Na África, Lula e Wellington Dias vão tratar da criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

O presidente Lula viaja hoje à África
Em sua primeira viagem internacional de 2024, o presidente Lula, acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, utilizará a reunião da cúpula de países africanos para buscar apoio à sua proposta de estabelecer uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza no âmbito da ONU. A informação é do colunista Valdo Cruz, do G1.

A iniciativa, lançada por Lula durante uma reunião do G20, visa criar uma força-tarefa específica do G20 para implementar medidas emergenciais contra a fome e a pobreza global, com ênfase nos países africanos. Vale ressaltar que o Brasil está atualmente liderando o G20 até novembro.

Nesta terça-feira (13), Lula parte para uma visita ao Egito e à Etiópia. Na Etiópia, ele participará, como convidado, da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que reúne representantes das 55 nações africanas.

Lula bate o martelo e escala Rui Costa para reforçar articulação política no Congresso

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, será um dos articuladores no Congresso
Com o objetivo de aprimorar as relações políticas com o Congresso Nacional, especialmente com a Câmara dos Deputados, o presidente Lula decidiu escalar o ministro da Casa Civil, Rui Costa, como o novo articulador do Palácio do Planalto junto ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

De acordo com a CBN, o entendimento foi construído durante uma reunião entre o líder do Partido dos Trabalhadores e o presidente da Câmara na última sexta-feira (9), em Brasília.

No início do ano legislativo, na semana passada, Lira criticou o governo, destacando a falta de cumprimento de acordos e as dificuldades de diálogo com o Palácio do Planalto.

Política Livre

Gasto militar global dispara e atinge maior nível da história

Gasto militar global dispara e atinge maior nível da história
O gasto militar global disparou em 2023 e atingiu o maior patamar da história moderna, descontadas as duas guerras mundiais do século 20. No tenso ano passado, os países gastaram um pouco mais do que um PIB do Brasil em defesa.

A conta foi feita pelo IISS (sigla inglesa para Instituto Internacional de Estudos Estratégicos), de Londres, na divulgação nesta terça (13) de seu referencial anuário sobre o estado das Forças Armadas do planeta, o “Balanço Militar”.

O think-tank apurou um crescimento de 9% nos gastos com armas no ano passado, chegando a US$ 2,2 trilhões (R$ 10,9 trilhões hoje). Em termos nominais e relativos, é o maior valor dos 65 anos da série histórica da publicação que, como estudos semelhantes, nunca viu tanto dinheiro sendo desembolsado desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Os Estados Unidos seguem incontestes como o país mais poderoso da história moderna. Em 2023, empenharam 41% do gasto militar total do planeta, seguidos pela China (10%) e a Rússia (5%). Tudo o que os americanos despendem no setor equivale a pouco mais do que o gasto dos 14 outros países do ranking juntos.

A aliança militar comandada por Washington, a Otan, teve um aumento substancial de seus gastos, reflexo da Guerra da Ucrânia: 8,5% do bolo total, excetuando os EUA. Em termos reais, foi um aumento de quase 40% em seus gastos com defesa, o maior do mundo, o que desautoriza um pouco a crítica recente feita pelo ex-presidente americano Donald Trump sobre o apetite europeu de se defender.

Por outro lado, não é algo homogêneo: a Polônia transformou-se em um grande centro de investimento militar, prometendo gastar 4% de seu PIB com defesa, enquanto a rica Alemanha, alvo preferencial da ameaça de Trump de não cumprir a defesa mútua da aliança se voltar à Casa Branca, despende 1,57%.

Outro polo notável é a Índia, que ultrapassou o Reino Unido e assumiu o quarto lugar, com 3,3% da despesa global (US$ 73,6 bilhões).

No caso dos rivais dos EUA na Guerra Fria 2.0, o IISS ressalva que o gasto de Pequim e de Moscou é, aplicando critérios de Paridade de Poder de Compra que levam em conta custos de produção, bem maior. Os chineses aplicaram o equivalente a US$ 407 bilhões, não os US$ 219,5 bilhões nominais. Os russos, US$ 296 bilhões na prática, e não US$ 108,5 bilhões.

Os EUA também puxam a fila dos países no quesito crescimento dos gastos, sendo responsáveis em valores reais por 22,2% do total. Entre as outras grandes potências, a Rússia foi quem mais investiu, refletindo a militarização de sua economia de olho em um conflito prolongado contra a Ucrânia, invadida há quase dois anos. Foi um salto real de 18,6% em investimentos, que levou a um gasto em proporção do PIB de 4,8%.

“Hoje os russos gastam um terço do que têm para investir em defesa”, afirmou o diretor-geral do IISS, Bastian Giegerich. Como já fizera no ano passado, contudo, o instituto pintou um quadro de perdas militares enormes tanto para russos quanto para ucranianos.

Segundo estimativa do IISS, Putin perdeu 3.000 tanques na guerra e hoje tem uma frota ativa de 1.750 unidades. Antes do conflito, ela tinha 3.387 desses blindados prontos para agir, mas é preciso colocar em perspectiva que muitas das perdas diz respeito às quantidades maciças de equipamento antigo em estoque que foi posta em campo.

“Claramente eles colocaram quantidade acima da qualidade”, disse o analista de forças terrestres do IISS, Douglas Barry. Mas Giegerich afirma que, no ritmo atual, Moscou pode conseguir manter seu esforço de guerra neste campo por mais dois ou três anos baseado em estoques, e no meio-tempo o avanço de sua produção militar tende a compensar as perdas.

Para a Ucrânia, o cenário é o de dificuldades conhecidas. O IISS ressaltou os sucessos assimétricos de Kiev ao impedir a livre atuação da Frota do Mar Negro da Rússia com o uso de drones, e ataques com aviões-robôs em pontos distantes do território russo.

A guerra Israel-Hamas foi outro exemplo levantado pelos especialistas para enfatizar o peso da assimetria, destacando a brutal eficácia do ataque do grupo terrorista palestino de 7 de outubro passado e o risco dos ataques houthis no mar Vermelho. “Israel ainda não alcançou seus objetivos estratégicos”, disse Giegerich em videoconferência, em que destacou o papel do Irã como desestabilizador regional.

Os analistas apontaram para desenvolvimentos no Indo-Pacífico, como a aliança militar entre EUA, Austrália e Reino Unido, como novo fator para uma corrida armamentista. Em 2023, o aumento real de despesas na região asiática foi de 5%.

No ranking geral, o Brasil subiu de 15 para 14 no ranking de gasto militar do mundo. Os dados do IISS são compatíveis, embora algo diferentes daqueles aferidos em termos de execução orçamentária, e há a diferença mais importante: em 2023, 80% da despesa brasileira foi com pessoal ativo e inativo, enquanto isso não entra nas contas do padrão Otan, por exemplo.

Há, por óbvio, dificuldades metodológicas que o próprio instituto assume, como definir exatamente o gasto russo, pulverizado. Outros países estrategicamente importantes em suas regiões, como a Síria, a Coreia do Norte ou a Venezuela, não têm esses dados disponíveis.

Em termos de efetivos pelo mundo, o IISS apontou uma estabilidade em 2023 ante 2022, ainda que a Rússia e a Ucrânia tenham aumentado suas Forças Armadas —Moscou para 1,1 milhão de soldados, o quarto maior número do mundo atrás de China, Índia, EUA e Coreia do Norte, e Kiev, para 800 mil militares. Ao todo há 20,6 milhões de fardados no mundo, 367 mil deles no Brasil.

Igor Gielow/Folhapress

Catafolia: Prefeitura já ofertou mais de 11 mil refeições para catadores nas bases de apoio

Nestes quatro dias de festa, já foram servidos 2.268 cafés da manhã, 5.518 lanches, 3.245 almoços
A Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), já ofertou mais de 11 mil refeições para catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis nas bases de apoio montadas para eles nos principais circuitos, chamadas de Catafolia.

Instaladas nos dois principais circuitos, um em Ondina [Centro de Capacitação de Profissionais da Educação Wilson Lins] e outro no Dois de Julho [na Escola Municipal Permínio Leite], as bases possuem total estrutura, desde alimentação, sanitário químico, atendimento médico, entre outros serviços, em plena folia. Nestes quatro dias de festa, já foram servidos 2.268 cafés da manhã, 5.518 lanches, 3.245 almoços.

Nas duas unidades, os catadores recebem quatro refeições diárias: café da manhã, almoço e dois lanches intercalados. Para cada espaço, são disponibilizadas 400 vagas por dia. Cada catador também tem direito a uma camisa com identificação, boné, protetor auricular e luva.

