Ex-conselheiro diz que Trump 'tentará sair' da OTAN se vencer eleições

 John Bolton garante que a aliança "estará em perigo", caso Donald Trump vença um segundo mandato

O ex-conselheiro de segurança nacional, John Bolton, alertou que os EUA podem vir a sair da OTAN caso Donald Trump vença as eleições presidenciais norte-americanas, em novembro.

"Penso que ele tentará sair", revelou Bolton que considerou que "a OTAN estará em perigo", caso Trump vença um segundo mandato. As declarações foram feitas ao jornalista da CNN Internacional Jim Sciutto, que reuniu testemunhos de vários ex-conselheiros do ex-presidente num livro intitulado 'The Return of Great Powers', lançado na segunda-feira.

John Kelly, que também serviu Donald Trump como do chefe do gabinete da Casa Branca, afirmou que o ex-presidente dos EUA "não via qualquer utilidade na OTAN". "Ele [Trump] pensava que Putin era um 'cara legal' e que Kim (Jong-un) era um 'legal' e que tínhamos empurrado a Coreia do Norte para um canto", recordou Kelly. "Para ele, era como se estivéssemos provocando estes homens. Se não tivéssemos a OTAN, Putin não estaria fazendo estas coisas", afirmou.

Vale lembrar que, esta semana, Donald Trump disse que , caso seja reeleito, irá encorajar a Rússia a "fazer o que quiser" em relação aos países devedores da OTAN. Os comentários foram criticados pela aliança transatlântica, com o secretário-geral, Jens Stoltenberg, considerando que "minam a segurança de todos".

"A OTAN continua pronta e capaz de defender todos os seus aliados. Qualquer ataque à OTAN será enfrentado com uma resposta unida e vigorosa", disse Stoltenberg, em comunicado.

Por sua vez, Joe Biden considerou que os comentários do adversário eram "angustiantes e perigosos". Para o democrata, os comentários de Trump significam "a sua vontade de abandonar os aliados da América que são membros da OTAN em caso de um ataque russo".

Donald Trump respondeu, esta terça-feira, às críticas e defendeu que tornou a Aliança Atlântica forte durante o seu mandato. "Tornei a OTAN forte e até os democratas de esquerda radical e os falsos republicanos admitem isso", apontou Donald Trump, através da sua rede, Truth Social.
por Notícias ao Minuto Brasil

Mundo EUA

Unlabelled

Congresso omite autores de repasses de emendas de comissão

No epicentro de uma crise entre o governo e o Congresso, as emendas de comissão têm sido utilizadas por deputados para direcionar recursos às suas bases eleitorais, em um mecanismo que obscurece os verdadeiros responsáveis pelas indicações dos repasses. O cruzamento de informações provenientes de congressistas, manifestações de prefeitos nas redes sociais e uma planilha do Congresso enviada ao Executivo, obtida pelo jornal “O Globo”, revela que, embora a autoria não seja oficialmente divulgada, os parlamentares costumam ser exaltados por canalizar recursos para suas regiões. Especialistas alertam que essa falta de transparência compromete o controle dos gastos públicos.

As emendas de comissão foram ampliadas em 2023, após o fim do orçamento secreto, que foi extinto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido à falta de transparência nas indicações. Esse aumento ocorreu durante as negociações da chamada “PEC da Transição”, que ampliou o Orçamento federal após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa modalidade, que não é de execução obrigatória, atingiu o montante de R$ 6,8 bilhões no ano passado.

Para 2024, o Orçamento aprovado pelo Congresso destinava R$ 16,6 bilhões para esse tipo de despesa. O presidente vetou R$ 5,6 bilhões, deixando R$ 11 bilhões disponíveis. Esse corte marcou o início do mais recente capítulo de tensão entre o Executivo e o Legislativo.

Motorista de aplicativo esfaqueia homem que batia em companheira durante viagem

 Agressor da mulher foi preso em flagrante por lesão corporal e injúria; condutor vai responder por porte de arma branca

Motorista de aplicativo usou faca para se defender – Foto: Divulgação/PMDF
Uma briga em um carro de aplicativo terminou em esfaqueamento e na prisão de um homem na tarde da última segunda-feira (12) no Distrito Federal. Segundo a Polícia Militar, o caso aconteceu por volta das 18h40, na 102 Sul. O motorista de aplicativo levava um casal em uma viagem quando notou o companheiro agredindo a mulher com socos, chutes e até uma mordida na mão dela, no banco de trás do veículo.

O condutor do veículo interveio para parar as agressões, mas passou a também ser agredido pelo homem, que o atingiu com socos. Para se defender, o motorista pegou uma faca que tinha guardado no carro.

A polícia foi acionada por populares e encaminhou os envolvidos para a Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher). O agressor, ferido pela facada, foi levado ao Hospital de Base para atendimento médico. Logo depois, ele foi levado à delegacia, onde ficou detido em flagrante pelos crimes de lesão corporal, injúria, vias de fato e resistência à prisão.

O motorista de aplicativo assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência e vai responder por porte de arma branca.

Jerônimo visita Manoel Vitorino nesta quarta (14) para auxiliar municípios atingidos pela estiagem

O governador Jerônimo Rodrigues acompanha, às 14h30 desta quarta-feira (14), na cidade de Manoel Vitorino, a caravana de apoio aos municípios atingidos pela estiagem.

Através da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), serão entregues sacas de milho e tanques-pipa, beneficiando os moradores de Manoel Vitorino, Boa Nova, Jequié, Caetanos, Mirante, Poções, Planalto, Nova Canaã, Barra do Choça e Bom Jesus da Serra.

Ainda durante a agenda, Jerônimo autoriza a SDR/CAR, junto ao Consórcio Intermunicipal do Sudoeste da Bahia (Cisudoeste), a dar início às obras de limpeza e requalificação de aguadas em municípios da região.

Política Livre

Lula chega ao Egito em meio às negociações de paz em Gaza

O presidente Lula desembarcou na manhã desta quarta-feira (14) no Cairo, capital do Egito
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou na manhã desta quarta-feira (14) no Cairo, capital do Egito, para o início de uma viagem de quase uma semana no continente africano.

A chegada ao Egito acontece em um momento de tensão na região, com a ameaça de Israel de ampliar suas operações militares em Rafah, no sul de Gaza.

A cidade onde o brasileiro permanecerá dois dias também está sendo palco de uma negociação de um cessar-fogo na região, que envolvem autoridades do Egito, do Hamas, de Israel, do Qatar e dos Estados Unidos.

O presidente chegou por volta de 9 horas (horário local) e seguiu para o Palácio Qubba, um dos prédios do governo egípcio destinado a hospedar líderes estrangeiros.

Lula não terá compromissos oficiais nesta quarta-feira. Deve aproveitar o tempo livre para visitar as pirâmides no Cairo e também o Novo Museu do Egito, que ainda não foi aberto ao público oficialmente. Na sua programação, os eventos aparecem apenas como “agenda particular”. Ele estará acompanhado da primeira-dama Janja

O presidente já previa tratar da guerra entre o grupo terrorista Hamas e Israel durante a sua viagem ao Egito. Esse será um dos tópicos da conversa fechada com o ditador egípcio Abdel Fattah al-Sisi, na manhã de quinta-feira (15). Os dois também assinarão atos.

“Durante a visita, deverão ser tratados os principais temas da agenda bilateral, nas áreas de comércio, investimentos, cooperação técnica, cooperação em educação e cooperação em defesa. Os dois presidentes deverão tratar, igualmente, de temas regionais e multilaterais, tais como mudança do clima, reforma das organizações internacionais e conflito Israel-Palestina”, informou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Na parte da tarde desse mesmo dia, o presidente vai visitar a sede da Liga Árabe, onde há a expectativa de que ele discurse numa sessão plenária extraordinária. Como a Folha mostrou, a tendência é de uma fala em favor de um cessar-fogo na região, a condenação das mortes de mulheres e crianças durante o conflito e a defesa de um Estado Palestino viável economicamente.

