Zambelli protocola pedido de impeachment de Lula por fala sobre Holocausto

Deputada federal Carla Zambelli (PL-SP)
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), protocolou na noite desta quinta-feira (22), um pedido de impeachment contra o presidente Lula (PT) por ele ter comparado as mortes na Faixa de Gaza ao Holocausto.

A informação foi confirmada pela Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados. Segundo Zambelli, o pedido reúne assinaturas de 140 deputados federais —inclusive de membros de partidos que são da base aliada do petista no Congresso Nacional. Ela diz que outros cinco parlamentares também indicaram que querem assinar o documento.

A secretaria-geral está, agora, conferindo as assinaturas de cada um dos parlamentares.

Apesar de a crise ter dado munição à oposição e ter mobilizado aliados de Bolsonaro em torno do pedido de impeachment, líderes de bancadas no Congresso Nacional afirmam ser zero a chance de a ofensiva prosperar.

A abertura do processo depende do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Lira não tem prazo para analisar esses pedidos, que podem ficar em sua gaveta por tempo indeterminado. Em caso de arquivamento da solicitação, pode haver recurso ao plenário.

“Minha meta a princípio era cerca de 80 assinaturas, chegamos a 140. Quem sabe agora chegamos em 1/3 da Casa? A população está pedindo para seus deputados, isso é muito positivo”, diz Zambelli à Folha.

Para os deputados, a declaração polêmica de Lula foi crime de responsabilidade. A fala foi, segundo eles, “ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”.

Na terça-feira (20), um grupo de parlamentares do PL e da oposição ao governo concedeu uma entrevista coletiva à imprensa. Nela, Zambelli disse que o pedido “não é ideológico”, mas que Lula cometeu crime de responsabilidade e que o Congresso tem “a responsabilidade de responder à altura”.

Segundo a assessoria de imprensa da Câmara dos Deputados, há registros de 19 pedidos de impeachment contra Lula em seu terceiro mandato. Jair Bolsonaro (PL) teve 158 pedidos ao longo dos quatro anos em que esteve na Presidência.

Victoria Azevedo, Folhapress

Lira diz que Lula e PT estarão ao seu lado na sucessão para presidência da Câmara

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) e o presidente Lula (PT)
O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), disse nesta sexta-feira (23) no Rio de Janeiro que o presidente Lula (PT) deve apoiar o seu candidato para a sucessão na presidência da Câmara, em eleição marcada para fevereiro de 2025. Lira não poderá disputar a reeleição de novo.

“O presidente Lula tem o direito de fazer o sucessor dele, como eu tenho a minha pretensão, ouvindo a todos os líderes partidários e amigos na Câmara a fazer nosso sucessor”, disse Lira.

“O presidente Lula sabe e disse que estará junto desse projeto de acompanhar para que eu tenha o direito de fazer o meu sucessor, e o PT não penso que pensará diferente, porque não tem motivos, todo os compromissos estão sendo honrados”, disse Lira em evento nesta sexta (23) na FGV do Rio de Janeiro.

Apesar de nas conversas com aliados Lira não ter indicado quem será o seu candidato, há uma avaliação de que dois nomes estão mais fortes na disputa pelo seu apoio: o líder da União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP). Segundo relatos, Lira tem afirmado a eles que apoiará quem se viabilizar na disputa.

Há ainda dois líderes que correm por fora como possíveis alternativas. O do PSD, Antonio Brito (BA), e o do MDB, Isnaldo Bulhões Jr. (AL). Ambos têm cortejado o governo federal.

De acordo com interlocutores, Elmar e Pereira firmaram um acordo. Quando a eleição estiver mais perto, apenas um seguirá na corrida, no caso, o que tiver conseguido mais endosso entre os colegas.

Lula recebeu na noite desta quinta-feira (22), no Palácio da Alvorada, Lira e líderes partidários. O encontro ocorre em meio a queixas dos parlamentares sobre a articulação política do Executivo.

Também participaram ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil).

Desde o fim do ano passado, a cúpula da Câmara tem se queixado da articulação do governo, do que consideram uma baixa execução orçamentária do Executivo e, principalmente, da atuação de Padilha, a quem acusam de não cumprir acordos —especialmente sobre as verbas do Ministério da Saúde apadrinhadas pelos parlamentares.

Segundo relatos dos participantes, o presidente sinalizou que quer aproximar o diálogo com os parlamentares e que encontros como esses deverão ser mais frequentes. Ele afirmou que tem a compreensão de que é preciso que Executivo e Parlamento andem em harmonia e sintonia.

Italo Nogueira, Folhapress

FICCO/Ilhéus e Guarda Portuária apreendem 47 kg de cocaína

Ilhéus/BA. Em operação conjunta, Polícia Federal, Guarda Portuária e FICCO/Ilheus, apreenderam 47 kg de cocaína, em um Navio Cruzeiro que atracou no Porto de Ilhéus/BA, nesta quinta-feira (22/2).
O entorpecente estava sendo levado para o interior do navio em pequenas quantidades. Uma pessoa foi presa em fragrante quando estava entrando na embarcação transportando 4kg da droga. Posteriormente, mais de 40kg foram localizados em malas em uma das cabines do Cruzeiro.

O Cruzeiro atracou em Ilhéus, partindo de Salvador/BA, com rota para Rio de Janeiro/RJ e Santos/SP.

O flagrante foi realizado na Polícia Federal, que segue com as investigações para identificar os demais integrantes da Organização Criminosa.

Qualquer informação relacionada a crimes de tráfico de drogas ou outros crimes investigados pela Polícia Federal de Ilhéus/BA podem ser denunciados pelo WhatsApp 71.9258-0158 ou pelo e-mail gab.ils.ba@pf.gov.br, sendo que a Polícia Federal preserva a identidade do(a) denunciante. 