Trata-se de uma iniciativa que vem sendo a cada ano aprimorada pela gestão municipal, frisa o secretário da Sempre, Júnior Magalhães. “Levando em consideração a condição socioeconômica que os catadores possuem e a importante função que desempenham na folia, de forma a desenvolver a valorização, enquanto uma categoria trabalha e muito nos dias da festa, estamos realizando o Catafolia. Nossa meta é ofertar um serviço que, de fato, proporcione apoio para essas pessoas, conferindo uma melhor condição de trabalho, e auxiliando no alcance de seus objetivos que é ter uma renda extra”, afirmou.

Frequentadora do espaço desde o início, Maria Jaciara assegura que o Catafolia ficou melhor a cada ano. “Só tenho que agradecer, estou falando por mim e por todo mundo. Aqui a gente é bem tratado. Tem o médico, tem os nossos alimentos. A gente só tem que agradecer e pedir para que esse apoio continue acontecendo”, concluiu.

Apocalipse: o que é e como interpretar este livro bíblico

A bíblia é considerada o livro mais lido do mundo e nela encontramos textos religiosos do antigo e novo testamento. Um dos livros mais falados é o do Apocalipse, no qual encontramos profecias sobre o fim do mundo.

Despertando a curiosidade ou o medo de muitos, os textos do Apocalipse ainda geram muitas dúvidas e especulações. Pessoas que seguem literalmente o que é colocado e outras que nem gostam de “tocar no assunto”.

Considerando tudo isso, trouxemos um blog para explicar o que é de fato o Apocalipse e como buscar formas para interpretá-lo por sua própria capacidade, ou seja, sem os achismos e equivocadas teorias de terceiros.

 O que é o Apocalipse

De forma direta, Apocalipse significa “revelação”, a qual foi dada por Deus ao apóstolo João sobre o fim dos tempos e a volta de Jesus. Consequentemente, esse termo acabou se tornando sinônimo de fim do mundo.

O livro traz revelações divinas sobre o presente e o futuro das igrejas e da humanidade, sobre os últimos tempos, o juízo final e talvez o mais esperado: traz revelações sobre a volta de Jesus e a eternidade no Céu.

O livro contém 21 capítulos que servem para alertar e encorajar os que creem em Deus. O Apocalipse é, sobretudo, um livro para trazer esperança em meio à dificuldade e sua leitura deve ser feita para entender e não apenas para se informar.

Ele nos desafia à interpretação, afinal, estamos falando de um livro escrito com um formato especial, um gênero literário específico e desconhecido nos nossos dias, cheio de símbolos e figuras.
Uma mensagem de esperança

A esperança é a segunda das três virtudes teologais, junto da fé e do amor. Ter esperança tem a ver com ansiar por dias melhores, é esperar pelos novos céus e terra, diferentes dos atuais, onde haverá vida eterna, alegria, entendimento, amor.

E é sobre isso que o livro de Apocalipse fala, da esperança cristã, do fortalecimento da fé, da vitória em meio a derrotas. Para mostrar isso, Deus usou símbolos, animais, imagens, que hoje geram interpretações equivocadas e o temor pelo assunto.

Diante destes fatos nós percebemos o quanto é importante a busca pelo entendimento do “desconhecido”, para que você tire suas próprias conclusões. Assim como outros livros da bíblia, também o Apocalipse serve para aprofundar a relação que existe entre esperança e consolo.

As palpitarias sobre o Apocalipse

Como citamos acima, por ser marcado fortemente pela simbologia e por, o livro de Apocalipse acaba gerando muitos tipos de interpretações, algumas delas são baseadas na mentira e na enganação.

A humanidade sempre teve medo do “fim do mundo” e muitos intérpretes abusam desse medo e acabam usando o texto bíblico do Apocalipse como fundamentação para teorias próprias também em benefício próprio. Além disso existe, popularmente falando, muita palpitaria sobre o Apocalipse. De 60 a 50 anos para cá esse problema se agravou ainda mais.

O sensacionalismo criado sobre um livro tão sério, até mesmo desmotiva as pessoas a irem atrás da verdade. Falsos profetas influenciam até mesmo a política e assim toda a vida em sociedade. A partir de uma interpretação equivocada do livro de Apocalipse, causam terror nas pessoas e distorcem o real sentido dos textos religiosos.

Motivos para buscar uma interpretação coerente

Considerando os pontos colocados aqui, podemos nos perguntar, “ por que me preocupar em interpretar de maneira correta e como buscar essas respostas? ”. Fique tranquilo, nós vamos te explicar!

O primeiro motivo que você deve levar em consideração para buscar uma interpretação coerente são as mentiras que te contaram sobre o livro do Apocalipse. Se surgiu aquela “pulguinha atrás da orelha”, é hora, sim, de estudar e aprofundar no assunto.

Outro ponto importante é a sua própria fé em Deus. É isso mesmo! O nosso desejo de renovar e/ou fortalecer nossa fé, já é motivo suficiente para adquirir conhecimento. A fé de forma nenhuma exclui a busca por conhecimento, embasamento. Buscando formação sobre o livro de Apocalipse você vai poder falar sem medo e com propriedade sobre o Apocalipse e, porque não, ensinar ao próximo a verdade.

Abaixo listamos outras razões para você buscar compreender melhor o livro de Apocalipse:

– Por ser revelação de Deus e sua vontade que conheçamos a mensagem do livro;

– Pois o livro, à sua maneira, trata a respeito de toda a cosmovisão cristã;

– Pois o livro trata da esperança cristã, por excelência, sobre a vitória garantida em meio e depois da tribulação.

Onde buscar conhecimento

Bom, agora que você já sabe o que é e porque estudar o livro de Apocalipse, é hora de buscar a melhor forma para se aprofundar no assunto.

Existem muitas maneiras possíveis de aprender. Existem também muitas ofertas de ensino. A questão é como ter, sobre um livro tão antigo e controverso, uma formação confiável. Nesse sentido, o conteúdo trazido por meio de faculdades de teologia a partir do que é pesquisado de forma séria e mundialmente no âmbito da Teologia Bíblica é uma ótima indicação.

Muitas faculdades possuem cursos totalmente focados no livro de Apocalipse e neles é possível aprender sobre a estrutura, o conteúdo, a mensagem, além de desenvolver o senso crítico e, claro, o fortalecimento da fé.

Normalmente esses cursos são indicados para:

– Lideranças de igrejas cristãs e pessoas interessadas na área;

– Presbíteros e presidentes de comunidades cristãs;

– Pastores, missionários, diáconos, terapeutas pastorais e catequistas;

– Colaboradores do ministério com crianças, adolescentes e jovens;

– Líderes do ministério com casais e famílias;

– Dirigentes de estudos bíblicos ou de PGs – Pequenos Grupos;

– Pessoas que colaboram com o anúncio da palavra de Deus nas igrejas;
Apocalipse: o fechamento da bíblia com chave de ouro

A Bíblia Sagrada é composta por muitos livros e cada um tem sua forma, traz sua contribuição para um discurso coerente sobre o plano de Deus. Os textos de Apocalipse não seriam diferentes.

O livro de Apocalipse faz parte de uma tradição maior, específica e por isso deve ser entendido dentro dessa tradição bíblica mais ampla e não de forma isolada, O Apocalipse é a fonte para a conclusão da teologia bíblica iniciada a partir de Gênesis.

Reforçando a mensagem de que esse livro não trata apenas do fim dos tempos, dos novos céus e da nova terra como esperança máxima dos cristãos, mas da motivação para a perseverança, da alegria em meio ao sofrimento por causa da certeza do domínio de Deus, como Senhor da história, concluímos que o livro de Apocalipse fecha com chave de ouro a Bíblia Sagrada e deve ser estudado com zelo e dedicação. 

Aprenda a interpretar o livro de Apocalipse

A FLT preparou para você um curso completo de interpretação do Apocalipse. Nele você terá oportunidade de entender este livro fascinante capítulo a capítulo, além de conhecer as diversas interpretações e correntes de pensamento sobre o fim dos tempo.

por Franklin Wiese

Combate às milícias precisa ter investigação de policiais e políticos

Estudiosos dizem que grupos são protegidos por agentes do Estado
Nos últimos meses, notícias envolvendo confrontos armados entre milícias e assassinatos cometidos por integrantes desses grupos criminosos ganharam o noticiário nacional. Em um dos casos, em outubro de 2023, três médicos foram assassinados em um quiosque na Praia da Barra da Tijuca. Segundo a polícia, um deles possivelmente foi confundido com uma liderança de um grupo rival.

