Impacto fiscal com diesel zerado até fim do ano será de R$ 500 milhões

A volta da desoneração do diesel até o fim deste ano vai gerar um impacto sobre as contas públicas de ao menos R$ 500 milhões, segundo estimativa do Ministério da Fazenda.

De um lado, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixará de arrecadar R$ 1,2 bilhão com o tributo federal zerado sobre o combustível. O impacto fiscal líquido, contudo, será menor por causa de “sobra” de créditos do programa de descontos para veículos que poderiam ser usados pelas montadoras para abater tributos.

Do total de R$ 1 bilhão liberado em créditos tributários para execução do plano para renovação de frota de ônibus e caminhões, restaram R$ 670 milhões sem uso.

Segundo painel do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), o programa chegou ao fim com sobra de R$ 570 milhões dos R$ 700 milhões disponíveis para caminhões e R$ 100 milhões remanescentes dos R$ 300 milhões direcionados para vans e ônibus.

Todos os R$ 800 milhões disponibilizados para descontos à compra de carros “populares” foram esgotados em um mês.

O diesel voltou a ter o tributo federal zerado depois que a MP (medida provisória) que implementou a retomada parcial da cobrança de PIS/Cofins a partir de setembro perdeu a validade. O impacto nas bombas deve ser de R$ 0,11 por litro.

Segundo um interlocutor da equipe econômica, cabe ao Palácio do Planalto qualquer decisão sobre o restabelecimento do tributo sobre o diesel.

O envio da matéria ao Congresso novamente é visto como ineficaz por um membro do governo em razão da aplicação da noventena —regra que determina prazo de 90 dias para alteração de alíquota de um tributo desse tipo.

Dessa forma, a previsão é que continue valendo a lei de maio deste ano, que prevê a reoneração do diesel a partir do início do ano que vem.

“Se não houver mudanças legais até lá, a partir de 1º de janeiro de 2024 as alíquotas do diesel e do biodiesel voltam aos seus valores normais —R$ 0,35 por litro para o diesel e R$ 0,14 por litro para o biodiesel”, disse a Receita Federal, em nota.

A MP foi editada no início de junho e prorrogada por 60 dias após o prazo inicial, mas não chegou a ser votada pelo Congresso, perdendo, assim, sua eficácia no início desta semana.

O texto instituiu uma alíquota de R$ 0,11 por litro no início de setembro. Em um mês de cobrança, o governo arrecadou R$ 600 milhões. Depois, outra MP editada em julho elevou o imposto a R$ 0,13 por litro no início de outubro.

A desoneração do diesel ocorreu em um momento de pressão sobre o preço do combustível, com a escalada das cotações internacionais do petróleo e o corte nas exportações russas, que vinham ajudando a segurar os preços no Brasil.

Na semana passada, o litro do diesel S-10 custava, em média R$ 6,22, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Em oito semanas consecutivas de alta após o último reajuste da Petrobras, o produto acumulou alta de R$ 1,14 por litro.

A Petrobras opera há semanas com elevada defasagem em relação às cotações internacionais. Na terça-feira (3), o presidente Jean Paul Prates falou que a companhia avalia reajuste de preços de combustíveis até o fim do ano.

Nathalia Garcia/Folhapress

Polícia suspeita que médico assassinado foi confundido com miliciano

Miliciano Taillon de Alcantara Pereira Barbos (à esquerda), seria o alvo e teria sido confundido com o médico Perseu Ribeiro Almeida, (à direita) assassinado nesta madrugada

Uma das linhas de investigação adotada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro é de que os três médicos mortos num quiosque da Barra da Tijuca podem ter sido vítimas por engano. Um dos ortopedistas assassinados pode ter sido confundido com um miliciano da zona oeste, apuram investigadores da Divisão de Homicídios.

A suspeita é que Perseu Ribeiro Almeida, 33, tenha sido identificado pelos assassinos como sendo Taillon de Alcantara Pereira Barbosa, 26, acusado pelo Ministério Público estadual de integrar a milícia de Rio das Pedras.

O miliciano foi preso em novembro de 2020 e condenado a 8 anos e 5 meses de prisão. Em março deste ano, foi para prisão domiciliar e, há dez dias, progrediu para liberdade condicional. A investigação que levou à prisão dele é um desdobramento da Operação Intocáveis, que tinha como alvo o ex-policial militar Adriano da Nóbrega, ligado à família do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A suspeita da polícia sobre a confusão dos assassinos se deve à semelhança física entre Taillon e Perseu. Ambos costumavam usar cabelo raspado, com sinais iniciais de calvície, barba e óculos.

Reforça a linha de investigação o fato de Taillon ter duas residências vinculadas ao seu nome na avenida Lúcio Costa em local próximo ao quiosque em que aconteceu o crime.

As imagens de segurança do quiosque indicam que Almeida foi o primeiro alvo a ser atingido pelos disparos. Foi em direção a ele que um dos criminosos retorna para, aparentemente, verificar a execução e fazer novos disparos.

Também foram assassinados os ortopedistas Marcos de Andrade Corsato, 62, e Diego Ralf de Souza Bomfim, 35. Daniel Sonnewend Proença está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, para onde foi levado após ser baleado.

A ação dos criminosos durou, no total, 27 segundos. O vídeo mostra que as vítimas não notaram a aproximação dos criminosos até o momento do primeiro disparo.

Investigadores ouvidos pela Folha dizem que a hipótese de execução ganhou força, pois é possível ver nas imagens de câmeras de segurança que os criminosos que desceram do veículo atirando. Eles também voltaram até o quiosque para realizar mais disparos, em prática conhecida como “confere”, na qual o assassino realiza mais disparos para se certificar da morte de seu alvo.

A suspeita da polícia é de que, pelos ferimentos, os assassinos tenham mirado na região do coração das vítimas, reforçando a tese de que o caso foi uma execução. Apenas o laudo oficial, porém, poderá confirmar quantos disparos atingiram as vítimas. A necrópsia ficará sob sigilo até a conclusão do caso. Os corpos estão no IML (Instituto Médico Legal) do Rio de Janeiro.

Os celulares dos médicos foram apreendidos e irão passar por perícia. Não foi divulgado se algum deles tinha sofrido alguma ameaça. Os policiais não descartam a possibilidade deles terem sido mortos por engano.

Taillon foi preso em novembro de 2020 sob acusação de atuar como braço-direito do pai, Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos líderes da milícia de Rio das Pedras. Ele foi condenado a 8 anos e 5 meses de prisão e recorre da sentença. Ele deixou a cadeia em março deste ano para cumprir pena em regime domiciliar e, há dias, teve concedida a liberdade condicional.

Bomfim era ortopedista e irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (SP) e também cunhado de Glauber Braga (RJ) —que é casado com Sâmia. Ambos parlamentares são do PSOL, partido da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros no Rio em 2018.

