Pastor Sargento Isidório viveu tortura e drama familiar e pulsa contradições

Em um voo de rotina entre Salvador e Brasília, um homem negro de camisa social e gravata ergue uma Bíblia com a mão direita e faz orações em voz alta dentro do avião. Recosta-se na poltrona e dorme até o procedimento de pouso, quando repete o ritual.

Na capital federal, ele é 1 dos 513 deputados federais do país, 1 dos 27 que se declararam pretos nesta legislatura. É policial militar, pastor evangélico, mas passou longe do bolsonarismo e subiu no palanque do presidente Lula (PT) nas eleições presidenciais.

Deputado federal pelo Avante da Bahia, Manoel Isidório de Santana Júnior, o Pastor Sargento Isidório, 61, tem uma trajetória política marcada por dramas pessoais, mudanças de percurso e polêmicas em série.

Sua persona pública é associada ao uniforme militar, Bíblia na mão e réplica de botijão de gás no ombro, saltos acrobáticos e alcunha de doido. Mas a figura folclórica está na superfície do político que pulsa contradições e que oculta as feridas em gargalhadas.

Isidório é técnico em enfermagem, policial militar desde 1984 e ascendeu na tropa até chegar ao posto de sargento. Em 2001, participou de um motim de policiais durante o governo César Borges, então no PFL.

Preso durante a paralisação, foi levado a uma unidade militar na cidade de Simões Filho, vizinha a Salvador, e detido em um depósito sem cama, luz nem banheiro e repleto de produtos químicos. Nas madrugadas, era torturado psicologicamente por um coronel da Polícia Militar.

Por causa do contato com os produtos químicos, foi encontrado desacordado na prisão e socorrido para uma unidade hospitalar com quadros de crise convulsiva. Após ter alta, foi transferido para o hospital Juliano Moreira, especializado em psiquiatria e saúde mental.

“Quando a minha família me procurou, disseram que eu estava morto. Eu fui torturado, é uma triste memória do meu passado”, lembra o hoje deputado federal em conversa com a Folha. Em 2009, o coronel envolvido no episódio foi condenado por prática de tortura.

A participação no motim e o posterior afastamento da polícia foi a catapulta de Isidório para a política. Ele concorreu a deputado estadual em 2002 pelo PT e foi eleito com 44.559 votos, sendo o segundo mais votado do partido.

A votação expressiva foi resultado não apenas da base eleitoral de policiais militares. Desde 1991, Sargento Isidório também comandava uma comunidade terapêutica para tratamento de dependentes químicos em Candeias, cidade da região metropolitana de Salvador.

A Fundação Doutor Jesus firmou convênios com o governo estadual a partir das gestões do PT, em 2007, ampliou a estrutura para cinco prédios e atualmente abriga cerca de 1.300 internos. Com repasses que chegam a R$ 24 milhões por ano, a entidade recebeu R$ 122 milhões do Governo da Bahia desde 2015.

A entidade é alvo de investigação do Ministério Público do Estado da Bahia após internos relatarem uma rotina de castigos em reportagem do Fantástico, da TV Globo, no ano passado. Isidório nega irregularidades e diz que a fundação está de portas abertas para qualquer apuração.

A relação do deputado com a política é antiga. Isidório disputou todas as eleições entre 1988 e 2000, sendo derrotado em três disputas para vereador e uma para prefeito em Candeias, além de eleições para deputado estadual e federal.

Sempre teve relação com a esquerda e um histórico de embates com o grupo do senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007). Em 1986, ajudou na campanha vitoriosa de Waldir Pires (1926-1018), do MDB, para o Governo da Bahia. Nas campanhas presidenciais, estendia faixas de apoio a Lula na Fundação Doutor Jesus e participava de atos liderados pela CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Após se tornar deputado estadual em 2003, entrou em rota de colisão com o PT por suas posições conservadoras, deixou o partido, mas manteve boas relações com a esquerda baiana.

Passou por PSC, Pros, PSB e PDT até chegar ao Avante em 2018, quando foi o deputado mais votado da Bahia com 323 mil votos. Nas últimas eleições, incorporou o Pastor ao nome político e se voltou para as pautas de costumes, criticando as relações homoafetivas e propondo “o dia do orgulho hétero”.

Há quatro anos, foi processado por Daniela Mercury após chamar a cantora, ativista da causa LGBTQIA+, de “escrava de Satanás”. Agora, está sendo investigado pela Procuradoria-Geral da República por suspeita de violência política de gênero e homotransfobia cometida contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP).

“São coisas que a gente fala sem pensar. Sou contra a intolerância”, minimiza Isidório. Ele diz não se opor à união civil entre pessoas do mesmo sexo, mas recentemente votou a favor de um projeto que visa proibir o casamento homoafetivo.

Em 2021, Isidório enfrentou seu mais duro baque: um de seus sete filhos, o deputado estadual João Isidório, morreu afogado aos 29 anos em uma praia na Ilha dos Frades, região insular de Salvador. Ele havia estreado nas urnas em 2018, atingindo a maior votação do estado, com 110 mil votos.

“Depois que perdi meu filho, fiquei deprimido. Ninguém é Super-Homem, né? Peço a Deus que guarde até os inimigos de um dia perderem um filho. Pai e mãe não foram feitos para enterrar filho”, lamenta.

O drama pessoal coincidiu com uma quase derrocada nas urnas. Em 2022, sua votação minguou para 77 mil votos, queda brusca que ele credita ao seu apoio a Lula em meio ao que chama de campanha de desinformação do bolsonarismo entre os eleitores evangélicos.

Mesmo sendo autodeclarado preto, a questão racial nunca esteve no seu foco de atuação parlamentar. Ainda assim, Isidório reconhece o racismo como uma chaga e como um obstáculo para os políticos negros no Brasil.

“Nós negros sempre vivemos mais dificuldades de acesso aos espaços de poder, principalmente por causa de um racismo velado que existe em tudo quanto é lugar”, afirma.

Antes de encerrar a conversa, propõe uma reflexão: “Imagine aí, se Jesus for da nossa cor, negão? Eu vou dizer ‘está vendo aí, vocês que ficaram se preocupando com nossa cor?’. Isso não existe, todos nós parecemos com Jesus.”

RAIO-X | PASTOR SARGENTO ISIDÓRIO, 61
Nascido no Salvador, é técnico em enfermagem, policial militar, pastor evangélico e lidera uma comunidade terapêutica em Candeias (BA) desde 1991. Participou de um motim da Polícia Militar em 2001 e, no ano seguinte, se elegeu deputado estadual pelo PT com 44,5 mil votos. Desde 2019, é deputado federal pelo Avante

João Pedro Pitombo/Folhapress

PT aproveita efeito Lula, cresce para 2024 e filia prefeitos até do PL

De olho nas eleições municipais do próximo ano, o PT abriu as portas para novos filiados, cresceu em número de prefeituras e atraiu para os seus quadros até mesmo prefeitos do PL, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Embalado pela vitória de Lula para a Presidência no ano passado, o partido ganhou 51 novos prefeitos por meio de migração partidária, segundo dados dos 26 diretórios estaduais. A legenda saiu de um total de 183 eleitos em 2020 para atuais 234 gestores municipais.

Com o vento a favor, o partido começa a deixar para trás o cenário adverso de 2020, quando saiu das urnas com 183 prefeitos, pior desempenho desde 1996. O auge do partido em uma eleição municipal foi em 2012, sob presidência de Dilma Rousseff, quando conquistou 644 prefeituras.