Em janeiro deste ano, um atentado em outro quiosque da região vitimou um suspeito de participar de uma milícia da zona oeste da cidade.

O conflito pelo controle da principal milícia da zona oeste da cidade do Rio Janeiro começou depois da morte de Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, em 2021, e se acentuou depois da prisão de Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, irmão e sucessor de Ecko, em dezembro de 2023.

A disputa por territórios tem gerado confrontos armados em comunidades controladas por milicianos, o que provoca não apenas mortes de rivais como também ameaça a segurança de moradores dessas áreas.

Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil, um efetivo combate às milícias demanda a desarticulação dos esquemas de proteção que contam com a participação de agentes do Estado e políticos.

A prisão e morte de lideranças operacionais desses grupos criminosos, como Ecko e Zinho, não resolve a situação e apenas cria vácuos de poder que fomentam conflitos armados pela disputa do controle territorial, avaliam os especialistas.

“As milícias são indissociáveis de alguns grupos policiais, que oferecem proteção para a atuação das milícias. As milícias possuem uma relação com o Estado muito mais próxima do que o tráfico. Então, uma ação de repressão estratégica às milícias precisa justamente atacar essas conexões com o poder público”, defende a pesquisadora Carolina Grillo, do Grupo de Estudos de Novas Ilegalidades (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF).

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Michel Misse diz que não adianta apenas “combater o varejo da atividade criminosa”.

“Diferente do tráfico, as milícias sempre tiveram capital político. Sempre tiveram vereadores e deputados vinculados à milícia, alguns inclusive que se tornaram notáveis na República. Esse tipo de ligação com a política é uma forma de proteção. É preciso atacar as estruturas superiores que permitem a manutenção desse sistema. Não adianta ficar no varejo. O varejo é substituível rapidamente. Você tem milhares de operadores doidos para entrar nesse negócio”, explica.

Segundo o pesquisador da Universidade Federal Rural Fluminense (UFRRJ) José Cláudio Souza Alves, sem haver uma mudança na forma de operar das estruturas de segurança pública e no jogo político em que elas estão inseridas, a eliminação de um líder significa a abertura de um “edital” para que outra pessoa ou várias assumam o posto.

“Vão permanecer nessa estrutura aqueles que oferecem mais para essa estrutura. Ela está montada. Ela quer grana e quer voto que, no fundo, acabam se somando nos períodos eleitorais. Grana e voto são o que decidem essa continuidade de estrutura de poder aqui no Rio de Janeiro. Então, quando você opera em cima de morte de pessoa de liderança, principalmente você tá abrindo um edital para ver quem é que continua”, afirma Alves.

ORIGEM

A relação das milícias com a polícia e os políticos é histórica, segundo o professor da UFRRJ José Cláudio. Segundo ele, as milícias surgem como uma evolução dos grupos de extermínio policiais, que aparecem na década de 60 na Baixada Fluminense.

“Há dimensões em comum entre os grupos de extermínio e as milícias. A base do surgimento de ambos grupos são servidores públicos de segurança. Esses grupos são especialistas em provocar dano e sofrimento à vida alheia, porque são treinados dentro da estrutura de segurança pública. Outro ponto que conecta os dois grupos é o fato de eles elegerem os seus representantes. Então eles têm trajetórias políticas bem sucedidas”, disse Alves, ressaltando que a milícia passa a explorar uma gama muito maior de atividades criminosas do que seus predecessores.

Essa parceria com agentes do Estado e a política permite a rápida expansão das milícias, de acordo com Carolina Grillo, principalmente na década de 90, mas que se manteve em anos mais recentes. Um estudo publicado em 2021 pelo Geni/UFF mostrou que esses grupos criminosos já dominavam 58,6% de todos os territórios controlados por facções criminosas na cidade do Rio.

O mesmo estudo mostrou que as operações policiais em áreas de milícia representavam apenas 6,5% do total, enquanto as outras 93,5% ações ocorreram em comunidades dominadas por facções especializadas no tráfico de drogas ou em regiões em disputa.

“Você vai ter uma percepção por parte do poder público que é um pouco leniente. Teve uma série de autoridades que chegaram a se manifestar publicamente considerando que elas [milícias] fossem um mal menor em relação ao tráfico. As milícias se expandem principalmente porque elas contam com a condescendência do Estado, inclusive com a participação de agentes públicos, elas não foram sujeitas à repressão no seu período inicial”, diz Carolina.

Ela explica que hoje ainda há mais leniência com a milícia do que com o tráfico de drogas, mas já é possível perceber algumas ações mais contundentes contra esses grupos criminosos, inclusive com a participação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Por meio de nota, a Polícia Civil fluminense informou que tem atuação constante de combate às milícias e que prendeu ou matou, em confronto, várias lideranças criminosas, entre eles Ecko e Zinho.

“Os agentes também fecharam diversos estabelecimentos ilegais, como centrais clandestinas de internet e TV a cabo; depósitos de gás; farmácias; fábricas de bebidas, entre outros. Centenas de armas e milhares de munições também foram apreendidas com os milicianos. A Polícia Civil ressalta que as ações causaram prejuízo de mais de R$ 2,5 bilhões para as organizações criminosas”, informa a Polícia Civil em nota.

Agência Brasil

O que se sabe sobre a minuta do golpe central em investigação da PF contra Bolsonaro

Polícia Federal afirma que ex-presidente pediu alterações no documento que buscaria evitar a posse de Lula
As investigações da Polícia Federal sugerem que pessoas do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram elaborar uma fundamentação jurídica para legitimar o golpe de Estado que pretendiam executar após a derrota nas eleições presidenciais de 2022.

Veja o que se sabe sobre as minutas do golpe.

O que foram as minutas do golpe?

As minutas foram textos de decretos produzidos pelo entorno de Jair Bolsonaro após a derrota nas eleições de 2022, com o objetivo de tentar elaborar uma fundamentação jurídica para a realização de novas eleições —o que seria, na prática, um golpe de Estado.

Quem esteve envolvido na elaboração das minutas?

Na decisão de busca e apreensão contra Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, citou um “núcleo jurídico” que seria responsável pelo “assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado”.

Desse núcleo, segundo o ministro, faziam parte o ex-assessor Filipe Martins, o ex-ministro Anderson Torres, o advogado Amauri Saad, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Algum documento do tipo chegou a Bolsonaro?

As investigações da Polícia Federal, com base no acordo de colaboração premiada de Mauro Cid, indicam que em novembro de 2022 Bolsonaro recebeu uma minuta de golpe das mãos do ex-assessor Filipe Martins e do advogado Amauri Saad.

Qual era o conteúdo desta minuta?

O documento detalhava supostas interferências do Poder Judiciário no Executivo e decretava a prisão de diversas autoridades, como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O decreto também previa a realização de novas eleições.

O que fez Bolsonaro em seguida?

Ainda segundo as investigações, Bolsonaro teria solicitado que Martins fizesse algumas alterações na minuta —o ex-presidente teria decidido manter a realização de novas eleições e a prisão de Moraes, suspendendo as demais. Alguns dias depois, Martins teria retornado ao Palácio da Alvorada, acompanhado por Saad, com o documento alterado.

Ao longo de novembro e dezembro, os registros de acesso do palácio mostram que o ex-assessor esteve ali em diversos dias, quase sempre por muitas horas, segundo decisão de Moraes.

“Seu contato com o então presidente no período foi frequente e relevante para a execução de atos que visavam o golpe de Estado”, escreveu o ministro.

O que teria acontecido depois da edição da minuta?

Bolsonaro, de acordo com as investigações, teria concordado com as alterações e convocado uma reunião com os comandantes das Forças Armadas para apresentar o documento e pressioná-los a aderir ao golpe.

No dia 7 de dezembro de 2022, ele teria se reunido com os generais Almir Garnier (Marinha) e Freire Gomes (Exército), o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o ex-assessor Filipe Martins, o advogado Amauri Saad e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Mensagens encaminhadas por Cid a Freire Gomes sinalizam, segundo a PF, que Bolsonaro estava ajustando o decreto e buscando o respaldo do general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, então chefe do Comando de Operações Terrestres –o que demonstraria que a tentativa de golpe estava em andamento.

Theophilo, que esteve no Palácio do Planalto no dia 9 de dezembro de 2022, teria concordado em executar as medidas para o golpe, segundo mensagens trocadas entre Cid e o coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto. A única condição seria que o próprio Bolsonaro assinasse o decreto.