O partido divulgou comunicado em que cobra apuração “rigorosa e eficiente” do caso.

A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o crime. Ainda na madrugada, foi realizada perícia no local do crime e no quarto das vítimas no hotel em que estavam hospedadas. Celulares dos médicos foram apreendidos.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, também classificou como execução o assassinato e disse que determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações, considerando que um deles era ligado a dois deputados federais.

“Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à deputada Sâmia, ao deputado Glauber e familiares”, escreveu o ministro.

O governador do Rio, Claudio Castro (PL), postou em suas redes sociais que determinou o emprego de todos os recursos pela Polícia Civil do estado para a descoberta a autoria do crime.

Bruna Fantti e Italo Nogueira, Folhapress

O governador tem R$ 220 milhões para resgatar no Ministério da Justiça’, diz Dino sobre segurança

Ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Flávio Dino afirmou que a Bahia tem R$ 220 milhões em verbas já aprovadas na pasta para aplicar em diversas áreas da segurança pública no Estado.

“O governador [Jerônimo Rodrigues] tem R$ 220 milhões para resgatar nessas várias ações do ministério. Todas as ações que o presidente Lula determinou são feitas em parcerias com os estados, independentemente do partido que governa o Estado”, indicou.

Dino disse ainda que, nos últimos dias, tem “conversado muito” com o governador Jerônimo e com a bancada baiana para fortalecer o que ele chamou de “mutirão de defesa da vida”.

“Nos últimos dias tenho conversado muito com a bancada, com o governador Jerônimo, todos mobilizados nesse mutirão de defesa da vida e integridade”, disse.

Alexandre Galvão

Ipiaú: Prefeitura disponibiliza parcelamento de impostos com cartão de crédito

A partir desta quinta-feira (05), o contribuinte de Ipiaú tem mais uma opção para pagamento de tributos municipais, com rapidez e autonomia: o cartão de crédito e débito.

A nova modalidade contempla tributos como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU); Alvarás de Funcionamento; Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN); Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e possibilita parcelamento em até 24 vezes, com incidência das taxas impostas pela operadora.

De acordo com o diretor de arrecadação tributária de Ipiaú, Afonso Mendes, a medida é mais uma inovação da gestão da prefeita Maria das Graças, com o apoio do Secretário Bismarck Novais e representa um marco na administração tributária. “Além das formas que já disponibilizamos, a exemplo do boleto e o pix, agora a população tem mais uma alternativa para quitar o seu débito com o município de forma simples e prática”, comentou.

Para realizar o parcelamento, o contribuinte deve comparecer no Departamento de Tributos que fica localizado no Prédio do SAC, em frente a Praça Ruy Barbosa. A parcela mínima para pessoas físicas precisa ser de R$ 15,00 (quinze reais) e R$ 30,00 (trinta reais) pessoas jurídicas. 

Decom / Prefeitura de Ipiaú

Lira manda recado ao Judiciário, e Barroso defende pautas do STF

As maiores autoridades do Legislativo e do Judiciário se reuniram nesta quinta-feira (5) para celebrar os 35 anos da Constituição em meio a farpas e afagos entre Congresso e STF (Supremo Tribunal Federal).

Em seus discursos, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Supremo, Luís Roberto Barroso, enfatizaram a divisão e equilíbrio entre Poderes, mas ressaltaram pontos de desavença entre parlamentares e ministros.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chefiou a sessão solene, que também contou com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).

Autoridades e pessoas presentes ao evento avaliaram, sob reserva, que os discursos de Lira e Barroso tiveram recados sobre as desavenças entre os Poderes, mas nada fora do que se esperava e de divergências comuns do momento.

Lira, por exemplo, afirmou que as três instâncias devem ser guardiãs da democracia, e que para isso precisam trabalhar com harmonia e independência. “Os Poderes devem ser freios e contrapeso, um poder não pode ser bigorna e o outro martelo dos outros.”

O presidente da Câmara citou ainda a divisão e limites de competências entre cada uma das instâncias, justamente o motivo de maior reclamação dos parlamentares com relação à postura do Supremo.

“Como servo fiel da Carta Magna, cada Poder, cada autoridade, cada ser servidor público deve agarrar-se com vigor às suas competências, jamais as recusando, jamais avançando sobre competências alheias”, disse.

Barroso tratou de ressaltar pautas sociais e de costumes, sobre as quais o STF se debruçou recentemente e que vem causando incômodo no Congresso, que reclama de interferência de competências dos ministros.

Enalteceu, por exemplo, o casamento homoafetivo, união que foi reconhecida pelo Supremo, mas que deputados conservadores querem proibir. Também citou os direitos dos povos indígenas, que recentemente viram o marco temporal derrubado pelo Judiciário, mas aprovado pelo Legislativo.

“Ainda acrescentaria a independência e harmonia dos Poderes, o Executivo voltou ao seu tamanho normal [após a ditadura], o Legislativo recuperou o seu espaço decisivo na democracia e o Judiciário viveu um momento importante de ascensão institucional”, afirmou o ministro.

Barroso foi ao evento após abrir uma sessão solene no STF sobre o mesmo tema. A sua presença no Congresso não constava na agenda oficial, ao contrário de outros compromissos do ministro que foram divulgados do dia.

Ele teria demonstrado certa insatisfação em ter que deixar o evento do tribunal, onde chamou especialistas da Carta Magna para palestrar. Após sua fala e algumas fotos, ele retornou ao Supremo para o discurso de encerramento.

“Não existem Poderes hegemônicos, somos todos parceiros institucionais, pelo bem do Brasil, como bem demonstra essa mesa que o presidente Pacheco aqui reuniu”, completou, no discurso no Congresso, se referindo ao plenário em que as autoridades se sentaram lado a lado.

Pacheco, por sua vez, lembrou que a “harmonia e a independência” fazem parte da Constituição e que devem servir de norte para a atuação de cada um dos Poderes.

“[A promulgação da Constituição] significava o retorno de uma institucionalidade vigorosa, em que o Executivo governa, o Parlamento legisla e o Judiciário julga, sem que um poder se subordine ao outro, formal ou informalmente”, afirmou no discurso.

Após encerrar a leitura do texto preparado para a cerimônia, Pacheco ainda cumprimentou o vice-presidente, Geraldo Alckmin, também presente na mesa, e fez um aceno aos dois ministros do Supremo presentes.

“A ambos externo, em nome do Senado e do Parlamento, o nosso apreço e respeito ao Poder Judiciário”, disse.

Finalmente, Alexandre de Moraes, um dos mais criticados por parlamentares bolsonaristas por suas decisões monocráticas e por conservadores, sobretudo pelo seu posicionamento pela descriminalização das drogas, enalteceu a tarefa de preservar a democracia contra movimentos autoritários e populistas no Brasil e no mundo.