O avanço do PT foi puxado pelos estados do Piauí, Ceará e Bahia, todos comandados por governadores petistas. Mas também houve novas filiações pontuais no Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Maranhão e Mato Grosso do Sul.

A tendência é que o número de prefeitos petistas cresça até abril de 2024, prazo máximo para novas filiações dos políticos que vão disputar as eleições.

“Ao contrário do que acontece nos cargos proporcionais, os prefeitos são donos do próprio mandato, logo podem migrar a qualquer tempo, sem punições. Os custos para migração são baixos”, avalia o cientista político Vitor Sandes, professor da Universidade Federal do Piauí.

Ele destaca que existe uma espécie de movimento pendular em direção às siglas aliadas ao presidente, cujo poder de atração é maior nos municípios mais dependentes de recursos federais.

Não por acaso, o maior salto em número de prefeituras aconteceu no Piauí, estado governado pelo PT pela quinta vez, mas que estava na oposição ao governo Jair Bolsonaro.

Em 2020, a força de Ciro Nogueira junto ao governo ajudou a catapultar o desempenho do PP, que chegou a 83 prefeitos no estado. Agora, após a vitória de Lula, é o PT que começa a crescer: o partido saiu de 22 prefeitos eleitos para os atuais 49 e ainda avalia novos pedidos de filiação.

“Há uma disputa pela marca do PT, que é muito forte no nosso estado. Temos municípios em que dois grupos antagônicos pediram filiação ao partido. Chegamos a rejeitar alguns pedidos”, afirma João de Deus Sousa, presidente estadual da legenda.

O partido adotou como critério a filiação apenas de prefeitos que apoiaram Lula e o governador Rafael Fonteles em 2022. Prefeitos que apoiaram a oposição têm migrado para outros partidos aliados do PT no estado, sobretudo o PSD e o MDB.

Na Bahia, maior estado comandado pelo PT, o partido filiou dez novos prefeitos desde a vitória do governador Jerônimo Rodrigues no ano passado, saltando de 32 para 42 gestores municipais.

“A procura aumentou após as vitórias de Jerônimo e Lula. Voltou a estar na moda ser PT, por assim dizer. Mas estamos tratando essa questão com tranquilidade e maturidade. A porta não está fechada, nem tampouco escancarada”, afirma o presidente estadual do PT, Éden Valadares.

Ele diz que o partido foi procurado por cerca de 50 prefeitos com mandato nos últimos meses. Mas a maioria esbarrou no conjunto de critérios definidos pelo partido para avaliar os pedidos de filiação.

Os critérios incluem o aval dos diretórios municipais e compromisso de apoiar candidatos a deputado do PT em 2026. Também foram vetados nomes que apoiaram Bolsonaro ou ACM Neto (União Brasil), candidato derrotado ao governo, nas eleições do ano passado.

Ainda assim, as novas filiações não ficaram imunes a atritos com aliados. Na cidade de Esplanada, o partido filiou o prefeito Nandinho da Serraria, eleito pelo PSDB, sob fortes críticas do grupo liderado por Alex Lima (PSB), ex-deputado estadual e assessor do governador.

“Os que irão amanhã vestir o manto vermelho são aqueles mesmos que pediram a queda da Dilma, a prisão do Lula, a chegada do Bolsonaro ao poder e flertavam com a ditadura. Não tem camisa bonita que embeleze uma alma podre. Nesse caso, no máximo, a camisa apodrece”, disparou Lima.

O comando do PT minimiza as críticas e alega que é comum que disputas locais ocorram entre partidos da base: “Aí é ter responsabilidade e maturidade de deixar que a disputa local não contagie a aliança estadual”, diz Valadares.

Dois dos novos prefeitos que se filiaram ao PT na Bahia vieram do PL, partido de Bolsonaro –são eles Romi, da cidade de Planaltino, e Marcelo Emerenciano, de Cocos. Mas ambos não haviam seguido o próprio partido em 2022 e apoiaram Lula nas eleições presidenciais.

Marcelo Emerenciano, que é médico e governa um dos polos do agronegócio na Bahia, diz que a mudança do PL para o PT se deu de forma natural.

“Nunca escondi que sou simpatizante e votava com o PT. Não tenho alinhamento ideológico com o bolsonarismo. Sou de esquerda”, diz o prefeito, que foi um dos articuladores da ida do presidente Lula, em junho, à feira agropecuária Bahia Farm Show.

Ele afirma que está confortável no partido e diz não temer a aversão de parcela do agronegócio com os governos petistas. “Quero quebrar preconceitos e ser uma ponte do setor com o partido”, diz.

No Ceará, o PT cresceu de 18 para 32 prefeitos após a eleição do governador Elmano de Freitas, deve chegar a até 40 até as eleições e tem como meta sair das urnas em 2024 com cerca de 50 prefeitos.

Ao menos quatro dos novos prefeitos petistas vieram do PDT, partido que vive uma crise interna que opôs os irmãos Cid e Ciro Gomes e que se divide entre aliados e adversários do governador.

Outros três prefeitos vieram do PL: Wilamar Palácio, de Cariús, Marcondes Jucá, de Choró, e Francisco Mendes, conhecido popularmente como Meu Deus, de Santana do Acaraú. Mas o partido também atraiu gestores de siglas aliadas, caso de PSB, MDB e até do PSOL.

Também houve avanços pontuais do partido fora do Nordeste. Em Mato Grosso do Sul, o partido voltou a ter um prefeito após sete anos: João Alfredo Danieze, da cidade de Ribas do Rio Pardo, trocou o PSOL pelo PT em busca de um partido mais robusto para tentar a reeleição.

No Rio de Janeiro, o partido filiou a prefeita de Japeri, Fernanda Ontiveros, que era do PDT e agora tem duas prefeituras no estado. A meta para 2024 é eleger ao menos dez prefeitos.

Mesmo em redutos bolsonaristas, o clima é de otimismo. É o caso de Santa Catarina, onde o partido conseguiu manter os 12 prefeitos, ampliou o número de diretórios e deve multiplicar as candidaturas no próximo ano.

“Não somos mais vistos como um partido que está apenas marcando posição, nos tornamos uma alternativa de poder”, afirma Décio Lima, presidente estadual do PT e candidato a governador derrotado no segundo turno em 2022.

João Pedro Pitombo/Folhapress

Jovem de Ipiaú morre em acidente de moto em SP

Foto: Redes Sociais

Um jovem de Ipiaú morreu em um acidente de moto na madrugada desse domingo (11), em Santo André, na Grande São Paulo. Conforme as informações compartilhadas nas redes sociais por amigos da vítima, o jovem Bruno Vaz, conhecido popularmente como “Bruninho”, estava participando de um baile funk e saiu com a moto de alta cilindrada de um amigo. Ele estaria sem capacete ao colidir frontalmente com um carro.

Ainda segundo as informações de amigos, o velocímetro da motocicleta travou em 120km/h. Bruno morreu no local. Ainda não há informações sobre onde ocorrerá o velório e sepultamento do jovem que já chegou a atuar como jogador de futebol da seleção de Ipiaú. Bruninho era casado e deixa um filho, de idade não informada. Em Ipiaú sua família reside no bairro ACM. (Giro Ipiaú)

PF apreende caminhão com madeira ilegal extraída de terra indígena

Ação ocorreu no interior de Rondônia
Vilhena/RO. A Polícia Federal, apreendeu, nesta sexta-feira, 10/11, um caminhão carregado com madeira extraída de Terra Indígena, durante fiscalização de rotina realizada na cidade de Espigão do Oeste/RO, nas imediações das Terras Indígenas Roosevelt e Aripuanã.
Ação ocorreu no interior de Rondônia
A equipe deparou-se com um caminhão abandonado na estrada que dá acesso a uma das reservas indígenas da região, sem placas de identificação e carregado com onze toras de madeira nativa. O motorista do veículo não foi localizado.

