Com volta à distribuição, Petrobras pretende retomar marca BR na Justiça

O retorno à atuação na distribuição de combustíveis é um propósito da atual gestão da Petrobras, assim como a ampliação da capacidade de seu parque refino. Mais do que isso, é uma intenção do governo. Para isso, a companhia pretende se movimentar para reaver a marca BR, arrendada por dez anos, desde a conclusão da venda da BR Distribuidora, em junho de 2021. Entre as alternativas discutidas nos bastidores, apurou a Coluna, está o questionamento jurídico do contrato de arrendamento.

O processo de privatização da ex-subsidiária da Petrobras ocorreu em três etapas. Começou em 2017, com a abertura de capital; em 2019 um follow on transformou-a em empresa privada de capital pulverizado e, em 2021, um segundo follow on para a venda do restante do capital ainda em poder da Petrobras, conduziu a distribuidora ao status de Corporation. Nesse mesmo ano a distribuidora mudou de nome para Vibra Energia.

Vibra tem direito à marca até 2031

A marca BR, com o logo verde amarelo acoplado ao nome Petrobras, porém, permanece estampada nos mais de 8.200 postos em todo o País da rede que lidera o mercado de distribuição de combustíveis. A identificação dos produtos, como lubrificantes Lubrax, também remete à Petrobras. A Vibra tem o direito, por contrato, de usar a marca até, pelo menos, 2031. Em caso de descumprimento, a Petrobras fica sujeita a uma pesada multa, vinculada a um porcentual do faturamento anual da Vibra.

Proposta de retomada ainda não foi feita

A petroleira quer a marca de volta e, informalmente, já iniciou conexões com fundos investidores, nacionais e estrangeiros, interessados nesse mercado. Mas ainda não houve uma proposta formal levada à mesa do alto comando da Vibra. A distribuidora, que também está sob nova gestão, há pouco mais de um mês presidida por Ernesto Pousada, ex-CEO da VLI Logística, está focada na diversificação de seus negócios como uma plataforma multienergia.

À Coluna do Broadcast+, a empresa informou que não comenta rumores. A Petrobras tampouco se manifestou até o fechamento desta coluna.

Extraoficialmente, a Coluna apurou com fontes envolvidas na discussão que a hipótese de tentar rescindir o contrato de arrendamento judicialmente é bastante provável, mas a decisão não será imediata. Está sendo cogitada para o segundo semestre.

Às voltas com as dificuldades para formar seu novo Conselho de Administração – na segunda-feira (17), o nome de Efrain Cruz, secretário executivo de Minas e Energia, foi rejeitado por unanimidade pelos atuais conselheiros – a petroleira está em contagem regressiva para a assembleia geral que determinará, na semana que vem, o novo organograma da companhia.

Desenho do novo plano estratégico deve sair entre maio e junho

Paralelamente, a Petrobras vem preparando a revisão do seu planejamento estratégico. A expectativa é que o desenho do novo plano para a companhia, para o período 2024-2028 seja apresentado entre maio e junho. O estudo marcará a mudança de rumo da companhia, com novas políticas de negócios, detalhamento da programação para a transição energética, investimentos em refino e distribuição, e o esfriamento da política de desinvestimentos que marcou a gestão passada, que manteve um foco importante na redução das dívidas e na desalavancagem da Petrobras.

Estadão

MST deixa área da Embrapa, foco de crise com Lula, e liga alerta para lista de promessas

A bandeira do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) já não está mais hasteada no terreno da Embrapa Semiárido, na zona rural de Petrolina (712 km do Recife), desde o final da manhã deste sábado (22).

As famílias que invadiram a área federal há uma semana, em meio a ações do chamado abril vermelho, migraram para um acampamento provisório em uma área vizinha, onde aguardam pelo cumprimento da promessa de novos assentamentos pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A invasão da fazenda da Embrapa estremeceu a relação do MST com o governo Lula, que endureceu declarações contra o movimento após o episódio.

A onda de invasões irritou o presidente Lula, que teme que as ações causem desgaste para o governo, principalmente com o agronegócio. Há receio também de que esse movimento atrapalhe o andamento de pautas de interesse da gestão Lula no Congresso.

A retirada do grupo começou na última quinta-feira (20), logo após uma reunião de líderes do MST com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

O acordo firmado prevê o levantamento das famílias acampadas, a compra de cinco propriedades da região para o assentamento de todos e envio de lonas e cestas básicas para atender o grupo enquanto esperam as novas terras.

Os líderes do movimento dizem ter esperança no cumprimento da resolução. Mas estão prontos para voltar a ocupar a área da Embrapa Semiárido caso o governo federal não cumpra sua parte.

O novo acampamento está a cerca de 40 metros da fazenda, em uma localização estratégica caso precisem retornar.

A Justiça chegou a determinar a reintegração de posse do local, dando 48 horas para desocupação pacífica. A intimação foi entregue na quinta-feira (20). Na manhã deste sábado (22), havia uma viatura da Polícia Federal na rodovia próxima à fazenda, mas os agentes não chegaram a intervir.

Líder da ocupação, Florisvaldo Araújo Neves diz que a saída dos sem-terra da fazenda não foi motivada pela determinação judicial.

“Se não houvesse a negociação [com o governo], a gente não ia sair assim fácil. É natural que toda empresa, sendo pública ou privada, entre com a reintegração de posse. Mas cabe à gente o processo de resistência.”

Ele ressalta ainda o alerta em relação ao cadastramento de famílias, primeiro passo do acordo com o governo. “Se não iniciar, já acende o nosso sinal vermelho”, diz o agricultor.

Homens, mulheres e até crianças ajudam a levantar o novo acampamento erguido em área cedida pelo Assentamento Josias e Samuel, também do MST.

Os barracos foram montados com estacas retiradas da área, lonas e palhas de coco. O acabamento é feito com pregos e até amarrações com restos de mangueiras de irrigação, recolhidos em áreas vizinhas.

São mais de 600 famílias no grupo, que passa de 2.000 pessoas. A maioria saiu da área urbana de Lagoa Grande (PE), cidade vizinha, e do próprio município de Petrolina.

Segundo os líderes do movimento, a maioria é de trabalhadores rurais que não têm terra própria e estavam como funcionários das fazendas da região.

O lavrador Célio Costa, 45, foi um dos que saiu de Lagoa Grande. “Eu sou agricultor desde pequeno e a gente tem essa necessidade de um pedaço de terra para que a gente possa plantar e criar pequenos animais”, diz.

Ele deixou a esposa em casa e foi para o acampamento com mais quatro pessoas da família, entre cunhados e sobrinhos.

O grupo que forma o chamado “Assentamento Embrapa” se reúne há quatro anos. Contam que já monitoravam a área, segundo eles, sem uso pelo órgão federal.

A Embrapa, contudo, diz que a terra é de preservação da caatinga e a que sua invasão comprometeu a vida de animais ameaçados de extinção, além de pesquisas para conservação ambiental e de uso sustentável do bioma, realizadas no local.

A área pertence à antiga Unidade de Serviços, Produtos e Mercados, integrada agora na Embrapa Semiárido. Segundo o órgão, é utilizada para instalação de experimentos diversos e multiplicação genética de mudas e sementes.