“Em que pesem eventuais divergências, que são naturais da democracia, temos que estar unidos na defesa da democracia”, disse.

Após a sessão, Pacheco conversou com jornalistas e afirmou que não vê nenhuma crise entre os Poderes, mas defendeu que o Legislativo se debruce sobre as propostas que limitam as decisões monocráticas do STF e a que prevê mandatos para os ministros —temas que, segundo ele, devem ter apoio da “maioria muito considerável” do Senado.

“É interessante termos uma regulação com relação as decisões monocráticas para aquilo que seja o mais sagrado do Supremo, que é a sua colegialidade, prevalecer? Não há nada irracional nisso. Como também não há nos mandatos fixos, que são adotados em outros países”, afirmou.

Segundo ele, o debate destes temas não constitui afronta, assim como também não o é quando o STF pauta temas nos quais ele entende que a competência deveria ser do Legislativo —como marco temporal e drogas.

Por outro lado, Pacheco refutou a ideia de que o Congresso possa reverter decisões do Supremo, como propõe uma PEC protocolada na Câmara.

“Acho isso muito complicado, de difícil alcance constitucional”, afirmou. “É um tanto inusitado pensar na possibilidade de reversão de uma decisão judicial pelo Poder Legislativo, mas eu não conheço o texto da proposta”, completou.

João Gabriel e Constança Rezende, Folhapresss

‘Nada indica ainda que foi execução política e é preciso cautela’, diz deputado do PSOL e candidato a prefeito do Rio

O deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ) afirma que é preciso tratar com cautela a possibilidade de o assassinato de três médicos no Rio de Janeiro ter sido uma execução conectada com a atuação de parlamentares do partido, que tem uma forte atuação contra as milícias do estado.

Uma das vítimas, o ortopedista Diego Ralf de Souza Bonfim, 35, era irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que é casada com o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ).

Pré-candidato à prefeitura do Rio, Motta afirma que “nada indica isso [uma execução por razões políticas] até aqui. Estamos trabalhando com muita cautela. É preciso esperar o avanço da investigação policial”.

Ele diz ser “natural que esse tipo de hipótese circule. O irmão de uma parlamentar [Sâmia] do partido que teve uma vereadora, Marielle Franco, executada por milicianos foi assassinado. É preciso cogitar a hipótese de que o mesmo tipo de violência voltou a ocorrer”.

“A partir deste ponto, não entanto, não há elementos que apontem para a possibilidade de essa hipótese [de execução] ser mais provável do que outras. A motivação para esses assassinatos não está evidente”.

Ele afirma ainda que até agora nenhuma informação chegou ao partido que apontasse na direção de uma execução. “Não há, de nossa parte, qualquer indício que concretize essa hipótese”, diz.

Nesta quinta (5), o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a Polícia Federal (PF) vai acompanhar as investigações e classificou o assassinato como “execução”.

“Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à deputada Sâmia, ao deputado Glauber e familiares”, escreveu Dino em suas redes sociais.

Motta, que foi vereador junto com Marielle Franco e era amigo da parlamentar assassinada, participaria nesta semana de um ato de lançamento de sua pré-candidatura a prefeito do Rio. Todas as atividades políticas, no entanto, foram adiadas pelo PSOL.

Os médicos Marcos de Andrade Corsato, 62, Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, e Perseu Ribeiro Almeida, 33, morreram no local. Oque sobreviveu ao ataque, Daniel Sonnewend Proença, está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, para onde foi levado após ser baleado.

O grupo estava na cidade para um congresso de ortopedia.

Mônica Bergamo, Folhapress

Membro do PCC morre em confronto com a PM durante operação contra organização criminosa

Um membro do PCC (Primeiro Comando da Capital) identificado como Eduardo Carneiro da Silva, morreu em uma troca de tiros durante a deflagração de uma operação, nesta quinta-feira (5), em Maracaju, a 160 quilômetros de Campo Grande.

A operação Katharisma contou com equipes da Polícia Civil e de equipes do Batalhão de Choque. A operação tinha como alvo organização criminosa do tráfico de drogas, o PCC. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão que acabou na prisão de três homens, todos por tráfico de drogas.

Durante a ação, em uma das residências, o alvo principal, Eduardo - investigado por integrar organização criminosa com célula em Maracaju - atirou contra os policiais que revidaram tendo troca de tiros. Ele foi atingido sendo socorrido.

Eduardo morreu no hospital e os outros membros da facção criminosa foram levados para a delegacia. Na casa, os policiais apreenderam várias porções de drogas, balança de precisão e dinheiro do tráfico de drogas.
Por: Midia Max

Seis ciganos são mortos dentro de casa em Jequié; entre as vítimas está uma criança

Foto: Redes Sociais

Seis ciganos de uma mesma família foram assassinatos na madrugada dessa quinta-feira (05), no bairro Amaralina, na cidade de Jequié. De acordo com informações da Polícia Militar, as vítimas são dois homens, três mulheres, uma delas gestante, e uma criança de aproximadamente 6 anos. Todos estavam dentro da residência invadida pelos criminosos. Vizinhos relataram terem ouvido mais de 20 disparos de arma de fogo. A Policia suspeita que o homicídio esteja ligado a uma guerra entre ciganos. A Polícia investigará a autoria e motivação da chacina. Os corpos foram removidos para o Instituto Médico Legal de Jequié. (Giro Ipiaú)

Prefeitura Municipal de Ipiaú emite nota de pesar pelo falecimento do médico Perseu Ribeiro Almeida

É com profundo pesar que a Prefeitura Municipal de Ipiaú, por meio da prefeita Maria das Graças, recebe a triste notícia do falecimento do médico Perseu Ribeiro Almeida, aos 33 anos de idade, em um acontecimento trágico que deixou todo o país estarrecido. 

O Dr. Perseu dedicou os últimos 5 meses de sua vida ao Hospital Geral de Ipiaú, onde atendia com dedicação e comprometimento os cidadãos de Ipiaú e da região.

Neste momento de luto, expressamos nossas mais sinceras condolências à sua família, amigos e colegas. Que Deus possa confortá-los e dar-lhes forças para enfrentar essa perda tão dolorosa.

Prefeitura de Ipiaú/Departamento de Comunicação

Quem são os médicos baleados em quiosque no Rio de Janeiro; três morreram e um ficou ferido

Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida
Vítimas estavam na cidade para participar de um congresso internacional de ortopedia. Um dos mortos é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Polícia Civil do RJ acredita em execução, já que nada foi levado, e os criminosos chegaram atirando.

Três médicos ortopedistas foram mortos a tiros e um quarto foi baleado, na madrugada desta quinta-feira (5), em um quiosque na Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Eles estavam na cidade para participar de um congresso internacional de ortopedia. A Polícia Civil do RJ acredita em execução, já que nada foi levado, e os criminosos chegaram atirando.