Ante a suspeita da ocorrência de crime, os agentes realizaram buscas na cabine do veículo e encontraram um rádio de comunicação não homologado pela Anatel acoplado a um transceptor, que aumenta a potência do rádio e uma antena.

Esse equipamento é comumente utilizado por aqueles que transportam madeira extraída ilegalmente de terras indígenas para se comunicarem e evadir-se das ações fiscalizatórias.

Comunicação Social da Polícia Federal em Rondônia

FICCO/BA e FICCO/PE prendem líder de organização criminosa que atua na Bahia

O detido foi apresentado na FICCO/PE e passará por audiência de custódia
Salvador/BA. O líder de uma facção criminosa com atuação na Bahia, que se escondia na Bolívia e mantinha conexões com traficantes do Rio de Janeiro, foi preso neste sábado (11/11), nas proximidades de Recife/PE, em ação conjunta das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (FICCO’s) da Bahia e de Pernambuco e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil da Bahia. A operação também contou com apoio do Gaeco do MPE da Bahia.

O criminoso costumava retornar ao Brasil para coordenar distribuição de drogas e armas, além de determinar ataques contra facções rivais. Em Pernambuco, ele tentava manter uma rotina sem ostentar armas ou agir de alguma forma que chamasse atenção.

Ações de inteligência da FICCO/BA levaram as equipes até o endereço usado pelo traficante, que mantinha atuação mais intensa no Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador/BA.

O líder da facção tinha mandado de prisão por tráfico de drogas e associação criminosa, expedido pelo Tribunal de Justiçada Bahia.
Comunicação Social da Polícia Federal na Bahia
WhatsApp: (71) 3319-6002

Atos pró-Palestina em São Paulo e Brasília pedem cessar-fogo em Gaza

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
As cidades de São Paulo e de Brasília tiveram, neste domingo (12), atos pró-Palestina e pelo cessar-fogo na Faixa de Gaza. Em São Paulo, o ato na Avenida Paulista começou às 11h em frente à Praça Oswaldo Cruz e seguiu até o Museu de Arte de São Paulo (Masp), finalizando por volta das 14h. Em Brasília, o ato ocorreu no Eixo Norte, no Plano Piloto, a partir das 10h.

O ato em São Paulo foi organizado pela Frente em Defesa da Luta do Povo Palestino e contou com a participação de partidos políticos e movimentos sociais. Um dos gritos entoados pelos manifestantes era: “Estado de Israel, Estado assassino! Viva a luta do povo palestino!”

Um dos organizadores, Mohamad El Kadri foi presidente do Fórum Latino Palestino e contou que esse já é o quinto ato a favor da Palestina em São Paulo, desde o início das hostilidades mais recentes, que começaram em 7 de outubro. Para ele, os atos servem para informar à sociedade sobre a causa do povo palestino.

“As mobilizações levam paras as pessoas conhecimento sobre a causa palestina. Aqui no Brasil as pessoas não conhecem bem o motivo da causa palestina. Inclusive o trabalho da mídia é muito parcial, eles não entrevistam representantes da comunidade palestina e da sociedade árabe. Uma senhora na manifestação falou que nem imaginava que Israel ocupa a Palestina por 75 anos”, destacou.

Para Mohamad os atos também servem de alento aos palestinos em Gaza: “tudo que a gente faz no Brasil a gente manda para os palestinos em Gaza e na Cisjordânia. Isso para eles é muito importante, eles veem que não estão sozinhos”.

Uma performance de mulheres simulando carregar crianças mortas em panos manchados de vermelho chamou atenção do público. A ideia é denunciar o elevado número de óbitos de crianças pelos bombardeios de Israel.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, o número de crianças mortas desde o dia 7 de outubro chegou a 4.506 neste domingo. Com isso, uma criança morre a cada 10 minutos no enclave palestino.

Em Brasília, o ato foi organizado pelo Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino, que reúne partidos políticos e movimentos sociais. O presidente do Instituto Brasil Palestina, Ahmad Shehada, foi um dos organizadores deste que foi o sexto ato de rua em Brasília a favor da causa palestina.

Agência Brasil

Direita da Espanha reúne milhares em ato enquanto Sánchez se prepara para novo mandato

O PP organizou manifestações em 52 capitais de províncias
Centenas de milhares de pessoas, convocadas pelo conservador Partido Popular (PP), saíram às ruas da Espanha neste domingo para protestar contra o governo do socialista Pedro Sánchez (PSOE) e a anistia que o premiê costurou com os separatistas catalães do Junts.

O PP organizou manifestações em 52 capitais de províncias. O maior evento aconteceu em Madri. Ali, na Porta do Sol, marco zero da cidade, 80 mil pessoas se reuniram por volta do 12h do horário local (8h em Brasília) segundo dados do governo. O PP rebateu o número, inicialmente divulgando que atraiu 500 mil manifestantes. Depois, elevou a cifra para 1 milhão.

“Não ficaremos calados até que possamos voltar a falar em eleições e a votar novamente. O que está sendo feito [pelo governo] é o oposto daquilo em que votamos. Eles têm medo das urnas. Nós, espanhóis, temos o direito de dar a nossa opinião”, afirmou Alberto Nuñez Feijóo, líder do partido conservador, em Madri.

Nas ruas, liam-se cartazes como “Espanha vendida por sete votos”; “Sánchez e Puigdemont [líder do Junts] para a prisão”; “Sánchez, demita-se”; “Espanha de pé”; “Contigo voltamos à Espanha negra”;”Sem anistia”;”Queremos votar. Não houve relatos de violência.

Os eventos deste domingo parecem ser o clímax de uma série de protestos que começou há cerca de uma semana, quando o Vox, de ultradireita, passou a convocar seus apoiadores para se manifestar contra a anistia em frente às sedes do PSOE em Madri e outras cidades. Alguns desses atos descambaram para a violência, como na terça-feira (7), quando 29 policiais e 10 manifestantes acabaram feridos.

O polêmico acordo concede anistia aos membros do Junts que foram presos e sofrem processos após proclamarem a independência da Catalunha sem respaldo legal em 2017. Ele foi a forma que Sánchez encontrou de obter maioria do Congresso na votação de sua investidura para liderar por mais quatro anos o governo da Espanha.

Nesta semana, aliás, o líder deve finalmente subir à tribuna do Congresso dos Deputados para o debate de investidura que deve garantir a ele um novo mandato. Ao final, apesar de perder para a direita em números absolutos nas eleições gerais de 23 de junho, ele foi capaz de fazer acordos com todos os partidos políticos representados no Congresso, com exceção do PP (137 cadeiras), do Vox (33) e da União do Povo Navarro (apenas um deputado). Terá, portanto, esses 171 votos contrários entre os 350 do Congresso.

Os outros 179 deverão dizer “sim” a Sánchez, garantindo a ele a maioria na Casa. O debate de investidura está previsto para começar na quarta-feira (15) e ter resultado na quinta.

Folhapress

Drogas e munições são apreendidas pela Cipe Central em Jequié

Os pms realizavam rondas na localidade conhecida como Residencial Mandacaru II, quando avistaram dois homens carregando uma mochila.