Comunicação Social da PF na Bahia/ Bahia cs.srba@pf.gov.br | www.pf.gov.br

(71) 3319-6002 (WhatsApp)

Brasil ainda tem 49 milhões sem esgoto adequado e 4,8 milhões sem água encanada

 

O Brasil ainda tem o equivalente a 49 milhões de habitantes sem atendimento adequado de esgotamento sanitário e 4,8 milhões de pessoas sem água encanada, apesar do crescimento desses serviços nas últimas décadas.

É o que apontam novos dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira (23) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No caso do esgotamento sanitário, 62,5% da população vivia em domicílios conectados à rede de coleta em 2022. Outros 13,2% estavam em endereços que usavam fossa séptica ou fossa-filtro como solução individual.

De acordo com o IBGE, as duas categorias são consideradas adequadas pelo Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico).

Assim, a população atendida por rede de esgoto ou fossa séptica chegou a 75,7%, na soma, em 2022 –o equivalente a 153,1 milhões de pessoas. O percentual subiu em relação aos recenseamentos anteriores –era de 64,5% em 2010 e de 59,2% em 2000.

Apesar da alta, o país ainda registrou, em 2022, o equivalente a 24,3% da população em domicílios com opções de esgotamento sanitário “mais precárias”, incluindo fossa rudimentar ou buraco, vala, rio, lago, córrego ou mar, diz o IBGE.

Essa porcentagem equivale ao número –citado no início deste texto– de 49 milhões de pessoas sem atendimento adequado de esgoto, conforme os critérios da pesquisa.

De 2010 a 2022, a proporção de moradores com soluções consideradas adequadas de esgotamento (rede e fossa séptica) cresceu nas cinco grandes regiões brasileiras, mas as desigualdades permaneceram, disse Bruno Perez, analista do IBGE.

No Norte, essa proporção foi de apenas 46,4%, a menor do país e abaixo do dado nacional (75,7%). Em outras palavras, menos da metade da população local convivia com opções consideradas adequadas de esgotamento sanitário. O Sudeste, por sua vez, registrou o maior percentual do país nesse quesito: 90,7%.

Outro indicador apurado pelo IBGE é o de água encanada. Segundo o instituto, o percentual de brasileiros vivendo em domicílios com canalização interna subiu de 89,3% em 2010 para 95,1% em 2022, o equivalente a 192,3 milhões de pessoas.

Nesse caso, a água chegava até as residências diretamente por meio de equipamentos como torneiras, chuveiros e vasos sanitários.

Outra parcela, de 2,5% (5 milhões), também tinha água canalizada, mas só no terreno dos domicílios. A situação que sinaliza ainda mais dificuldades era a da fatia de 2,4% –ou 4,8 milhões– que não tinha água canalizada. Ou seja, o líquido precisava ser transportado em veículos, baldes, galões ou outros recipientes para uso dos moradores.

Ao marcar 2,4%, essa parcela diminuiu ante o Censo 2010, quando era de 6,8%. Ainda assim, há diferenças regionais.

No Norte, 6,5% dos moradores não tinham água encanada em 2022, o maior percentual do país, ao passo que, no Sul, a parcela era de 0,2%, a menor das regiões.

Em relação à água, o Censo também traz informações sobre a forma de abastecimento. De acordo com o IBGE, quatro são consideradas adequadas no Plansab, embora “expressem níveis diferentes de qualidade e segurança”.

São os casos da rede geral de distribuição, do poço profundo ou artesiano, do poço raso, freático ou cacimba e da fonte, nascente ou mina. Na soma, as quatro formas eram responsáveis pelo atendimento de 96,9% da população em 2022.

Considerando somente a rede geral, essa opção era a principal para 82,9% dos brasileiros. Em 2010, 81,5% consideravam a estrutura como a “melhor forma”.

No Norte, pouco mais da metade dos moradores (55,7%) tinha acesso à rede geral como principal mecanismo de abastecimento de água em 2022. O Sudeste, por outro lado, registrava o maior percentual do país (91%).

IMPACTOS NA SAÚDE
A dificuldade de acesso aos serviços de água e esgoto é um problema crônico que afeta parte da população brasileira, principalmente as camadas mais pobres.

Em uma tentativa de atrair investimentos privados para o setor, o marco do saneamento básico, sancionado em 2020 pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), estabeleceu metas para a universalização dos serviços de água e esgoto.

Segundo Jean Rodrigo Tafarel, coordenador do curso de medicina da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), regiões sem saneamento adequado podem virar focos de doenças transmitidas a partir da água contaminada ou de vetores como ratos, baratas e moscas, que são atraídos pelo esgoto a céu aberto.

O quadro acaba pressionando ainda mais o sistema de saúde, afirma o médico gastroenterologista. “A população que vive nessas áreas adoece mais, e as crianças têm um prejuízo tanto na nutrição quanto no desenvolvimento infantil”, diz.

“O impacto socioeconômico vai além da saúde pública, acaba respingando até no aproveitamento das crianças na escola.”

FALTAM BANHEIROS PARA PARTE DOS BRASILEIROS
De acordo com o IBGE, a proporção de brasileiros vivendo em domicílios com ao menos um banheiro de uso exclusivo foi de 97,8% (197,5 milhões) em 2022, acima dos 92,3% do Censo 2010.

Uma parcela de 1,2% (ou 2,3 milhões) recorria a outra estrutura sanitária ou até buraco para dejeções. Pelos critérios da pesquisa, estão nessa situação os domicílios que não possuem banheiros (cômodos com vaso sanitário e banho) e que usam instalações sanitárias mais simples.

Segundo o IBGE, 0,6% da população (1,2 milhão) não tinha banheiro nem outra forma de sanitário. A parcela restante, de 0,5% (1 milhão), contava apenas com banheiro de uso comum a mais de um domicílio.

