Arthur Maia sugere prisão de seguranças de Maduro que agrediram jornalistas em Brasília
O deputado federal Arthur Oliveira Maia (União Brasil) sugeriu, na manhã desta quarta-feira (31), a prisão dos seguranças venezuelanos que agrediram uma equipe de reportagem da Rede Globo, na sede do Itamaraty, em Brasília.
Os estrangeiros fazem parte da comitiva do presidente Nicolás Maduro. Segundo Maia, “as autoridades brasileiras não podem permitir que esse crime diante das câmeras de TV fique impune”.
“Fosse um brasileiro – com toda razão – estaria atrás das grades”, acrescentou o parlamentar baiano.
Confira o tuíte:
O segurança venezuelano de Maduro que agrediu a jornalista Delis Ortiz precisa ser preso antes que fuja do Brasil. As autoridades brasileiras não podem permitir que esse crime diante das câmaras de TV fique impune. Fosse um brasileiro - com toda razão - estaria atrás das grades.
Mateus Soares
Lira exige do Planalto demissão de filho de Renan Calheiros do Ministério dos Transportes
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mandou um duro recado, na noite desta segunda-feira, 29, ao Palácio do Planalto: quer a demissão do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). Lira ficou furioso com um tuíte do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que é seu adversário político e pai do ministro. Na postagem, Calheiros escreveu que Lira é “caloteiro”, “desvia dinheiro público” e “bate em mulher”.
Inconformado com os ataques, o presidente da Câmara avisou os articuladores políticos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, enquanto Renan Filho não sair, a vida do governo na Câmara ficará ainda mais difícil. Em público, porém, Lira nega a ameaça. “Não pedi a cabeça de ninguém, mas quero respeito”, afirmou. “O problema do senador é psiquiátrico. Para ele, será mais um processo na Justiça, e mais uma condenação.” As acusações de violência doméstica contra Lira foram rejeitadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula foi informado da situação e, de acordo com auxiliares, encarou o embate como mais uma chantagem. Expoente do Centrão, Lira não se dá bem com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), e não se cansa de repetir que o governo não conta com base aliada sólida para aprovar propostas na Câmara sem o seu empenho.
Embora Lula tenha ignorado o recado do presidente da Câmara, ministros não têm dúvida de que ele precisará agir rápido e entrar pessoalmente em cena para conter a nova crise. Na noite desta terça-feira, 30, por exemplo, Lira impôs nova derrota ao Planalto, conseguindo aprovar no plenário o projeto do marco temporal das reservas indígenas, que só permite a demarcação de terras até 5 de outubro de 1988, data em que foi promulgada a Constituição.
”Aqui é assim: uma no cravo e outra na ferradura para o governo não ficar se achando só porque passou o arcabouço fiscal”, disse o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), integrante da bancada evangélica.
Nos bastidores, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), culpa o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), por ter aberto a porteira para a ofensiva do Centrão que desidratou sua pasta e também a dos Povos Indígenas. A exemplo do marco temporal, a lipoaspiração desses dois ministérios também teve o apoio da bancada ruralista.
Marina avalia que a retirada do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e da Agência Nacional de Águas (ANA) de sua alçada foi uma retaliação ao veto do Ibama para que a Petrobras perfurasse um poço de petróleo na costa do Amapá. Trata-se do Estado de Randolfe e do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Randolfe saiu da Rede, mesmo partido da ministra do Meio Ambiente, logo após o pedido da Petrobras ter sido negado. “Eu não briguei com a Marina. Mas lutaremos até o fim contra essa decisão do Ibama”, admitiu ele.
Sequência
Ver novos Tweets
Conversa
Moraes fala em ‘tribunal da democracia’ em posse de novos ministros no TSE
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) empossou, nesta terça-feira (30), o advogado Floriano de Azevedo Marques e o ministro substituto André Ramos Tavares como novos integrantes do tribunal, ampliando sua influência no órgão responsável por organizar os pleitos brasileiros.
A cerimônia foi conduzida pelo presidente da corte, ministro Alexandre de Moraes, que disse que os novos integrantes irão “se somar ao tribunal da democracia”. O ministro acrescentou que o país é a quarta maior democracia do mundo, com 156.454.011 eleitores aptos a votar e que participaram das eleições de 2022.
“Suas excelências, agora, estão se juntando aos demais membros do TSE que tem a única missão: a defesa da democracia e garantir que o eleitor possa, de dois em dois anos, escolher livremente os seus representantes”, disse.