Uma guarnição da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Central deteve dois homens e apreendeu maconha, cocaína e munições, no final da manhã de sábado (11), em Jequié. Os pms realizavam rondas na localidade conhecida como Residencial Mandacaru II, quando avistaram dois homens carregando uma mochila que, ao se depararem com os militares, tentaram fugir, sendo alcançados e abordados.

No interior da mochila, foram encontrados munições de calibre 38, três tabletes e três porções de maconha, um tablete e 108 pinos de cocaína. Os suspeitos foram encaminhados, juntamente com todo o material apreendido, para a delegacia que atende à cidade, onde a ocorrência foi registrada.

Texto: Polícia Militar/ DCS

15º BPM apreende 19kg de maconha em Itabuna durante ações da ‘Operação Garra de Arquimedes’

Denúncias de tráfico de deogas levaram os policiais ao flagrante, após fuga de suspeitos.
Policiais militares do 15º BPM apreenderam 19kg de maconha e 700g de cocaína na manhã deste domingo (12) em Itabuna, no sul do estado.

Os pms participavam da Operação Garra de Arquimedes, quando receberam uma denúncia anônima de tráfico de drogas no bairro Urbis IV. Ao chegarem ao local indicado, os pms surpreenderam um grupo de homens armados que, ao avistarem os policiais, fugiram.

Durante uma varredura no local onde os suspeitos se encontravam, foram localizadas porções das drogas, totalizando 19kg de maconha e 700g de cocaína.

Todo o material apreendido foi encaminhado para a delegacia que atende à cidade, onde a ocorrência foi registrada.

Texto: Polícia Militar/ DCS

Uma arma de fogo e 9kg de maconha são localizados pela PM em mais uma ação em Itabuna

Um homem foi preso com o material ilícito, na localidade de Pedro Jerônimo

Policiais militares do 15º BPM detiveram em flagrante um homem e apreenderam 9kg de maconha, além de um revólver, manhã deste domingo (12) em Itabuna.

Os pms realizavam ações de intensificação do policiamento no bairro Pedro Jerônimo, quando receberam uma denúncia de indivíduo armado nas redondezas. Um grupo de suspeitos foi identificado e abordado, sendo encontrado dentro da mochila de um deles nove tabletes de maconha, além de um revólver. O homem que carregava o material ilícito recebeu voz de prisão.

Esta é a segunda apreensão significativa de drogas somente na manhã de hoje, sendo que na primeira ocorrência, 19kg de maconha e 700g de cocaína foram apreendidos pelo 15º BPM no bairro Urbis IV. Em ambas as ocasiões, a unidade apreendeu mais de 28kg de maconha e cocaína, além de uma arma de fogo.

O material apreendido foi encaminhado para a delegacia que atende ao município, onde a ocorrência foi registrada.

Texto: Polícia Militar/ DCS

Mario Vargas Llosa e 8 ex-presidentes latino-americanos declaram apoio a Milei

Milei disputa o pleito com o peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia, no próximo domingo, 19 de novembro
Uma semana antes do segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, oito ex-presidentes de países da América Latina e o escritor ganhador do Nobel Mario Vargas Llosa assinaram um manifesto em apoio ao candidato ultraliberal Javier Milei.

Milei disputa o pleito com o peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia, no próximo domingo, 19 de novembro.

Em publicação nas redes sociais, a chapa liderada por Milei, A Liberdade Avança, agradeceu o apoio e divulgou a carta. Assinaram o comunicado os colombianos Iván Duque e Andrés Pastrana; os mexicanos Felipe Calderón e Vicente Fox; o boliviano Jorge Quiroga; o porto-riquenho Luis Fortuño; e o chileno Sebastián Piñera.

Ainda estão entre os signatários Mauricio Macri, presidente da Argentina entre 2015 e 2019 que já havia declarado apoio a Milei antes; e Mariano Rajoy, primeiro-ministro da Espanha entre 2011 e 2018.

No texto, eles afirmam que um eventual novo governo peronista representaria a continuidade de “um modelo econômico corporativo fracassado”. Segundo eles, seu plano “nada mais é que o projeto original de Néstor e Cristina Kirchner: alcançar a hegemonia política à custa do orçamento e da punição da oposição”.

Ainda no comunicado, os líderes dizem que têm “muitas diferenças” com Milei, mas que ele crê nos ideais de liberdade e “tem um diagnóstico muito correto sobre o problema da economia do país”.

“Os signatários abaixo consideram que um novo mandato kirchnerista sepultaria os frágeis anticorpos que a Argentina ainda tem”, concluem.

Milei tem aparecido na frente, com leve diferença, na maioria das pesquisas eleitorais para o segundo turno. A segunda e última sondagem de segundo turno da AtlasIntel, divulgada na sexta (10), mostra 52,1% das intenções de voto para Milei e 47,9% para Massa, com margem de erro de um ponto percentual para mais ou para menos.

O ultraliberal atrai a maior parte dos votos de Patricia Bullrich, macrista que representa a direita tradicional e passou a apoiar o ex-adversário no segundo turno, após perder o primeiro com 23,8% dos votos.

Folhapress

Dois trabalhadores do MST são assassinados na Paraíba

Foto: Reprodução

O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra da Paraíba (MST) denunciou neste domingo (12) o assassinato de Ana Paula Costa Silva e Aldecy Viturino Barros. Eles faziam parte do Quilombo do Livramento, Sítio Rancho Dantas, no município de Princesa Isabel. O crime teria ocorrido por volta das 15h30 da tarde de sábado (11). A Polícia Civil da Paraíba investiga o caso.

Em nota, o MST pediu justiça, identificação dos autores e celeridade nas investigações. De acordo com o movimento, Ana Paula Costa Silva era acampada, tinha 29 anos e três filhos. Aldecy Viturino Barros, tinha 44 anos, dois filhos e era coordenador do acampamento.

Moradores do Quilombo do Livramento contam que Ana Paula Costa e Aldecy foram assassinados a tiros por dois homens que chegaram em uma moto dizendo que Aldecy precisava assinar um documento que estava sob posse dos assassinos.

Ao descer a escada para atender aos homens que o procuravam, o coordenador do acampamento foi surpreendido com vários tiros, que também acertaram Ana Paula. Ele morreu na hora. Já Ana Paula chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu.

Agência Brasil

Cesta básica, combustível, veículos: o que muda com reforma tributária

Foto: Geraldo Bubniak / AEN

Aprovada na última quarta-feira (8) pelo Senado, a primeira fase da reforma tributária, que voltará à Câmara para ser novamente votada, simplificará a tributação sobre o consumo e provocará mudança na vida dos brasileiros na hora de comprar produtos e serviços.

Cesta básica, remédios, combustíveis. Com uma longa lista de exceções e de alíquotas especiais, o novo sistema tributário terá impactos variados conforme o setor da economia. Paralelamente, pela primeira vez na história, haverá medidas que garantam a progressividade na tributação de alguns tipos de patrimônio, como veículos, e na transmissão de heranças.

Confira como a reforma tributária mudará o dia a dia do consumidor:

Cesta básica
Um dos itens que mais gerou polêmica na tramitação na Câmara dos Deputados, a tributação da cesta básica sofreu mudanças no Senado. A pedido do Ministério da Fazenda, foi inserida a criação de duas listas. A primeira com a cesta básica nacional, destinada ao enfrentamento da fome. Essa cesta terá alíquota zero e poderá ter os itens regionalizados por lei complementar.