Enquanto isso, de acordo com a Polícia Federal, um núcleo formado pelo general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, pelo coronel do Exército Marcelo Câmara e por Cid monitorava diversas autoridades —entre elas, o ministro Alexandre de Moraes. O objetivo seria assegurar o cumprimento da ordem de prisão contra ele prevista na minuta, caso o golpe fosse colocado em prática.

Onde versões físicas das minutas foram encontradas?

Como revelou a Folha, uma minuta foi encontrada no dia 10 de janeiro de 2023, em operação de busca e apreensão contra o ex-ministro Anderson Torres. O documento de três páginas, feito em computador, foi encontrado em um armário na residência de Torres. Ele previa a instauração de estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a reversão do resultado eleitoral.

Na operação deflagrada pela PF na última quinta-feira (8), os agentes encontraram uma minuta na sala de Bolsonaro na sede do PL em Brasília. O documento previa declaração de estado de sítio e decretação de uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) após a derrota nas eleições.

O que diz o ex-presidente

A defesa de Bolsonaro negou seu envolvimento com a minuta golpista encontrada no PL. Seus advogados afirmam que foram eles os responsáveis por enviar ao ex-presidente duas minutas encontradas no celular do coronel Mauro Cid após a sua prisão, em maio de 2023. Segundo a defesa, Bolsonaro queria ficar a par da investigação e do conteúdo das minutas.

“O ex-presidente jamais participou ou mesmo conhecia tais ‘minutas golpistas’, delas tendo tomado conhecimento da existência só e somente por conta da apreensão do Ten Cel Art Mauro Cid, e a partir do acesso que lhe foi legalmente oportunizado por seu advogado constituído na investigação”, diz petição protocolada na investigação.

Os advogados também afirmam que Bolsonaro não costuma ler textos no celular, em função de problemas na vista, e por isso pediu para sua assessoria imprimir o documento.

Folhapress

Mudança: Hilton diz que Geraldo Jr. e Bruno Reis têm mesmo ‘padrinho’ e Kleber é o candidato das esquerdas

Hilton Coelho, deputado estadual do PSOL
O deputado estadual Hilton Coelho, único representante do PSOL na Assembleia Legislativa, afirmou hoje não ter dúvidas de que o candidato do partido à Prefeitura de Salvador, Kleber Rosa, vai bombar de votos na sucessão municipal.

Ao chegar para a Mudança do Garcia, Hilton afirmou também que a esquerda não tem como votar num candidato que tem o mesmo padrinho político do prefeito Bruno Reis (União Brasil), referindo-se ao candidato do governo à Prefeitura, Geraldo Jr. (MDB).

O padrinho a que mencionou seria o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), líder do grupo político de Bruno. “Quem é de esquerda, pensar em votar e em fazer campanha para Gerlado Jr.? Vamo lembrar, né, quem é Geraldo Jr., quem é seu padrinho (político)”, ironizou.

Ele também cobriu seu candidato de elogios, citando características suas que se contrapõem às de Geraldo Jr.: “A força do compromisso e conteúdo de Kleber já foi testada. As pessoas já viram o quanto ele é sincero, comprometido e sabe do que fala”, declarou, em referência às críticas quanto à superficilidade do emedebista.

Política Livre
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Preço médio do etanol vai a R$ 3,55 por litro nos postos, indica ANP

Os preços médios do etanol hidratado subiram em 20 Estados e no Distrito Federal na semana passada, caíram em 4 e ficaram estáveis somente no Ceará. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O preço médio do etanol subiu 4,11% – de R$ 3,41 por litro, na semana anterior, para R$ 3,55. Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com maior número de postos pesquisados, o preço médio teve alta de 4,02%, de R$ 3,23 para R$ 3,36.

Segundo a ANP, a maior queda na semana, de 2,68%, ocorreu em Rondônia – de R$ 4,85 a R$ 4,72.

Por Redação, O Estado de S. Paulo

Fundadora da Magazine Luiza morre aos 97 anos

Todas as lojas da empresa situadas em Franca ficarão fechadas nesta segunda-feira
Morreu na madrugada desta segunda-feira (12), em Franca, São Paulo, a fundadora do grupo Magazine Luiza, Luiza Trajano Donato, aos 97 anos. De acordo com a EPTV, afiliada da TV Globo no interior de São Paulo, ela morreu em casa e devido a causas naturais.

Em razão da morte de Luiza Trajano Donato, todas as lojas da empresa situadas em Franca ficarão fechadas nesta segunda-feira.

Nascida em Cristais Paulista, tamnbém em São Paulo, a tia da empresária Luiza Helena Trajano é conhecida por ter sido uma vendedora muito popular em Franca e por fundar. em 1857, junto com o marido, a primeira unidade do que se tornaria a Magazine Luiza.

Política Livre
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PF prende passageiro com cocaína oculta no corpo no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu/PR

Passageiro, de nacionalidade paraguaia, tinha como destino a cidade de Madrid, na Espanha.
 
Foz do Iguaçu/PR. Policiais federais prenderam, na manhã deste sábado (10/2), um passageiro de um voo internacional que transportava diversos volumes de cocaína, preso ao corpo, durante uma ação de fiscalização no Aeroporto Internacional das Cataratas/Foz do Iguaçu.

Por volta das 9h, o passageiro de 31 anos e nacionalidade paraguaia, fez check-in para um voo com destino a cidade de Madrid, Espanha, com escala em Paris, França, e se dirigiu para a área de embarque internacional. No setor de raio-x, os agentes de segurança resolveram abordá-lo e realizar uma entrevista com o passageiro, onde foi identificado indícios de transporte de produto ilícito.

Após o uso do equipamento de raio-x pessoal, foi constatado volumes presos as pernas do passageiro. Posteriormente, a substância encontrada oculta no corpo do passageiro foi identificada como sendo cocaína, com volume total de 2,2 kg.

O passageiro e os volumes de entorpecentes foram encaminhados para a Delegacia da Polícia Federal para a lavratura do flagrante e demais procedimentos legais pertinentes.

Comunicação Social da Polícia Federal em Foz do Iguaçu/PR

Em três dias, ações policiais prendem 105 criminosos no Carnaval de Salvador

Patrulhas da PM e equipes veladas da Polícia Civil atuam contra grupos envolvidos em roubos, furtos e brigas.

As Forças Estaduais da Segurança prenderam 105 criminosos até a madrugada deste domingo (11), nos circuitos oficiais do Carnaval de Salvador. Patrulhas da PM e equipes veladas da Polícia Civil atuam contra grupos envolvidos em roubos, furtos e brigas.

A PC autuou 91 pessoas por roubo, furto, tentativa de latrocínio, importunação sexual, agressão contra mulher e tráfico de drogas.

Outros 14 indivíduos acabaram presos com auxílio do Reconhecimento Facial na festa em Salvador. Os foragidos da Justiça respondem a processos por homicídio, tráfico de drogas, roubo e dívida com pensão alimentícia. 

Após três dias de festa, os roubos e furtos apresentaram redução de 30% nos três circuitos oficiais.

Texto: Alberto Maraux

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Ibirataia: Jovem é morto a tiros dentro de casa após imóvel ser arrombado por criminosos

Um jovem de 16 anos foi morto a tiros dentro de casa na madrugada desta segunda-feira, 12, na cidade de Ibirataia. O crime teria sido praticado por dois criminosos que arrombaram a porta da casa na Rua José Puglia, bairro Nova Ibirataia de Baixo. De acordo com informações apuradas pelo GIRO, a dupla invadiu o imóvel por volta de 01h40 e em seguida atirou no alvo, identificado como Rafael Santos Costa, que morreu no local.

A Polícia Militar foi acionada, mas no momento do crime retornava de Jequié, onde apresentava um irmão do jovem morto, acusado de lesão corporal contra o próprio pai. Ao chegar em Ibirataia os policiais realizaram rondas, mas não localizaram os suspeitos. O Departamento de Polícia Técnica foi acionado para realizar a perícia no local e encaminhar ao IML. A autoria e motivação do crime serão investigados pela Polícia Civil. (Giro Ipiaú)

Trump ameaça não proteger aliados da Otan inadimplentes com gastos de defesa

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump indicou que, caso eleito, não protegerá os aliados da Otan, a aliança militar ocidental, de uma possível invasão da Rússia se os países atrasarem pagamentos ou não cumprirem as metas de gastos com defesa.