O MST em Pernambuco afirmou, em nota, que nada foi danificado pelas famílias e que nenhum animal foi ameaçado.

Enquanto a reportagem da Folha esteve no acampamento na manhã deste sábado, foi realizada uma assembleia dos sem-terra da ocupação.

Eles receberam orientações dos líderes reforçando o acordo com o governo federal, pediram que as famílias se mantivessem unidas e destacaram as regras de organização interna, como a limpeza do acampamento, a construção de banheiros públicos e o cuidado com fogo na área.

O consumo de bebidas alcoólicas é proibido entre os acampados.

O espaço onde o MST estava instalado deve ser usado, em agosto deste ano, para a 10ª edição do Semiárido Show. A feira apresenta novas tecnologias para os agricultores familiares da região, costuma receber mais de 20 mil pessoas oriundas de vários estados do Nordeste.

Essa era a maior área invadida pelo MST em Pernambuco no abril vermelho deste ano. No estado, foram oito áreas ocupadas por 2.280 famílias sem-terra. Por todo país, foram invadidas fazendas e sedes do Incra. O movimento afirma que são terras improdutivas.

O MST pressiona o governo Lula a apresentar um plano de ações de reforma agrária para os próximos quatro anos e atender a demanda das famílias acampadas e assentadas. Os sem-terra estão insatisfeitos com a lentidão da gestão federal com o tema.

A entidade estima que cerca de 100 mil famílias vivem em acampamentos no Brasil. Destas, 30 mil estão em áreas em processo de regularização que não foram concluídos pelo Incra.

Nas conversas com o governo, o MST argumenta que é papel do movimento pressionar para que a reforma seja uma prioridade de fato do Executivo.

Adriano Alves / Folha de São Paulo

Fluminense derrota Athletico-PR e permanece na ponta do Brasileiro

O Fluminense derrotou o Athletico-PR por 2 a 0, na tarde deste sábado (22) no estádio do Maracanã, para manter a liderança do Campeonato Brasileiro. Com o triunfo, em partida que teve transmissão da Rádio Nacional, o Tricolor chegou aos seis pontos. Já o Furacão permanece com três.

Os mais de 38 mil torcedores que estiveram presentes no Maracanã acompanharam uma grande atuação da equipe das Laranjeiras, que abriu o placar logo aos 10 minutos de bola rolando, quando Lima aproveitou sobra de bola na entrada da área para chutar forte e superar o goleiro Bento contando com desvio de Erick.

A equipe comandada por Fernando Diniz continuou mandando nas ações e ampliou aos 21 da etapa final. Lima cobrou escanteio curto para Alexsander, que levantou a bola na área, onde Nino deu bela cabeçada para mandar no ângulo.

Estreia com vitória

Outra equipe a vencer em casa foi o São Paulo, que, no Morumbi, bateu o América-MG por 3 a 0. A partida marcou a estreia de Dorival Júnior no comando do Tricolor, que triunfou com gols de Marcos Paulo, Calleri e Luciano.
Por Agência Brasil - Rio de Janeiro

Brasileiro: Vasco e Palmeiras fazem duelo de invictos no Maracanã

Vasco e Palmeiras duelam, a partir das 16h (horário de Brasília) deste domingo (23) no estádio do Maracanã, pela 2ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A. A Rádio Nacional transmite o confronto entre o Verdão e o Cruzmaltino, que estrearam com triunfo na competição.

A partida marca o retorno do Vasco da Gama ao Maracanã em um confronto de Série A. O Gigante da Colina estreou na competição com uma bela vitória de 2 a 1 sobre o Atlético-MG em pleno Mineirão. O objetivo da equipe comandada por Mauricio Barbieri é somar mais três pontos para manter os 100% de aproveitamento no Brasileirão, e assim largar bem na única competição que o clube vai disputar até o final do ano.

Com Gabriel Pec em grande fase, o Vasco procura fazer bom uso do mando de campo e do apoio de sua fiel torcida para sair do Maracanã com mais três pontos. Mais de 40 mil ingressos já foram vendidos para esta partida.

O Palmeiras também busca manter os 100% de aproveitamento na competição. O atual campeão brasileiro e paulista vive grande fase e espera estragar a festa do Cruzmaltino saindo do Maracanã com os três pontos. Na estreia na competição a equipe do técnico Abel Ferreira saiu vitoriosa diante do Cuiabá, em partida que terminou 2 a 1. O treinador português foi expulso e por isso não comanda o time na tarde deste domingo. Com o jovem atacante Endrick em boa fase, com três gols nos últimos quatro jogos, o Verdão entra em campo determinado a defender o título do Brasileirão.
Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite Vasco e Palmeiras com a narração de André Luiz Mendes, comentários de Mario Silva, reportagem de Rodrigo Ricardo e plantão de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:
Por * Agência Brasil - Rio de Janeiro

PF vai ouvir neste domingo servidores do GSI sobre invasão do 8 de janeiro

A Polícia Federal (PF) vai ouvir neste domingo, 23, servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que estavam no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.

Os depoimentos foram determinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na investigação sobre o papel de autoridades nos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.

Em despacho assinado ontem, Moraes deu 48 horas para a PF ouvir todos os servidores do GSI identificados nas imagens do circuito interno de segurança do Planalto.

A Polícia Federal ouviu ontem o general da reserva Marco Gonçalves Dias, o G. Dias, ex-chefe GSI, que negou conivência com os radicais. Ele afirmou que estava fazendo um ‘gerenciamento de crise’ e que não tinha ‘condições materiais’ de prender os vândalos sozinho.

O general declarou também que, em sua avaliação, houve um ‘apagão’ do sistema de inteligência. A falha, segundo o depoimento, estaria na ‘falta de informações para tomada de decisões’.

G. Dias pediu exoneração nesta semana depois que a CNN revelou imagens em que ele aparece no terceiro andar indicando a saída aos radiciais. A versão de G. Dias é que, pelo protocolo, eles seriam presos quando chegassem ao segundo andar.

Também por ordem de Moraes, o GSI levantou o sigilo das filmagens do circuito interno do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. As gravações foram entregues hoje ao STF, junto com a sindicância aberta internamente para apurar a conduta dos servidores.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, assumiu inteiramente o comando do Gabinete de Segurança Institucional. Ele também foi o responsável por comandar a intervenção na segurança pública do Distrito Federal depois dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.

Estadão

Ex de Ricardo Molina diz que perito passou a ofendê-la por causa de religião

Foto: Reprodução / Redes sociais
Janinne Jasem, de 28 anos, ex-mulher do perito Ricardo Molina, de 71 anos, falou sobre supostas alegações do ex-marido nas redes sociais na noite da última sexta-feira (21). Molina
contou que as ameaças aconteceram por ódio decorrente de um suposto caso extraconjugal dela. No entanto, Janinne declarou que a raiva dele teria sido por causa da religião dela.

"Eu tenho como provar que as coisas que o meu ex está falando não são verdade. A nossa briga não foi por traição, foi por causa da minha religião. Ele começou a me ofender por causa da minha religião", afirmou Janinne Jasem em sua conta no Instagram.