A segunda lista criará uma cesta básica estendida, com alíquota reduzida para 40% da alíquota-padrão e mecanismo de cashback (devolução parcial de tributos) a famílias de baixa renda.

A versão aprovada na Câmara não restringia o número de itens com alíquota zero. O impacto final sobre os preços, no entanto, ainda é desconhecido.

No fim de junho, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apresentou um relatório segundo o qual a cesta básica poderia subir 59,83% em média com a redação anterior da reforma tributária, que reduzia pela metade a alíquota do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) dual. O estudo, no entanto, foi contestado por economistas, parlamentares e membros do próprio governo.

Na época, o secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse que o novo sistema baratearia a cesta básica. O relator da reforma na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentou um estudo do Banco Mundial, segundo o qual a carga tributária sobre a cesta básica cairia 1,7%, em média, com a alíquota de IVA dual reduzida em 50%.

A disparidade nas estimativas ocorre porque atualmente muitos produtos da cesta básica são tributados em cascata, com os tributos incidindo sobre o preço na etapa anterior da cadeia, antes de chegarem aos supermercados. A isenção atual de tributos federais sobre os produtos da cesta barateia os produtos por um lado, mas, por outro, impede o aproveitamento de créditos tributários, devoluções de tributos pagos nas etapas anteriores da cadeia produtiva.

No sistema de IVA dual, a devolução dos créditos tributários, segundo o governo, compensaria a cobrança de impostos. A alíquota do IVA dual só será definida após a reforma tributária. O relatório da Abras usou uma alíquota de IVA de 12,5%, metade da provável alíquota cheia de 25% estimada por economistas, para justificar um eventual encarecimento da cesta básica.

O novo redutor de 60% e a futura alíquota zero deverão baratear os produtos da cesta básica, mas o cálculo sobre o impacto final só poderá ser feito quando a reforma tributária entrar em vigor. Itens mais industrializados, com cadeia produtiva mais longa, deverão ter redução maior de preços. Alimentos in natura ou pouco processados deverão ter leve redução ou até leve aumento, porque terão poucos créditos tributários.

Remédios
O texto aprovado prevê a alíquota reduzida em 60% para medicamentos e produtos de cuidados básicos à saúde menstrual. O Senado incluiu na lista de alíquota reduzida produtos de nutrição enteral e parenteral, que previnem ou tratam complicações da desnutrição.

Segundo especialistas, a reforma não deverá trazer grandes impactos sobre o preço dos medicamentos. Isso ocorre por dois motivos. Primeiramente, os medicamentos genéricos estão submetidos a uma legislação específica. Além disso, a Lei 10.047, de 2000, estabelece um regime tributário especial a medicamentos listados pelo Ministério da Saúde.

O Senado também incluiu na isenção de IVA a compra de medicamentos e dispositivos médicos pela Administração Pública e por entidades de assistência social sem fins lucrativos. A Câmara dos Deputados tinha zerado a alíquota para medicamentos usados para o tratamento de doenças graves, como câncer.

Combustíveis
A reforma tributária estabelece um regime de tratamento diferenciado para combustíveis e lubrificantes. O IVA dual, com alíquota única em todo o território nacional e variando conforme o tipo de produto, será cobrado apenas uma vez na cadeia produtiva, no refino ou na importação. A mudança segue uma reforma proposta em 1992.

Durante a tramitação no Senado, no entanto, foi incluída a possibilidade de cobrança do Imposto Seletivo, tributo sobre produtos que gerem danos à saúde e ao meio ambiente, sobre combustíveis e petróleo (para a extração de petróleo e de minérios, haveria alíquota de 1%). Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o imposto seletivo deve gerar R$ 9 bilhões de arrecadação, considerando apenas a exploração de petróleo, sem os demais minérios.

Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o regime diferenciado levará a uma forte alta do preço final aos consumidores. Especialistas, no entanto, afirmam que o impacto é incerto porque muitos pontos do regime diferenciado para os combustíveis serão definidos por lei complementar e a reforma prevê a possibilidade de concessão de créditos tributários. Além disso, o impacto só será conhecido após a definição da alíquota cheia do IVA dual.

Veículos
A cobrança de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) passará a incidir sobre veículos aquáticos e aéreos, como jatos, helicópteros, iates e jet skis. A reforma também estabelece que o imposto passará a ser progressivo conforme o impacto ambiental do veículo. Veículos movidos a combustíveis fósseis pagam mais. Veículos movidos a etanol, biodiesel e biogás e os carros elétricos pagarão menos IPVA.

O Senado acatou uma emenda da senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) e incluiu a compra de automóveis por taxistas e pessoas com deficiência e autismo entre os itens com alíquota zero. O benefício existe atualmente e seria extinto com a reforma tributária.

Durante as negociações na Câmara, havia sido criada uma lista de exceção para evitar a cobrança sobre veículos usados para a agricultura e para serviços. A relação abrange os seguintes tipos de veículos: aeronaves agrícolas e certificadas para prestar serviços aéreos a terceiros; embarcações de pessoa jurídica com outorga de serviços de transporte aquaviário; embarcações de pessoa física ou jurídica que pratique pesca industrial, artesanal, científica ou de subsistência; plataformas que se locomovam na água sem reboques (como navio-sonda ou navio-plataforma); e tratores e máquinas agrícolas.

No Senado, a prorrogação, até 2032, de um incentivo para montadoras das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste elevou as tensões. A Câmara havia derrubado a prorrogação desse incentivo. Na primeira versão do relatório no Senado, o incentivo foi prorrogado apenas para a produção de carros elétricos, mas a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa estendeu o benefício a montadoras de veículos movidos a biodiesel e a veículos híbridos movidos a biodiesel e a gasolina. Isso gerou mal-estar entre os governadores do Sul e do Sudeste, que alegaram desigualdade de condições com as montadoras instaladas nas duas regiões.

Agência Brasil

Mega-Sena acumula e próximo concurso deve pagar R$ 37 milhões

Ninguém acertou as seis dezenas do concurso 2.655 da Mega-Sena, sorteadas nesse sábado (11) à noite em São Paulo. Os números são 10 – 23 – 30 – 31 – 49 – 56. A previsão para o próximo concurso, na terça-feira (14), é de um prêmio de R$ 37 milhões.

A quina teve 57 ganhadores e pagará o prêmio individual de R$ R$ 57.391,00. Os 3.909 acertadores da quadra receberão, cada um, R$ 1.195,53. As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) nas casas lotéricas ou pela internet. A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 5,00.

Agência Brasil

Brasileiros cruzam a fronteira de Gaza com o Egito

Grupo de 32 pessoas segue para o Brasil em aeronave da Presidência

O grupo de brasileiros acompanhado pelo Governo Federal que aguardava permissão de autoridades de Egito, Israel e da Autoridade Palestina cruzou a fronteira entre Gaza e Egito, no Portal de Rafah, neste domingo, 12 de novembro. “O grupo de 32 brasileiros e familiares já se encontra em território egípcio, onde foi recebido por equipe da embaixada do Brasil no Cairo, responsável pela etapa final da operação de repatriação”, oficializou uma postagem do Itamaraty às 5h41 desta madrugada na rede social X (antigo Twitter). “Duas pessoas do grupo que constavam da lista original, de 34 nomes, desistiram da repatriação e decidiram permanecer em Gaza”, completou o comunicado.