Trump disse ter alertado os membros da Otan de que encorajaria os russos a fazer “o que diabos eles quisessem” se os integrantes da aliança não atingirem os números estabelecidos.

Os comentários foram feitos no sábado (10) durante um comício de campanha na Carolina do Sul e evidenciam o risco de fratura no pacto militar do Atlântico Norte caso Trump ganhe um novo mandato na Casa Branca.

O ex-presidente dos EUA, que há muito tempo critica a Otan e que tinha relações próximas com o presidente russo, Vladimir Putin, disse a apoiadores que a aliança “estava quebrada” até ele assumir a Presidência, em 2017.

Aparentemente relembrando uma reunião com líderes da aliança, ele mencionou o presidente de “um grande país”, sem especificar qual, que o teria questionado sobre o apoio de Washington em caso de uma agressão russa. “Se não pagarmos e formos atacados pela Rússia, você nos protegerá?”, teria perguntado o líder, segundo Trump.

“Eu disse: ‘Vocês não pagaram? Vocês estão inadimplentes?’ Ele disse: ‘Sim, digamos que isso aconteceu.’ Não, eu não os protegeria. Na verdade, eu os encorajaria [os russos] a fazer o que diabos quisessem. Vocês têm de pagar”, afirmou o republicano.

O governo do atual presidente, Joe Biden rechaçou os comentários feitos por Trump, descrevendo-os como “chocantes e desequilibrados”. Um porta-voz da Casa Branca disse que “encorajar invasões de regimes assassinos” a países aliados de Washington coloca em perigo a economia e a segurança americana, além da estabilidade global.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse em declaração escrita que “qualquer sugestão de que os aliados não se defenderão mutuamente mina toda a nossa segurança, incluindo a dos EUA, e coloca os soldados americanos e europeus em risco acrescido”. “Qualquer ataque à Otan será recebido com uma resposta unida e contundente”, acrescentou.

Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel afirmou que as “declarações imprudentes sobre a segurança da Otan servem apenas ao interesse de [Vladimir] Putin”.

Os comentários de Trump são um sinal de que, caso eleito presidente novamente, ele pode ameaçar o compromisso com a defesa mútua que está no cerne da aliança da Otan, num momento em que os temores em relação à Rússia aumentaram após a guerra contra a Ucrânia.

Recentemente, o ex-presidente pressionou o Congresso americano para se opor à aprovação de novos pacotes de ajuda a Kiev.

O tratado da Otan contém uma cláusula que garante a defesa mútua dos estados membros se um deles for atacado. Trump, favorito à indicação presidencial republicana, foi um crítico ferrenho da Organização do Tratado do Atlântico Norte quando era presidente, ameaçando repetidamente sair da aliança.

Ele diminuiu o financiamento de defesa para a Otan e frequentemente reclamava que os EUA estavam pagando mais do que sua parcela justa.

Sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, Trump pediu a desescalada e reclamou dos bilhões gastos até agora. Desde a invasão em larga escala de Moscou em fevereiro de 2022, a ajuda dos EUA à Ucrânia totalizou cerca de US$ 75 bilhões, enquanto outros membros da Otan e estados parceiros combinados forneceram mais de US$ 100 bilhões.

Folhapress
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Grupo Revelação sofre assalto após bloco de Carnaval; um dos integrantes é esfaqueado salvador

 
O Grupo Revelação foi vítima de um assalto na madrugada deste domingo (11) na Bahia. Depois de uma apresentação no Carnaval de Salvador, os integrantes Rogerinho e Mauro Júnior foram abordados por criminosos e tiveram todos os seus pertences roubados.

Rogerinho foi esfaqueado ao tentar se defender do assalto, que aconteceu por volta das 5h, de acordo com a assessoria do grupo de pagode. Ele foi levado a um hospital, onde levou seis pontos em uma das mãos, além de cuidar de cortes superficiais nas costas.

Segundo a equipe, ele “passa bem apesar do susto e já está se recuperando em casa”.

A agenda do grupo segue normalmente apesar do ocorrido, diz a assessoria. Neste domingo, eles se apresentam em Parnamirim, no Rio Grande do Norte.

O Grupo Revelação se apresentou no bloco Vem Sambar no sábado (10) em Salvador, na Bahia. Em registros da apresentação publicados no Instagram, os integrantes desceram do trio para cantar junto aos foliões.

Gabriela Bonin/Folhapress

Políticos e empreiteiras: como o Estado mais pobre do País virou polo do mercado de cavalos de raça

Cavalo Quarto de Milha é o preferido de políticos e atletas que disputam competições de vaquejada
Empresas do Maranhão com contratos milionários com o poder público passaram a explorar um mercado de interesse de lideranças políticas do Congresso e obtiveram sucesso imediato. Nos últimos quatro anos, empresários locais começaram a negociar cavalos de raça e transformaram o Estado com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil em um dos maiores polos de investimentos do País.

O crescimento é puxado por haras de políticos e de empresários investigados que se destacam no mercado pela quantidade e pelo valor milionário dos animais que negociam. Por trás das criações recentes estão figuras com trânsito e negócios com autoridades como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e o deputado federal Marreca Filho (Patriota-MA), além de políticos regionais.

O peso do Maranhão na criação de cavalos passou a ser destacado por consultores de compra e venda de animais em leilões, em sinal de prestígio. “Nos três últimos anos, não tem um Estado no Brasil que comprou cavalo, realmente, como o Maranhão”, afirmou em um leilão realizado em setembro o consultor Júnior Machado, um dos mais conhecidos do setor. Em outro encontro, no mesmo mês, Machado reforçou a relevância dos maranhenses. “De três, quatro anos para cá, essa pujança de compras aumentou muito.”

Durante um mês, a reportagem reuniu dados de execução orçamentária do governo federal e do Maranhão, levantou históricos empresariais, mapeou cavalos negociados em leilões e analisou extratos bancários e ações judiciais. No Estado, o Haras São Pedro é um dos protagonistas da cena do cavalo Quarto de Milha, os preferidos de políticos e atletas que disputam competições de vaquejada. Fundado em 2019 e registrado na Receita Federal em agosto de 2021, o criadouro é comandado pelos filhos do empresário Ricardo Del Castilho, de Imperatriz.

Dono das empreiteiras Terramata e RDC Construtora e Empreendimentos, o empresário é conhecido no setor como a pessoa que “fez a estrutura” do haras. Entre 2015 e 2023, o governo do Maranhão pagou mais de R$ 847 milhões às empresas de Del Castilho – que também mantêm contratos com prefeituras no Estado.

Um desses acordos levou o empreiteiro ao banco dos réus. Ricardo Del Castilho foi acusado pelo Ministério Público maranhense, em 2019, por fraude à licitação, lavagem de dinheiro e promoção de organização criminosa. A denúncia aponta que a Terramata contratou empresas do então prefeito de Açailândia (MA), Juscelino Oliveira, para asfaltar ruas da cidade, e Del Castilho “enriqueceu ilicitamente” ao superfaturar a obra.

Além de atuar com pavimentação e construção de escolas no Maranhão, as duas empresas estão diretamente ligadas com a criação de cavalos. Segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-MA), a RDC é a proprietária do caminhão que transporta os animais do Haras São Pedro pelo Brasil. Em outubro, a Terramata levou um caminhão-pipa e um trator a uma vaquejada promovida pela família.

Políticos compram cavalos de haras ligado a empreiteiras

As empreiteiras da família Del Castilho fecham contratos com o poder público, com regularidade, há uma década. Até 2019, as empresas tinham uma atuação regional. A partir daquele ano, a Engefort, controlada por Antônio Carlos Del Castilho – irmão de Ricardo – ganhou projeção nacional após vencer licitações em série no governo Jair Bolsonaro (PL).

A reportagem obteve extratos bancários que indicam uma atuação financeira conjunta entre a Engefort e a Terramata. Os documentos registram que, entre janeiro de 2017 e outubro de 2019, as empresas fizeram 155 operações de crédito e débito, incluindo transferências para Antônio Carlos Del Castilho. O valor total chegou a R$ 24,2 milhões.

Em âmbito nacional, a Engefort ganhou licitações para asfaltar ruas no Maranhão, Amapá, Rio Grande do Norte, Ceará, na Bahia e em Sergipe, por exemplo. Desde 2019, o governo federal reservou mais de R$ 622 milhões do orçamento público para pagar a empreiteira. O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve os pagamentos para a Engefort, que é alvo de uma ação de ressarcimento ao erário pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Em junho do ano passado, a estatal foi à Justiça Federal do Maranhão reclamar um prejuízo de R$ 3,3 milhões em três contratos fechados com a empresa, em 2019, para asfaltar ruas em Vitorino Freire e em Lago da Pedra, no Estado. Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) afirmou que a Engefort executou a obra “de forma negligente e sem observância aos parâmetros normativos técnicos”.