O presidente depois embarca para a Etiópia, onde vai participar da cúpula da União Africana e terá encontros bilaterais com presidentes do continente, às margens do evento.

Seus interlocutores afirmavam que inicialmente haveria todo um cuidado do presidente, durante as suas falas no Egito, para que não soasse como um discurso anti-Israel. No entanto, com a mudança no cenário nos últimos dias, pode haver uma condenação mais forte ao lado israelense.

Israel planeja expandir seu ataque terrestre para a cidade de Rafah, onde mais de 1 milhão de palestinos buscaram refúgio da ofensiva que devastou grande parte da Faixa de Gaza desde que integrantes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro.

Por outro lado, também na cidade do Cairo, autoridades dos países envolvidos na negociação de um cessar-fogo apontaram alguns avanços nas tratativas.

Autoridades dos Estados Unidos, Egito, Israel, Catar e do grupo Hamas se reuniram no Cairo nesta terça-feira (13), em mais uma tentativa de costurar um cessar-fogo em Gaza, à medida que crescem os apelos para que Israel se abstenha de um ataque planejado à cidade de Rafah, lotada com mais de um milhão de pessoas deslocadas pela guerra.

Segundo oficiais ouvis pelo jornal The Guardian, Israel e Hamas fizeram progresso em relação a um cessar-fogo, que incluiria também a liberação de reféns que estão na Faixa de Gaza. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, disse que os lados “estão avançando na direção certa”. Israel não comentou sobre as negociações.

A África do Sul, por sua vez, anunciou que pediu à CIJ (Corte Internacional de Justiça) para avaliar a decisão de Israel de ampliar suas operações militares em Rafah.

Renato Machado/Folhapress

Rui Costa ganha força após enfrentar críticas por crises do governo em 2024

Rui Costa ganhou força após ser escolhido pelo presidente Lula como o novo elo do governo com o presidente da Câmara, Arthur Lira
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, ganhou força após ser escolhido pelo presidente Lula (PT) como o novo elo do governo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas alguns reveses fizeram sua fama de “gerentão do governo” sofrer abalos neste início de 2024.

O gesto de Lula em indicá-lo como interlocutor de Lira ocorre em meio à elevação das críticas nos bastidores ao ministro que tem a atribuição de coordenar o trabalho de todas as pastas da Esplanada.

Três episódios contribuíram para o fogo amigo.

A crise desencadeada pela operação da Polícia Federal contra a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que está sob sua guarda, a dificuldade do governo para retirar invasores da Terra Indígena Yanomami e o anúncio do plano de alavancagem da indústria do país.

Embora a ação policial na agência de inteligência tenha mirado aliados do ex-presidente, investigadores dizem que a atual gestão do órgão tentou atrapalhar as apurações.

A operação levou Lula a demitir o diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, e deixou o presidente irritado pelo fato de o órgão ter como número 2 um homem que já chegou a ter cargo equivalente na Secretaria de Segurança do Distrito Federal na gestão de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro.

A demora na exoneração de Moretti é atribuída a ponderações do diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, em favor da permanência de seu braço-direito, em uma articulação apoiada por Costa.

A dificuldade do governo em resolver a situação na Terra Indígena Yanomami também arranhou a imagem do governo, já que Lula assumiu o tema como uma questão central de sua gestão e fez duras críticas à situação daquela população indígena, que sofria com a desnutrição, a malária, a invasão de garimpeiros, entre outros problemas.

O mandatário abraçou a causa e ampliou a atenção da sociedade para o caso. Essa movimentação reforçou os ataques contra Bolsonaro, acusado nas redes sociais de promover um genocídio do povo indígena.

Na ocasião, foi montada uma força-tarefa no Executivo para resolver a situação, sob coordenação da Casa Civil.

Um ano após a ida de Lula ao local, no entanto, a população tradicional segue enfrentando sérios problemas, e o garimpo ilegal persiste em atividade na região. O barulho feito pelo chefe do Executivo sobre o tema no começo do mandato, então, se voltou contra o próprio governo.

Já o lançamento de um pacote de medidas voltadas à indústria foi classificado como “atabalhoado” por integrantes do governo.

Na reunião que antecedeu o lançamento que ocorreria no mesmo dia, Lula reclamou que o projeto não continha pontos concretos e dava margem para as críticas de que se tratava de uma reedição de medidas antigas.

Também apontou falhas no documento, como problemas nos prazos para cumprimento das “metas aspiracionais” estabelecidas.

Além disso, o pacote de medidas também esquentou novamente a disputa que existe entre Rui Costa e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ambos mantinham boa relação até o início de 2023, mas, após o início do governo, se desentenderam em diversas ocasiões e passaram a estabelecer uma animosidade com críticas mútuas nos bastidores.

Logo após a apresentação do plano, batizado de Nova Indústria Brasil, o chefe da pasta econômica lamentou a falta de detalhamento da proposta.

Em reunião com líderes partidários da Câmara dos Deputados um dia após o anúncio, o ministro da Fazenda apontou para um painel que registra indicadores econômicos —como bolsa e dólar— para afirmar que sofrem oscilações toda vez que medidas de impacto são anunciadas sem o devido esclarecimento.

Aos parlamentares Haddad disse ainda que não tinha sido informado até um dia antes sobre o lançamento do pacote. Membros do governo, no entanto, lembram que o Ministério da Fazenda faz parte do conselho que discutiu o plano.

Sob reservas, integrantes do Palácio do Planalto afirmam que Rui Costa não é de fácil trato e, com frequência, se indispõe com outras pastas pela maneira e intensidade das cobranças por resultados nos programas do governo.

No entanto, ele ainda é visto como um gestor competente inclusive por desafetos.

Seus defensores argumentam que às vezes é necessário pulso firme para garantir o andamento da administração petista. Além disso, dizem que as críticas são naturais porque cabe a ele blindar o presidente sobre problemas da Esplanada e rejeitar ideias de outros ministérios.

Aliados também dizem que o ministro saiu para o feriado de Carnaval mais empoderado do que nunca após Lula delegar a ele a tarefa de dialogar com Arthur Lira.

Isso se dá nem tanto pelas qualidades do ministro, mas pela desavença entre Lira e o responsável pela articulação política do governo, Alexandre Padilha.

Na sessão de abertura do ano no Legislativo, Lira cumprimentou Padilha de maneira protocolar. O presidente da Câmara e Rui Costa, por sua vez, conversaram e tiveram momentos de descontração, com risadas —sem a participação de Padilha, que olhava para o plenário.

Na semana anterior, Costa havia feito uma visita a Lira, na residência oficial da presidência da Câmara.

Segundo integrantes do governo, a competência do chefe da Casa Civil será posta à prova também com a ameaça de eclosão da pandemia de dengue no país, uma vez que ações conjuntas de combate à doença dependem da coordenação do ministro, e a execução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Catia Seabra e Matheus Teixeira/Folhapress

Ipiaú registra segundo homicídio nesta terça-feira; homem foi morto dentro de casa no Santa Rita

Uma suposta disputa entre facções criminosas em Ipiaú pode ter causado mais uma vítima nesta terça-feira (13). Pouco mais de uma hora depois do homicídio nas proximidades da Rua Amâncio Félix, onde um jovem de 18 anos foi assassinado (ver aqui), indivíduo armado invadiu uma casa na Rua Tatiane Fernandes, no bairro Santa Rita, e atirou contra um homem identificado como Edson Jesus Aguiar, apelidado de ‘Neguinho’ e ‘Cheiroso’, ex-morador da Avenida Salvador.
A vítima foi morta na frente de uma criança de 02 anos de idade, filha de uma mulher que mora no imóvel. Edson ainda tentou fugir pelo quintal da casa, mas foi alcançado e executado pelo atirador. A criança não se feriu.  Conforme moradores informaram ao GIRO, a vítima morava há pouco tempo no imóvel.  A Polícia Militar isolou a áreas até a chegada do DPT que fará a perícia no local e encaminhará o corpo ao IML. Esse é o quarto homicídio registrado em Ipiaú este ano, dois deles apenas nesta terça-feira. (Giro Ipiaú)

Atentado a tiros deixa um morto e outro baleado na Amâncio Félix

Vítima tinha 18 anos (Foto: Giro Ipiaú)

A violência desencadeada desde a noite de segunda-feira, 12, em Ipiaú, quando um jovem de 23 anos foi baleado na perna, prossegue nesta terça-feira, 13. No período da manhã, moradores do Bairro Santa Rita, relataram disparos de arma de fogo, mas sem vítimas. Já no final da tarde, por volta das 17h30, novamente foi registrado um atentado a tiros e desta vez próximo a Rua Amâncio Félix, bairro Euclides Neto, resultando em um homem morto e outro baleado.

