhum invadir área produtiva, porque é lógico que vão ser retirados dali. Me parece ser muito mais uma ação política do que ter resultado prático”, afirmou.

Já o emedebista Helder Barbalho, governador do Pará, disse que é preciso conjugar combate a ilegalidades com políticas de reforma agrária.

“É fundamental que o Brasil possa ter tranquilidade no campo, segurança jurídica, propriedade de terra. Por um lado deve-se combater toda e qualquer ilegalidade. Por outro, o governo brasileiro deve instituir junto com os estados políticas de reforma agrária que não apenas garantam terra, como também permitam produção para essas localidades”, declarou.

Outra política de esquerda, a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira afirmou que é preciso haver racionalidade e diálogo político. “Precisa de racionalidade, interlocução política, mas sem invadir terra pública, propriedade”, afirmou.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) afirmou por sua vez que invasões são contrárias à lei, “e tudo quanto for contrário à lei deve ser coibido e evitado”. “O governo tem compromisso de reprimir esse tipo de atitude e buscar sentar à mesa para poder negociar”, disse.

A reforma agrária sempre foi uma das principais bandeiras do PT, que historicamente foi aliado do MST. Quando Lula foi preso, por exemplo, lideranças do movimento participaram do acampamento em frente à Polícia Federal de Curitiba e classificaram as condenações do petista como perseguição política.

Julia Chaib , Matheus Teixeira , Fábio Zanini e Joelmir Tavares / Folha de São Paulo

MST amplia exigências, encontra Haddad e pede mais verbas após Lula ceder a pressão dos sem-terra

Em meio à onda de invasões a prédios públicos e de fazendas produtivas, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) fez novas exigências ao governo federal e reivindicou um aumento de recursos investidos na compra de terras destinadas à reforma agrária, melhores créditos para a agricultura familiar e a inclusão do tema em uma agenda de desenvolvimento e não de conflito. Os pedidos foram feitos ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião nesta quinta-feira, 20, em São Paulo.

A nova rodada de exigências ocorre após o governo Lula ceder à pressão do MST, que reivindicava “pessoas comprometidas com a reforma agrária”, e nomear novos superintendentes regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Além disso, nos últimos dias integrantes do movimento invadiram fazendas da Suzano e uma área de pesquisas da Embrapa Semiárido.

Ao final do encontro, o coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, afirmou que Haddad vai estudar um aumento da verba destinada à obtenção de terras para a reforma agrária para R$ 400 milhões. Ainda segundo o líder do MST, o ministro também analisar a criação dois grupos de trabalho. Um dedicado a avaliar a viabilidade de devedores da União pagarem dívidas entregando suas terras, e outro para analisar os juros para financiamento de agroindústria para agricultura familiar.

“O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) herdado pelo Bolsonaro teve um orçamento de R$ 200 milhões. A necessidade para assentar todas as famílias acampadas hoje é de R$ 1,3 bilhões. O ministro disse que é muito difícil recompor o orçamento este ano, porque tudo que era possível ser feito foi na PEC (da transição). O máximo a que eles vão conseguir chegar é aproximadamente R$ 400 milhões para obtenção de terra. Mas isso é insuficiente”, afirmou João Rodrigues à imprensa, após reunião com o ministro.

Questionado, o ministério da Fazenda disse apenas que vai “estudar” a pauta de reivindicações recebidas.

“O ministro fez o pedido que é importante a desocupação e nós falamos que vamos desocupar a Embrapa assim que acharmos um local para colocar as 800 famílias que estão lá e que vamos desocupar a área da Suzano. Estamos em uma negociação com o governo do estado porque aquela área é pública”, disse. Segundo Rodrigues, o movimento se comprometeu a desocupar as duas áreas invadidas até o final de semana.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, chegou a cancelar a palestra que faria a empresários nesta sexta-feira, 21, no Lide Brazil Conference, em Londres, e retornou às pressas ao Brasil. A reportagem apurou que o ministro informou ao evento que retornaria por causa das invasões.

Sobre a ofensiva de invasões das últimas semanas, Rodrigues disse que não há motivos para o MST criar “constrangimento com o governo Lula”. “O MST é parceiro do governo. Está com uma agenda de produção de alimento. Mas nós achamos justo que, no mês de abril, o MST possa apresentar a nossa pauta, que é o assentamento imediato de 60 mil famílias acampadas, na sua grande maioria, desde o governo Dilma.”

Desde o início da semana, no chamado “Abril Vermelho”, o movimento realizou atos em 18 Estados, entre eles invasões e protestos em sedes regionais do Incra em 11 Estados e no Distrito Federal.