Um dos mortos era da Bahia. Os outros dois, além do médico que está internado, são do estado de São Paulo

Quem são as vítimas

Daniel Sonnewend Proença, 32 anos: Formado pela Faculdade de Medicina de Marília em 2016, é especialista em cirurgia ortopédica. Foi levado com vida para o Hospital Municipal Lourenço Jorge com pelo menos 3 tiros e seria transferido para uma unidade particular.
Diego Ralf Bomfim, 35 anos: Irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Especialista em Reconstrução Óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Morreu no Hospital Lourenço Jorge.

Marcos de Andrade Corsato, 62 anos. Médico assistente do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Morreu na hora;

Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos: Morava em Jequié, no sudoeste da Bahia, e trabalhava em Ipiaú, no sul do estado. Era especialista em cirurgia do pé e tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Fez aniversário na terça (3). Morreu na hora.

Em nota, o Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP disse que recebeu com "consternação a notícia do falecimento de Marcos de Andrade Corsato, médico assistente dedicado e atuante do grupo de Tornozelo e Pé da instituição, bem como dos ex-residentes Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida. O IOT- HCFMUSP estende as condolências aos familiares e amigos."

Como foi o ataque

Os ortopedistas estavam hospedados no Hotel Windsor, na Avenida Lúcio Costa, que sedia a partir desta quinta-feira o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo.

No início da madrugada, os 4 estavam em um quiosque na frente do hotel. À 0h59, um carro branco parou, e 3 homens de preto e armados de pistolas desembarcaram e abriram fogo à queima-roupa. Link do VIDEO

Foram pelo menos 20 disparos. Um dos criminosos ainda voltou para atirar mais em um dos médicos que tentava se refugiar atrás do quiosque. 

Agentes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) chegaram a efetuar buscas, mas ninguém foi preso.

Fonte: G1

PF prende brasileiros que traficavam cocaína para a Europa

Os dois acusados moram em Manaus/AM, disseram ter sido contratados por “desconhecidos” e não saber que conduziam drogas na bagagem
Natal/RN - A Polícia Federal prendeu em flagrante na última segunda-feira (2/10) no Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, um amazonense de 28 anos e uma paraense de 25 anos, suspeitos de tráfico internacional de drogas. Com eles foram encontrados 2,74 kg de cocaína embutida na estrutura de uma mala que seguiria para a Europa.

Policiais federais desconfiaram do comportamento do casal durante inspeção de rotina e acionaram cães farejadores da PF, que identificaram a presença de substância entorpecente na mala despachada pela passageira.

Com a dupla foram ainda apreendidos documentos, celulares, passagem aérea, 890 euros e R$ 5 mil.

Autuados com base na Lei Antidrogas, eles passaram por exame de corpo de delito no Instituto Técnico-Científico de Perícia e em seguida foram transferidos para o Sistema Prisional do Estado, à disposição da Justiça.

Somente em 2023, quatro brasileiros e um cidadão estrangeiro foram presos em flagrante ao tentar embarcar com drogas no aeroporto Aluízio Alves.
Comunicação Social da Polícia Federal no Rio Grande do Norte

PF combate tráfico internacional de drogas em cinco estados brasileiros

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São Paulo/SP – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 05/10, a Operação Dontraz, com o objetivo de combater uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas.

Na operação de hoje, estão sendo cumpridos 17 mandados de prisão preventiva, 4 mandados de prisão temporária e 41 mandados de busca e apreensão em cinco Estados brasileiros (São Paulo, Ceará, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina). A ação conta com o apoio da Marinha do Brasil, da Polícia Militar do estado de São Paulo e da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará.

Além dos mandados, foram decretadas ordens judiciais de sequestro de bens adquiridos pelos investigados com as práticas criminosas e o bloqueio de contas bancárias.

A investigação teve início em abril de 2022, quando um pesqueiro de bandeira brasileira foi interceptado na costa africana, carregado com 5.457 kg de cocaína. Na embarcação, havia sete tripulantes, cinco brasileiros e dois montenegrinos, que foram presos em flagrante.

Outro fato importante do trabalho investigativo foi a apreensão de 1.216 kg de cocaína em um pesqueiro abordado em alto-mar, após ter partido de Fortaleza/CE. Nele havia seis tripulantes, todos brasileiros, que foram presos em flagrante.

A operação contou com a cooperação de autoridades de Cabo Verde, Estados Unidos da América e Inglaterra.

Os investigados responderão pelos crimes de tráfico transnacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro, e, se condenados, as penas podem chegar a 40 anos de prisão.

Essa é a primeira ação decorrente da criação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado – FICCO no estado de São Paulo, uma iniciativa que visa integrar as forças de segurança federais, estaduais e municipais no combate ao crime organizado.

*Haverá atendimento a imprensa no auditório da Superintendência da PF em São Paulo/SP, às 10h00 desta quinta-feira (5/10), na Rua Hugo D’antola, 95, Lapa de Baixo, São Paulo/SP.
Comunicação Social da PF em São Paulo/SP

Adolescentes são apreendidos com 800 porções de drogas em Pernambués

Equipes da 1ª CIPM realizaram o flagrante nesta quarta-feira (4), durante a Operação Força Total.

Equipes da 1ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/ Pernambués) apreenderam dois adolescentes com cerca de 800 porções de drogas, na Rua Raul Palmeira, no bairro de Pernambués, nesta quarta-feira (4), durante a ‘Operação Força Total’.

Os PMs patrulhavam na região quando foram surpreendidos por um grupo de suspeitos armados que atiraram e fugiram. Com os menores foram encontradas porções de maconha (haxixe e skank), crack e cocaína.

“Estamos nas ruas, intensificando o patrulhamento. Os menores foram apresentados na Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI)”, disse o major Leandro Burgos, comandante da unidade policial.

Texto: Jeferson Silva

Cerca de meio milhão pés de maconha foram erradicados em 2023 pela Operação Terra Limpa

A última plantação foi destruída nesta quarta-feira (4), no município de Curaça, pela 45ª CIPM.
Cerca de meio milhão pés de maconha foram destruídos pela Operação Terra Limpa, em 2023, no Norte do estado. As ações são coordenadas pelo Comando de Policiamento da Região Norte (CPR-N).

A última erradicação ocorreu nesta quarta-feira (4), no município de Curaçá. A 45ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) destruiu 62 mil pés do entorpecente.

Segundo o coordenador responsável pelo CPR Norte, coronel Valter Araújo, a ação iniciada ainda na madrugada, ocorreu na localidade de “Ilha do Jequi”. Após cinco horas de buscas, o plantio foi encontrado e erradicado. Uma amostra do material foi apresentado na Delegacia Territorial (DT) da cidade.

Em 2022, a operação destruiu mais de 821 mil pés de maconha.