Foto: Giro Ipiaú

Conforme as informações apuradas no local pela reportagem do GIRO, um indivíduo a pé se aproximou de um jovem de 18 anos, identificado como Rian Santos. Foram ouvidos cerca de cinco disparos. Rian foi atingido e não resistiu, morrendo no local. A vítima residia na Rua do Honório e trabalhava numa adega no bairro.

Foto: Giro Ipiaú

Um homem de prenome Deivid, que estava sentado no passeio de uma casa nas proximidades foi vítima de uma bala perdida. O tiro teria atingido a região das costas. Ele recebeu os primeiros socorros de uma equipe do Samu e será encaminhado para o Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié.

Foto: Giro Ipiaú

A Polícia Militar isolou a área do local do crime acionou o DPT. A Polícia Civil investigará a autoria e motivação do crime. A suspeita que a violência registrada em Ipiaú desde a noite de segunda-feira esteja ligada a uma disputa entre facções criminosas. (Giro Ipiaú)

Bancada da bala critica desfile da Vai-Vai: 'Demonizou a polícia'

A agremiação foi a primeira a desfilar no sábado, no Anhembi, em São Paulo, com o enredo "Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano"
Deputados da Frente Parlamentar de Segurança Pública da Câmara, conhecida como bancada da bala, criticaram o desfile da escola de samba Vai-Vai por, segundo eles, "demonizar" a polícia. Procurada, a escola não havia se manifestado até a noite de ontem

A agremiação foi a primeira a desfilar no sábado, no Anhembi, em São Paulo, com o enredo "Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano". Uma das alas era composta por pessoas fantasiadas de policiais do Batalhão de Choque. Eles usavam chifres e asas vermelho-alaranjadas, fazendo alusão a demônios.

"A que ponto chegamos?", questionou o deputado Alberto Fraga (PL-DF), presidente da frente e primeiro-vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da Casa. "Lamentavelmente, vivemos uma sociedade na qual a polícia é desvalorizada e humilhada diariamente", afirmou o deputado Sargento Portugal (Podemos-RJ), para quem a escola protagonizou um "escárnio com esses heróis anônimos da sociedade", em referência aos policiais.

"Não há justificativa para fazer tamanha imbecilidade contra os policiais, categoria que rala diariamente, sob condições precárias, para proteger aqueles que eles nem conhecem", prosseguiu o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN).

Delegados

Além dos parlamentares da bancada da bala, também o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) reclamou do desfile, dizendo que a escola "tratou com escárnio a figura de agentes da lei".

"É de se lamentar que o carnaval seja utilizado para levar ao público mensagem carregada de total inversão de valores e que chega a humilhar os agentes da lei", diz a nota do sindicato.

por Estadão Conteúdo

Casos de Covid crescem 140% em São Paulo e especialistas temem explosão após Carnaval

A média móvel semanal saiu de 168 casos no dia 21 de janeiro para 404, no dia 4 de fevereiro, último dado disponível no painel da Secretaria Municipal da Saúde.

(FOLHAPRESS) - Análise inédita feita pela plataforma SP Covid-19 Infotracker, criada por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), mostra que a capital paulista registrou aumento de 140% de casos positivos de Covid em duas semanas.

Com o avanço, cresce a preocupação dos especialistas de que haja uma explosão de registros da doença no pós-Carnaval.

A média móvel semanal saiu de 168 casos no dia 21 de janeiro para 404, no dia 4 de fevereiro, último dado disponível no painel da Secretaria Municipal da Saúde.

Se considerados períodos anteriores, o salto é ainda maior. Em relação a 24 de dezembro de 2023, data em que foram registrados 91 casos, por exemplo, o aumento é de 344%.

Laboratórios e hospitais também registraram alta da taxa de testes positivos de Covid. Segundo a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), janeiro deste ano fechou com um índice de 26% de confirmação, o dobro do computado no mesmo mês de 2023 (13%).

No Hospital Albert Einstein (SP), a alta de testes positivos nas cinco primeiras semanas deste ano foi de 43% (707 contra 1.013) em relação ao mesmo período de 2023.

Segundo Wallace Casaca, coordenador da plataforma Infotracker, há um aumento consistente de casos desde o final do ano passado. Os dados disponíveis não indicam alta de internações ou mortes.

"A gente espera um pico de casos de Covid nas próximas semanas. Bem menor, bem menos grave do que vimos em anos anteriores, devido à vacinação, mas teremos um boom, sem dúvida."

A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas (SP), tem avaliação parecida. "Agora, no pós-Carnaval, vai ser uma explosão de casos, felizmente sem gravidade", diz.

Segundo Renato Kfouri, infectologista e vice-presidente da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), as aglomerações do Carnaval sempre provocam uma alta no número de casos quando já existe uma onda em curso.

"Se tem uma tendência de aumento, com a circulação aumentada do vírus, a proximidade entre as pessoas potencializa a transmissão e deve acelerar um pouco no pós-Carnaval."

Embora a Covid não seja mais uma emergência de saúde desde 2023, e, com a alta taxa de vacinação pacientes com a doença tem sintomas cada vez mais leves, parecidos com uma gripe ou sinusite, o Ministério da Saúde diz que o protocolo a ser seguido permanece o mesmo.

De acordo com a nota mais recente, medidas como isolamento, uso de máscaras e higienização sanitária seguem importantes, "principalmente para aquelas pessoas em maior risco para desenvolver doença grave, e para reduzir as chances do desenvolvimento de condições pós-Covid com cada nova infecção".

O último Boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado na quinta (8), mostra aumento no número de novos casos de Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) associados à Covid-19 em vários estados da região Norte, especialmente no Amazonas e no Tocantins, e no Mato Grosso (Centro-Oeste).

A análise é referente à semana epidemiológica 5, de 28 de janeiro a 3 de fevereiro, e tem como base os dados inseridos no Sivep-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe) até o dia 5 de fevereiro.

De acordo com a análise, apesar de haver um sinal de possível desaceleração do crescimento entre os idosos no Pará, isso não ocorre entre as crianças e os adultos jovens, faixas nas quais segue o aumento.

Segundo Marcelo Gomes, pesquisador da Fiocruz e coordenador do InfoGripe, a recomendação para as pessoas de grupos de risco (de idade avançada ou que tenham alguma imunossupressão, por exemplo) é não pular Carnaval.

"Fica em casa, curte os desfiles pela TV, escuta pelo rádio, para não correr o risco de acabar se expondo e eventualmente desenvolver um caso grave."

Para Wallace Casaca, o principal fator associado à alta de casos é a circulação de novas variantes do coronavírus.

De acordo com a plataforma de sequenciamento mantida pela Fiocruz, as subvariantes da Ômicron que estão levando a essa rápida escalada são as do grupo JD e a do grupo JN.

"Pela tendência, a JN.1 [descendente da variante Pirola, que é a BA.2.86), e subvariantes derivadas desse grupo têm ultrapassado as demais na corrida da transmissão", afirma Casaca.

A cepa é também a que mais está em circulação nos Estados Unidos. Detectada pela primeira vez no país em setembro do ano passado, a JN.1 foi responsável por 44% dos casos de Covid em meados de dezembro, muito acima dos cerca de 7% registrados no final de novembro, segundo o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), agência do governo americano.