Grupos de trabalho

O ministério da Fazenda sugeriu ao MST estudar uma alternativa para recompor os valores necessários para a reforma agrária. “A alternativa que o ministro está construindo é tentar negociar com os devedores de terra da União, ao invés de pagar em dinheiro, negociar para pagar em terra”, disse Rodrigues. Segundo ele, há R$ 40 bilhões em dívida de “fazendeiros que têm 5 milhões de hectares de terras”.

O segundo grupo de trabalho avençado na reunião vai estudar um processo para criar novas linhas de crédito para agricultura familiar. “A agenda da reforma agrária precisa sair do conflito e ir para o desenvolvimento”, disse Rodrigues.

Gustavo Queiroz/Isabella Alonso Panho/Estadão

Prefeitura e Ministério Público reúnem para tratar sobre implantação de programa de educação inclusiva nas salas regulares das Escolas do Município de Ipiaú

Ocorreu no gabinete da Prefeitura de Ipiaú na terça-feira (18), uma reunião entre membros do Ministério Público, com a promotora Dra. Lissa Aguiar, o promotor Drº. Adriano Freire, e a servidora Gladys, juntamente com a Prefeita Maria das Graças, a procuradora jurídica Dra. Isabelle Araújo, as secretárias municipais, de Saúde, Laryssa Dias, de Educação, Erlândia Souza, de Assistência Social, Rebeca Câncio, Controlador Interno Rondinelle Ribeiro.
O assunto tratado foi referente a apresentação pelo Ministério Público do projeto de iniciativa do órgão para implantação de um Programa voltado para a Educação Inclusiva nas escolas do Município de Ipiaú, com os principais objetivos de sensibilizar o Poder Público e a sociedade, capacitar equipes multidisciplinares de inclusão nos municípios e promover nas escolas das redes de ensino públicas e privadas a execução e acompanhamento das ferramentas pedagógicas para uma efetiva educação inclusiva, nas salas de aula regulares.

“Com o Programa o MP reafirma sua missão de lutar por uma educação inclusiva. Para além de ser um órgão fiscal, o que se propõe é atuar de modo a induzir políticas públicas. Precisamos incluir a família também, não somente o estudante. Esse projeto cria um caminho para efetivar a educação inclusiva”, destacou o promotor de Justiça Adriano Marques, que desenvolveu um projeto piloto no Município de Cruz das Almas.

Criado em 2014, o projeto de educação inclusiva ganhou uma nova versão e foi formatado com um passo a passo para orientar os promotores de Justiça em suas comarcas, que inclui as etapas desde a instauração da portaria do procedimento administrativo, quando o promotor de Justiça deve oficiar as secretarias municipais de educação, saúde e assistência social para coleta de informações, até a elaboração de cursos de formação e aperfeiçoamento da equipe multidisciplinar de inclusão e dos professores.

Na reunião, também foi apresentado, pelo promotor de Justiça Adriano Marques, um protótipo do aplicativo de educação inclusiva que está sendo desenvolvido pelo Sesi com o apoio do MP. A ferramenta permitirá a troca de informações entre o estudante com deficiência, sua família, a escola, o MP e os demais integrantes da equipe multidisciplinar de inclusão. Além disso, o aplicativo permitirá que, a partir da entrevista com o aluno, o professor faça a anamnese, a análise dos dados do aluno com a posterior elaboração do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), registre a evolução das ações, acione a rede de apoio, faça avaliações trimestrais, além de permitir uma maior interação entre família, escola e a rede.

A Secretária de Educação Erlândia Souza, destacou na reunião o quanto o município de Ipiaú tem avançado na Inclusão, apresentando o projeto das Salas de Recursos Multifuncionais, totalmente equipadas, existentes nas Escolas: Pastor Paulo, Agostinho Pinheiro, Leovícia Andrade, José Mendes, Mª José Lessa de Moraes, Ângelo Jaqueira e no Colégio M. Celestina Bittencourt, sob a Coordenação da Coordenadora Técnica Pedagógica - Maricelma Solange Gonçalves dos Santos. As atribuições do atendimento educacional especializado – AEE fornecido pelas SRM são: apoiar o desenvolvimento do aluno com deficiência, transtornos gerais de desenvolvimento e altas habilidades; desenvolver habilidades cognitivas, sensoriais, sócio emocionais e práticas, por meio de intervenções pedagógicas para possibilitar uma aprendizagem significativa e com mais autonomia ao educando com NEE, tanto no espaço escolar quanto nos espaços sociais; acompanha o uso dos materiais adaptados e recursos empregados em sala de aula, sem, contudo, interferir no ensino dos conteúdos curriculares; disponibilizar o ensino de linguagens e de códigos específicos de comunicação e sinalização; (LIBRAS-BRAILLE); oferecer Tecnologia Assistiva (TA) e adequar e produzir materiais didáticos e pedagógicos, tendo em vista as necessidades específicas dos alunos (Cegos, Surdos, com Paralisia Cerebral- PC). Ressaltou ainda a disponibilidade de cuidadores para alunos especiais (com laudo médico), o que não acontece no momento nas redes particulares e estaduais da cidade. Mas concorda que a inclusão se faz urgente e necessária nas salas de atendimento regular, pois os professores, assim como ocorre em outras profissões, precisam se atualizar para atuar em uma profissão que requer estudo, formações e adaptações constantes para atingir o objetivo maior que é o aprendizado do aluno.