No recorte das regiões, a maior proporção de moradores com banheiro de uso exclusivo foi registrada no Sudeste (99,8%), e a menor, no Norte (90,5%).

COLETA DE LIXO AINDA NÃO ALCANÇA 100%
O Censo 2022 ainda apontou que 90,9% da população (183,7 milhões) vivia em domicílios com coleta de lixo, acima do percentual de 2010 (85,8%).

A parcela restante, que somava 9,1% (18,4 milhões), recorria a diferentes ações de descarte. Isso abrange queimar o lixo na propriedade (7,9%), jogá-lo em terreno baldio, encosta ou área pública (0,6%), enterrar os resíduos na propriedade (0,3%) e outros destinos (0,3%).

O Sudeste registrou a maior parcela de moradores com coleta de lixo (96,9%), e o Norte (78,5%), a menor.

APARTAMENTOS GANHAM ESPAÇO
O tipo de domicílio também foi investigado pelo Censo. Nesse indicador, o destaque está associado ao avanço dos apartamentos.

A proporção de brasileiros nesse tipo de imóvel havia subido de 7,6% em 2000 para 8,5% em 2010, até alcançar 12,5% em 2022, o equivalente a 25,3 milhões de pessoas.

Os apartamentos, contudo, ainda seguem distantes das casas, que abrigavam 84,8% dos habitantes em 2022 (171,3 milhões de pessoas). Incluindo na conta as casas de vilas ou em condomínios (2,4%), elas chegavam a 87,2% da população.

Conforme o IBGE, Balneário Camboriú (SC), São Caetano do Sul (SP) e Santos (SP) são os únicos municípios com predomínio de moradores em apartamentos.

Na divulgação desta sexta, o IBGE calculou os dados a partir da população em domicílios particulares permanentemente ocupados. Isso exclui, por exemplo, domicílios coletivos.

Os domicílios particulares permanentemente ocupados abrigavam, em 2022, 99,5% do total de brasileiros –ou 202,1 milhões do contingente de 203,1 milhões.

Como esse recorte é considerado amplo, o IBGE usa o termo “população” como sinônimo para se referir aos moradores de domicílios particulares permanentes.

Leonardo Vieceli , Cristiano Martins , Diana Yukari , Gustavo Queirolo , Clayton Castelani e Lucas Lacerda/Folhapress

Braga Netto e Marcelo Câmara têm salários suspensos no PL por Valdemar Costa Neto

Valdemar da Costa Neto, presidente do PL
O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, suspendeu os salários pagos pela sigla ao ex-ministro Walter Braga Netto e ao ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Marcelo Costa Câmara. Eles foram alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para apurar suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Braga Netto, Marcelo Câmara, Valdemar e Bolsonaro foram convocados, ao lado de outros investigados, para prestar depoimento nesta quinta-feira, 22, na sede da PF, em Brasília. Dos quatro, apenas o dirigente partidário respondeu às perguntas dos investigadores, os outros ficaram em silêncio.

Valdemar suspendeu os pagamentos desde que foi proibido de se comunicar com os outros investigados no inquérito sobre a tentativa de golpe, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A informação foi obtida pelo G1 e confirmada pelo Estadão.

A prestação de contas do PL em 2023 mostra que Braga Netto ganhava um salário de R$ 28 mil da legenda. O general foi ministro da Defesa e da Casa Civil de Bolsonaro, além de companheiro de chapa do então presidente na campanha à reeleição em 2022.

Já Marcelo Câmara, um dos aliados mais próximos ao ex-presidente, que integrou a equipe de ajudância de ordens da Presidência, recebia R$ 18 mil por mês.

No ano passado, a legenda pagou três parcelas de R$ 24 mil e outras nove de R$ 28 mil de salário a Braga Netto, com a rubrica especificada por “serviços técnico-profissionais”. Além disso, também houve uma despesa de R$ 23 mil relativa a aluguel, cujo beneficiário foi o ex-ministro. No total, Braga Netto recebeu R$ 386.183,55 do PL em 2023.

Aliados de Bolsonaro prestaram depoimento à PF
Vinte e cinco investigados na Operação Tempus Veritatis foram convocados para prestar esclarecimentos à PF nesta semana, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A maior parte das oitivas foi realizada em Brasília, na sede da corporação.

Em postura que já havia sido antecipada pela defesa, Bolsonaro se valeu do chamado “direito ao silêncio” durante a oitiva. A defesa do ex-mandatário alega não ter obtido acesso aos autos do inquérito. Também não responderam às perguntas dos investigadores o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, Braga Netto e Marcelo Câmara.

Já Valdemar Costa Neto, que teve a prisão preventiva decretada na Tempus Veritatis, respondeu aos questionamentos da PF. O depoimento do dirigente partidário durou cerca de quatro horas.

Alvo de um mandado de busca e apreensão na operação, Valdemar foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Além disso, foi encontrada uma pepita de ouro não registrada na casa do dirigente partidário, configurando suspeita de “usurpação mineral”, crime inafiançável.

Dois dias depois da audiência de custódia, a liberdade provisória do presidente do PL foi concedida por recomendação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Valdemar segue no comando da legenda.

Juliano Galisi/Estadão Conteúdo

Dengue na Bahia: 38 cidades decretam epidemia da doença

Ação de combate à Dengue em Piripá
A Bahia registrou, de 1º de janeiro a 17 de fevereiro de 2024, 8.674 casos de dengue, um incremento de 21,7% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Segundo informações da secretaria estadual da Saúde, são três óbitos confirmados, sendo dois residentes de Jacaraci e um de Piripá.