Leia Também: Potes de água dos pets precisam ser higienizados para evitar dengue

Portal da Transparência vai mostrar para onde vai a Emenda Pix, mas não no que é gasta

O Portal da Transparência do governo federal vai passar a ter um ambiente específico para a Emenda Pix. Com a mudança, será possível saber qual parlamentar indicou o recurso e a prefeitura ou Estado beneficiado, mas não no que o dinheiro foi usado.

A natureza da Emenda Pix torna impossível essa transparência na ponta. Técnicos do governo colocaram esse tipo de transferência no alvo, apesar de o setor político não querer bater de frente com o Congresso.

Revelada pelo Estadão, a emenda Pix é um repasse sem transparência que dribla a fiscalização. O recurso cai diretamente no caixa das prefeituras e dos governos estaduais antes de qualquer licitação, obra ou compra de equipamento.

Como não há nenhuma vinculação com políticas públicas nem prestação de contas, a sociedade não sabe como foi gasta essa parcela bilionária do Orçamento.

Daniel Waterman/Estadão Conteúdo

Exército diz que medidas contra alvos da PF dependem da Justiça

Operação da PF investiga tentativa de golpe de Estado
O Exército informou que as providências contra alvos da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), serão tomadas “em conformidade com as decisões jurídicas”.

Deflagrada na quinta-feira (8), a operação investiga organização criminosa que, segundo a corporação, atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente Jair Bolsonaro no poder.

Dentre os alvos da operação estão diversos militares que integraram o governo de Bolsonaro.

“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que as investigações acerca do assunto estão a cargo de inquérito determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e conduzido pela Polícia Federal”, diz a nota.

“O Exército, enquanto Instituição que prima pela legalidade e pela harmonia entre os demais entes da República, vem colaborando com as autoridades policiais nas investigações conduzidas. As providências, quando necessárias, serão tomadas em conformidade com as decisões jurídicas acerca do assunto.”

Agência Brasil

Inmet: temperaturas altas e chuvas marcam terça de carnaval

Sede do Inmet
As altas temperaturas registradas ao longo dos últimos dias em todo o país não devem dar trégua nesta terça-feira (13) de carnaval. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o calor, somado à alta umidade do ar, deve provocar chuvas pontuais, mas intensas, acompanhadas de raios e rajadas de vento – sobretudo no período da tarde.

O meteorologista Olivio Bahia explicou que a faixa litorânea próxima ao Pará e ao Amapá, até o norte do Maranhão, pegando também o litoral do Piauí e o Ceará, deve registrar acumulados de chuva pontuais. No interior do Nordeste, entretanto, a chuva começa a diminuir. Chuvas pontuais devem ser registradas no Sudeste e no Sul do Brasil.

“As temperaturas não dão tréguas. Temperaturas bastante elevadas em todas as regiões do Brasil, com máximas podendo superar os 37 graus Celsius (°C) e até os 38 °C”, completou o meteorologista, em vídeo divulgado pelo Inmet nas redes sociais.

Paula Laboissière/Agência Brasil
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Ivete Sangalo chora e cogita despedida de bloco de Carnaval: ‘Não está me fazendo bem’

Em lágrimas, Ivete Sangalo fez um desabafo em cima do trio elétrico e disse que considera uma despedida do bloco de Carnaval do qual participa há anos no circuito Barra-Ondina, em Salvador. Após incidentes durante o bloco Coruja nesta segunda (12), ela se emocionou ao falar sobre os acontecimentos com os fãs.

“Isso está enchendo meu coração de angústia”, falou. “Será que hoje não é nossa despedida do Coruja? Será que a gente não tem que repensar isso?”

A fala de Ivete aconteceu depois de um tubo de gás carbônico explodir e deixar duas pessoas feridas em cima do trio da cantora. Em outro momento do desfile, a cantora precisou interromper o show para evitar que o trio, que estava inclinado, tombasse. Os convidados que estavam em cima do veículo foram orientados a ir para o outro lado, para contrabalançar o peso. 

Assista o vídeo aqui no X

“Eu não sou uma cantora que sobe no trio e que se f*da todo mundo. Eu não quero isso. Isso não está me fazendo bem”, desabafou Ivete. “Ontem, a gente saiu e foi tudo bem, porque não aconteceram coisas. Hoje, aconteceram coisas.”

Ela também lamentou problemas técnicos que aconteceram nos dias anteriores, incluindo um atraso de horas. “No primeiro dia do nosso Carnaval, atrasou. Manobra dali, manobra daqui. O cavalinho do nosso carro de apoio destravou. Se eu pudesse, eu descia carregava e travava. Mas eu não posso fazer isso. Tive que obedecer às regras do universo que fez com que o cavalinho soltasse”, explicou.

Gabriela Bonin/Folhapress


Ministros do STF veem possibilidade consistente de Bolsonaro ser preso

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) acredita que existem evidências sólidas que justificam a prisão de Jair Bolsonaro, especialmente após a divulgação de um vídeo de uma reunião ministerial em julho de 2022. A Polícia Federal descreveu momentos desse encontro, ressaltando a “dinâmica golpista” da cúpula do governo na época em relação ao processo eleitoral. A informação é da colunista Bela Megale, do jornal “O Globo”.
Contudo, atualmente, os juízes também consideram o aspecto político ao ponderar sobre a possibilidade de decretar a prisão. Alguns deles até mesmo cogitam a hipótese de o ex-presidente se tornar uma espécie de mártir nesse contexto

Tribunais somam 40 milhões de processos com erros de nome, RG, CPF ou endereço de autores e réus

Pelos tribunais brasileiros, quase 40 milhões de processos, ou cerca de 20% do total dos feitos que tramitaram nos últimos anos em todo o país, foram identificados com algum tipo de erro, o que aumenta a morosidade e dificulta a atuação de servidores do Poder Judiciário. São problemas como falta de documentação das partes (autor e réu), dados errados ou falsos, falta de informações e assunto jurídico cadastrado de maneira incorreta.

Desde 2020, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) compila junto aos tribunais o número de demandas com problemas, chamadas de ações com inconsistências. São processos que se iniciaram nas últimas décadas e que estiveram em tramitação nesse período de análise. A meta do CNJ é diminuir o maior número possível de causas com algum tipo de erro, mesmo com processos que estejam arquivados. Pelos números atuais, de um montante de 195.595.520 ações, 39.790.342 tiveram erros identificados até novembro de 2023.

Procurado, o CNJ apontou que o objetivo do painel é justamente auxiliar os tribunais na correção e na melhoria das informações processuais cadastradas. “Os tribunais focam mais na solução dos casos mais novos e em trâmite. É natural que haja uma parcela de processos mais difícil de ser corrigida”, argumenta o CNJ.

Entre tribunais estaduais, 146,7 milhões de processos foram analisados e, 32,1 milhões apresentaram erros. Em Alagoas, por exemplo, segundo dados do CNJ, de 1.650.475 de litígios, pouco mais de 515 mil apresentaram problemas, o que representa 31,2% das ações analisadas. É a unidade federativa com mais problemas em processos, em termos porcentuais. Em São Paulo, a porcentagem de processos com erros é de 24,3% (10.675.922 em universo de 43.972.482 ações analisadas).

Um juiz de São Paulo afirmou ao Estadão que magistrados têm ciência dos casos que acabam atrasando ainda mais o ritmo dos tribunais. “Advogados, muitas vezes, entram com cadastro cheio de erros e o cartório tem que acertar os erros. Cadastram errado o nome, o endereço, o assunto do processo. Dou exemplo: entraram com mandado de segurança e não colocaram classe de mandado de segurança, colocaram diferente. Então, vai o cartório arrumar, mas nem sempre o pente fino pega, porque falta servidor, muito processo para pouca gente”, disse. Os problemas também são encontrados na Justiça Federal (Tribunais Regionais 1, 2, 3, 4, 5 e 6). De acordo com os dados disponibilizados pelo CNJ, pouco mais de 5 milhões de ações apresentaram algum erro. Foram avaliadas 26,5 milhões de demandas.