As informações são do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, responsável por revelar o caso. O site divulgou o momento em que Molina ameaça a ex-companheira e chega a urinar na Bíblia de Janinne, que estava no chão.

Ricardo Molina é reconhecido nacionalmente pelos seus trabalhos na área de fonética forense e passou a ser investigado pela Polícia Civil de São Paulo por agredir e ameaçar a ex-mulher.

No vídeo publicado por Janinne no Instagram é possível ouvir áudio em que Molina ameaça a ex-companheira algumas vezes. "Morra, Janinne, morra", declarou Molina. "É a única coisa que o mundo merece. Que você desapareça dele. Da minha vida, você vai desaparecer, mas o mundo ganhará muito sem a tua presença. Isso é certo", afirmou o perito.

 

Alerta: Cenas fortes no vídeo divulgado por Janinne Jasem.

 

Estado envia kits de ajuda humanitária para municípios afetados pela chuva; bombeiros militares reforçam atuação nas regiões sul e extremo sul

O governo do Estado está mobilizado para apoiar municípios do sul e extremo sul da Bahia atingidos pelas fortes chuvas registradas nas regiões, nos últimos dias. Até a manhã deste sábado (22), a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) já encaminhou cinco caminhões carregados de suprimentos de ajuda humanitária, contendo sete mil litros de água mineral, mil colchões, mil cobertores e mais de 20 toneladas de alimentos, para os municípios de Santa Cruz Cabrália e Ilhéus, considerados os mais afetados. Além disso, foram enviados 14 mil metros quadrados de lona para coberturas de encostas nas cidades.

Dois caminhões foram enviados à sede de Santa Cruz Cabrália, e três direcionados para Ilhéus e também para atender as comunidades indígenas de Santa Cruz Cabrália. A previsão é que, ainda neste sábado (22), mais um caminhão deixe Salvador em direção aos municípios, levando mais colchões e lonas para serem utilizadas na cobertura de encostas.

As prefeituras municipais de Santa Cruz Cabrália e Ilhéus, responsáveis pelo levantamento técnico das informações, ainda permanecem em campo avaliando todos os danos e prejuízos causados pelas fortes chuvas das últimas 24 horas. O superintendente de Proteção e Defesa Civil da Bahia, Heber Santana, afirmou que “a prioridade é oferecer assistência às famílias afetadas e trabalhar para restabelecer a normalidade nos municípios”.

Resgates

De sexta (21) até este sábado, bombeiros do 6° GBM, em Porto Seguro, com apoio de bombeiros de outras unidades da Bahia, já resgataram mais de 160 pessoas em áreas de risco, seja em regiões alagadas ou com algum outro tipo de risco relacionado às chuvas que incidem na região de Santa Cruz Cabrália.

Vinte e cinco bombeiros militares da capital; do 4° GBM, em Itabuna; 16° GBM, em Santo Antônio de Jesus; e do 18° GBM, em Teixeira de Freitas, foram enviados para reforçar as tropas que atendem as regiões de Ilhéus e Santa Cruz Cabrália. O objetivo do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) é ampliar o atendimento das ocorrências, além de atuar preventivamente nos locais com problemas ocasionados pelas fortes chuvas.

Nas regiões dos dois municípios, além dos deslizamentos de terra, algumas áreas também estão alagadas por causa do alto índice pluviométrico. O deslocamento dos militares da capital, na sexta-feira (21), foi realizado com o apoio do Grupamento Aéreo (Graer) da Polícia Militar da Bahia (PMBA). Os bombeiros de outras regiões seguiram por terra.

Rodovias afetadas pelas chuvas (última atualização: sábado – 22/04/2023) – A Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra) informa o registro de cinco ocorrências em rodovias baianas, em decorrência das chuvas desde o 21 de abril de 2023. Deste total, um ponto está com tráfego em meia pista, e em outros quatro já foram totalmente liberados.

Trechos com tráfego em meia pista:

– Costa do Descobrimento

BA-283: Itabela – Guaratinga

1 – Houve um rompimento de bueiro na BA-283, entre Itabela e Guaratinga, durante as chuvas na madrugada da última sexta-feira (21/04). A empresa responsável pela manutenção da rodovia já sinalizou o local e está mobilizada aguardando a melhoria das condições climáticas para iniciar os serviços de reparo no ponto afetado. A passagem de veículos está em meia pista.

Trechos com tráfego liberado:

– Litoral Sul

BR-415: Ilhéus – Distrito de Banco da Vitória

2 – Houve quedas de árvores em três diferentes pontos da BR-415, entre Ilhéus e o distrito de Banco da Vitória, na madrugada da última sexta-feira (21/04) por conta das chuvas do Litoral Sul baiano. A empresa responsável pela manutenção da rodovia realizou a ação de retirada das árvores da pista. O tráfego de veículos no trecho está normal.

BA-262: Ilhéus – Uruçuca

3 – Uma queda de árvore foi registrada na última sexta-feira (21/04) na BA-262, entre Ilhéus e Uruçuca, por conta das chuvas na região. A ação de limpeza da pista já foi realizada e o tráfego de veículos liberado no local.

– Litoral Sul

BA-651: Coaraci – Itapitanga

4 – Por conta das fortes chuvas, a água do Rio Três Braços invadiu o desvio implantado para a obra de construção da ponte entre Coaraci e Itapitanga, na BA-651, causando a interrupção do tráfego de veículos no local na última sexta-feira (21/04). O volume de água do rio já diminuiu e o acesso à pista não foi atingido. O tráfego já está liberado.

– Médio Sudoeste da Bahia

BA-262: Firmino Alves – Santa Cruz da Vitória

5 – Houve deslizamento de terra em dois pontos da BA-262, entre Firmino Alves e Santa Cruz da Vitória, na última sexta-feira (21/04) devido às chuvas no Médio Sudoeste baiano. As ações de limpeza da pista na região de Santa Cruz da Vitória já foram realizadas pela empresa responsável pela manutenção da rodovia. A passagem de veículos está normal e o motorista deve ter atenção ao trafegar pela pista.

Prefeitura de Ipiaú discute aprimoramento de programas com Banco do Nordeste para beneficiar população local

Nesta semana, a prefeita de Ipiaú, Maria das Graças, recebeu em seu gabinete o gerente da agência do Banco do Nordeste do município, Vilmar Santos, para analisar a prestação de contas do banco referente aos recursos aplicados no município, e buscar estratégias para aprimorar a aplicação dos programas Crediamigo, Agroamigo e o Programa de Desenvolvimento Territorial do Banco do Nordeste - 

PRODETER.

A parceria entre a gestão municipal e o Banco do Nordeste tem gerado bons frutos para a família Ipiauense, sobretudo no que diz respeito ao PRODETER, que visa dobrar a produtividade da lavoura cacaueira na região. Durante a reunião, foram discutidos meios de melhorar a aplicação desses programas aos beneficiados.