Entenda os focos de conflito entre STF e Congresso em 5 pontos

A tensão entre o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal) acentuou-se nas últimas semanas, com parlamentares protestando por meio da obstrução de votações no Legislativo, e com a análise-relâmpago de projeto que limita a atuação e o alcance das decisões da corte.

A crise entre o Legislativo e o Judiciário foi intensificada após uma série de votações do tribunal em temas como o marco temporal, que tramita como projeto de lei, a descriminalização das drogas e a liberação do aborto para até 12 semanas após a concepção.

Nesta quarta-feira (4), a principal comissão do Senado votou a toque de caixa uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) limitando os pedidos de vista e as decisões monocráticas nos tribunais superiores. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltou a defender nesta semana a criação de mandato para os ministros.

Outra PEC, que autorizaria o Congresso a derrubar decisões proferidas pelo Supremo, também voltou a tramitar na semana passada.

Também nesta quarta, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que os Poderes da República precisariam manter-se dentro dos limites constitucionais, afirmando ter “absoluta certeza” de que o Congresso os obedece.

Entenda em cinco pontos os principais focos do conflito entre a Suprema Corte brasileira e o Congresso Nacional:

VOTAÇÃO EM TEMAS POLÊMICOS
Durante suas últimas semanas chefiando o Supremo, a ministra aposentada Rosa Weber pautou uma série de ações consideradas polêmicas.

Entre elas estão a autorização de cobrança da contribuição assistencial pelos sindicatos a não filiados, a inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas, a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal e do aborto em até 12 semanas após a concepção.

Essas votações receberam críticas pelos parlamentares, que viram uma interferência da corte na atividade legislativa. Em resposta, Rosa defendeu a análise de temas considerados tabus pela Justiça.

A partir dali, várias foram as repercussões. Pacheco protocolou uma PEC proibindo o porte e a posse de qualquer droga, independentemente da quantidade. O Senado aprovou o projeto do marco temporal para demarcação de terras indígenas, em votação-relâmpago —o texto aguarda sanção do presidente Lula (PT).

MANDATO DE MINISTROS
Já na segunda-feira (2), Pacheco voltou a defender que os ministros do Supremo tenham mandato, além da elevação da idade mínima para ingresso no tribunal. Disse ainda que o Senado pode começar a discutir o assunto após a indicação do substituto de Rosa por Lula.

Atualmente, magistrados do STF possuem cargo vitalício, permanecendo até a aposentadoria, aos 75 anos. Já a idade mínima para ingresso na corte é de 35 anos.

No dia seguinte, o ministro Gilmar Mendes reagiu à fala do presidente do Senado, e afirmou que “pelo que se fala, a proposta se fará acompanhar do loteamento das vagas, em proveito de certos órgãos”, o que tensionou ainda mais a relação entre os dois Poderes.

LIMITAÇÃO PARA DECISÕES MONOCRÁTICAS
Com a acentuação da crise entre Legislativo e Judiciário, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou nesta quarta, em votação com menos de um minuto, PEC limitando as decisões monocráticas e pedidos de vista em tribunais superiores.

A medida precisa ainda ser aprovada no plenário da Casa e na Câmara para ter validade. Ela prevê que decisões individuais não possam suspender a eficácia de ato normativo dos presidentes da República, do Senado e da Câmara, exceto em caso de grave urgência ou risco de dano irreparável durante o recesso.

A medida estabelece ainda a concessão de pedidos de vista coletivamente —e não individualmente, por cada magistrado— por um prazo máximo de seis meses, com prorrogação por mais três.

DERRUBADA DE DECISÕES PELO CONGRESSO
Na semana passada, também começou a tramitar na Câmara uma PEC que, caso aprovada, permitiria ao Congresso derrubar decisões do Supremo. A proposta recebeu 175 assinaturas, quatro a mais que o necessário para entrar nas discussões do Legislativo.

O texto delimita que as decisões da corte que “extrapolem os limites constitucionais” poderiam ser suspensas se aprovado decreto em dois turnos, por 308 deputados da Câmara e por 49 votos do Senado.

ENTENDIMENTO DE BARROSO
Luís Roberto Barroso, atual presidente do Supremo, disse nesta quarta não ver este momento como o ideal para fazer mudanças na corte. Disse que o tribunal “talvez seja uma das instituições que melhor serviu ao Brasil na preservação da democracia” e que “não está em hora de se mexer”.

Afirmou ainda ver com ressalva a reversão de decisões da corte, “até porque nós já tivemos um precedente na história brasileira que foi a Constituição de 1937, na ditadura Vargas”.

Sobre os mandatos para ministros, lembrou que houve uma discussão a esse respeito quando foi produzida a Constituição de 1988, e que se optou pela vitaliciedade.

Matheus Tupina/Folhapress

Constituição completa 35 anos; entenda carta que marcou transição da ditadura, saúde e educação

Wlysses Guimarães ergue a Constituição. Foto: Câmara dos Deputados
Promulgada em 5 de outubro de 1988, a carta constitucional brasileira completa 35 anos em vigor. Conhecida como Constituição Cidadã, ela representou um dos principais marcos da transição da ditadura militar para a democracia e contou com forte participação popular.

Entre suas marcas está o estabelecimento de uma série de direitos, como a igualdade, a liberdade de expressão e de imprensa, assim como a saúde e a educação. Também trouxe inovações de grande repercussão como a criação de condições para que dois anos mais tarde fosse estabelecido o SUS (Sistema Único de Saúde), além da estruturação das defensorias públicas.

O QUE É A CONSTITUIÇÃO?

Na hierarquia dos textos legais, a Constituição está no topo, orientando todo o restante. Nela, está previsto que o Brasil é uma República Federativa, composta por estados e municípios e o Distrito Federal.

Também é ela que estabelece a existência dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e impõe limites a cada um deles. Nesse desenho, cabe ao STF (Supremo Tribunal Federal), chamado de guardião da Constituição, interpretar o que está ou não de acordo com o pacto de 1988, desde que provocado.

COMO ELA FOI CONSTRUÍDA?

O trabalho da Assembleia Constituinte teve início em fevereiro de 1987. Ao todo, eram quase 600 constituintes, entre deputados e senadores, sendo apenas 26 mulheres.

A professora de direito constitucional na UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) Tayara Lemos ressalta que a Constituinte recebeu mais de 120 emendas de diferentes categorias, como movimento negro, de mulheres, sindicatos e povos indígenas.

"Embora nem todas as sugestões das emendas tenham sido acatadas, é importante considerar essa abertura para a sociedade", afirma Tayara, que destaca a contribuição das mulheres ao longo do processo. "Ela foi elaborada de forma analítica, detalhada, característica que também objetiva inviabilizar golpes, regimes autoritários e garantir direitos reivindicados por diversos segmentos da sociedade."

QUAIS OS PRINCIPAIS EIXOS DA CONSTITUIÇÃO DE 88?