Advogados pedem melhorias no sistema dos tribunais

Mestrando em direito pela Universidade de Marília (Unimar), o advogado Douglas Garcia explica que, muitas vezes, o cliente do advogado fornece dados de maneira verbal e há necessidade de o defensor conferir os dados com documento oficial. “O advogado quando vai ajuizar a ação, ele pede documento do cliente, que às vezes fornece número pelo WhatsApp ou e-mail. E o advogado já começa a elaborar a petição. Depois, quando o cliente envia o documento para anexar ao processo, há necessidade de conferir. Se não conferir, e lançou com base no que o cliente passou por WhatsApp, verbal ou e-mail, pode ocorrer essa divergência”, disse.

Garcia, que é especialista em processo civil e imobiliário, afirma também que os tribunais poderiam tentar vincular os dados com órgãos governamentais, o que evitaria informação de documentos falsos, por exemplo. “Seria interessante se o próprio sistema do tribunal fosse vinculado aos sistemas governamentais. A gente coloca o RG ou CPF do cliente, o sistema já vai buscar essas informações. E a gente não consegue saber se o RG do cliente ou da parte contrária é falso. O sistema poderia dar um suporte em relação a isso”, defende.

Advogado especialista em contencioso civil e tributário, José Arnaldo da Fonseca Filho afirma que, em alguns casos, os problemas ocorrem porque os advogados são induzidos ao erro. “Se estou peticionando pelo meu cliente contra uma outra pessoa, eu preciso desses dados. E muitas vezes os dados estão equivocados, proposital ou não, num documento, contrato. Então, somos induzidos ao erro. Com a tecnologia isso melhorou”, disse o advogado que atua no Distrito Federal.

Fonseca Filho também cobra um sistema único para petição de ações, o que evita a repetição de inclusão de dados em cada tribunal do País. “O Poder Público tem ferramentas e poderia investir mais, o próprio CNJ, com a unificação dos programas, integração mais eficaz com sistemas da Receita Federal, do Tribunal Regional Eleitoral, porque facilita cada vez mais. Eu entro com ação no TJ daqui de Brasília, é o sistema PJe. Em cada tribunal tenho que cadastrar partes. Em São Paulo é o E-Saj, no Rio, outro sistema. Se tudo fosse unificado seria mais fácil”, afirmou.

No Código de Processo Civil (CPC), o artigo 319 diz, em seu inciso segundo, que a petição inicial deverá indicar “os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu”. O parágrafo primeiro também permite que o autor da ação solicite ao juiz diligências para obter os dados do réu, por exemplo.

Já o artigo 321 é claro ao afirmar que, se o juiz verificar que a petição inicial não preenche os artigos anteriores, o advogado deve corrigir o documento em um prazo de 15 dias. “Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial”, diz o parágrafo único do artigo.

Heitor Mazzoco/Estadão Conteúdo

Na África, Lula e Wellington Dias vão tratar da criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

O presidente Lula viaja hoje à África
Em sua primeira viagem internacional de 2024, o presidente Lula, acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, utilizará a reunião da cúpula de países africanos para buscar apoio à sua proposta de estabelecer uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza no âmbito da ONU. A informação é do colunista Valdo Cruz, do G1.

A iniciativa, lançada por Lula durante uma reunião do G20, visa criar uma força-tarefa específica do G20 para implementar medidas emergenciais contra a fome e a pobreza global, com ênfase nos países africanos. Vale ressaltar que o Brasil está atualmente liderando o G20 até novembro.

Nesta terça-feira (13), Lula parte para uma visita ao Egito e à Etiópia. Na Etiópia, ele participará, como convidado, da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que reúne representantes das 55 nações africanas.

Lula bate o martelo e escala Rui Costa para reforçar articulação política no Congresso

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, será um dos articuladores no Congresso
Com o objetivo de aprimorar as relações políticas com o Congresso Nacional, especialmente com a Câmara dos Deputados, o presidente Lula decidiu escalar o ministro da Casa Civil, Rui Costa, como o novo articulador do Palácio do Planalto junto ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

De acordo com a CBN, o entendimento foi construído durante uma reunião entre o líder do Partido dos Trabalhadores e o presidente da Câmara na última sexta-feira (9), em Brasília.

No início do ano legislativo, na semana passada, Lira criticou o governo, destacando a falta de cumprimento de acordos e as dificuldades de diálogo com o Palácio do Planalto.

Política Livre

Gasto militar global dispara e atinge maior nível da história

Gasto militar global dispara e atinge maior nível da história
O gasto militar global disparou em 2023 e atingiu o maior patamar da história moderna, descontadas as duas guerras mundiais do século 20. No tenso ano passado, os países gastaram um pouco mais do que um PIB do Brasil em defesa.

A conta foi feita pelo IISS (sigla inglesa para Instituto Internacional de Estudos Estratégicos), de Londres, na divulgação nesta terça (13) de seu referencial anuário sobre o estado das Forças Armadas do planeta, o “Balanço Militar”.

O think-tank apurou um crescimento de 9% nos gastos com armas no ano passado, chegando a US$ 2,2 trilhões (R$ 10,9 trilhões hoje). Em termos nominais e relativos, é o maior valor dos 65 anos da série histórica da publicação que, como estudos semelhantes, nunca viu tanto dinheiro sendo desembolsado desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Os Estados Unidos seguem incontestes como o país mais poderoso da história moderna. Em 2023, empenharam 41% do gasto militar total do planeta, seguidos pela China (10%) e a Rússia (5%). Tudo o que os americanos despendem no setor equivale a pouco mais do que o gasto dos 14 outros países do ranking juntos.

A aliança militar comandada por Washington, a Otan, teve um aumento substancial de seus gastos, reflexo da Guerra da Ucrânia: 8,5% do bolo total, excetuando os EUA. Em termos reais, foi um aumento de quase 40% em seus gastos com defesa, o maior do mundo, o que desautoriza um pouco a crítica recente feita pelo ex-presidente americano Donald Trump sobre o apetite europeu de se defender.

Por outro lado, não é algo homogêneo: a Polônia transformou-se em um grande centro de investimento militar, prometendo gastar 4% de seu PIB com defesa, enquanto a rica Alemanha, alvo preferencial da ameaça de Trump de não cumprir a defesa mútua da aliança se voltar à Casa Branca, despende 1,57%.

Outro polo notável é a Índia, que ultrapassou o Reino Unido e assumiu o quarto lugar, com 3,3% da despesa global (US$ 73,6 bilhões).

No caso dos rivais dos EUA na Guerra Fria 2.0, o IISS ressalva que o gasto de Pequim e de Moscou é, aplicando critérios de Paridade de Poder de Compra que levam em conta custos de produção, bem maior. Os chineses aplicaram o equivalente a US$ 407 bilhões, não os US$ 219,5 bilhões nominais. Os russos, US$ 296 bilhões na prática, e não US$ 108,5 bilhões.

Os EUA também puxam a fila dos países no quesito crescimento dos gastos, sendo responsáveis em valores reais por 22,2% do total. Entre as outras grandes potências, a Rússia foi quem mais investiu, refletindo a militarização de sua economia de olho em um conflito prolongado contra a Ucrânia, invadida há quase dois anos. Foi um salto real de 18,6% em investimentos, que levou a um gasto em proporção do PIB de 4,8%.

“Hoje os russos gastam um terço do que têm para investir em defesa”, afirmou o diretor-geral do IISS, Bastian Giegerich. Como já fizera no ano passado, contudo, o instituto pintou um quadro de perdas militares enormes tanto para russos quanto para ucranianos.

Segundo estimativa do IISS, Putin perdeu 3.000 tanques na guerra e hoje tem uma frota ativa de 1.750 unidades. Antes do conflito, ela tinha 3.387 desses blindados prontos para agir, mas é preciso colocar em perspectiva que muitas das perdas diz respeito às quantidades maciças de equipamento antigo em estoque que foi posta em campo.

“Claramente eles colocaram quantidade acima da qualidade”, disse o analista de forças terrestres do IISS, Douglas Barry. Mas Giegerich afirma que, no ritmo atual, Moscou pode conseguir manter seu esforço de guerra neste campo por mais dois ou três anos baseado em estoques, e no meio-tempo o avanço de sua produção militar tende a compensar as perdas.