Atualmente, 38 municípios se encontram em epidemia. São eles: Anagé, Barra do Choça, Barra do Mendes, Barro Alto, Belo Campo, Bonito, Brejões, Canarana, Caturama, Condeúba, Encruzilhada, Feira da Mata, Ibiassucê, Ibicoara, Ibipitanga, Ibitiara, Igaporã, Ipiaú, Iramaia, Irecê, Iuiú, Jaborandi, Jacaraci, Lajedão, Macaúbas, Manoel Vitorino, Matina, Morro do Chapéu, Mortugaba, Mucugê, Novo Horizonte, Piripá, Presidente Jânio Quadros, Quixabeira, Serrolândia, Tanque Novo, Uruçuca e Vitória da Conquista.

Outras 19 localidades são consideradas “áreas de alerta”.

Política Livre

Marcelo Werner comenta sobre fuga de liderança do tráfico no Carnaval

 

A fuga de um suspeito de liderar o tráfico de drogas no bairro de Pirajá, em Salvador, durante o Carnaval, logo após ser preso, foi comentada pelo secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner. Para ele, “é necessário esclarecer os fatos, determinar culpa, dolo ou não dolo, ouvir toda a equipe policial e preservar a integridade destes durante a operação, buscar testemunhas, câmeras e realizar perícias”.

“Quando o fato ocorreu, declaramos que não descansaríamos até capturar o fugitivo, e assim foi feito; as equipes continuaram atuando sem interrupção”, disse, em entrevista à Rádio Metropole, nessa quinta-feira (22).

Entenda

Jeferson Santos Conceição, mais conhecido como Gel Burro, foi identificado pelo sistema de reconhecimento facial e preso no circuito Barra-Ondina, em cumprimento de um mandado de prisão por homicídio. No mesmo dia, porém, ele conseguiu escapar, mas foi novamente preso no dia 15 de fevereiro.

Política Livre

Filho de Lula leva ao pai e ministros temas que vão de rodovia a casas de aposta

Luis Claudio Lula da Silva, filho do presidente Lula
O filho caçula do presidente Lula (PT), Luis Claudio Lula da Silva, 39, costuma levar ao pai assuntos que dizem respeito a seu cotidiano desde que passou a viver na Amazônia para atuar como dirigente de futebol.

Como mostrou a Folha, Luís Cláudio se aliou a um empresário sul-coreano que atua na Zona Franca de Manaus e a um prefeito da União Brasil para erguer o clube de futebol Parintins, que disputa o Campeonato Amazonense e tenta vaga na Série D do Brasileiro.

Luís Cláudio, por exemplo, levou ao pai uma defesa pela pavimentação da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho. Nos próximos meses, o filho de Lula pretende percorrer a rodovia, filmar as condições da estrada e mostrar os vídeos ao chefe do Executivo.

“A BR-319 é imprescindível para a região. Na seca do ano passado, houve um isolamento grande”, disse à Folha o filho de Lula, reverberando o discurso de políticos e empresários que fazem lobby pela rodovia.

Esse lobby ganhou força a partir da seca extrema em 2023, ano em que houve recordes de baixa dos rios, com impacto direto na navegação, a principal forma de transporte no Amazonas.

Desde que assumiu a direção de futebol do RPE Parintins, Luis Claudio se divide entre Amazonas e São Paulo.

“Eu conheço 80% dos ministros de antes [da eleição]. Tenho intimidade com [Fernando] Haddad [ministro da Fazenda], com [Alexandre] Padilha [ministro das Relações Institucionais], de tomar café”, diz o caçula de Lula.

Um dos assuntos já tratados, segundo ele, é sobre casas de apostas no futebol, com a existência de um mercado ilegal e paralelo que vem prejudicando o esporte, segundo Luis Claudio. “Converso abertamente com Haddad sobre isso. Regulamentação e cobrança por investigação devem existir, pois há brechas para corrupção com as apostas.”

A discussão sobre a BR-319 passa principalmente pelo chamado trecho do meio, entre os quilômetros 250 e 655,7 –uma extensão de 405,7 quilômetros.

Em julho de 2022, três meses antes da derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Lula, o então presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Eduardo Bim, emitiu licença prévia para pavimentação do trecho. Bim estava no cargo por indicação do hoje deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ministro do Meio Ambiente sob Bolsonaro.

Documentos do processo de licenciamento ambiental mostram que a obra pode provocar mais grilagem de terras públicas no curso da rodovia, ampliar o desmatamento ilegal e impulsionar a exploração criminosa de madeira.

Uma vistoria feita pelo Ibama em setembro passado constatou o avanço de devastação, queimadas e ocupação de terras públicas ao longo da BR-319, com o arco de desmatamento rumo às porções central e norte do Amazonas, duas das mais preservadas da amazônia. Além disso, há 225 áreas degradadas na rodovia, antes mesmo de intervenções para pavimentação.

Manaus e região viveram ondas sucessivas de fumaça na seca extrema de 2023, em razão do desmatamento e das queimadas. Mesmo assim, políticos e empresários usaram a seca como pretexto para ampliar o lobby pela pavimentação da rodovia. O governo Lula criou um grupo para tentar acelerar o processo de licenciamento.

“Meu pai fica cercado por ministros, nem sempre ele sabe a realidade”, diz Luis Claudio. “Eu converso com ele sobre as dificuldades logísticas aqui, sobre o isolamento.”

Segundo o filho de Lula, a seca levou a escassez de alimentos e de itens como cimento em Rio Preto da Eva (AM), cidade onde está sediado o RPE Parintins, a 85 km de Manaus.

“A BR-319 é a única conexão com o restante do país. É uma obra difícil, mas tem de sair”, afirma Luis Claudio. “Meu pai quer saber mais, quer ouvir.”

Sobre o mercado de apostas no futebol, cujo funcionamento foi autorizado por uma lei de 2018, o diretor do RPE Parintins diz que existem três ou quatro “casas grandes de confiança” e que há uma infinidade de apostas clandestinas, com grupos virtuais, bicheiros e outros operadores, levando a manipulação de resultados.