Logo em seu início, a Constituição traz seus objetivos fundamentais. São eles a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; a garantia do desenvolvimento nacional e a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais; além da promoção do bem de todos, sem preconceitos de qualquer tipo.

Parte das preocupações da Constituição vinham ainda a se contrapor aos anos de chumbo. Foi garantida a liberdade de expressão e vedada a censura, e também foi proibida a tortura.

Entre as marcas do texto aprovado em 88 estão o direito à educação, além do reconhecimento de que a saúde é direito de todos e dever do Estado, o que dois anos mais tarde foi regulamentado por meio da criação do SUS.

"A educação era prevista em outras Constituições, mas não era estabelecida como um direito fundamental que as pessoas podiam exigir do Estado", diz Wallace Corbo, professor de direito da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e da FGV Direito Rio. Ele destaca também o papel da Constituição em estruturar as Defensorias públicas pelo país, o que antes dependia dos governos locais.

Outra inovação foi a criação de um capítulo destinado ao meio ambiente, além da ampliação dos direitos de quilombolas e a exigência de demarcação das terras indígenas.

A CONSTITUIÇÃO PODE SER ALTERADA?

Para possibilitar a atualização do texto sem que para isso fosse preciso uma ruptura ou a realização de uma nova Constituição, o texto previu a possibilidade de emendas, o que ganha ainda mais relevância dado o seu caráter amplo e detalhista.

Apesar dessa abertura, que já resultou em 131 emendas aprovadas, há aspectos protegidos: as chamadas cláusulas pétreas. Elas proíbem alterações que queiram acabar com o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes, os direitos e garantias individuais e a forma federativa de Estado.

"Não é um problema adaptar a nossa Constituição para os problemas e desafios que vão se apresentando de tempos em tempos", diz Miguel Gualano de Godoy, professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná). "[Mas] tratar de temas que, se não fossem tratados pela Constituição permaneceriam renegados, é uma conquista."

Para alterar a Constituição, é preciso que o Congresso aprove uma PEC (proposta de emenda à Constituição). Para passar, são necessárias duas rodadas de votação tanto na Câmara e quanto no Senado, com três quintos dos votos em cada Casa.

QUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS?

Um dos principais obstáculos da Constituição é sua própria efetividade, em especial, em um país marcado por desigualdade social e econômica.

De outro lado, movimentos de intuito golpista, como os que culminaram nos ataques golpistas de 8 de janeiro, são outra vertente desafiadora ao Estado democrático de Direito, estabelecido pela Constituição.
Por: Bahia noticias

Governo Lula cobra fidelidade de aliados após reforma e em meio a instabilidade na base

Os principais auxiliares do presidente Lula (PT) realizaram na semana passada uma reunião de coordenação com os ministros indicados por partidos aliados para cobrar fidelidade da base e definir estratégias na relação da gestão petista com o Congresso Nacional.

O Palácio do Planalto ainda tenta se fortalecer no Legislativo praticamente um mês depois de ter aberto as portas da Esplanada dos Ministérios para dois indicados do centrão: os ministros André Fufuca (PP), do Esporte, e Silvio Costa Filho (Republicanos), de Portos e Aeroportos.

O ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), responsável pela articulação política de Lula, promoveu a reunião e criou um grupo de WhatsApp exclusivo para os integrantes do governo indicados por siglas aliadas. Esses ministros exercem influência sobre as bancadas na Câmara, e o Planalto quer vê-los mobilizados para fazer a agenda de Lula no Congresso avançar.

Ainda nesse esforço de integração, a ideia é que haja reuniões mensais para afinar o discurso, após um primeiro semestre em que houve rebeliões encampadas pelos próprios partidos que apoiam Lula.

Mesmo após as nomeações de Fufuca e Costa Filho, as semanas não foram de tranquilidade para Lula no Parlamento. Houve declarações desencontradas do petista e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre trocas no comando da Caixa Econômica Federal.

O Planalto ainda assiste preocupado à obstrução liderada pela bancada ruralista na Câmara e a queda de braço entre o Congresso e ao STF (Supremo Tribunal Federal) —parlamentares acusam o tribunal de extrapolar suas competências.

Há a avaliação no núcleo duro do governo de que Lira segue com forte influência sobre os deputados. Por isso, é importante que os próprios ministros consigam reagir quando necessário a eventuais investidas de Lira, com a meta de blindar a pauta de Lula.

Lula oficializou a primeira grande reforma ministerial de seu governo em 6 de setembro, após cerca de dois meses de arrastadas negociações.

Para oficializar as mudanças, o presidente demitiu Ana Moser (Esporte) para acomodar Fufuca e realocar Márcio França (PSB) do Ministério de Portos e Aeroportos para a nova pasta das Micro e Pequenas Empresas.

O Palácio do Planalto buscou compor com partidos do centrão que na gestão passada estiveram aliados com Jair Bolsonaro (PL). O PP e o Republicanos têm 49 e 41 deputados, respectivamente.

Segundo pessoas presentes na reunião da semana passada, a ideia foi balizar os ministros sobre as prioridades para o segundo semestre.

Participaram do jantar ao menos 14 ministros: além dos novatos Fufuca e Costa Filho, os ministros de Minas Energia, Alexandre Silveira (PSD), das Cidades, Jader Filho (MDB), da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (PC do B), da Integração, Waldez Góes (União Brasil), das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), da Pesca, André de Paula (PSD), e Márcio França.

Padilha estava acompanhado dos ministros palacianos Rui Costa (Casa Civil), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Paulo Pimenta (Secom), além do advogado-geral da União, Jorge Messias.

Os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), dos Transportes, Renan Filho (MDB), e da Previdência, Carlos Lupi (PDT), não puderam comparecer.

Na reunião, Padilha fez uma apresentação sobre a importância de os ministros atuarem em defesa da agenda prioritária de Lula no Congresso.

Padilha ressaltou ainda a necessidade de conseguir aprovar as medidas de arrecadação de receitas, para assegurar que o governo atinja a meta de déficit zero —objetivo visto com ceticismo por economistas e até mesmo por integrantes do Executivo. Além disso, o ministro apontou a prioridade que a agenda verde terá para Lula no segundo semestre.

Há entraves para a agenda legislativa fluir nos próximos meses.

A Câmara dos Deputados passa por um esvaziamento geral, em um movimento de pressão contra ações do STF e de Lula.

Puxada pelo centrão e por parlamentares da bancada ruralista, a obstrução das atividades na Casa resultou, na semana passada, na suspensão de comissões, sessões e votações —levando ao adiamento inclusive da PEC da Anistia, apesar do interesse dos próprios parlamentares na proposta de amplo perdão de punições a partidos e políticos.

A obstrução dos trabalhos ocorreu em meio à revolta da bancada ruralista, a mais poderosa do Congresso atualmente, com a decisão do STF de derrubar a tese do marco temporal nas terras indígenas.