Agência Brasil

Ipiaú: Homem é assassinado próximo a cancela da Fazenda na BA 650 saída para Ibiratai

Por volta das 23h00 compareceu a sede da Policia Militar familiares da vítima mencionada informando sobre a ocorrência de um homicídio .a vítima foi identificada como José Ribeiro dos Santos, de 57 anos, apelidado de ‘Zuza’.

Segundo relato da testemunha por volta das 20h00 ela ouviu disparos de arma de fogo. Deste modo tentou visualizar o que acontecia, momento que percebeu a presença de uma motocicleta.

Diante do fato, a senhora saiu por outro acesso e seguiu caminhando até a cidade de ipiaú em busca de ajuda. Antes de acionar as autoridades, familiares foram até o local onde encontraram o homem de 55 anos conhecido como "Zuza" caído em decúbito dorsal próximo a cancela da Fazenda.

Após ser acionada, a VTR 9.5513 se descolou até o local juntamente com o SAMU onde foi atestado a veracidade dos fatos. O médico plantonista Alex Soares de Melo de CRM 33885 constatou o óbito, sendo observado cinco disparos de arma de fogo sendo que quatro disparos na cabeça e um no ombro.

Diante dos fatos mencionados, a guarnição fez o isolamento e prevenção do local até a chegada da Polícia Técnica.

Vitima José Ribeiro Santos, nascido em 30/12/1967; Endereço: Fazenda dos Lessa, Zona Rural, Ipiaú-Ba.; RG: 1380070120

Testemunha Neide de Jesus (ex-sogra; Nascida: 09/03/1949; Endereço: Fazenda dos Lessa, Zona Rural, Ipiaú-Ba. RG: 08671248 vc9

As primeiras informações apontam que a vítima era uma “pessoa trabalhadora”, conforme populares que o conheciam. O Departamento de Polícia Técnica foi acionado para realizar a perícia no local e encaminhar o corpo para o IML em Jequié. A autoria e motivação do crime serão investigados pela Polícia Civil.

Informações: Ascom/55ª CIPM-PMBA, uma Força a serviço do cidadão

Fronteira de Gaza reabre no domingo, dizem autoridades; brasileiros têm prioridade, mas saída é incerta

A possível reabertura, porém, não garante a fuga das 34 pessoas que o Itamaraty tenta resgatar da zona de guerra há mais de um mês
Depois de mais um dia de trânsito entre a Faixa de Gaza e o Egito suspenso, a autoridade responsável pela fronteira anunciou que a passagem de Rafah, que liga os dois territórios, será reaberta no domingo (12) para quem tiver passaporte estrangeiro. A possível reabertura, porém, não garante a fuga das 34 pessoas que o Itamaraty tenta resgatar da zona de guerra há mais de um mês. Isso porque, embora o Brasil tenha prioridade, de acordo com o embaixador brasileiro em Israel, ambulâncias têm a prerrogativa de passar em primeiro lugar –e não se sabe quantos veículos com feridos aguardam na fronteira.

“Por determinação do Egito, primeiro passam as ambulâncias e em seguida saem os estrangeiros”, afirmou Frederico Meyer, embaixador do Brasil em Israel, à Folha. “Essa expectativa de que eles saíssem existia ontem e hoje, mas não aconteceu. Temos essa expectativa amanhã também, e eu espero que aconteça.” Entre os estrangeiros, segundo Meyer, não há uma lista hierarquizada. “O que nós temos é a garantia dos israelenses de que nós seríamos os primeiros”, afirma o embaixador.

Rafah é a única saída de Gaza que não é controlada por Israel, ainda que o país tenha poder de veto sobre o processo. Após um período aberta, a passagem foi fechada durante a tarde de quinta (9) devido a suspeitas de que o Hamas tivesse infiltrado combatentes como motoristas de ambulâncias que levam feridos graves para o país africano. Na última sexta-feira (10), de acordo com Meyer, passaram cinco ambulâncias, e depois o posto foi fechado novamente.

O oficial palestino responsável pela fronteira disse à agência de notícias Reuters que a suspensão ocorreu devido a problemas para transportar resgatados por motivos médicos.

Daniela Arcanjo / Folhapress

Condenação de Paulinho da Força retorna à pauta do STF

TSE cassou mandato do deputado federal Marcelo de Lima Fernandes (PSB-SP), abrindo caminho para que Paulinho, suplente nas últimas eleições, retorne à Câmara dos Deputados
Interrompido em junho passado após um pedido de vista (mais tempo para analisar o caso), o julgamento de recurso de Paulinho da Força, do Solidariedade, contra a condenação imposta a ele pela Primeira Turma da corte em 2020 foi retomado nesta sexta (10). Ele foi condenado a 10 anos e 2 meses de prisão por irregularidades envolvendo verbas do BNDES.

A análise ocorre no plenário virtual (votos inseridos em sistema eletrônico do tribunal) e prossegue até o próximo dia 20.

Nos últimos dias, o TSE cassou mandato do deputado federal Marcelo de Lima Fernandes (PSB-SP), abrindo caminho para que Paulinho, suplente nas últimas eleições, retorne à Câmara dos Deputados.

Folhapress

Quem é Javier Milei, o ultraliberal que queria explodir a política Argentina

Quem conheceu Javier Milei apenas alguns anos atrás jamais poderia imaginar que hoje ele abraçaria multidões, encheria estádios e estaria a poucos passos de se tornar o próximo presidente da Argentina. Relações humanas não eram o forte da criança solitária, do adolescente agredido pelo pai e do adulto que via em seu cachorro seu único amigo.

“Era um ermitão”, descreve o advogado Carlos Maslatón, uma das poucas pessoas com quem Milei se sentava para ter longas conversas sobre filosofia econômica há uma década. Naquela época, a palavra dolarização, hoje mantra do candidato ao lado da proposta de “explosão” do Banco Central, ainda não estava no vocabulário do ultraliberal.

Maslatón tinha um programa de rádio e foi incumbido por um editor de convidar o então professor universitário de 40 e poucos anos para uma conversa ao ar. O papo rendeu, e a amizade se estendeu por longos dez anos. Como muitas outras, porém, ela ficaria pelo caminho à medida que Milei ia se aproximando da Casa Rosada.

“Ele tem um problema quando o contradizem, irrita-se com opiniões diferentes das dele e é inseguro, por isso reage gritando e insultando”, diz o ex-amigo, que sabia que o corte seria definitivo quando decidiu fazer uma crítica pública ao economista em plena corrida eleitoral, em meados de 2022. Àquela altura, Milei já havia viralizado nas redes sociais e sido eleito deputado nacional.

Um personagem ou um excêntrico real? Para o jornalista Juan Luis González, que conversou com dezenas de pessoas de sua vida pregressa à política para a biografia não autorizada “El Loco”, o Milei público e o privado “são a mesma pessoa, e justamente por isso funcionou”.

Pelo mesmo motivo, o repórter se espantou com a personalidade mais moderada e menos “anticasta” que ele vem apresentando desde que passou para o segundo turno.

“Pela primeira vez, Milei está mentindo”, diz, citando o apoio que o extremista recebeu da direita tradicional do ex-presidente Mauricio Macri e da ex-adversária Patricia Bullrich desde então. “A grande novidade não é a aliança política, mas como ele mudou seu discurso para justificá-la. Sua loucura sempre teve certa coerência, ele antes não dizia coisas nas quais não acreditava.”