A Codevasf anexou o relatório da CGU ao processo e solicitou o ressarcimento do valor “por se tratar de dinheiro público malversado mediante a prática de ato ilícito com violação aos princípios constitucionais, administrativos e cíveis”. “Restou configurado o ato ilícito no que tange a medição de valores indevidos, jogo de planilha e a qualidade dos serviços oferecidos, demonstrando também que houve a violação da boa-fé que rege os contratos”, alegou a estatal.

No processo, a Engefort afirmou que as obras “foram devidamente executadas de acordo com os parâmetros previstos no processo de licitação”. Segundo a empreiteira, “a Codevasf desempenhou um papel fundamental ao monitorar e autorizar a execução dos serviços”, ou seja, “qualquer falha na fiscalização ou na comunicação de não conformidades, se houve, não pode ser atribuída” à empresa, “visto que a responsabilidade pela adequação dos serviços prestados recai sobre a fiscalização” da estatal.

As obras de R$ 8 milhões da Engefort em Vitorino Freire foram bancadas com recursos indicados por Juscelino Filho, em 2019, quando era deputado federal. O ministro tem uma relação próxima com os donos do Haras São Pedro. Em 2022, os donos do criadouro compraram um cavalo do haras que Juscelino mantém em Vitorino Freire por R$ 200 mil.

O ministro omitiu um patrimônio de ao menos R$ 2,2 milhões em cavalos Quarto de Milha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O haras onde Juscelino mantém os animais estava em nome da irmã dele, a prefeita de Vitorino Freire, Luanna Rezende (União-MA). A empresa foi baixada da Receita após a reportagem.

Em setembro do ano passado, o ministro deu lances no leilão da família Del Castilho, para quem também mandou “um grande abraço”. Na ocasião, o Haras São Pedro faturou R$ 4,9 milhões com a venda de animais de raça. “Um haras que tão jovem conseguiu conquistar o Nordeste inteiro”, resumiu o assessor Ayrton Lins no início do leilão.

Dentre os compradores do leilão do Haras São Pedro estava o deputado Marreca Filho. O parlamentar não declarou ter cavalos no patrimônio apresentado ao TSE em 2022, mas compra animais de raça em leilões com frequência.

Dono de haras é candidato à prefeitura no Ceará

Outro criadouro considerado um fenômeno de crescimento e de resultados após pouco tempo de funcionamento, o Haras São Luís iniciou suas atividades sob o comando do ex-piloto de carro de rally Ruan Lima. O criadouro foi registrado na Junta Comercial do Maranhão em agosto do ano passado, embora já estivesse em funcionamento. O empresário alterou as atividades de uma empresa pré-existente, especializada em “casa de chá” e “estacionamento”, transformando-a em “criação de equinos”.

“Um cara que entrou (no setor e) não sabia nem o que era um cavalo”, resumiu o consultor Júnior Machado durante um leilão, em setembro.

O e-mail de contato do Haras São Luís, na Receita Federal, é o setor de contabilidade da Med-Surgery Hospitalar, empresa de fornecimento de material médico e nutrição controlada pelo pai de Ruan Lima. O telefone cadastrado pelo haras é o mesmo da Med-Surgery. Entre 2015 e 2024, o Governo do Maranhão pagou R$ 70,1 milhões à empresa de saúde. O governo federal transferiu outros R$ 8 milhões no mesmo período.

O empresário Alexsandre Lima, pai de Ruan, é réu em um processo movido pelo Ministério Público do Maranhão. A denúncia aponta que a Med-Surgery supostamente se beneficiou de uma licitação fraudada na Prefeitura de Paço do Lumiar (MA). A ação por improbidade contra o empresário e outros investigados, pelos mesmos motivos, foi julgada improcedente pela Justiça.

Ruan Lima prepara sua candidatura pelo PSD à prefeitura de Moraújo, cidade com 8 mil habitantes no norte do Ceará. Em pré-campanha, anunciou que o deputado federal Domingos Neto (PSD-CE) encaminhou, em dezembro, R$ 963 mil em recursos “para a saúde do município”.

“Obrigado, deputado, por atender um pedido nosso em prol de melhorias ao nosso povo”, escreveu Lima. “Tá na conta.

Dono do Haras São Luís, Ruan Lima é próximo de Juscelino Filho e de Arthur Lira. Em 2022, ele e o ministro organizaram o 1º Leilão de Quarto de Milha do Maranhão. Na ocasião, o empresário gastou R$ 200 mil para comprar 33% de um dos animais do ministro.

Lira comprou um cavalo do haras de Ruan Lima, por R$ 126 mil, em um leilão em setembro do ano passado. “Comprando aqui comigo, manda um abraço para o Ruan Lima, para toda a família, mais especial para o nosso comandante Alex, o comprador foi (o) deputado Arthur Lira, nosso presidente da Câmara, e seu filho Álvaro Lira”, anunciou o consultor Rodrigo Loureiro na ocasião.

Nas redes sociais, Ruan Lima exibe a amizade com Lira em fotos. Em agosto do ano passado, o empresário agradeceu ao deputado “pelos conselhos” e o citou como “um exemplo”. Em novembro, um novo registro. Desta vez, publicou uma imagem de um passeio com Lira, com o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e com o prefeito de Coreaú (CE), Edezio Sitonio (PDT). “Amigos do peito”, disse.

O presidente da Câmara é criador de bois e de cavalos em um haras no município de Pilar, interior de Alagoas, embora não tenha informado possuir cavalos ou bois na relação de bens enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022. Arthur Lira comprou um cavalo do cantor Wesley Safadão por R$ 200 mil e esteve com empresas de apostas na compra de material genético de um outro animal. Os criadores conseguem altos lucros com a reprodução de cavalos raros.

A indústria do cavalo como um todo movimenta cerca de R$ 30 bilhões por ano no Brasil, segundo estimativas de associações do setor. Boa parte do valor é apurado pelo mercado que envolve os animais da raça Quarto de Milha. A compra e venda desses cavalos ocorre em leilões privados ou em transações particulares, sem obrigatoriedade de registros públicos dos termos das negociações.

A criação de Quarto de Milha e as competições de vaquejada atraíram o interesse de casas de apostas no ano passado, quando o ramo das “bets” entrou na mira de uma CPI na Câmara. Empresários da Pixbet e da MarjoSports, famosos sites de apostas do País, fizeram a maior oferta pública dos últimos tempos por um único cavalo: R$ 15 milhões. Eles pretendiam comprar o Dom Roxão, considerado um dos mais lendários garanhões da raça, mas o proprietário recusou a oferta. O cavalo morreu em janeiro após um acidente.

Procurados, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, o presidente da Câmara, Arthur Lira, o deputado Marreca Filho, o empresário Ruan Lima e a Med-Surgery não retornaram o contato.

O empresário Ricardo Del Castilho afirmou à reportagem que a ideia de investir em cavalos partiu dos filhos, que são os idealizadores do parque. Segundo ele, a criação “já deve ter 8 anos, eu acho, 7 anos”. Até o momento, o haras promoveu um leilão de seus animais. “Eles são os que gostam mesmo dos animais, de cavalos. Na realidade, são eles mesmo que mexem, sempre mexeram desde criancinhas”, declarou.

Segundo Del Castilho, o haras é uma empresa “totalmente separada” da Terramata. O empresário afirma que o caminhão está em nome da RDC porque foi comprado em consórcio. Ricardo Del Castilho avaliou que o Maranhão se tornou um polo de investimento em cavalos Quarto de Milha por causa das vaquejadas. “Está muito aqui na região do Maranhão”, afirmou.

O empreiteiro disse que o processo contra ele acabou “um tempo desse”. Pontuou ainda que não trabalha em parceria com a Engefort, do irmão Antônio Carlos Del Castilho. Um dos filhos de Ricardo foi sócio da empresa entre 2014 e 2018.

“Totalmente independente. Engefort é uma empresa de um ex-sócio meu, nós separamos já há 8 anos atrás. Não tem nada, nada, vínculo algum”, relatou. “Se você me perguntar alguma coisa de lá, eu não sei responder. Nem obra com a Codesvaf, com o governo federal, eu tenho. Mais uma vez, repetindo, a Engefort, eu não tenho nada, nada, nada, um vínculo.”