Os dois foram selecionados pelo presidente Lula (PT) após integrarem uma lista elaborada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) com quatro nomes —dentre eles, duas mulheres, preteridas pelo petista.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), também participaram da cerimônia.
Floriano é doutor e livre-docente em direito na USP, onde também leciona Moraes, que vinha defendendo o ingresso do colega no colegiado. Tavares já atuava no TSE como ministro substituto desde novembro do ano passado.
Moraes disse que o órgão recebe com alegria os dois e ressaltou a “larga experiência não só na vida acadêmica, como na vida profissional” de ambos.
“O professor Floriano, que é formado pela Faculdade de Direito da USP, inclusive, colega de turma meu e do ministro Dias Toffoli, da turma de 1990. Foi diretor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. André Ramos Tavares também professor da Faculdade de Direito da USP, professor com larga experiência”, disse.
Eles ocuparão as vagas deixadas pelos ministros Sérgio Banhos e Carlos Horbach no tribunal. Elas foram abertas pela chamada “classe dos juristas”, preenchida por advogados. A composição titular do TSE é preenchida por três ministros do STF, dois do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e por dois advogados.
Tradicionalmente, o ministro substituto mais antigo em atuação no tribunal é escolhido como sucessor na vaga aberta por magistrado titular que deixa a corte.
Nesse caso, o natural seria a ministra Maria Cláudia Bucchianeri ascender à titularidade. Ela acabou não integrando a lista quádrupla. Bucchianeri foi escolhida ministra substituta do TSE em 2021 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nos bastidores, Moraes trabalhava para ampliar sua influência no tribunal, que presidirá até o meio do próximo ano. O plano dele é, mesmo após deixar a corte, manter aliados e, consequentemente, sua influência nos debates eleitorais.
O TSE está próximo de importantes julgamentos sobre Bolsonaro, que podem levar o ex-presidente à inelegibilidade, e a mudança na composição do tribunal pode ser favorável às intenções do governo Lula.
O ex-presidente é alvo de 16 ações na Justiça Eleitoral. O processo mais adiantado que pode deixá-lo inelegível por oito anos foi movido pelo PDT por uma reunião com embaixadores, em julho de 2022.
Na ocasião, Bolsonaro convidou dezenas de representantes estrangeiros para falar sobre o sistema eletrônico de votação do país. O evento durou cerca de 50 minutos e foi transmitido pela TV Brasil.
Após a escolha de Lula, o escritório Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques, do qual Floriano é sócio fundador, divulgou nota afirmando que ele “reúne todos os predicados para exercer com competência e brilhantismo” o cargo.
Constança Rezende/Folhapress
Entrevista de Maduro em Brasília termina com agressão a jornalistas
Jornalistas que cobriam a reunião de líderes sul-americanos em Brasília foram agredidos por seguranças brasileiros durante uma entrevista coletiva improvisada do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
O líder do país caribenho foi o último chefe estrangeiro a deixar o Itamaraty, na noite desta terça (30), e parou para fazer declarações à imprensa, quando dezenas de jornalistas se aproximaram para ouvi-lo. Ao deixar o local, ele seguiu respondendo a perguntas, momento em que as agressões começaram a ocorrer.
Ao menos três jornalistas relataram agressões. Uma repórter de TV afirmou ter recebido um soco. Outro repórter foi arrastado pela roupa e depois imobilizado; e uma terceira disse ter sido empurrada por um dos seguranças.
Pouco depois do ocorrido, o Itamaraty lamentou o episódio. “O Ministério das Relações Exteriores lamenta o incidente no qual houve agressão a profissionais de imprensa, ao final da reunião de presidentes da América do Sul. Providências serão tomadas para apurar responsabilidades.” Em nota, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República também repudiou a agressão. “Todas as medidas possíveis serão tomadas para que esse episódio jamais se repita”, afirmou.
Maduro participou do encontro entre líderes da América do Sul, evento realizado no Palácio do Itamaraty e promovido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O objetivo do encontro era relançar um mecanismo de integração na região. Além do venezuelano, estiveram os presidentes Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname) e Luís Lacalle Pou (Uruguai).
Não houve incidentes na saída desses líderes da sede da chancelaria —a maioria optou por não falar. As agressões foram repudiadas pela ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão). “Após a reunião com presidentes da América do Sul, seguranças empurraram e agrediram os repórteres que tentaram se aproximar de Maduro. Tais ações violentas provocaram a indignação dos profissionais presentes. Houve um princípio de tumulto”, afirma o texto da nota da entidade.