Além do gerente do Banco do Nordeste, estiveram presentes na reunião o secretário de Agricultura, Poleandro Santos; o secretário da Fazenda, Bismarck Novaes e Antônio Rodrigues, agente de desenvolvimento do Banco do Nordeste. A prefeita Maria destacou a importância da parceria entre a prefeitura e o Banco do Nordeste para o desenvolvimento econômico da família Ipiauense.
Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

Falas de Lula geram desgaste em política, economia e relações internacionais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acumula nos quatro primeiros meses de seu novo mandato uma série de declarações polêmicas e, em alguns casos, de confronto. Essas falas do mandatário já causaram desgaste para ele no mundo político, com o mercado e na esfera internacional.

Lula também cometeu gafes. Chegou a ser acusado de gordofobia, de racismo e até ganhou a inimizade de gamers, ao associar os casos de violência nas escolas aos jogos de videogame. Aos 77 anos, o chefe do Executivo está em seu terceiro mandato no Palácio do Planalto.

Como a Folha mostrou, a comunicação é uma das principais preocupações do Palácio do Planalto na gestão Lula 3. Há entendimento entre seus auxiliares de que uma maior exposição do presidente poderia levá-lo a cometer deslizes. Entre outras razões, isso se deve ao fato de o mandatário gostar de falar de improviso.

Uma das estratégias do Planalto foi tentar diminuir nesse início de gestão o número de agendas e cerimônias com discursos, que abrem brecha para improvisos e falas fora do tema central.

A mais recente fala polêmica de Lula colocou o Brasil em rota de colisão com potências europeias e com os Estados Unidos, dois meses após o presidente ter sido recebido por Joe Biden na Casa Branca.

Lula já havia dito que Rússia e Ucrânia são responsáveis pela guerra. Nas últimas semanas, realizou uma sequência de declarações que incomodaram Washington e países europeus.

Sugeriu que a Ucrânia seria obrigada a ceder parte de seu território numa eventual negociação de paz e disse que tanto o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, como o russo, Vladimir Putin, tinham responsabilidade pelo início do conflito.

“O Putin não pode ficar com terreno da Ucrânia. Talvez nem se discuta a Crimeia. Mas o que ele invadiu de novo, vai ter que repensar”, afirmou, durante café da manhã com jornalistas. Já “o Zelenski não pode também ter tudo o que ele pensa que vai querer.”

Uma semana depois, em viagem oficial à China, atacou os Estados Unidos e disse que os americanos precisam parar de incentivar o conflito.

“Ou seja, é preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz, para a gente convencer o Putin e o Zelenski de que a paz interessa a todo mundo, e a guerra só está interessando, por enquanto, os dois.”

A série da falas de Lula sobre o tema fez com que ele fosse criticado nos EUA e Europa por estar alinhado à visão de China e Rússia sobre o conflito —portanto distante da posição de neutralidade que alega ter. Um porta-voz do governo Biden chegou a falar que Lula repetia propaganda russa.

Neste sábado (22), em entrevista em Portugal, agora disse que nunca igualou responsabilidade de Ucrânia e Rússia na guerra. “Eu não fui à Rússia e não vou à Ucrânia. Eu só vou quando houver possibilidade de efetivamente ter um clima de construção de paz. Eu sempre fui uma pessoa que quer integridade territorial”, afirmou.

Na política doméstica, Lula também provocou forte reação ao disparar duas vezes contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que o condenou à prisão quando era o juiz responsável pelas ações da operação Lava Jato em Curitiba.

O mandatário disse em uma entrevista ao vivo que iria “foder esse Moro”, ao relembrar o período em que esteve preso, quando costumava responder aos visitantes: “Só vai estar tudo bem quando eu foder esse Moro”.

No dia seguinte, a Polícia Federal realizou uma operação ao descobrir um plano do PCC para atacar Moro e seus familiares, mas Lula sugeriu que se tratava de uma “armação” do ex-juiz.

A equipe de Lula avaliou nos bastidores que o ataque a Moro acabou repercutindo mal. Nesse momento, cogitou-se até mesmo a redução da quantidade de agendas do presidente, para diminuir sua exposição.

Mas ninguém foi mais criticado por Lula durante esses quatro meses do que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Além da figura do dirigente, Lula e muitos de seus aliados frequentemente atacam a taxa de juros e o mercado, provocando ruídos no cenário econômico.

Em um momento em que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) articula o arcabouço fiscal, Lula provocou rebuliço no mercado ao sugerir mudança na meta de inflação.

Até mesmo familiares do presidente chegaram a criticá-lo por causa de suas declarações.

Durante evento com governadores e chefes de Poderes, para discutir segurança nas escolas, o mandatário fez uma relação dos casos recentes de ataques com jogos de videogame, que segundo ele estimulariam a violência.

“Não tem jogo, não tem game falando de amor, não tem game falando de educação. É game ensinando a molecada a matar. E cada vez muito mais morte do que na segunda Guerra Mundial. É só pegar o jogo dessa molecada”, afirmou.

A fala causou reação nas redes sociais. Um dos filhos de Lula, Luis Cláudio, publicou mensagem em que defende os jogos como entretenimento.

“Meu pai viu os filhos e os netos crescerem jogando videogame, ele sabe que isso não nos tornou violentos, ele fez uma declaração sobre um assunto polêmico ao vivo e acabou generalizando. Videogame é muito mais que violência, é arte, é lazer, é entretenimento”, publicou.

Lula também conseguiu gerar outra polêmica no mesmo evento, ao buscar relacionar os autores de atentados com “deficiência mental” e pessoas “com problema de desequilíbrio de parafuso”.

Além da saúde mental, outros temas considerados importantes para o eleitorado progressista foram alvo de deslizes do presidente nos últimos meses.

Durante a 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas em março, Lula classificou a escravidão da população negra como “desgraça”, mas disse que causou “uma coisa boa, que foi a mistura, a miscigenação”.

A declaração levou a críticas de ativistas, que disseram não haver qualquer saldo positivo da escravidão e que a ideia de elogiar a miscigenação de raças gerada por esse processo está ligada ao mito da democracia racial —usado na história brasileira para negar a existência do racismo.

Dias antes, ele havia feito um comentário em tom de brincadeira sobre o fato de o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), estar acima do peso. Lula foi alvo de críticas de opositores em redes sociais após a fala, sendo acusado de gordofobia.

O chefe do Executivo classificou a obesidade como uma doença que causa tanto mal quanto a fome, sendo necessário cuidado do Estado para esse problema, e disse que Dino agora estaria se exercitando, andando de bicicleta, por estar acima do peso.

Renato Machado, Matheus Teixeira e Marianna Holanda / Folha de São Paulo

Bolsa Família para NIS de final 6 já está disponível no aplicativo



A Caixa Econômica Federal paga neste sábado (22) a parcela de abril do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 6. Essa é a segunda parcela com o adicional de R$ 150 a famílias com crianças de até 6 anos.Embora o calendário oficial preveja o pagamento apenas na segunda-feira (24), a Caixa antecipa o depósito para o sábado anterior no aplicativo Caixa Tem.

O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 670,49, o maior da história do programa. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do Governo Federal alcançará 21,2 milhões de famílias, com um gasto de R$ 13,9 bilhões.