Por trás da instabilidade, porém, há quem descreva certa ternura –talvez puxada pela solidão, especula González. Milei nasceu 53 anos atrás na capital Buenos Aires, filho de uma dona de casa e de um motorista de ônibus que mais tarde lograria uma rara ascensão social, passando a dono de linhas de transporte. Um homem duro, segundo o próprio filho, que lembra o dia de sua pior surra.

Foi em 2 de abril de 1982, quando as Forças Armadas comandadas pela ditadura argentina invadiram as Ilhas Malvinas, iniciando uma guerra que duraria dez semanas contra os ingleses. O Milei de 11 anos que assistia o feito na TV opinou que a invasão era um delírio e terminaria em derrota –o que de fato ocorreu.

“Meu pai ficou furioso e começou a me bater com socos e chutes, por toda a cozinha”, contou o próprio ao portal Perfil em 2018. Naquele dia, sua irmã mais nova e braço direito, Karina, passou mal e foi internada. Se ela morresse, a culpa seria do primogênito, disse a ele sua mãe. “Quando cresci, ele parou de me bater para exercer violência psicológica”, narrou ele, que cortou relações com o pai e, na época da entrevista, disse fazer terapia.

O Milei da puberdade tinha como maiores ídolos os Rolling Stones, dos quais fazia covers com sua banda Everest, traço que conserva até hoje nas jaquetas de couro e nos atos de campanha que mais parecem shows de rock. Também foi goleiro e chegou a jogar profissionalmente em divisões inferiores do Chacarita Juniors, pequeno clube da capital argentina.

Mas o que queria mesmo era se tornar economista, formando-se mais tarde na Universidade de Belgrano. Dedicaria grande parte de seu tempo nas últimas duas décadas à carreira acadêmica na Universidade de Buenos Aires (UBA) e na Universidad del Salvador (Usal).

Nessa última, conheceu um de seus mais notáveis discípulos, Ramiro Marra, 40, deputado e candidato derrotado ao governo da capital. A Folha tentou falar com ele, mas não teve resposta. “Se você mencionasse [John Maynard] Keynes para Milei, você não passava”, já ironizou o pupilo, referindo-se ao economista inglês que defendia a intervenção estatal nos mercados.

Antes disso, o ultraliberal iniciou sua carreira no setor privado, atuando no banco HSBC e na empresa Máxima, administradora de aposentadorias e pensões. Também teve cargos mais contraditórios à sua versão atual, como o de economista-chefe da Fundação Acordar, think tank de políticas públicas ligado a Daniel Scioli, peronista que perdeu a Presidência para Macri em 2015 e hoje é embaixador no Brasil.

Mas como Milei passou da criança solitária e do professor universitário a político influente? Para González, a resposta está em um nome: Eduardo Eurkenian, bilionário argentino dono do conglomerado de mídia e aeroportos Corporação América, para o qual o economista trabalhou por 13 anos.

Segundo o jornalista, o empresário é quem teria impulsionado as primeiras aparições midiáticas de Milei –na intenção de denegrir a imagem do então presidente Macri– e depois financiado sua candidatura a deputado, o que ambos negam.

Mas o fenômeno saiu do controle de Eukernian quando Milei viralizou nas redes. Hoje o empresário chama o candidato de potencial ditador e critica suas ofensas ao papa Francisco.

O ano em que Milei começou a ter destaque como comentarista na TV foi 2017, o mesmo em que seu cachorro Conan morreu. O mastim inglês de quase 100 kg foi o único que estava sempre ao seu lado, como o presidenciável já disse várias vezes –incluindo o momento em que ele próprio chegou a pesar 120 kg, ao ficar desempregado aos 30 e poucos anos.

Por isso, o ultraliberal resolveu cloná-lo pagando mais de US$ 50 mil (R$ 250 mil na cotação atual) a uma empresa americana, de acordo com o The New York Times. Gerou cinco cachorros a partir do DNA de Conan, que batizou com nomes de economistas conservadores e chamou de filhos ao vencer as primárias de agosto, derrotando as duas maiores forças políticas do país.

A essa altura, porém, Milei já tinha mais companhia. Pouco antes daquele domingo, anunciou um namoro com a comediante Fátima Florez. Seu entorno diz que o relacionamento é muito real, apesar do timing suspeito.

Seu cabelo continua despenteado, já que segundo ele “a mão invisível lhe penteia”. Mas agora menos.

Júlia Barbon / Folhapress

Prefeitura de Itagibá: A entrega do Espaço Terapêutico Divertida Mente, foi emocionante!

A última sexta-feira marcou um momento incrível para a nossa cidade com a entrega do Espaço Terapêutico Divertida Mente pela Prefeitura de Itagibá e a Secretaria de Saúde. 
Esse ambiente acolhedor foi cuidadosamente projetado para atender crianças com Transtorno do Espectro Autista e outras condições relacionadas ao neurodesenvolvimento. Contamos com uma equipe multidisciplinar de profissionais engajados em áreas como psicologia, psicomotricidade, nutrição, terapia ocupacional, fonoaudiologia, neuropsicologia e neuropediatria, trabalhando juntos para a habilitação e reabilitação das crianças.
A entrega do Espaço Terapêutico visa não apenas oferecer suporte às crianças, mas também envolver e capacitar as famílias, garantindo que os aprendizados das terapias sejam continuados em casa. Essa iniciativa reflete o comprometimento do Prefeito Marquinhos com o bem-estar e desenvolvimento integral das nossas crianças. Este espaço dedicado é um passo importante em direção à inclusão e apoio às crianças com necessidades especiais e suas famílias
Fonte: Norielson Oliveira/DECOM-Prefeitura de Itagibá

Secretária da Educação da Bahia faz visita técnica ao Cetep de Ipiaú e recebe pauta de reivindicações

Pauta inclui pedidos de reforma da quadra poliesportiva, ampliação da oferta de cursos técnicos e a reforma dos módulos de laboratório.

Dentro de um calendário de visitas técnicas, na manhã deste sábado (11/11), Adélia Pinheiro, secretária de Estado da Educação, foi pessoalmente ao Centro Territorial de Educação Profissional do Médio Rio das Contas (CETEP –MRC), conhecer e ouvir as demandas.
A própria diretora da escola profissionalizante, Radimara Bomfim, apontou as três necessidades principais: construção da quadra poliesportiva, ampliação da oferta de cursos técnico e a reforma dos módulos de laboratório.

A prefeita Maria, que liderou toda uma comitiva que acompanhou a secretária, disse que a escola já presta os mais relevantes serviços, mas pode ser melhorada. “Nada é tão bom que não possa ser melhorado. E tenho convicção que a nossa secretária vai atender nossos pedidos”,  pontuou a prefeita.

Na visita, os estudantes do Cetep aproveitaram para apresentar os projetos que estão sendo desenvolvidos na instituição, nas linhas de pesquisa em cosméticos e alimentícios e também apresentaram um produto esfoliante natural de nibs de cacau.  “Este, já foi até premiado lá em Brasília”,  destaca Radimara.

Segundo a diretora, ainda aconteceu uma reunião da secretária com os membros da comunidade escolar.

Presenças

A comitiva contou com a presença de autoridades, como o deputado estadual Patrick Lopes (Avante). O Superintendente de Educação Profissional da Secretaria de Estado da Educação, Ezequiel Westphal.  Rita Rodrigues, coordenadora do Codeter. E das secretárias Erlândia Souza, secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Ipiaú, Laryssa Dias Secretária de Saúde e da prefeita Maria das Graças. 

Também integrou a comitiva, o médico-cardiologista Roberto Vieira – da Clínica São Roque. E o médico-mastologista Fábio Silva. Além do odontologista Sebastião Ribeiro, que também é presidente do PT em Ipiaú.