“É injustificável e inaceitável que em um governo democrático como no Brasil, seguranças agridam a imprensa, a exemplo do que habitualmente acontece na Venezuela. A ABERT reafirma a defesa intransigente da liberdade de expressão e do direito à livre informação e pede às autoridades brasileiras uma rigorosa apuração do caso e punição dos agressores”, completa a nota.
Renato Machado/Ricardo Della Coletta/Folhapress
Submetralhadora é apreendida com traficante em Vitória da Conquista
Uma submetralhadora calibre 9 milímetros, munições e drogas foram apreendidas, na segunda-feira (29), por equipes da 77ª Companhia Independente da Polícia Militar, em Vitória da Conquista. Um traficante achado com o material acabou preso.
Segundo o comandante da unidade, major Vagner Ribeiro Almeida, policiais faziam rondas no bairro Guarani, quando as manobras arriscadas de um veículo chamaram a atenção.
Ao abordar o condutor, os PMs encontraram a submetralhadora, cinco carregadores, quase 200 munições, três balanças, uma máquina de cartão de crédito e um quilo de droga.
O criminoso foi apresentado no Distrito Integrado de Segurança Pública (Disep), juntamente com o veículo e os ilícitos apreendidos.
Fonte: Ascom/ Marcia Santana
Lula defende reforma da Unasul como mecanismo de cooperação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o retorno da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) como mecanismo de cooperação entre os países da América do Sul. Lula é o anfitrião de um encontro com mais de dez líderes dos países da região, nesta terça-feira (30), no Palácio Itamaraty, em Brasília.
Os líderes sul-americanos atenderam a um convite feito pelo presidente brasileiro, que busca retomar a cooperação dentro do continente em áreas como saúde, mudança do clima, defesa, combate aos ilícitos transnacionais, infraestrutura e energia, entre outros.
E não é preciso recomeçar do zero. A Unasul é um patrimônio coletivo. Lembremos que ela está em vigor e sete países ainda são membros plenos. É importante retomar seu processo de construção, mas, ao fazê-lo, é essencial avaliar criticamente o que não funcionou e levar em conta essas lições.”
“Precisamos de mecanismos de coordenação flexíveis, que confiram agilidade e eficácia na execução de iniciativas. Nossas decisões só terão legitimidade se tomadas e implementadas democraticamente”, acrescentou o presidente, defendendo ainda que o envolvimento da sociedade civil, sindicatos, empresários, acadêmicos e parlamentares “dará consistência” ao esforço de integração. “Ou os processos são construídos de baixo para cima, ou não são viáveis e estarão fadados ao fracasso”, afirmou.
Participam da reunião, os presidentes Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Nicolás Maduro (Venezuela).
A única ausência em nível presidencial é a do Peru, cuja presidente Dina Boluarte está impossibilitada de comparecer por questões constitucionais. O Peru vive uma crise política desde a destituição do agora ex-presidente Pedro Castillo no fim do ano passado. No lugar de Dina Boluarte, virá o presidente do conselho de ministros do país, Alberto Otárola.
Apesar de propor o fortalecimento da Unasul, Lula disse que não há ideias preconcebidas sobre o desenho institucional que poderia ser adotado e que esse encontro servirá para conhecer a opinião de todos.
“Estou, no entanto, pessoalmente convencido da necessidade de um foro que nos permita discutir com fluidez e regularidade e orientar a atuação de nossos países para o fortalecimento da integração em várias de suas dimensões”, disse, defendendo a criação de um grupo de alto nível, a ser integrado por representantes pessoais de cada presidente, “para dar seguimento ao trabalho de reflexão.”
“Com base no que decidamos hoje, esse grupo terá 120 dias para apresentar um mapa do caminho para a integração da América do Sul”, disse.
Os protocolos de recepção no Palácio do Itamaraty começaram às 9h. Na parte da manhã, Lula fez o discurso de abertura, seguido de uma sessão de trabalho com a intervenção de todos os presentes. À tarde, está prevista uma conversa mais informal entre os presidentes, em formato reduzido.
À noite, os chefes de Estado que permanecerem em Brasília devem participar de um jantar oferecido por Lula e pela primeira-dama, Janja Lula da Silva, no Palácio da Alvorada, residência oficial.