Desse total, 8,9 milhões de crianças recebem R$ 1,33 bilhão relativos ao benefício Primeira Infância, como se chama o adicional de R$ 150. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, são 17 mil crianças a mais que em março.

Neste mês houve uma novidade. O governo unificou para o primeiro dia do calendário o pagamento a beneficiários de municípios em situação de emergência ou calamidade reconhecida. Na última sexta-feira (14), foram contempladas todas as famílias atingidas pelas chuvas em São Paulo, no Espírito Santo, no Acre e as atingidas pela estiagem no Rio Grande do Sul, além dos povos indígenas Yanomami.

Com a revisão do cadastro, que eliminou principalmente famílias constituídas de uma única pessoa, 1,42 milhão de beneficiários foram excluídos do Bolsa Família e 113,84 mil famílias foram incluídas em abril, das quais 17 mil com crianças de até 6 anos.

Desde o início do ano, o programa social voltou a chamar-se Bolsa Família. O valor mínimo de R$ 600 foi garantido após a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, que permitiu o gasto de até R$ 145 bilhões fora do teto de gastos neste ano, dos quais R$ 70 bilhões estão destinados a custear o benefício.

O pagamento do adicional de R$ 150 começou em março, após o governo fazer um pente-fino no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), para eliminar fraudes. Em junho, começará o pagamento do adicional de R$ 50 por gestante, por criança de 7 a 12 anos e por adolescente de 12 a 18 anos.

No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

Auxílio Gás

O Auxílio Gás também será pago neste sábado às famílias cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 6. Com valor de R$ 110 em abril, o benefício segue o calendário do Bolsa Família.

Com duração prevista até o fim de 2026, o programa beneficia 5,69 milhões de famílias neste mês. Com a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, o benefício foi mantido em 100% do preço médio do botijão de 13 kg. Apenas neste mês, o governo gastará R$ 626,2 milhões com o benefício.

Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Agência Brasil

Mãe e filha são mortas a tiros dentro de casa em Ibirataia

Foto: Giro Ipiaú

Um duplo homicídio foi registrado na cidade de Ibirataia por volta das 04h30 desse sábado (22). O caso ocorreu na Praça Agnelo Calixto, bairro Mirassolzinho, antigo bairro Vermelho. Homens armados arrombaram uma casa e mataram mãe e filha, identificadas como Benilde Pereira dos Santos, apelidada de Nildes ou Coroa, 47 anos, e Aline Pereira dos Santos, de 32 anos. Moradores próximos afirmaram ter ouvido mais de cinco disparos de arma de fogo.

Mãe e filha foram mortas dentro de casa

De acordo com informações apuradas no local pela reportagem do GIRO, dentro da casa estava uma adolescente de 13 anos, que conseguiu se esconder debaixo de uma cama. Não foi informado o parentesco dela com as vítimas. Ninguém soube informar se os criminosos estavam de moto ou carro. A Polícia Militar foi acionada e isolou a área do crime até a chegada do Departamento de Polícia Técnica que irá fazer a perícia e remover os corpos para o IML.

Foto: Giro Ipiaú

Ainda segundo as informações apuradas pelo GIRO, as duas mulheres já tinham passagens por posse de entorpecentes. A autoria e motivação do duplo homicídio serão investigados pela Polícia Civil do município. (Giro Ipiaú)

Lideranças relatam maus-tratos contra indígenas presos em MS e denunciam ‘armação’ da polícia

Prisões aconteceram no dia 8 em área disputada com condomínio de luxo (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)
Esposas de indígenas presos há duas semanas em Dourados, após desocupação de área reivindicada como tradicional, denunciam maus-tratos. Também há relatos de que algumas provas usadas no flagrante teriam sido forjadas. Levados pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, 9 deles cumprem prisão preventiva na PED (Penitenciária Estadual de Dourados).

"Essas armas que a Polícia Militar fala que foram encontradas com nossos patrícios não eram deles. Trouxeram para incriminar a gente, para justificar uma prisão injusta", comenta uma liderança acampada na retomada Yvu Verá.

No entendimento do indígena, a polícia não teria usado a verdade no dia em que esteve na área reivindicada pela comunidade e também pela empresa que iniciou a construção do muro do condomínio. “Onde que nós indígenas vamos ter dinheiro para comprar uma arma daquelas lá?”, questiona.

“Eles usaram mentira para levar os patrícios lá na delegacia. Será que polícia pode fazer isso? Pra mim isso é um crime. (...) Falaram vamos lá na delegacia assinar uns papéis aí vocês voltam. Mas eles não voltaram. Tão lá preso até hoje. E nós queremos eles soltos porque não devem nada”, relata a liderança, ressaltando que alguns dos presos pertenciam a outra retomada.

Segundo relato de Dona Rosalina, o marido estava indo para o trabalho e apenas passava pelo local, quando foi levado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). “Ele me contou que está sofrendo muito com o frio, que não tem casaco para vestir e está descalço”, conta a esposa. O casal tem seis filhos. Dois deles ainda são pequenos, com dois e quatro anos.

“Eles estão passando frio e com fome. Estão recebendo comida crua, arroz cru, feijão. Eles não têm coberta e dormem no chão frio, sem colchão e sem nada”, relata Sandra, outra mulher acampada na retomada. Ela é esposa de um cacique que também está em uma cela da PED.

“Quero meu marido de volta. O que fizeram com ele é uma grande injustiça. Nós apenas estamos reivindicando o que é nosso. Tenho dois filhos pequenos que pedem pela presença do pai. Além disso, nossa família está sofrendo ameaças de jagunços de outras propriedades que estão rondando nossos barracos. Estamos todos com muito medo”, diz a indígena de 24 anos, esposa de um dos presos.

Segundo outra indígena que pediu para não ser identificada, além das crianças, com ela também moram mais quatro irmãs e dois idosos. Um deles de quase 120 anos. “Se acontecer algum ataque, não temos para onde correr e nem eles teriam condições físicas para isso. Quem anda armado são eles”, comenta a esposa de um dos detidos, com lágrimas nos olhos à reportagem do Midiamax.

Entre os nove indígenas que estão na PED, por força de prisão preventiva, está o ex-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, Magno Souza (PCO). Pedidos judiciais para libertar o grupo tramitam na Justiça Federal e até no STF (Supremo Tribunal Federal).

O habeas corpus ajuizado no TRF-3 (Tribunal Regional Federal da Terceira Região) pela DPU (Defensoria Pública da União) e por mais quatro entidades segue sem análise dos desembargadores. A representação, segundo a defesa, aponta irregularidades jurídicas.

Além desse pedido, também tramita no STF ação que tenta barrar os 'desmandos' da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de MS) ao, supostamente, dar ordem direta para a Polícia Militar intervir em ocupações indígenas em Mato Grosso do Sul.

A reportagem do Midiamax entrou em contato com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) ainda na sexta-feira (21), quando recebeu as denúncias, mas até o momento não recebeu nenhum posicionamento.