Para a Ucrânia, o cenário é o de dificuldades conhecidas. O IISS ressaltou os sucessos assimétricos de Kiev ao impedir a livre atuação da Frota do Mar Negro da Rússia com o uso de drones, e ataques com aviões-robôs em pontos distantes do território russo.

A guerra Israel-Hamas foi outro exemplo levantado pelos especialistas para enfatizar o peso da assimetria, destacando a brutal eficácia do ataque do grupo terrorista palestino de 7 de outubro passado e o risco dos ataques houthis no mar Vermelho. “Israel ainda não alcançou seus objetivos estratégicos”, disse Giegerich em videoconferência, em que destacou o papel do Irã como desestabilizador regional.

Os analistas apontaram para desenvolvimentos no Indo-Pacífico, como a aliança militar entre EUA, Austrália e Reino Unido, como novo fator para uma corrida armamentista. Em 2023, o aumento real de despesas na região asiática foi de 5%.

No ranking geral, o Brasil subiu de 15 para 14 no ranking de gasto militar do mundo. Os dados do IISS são compatíveis, embora algo diferentes daqueles aferidos em termos de execução orçamentária, e há a diferença mais importante: em 2023, 80% da despesa brasileira foi com pessoal ativo e inativo, enquanto isso não entra nas contas do padrão Otan, por exemplo.

Há, por óbvio, dificuldades metodológicas que o próprio instituto assume, como definir exatamente o gasto russo, pulverizado. Outros países estrategicamente importantes em suas regiões, como a Síria, a Coreia do Norte ou a Venezuela, não têm esses dados disponíveis.

Em termos de efetivos pelo mundo, o IISS apontou uma estabilidade em 2023 ante 2022, ainda que a Rússia e a Ucrânia tenham aumentado suas Forças Armadas —Moscou para 1,1 milhão de soldados, o quarto maior número do mundo atrás de China, Índia, EUA e Coreia do Norte, e Kiev, para 800 mil militares. Ao todo há 20,6 milhões de fardados no mundo, 367 mil deles no Brasil.

Igor Gielow/Folhapress

Catafolia: Prefeitura já ofertou mais de 11 mil refeições para catadores nas bases de apoio

Nestes quatro dias de festa, já foram servidos 2.268 cafés da manhã, 5.518 lanches, 3.245 almoços
A Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), já ofertou mais de 11 mil refeições para catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis nas bases de apoio montadas para eles nos principais circuitos, chamadas de Catafolia.

Instaladas nos dois principais circuitos, um em Ondina [Centro de Capacitação de Profissionais da Educação Wilson Lins] e outro no Dois de Julho [na Escola Municipal Permínio Leite], as bases possuem total estrutura, desde alimentação, sanitário químico, atendimento médico, entre outros serviços, em plena folia. Nestes quatro dias de festa, já foram servidos 2.268 cafés da manhã, 5.518 lanches, 3.245 almoços.

Nas duas unidades, os catadores recebem quatro refeições diárias: café da manhã, almoço e dois lanches intercalados. Para cada espaço, são disponibilizadas 400 vagas por dia. Cada catador também tem direito a uma camisa com identificação, boné, protetor auricular e luva.

Trata-se de uma iniciativa que vem sendo a cada ano aprimorada pela gestão municipal, frisa o secretário da Sempre, Júnior Magalhães. “Levando em consideração a condição socioeconômica que os catadores possuem e a importante função que desempenham na folia, de forma a desenvolver a valorização, enquanto uma categoria trabalha e muito nos dias da festa, estamos realizando o Catafolia. Nossa meta é ofertar um serviço que, de fato, proporcione apoio para essas pessoas, conferindo uma melhor condição de trabalho, e auxiliando no alcance de seus objetivos que é ter uma renda extra”, afirmou.

Frequentadora do espaço desde o início, Maria Jaciara assegura que o Catafolia ficou melhor a cada ano. “Só tenho que agradecer, estou falando por mim e por todo mundo. Aqui a gente é bem tratado. Tem o médico, tem os nossos alimentos. A gente só tem que agradecer e pedir para que esse apoio continue acontecendo”, concluiu.

Apocalipse: o que é e como interpretar este livro bíblico

A bíblia é considerada o livro mais lido do mundo e nela encontramos textos religiosos do antigo e novo testamento. Um dos livros mais falados é o do Apocalipse, no qual encontramos profecias sobre o fim do mundo.

Despertando a curiosidade ou o medo de muitos, os textos do Apocalipse ainda geram muitas dúvidas e especulações. Pessoas que seguem literalmente o que é colocado e outras que nem gostam de “tocar no assunto”.

Considerando tudo isso, trouxemos um blog para explicar o que é de fato o Apocalipse e como buscar formas para interpretá-lo por sua própria capacidade, ou seja, sem os achismos e equivocadas teorias de terceiros.

 O que é o Apocalipse

De forma direta, Apocalipse significa “revelação”, a qual foi dada por Deus ao apóstolo João sobre o fim dos tempos e a volta de Jesus. Consequentemente, esse termo acabou se tornando sinônimo de fim do mundo.

O livro traz revelações divinas sobre o presente e o futuro das igrejas e da humanidade, sobre os últimos tempos, o juízo final e talvez o mais esperado: traz revelações sobre a volta de Jesus e a eternidade no Céu.

O livro contém 21 capítulos que servem para alertar e encorajar os que creem em Deus. O Apocalipse é, sobretudo, um livro para trazer esperança em meio à dificuldade e sua leitura deve ser feita para entender e não apenas para se informar.

Ele nos desafia à interpretação, afinal, estamos falando de um livro escrito com um formato especial, um gênero literário específico e desconhecido nos nossos dias, cheio de símbolos e figuras.
Uma mensagem de esperança

A esperança é a segunda das três virtudes teologais, junto da fé e do amor. Ter esperança tem a ver com ansiar por dias melhores, é esperar pelos novos céus e terra, diferentes dos atuais, onde haverá vida eterna, alegria, entendimento, amor.

E é sobre isso que o livro de Apocalipse fala, da esperança cristã, do fortalecimento da fé, da vitória em meio a derrotas. Para mostrar isso, Deus usou símbolos, animais, imagens, que hoje geram interpretações equivocadas e o temor pelo assunto.

Diante destes fatos nós percebemos o quanto é importante a busca pelo entendimento do “desconhecido”, para que você tire suas próprias conclusões. Assim como outros livros da bíblia, também o Apocalipse serve para aprofundar a relação que existe entre esperança e consolo.

As palpitarias sobre o Apocalipse

Como citamos acima, por ser marcado fortemente pela simbologia e por, o livro de Apocalipse acaba gerando muitos tipos de interpretações, algumas delas são baseadas na mentira e na enganação.

A humanidade sempre teve medo do “fim do mundo” e muitos intérpretes abusam desse medo e acabam usando o texto bíblico do Apocalipse como fundamentação para teorias próprias também em benefício próprio. Além disso existe, popularmente falando, muita palpitaria sobre o Apocalipse. De 60 a 50 anos para cá esse problema se agravou ainda mais.

O sensacionalismo criado sobre um livro tão sério, até mesmo desmotiva as pessoas a irem atrás da verdade. Falsos profetas influenciam até mesmo a política e assim toda a vida em sociedade. A partir de uma interpretação equivocada do livro de Apocalipse, causam terror nas pessoas e distorcem o real sentido dos textos religiosos.

Motivos para buscar uma interpretação coerente

Considerando os pontos colocados aqui, podemos nos perguntar, “ por que me preocupar em interpretar de maneira correta e como buscar essas respostas? ”. Fique tranquilo, nós vamos te explicar!

O primeiro motivo que você deve levar em consideração para buscar uma interpretação coerente são as mentiras que te contaram sobre o livro do Apocalipse. Se surgiu aquela “pulguinha atrás da orelha”, é hora, sim, de estudar e aprofundar no assunto.