Durante seu discurso, o presidente brasileiro avaliou ainda que divergências políticas e ideológicas dificultaram o processo de integração com o continente nos últimos anos. “Abandonamos canais de diálogo e mecanismos de cooperação e, com isso, todos perdemos”, disse. “Tenho a firme convicção de que precisamos reavivar nosso compromisso com a integração sul-americana. Os elementos que nos unem estão acima de divergências de ordem ideológica.”, acrescentou, lembrando que em agosto o Brasil também sediará a Cúpula dos Países Amazônicos.
Mecanismo de cooperação
Desde o início de seu terceiro governo, Lula vem defendendo o aprimoramento das relações entre os países da América do Sul. Nesse contexto, o Brasil voltou a integrar a Unasul e também a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac)
Não há confirmação se a cúpula divulgará um documento oficial ao término do encontro, previsto para as 18h. Há a expectativa de que os presidentes discutam formas mais concretas de ampliar a integração, incluindo a possibilidade de criação ou reestruturação de um mecanismo sul-americano de cooperação, que reúna todas as nações da região. Atualmente, não existe nenhum bloco com essas características.
A Unasul, criada em 2008, no segundo mandato do presidente Lula, foi se desintegrando ao longo do tempo, em meio a mudanças de governos em diversos países, e agora reúne apenas sete: Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname, Peru, além de Argentina e Brasil que voltaram ao grupo recentemente.
O presidente lembrou que o continente já contou e ainda conta com várias iniciativas voltadas a articular ações em âmbito sub-regional. “A Comunidade Andina de Nações, o Tratado de Cooperação Amazônica e o Mercosul ilustram esse regionalismo de abrangência e propósitos diversos”, afirmou, citando ainda os avanços realizados no âmbito da Unasul.
“Por mais de dez anos, a Unasul permitiu que nos conhecêssemos melhor. Consolidamos nossos laços por meio de amplo diálogo político que acomodava diferenças e permitia identificar denominadores comuns. Implementamos iniciativas de cooperação em áreas como saúde, infraestrutura e defesa. Essa integração também contribuiu para ganhos comerciais importantes. Formamos uma robusta área de livre-comércio, cujas cifras alcançaram valor recorde de US$ 124 bilhões em 2011”, disse.
Lula destacou também a redução de desigualdades e da pobreza, do desmatamento, e o papel do grupo como foro de solução de controvérsias entre países da região. “Foram feitos formidáveis para uma região herdeira do colonialismo e marcada por graves formas de violência, discriminação de gênero e racismo. Não resolvemos todos os nossos problemas, mas nos dispusemos a enfrentá-los, em vez de ignorá-los. E decidimos fazer isso cooperando entre nós”, disse.
O presidente lembrou que o contexto atual do mundo é mais desafiador, com a falta de representatividade dos foros de governança globais , as crises geradas pela pandemia de covid-19, a urgência das questões climáticas, o retrocesso do multilateralismo e a crescente as posturas protecionistas nos países ricos, além de conflitos como a guerra na Ucrânia que afetam as cadeias de suprimento.
“A região parou de crescer, o desemprego aumentou e a inflação subiu. Alguns dos principais avanços sociais logrados na década passada foram perdidos em pouco tempo”, disse. “Nenhum país poderá enfrentar isoladamente as ameaças sistêmicas da atualidade. É apenas atuando unidos que conseguiremos superá-las. Nossa região possui trunfos sólidos para fazer face a esse mundo em transição”, acrescentou.
Lula destacou as potencialidades da América do Sul na transição energética, produção de alimentos, desenvolvimento industrial, promoção da paz e como grande mercado de consumo.