Em relação aos procedimentos que teriam sido utilizados pela Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, a Secretaria de Justiça disse que "o trabalho da segurança foi feito e o flagrante convertido em prisão preventiva".
(Foto: Marcos Morandi, Midiamax)
Recomendações do MPF e DPU

Um documento elaborado pela DPU (Defensoria Pública da União) e também pelo MPF (Ministério Público Federal) recomenda ao Governo do Mato Grosso do Sul que ordens de retirada e reintegração de posse em terras indígenas ocorram somente mediante consulta ao Conselho de Intermediação de Conflitos Sociais e Situação de Risco.

A medida, segundo os dois órgãos federais, é considerada primordial para reduzir o impacto de conflitos fundiários envolvendo comunidades indígenas, matéria que no Brasil está sob análise dos tribunais superiores.

A ação policial mais recente registrada em terras indígenas aconteceu no início do mês, quando a tropa de elite da Polícia Militar, por ordem da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), atuou em remoção de indígenas que ocuparam área em Dourados, onde construtora ergueu muro.

O local está nos limites de terra que passa por processo de demarcação. Nove indígenas foram presos, entre eles o ex-candidato ao Governo de Mato Grosso do Sul, Magno Souza (PCO). Pedido de liberdade foi ajuizado no TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) e ainda espera por análise.

Entre as ponderações da nova recomendação, DPU e MPF também lembram que ações judiciais que discutem a posse e demarcação de Terras Indígenas estão suspensas por decisão do Supremo Tribunal Federal (RE 1.017.365/SC) até que a corte superior realize o julgamento do marco temporal correspondente à matéria.
'Uso desproporcional de força'

O documento também ressalta que a referida ação policial “se deu mediante uso desproporcional da força e sem autorização judicial, utilizando-se de disparos de bala de borracha e lançamento de granadas de efeito moral contra o grupo indígena, resultando na lesão corporal de, pelo menos, três indígenas”.

O documento também faz referência a determinação do STF para que tribunais de justiça e tribunais regionais federais instalem comissões de conflitos fundiários que sirvam de apoio operacional aos magistrados para a retomada da execução das decisões suspensas e que medidas administrativas para remoções coletivas de pessoas vulneráveis sejam realizadas com o conhecimento prévio e manifestação das comunidades afetadas.

A recomendação é destinada ao secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, que tem o prazo de cinco dias, contados a partir do recebimento formal do documento, para responder. Caso deixe de observar a conduta indicada no documento, DPU e MPF podem adotar as medidas administrativas e judiciais cabíveis.

“(...) em todo e qualquer processo de desintrusão ou reintegração de posse com o emprego da polícia, notadamente do Batalhão de Choque da Polícia Militar, seja realizada mediante prévia oitiva do Conselho de Intermediação de Conflitos Sociais e Situação de Risco, conforme dispõe o art. 2º, caput, da Lei n. 3.807, de 17 de dezembro de 2009”, reitera o documento, que é assinado pelo procurador do MPF, Marco Antônio Delfino de Almeida, e pela defensora do MPU, Daniele de Souza Osório.

Medida é prevista em Lei

A Lei nº 3.807/2009 orienta que qualquer procedimento objetivando vistoria, reintegração, desocupação ou demarcação de terras, sejam públicas ou privadas, que exijam a atuação de força policial, requer a solicitação prévia e a manifestação do Conselho de Intermediação de Conflitos Sociais e Situação de Risco do Mato Grosso do Sul.
MPF e DPU querem aviso prévio antes de ações em áreas indígenas (Marcos Morandi, Midiamax)
O colegiado é composto por autoridades estaduais, municipais e representantes do Ministério Público Estadual, da Defensoria Pública Geral do Estado, do Poder Legislativo Estadual, do Tribunal de Justiça do Estado, da Ordem dos Advogados do Brasil e tem dentre suas atribuições determinar a suspensão das operações pelo período que julgar conveniente, até que possa reunir elementos necessários para a análise definitiva da ação.

Lula enfrenta questionamentos da classe política em meio a uma agenda de aproximação com Portugal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou o dia e a agenda oficial da sua viagem a Portugal neste sábado, 22, num cartão postal da cidade e um ícone da história do país: o Mosteiro dos Jerônimos. O local foi escolhido pelo governo português para Lula receber as honras de estado. Em seguida, o presidente fez uma visita guiada ao local e depositou flores no túmulo de Luiz de Camões.

A segunda agenda – os trabalhos no âmbito da 13°Cimeira Portugal-Brasil – acontece no Palácio de Belém, sede da presidência da república portuguesa. Lula está sendo recebido pelo presidente lusitano Marcelo Rebelo de Souza e participa de almoço a convite do primeiro-ministro António Costa. Lula conversa reservadamente com os dois, em momentos diferentes.

A tarde foi reservada para as discussões da Cimeira onde serão firmadas parcerias entre os dois países em diversas áreas. Entre os acordos bilaterais estão um entendimento de cooperação entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Portugal Space, agência espacial portuguesa; trabalhos conjuntos entre a Fundação Oswaldo Cruz e o Ministérios de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português; protocolo para coprodução audiovisual entre a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA). Também deve ser acordado o reconhecimento mútuo dos documentos de condução e a concessão de equivalência de estudos no ensino fundamental básico e médio e ensino secundário, o que beneficia os imigrantes dos dois países.

Polêmicas

A deferência prestada a Lula na agenda oficial, no entanto, contrasta com o debate que continua ocorrendo no ambiente político português em relação ao líder brasileiro e à sua visita a Portugal no momento atual. Depois de questionarem a presença de Lula nas comemorações do 25 de abril, data que comemora o fim da ditadura fascista em Portugal, os parlamentares lusitanos argumentam que as posições de Lula em relação à guerra da Ucrânia tornam a visita inconveniente.

O assunto esteve em todos os noticiários da TV ontem à noite. Em debate, a representante do bloco de esquerda de Portugal, Mariana Mortágua, simpática ao PT e a Lula conseguiu defender o presidente das acusações de corrupção, mas encontrou dificuldades quando o assunto foi a guerra da Ucrânia. Ela disse não ter entendido as declarações de Lula, ao rebater as críticas feitas pelo líder do partido de direita Nuno Melo.

Ontem, a Associação dos Ucranianos, que defende a colônia de refugiados do país em Portugal protestou em frente à embaixada de Portugal e foi recebida, a pedido de Lula, pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Marcio Macêdo.

Estadão

Marcos Mion critica Lula depois de falas sobre pessoas com deficiência intelectual

Apresentador e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência intelectual, Marcos Mion usou suas redes sociais para criticar o presidente Lula após um vídeo que mostra uma fala do petista durante uma reunião ministerial, na quarta-feira, em que discutia a violência nas escolas. O presidente disse que pessoas com “deficiência mental” teriam “problemas de desequilíbrio de parafuso.”

Pai de Romeo, que recebeu o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista, ou TEA, Mion afirmou que o discurso de Lula reforça preconceitos e estigmas sustentados em capacitismo, conceito que se refere à discriminação contra pessoas com deficiência.

Na ocasião, Lula disse que “a OMS [Organização Mundial de Saúde] sempre afirmou que na humanidade deve haver 15% de pessoas com algum problema de deficiência mental”. “Se esse número é verdadeiro, e você pega o Brasil com 220 milhões de habitantes, significa que temos quase 30 milhões de pessoas com problemas de desequilíbrio de parafuso. Pode uma hora acontecer uma desgraça.”