“Como não tem como inibir, tem de regulamentar”, afirma Luis Claudio, que diz que toparia patrocínio de casa de apostas ao time que dirige. O governo Lula espera incrementar receita com a regulamentação do setor.

O dirigente faz críticas mais genéricas ao futebol brasileiro: está sucateado, parte devido à maneira de atuação da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). “Meu pai precisa olhar para o futebol com mais carinho.”

As conversas que mantém com integrantes do governo do pai não podem ser compreendidas como tráfico de influência, afirma Luis Claudio. “Seria se eu levasse alguma vantagem. Nunca vão ver o Luis Claudio pedir um favor.”

Ele diz ser mais recebido no mundo do futebol por ser filho de Lula, e que isso já foi o inverso, com portas fechadas no auge das ofensivas da Operação Lava Jato. O ressentimento persiste, em razão da morte da mãe, Marisa Letícia, em 2017, atribuída por ele ao que teria sido uma perseguição contra a família.

“Ser filho [de Lula] abre as portas, é claro. Mas já fechou também. O que eu preciso ter é um produto decente para entregar”, afirma o diretor do RPE Parintins, que já trabalhou como auxiliar em times como Palmeiras, São Paulo e Corinthians, além de ter estruturado uma liga de futebol americano no Brasil.

Vinicius Sassine/Folhapress

Governo atualiza número de municípios afetados pelas chuvas e monitora ocorrências nas rodovias baianas

O Governo do Estado segue mobilizado no apoio aos municípios atingidos pelas fortes chuvas em diversas regiões da Bahia. Com base em informações recebidas das Prefeituras, a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) atualizou, na tarde desta quinta-feira (22), os números referentes à população atingida pelas enchentes que ocorrem em municípios baianos. Até a situação presente, são 297 desabrigados e 2.034 desalojados em decorrência dos efeitos diretos do desastre. Até o momento, foram contabilizados seis óbitos.

Os números correspondem às ocorrências registradas em 64 municípios afetados. É importante destacar que, desse total, 37 estão com decreto de Situação de Emergência (SE), são eles: Anagé, Barra, Cansanção, Cícero Dantas, Contendas do Sincorá, Cotegipe, Cravolândia, Dário Meira, Ibicuí, Iguaí, Ilhéus, Itaju do Colônia, Lagoa Real, Medeiros Neto, Milagres, Monte Santo, Muquém do São Francisco, Mutuípe, Nova Canaã, Quijingue, São Miguel das Matas, Saubara, Ubaíra, Wanderley, Maiquinique, Nordestina, Valença, Itororó, Pedro Alexandre, Santa Luzia, Angical, Paulo Afonso, Apuarema, Boa Vista do Tupim, Feira de Santana, Caetité e Itamari.

Vale salientar que as informações estão sendo atualizadas constantemente, uma vez que as equipes das Coordenações Municipais de Proteção e Defesa Civil (Compdecs) e das secretarias municipais estão fazendo os levantamentos técnicos dos danos e prejuízos causados pelas altas precipitações.

Monitoramento nas rodovias

Desde o final do mês de janeiro, quando as chuvas se intensificaram em algumas cidades do interior, a Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra) vem realizando o monitoramento das ocorrências nas rodovias baianas. Até o momento, foram registradas 36 situações entre pontos de atenção, rodovias interditadas total e parcialmente. Dessas 36 ocorrências registradas, 14 foram solucionadas.

Estradas com tráfego interditado:
BA-130 - trecho Ibicuí - distrito de Itaiá (Firmino Alves)

Após avaliação da equipe técnica da Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), no trecho da BA-130, entre Ibicuí e o distrito de Itaiá, foi realizada a interdição total da via, liberando apenas o tráfego de veículos leves, a exemplo de ambulâncias, viaturas e carros de passeio. Na tarde desta quarta-feira (21), parte da pista cedeu após o rompimento do aterro em decorrência das fortes chuvas. Equipes do Batalhão de Polícia Rodoviário e de manutenção da Seinfra realizaram a sinalização do trecho para a segurança dos motoristas que trafegam pela região. A implantação do desvio já está em andamento e tem previsão de conclusão até domingo (25).

BA 513 - Maragogipe - São Roque do Paraguaçu

O trecho já estava parcialmente interditado em decorrência das chuvas do início de fevereiro e com o desvio ativo. No entanto, o volume de água voltou a aumentar com as chuvas do sábado (17/02) e provocou a erosão do aterro, no ponto que estava interditado. Com a redução do nível da água, a Seinfra fez a inspeção técnica no local e verificou que o desvio tem condições de trafegabilidade. Os serviços de manutenção no ponto afetado estão programados, aguardando a melhoria das condições climáticas.

Pontilhão em Angical

Um dos encontros do pontilhão na estrada vicinal do município de Angical cedeu após rompimento da Barragem de Ouriçangas na madrugada desta segunda-feira (19) durante as fortes chuvas. O consórcio responsável pela manutenção da rodovia já foi acionado pela equipe técnica da Seinfra e já está transportando os equipamentos a fim de iniciar os serviços para implantação de desvio e liberação da passagem de veículos, que está interrompida.

BA-381 - Quijingue - Cansanção

Com as chuvas os encontros dos bueiros romperam na chuva do final de janeiro e o tráfego segue interditado na rodovia. Os serviços de recomposição do aterro no encontro dos bueiros foram iniciados nesta segunda-feira (19). 

Estradas com tráfego meia pista:

BA-144 - trecho BR242 – Lençóis

A cabeceira da ponte sobre o Rio São José, em Lençóis, ficou com erosões após as fortes chuvas desta terça-feira (21). A equipe de manutenção está se deslocando para o trecho para realizar serviços emergenciais. O trecho está sinalizado e o tráfego em meia pista.