Outro ponto importante é a sua própria fé em Deus. É isso mesmo! O nosso desejo de renovar e/ou fortalecer nossa fé, já é motivo suficiente para adquirir conhecimento. A fé de forma nenhuma exclui a busca por conhecimento, embasamento. Buscando formação sobre o livro de Apocalipse você vai poder falar sem medo e com propriedade sobre o Apocalipse e, porque não, ensinar ao próximo a verdade.

Abaixo listamos outras razões para você buscar compreender melhor o livro de Apocalipse:

– Por ser revelação de Deus e sua vontade que conheçamos a mensagem do livro;

– Pois o livro, à sua maneira, trata a respeito de toda a cosmovisão cristã;

– Pois o livro trata da esperança cristã, por excelência, sobre a vitória garantida em meio e depois da tribulação.

Onde buscar conhecimento

Bom, agora que você já sabe o que é e porque estudar o livro de Apocalipse, é hora de buscar a melhor forma para se aprofundar no assunto.

Existem muitas maneiras possíveis de aprender. Existem também muitas ofertas de ensino. A questão é como ter, sobre um livro tão antigo e controverso, uma formação confiável. Nesse sentido, o conteúdo trazido por meio de faculdades de teologia a partir do que é pesquisado de forma séria e mundialmente no âmbito da Teologia Bíblica é uma ótima indicação.

Muitas faculdades possuem cursos totalmente focados no livro de Apocalipse e neles é possível aprender sobre a estrutura, o conteúdo, a mensagem, além de desenvolver o senso crítico e, claro, o fortalecimento da fé.

Normalmente esses cursos são indicados para:

– Lideranças de igrejas cristãs e pessoas interessadas na área;

– Presbíteros e presidentes de comunidades cristãs;

– Pastores, missionários, diáconos, terapeutas pastorais e catequistas;

– Colaboradores do ministério com crianças, adolescentes e jovens;

– Líderes do ministério com casais e famílias;

– Dirigentes de estudos bíblicos ou de PGs – Pequenos Grupos;

– Pessoas que colaboram com o anúncio da palavra de Deus nas igrejas;
Apocalipse: o fechamento da bíblia com chave de ouro

A Bíblia Sagrada é composta por muitos livros e cada um tem sua forma, traz sua contribuição para um discurso coerente sobre o plano de Deus. Os textos de Apocalipse não seriam diferentes.

O livro de Apocalipse faz parte de uma tradição maior, específica e por isso deve ser entendido dentro dessa tradição bíblica mais ampla e não de forma isolada, O Apocalipse é a fonte para a conclusão da teologia bíblica iniciada a partir de Gênesis.

Reforçando a mensagem de que esse livro não trata apenas do fim dos tempos, dos novos céus e da nova terra como esperança máxima dos cristãos, mas da motivação para a perseverança, da alegria em meio ao sofrimento por causa da certeza do domínio de Deus, como Senhor da história, concluímos que o livro de Apocalipse fecha com chave de ouro a Bíblia Sagrada e deve ser estudado com zelo e dedicação. 

Aprenda a interpretar o livro de Apocalipse

A FLT preparou para você um curso completo de interpretação do Apocalipse. Nele você terá oportunidade de entender este livro fascinante capítulo a capítulo, além de conhecer as diversas interpretações e correntes de pensamento sobre o fim dos tempo.

por Franklin Wiese

Combate às milícias precisa ter investigação de policiais e políticos

Estudiosos dizem que grupos são protegidos por agentes do Estado
Nos últimos meses, notícias envolvendo confrontos armados entre milícias e assassinatos cometidos por integrantes desses grupos criminosos ganharam o noticiário nacional. Em um dos casos, em outubro de 2023, três médicos foram assassinados em um quiosque na Praia da Barra da Tijuca. Segundo a polícia, um deles possivelmente foi confundido com uma liderança de um grupo rival.

Em janeiro deste ano, um atentado em outro quiosque da região vitimou um suspeito de participar de uma milícia da zona oeste da cidade.

O conflito pelo controle da principal milícia da zona oeste da cidade do Rio Janeiro começou depois da morte de Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, em 2021, e se acentuou depois da prisão de Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, irmão e sucessor de Ecko, em dezembro de 2023.

A disputa por territórios tem gerado confrontos armados em comunidades controladas por milicianos, o que provoca não apenas mortes de rivais como também ameaça a segurança de moradores dessas áreas.

Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil, um efetivo combate às milícias demanda a desarticulação dos esquemas de proteção que contam com a participação de agentes do Estado e políticos.

A prisão e morte de lideranças operacionais desses grupos criminosos, como Ecko e Zinho, não resolve a situação e apenas cria vácuos de poder que fomentam conflitos armados pela disputa do controle territorial, avaliam os especialistas.

“As milícias são indissociáveis de alguns grupos policiais, que oferecem proteção para a atuação das milícias. As milícias possuem uma relação com o Estado muito mais próxima do que o tráfico. Então, uma ação de repressão estratégica às milícias precisa justamente atacar essas conexões com o poder público”, defende a pesquisadora Carolina Grillo, do Grupo de Estudos de Novas Ilegalidades (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF).

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Michel Misse diz que não adianta apenas “combater o varejo da atividade criminosa”.

“Diferente do tráfico, as milícias sempre tiveram capital político. Sempre tiveram vereadores e deputados vinculados à milícia, alguns inclusive que se tornaram notáveis na República. Esse tipo de ligação com a política é uma forma de proteção. É preciso atacar as estruturas superiores que permitem a manutenção desse sistema. Não adianta ficar no varejo. O varejo é substituível rapidamente. Você tem milhares de operadores doidos para entrar nesse negócio”, explica.

Segundo o pesquisador da Universidade Federal Rural Fluminense (UFRRJ) José Cláudio Souza Alves, sem haver uma mudança na forma de operar das estruturas de segurança pública e no jogo político em que elas estão inseridas, a eliminação de um líder significa a abertura de um “edital” para que outra pessoa ou várias assumam o posto.

“Vão permanecer nessa estrutura aqueles que oferecem mais para essa estrutura. Ela está montada. Ela quer grana e quer voto que, no fundo, acabam se somando nos períodos eleitorais. Grana e voto são o que decidem essa continuidade de estrutura de poder aqui no Rio de Janeiro. Então, quando você opera em cima de morte de pessoa de liderança, principalmente você tá abrindo um edital para ver quem é que continua”, afirma Alves.

ORIGEM

A relação das milícias com a polícia e os políticos é histórica, segundo o professor da UFRRJ José Cláudio. Segundo ele, as milícias surgem como uma evolução dos grupos de extermínio policiais, que aparecem na década de 60 na Baixada Fluminense.

“Há dimensões em comum entre os grupos de extermínio e as milícias. A base do surgimento de ambos grupos são servidores públicos de segurança. Esses grupos são especialistas em provocar dano e sofrimento à vida alheia, porque são treinados dentro da estrutura de segurança pública. Outro ponto que conecta os dois grupos é o fato de eles elegerem os seus representantes. Então eles têm trajetórias políticas bem sucedidas”, disse Alves, ressaltando que a milícia passa a explorar uma gama muito maior de atividades criminosas do que seus predecessores.

Essa parceria com agentes do Estado e a política permite a rápida expansão das milícias, de acordo com Carolina Grillo, principalmente na década de 90, mas que se manteve em anos mais recentes. Um estudo publicado em 2021 pelo Geni/UFF mostrou que esses grupos criminosos já dominavam 58,6% de todos os territórios controlados por facções criminosas na cidade do Rio.

O mesmo estudo mostrou que as operações policiais em áreas de milícia representavam apenas 6,5% do total, enquanto as outras 93,5% ações ocorreram em comunidades dominadas por facções especializadas no tráfico de drogas ou em regiões em disputa.

“Você vai ter uma percepção por parte do poder público que é um pouco leniente. Teve uma série de autoridades que chegaram a se manifestar publicamente considerando que elas [milícias] fossem um mal menor em relação ao tráfico. As milícias se expandem principalmente porque elas contam com a condescendência do Estado, inclusive com a participação de agentes públicos, elas não foram sujeitas à repressão no seu período inicial”, diz Carolina.