A declaração foi refutada por especialistas e causou revolta de Mion, que se disse “chocado”. “O termo usado, já há muitos anos, é ‘deficiência intelectual’, e não ‘deficiência mental’, como o Lula usou. A gente tem que se policiar, tem que aprender e tem que se adequar. Lula se refere a essas pessoas dizendo que elas têm problemas de desequilíbrio de parafuso. Isso é só pejorativo e também incentiva outras pessoas a continuarem usando esse termo”, afirmou.

Militante ativo da causa de pessoas com deficiência intelectual, Mion tornou pública a condição de seu filho em 2014, e em 2020 fez parte do lobby para a aprovação de uma lei que leva o nome de seu filho, e que cria uma carteira de identificação de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista.

“Irresponsavelmente, a fala dele liga deficientes intelectuais diretamente aos casos de violência que infelizmente temos visto acontecer. Isso é um absurdo, pois não há qualquer comprovação. Como pai de um autista, eu me sinto atingido”, disse ainda o apresentador.

Folha de S. Paulo

‘Faça quando quiser fazer’, diz Lula sobre Congresso criar CPI do 8/1

Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os ataques deve ser criada nesta semana no Congresso
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste sábado (21) em Portugal que o Congresso pode criar a CPI mista do 8 de janeiro quando ele quiser, sem interferência do governo federal. “Faça quando quiser fazer”, afirmou o presidente.

“CPI é por conta do Congresso Nacional. Decida quando quiser decidir. Faça a hora que quiser fazer. O presidente da República não vota no Congresso Nacional. Eles decidem.”

Lula demonstrou incômodo com pergunta sobre problemas internos do Brasil e disse que tomará uma decisão sobre o futuro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) quando retornar ao país. “Quando eu voltar vou tomar a decisão que eu achar mais importante para o Brasil.”

Ao lado do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, Lula disse que o Brasil e o restante do mundo estão com suas democracias e suas instituições ameaçadas pela violência política e pelo discurso de ódio em tornos das fake news.

Lula ainda citou a extrema direita do Brasil, de Portugal e dos Estados Unidos e a análise do PL das Fake News no Congresso, que deve ser analisado na semana que vem no plenário da Câmara dos Deputados.

Na última quarta-feira (19), o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo após a divulgação de imagens que colocam em xeque a atuação do órgão durante o ataque golpista de 8 de janeiro.

A saída dele do governo ocorreu pouco depois de uma reunião com o presidente, que aceitou o pedido de demissão. Trata-se da primeira queda de ministro na atual gestão, três meses e 19 dias depois do começo do mandato.

A crise que levou à saída do chefe do GSI teve como estopim a divulgação, pela CNN Brasil, de imagens do circuito interno da segurança durante a invasão da sede da Presidência da República que mostram uma ação colaborativa de agentes com golpistas e a presença de Gonçalves Dias no local.

O destino do general foi selado em meio à recusa de divulgar imagens da invasão ao Planalto. Uma semana após os ataques de 8 de janeiro, o governo divulgou vídeos editados, em particular com trechos que evidenciavam que os militantes eram aliados de Bolsonaro. No entanto, recusou um pedido da Folha, via Lei de Acesso à Informação, para divulgar a íntegra das gravações.

A queda do comandante do GSI deve tornar inevitável a criação de uma CPI no Congresso sobre os atos golpistas, que já vinha sendo cobrada pela oposição sob resistência da gestão Lula, que agora deverá mudar de estratégia.

A relação de amizade entre o general Gonçalves Dias, chamado de GDias pela equipe do governo, e Lula é antiga. Foi o militar que chefiou a segurança do petista durante seus dois primeiros mandatos (2003-2010), atuando como uma espécie de sombra em agendas no Brasil e no exterior.

Lula decidiu nomear o ex-interventor da segurança no Distrito Federal Ricardo Cappelli para comandar interinamente o GSI.

Segundo as imagens da invasão ao Planalto, os golpistas receberam água dos militares e cumprimentaram agentes do GSI durante os ataques. Nos vídeos, o próprio general Gonçalves Dias circula pelo terceiro andar do palácio, na antessala do gabinete do presidente da República, enquanto os atos ocorriam no andar de baixo.

Giuliana Miranda / Folha de São Paulo

Mais de 300 pacientes amanhecem à espera de regulação: “continua sendo a fila morte”, critica Alan Sanches

Segundo o deputado estadual Alan Sanches, líder da bancada da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, o feriado dessa sexta-feira (21) foi de “aflição e angústia para mais de 300 pacientes que amanheceram na longa fila de espera por uma transferência médica pelo sistema de regulação da rede estadual de saúde”.

“A inoperância do Governo do Estado com relação à Secretaria de Saúde só faz piorar o sofrimento dos baianos. Amanhecemos com 320 pacientes no município de Salvador aguardando resposta da regulação. Isso apenas em Salvador, nas UPAs e unidades de pronto atendimento. Não é possível que tenhamos que nos acostumar com a fila perversa da regulação. Precisamos salvar essas vidas e diminuir o sofrimento de tantas famílias”, afirmou o parlamentar.

“Não se trata regulação com policlínica e feira de saúde. O que precisamos é fazer uma gestão de leitos e gestão dos hospitais cobrando as metas acordadas nos contratos assinados entre as instituições responsáveis pela gestão de cada unidade e a Sesab”, reforçou.

Ele destacou que a Prefeitura de Salvador repassa quase R$ 800 milhões ao governo do Estado para cobrir os custos dos pacientes da capital baiana. “Não é um favor, nem boa vontade que o governo estadual faz, pelo contrário, o prefeito Bruno Reis tem colocado recursos para garantir assistência à saúde dos soteropolitanos”.

O líder da Oposição pontuou ainda que as críticas não estão mais no âmbito da disputa eleitoral, mas sim porque é uma questão de dignidade humana.

“Durante todo esse tempo eu me calei, aceitando o resultado das eleições, que a população escolheu manter esse sistema de governo do PT. Mas não consigo mais aceitar o sofrimento de tantos pacientes que precisam de regulação”, acrescentou.

Moraes quebra sigilo de imagens do 8/1 do Planalto e manda ouvir servidores do GSI

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, determinou nesta sexta-feira (21) a quebra de sigilo das imagens de 8 de janeiro das câmeras de segurança do Palácio do Planalto e o depoimento dos servidores do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) que aparecem nas cenas.

Trechos do circuito interno de segurança do Planalto foram divulgados pela CNN Brasil na quarta (19), e levaram à queda do ministro do GSI Gonçalves Dias. O material foi colocado sob sigilo pelo governo federal e negado à Folha em fevereiro.

Na decisão desta sexta, o ministro do Supremo exige o envio de “todo o material existente” em poder do GSI em até 48 horas, e afirma que a preservação integral das imagens “será aferida em posterior perícia”.

No despacho, Moraes também determina que o ministro interino, Ricardo Cappelli, envie cópia integral da sindicância instaurada, no âmbito do GSI, para apuração das condutas dos agentes públicos civis e militares envolvidos no episódio.