A empresa Engefort Construtora informou que os processos licitatórios de que “participou e foi vencedora, o fez de forma regular”. “Somos uma empresa imbuída de elevadas responsabilidades, ancoradas em um processo minuciosamente estruturado e certificada nas normas ISO 45001, ISO 14001, ISO 9001 e SIAC, trabalhando sempre com honestidade em suas operações e comprometida com o cumprimento das leis”, assinalou.

Julia Affonso/Vinícius Valfré/Estadão

PC fecha centro de distribuição de drogas e esquema de tráfico é desarticulado

Os policiais já estavam investigando os criminosos há mais de uma semana, fazendo monitoramentos e vigilância

Três homens foram presos pela Polícia Civil (PC) neste sábado (10), em Tangará da Serra-MT. com mais de 300 kg de entorpecentes entre maconha e cocaína; O trio deve responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Duas motos e um carro também foram apreendidos.

Conforme informações apuradas pela equipe da TV Vale, a investigação da Polícia aponta que uma parte da droga seria distribuída em Tangará da Serra e outra parte seria enterrada e depois distribuída em outras cidades do Estado de Mato Grosso.

Os policiais já estavam investigando os criminosos há mais de uma semana, fazendo monitoramentos e vigilância.

O trio foi flagrado no momento em que se preparava para enterrar a droga em um sítio que fica a cerca de 13 km de Tangará da Serra e era usado como polo de distribuição das drogas.

Ainda conforme a PC, a droga estava com a marca da organização que é a responsável por vender drogas na cidade.

A PC ainda informou que os criminosos já são conhecidos da Polícia e possuem passagens criminais.

Diante dos fatos, a droga foi apreendida e os indivíduos encaminhados para a Delegacia para providências cabíveis.

AgoraMT

Colisão entre picapes deixa feridos na Curva do Engenho

Ao menos três pessoas ficaram feridas em um grave acidente envolvendo duas picapes strada, na tarde deste domingo (11), na Curva do Engenho, BR-330, na saída de Ipiaú sentido Jitaúna. Os dois veículos seguiam em sentido contrário e colidiram frontalmente. Um deles tombou no meio da pista e o outro foi parar no acostamento.
Equipes do Samu realizaram os primeiros socorros nas vítimas e encaminharam duas para o Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié, e uma para o Hospital Geral de Ipiaú. Não foram informados os nomes dos ocupantes dos veículos e onde residem. A Polícia Rodoviária Federal esteve no local e registrou a ocorrência. (Giro Ipiaú)

Assista o vídeo aqui:

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Neto de ex-presidente da ditadura militar é um dos investigados pela PF por plano de golpe

O economista e blogueiro Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
O economista e blogueiro Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta quinta-feira, 8. A operação investiga o planejamento de um golpe de Estado pela cúpula do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições de 2022. Paulo é neto de João Batista Figueiredo, o último presidente da ditadura militar (1964-1985), e, segundo relatório da PF, é investigado pela propagação de fake news para incentivar ataques contra militares contrários ao golpe em programas de rádio e televisão.

De acordo com a PF, Paulo fazia parte de um grupo responsável por incitar militares a aderir ao golpe. As acusações contra o blogueiro giram em torno de participações que ele fez em programas televisivos e nas redes sociais. A reportagem buscou contato, mas não localizou Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho. O espaço segue aberto para manifestação.

Segundo apontam as investigações, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, acompanhado do coronel Bernardo Romão Correa Neto e do tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere Medeiros, articulavam com Paulo a divulgação de notícias falsas. Essas fake news eram produzidas para expor militares que não estavam alinhados com as iniciativas golpistas.

O objetivo, segundo a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável por ordenar a ação da PF nesta quinta, foi a de “incitar os integrantes do meio militar a se voltarem contra os comandantes que se posicionam contra o intento criminoso”.

“Eu apurei que há (generais do Alto Comando do Exército) que têm se colocado de forma aberta contra uma ação mais contundente das Forças Armadas. Mas, hoje, por um dever cívico, vou dar nome aos bois, pois o povo brasileiro tem direito de saber quem é quem”, disse Paulo em 22 de novembro de 2022, em publicação nas redes sociais reproduzida no relatório da Polícia Federal.

A fala do jornalista desencadeou uma campanha nas redes sociais que passou a caluniar e a difamar os generais, qualificados como carreiristas, traidores e melancias. Entre os alvos, estava o general Tomás Paiva, atual comandante do Exército.

Na decisão que deflagrou a operação desta quinta-feira, Moraes ordenou que Paulo fosse alvo de busca e apreensão pessoal e domiciliar e sofresse medidas cautelares diversas da prisão, como a proibição de manter contato com outros investigados pela operação e a desativação das suas redes sociais.

Investigado é neto de ex-presidente da Ditadura

Paulo é neto do ex-presidente João Figueiredo, que foi o último mandatário da ditadura militar, entre os anos de 1979 e 1985. O regime foi iniciado por um golpe militar em 1964 e durou 21 anos.

O governo de Figueiredo foi marcado pela abertura política, iniciada pelo seu antecessor, Ernesto Geisel. Foi na gestão do ex-presidente, que era general do Exército, que foi extinto o bipartidarismo e promulgada a Lei da Anistia, que beneficiou perseguidos pelo regime e autoridades acusadas de torturas.

A gestão de Figueiredo também foi marcada por atentados terroristas. O mais icônico foi o Atentado do Riocentro, que ocorreu em abril de 1981. Militares insatisfeitos com a abertura política planejaram um ataque à bomba em um show no Rio, porém, o plano falhou e os explosivos mataram um sargento.

A repercussão e as tentativas dos militares de abafar o caso acabaram selando o fim da Ditadura, que terminou na eleição indireta do ex-presidente Tancredo Neves em 1985. Após deixar a Presidência, Figueiredo se retirou da vida pública e militar, morrendo em 1999, aos 81 anos.

Gabriel de Sousa/Estadão

Coronel alvo de investigação sobre golpe retorna dos EUA e é preso em Brasília

O coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Neto
O coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Neto, um dos alvos dos mandados do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes na operação da Polícia Federal deflagrada na quinta-feira (8), foi preso na madrugada deste domingo (11) ao desembarcar em Brasília.

Ele estava em missão nos Estados Unidos prevista para durar até 2025.

Corrêa Neto está preso no Batalhão da Guarda Presidencial e passou por audiência de custódia às 11h. A informação foi divulgada inicialmente pelo site G1 e confirmada pela Folha de S.Paulo.

Na audiência de custódia, o preso é ouvido por um juiz para que sejam avaliadas eventuais ilegalidades na prisão.

Corrêa foi alvo de prisão após a Polícia Federal encontrar mensagens trocadas com Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob suspeita de participarem da preparação para a tentativa de um golpe de Estado.

Ele falava com Cid sobre o planejamento e os desdobramentos da minuta do golpe.

Os outros alvos de mandados de prisão já estão presos e passaram por audiências de custódia na sexta-feira (9).

São os militares Marcelo Câmara e Rafael Martins, o Joe. Câmara foi ouvido no Batalhão da Guarda Presidencial e Martins no Comando da Artilharia Divisionária da Divisão do Exército.

Também houve a audiência de Filipe Martins, que foi assessor para assuntos internacionais de Bolsonaro. Ele foi escutado na sede da Polícia Federal do Paraná.

Além deles, também foi preso o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, em flagrante, por posse ilegal de arma e também pela posse de uma pepita de ouro. Moraes concedeu liberdade provisória a Valdemar neste sábado (10).

Moraes levou em conta argumentos da PGR (Procuradoria-Geral da República) pela liberdade provisória do investigado. O magistrado considerou ainda o fato de que o político tem idade avançada, 74 anos, e afirmou que o caso não envolveu violência ou grave ameaça.

José Marques/Folhapress

Oposição na Assembleia aponta ausência de transparência em novo empréstimo solicitado por Jerônimo

Deputados de oposição na Assembleia Legislativa da Bahia
A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) não deve iniciar a tramitação do projeto de lei em que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) pede autorização para contratar um novo empréstimo de R$ 400 milhões, sem antes ter informações detalhadas de como o recurso será aplicado. É como avalia o líder da bancada de oposição, deputado estadual Alan Sanches (União Brasil).

“Mais uma vez, a gente vê o governador pedir autorização para tomar empréstimo num projeto carregado de vícios, que a gente já denunciou outras vezes no ano passado, porque não diz exatamente como o dinheiro vai ser gasto”, afirma.