Propostas
Em seu discurso, o presidente brasileiro fez também uma série de propostas para serem discutidas ao longo do dia e consideradas pelos líderes em suas iniciativas:
- colocar a poupança regional a serviço do desenvolvimento econômico e social, mobilizando os bancos de fomento como Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), o Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), o Banco do Sul e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
- aprofundar a identidade sul-americana também na área monetária, mediante mecanismo de compensação mais eficientes e a criação de uma unidade de referência comum para o comércio, reduzindo a dependência de moedas extrarregionais;
- implementar iniciativas de convergência regulatória, facilitando trâmites e desburocratizando procedimentos de exportação e importação de bens;
- ampliar os mecanismos de cooperação de última geração, que envolva serviços, investimentos, comércio eletrônico e política de concorrência;
- atualizar a carteira de projetos do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan), reforçando a multimodalidade e priorizando os de alto impacto para a integração física e digital, especialmente nas regiões de fronteira;
- desenvolver ações coordenadas para o enfrentamento da mudança do clima;
- reativar o Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde, que nos permitirá adotar medidas para ampliar a cobertura vacinal, fortalecer nosso complexo industrial da saúde e expandir o atendimento a populações carentes e povos indígenas;
- lançar a discussão sobre a constituição de um mercado sul-americano de energia, que assegure o suprimento, a eficiência do uso de nossos recursos, a estabilidade jurídica, preços justos e a sustentabilidade social e ambiental;
- criar programa de mobilidade regional para estudantes, pesquisadores e professores no ensino superior, algo que foi tão importante na consolidação da União Europeia; e
- retomar a cooperação na área de defesa com vistas a dotar a região de maior capacidade de formação e treinamento, intercâmbio de experiências e conhecimentos em matéria de indústria miliar, de doutrina e políticas de defesa.
Encontro bilateral
Ontem (30), o primeiro chefe de governo sul-americano a chegar à capital federal foi o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que fez uma reunião bilateral com o presidente Lula, no Palácio do Planalto. O encontro marcou a retomada das relações entre os dois países; Maduro volta ao Brasil após oito anos. Por divergências políticas e ideológicas, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro cortou relações diplomáticas com a Venezuela, que foram oficialmente retomadas na atual gestão.
Lula avaliou que a reconstrução das relações entre Brasil e Venezuela é plena e, entre outros temas, defendeu que os países da América do Sul recuperem o conselho de defesa da região, dedicado à cooperação para segurança nas fronteiras.
Ainda não há confirmação se Lula fará reuniões bilaterais com outros líderes sul-americanos.
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Edição: Maria Claudia
Conselho de ética da Câmara abre processo contra sete deputados
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu nesta terça-feira (30) sete processos para apurar representações de quebra de decoro parlamentar. Na sessão de hoje foram sorteados os relatores dos requerimentos contra os deputados Carla Zambelli (PL-SP), Márcio Jerry (PCdoB-MA), Nikolas Ferreira (PL-MG), José Medeiros (PL-MT), Juliana Cardoso (PT-SP), Talíria Petrone (Psol-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Os relatores dos processos foram sorteados pelo presidente do colegiado, deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA). De acordo com o regimento, três nomes são sorteados e, posteriormente, excluídos os deputados pertencentes ao mesmo estado do parlamentar processado, do mesmo partido ou bloco parlamentar.
O relator de cada processo terá dez dias úteis para elaborar parecer preliminar. Os deputados condenados por quebra de decoro podem ter punições que vão desde a censura oral até a perda do mandato.
Processos
Carla Zambelli: segundo a representação do PSB, ela teria quebrado o decoro parlamentar por xingar e constranger o deputado Duarte (PSB-MA) durante audiência com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. O partido pede a deputada perca o mandato. A lista tríplice sorteada é composta por Ricardo Maia (MDB-BA), João Leão (PP-BA) e Washington Quaquá (PT-RJ).
Márcio Jerry: o deputado foi representado pelo PL por quebra de decoro parlamentar. O partido acusa o deputado de importunação sexual contra a deputada Julia Zanatta (PL-SC) também durante audiência com Flávio Dino.
Imagens de câmeras mostram que Jerry se aproxima por trás de Julia, apoia seu corpo contra o da colega e coloca o rosto em meio ao cabelo dela. O deputado afirma que teria agido dessa forma por causa do tumulto. A lista tríplice sorteada é composta por Alexandre Leite (União-SP), Ricardo Maia (MDB-BA) e Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT).
Nikolas Ferreira: as bancadas do PSOL, PT, PDT, PCdoB e PSB protocolaram pedido de cassação do mandato do deputado federal por quebra de decoro parlamentar após fazer discurso considerado transfóbico. A lista tríplice é composta por Bruno Ganem (Pode-SP), Ricardo Maia (MDB-BA) e Alexandre Leite (União-SP).
De acordo com os partidos, o discurso de Nikolas Ferreira foi “flagrantemente discriminatório e transfóbico”. Ao falar na tribuna da Câmara, no dia 8 de março, o deputado vestiu uma peruca amarela e disse que “se sentia uma mulher” no Dia Internacional da Mulher e afirmou que “as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”.