O movimento se somou à avaliação, que começou no Senado, de que o Supremo está interferindo em temas legislativos.

A reação dos ruralistas foi amplificada pela irritação de parlamentares do centrão com a demora do governo petista em definir a entrega de alguns cargos, em especial na Caixa Econômica Federal.

O bloqueio foi parcialmente vencido com um acordo que buscou destinar recursos de interesse da bancada ruralista para destravar a pauta econômica e atenuar a disputa entre os Poderes. Mas o clima de tensão ainda preocupa o Planalto.

Julia Chaib e Catia Seabra/Folhapress

CCJ do Senado aprova PEC que libera venda do plasma humano

A CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) do Senado aprovou nesta quarta-feira (10), por 15 votos a 11, uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que permite a comercialização do plasma sanguíneo.

O texto libera coleta, processamento e venda do plasma no Brasil por empresas privadas. Esta parte líquida do sangue é utilizada em tratamentos, pesquisa e fabricação de medicamentos hemoderivados.

O Ministério da Saúde pressiona para barrar a proposta. A PEC ainda será avaliada pelo plenário do Senado e pela Câmara.

A possibilidade de pagar a doadores de sangue foi um dos temas de maior divergência entre os senadores. Relatora da proposta na CCJ, a senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) afirma que o texto não prevê a remuneração.

Integrantes do governo e parlamentares que se opõem à proposta, porém, avaliam que a PEC abriria margem para esse tipo de pagamento. Isso porque o pagamento poderia ser incluído na lei que regulamentaria o processo de coleta e uso do plasma poderia.

O relatório da PEC aprovado pela comissão afirma que uma lei “disporá sobre as condições e os requisitos para a coleta, o processamento e a comercialização de plasma humano pela iniciativa pública e pela iniciativa privada”.

O texto também diz que o plasma pode ser utilizado em laboratórios, desenvolvimento de novas tecnologias e de produção de medicamentos “destinados a prover preferencialmente o SUS”.

Para ser aprovada, além de passar pelas comissões, uma PEC precisa de três quintos dos votos no Senado e na Câmara, em discussões de dois turnos.

Antes da votação, o ministro da Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), disse que a proposta não tem como garantir o controle sanitário dos bancos de sangue nacional.

“É o verdadeiro vampirismo mercadológico, autorizar que empresas privadas suguem o sangue da população brasileira e transformem isso em produto a ser vendido, com o discurso de que com essa venda, poderiam comprar produtos para tratar seus pacientes privados”, disse Padilha.

Hoje apenas a estatal federal Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia) está autorizada a usar o plasma coletado no Brasil para a produção de medicamentos.

O Ministério da Saúde argumenta que a venda do plasma pode reduzir a oferta nacional de hemoderivados, pois o produto feito com sangue coletado no Brasil poderia ser vendido no exterior.

Integrantes da equipe de Nísia Trindade ainda avaliam que acabar com a coleta voluntária pode tornar mais escasso o sangue disponível para casos que exijam, por exemplo, transfusões.

“Hoje há absoluto controle de qualidade, levamos para quase zero as transmissões de HIV e hepatite nas transfusões, e parte [do controle] se deve a não comercializar a coleta”, disse ao jornal Folha, em abril, o secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães.

O texto dividiu a base do governo, recebendo apoio de senadores do PSD.

Foram favoráveis ao relatório de Daniella Ribeiro os senadores Marcos do Val (Podemos-ES), Plínio Valério (PSDB-AM), Efraim Filho (União-PB), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Carlos Portinho (PL-RJ), Rogério Marinho (PL-RN), Nelsinho Trad (PSD-MS), Angelo Coronel (PSD-BA), Otto Alencar (PSD-BA), Sérgio Petecão (PSD-AC), Lucas Barreto (PSD-AP) e Ciro Nogueira (PP-PI), Laércio Oliveira (PP-SE) e Hiran (PP-RR).

Os votos contrários ao relatório os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Calheiros (MDB-AL), Marcelo Castro (MDB-PI), Weverton (PDT-MA), Alessandro Vieira (MDB-SE), Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), Professora Dorinha (União Brasil-TO), Magno Malta (PL-ES), Fabiano Contarato (PT-ES), Rogério Carvalho (PT-SE) e Augusta Brito (PT-CE).

Os conselhos de secretários de Saúde dos estados (Conass) e municípios (Conasems), além da Fiocruz, também pedem a reprovação da PEC.

Apresentada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), a PEC 10/2022 recebeu assinaturas de outros 26 senadores de partidos da esquerda para a direita. Dois dos ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subscreveram a proposta: Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Carlos Fávaro (Agricultura).

“Não existe [previsão de] remuneração [a doadores de sangue e plasma] no projeto relatado. Quem fala isso está induzindo os colegas ao erro”, disse Trad nesta quarta-feira (4).

Em voto separado, que recebeu apoio de parte dos governistas, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) sugeriu liberar a participação do setor privado no processamento do plasma, desde que autorizado pelo Ministério da Saúde e para abastecer “de modo prioritário” o SUS. Esse texto não chegou a ser avaliado.

Criada em 2004, a Hemobrás ficou marcada por apuração da Polícia Federal sobre fraude em licitação de obras e atrasos para finalizar a sua fábrica, localizada em Goiana (PE).

A estatal recolhe o plasma excedente dos hemocentros, ou seja, que não é usado em transfusões, trata o produto e envia para o fracionamento. Essa última etapa, que serve para isolar componentes do plasma, hoje é feita em farmacêutica na Europa.

A PEC cita o desperdício de bolsas de plasma como justificativa para a mudança na Constituição. A estatal afirma que não há mais perda de plasma, pois o produto obtido das coletas feitas no Brasil voltou a ser fracionado no exterior.

Depois deste fracionamento, a estatal recebe os medicamentos de volta, como a imunoglobulina, e distribui para atender parte da demanda do SUS.

A discussão sobre a PEC ocorre no momento em que a Saúde tem dificuldade de abastecer a rede pública com hemoderivados.

O Ministério da Saúde afirma que a estatal entrega 30% dos hemoderivados ofertados no SUS. O plano é produzir 80% destes produtos na Hemobrás em 2025, ano em que o governo espera concluir a fábrica da empresa.

O novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) prevê investimentos de cerca de R$ 900 milhões no parque fabril da Hemobrás e na qualificação da rede de coleta de sangue no Brasil.

Nos últimos anos, a Saúde tem feito compras de mais de R$ 300 milhões por medicamentos não registrados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), feitos com plasma estrangeiro.

Esse medicamento é utilizado no tratamento de diversas doenças, entre elas o HIV e imunodeficiências. Desde 2018 o governo acumula compras frustradas e disputas na Justiça e no TCU por causa da imunoglobulina.