Ponte na BA-647, entre Palmeirinha e Aiquara

Uma erosão foi registrada em uma das cabeceiras da ponte sobre o Rio de Contas, entre Palmeirinha e Aiquara, na BA-647, por conta das chuvas na região no último domingo (18). A empresa responsável pela manutenção da rodovia já está realizando os serviços de manutenção para solucionar o problema. A passagem de veículos está em meia pista.

BA-130 - Ponto do Astério - Ibicuí - Nova Canaã - Iguaí – Poções

Um bueiro cedeu em decorrência das fortes chuvas na noite do dia 08/02 e parte da rodovia foi comprometida. O trecho em Ponto do Astério está sinalizado e com o apoio do Batalhão da Polícia Rodoviária. O tráfego segue liberado em meia pista, e com suporte de um desvio existente. A empresa de manutenção da UOP de Itapetinga está com os serviços de recuperação da rodovia em andamento.

Secom  - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Reoneração seguirá em vigor na MP para ajudar governo a reduzir bloqueio no Orçamento

Mesmo com a disposição do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em negociar um meio-termo para a reoneração da folha de pagamento de empresas e prefeituras, a MP (medida provisória) com essas ações deve continuar em vigor para ajudar a reduzir o tamanho do contingenciamento no relatório bimestral que será divulgado em 22 de março.

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou em entrevista à GloboNews que o Executivo vai enviar um projeto de lei em regime de urgência para conduzir as negociações e chegou a dizer que a parte referente à desoneração da folha “vai ser tratada exclusivamente no PL, vai ser suprimida da MP”.

A declaração gerou no Congresso Nacional, nas empresas beneficiadas e em parte do próprio governo a expectativa de envio de uma nova MP revogando o trecho que prevê a reoneração da folha a partir de 1º de abril. A frustração tende a gerar ruído com os parlamentares.

Integrantes da equipe econômica ouvidos reservadamente pela Folha afirmam que uma MP revogadora comprometeria os cálculos para a avaliação bimestral do Orçamento, gerando um risco ampliado de contingenciamento de despesas por causa da frustração na arrecadação.

Embora a própria MP diga que a reoneração só vale a partir de 1º de abril, o texto publicado tem força de lei e permite ao governo incorporar, desde já, os ganhos fiscais da iniciativa.

O principal deles é não precisar reconhecer perdas de R$ 12 bilhões com a desoneração da folha das empresas e de R$ 4 bilhões com o corte das alíquotas dos municípios.

Revogar agora o trecho da MP, portanto, significaria retomar as desonerações aprovadas pelo Congresso e absorver o impacto integral nas estimativas do Orçamento.

Por isso, integrantes do governo consideram crucial que a reoneração seja mantida no texto da MP pelo menos até 22 de março, sem prejuízo da condução das discussões de mérito no âmbito do projeto de lei. Desde sua edição, a medida é considerada a “âncora fiscal” do primeiro relatório.

Uma autoridade afirma sob reserva que “não pode ter um vácuo”, sob pena de afetar os cálculos do primeiro relatório bimestral.

Segundo técnicos, o próprio projeto de lei tratará da revogação do trecho da MP que prevê a reoneração a partir de 1º de abril. Nesse formato, porém, a medida só teria validade legal após a aprovação e sanção do texto —que, no cenário ideal, se desenrolaria nessa janela entre 22 de março e 1º de abril.

A Folha procurou o Ministério da Fazenda para obter esclarecimentos do que Haddad quis dizer com a expressão “suprimida da MP” e se isso significava uma nova medida para revogar o trecho.

Na primeira resposta, a assessoria de imprensa encaminhou o áudio da declaração do ministro à GloboNews. Após a insistência da reportagem para saber se haverá uma MP revogadora, não houve resposta do ministério.

O ministro Rui Costa (Casa Civil) disse à Folha que o governo está dialogando com o Congresso sobre o tema e citou apenas o projeto de lei como solução para o impasse.

“O ministro Haddad teve uma reunião ontem [quarta, 21] sobre a MP 1.202, que vai ser desdobrada em projeto de lei”, afirmou após a posse de Flávio Dino como ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

A estratégia do governo é evitar o impacto da desoneração agora e “trabalhar com mais calma” na segunda revisão do Orçamento, que ocorrerá em maio de 2024.

Até lá, o Executivo espera ter uma “visão mais realista” das receitas e despesas. A data é para quando o mercado espera a flexibilização da meta de déficit zero, cujo cumprimento exigiria um contingenciamento bilionário —e indesejado pela ala política do governo.

Mas a manutenção da reoneração na MP, ainda que o governo tenha sinalizado abertura para as negociações, deve gerar desgaste com os parlamentares.

Autor do projeto que prorroga a desoneração, o senador Efraim Filho (União Brasil-PB), líder do partido na Casa, disse que o governo “tem de revogar o trecho da MP de toda forma”, independentemente do envio do projeto.

“A decisão política já foi tomada. Ao governo falta apenas formalizar a nova MP”, disse Efraim Filho. “O governo já admitiu que não recupera a desoneração, especialmente em 2024”, afirmou.

Empresários dos setores alcançados pela desoneração também tinham a expectativa de revogação do trecho da MP e devem intensificar as conversas com o Legislativo na tentativa de restabelecer o benefício.

A desoneração da folha foi criada em 2011, no governo Dilma Rousseff (PT), e prorrogada sucessivas vezes. A medida permite o pagamento de alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários para a Previdência.

A desoneração vale para 17 setores da economia. Entre eles está o de comunicação, no qual se insere o Grupo Folha, empresa que edita a Folha.

Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, entre outros.

A prorrogação do benefício até o fim de 2027 foi aprovada pelo Congresso no ano passado, mas o texto foi integralmente vetado por Lula. Em dezembro, o Legislativo decidiu derrubar o veto presidencial, restabelecendo o benefício setorial.