Nas redes sociais, o deputado Nikolas Ferreira nega ter feito discurso transfóbico. “Defendi o direito das mulheres de não perderem seu espaço nos esportes para trans - visto a diferença biológica - e de não ter um homem no banheiro feminino. Não há transfobia em minha fala. Elucidei o exemplo com uma peruca (chocante). O que passar disso é histeria e narrativa.”
José Medeiros: o processo foi apresentado pelo PT também por quebra de decoro durante a sessão que comemorava o Dia da Mulher. A lista tríplice inclui os deputados Albuquerque (Republicanos-RR), Ricardo Ayres (Republicanos-TO) e Gutembergue Reis (MDB-RJ).
Medeiros é acusado de intimidar a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) e de xingar e agredir o deputado Miguel Ângelo (PT-MG) quando este foi defender a parlamentar paranaense. Comportamentos "que descambam para a violência física e intimidação injustificável não têm e não poderão jamais encontrar guarida na garantia da imunidade parlamentar", afirma o PT.
Juliana Cardoso: a deputada é acusada pelo PP por quebra de decoro após ter chamado de "assassinos" deputados que votaram a favor da urgência para o projeto do marco temporal na demarcação de terras indígenas (PL 490/07).
O PP afirma que os insultos criaram um grave tumulto no plenário, o que levou a sessão a ser encerrada. Os deputados Marcos Pollon (PL-MS), Gabriel Mota (Republicanos-RR) e Luciano Vieira (PL-RJ) compõem a lista tríplice.
Talíria Petrone: processo foi apresentado pelo PL (Representação 6/23) por quebra de decoro durante reunião da CPI do MST. Talíria acusou o relator do colegiado, deputado Ricardo Salles (PL-SP), de fraudar mapas e ter relação com o garimpo. "O senhor é acusado. E olha que eu nem chamei de bandido, nem de marginal", disse a deputada na reunião. A lista tríplice é composta por Rafael Simões (União-MG), Sidney Leite (PSD-AM) e Gabriel Mota (Republicanos-RR).
Eduardo Bolsonaro: o PT acusa o deputado de quebra de decoro por ter intimidado o deputado Marcon (PT-RS) durante reunião da Comissão de Trabalho. Após Marcon ter questionado a facada desferida contra o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018, Eduardo Bolsonaro levantou, xingou e ameaçou o petista. Compõem a lista tríplice os deputados Albuquerque (Republicanos-RR), Gutembergue Reis (MDB-RJ) e Josenildo (PDT-AP).
No mesmo dia, o presidente Arthur Lira disse que o Conselho de Ética ia analisar as denúncias sobre o comportamento dos parlamentares. "Queria mais uma vez ressaltar que, no dia de hoje, foi eleito o nosso Conselho de Ética e, portanto, pedir a prudência de sempre na atuação de cada parlamentar. Daqui para a frente, teremos o fórum adequado instalado para tratar dos pontos fora da curva desta Casa", disse Lira.
*Com informações da Agência Câmara
Edição: Kelly Oliveira
Por Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil* - Brasília
Assinar:
Postagens (Atom)
Destaques
Faça seu pedido: (73) 98108-8375
Ouça aqui: Web Radio Gospel Ipiaú
Web Rádio Gospel de Ipiaú
Siga-nos
Total de visualizações de página
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade.
Publicidade
Anucie aqui: (73) 991241546-9-82007563
Postagens mais visitadas
Arquivo do blog
-
▼
2025
(119)
-
▼
janeiro
(119)
-
▼
jan. 10
(8)
- ‘Quem defende a democracia não compactua com ditad...
- TCU libera licitação de quase R$ 200 milhões para ...
- Justiça rejeita pela quinta vez tentativa de valid...
- “Brasil não pode se omitir. Fora, Maduro”, dispara...
- Alimentos ficam mais caros e fecham 2024 com infla...
- Lula sofre golpe, sem armas, para não cumprir seu ...
- Vice-presidente do PT recebe família Brazão, suger...
- Maduro deve tomar posse e incrustar ditadura por m...
-
▼
jan. 10
(8)
-
▼
janeiro
(119)
- ► 2024 (5607)
- ► 2023 (4688)
- ► 2022 (5535)
- ► 2021 (5869)
- ► 2020 (4953)
- ► 2019 (3140)
- ► 2018 (711)
- ► 2016 (209)
- ► 2015 (162)
- ► 2014 (462)
- ► 2013 (1713)
- ► 2012 (1976)