“Agora são R$ 400 milhões que ele coloca genericamente para segurança pública, sem dizer se é para investir em tecnologia, efetivo policial ou alguma outra coisa. Mas isso precisa ser detalhado. A gente sabe que é uma área que precisa de investimento, mas isso precisa ser feito com responsabilidade e transparência”, acrescenta Sanches.

Este é o sexto pedido de empréstimo enviado por Jerônimo à Assembleia em pouco mais de um ano de gestão. Em 2023 foram cinco solicitações, que somaram R$ 3,7 bilhões.

Desta vez, o PL 25.201/2024 sequer descreve em qual instituição bancária o governo do Estado pretende captar o recurso.

“A gente espera que o governo envie as informações necessárias para que a Assembleia possa fazer uma discussão séria do projeto”, finaliza Alan Sanches.

Deputados são mais fiéis a seus redutos do que a seus partidos

Os deputados federais do Nordeste foram os mais leais ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas votações do plenário da Câmara dos Deputados em 2023, enquanto os representantes do Centro-Oeste e do Sul foram os mais oposicionistas, mostra levantamento do jornal O Estado de São Paulo. Piauí, Bahia e Maranhão formam o “top 3″ dos Estados mais governistas, enquanto Mato Grosso, Santa Catarina e Rondônia foram os que mais votaram contra o governo.

Os votos dos deputados reproduzem, de forma quase idêntica, o mapa eleitoral do segundo turno da disputa presidencial de 2022: Piauí, Bahia e Maranhão são também os três Estados onde Lula venceu por maior margem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A divisão regional se mantém dentro dos partidos. Ou seja, deputados da mesma sigla foram mais ou menos governistas a depender do perfil do reduto eleitoral do Estado de onde vêm. No Republicanos, por exemplo, os pernambucanos votaram com o governo em 90,2% das ocasiões. Já os gaúchos seguiram o governo em só 50,4% das votações. A mesma coisa no MDB: a taxa de governismo dos pernambucanos da sigla foi de 96%; já a dos gaúchos ficou em 61%. Até dentro do PL, partido de Bolsonaro, impera a mesma lógica. O representante do partido no Sergipe, Ícaro de Valmir, acompanhou o governo em 80% das votações de que participou. Já os dois deputados do PL no Mato Grosso do Sul foram governistas em apenas 20% das vezes.

A mesma divisão já é visível em 2019, primeiro ano do governo de Bolsonaro, mas com sinal trocado: na época, os deputados do Sul e do Centro Oeste foram os mais governistas, e os nordestinos foram os que menos apoiaram o governo do capitão da reserva. Assim como acontece agora com Lula, o mapa dos votos no plenário da Câmara seguiu o resultado do segundo turno das eleições de 2018, quando Bolsonaro derrotou o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). A clivagem se manteve ao longo dos anos de Bolsonaro no poder (2019-2022).

Estados nordestinos estão entre os mais beneficiados por algumas políticas do terceiro governo Lula, como o perdão de dívidas de usuários do Minha Casa, Minha Vida. No sistema bicameral, adotado no Legislativo brasileiro, os deputados representam os interesses da população, enquanto os senadores são considerados representantes dos Estados da federação.

Segundo especialistas e políticos ouvidos pela reportagem, a cisão ideológica entre os Estados brasileiros se tornou mais forte nos últimos anos, com o acirramento da polarização entre direita e esquerda e o advento das redes sociais. Incentivos como a cobrança de governadores e a vigilância dos eleitores nas redes acabam sendo até mais importantes para os deputados do que a orientação dos líderes das bancadas. E quem se afasta do figurino com que foi eleito é punido de forma implacável. Os congressistas criaram até um termo para isso: “efeito Joice”. A referência é à ex-deputada Joice Hasselmann, que teve 1.078.666 votos em 2018, mas não se reelegeu em 2022, após romper com Bolsonaro.

Em 2023, o governo Lula conseguiu aprovar várias medidas importantes no Congresso. Os parlamentares quase deixaram vencer a medida provisória que reorganizou o governo, mas ela acabou aprovada, em junho. Câmara e Senado Aprovaram o voto de qualidade da Receita no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf); o novo arcabouço fiscal, que substituiu o antigo teto de gastos; a taxação dos fundos offshore e a reforma tributária, em dezembro. O governo também sofreu algumas derrotas relevantes, como a derrubada do veto de Lula ao marco temporal das demarcações de terras indígenas e a anulação de trechos de decretos presidenciais que mudaram o marco legal do saneamento básico.

Polarização política se aprofundou no Brasil em 2018

O jornalista Thomas Traumann é coautor do livro Biografia do Abismo (Harper Collins, 2023), sobre a polarização política no País. Segundo ele, o acirramento ideológico se intensificou no Brasil nos últimos seis anos. “A partir de 2018 é que as pessoas passam a levar em conta não só questões econômicas, como mais Estado, menos Estado. Passam a ser as coisas do cotidiano. Se a pessoa vai ter direito a se vacinar ou não, se o filho vai ter aula de educação sexual ou não. São coisas que mexem com a forma como elas entendem a vida”, diz.

“Isso, obviamente, tem aspectos muito ruins. Porque significa que elas continuam o acirramento (político da época da eleição) no dia a dia (…). A vida vira uma eleição permanente. Agora, tem uma coisa que não é necessariamente ruim: os deputados são pressionados a manter um discurso similar ao que os elegeu. Se foi eleito num Estado de maioria pró-Lula, ele é pressionado a ser pró-Lula também. E vice-versa”. Deputados menos consistentes ideologicamente, ou que não votam conforme a visão dos eleitores tendem a não se reeleger neste contexto, diz Traumann.

O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) diz que a orientação dos líderes de bancada não tem mais o mesmo peso de antigamente. “No Nordeste, o Lula é muito forte. Então, todos nós temos simpatia por Lula. Há cada vez menos fidelidade à orientação do partido, o que prevalece é o resultado da eleição (presidencial). Os deputados do PP que votam com o governo são aqueles que estavam com Lula, no Nordeste, na eleição. Os do Sul, do Sudeste, estavam com Bolsonaro”, diz ele. “É como se a eleição não tivesse acabado ainda”.

Eduardo da Fonte concorda com Thomas Traumann sobre a pressão das redes: é cada vez mais difícil para um político contrariar as opiniões do próprio eleitor e sair ileso. “É o que a gente chama de ‘efeito Joice’. Joice teve 1 milhão de votos numa eleição, em 2018, e quando foi para a eleição seguinte, teve 14 mil (na verdade, foram 13.679). Ela abandonou o eleitor dela, que era um eleitor bolsonarista, e definhou, eleitoralmente. É isso, e a pressão da internet, que impede os deputados de migrar para o governo”, diz o congressista.

O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, diz que a divisão se expressa de outras formas, como no surgimento de consórcios de governadores. “A política brasileira tem ganhado uma dimensão geográfica não desprezível. Haja vista, por exemplo, aquele movimento dos governadores do centro-sul (a criação do Consórcio de Integração Sul e Sudeste, o Cosud), para fazer frente ao Consórcio Nordeste. É mais uma tradução dessa dimensão geográfica que a política brasileira tem”, diz ele.

Em agosto passado, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que o Cosud deveria defender os interesses dos Estados do Sul e do Sudeste na reforma tributária, em contraposição ao Norte e ao Nordeste. “Dada a resiliência do conflito político no Brasil, é bem possível que isso (divisão geográfica) permaneça (nos próximos anos)”, diz Rafael Cortez.

As nomeações dos ministros André Fufuca (Esportes) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) contribuiu pouco para trazer votos das bancadas dos partidos deles para o governo – um resultado um pouco melhor foi conseguido no União Brasil, com a troca de Daniela Carneiro por Celso Sabino (Turismo). Fatores como o aumento das emendas parlamentares nos últimos anos corroeram o valor dos ministérios como moeda de troca entre Executivo e Legislativo, segundo especialistas.

As informações desta reportagem foram compiladas a partir da estrutura de Dados Abertos da Câmara. Foram consideradas algumas centenas de votações nominais no Plenário da Casa, nas quais houve orientação do líder do governo, o deputado José Guimarães (PT-CE). Este tipo de levantamento é útil para proporcionar uma visão geral sobre o comportamento de bancadas, Estados e deputados individuais. É usado rotineiramente por consultores, lobistas, partidos e pelo próprio governo, mas possui a limitação de equiparar votações cruciais com outras menos importantes.

André Shalders/Estadão

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