Ela explica que hoje ainda há mais leniência com a milícia do que com o tráfico de drogas, mas já é possível perceber algumas ações mais contundentes contra esses grupos criminosos, inclusive com a participação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Por meio de nota, a Polícia Civil fluminense informou que tem atuação constante de combate às milícias e que prendeu ou matou, em confronto, várias lideranças criminosas, entre eles Ecko e Zinho.

“Os agentes também fecharam diversos estabelecimentos ilegais, como centrais clandestinas de internet e TV a cabo; depósitos de gás; farmácias; fábricas de bebidas, entre outros. Centenas de armas e milhares de munições também foram apreendidas com os milicianos. A Polícia Civil ressalta que as ações causaram prejuízo de mais de R$ 2,5 bilhões para as organizações criminosas”, informa a Polícia Civil em nota.

Agência Brasil

O que se sabe sobre a minuta do golpe central em investigação da PF contra Bolsonaro

Polícia Federal afirma que ex-presidente pediu alterações no documento que buscaria evitar a posse de Lula
As investigações da Polícia Federal sugerem que pessoas do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram elaborar uma fundamentação jurídica para legitimar o golpe de Estado que pretendiam executar após a derrota nas eleições presidenciais de 2022.

Veja o que se sabe sobre as minutas do golpe.

O que foram as minutas do golpe?

As minutas foram textos de decretos produzidos pelo entorno de Jair Bolsonaro após a derrota nas eleições de 2022, com o objetivo de tentar elaborar uma fundamentação jurídica para a realização de novas eleições —o que seria, na prática, um golpe de Estado.

Quem esteve envolvido na elaboração das minutas?

Na decisão de busca e apreensão contra Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, citou um “núcleo jurídico” que seria responsável pelo “assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado”.

Desse núcleo, segundo o ministro, faziam parte o ex-assessor Filipe Martins, o ex-ministro Anderson Torres, o advogado Amauri Saad, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Algum documento do tipo chegou a Bolsonaro?

As investigações da Polícia Federal, com base no acordo de colaboração premiada de Mauro Cid, indicam que em novembro de 2022 Bolsonaro recebeu uma minuta de golpe das mãos do ex-assessor Filipe Martins e do advogado Amauri Saad.

Qual era o conteúdo desta minuta?

O documento detalhava supostas interferências do Poder Judiciário no Executivo e decretava a prisão de diversas autoridades, como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O decreto também previa a realização de novas eleições.

O que fez Bolsonaro em seguida?

Ainda segundo as investigações, Bolsonaro teria solicitado que Martins fizesse algumas alterações na minuta —o ex-presidente teria decidido manter a realização de novas eleições e a prisão de Moraes, suspendendo as demais. Alguns dias depois, Martins teria retornado ao Palácio da Alvorada, acompanhado por Saad, com o documento alterado.

Ao longo de novembro e dezembro, os registros de acesso do palácio mostram que o ex-assessor esteve ali em diversos dias, quase sempre por muitas horas, segundo decisão de Moraes.

“Seu contato com o então presidente no período foi frequente e relevante para a execução de atos que visavam o golpe de Estado”, escreveu o ministro.

O que teria acontecido depois da edição da minuta?

Bolsonaro, de acordo com as investigações, teria concordado com as alterações e convocado uma reunião com os comandantes das Forças Armadas para apresentar o documento e pressioná-los a aderir ao golpe.

No dia 7 de dezembro de 2022, ele teria se reunido com os generais Almir Garnier (Marinha) e Freire Gomes (Exército), o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o ex-assessor Filipe Martins, o advogado Amauri Saad e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Mensagens encaminhadas por Cid a Freire Gomes sinalizam, segundo a PF, que Bolsonaro estava ajustando o decreto e buscando o respaldo do general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, então chefe do Comando de Operações Terrestres –o que demonstraria que a tentativa de golpe estava em andamento.

Theophilo, que esteve no Palácio do Planalto no dia 9 de dezembro de 2022, teria concordado em executar as medidas para o golpe, segundo mensagens trocadas entre Cid e o coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto. A única condição seria que o próprio Bolsonaro assinasse o decreto.

Enquanto isso, de acordo com a Polícia Federal, um núcleo formado pelo general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, pelo coronel do Exército Marcelo Câmara e por Cid monitorava diversas autoridades —entre elas, o ministro Alexandre de Moraes. O objetivo seria assegurar o cumprimento da ordem de prisão contra ele prevista na minuta, caso o golpe fosse colocado em prática.

Onde versões físicas das minutas foram encontradas?

Como revelou a Folha, uma minuta foi encontrada no dia 10 de janeiro de 2023, em operação de busca e apreensão contra o ex-ministro Anderson Torres. O documento de três páginas, feito em computador, foi encontrado em um armário na residência de Torres. Ele previa a instauração de estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a reversão do resultado eleitoral.

Na operação deflagrada pela PF na última quinta-feira (8), os agentes encontraram uma minuta na sala de Bolsonaro na sede do PL em Brasília. O documento previa declaração de estado de sítio e decretação de uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) após a derrota nas eleições.

O que diz o ex-presidente

A defesa de Bolsonaro negou seu envolvimento com a minuta golpista encontrada no PL. Seus advogados afirmam que foram eles os responsáveis por enviar ao ex-presidente duas minutas encontradas no celular do coronel Mauro Cid após a sua prisão, em maio de 2023. Segundo a defesa, Bolsonaro queria ficar a par da investigação e do conteúdo das minutas.

“O ex-presidente jamais participou ou mesmo conhecia tais ‘minutas golpistas’, delas tendo tomado conhecimento da existência só e somente por conta da apreensão do Ten Cel Art Mauro Cid, e a partir do acesso que lhe foi legalmente oportunizado por seu advogado constituído na investigação”, diz petição protocolada na investigação.

Os advogados também afirmam que Bolsonaro não costuma ler textos no celular, em função de problemas na vista, e por isso pediu para sua assessoria imprimir o documento.

Folhapress

Mudança: Hilton diz que Geraldo Jr. e Bruno Reis têm mesmo ‘padrinho’ e Kleber é o candidato das esquerdas

Hilton Coelho, deputado estadual do PSOL
O deputado estadual Hilton Coelho, único representante do PSOL na Assembleia Legislativa, afirmou hoje não ter dúvidas de que o candidato do partido à Prefeitura de Salvador, Kleber Rosa, vai bombar de votos na sucessão municipal.

Ao chegar para a Mudança do Garcia, Hilton afirmou também que a esquerda não tem como votar num candidato que tem o mesmo padrinho político do prefeito Bruno Reis (União Brasil), referindo-se ao candidato do governo à Prefeitura, Geraldo Jr. (MDB).

O padrinho a que mencionou seria o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), líder do grupo político de Bruno. “Quem é de esquerda, pensar em votar e em fazer campanha para Gerlado Jr.? Vamo lembrar, né, quem é Geraldo Jr., quem é seu padrinho (político)”, ironizou.

Ele também cobriu seu candidato de elogios, citando características suas que se contrapõem às de Geraldo Jr.: “A força do compromisso e conteúdo de Kleber já foi testada. As pessoas já viram o quanto ele é sincero, comprometido e sabe do que fala”, declarou, em referência às críticas quanto à superficilidade do emedebista.

Política Livre
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Preço médio do etanol vai a R$ 3,55 por litro nos postos, indica ANP

Os preços médios do etanol hidratado subiram em 20 Estados e no Distrito Federal na semana passada, caíram em 4 e ficaram estáveis somente no Ceará. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O preço médio do etanol subiu 4,11% – de R$ 3,41 por litro, na semana anterior, para R$ 3,55. Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com maior número de postos pesquisados, o preço médio teve alta de 4,02%, de R$ 3,23 para R$ 3,36.

Segundo a ANP, a maior queda na semana, de 2,68%, ocorreu em Rondônia – de R$ 4,85 a R$ 4,72.

Por Redação, O Estado de S. Paulo

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