Em reação, o ministro da Fazenda enviou uma MP ao Congresso, propondo a reoneração gradual da folha de pagamentos e a consequente revogação da lei promulgada após a derrubada do veto.

Idiana Tomazelli, Adriana Fernandes e Julia Chaib/Folhapress

Bolsonaristas falam em ‘guerra civil’ e se preparam para ato com pacto de não-agressão

Manifestação Bolsonarista na Avenida Paulista
Ao mesmo tempo em que convocações para o ato deste domingo (25) em São Paulo repetem o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para que não haja cartazes ou alvos específicos na manifestação, mensagens de tom violento e teorias da conspiração seguem sendo compartilhadas em grupos públicos bolsonaristas, ainda que sem citar o protesto.

O levantamento feito pela empresa de tecnologia Palver buscou capturar o que estava sendo dito após a operação da Polícia Federal de 8 de fevereiro que mirou Bolsonaro e aliados acerca de trama golpista engendrada em sua gestão. Além disso, analisou também como reverberou a convocação do ex-presidente, feita no dia 12, para ato na avenida Paulista.

Mensagens citando Bolsonaro e falando em “guerra civil” ou “revolução” teve certo aumento após a ordem de apreensão de passaporte contra o ex-presidente. Este tipo de conteúdo mais inflamado, porém, não cita a manifestação de 25 de fevereiro e já vinha aparecendo anteriormente nos grupos.

Uma mensagem diz, por exemplo, que “estão inventando uma prisão a qualquer custo para Bolsonaro” e fala que “vai ter guerra civil”. O texto, que é longo, diz ainda que “ninguém sairá de dentro do Congresso até que todos sejam presos” e que “ninguém nos deterá”. Ao final, demanda “providências contra esses abusos de autoridades do STF” e diz que “isso não vai continuar assim”.

“Guerra civil à vista”, diz outro conteúdo compartilhado, acompanhado de uma teoria da conspiração: “PT mandou o TSE cassar os mandatos e tornar inelegíveis todos os deputados do PL. É imprescindível fazer este vídeo chegar a cada brasileiro”.

Um outro caso traz o rosto de Bolsonaro junto do aviso: “Estamos atentos, não encostem nele!”. Na sequência, diz que se o ex-presidente for preso todos devem sair às ruas. “Vamos parar o país. Revolução civil em todo o Brasil. Encostem no Bolsonaro e é isso que terão”, diz o conteúdo.

Um outro vídeo traz áudios supostamente de pessoas ligadas ao Exército falando também em guerra civil e junto dos termos de que o Brasil estaria em alerta e de que faltariam poucos dias.

Todos estes exemplos estavam marcados como encaminhados com frequência no WhatsApp, segundo a Palver. Essas mensagens não citam o ato do dia 25 de fevereiro, mas seguem sendo encaminhadas nos grupos.

Há ainda outras mensagens dizendo que houve fraude em 2022, além de textos aventando novas teorias da conspiração das instituições contra Bolsonaro e incutindo ainda a ideia de que as Forças Armadas podem vir a agir nestes casos.

Os novos indícios, que vieram à tona com a recente decisão do ministro Alexandre de Moraes (STF), não são destaque nas conversas tampouco alteraram a narrativa de que Bolsonaro estaria sendo perseguido.

As minutas de golpe, por exemplo, foram pouco mencionadas, o que ficou restrito a poucas ocorrências de um vídeo do advogado de Bolsonaro justificando o documento encontrado na sede do PL e a um texto de Ives Gandra dizendo que um dos arquivos encontrados no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente, era de 2017.

Nos segmentos bolsonaristas, a principal crítica segue sendo a órgãos de Justiça, como o Supremo e ao atual governo.

O vídeo divulgado por Bolsonaro convocando para um ato na avenida Paulista, por sua vez, repercutiu positivamente nos grupos de WhatsApp, segundo a Palver.

No gráfico, aparecem algumas ocorrências pontuais anteriores ao dia 12, isso se deve ao fato de a busca capturar termos gerais —além disso, foram consideradas apenas mensagens em português.

Ao analisar a quantidade de mensagens destacando a fala do ex-presidente para que não houvesse cartazes ou para que o ato fosse pacífico e se evitasse xingamento a opositores, as menções são menos relevantes.

No vídeo, Bolsonaro pediu a apoiadores que não levem faixas e cartazes contra ninguém e fala em ato de apoio ao que chama de “Estado democrático de Direito”. “Nesse evento eu quero me defender de todas as acusações que têm sido imputadas à minha pessoa nos últimos meses”, afirmou.

Os textos em geral recomendam que as pessoas vistam verde e amarelo, há também recomendação para que levem seus familiares e fazer lives e fotos. “A nação brasileira precisa colocar a cara do lado de fora e deixar claro que já não tolera mais nenhuma espécie de ditadura.”

Há também mensagens sobre ônibus partindo para a capital paulista, como uma que diz que o ônibus sairá do Leme no Rio de Janeiro no domingo de manhã por R$ 200 —adicionando que não será permitida a entrada com faixas e cartazes bem como com objetos como facas e armas.

Segundo Maria Cruz, analista da Palver, será preciso avaliar o quanto as convocações encaminhadas nos grupos resultarão em aderência aos atos, considerando o fato do chamamento do Bolsonaro.

Ela ressalta que em mobilizações mais recentes a aderência teria sido abaixo do que os grupos esperavam, resultando em discussões sobre possíveis falhas.

Uma mensagem que foi bastante encaminhada divulga uma concentração em Manaus no domingo. O perfil do movimento conservador da cidade porém já divulgou que o ato foi cancelado, dado a instrução de Bolsonaro para que tudo fosse centralizado em São Paulo.

Nos grupos aparecem ainda fake news como a de que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o presidente argentino, Javier Milei compareceriam aos atos.