Mateus Vargas/Folhapress

Carne e leite terão preço afetado mesmo com agro fora das regras de crédito de carbono, diz estudo

As cadeias de produção dos setores de pecuária, cimento e alimentos e bebidas estão entre aquelas que serão mais afetadas pelo aumento de custos gerados por uma precificação do carbono. Seja ela criada dentro do próprio país ou imposta por outras economias aos produtos brasileiros, via tributos ou mesmo pelo aumento no custo de crédito pelo sistema financeiro.

Estudo divulgado pelo Banco BV e pela startup Deep aponta quais os setores mais afetados pela cobrança de sobrepreços em produtos que não controlem a emissão de poluentes. Estima também um impacto de R$ 48 bilhões sobre a economia brasileira caso o custo das emissões seja de R$ 50 (cerca de US$ 10) por tonelada de carbono. Isso representaria um aumento de 1,6% para os consumidores na sua cesta de consumo.

Os números, no entanto, podem ser multiplicados por quase dez caso o Brasil fique sujeito às barreiras que serão impostas, por exemplo, pela União Europeia para a entrada de produtos de países sem mercados regulados de carbono.

“Não estamos dizendo que vai ser um custo ruim para o país, mas que alguns setores, aqueles que não estiverem descarbonizando, vão ter um custo maior. Outros vão ter impactos positivos e ganhar competitividade internacionalmente”, afirma Arthur Covatti, CEO da Deep.

“Dado que você vai ter esses mecanismos que vão criar um custo de carbono, é melhor ter um mercado interno, que o nosso governo colete esse tributo, do que não fazer nada, deixar as empresas livres para emitir, e elas começarem a pagar imposto para outros governos.”

O cálculo das emissões por setores econômicos considera o cruzamento de dados do inventário nacional do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e da matriz insumo produto do IBGE.

O setor mais impactado é a pecuária –no estudo aparece também a pesca, por causa da classificação do IBGE, que coloca esses dois segmentos como um item só. Dos 13,85% de aumento de custos, mais da metade é efeito do desmatamento, que impacta esse setor e também se propaga por outros, como alimentos e bebidas. Nesse último, mais de 90% do custo é indireto.

Como o estudo considera os custos acumulados na cadeia de produção, setores como o de álcool também aparecem entre os mais afetados, também por causa do efeito indireto.

O Brasil já possui algumas iniciativas nesse sentido, como o projeto de lei que regula o mercado de crédito de carbono, aprovado pelo Senado nesta quarta (4). O texto, no entanto, deixa as atividades primárias do agronegócio fora do mercado regulado, sendo enquadradas no mercado voluntário de carbono. A proposta ainda será analisada pela Câmara.

O sistema será aplicado gradualmente, com aplicação prevista no prazo de cinco anos. Empresas que não conseguem reduzir emissões devem comprar créditos daquelas que tenham alcançado suas metas. Há previsão de investimentos de US$ 120 bilhões (R$ 564 bilhões) e multa de até 5% do faturamento para quem não cumprir as regras.

Marcelo Sarkis, superintendente de Riscos no banco BV, afirma que, mesmo se não houvesse uma taxação do carbono, as empresas com grandes emissões teriam aumento no custo de crédito diante da avaliação de risco dessas atividades feita pelas instituições financeiras.

Sarkis lembra que o Banco Central do Brasil já exige que os bancos abram informações sobre como classificam os clientes de acordo com riscos sociais, ambientais e climáticos. A divulgação dessas informações ao mercado, segundo ele, servirão de referência para o custo de crédito das empresas desses setores.

Ele também avalia que esse novo cenário não é necessariamente ruim para o Brasil e pode até gerar vantagens competitivas. “Onde tem risco tem oportunidade. Se você conseguir atuar de uma forma proativa, não esperar a onda chegar, vai estar na frente dos concorrentes, não só no Brasil. No mínimo, o impacto no custo vai ser menor.”

Segundo Covatti, da Deep, o estudo não traz o que esses setores vão fazer para tentar reduzir esse custo, mas mostra quais aqueles que precisam se adequar mais rapidamente.

“Uma conclusão do estudo é que, se a gente combate o desmatamento, a gente vira uma das economias mais limpas do mundo. Com o desmatamento, a gente ainda não é, [por isso] você ainda vê impactos grandes em alguns setores.”

O estudo aponta quais setores teriam vantagens no mercado externo, por emitirem menos que seus concorrentes em outros países, como mineração, pesca e as indústrias farmacêuticas, química e de produtos de petróleo refinado, por exemplo.

Outros apresentam desvantagem nessa comparação, como os setores de equipamentos elétricos, atividades de serviços, transporte aéreo e fabricação de metais básicos.

Eduardo Cucolo, Folhapress

CCJ do Senado aprova PEC que limita decisões monocráticas do STF

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) aprovou nesta quarta-feira (4) uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita decisões monocráticas e pedidos de vista do STF.

A proposta foi aprovada por unanimidade pelo órgão colegiado. O texto foi apresentado pelo senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) e recebeu voto favorável do relator, senador Esperidião Amin (PP-SC). Agora, a PEC será encaminhada para o plenário do Senado.

O texto veda a concessão de decisões individuais que suspendam a eficácia de lei, ato normativo com efeito geral, atos do presidente da República, do Senado Federal ou da Câmara.

UOL/Folhapress

Congresso tem histórico de PECs para mudar STF; entenda em infografia

O Congresso Nacional já teve ao menos 69 PECs (propostas de emenda à Constituição) para tentar alterar as regras de nomeação ao STF (Supremo Tribunal Federal). Ao presidente da República cabe escolher o nome e indicá-lo, e ao Senado, decidir sobre sua aprovação.

Nesta terça-feira (3), o ministro Gilmar Mendes, do STF, criticou a proposta para que juízes da corte tenham mandato. Gilmar disse que “ressuscitaram a ideia” e que, “pelo que se fala, a proposta se fará acompanhar do loteamento das vagas, em proveito de certos órgãos”.

A declaração de Gilmar ocorre um dia depois de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltar a defender que ministros do STF tenham mandato, além da elevação da idade mínima para ingresso na corte.

Como mostrou a Folha em recente reportagem, tramitam no Senado duas propostas de 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), que foi marcado por ataques a integrantes do STF. Uma tenta criar um mandato de oito anos para a corte e a outra busca dividir a prerrogativa de escolha entre o presidente, Senado e Câmara.

Entre os autores dos textos aparecem políticos de diferentes espectros ideológicos, como o ex-deputado e presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o ex-deputado e ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino, e o ex-senador e ex-presidente Fernando Collor.

O texto de Dino foi apresentado em 2009, no segundo governo Lula, e sugere mandato de 11 anos com quarentena de três anos após deixar a corte. Ele também propôs dividir os Poderes pela indicação e adotar o modelo de listas tríplices. A PEC de autoria do hoje ministro foi apensada a outra de teor semelhante.

Géssica Brandino, Folhapress

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