DECOM/Prefeitura de Ipiaú

Falsa pediatra é presa em Vitória da Conquista durante operação da DRFR

Equipes da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) de Vitória da Conquista prenderam, nesta sexta-feira (10), pelos crimes de estelionato, falsidade de documento público e falsa identidade, uma mulher que estava atuando como pediatra em uma clínica localizada num shopping, naquela cidade.

O flagrante ocorreu no âmbito da Operação Hipócrates, após uma denúncia do Conselho Regional de Medicina (CREMEB). “Apuramos que a mulher falsificou o diploma, um RG e a carteira do CREMEB de uma médica, que era devidamente cadastrada e qualificada para exercer a profissão, e passou a solicitar contratos em diversos hospitais e clínicas de Conquista”, explicou o titular da unidade especializada, delegado Odilson Pereira Silva.

Dois celulares, notebook, carimbo profissional, estetoscópio, receituário, carteira do Cremeb falsificada e um RG falso foram apreendidos no consultório. “No momento da prisão ela estava atendendo uma paciente. A falsa médica, que na realidade é enfermeira formada na cidade de Jequié, atendia aproximadamente 200 crianças por mês”, destacou o titular da DRFR de Conquista.

Em agosto deste ano a mulher foi presa pelo mesmo crime, na cidade de Tanhaçu. A flagranteada passou por exame de lesão corporal e foi encaminhada para o Conjunto Penal de Vitória da Conquista, onde ficará à disposição da Justiça.

Marinha e PF encontram 2 toneladas de haxixe em veleiro

Foto: Divulgação
A Marinha e a Polícia Federal (PF) interceptaram um veleiro alemão com mais de duas toneladas de haxixe, entorpecente que é obtido a partir da planta da maconha. Quatro pessoas foram presas. A embarcação navegava a 363 quilômetros da costa de Salvador. Quatro policiais federais embarcados no navio-patrulha Guaratuba, da Marinha, fizeram a abordagem na tarde desta sexta-feira (10) ao veleiro Kiel, de bandeira alemã. A nacionalidade dos tripulantes presos não foi informada.

Fuzileiros navais também participaram da ação. O veleiro foi interditado e rebocado para a Base Naval de Aratu (BA).

De acordo com a Marinha, essa foi a segunda maior apreensão de haxixe por um navio-patrulha no mar brasileiro. Em 2021, o Araguari apreendeu 4,3 toneladas da droga na costa de Pernambuco.Também na costa de Pernambuco, em setembro, a Marinha apreendeu, sempre em ação conjunta com a PF, 3,6 toneladas de cocaína, maior apreensão da droga no mar brasileiro.
Agência Brasil

Papa afasta bispo americano contrário à aproximação da Igreja com LGBTQIA+

Papa Francisco
Um comunicado do Vaticano publicado neste sábado (11) anunciou que o papa Francisco destituiu o bispo americano Joseph Strickland, um de seus maiores críticos entre os católicos conservadores dos Estados Unidos.

Nomeado em 2012 pelo papa Bento 16 (1927-2022), Strickland vinha se opondo às tentativas do pontífice de tornar a Igreja Católica mais acolhedora para a comunidade LGBTQIA+.

O desligamento de um religioso deste patamar é uma medida rara. O ato se dá poucos meses após o papa ter enviado outros dois bispos americanos para visitar a diocese de Tyler, no Texas, em junho deste ano. Segundo a agência Reuters, a ação fez parte de uma investigação do Vaticano sobre a gestão financeira da diocese administrada por Strickland.

Normalmente, os bispos são orientados a renunciar quando têm problemas com a Igreja Católica -a destituição acontece como última medida, quando o religioso se recusa a fazer o pedido. Aos 65 anos, dez a menos que a idade de aposentadoria de bispos, Strickland tinha afirmado antes que não renunciaria.

Apoiador do ex-presidente Donald Trump, o bispo é um dos maiores expoentes da ala católica ultraconservadora nos EUA. Em agosto, Francisco havia lamentado o caráter “reacionário” da Igreja Católica no país, e afirmou que lá a ideologia política substituiu a fé em alguns casos.

Folhapress

Brasil é réu na Corte Interamericana por negar cirurgia a mulher trans

Mulher não pode fazer procedimento de redesignação sexual pelo SUS

O Brasil vai responder como réu na Comissão Interamericana de Direitos Humanos por recusar cirurgia de afirmação de gênero a uma mulher trans de Campinas, interior de São Paulo.

Entre 1997 e 2001, a cabeleireira Luiza Melinho tentou, sem êxito, realizar o procedimento de redesignação sexual no Hospital das Clínicas da Universidade de Campinas, ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ao buscar assistência médica na unidade de saúde, ela foi diagnosticada com depressão e ‘transtorno de identidade sexual’. O sofrimento também motivou uma tentativa de suicídio. Com um ano de acompanhamento, em 1998, ela foi submetida a uma intervenção inicial, com a expectativa de completar os procedimentos. No entanto, mesmo após passar pelo programa de adequação sexual, em 2001, a cirurgia foi cancelada de última hora, o que agravou o estado de depressão da cabeleireira.

“Eu estava me tratando em todas as especialidades, endócrino, psiquiatria, gineco, psicologia, otorrino. Então houve essa negação, o que para mim foi devastador. Eu vi o mundo desabando”, relata Luiza.

Entre os anos de 2002 e 2008, com a ajuda do advogado Thiago Cremasco, o caso foi parar na Justiça, mas o tratamento foi negado por, pelo menos, três vezes. Diante da impossibilidade de cuidado adequado, Luiza fez um empréstimo e pagou a cirurgia por conta própria, em 2005.

Eduardo Baker, advogado e coordenador de justiça internacional da Organização Justiça Global, entidade que também passou a defender Luiza Melinho, explica que o Brasil é signatário de vários tratados internacionais de direitos humanos com obrigações que incluem o direito à saúde.

“Especificamente em relação às pessoas trans, esse direito a saúde também inclui a cirurgia de afirmação de gênero, eventuais procedimentos envolvidos. Todo esse processo de transição será contemplado no direito a saúde”, explica o advogado.

O caso Luiza Melinho passou a tramitar no Sistema Interamericano de Direitos Humanos em 2009. Em decisão recente, a Comissão Interamericana concluiu que o Estado Brasileiro não garantiu acesso à saúde a Melinho ao impor obstáculos para acessar a cirurgia solicitada. O advogado da Justiça Global explica as possíveis sanções ao Brasil em caso de condenação.

“A gente espera que essa reparação inclua também uma reformulação da politica de saúde em relação a pessoas trans para que essa cirurgia, não só a cirurgia, mas todo complexo de procedimentos médicos, esteja contemplado de uma maneira célere, previsível, transparente. Que esse protocolo esteja acessível a todo mundo, que uma pessoa que entre nessa fila tenha noção de quando vai poder passar por determinado procedimento”, defende Baker.

Para Luiza Melinho, após mais de duas décadas desde o início das tentativas de reafirmação de gênero pelo SUS, ainda é difícil lidar com a exposição da sua história, a primeira relacionada aos direitos de pessoas trans contra o Brasil em uma corte internacional.

Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania reconhece que a cirurgia de Luiza era a única forma de assegurar o seu direito à vida e sua integridade física. A pasta afirmou que vai cumprir as diretrizes do Sistema Interamericano de Direitos Humanos.

Agência Brasil

Destaques