A secretária de Saúde Laryssa Dias ressaltou a importância do fluxo de trabalho de acompanhamento com crianças autistas dentro do “Programa Crescer”, que é o programa multiprofissional de desenvolvimento infantil, composto por diversos profissionais como neuropediatras, psicólogas, dentistas, nutricionistas, enfermeiras entre outros. “Hoje nós temos 105 crianças atendidas pelo programa e é muito importante continuarmos esse trabalho tão importante na vida de todas elas”, disse a secretária.

O projeto de educação inclusiva conta com o apoio de diversas instituições como Sesi, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Estadual da Bahia (Uneb), Ministério Público Federal (MPF), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Secretaria Estadual de Educação.
Fonte: DECOM - Departamento de Comunicação da Prefeitura de Ipiaú

Lula convoca ministro para tratar de MST; governadores e Pacheco rechaçam invasões

A onda de invasões promovidas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) nos últimos dias foi reprovada por governadores e pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), durante evento em Londres organizado pelo grupo Lide.

O evento do Lide, entidade criada pelo ex-governador João Doria, teria também a presença do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, mas ele teve de cancelar a participação por ter sido convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir a crise gerada pelas invasões do MST.

Nesta tarde, só que em São Paulo, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) vai se encontrar com integrantes da coordenação nacional do MST. Na pauta, pedido de liberação de verba para reforma agrária e outros temas de interesse do movimento.

Em Londres, no evento do Lide, o rechaço veio inclusive de políticos de esquerda, como o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB).

“Na hora em que o movimento ocupa uma sede da Embrapa, perde apoio político, ou na hora que ocupa uma sede do Incra. O momento exige uma reflexão do movimento e um processo mais acelerado na área da política agrária”, afirmou.

O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), afirmou que as invasões têm claro sentido político, e não de expectativa de obtenção de conquistas reais.

“Eles [MST] têm que rever o que querem. Não me parece fazer sentido nenhum invadir área produtiva, porque é lógico que vão ser retirados dali. Me parece ser muito mais uma ação política do que ter resultado prático”, afirmou.

Já o emedebista Helder Barbalho, governador do Pará, disse que é preciso conjugar combate a ilegalidades com políticas de reforma agrária.

“É fundamental que o Brasil possa ter tranquilidade no campo, segurança jurídica, propriedade de terra. Por um lado deve-se combater toda e qualquer ilegalidade. Por outro, o governo brasileiro deve instituir junto com os estados políticas de reforma agrária que não apenas garantam terra, como também permitam produção para essas localidades”, declarou.

Outra política de esquerda, a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, do governo Dilma Rousseff, afirmou que é preciso haver racionalidade e diálogo político. “Precisa de racionalidade, interlocução política, mas sem invadir terra pública, propriedade”, afirmou.

Pacheco, por sua vez, afirmou que invasões são contrárias à lei, “e tudo quanto for contrário à lei deve ser coibido e evitado”. “O governo tem compromisso de reprimir esse tipo de atitude e buscar sentar à mesa para poder negociar”, disse.

Fábio Zanini/Folhapress

Feminicida é preso após matar ex-companheira e alvejar sogra

O acusado de matar Juliana Rocha Oliveira, na terça-feira (18), no município de São Domingos foi preso em flagrante, nesta quarta-feira (19), em Conceição do Coité, por policiais da Delegacia Territorial daquele município. Ele era o ex-companheiro da vítima e não aceitava o fim do relacionamento. Na ação, ele ainda tentou matar sua ex-sogra.

O feminicida desferiu diversos disparos de arma de fogo contra a vítima que não resistiu. “Em diligências, nossos policiais conseguiram elucidar o crime e capturar o autor em menos de 24 horas. A arma também foi apreendida”, explicou o coordenador da 15ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Serrinha), Fábio Nobre.

O homem foi encaminhado para a sede da DT de São Domingos, onde foi autuado em flagrante por feminicida e porte ilegal de arma de fogo. Ele segue custodiado, à disposição do Poder Judiciário.

Fonte: Ascom/ PC

Ipiaú: Comerciantes e Moradores reclamam dos prejuízos causados pelas fortes chuvas

Comerciantes e moradores do município de ipiaú contabilizam os prejuízos causados pela fortes chuvas da última quarta-feira (19). 

Uma das consequências do fenômeno climático foram blecaute em vários bairros da cidade, queda do poste de iluminação pública, desabamento de telhado, cerca e queda de árvore. 