O ministro do STF afirma que a investigação dos ataques golpistas exige não só punição àqueles que “criminosamente pretenderam causar ruptura do Estado democrático de Direito”, mas também aos agentes públicos civis e militares que “foram coniventes ou deixaram de exercer suas atribuições legais”.

Moraes afirma ainda que a Constituição Federal “consagrou expressamente o princípio da publicidade como um dos vetores imprescindíveis à Administração Pública”, e que “inexiste sigilo das imagens”.

“[…] Não sendo possível, com base na Lei de Acesso à Informação, a manutenção da vedação de divulgação de todas –ABSOLUTAMENTE TODAS– as imagens verificadas na ocasião do nefasto e criminoso atentado à Democracia e ao Estado de Direito, ocorrido em 08/01/2023, especialmente àquelas decorrentes de veiculação pela imprensa no interior do Palácio do Planalto com a presença de autoridade e servidores do GSI”, escreve.

“Portanto, INEXISTE SIGILO DAS IMAGENS, com base na Lei de acesso à Informação, sobretudo por serem absolutamente necessárias à tutela jurisdicional dos Direitos Fundamentais, ao Regime Democrático e Republicano, que foram covardemente desrespeitados no ataque criminoso à nossa Democracia, no dia 8/01/2023”.

Em fevereiro, reportagem da Folha pediu, via Lei de Acesso à Informação, a íntegra das imagens registradas pelas câmeras de segurança internas e externas do sistema do Palácio do Planalto, referentes ao domingo em que manifestantes golpistas vandalizaram os prédios dos três Poderes.

Ao negar acesso, o GSI afirmou na ocasião não ser “razoável” divulgar informações que exponham métodos, equipamentos, procedimentos operacionais e recursos humanos da segurança presidencial.

“Presente pedido de informação não pode ser atendido, haja vista que as imagens do sistema de vídeo monitoramento do Palácio do Planalto são de acesso restrito, considerando que sua divulgação indiscriminada traz prejuízos e vulnerabilidades para a atividade de segurança das instalações presidenciais”, dizia a resposta.

Em outro trecho, o GSI afirmava: “Caso seja facultado o acesso às informações solicitadas, a eficiência, como princípio constitucional da administração pública, e o interesse público de prevenir ações adversas contra as autoridades protegidas pelo GSI/PR ficam desamparados”.

Apesar de ter colocado as imagens sob sigilo, o governo federal divulgou trechos editados do material que não permitem analisar a atuação e eventual omissão das forças de segurança. Nenhum dos vídeos compartilhados pelo Palácio do Planalto mostrava, inclusive, a presença de Gonçalves Dias.

O ex-ministro do GSI prestou depoimento nesta sexta após decisão desta quinta (20) de Moraes no âmbito do inquérito que investiga o ataque aos Poderes. GDias —como é chamado— passou cerca de 4 horas e 30 minutos na sede da PF (Polícia Federal), em Brasília.

“O comparecimento na sede da Polícia Federal é, para mim, uma grande oportunidade de esclarecer os fatos que têm sido explorados na imprensa. Confio na investigação e na Justiça, que apontarão que eu não tenho qualquer responsabilidade, seja omissiva ou comissiva nos fatos do dia 8 de janeiro”, disse o general em nota.

Thaísa Oliveira/Folhapress

Ex-ministro do GSI diz que houve ‘apagão’ no 8/1 e que não sabia de nível de risco

O general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), disse em depoimento à Polícia Federal que houve um “apagão” geral do sistema de inteligência na crise de 8 de janeiro. Ele também disse não saber informar qual era a classificação de risco dada pelas autoridades para o dia dos ataques.

Dias pediu demissão na quarta-feira (19) após a CNN Brasil divulgar imagens do circuito interno de segurança no Palácio do Planalto. Nelas, é possível ver integrantes do GSI auxiliando os invasores, sendo que um dos agentes chegou a fornecer água para as pessoas que circulavam e participavam da depredação.

O próprio Dias aparece em alguns trechos das imagens, no terceiro andar do Planalto, sem dar ordem de prisão aos invasores.

Sobre sua presença no terceiro andar, Gonçalves Dias disse no depoimento que realizava no momento “gerenciamento de crise”, e que não tinha como deter sozinho o grupo de invasores.

“QUE indagado porque no 3° e 4° piso conduziu as pessoas e não efetuou pessoalmente a prisão, respondeu que estava fazendo um gerenciamento de crise e essas pessoas seriam presas pelos agentes de segurança no 2° piso tão logo descessem, pois esse era o protocolo; QUE o declarante não tinha condições materiais de sozinho efetuar prisão das 3 pessoas ou mais que encontrou no 3° e 4° andar, sendo que um dos invasores encontrava-se altamente exaltado”, afirmou.

Ricardo Della Coletta/Folhapress

Deputado pede à Justiça que Jorge Viana devolva R$ 195 mil em salários da Apex

O deputado Kim Kataguiri (União-SP) pediu à Justiça Federal que o presidente da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex-Brasil), ex-senador Jorge Viana (PT-AC), devolva três meses de salários, o equivalente a R$ 195 mil. Como revelou o Estadão, o petista operou uma mudança no estatuto do órgão para eliminar a obrigatoriedade da fluência em inglês e assim poder ocupar o cargo, que tem como atribuição divulgar os produtos brasileiros no exterior.

Viana foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar a agência em janeiro deste ano. A alteração no artigo 23, parágrafo 4º, do estatuto da Apex foi feita em março deste ano. Viana ficou três meses de forma irregular no cargo, que lhe garante salário de R$ 65 mil. Kataguiri pediu à Justiça Federal, no Distrito Federal, que o ex-senador devolva os valores recebidos nestes três meses.

“Trata-se de grave irregularidade que viola o princípio constitucional da moralidade na Administração Pública e atenta contra a ética e as boas práticas de governança”, afirmou o parlamentar.

Nesta quinta-feira, 20, a juíza federal substituta da 20ª Vara do DF, Liviane Kelly Soares Vasconcelos, determinou a redistribuição da ação. O pedido do deputado foi anexado a um processo movido pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que pede o afastamento de Viana do comando da Apex e a manutenção da fluência em inglês como requisito para o cargo.

Não saber falar inglês já motivou demissão na Apex. Em janeiro de 2019, o governo Jair Bolsonaro teve a sua primeira baixa porque o presidente indicado para a agência, Alecxandro Pinho Carreiro, não era fluente no idioma. Ele ficou apenas oito dias no cargo após a imprensa revelar que ele havia se recusado a fazer um teste de nível do idioma.

A assessoria de Jorge Viana admitiu à reportagem que ele não domina o idioma. “Ele fala inglês, mas não a ponto de fazer um discurso”, afirmou. E justificou que a nomeação dele para a presidência “engrandece a agência” por “sua capacidade de diálogo e interlocução”.

À frente da Apex, Viana nomeou aliados de seu grupo político para assessoria da agência. Os indicados não têm experiência na área de comércio internacional. O petista também chamou uma empresa de amigos para dar oficina de planejamento estratégico a servidores da seleta área de comércio internacional da instituição.

Julia Affonso/Estadão

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