Sem energia elétrica os freezers, ar-condicionados, pararam de funcionar, os clientes não tinham como fazer transações bancárias como efetuar o pagamento através do cartão de crédito ou Pix. por não ter sinal de internet.  E também equipamentos  que queimaram ou deram defeitos por causa da falta ou oscilação de energia.

De acordo com Fabiana, comerciante da rua Juraci Magalhães, o freezer da loja queimou com a oscilação de energia e ocorreu o descongelamento dos produtos e as bebidas ficaram quentes. 

O semáforo da rua Rio Branco, ficou sem funcionar mas tinha uma viatura da Polícia Militar, fazendo a segurança das pessoa que estavam na rua e do comércio ao redor que ainda estava aberto.

Os comerciantes da rua Mariquinha Borges, fecharam os estabelecimentos mais cedo e o trailer que funciona a noite não abriu.

A Coelba informou à reportagem que às fortes chuvas e ventos provocaram diversos danos no nosso sistema. Estamos com várias turmas atuando para restabelecer o fornecimento com a máxima brevidade. 

A chuva de ontem (19), deixou prejuízo para os  ipiaueses e a lembrança da enchente de dezembro,  deixa a população em alerta. 

“ Estava em casa por  volta das 15 horas e uma uma forte tempestade com raios, trovões começou aqui no bairro com ventos intenso acabou quebrando telhas, cercas dos moradores. Estou com medo de ter queimado alguma coisa aqui casa por conta da queda de energia” declarou Paulo, morador da Rua Borges de Barros.

De acordo com a  Defesa Civil de Ipiaú. até  o momento foram registado quatro interdições na Rua Esperança por conta de risco de acidente com a fiação eletrica. Em caso de emergência ligue para os telefone (73) 3313 - 2000 / 3531 - 3387 ou para os Bombeiros através dos números (73) 99846 - 9579

Por: Fábio Rodella 


PF e Rondesp Atlântico apreendem uma tonelada de cocaína

Uma ação de inteligência aliada a repressão qualificada resultou na maior apreensão de cocaína, em 2023, na Bahia. Equipes da Polícia Federal e da Rondesp Atlântico localizaram, na noite desta quarta-feira (19), uma tonelada do entorpecente, avaliada em 30 milhões de reais.

A ocorrência foi iniciada no bairro da Pituba, quando dois homens, um baiano e outro natural de Santa Catarina transportavam tabletes da droga, em dois veículos.

Os criminosos foram presos e apresentados na sede da PF, no bairro de Água de Meninos. Desdobramentos das ações de inteligência levaram as equipes até um galpão, no bairro de Águas Claras, utilizado para armazenar e distribuir a droga.

Os policiais federais e militares foram até o imóvel e localizaram o restante do entorpecente.
Fonte: Ascom | Alberto Maraux

Primo de Elmar Nascimento confessa à PF desvios de tratores na Codevasf, diz site

O mais recente foco de irregularidades detectado na Codevasf, estatal sob influência política do líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (BA), envolveu diretamente um familiar do parlamentar, informa a coluna de Aguirre Talento, do “UOL”. Seu primo Thiago Nascimento Vieira foi alvo de uma operação da Polícia Federal na Bahia e admitiu aos investigadores que cometeu fraudes em ofícios de deputados para desviar tratores bancados pela estatal e vendê-los a particulares, embolsando o dinheiro do negócio.

Segundo a publicação, o prejuízo estimado aos cofres públicos foi de R$ 380 mil, mas parte dos bens foi recuperada. Thiago foi preso pela PF em 11 de janeiro e obteve liberdade um mês depois.

Leia na íntegra.

Sandro Régis avalia disputar Prefeitura de Ibirataia em 2024; parlamentar nega plano

O deputado estadual Sandro Régis (União Brasil) tem avaliado com seu grupo político concorrer à Prefeitura de Ibirataia em 2024. Seu plano é unir as oposições contra o candidato da prefeita Ana Cléia, do PSD.Para isso, Régis abriria a vice para a indicação de um nome do grupo na promessa de que o candidato assumisse a Prefeitura em 2026, quando renunciaria para concorrer a uma vaga, segundo se comenta, na Câmara dos Deputados.

Caso decida concorrer, Régis vai enfrentar como candidato governista Alex Futuca, que o MDB articula lançar em Ibirataia com o apoio da prefeita, do governador Jerônimo Rodrigues e do presidente Lula, do PT.

Em mensagem pór WhatsApp a este Política Livre agora há pouco, o parlamentar negou que pretenda disputar a Prefeitura de Ibirataia.

“Zero, nenhum fundamento, nunca foi ventilado”, disse, referindo-se à candidatura e acrescentando que nunca discutiu o tema com aliados no município.

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