O PT, partidos do campo governista e movimentos ligados ao presidente Lula decidiram preparar um manifesto em reação ao ato —o grupo quer denunciar o golpismo do ex-presidente e reiterar o apoio à democracia.

Renata Galf/Folhapress

Fux será o próximo a deixar o STF; veja quando os demais ministros vão se aposentar

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal)
Depois de Rosa Weber deixar uma das cadeiras do Supremo Tribunal Federal (STF) e ser substituída por Flávio Dino nesta quinta-feira, 22, Luiz Fux será o próximo ministro aposentado compulsoriamente na Corte. Isto porque 75 anos é a idade máxima para permanência no STF – a regra, inclusive, vale para toda magistratura do País.

Atualmente, Fux é o ministro mais velho do Supremo. Ele tem 70 anos e fará 75 em abril de 2028.

Na composição atual do STF, a próxima a se aposentar compulsoriamente depois de Fux será a ministra Cármen Lúcia, que sairá do Supremo em abril de 2029.

O ministro mais novo do STF, em idade, é Cristiano Zanin, com 48 anos. Ele assumiu o cargo no ano passado, sendo o primeiro a ser indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro mandato. Com aposentadoria compulsória, o ministro garante quase 27 anos de permanência na Corte.

Pela idade, os próximos ministros a se aposentarem serão:

  • Luiz Fux, com 70 anos, em abril de 2028
  • Cármen Lúcia, com 69 anos, em abril de 2029
  • Gilmar Mendes, com 68 anos, em dezembro de 2030;
  • Edson Fachin, com 66 anos, em fevereiro de 2033;
  • Luís Roberto Barroso, com 65 anos, em março de 2033
  • Dias Toffoli, com 56 anos, em novembro de 2042;
  • Flávio Dino, com 55 anos, em abril de 2043
  • Alexandre de Moraes, com 55 anos, em dezembro de 2043;
  • Nunes Marques, com 51 anos, em maio de 2047;
  • André Mendonça, com 51 anos, em dezembro de 2047
  • Cristiano Zanin, com 48 anos, em novembro de 2050.

Rafaela Ferreira/EstadãoVoltar para a págin

Filipe Martins contradiz Mauro Cid e afirma à PF que não entregou ‘minuta do golpe’ a Bolsonaro

O ex-assessor da Presidência Filipe Garcia Martins negou, em depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 22, ter entregue uma “minuta do golpe” ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em delação premiada no ano passado, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, disse que Bolsonaro recebeu de Martins um rascunho de decreto, que previa a prisão de autoridades e a convocação de novas eleições.

Filipe Martins foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada no último dia 8, que investiga uma suposta organização criminosa que planejou um golpe de Estado após as eleições de 2022. O ex-assessor foi um dos quatro aliados do ex-presidente presos preventivamente por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O ministro do STF argumentou, na autorização da prisão de Martins, que o ex-assessor teria entregue para Bolsonaro uma “minuta golpista” que previa a prisão de autoridades e a convocação de novo eleição presidencial. A PF teve conhecimento do documento a partir da delação premiada de Cid.

Segundo a corporação, Bolsonaro teria solicitado ainda que Martins fizesse alterações na “minuta”, o que teria sido cumprido pelo ex-assessor. Na delação premiada, Cid disse que o ex-presidente teria levado a “minuta” para comandantes das Forças Armadas em uma reunião secreta. Durante o encontro, que ocorreu em novembro de 2022, os líderes militares, com exceção do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, teriam repreendido a ideia de ruptura democrática.

No depoimento prestado nesta quinta, Martins confrontou a versão dada por Cid na delação e afirmou que não redigiu ou entregou uma minuta para Bolsonaro. O ex-assessor da Presidência disse também que não participou de reuniões com temas golpistas.

Em nota, os advogados João Vinícius Manssur, William Iliadis Janssen e Ricardo Scheffer, responsáveis pela defesa de Filipe Martins, disseram que o ex-assessor foi “claro e objetivo” durante o depoimento.

O ex-assessor disse não ter tido acesso aos autos da Tempus Veritatis. A reclamação também foi feita por outros alvos interrogados nesta quinta, como o próprio ex-presidente Bolsonaro.

Martins contestou a informação dos investigadores de que teria ido para o exterior após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele foi preso em Ponta Grossa (PR).

Leia na íntegra a nota da defesa de Filipe Martins

“O depoimento do Sr. Filipe Martins, como era de se esperar, foi claro e objetivo. Filipe está tranquilo, mas inconformado com a sua prisão, que julga precipitada e ilegal. Aguardamos agora a decisão referente ao requerimento de revogação da prisão preventiva, pontuando que essa só deve persistir em casos excepcionalíssimos, quando a liberdade em si for um risco, o que demonstrado não ser o caso de Filipe, sob pena de a medida se transmutar em um cumprimento antecipado de uma eventual e absolutamente incerta pena, que naturalmente só poderá ser determinada após o trânsito em julgado, e não antes, em respeito ao princípio constitucional da presunção de inocência. Temos confiança que uma análise sóbria e técnica levará à sua colocação em liberdade”.

Tácio Lorran/Gabriel de Sousa/Estadão

Senador filho de palestino afirma que há oportunismo em crítica a Lula sobre Holocausto


O senador Omar Aziz (PSD-AM)
O senador Omar Aziz (PSD-AM) disse ao jornal Folha de S.Paulo ter sido pego de surpresa com a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de cobrar publicamente uma retratação do presidente Lula (PT) pela comparação entre a situação de palestinos na Faixa de Gaza à de judeus no Holocausto.

Antes que o líder do governo, Jaques Wagner (PT), pudesse responder à cobrança de Pacheco na sessão de terça-feira (20), Aziz pediu a palavra, rebateu o presidente da Casa e questionou qual tipificação poderia ser dada às 30 mil pessoas mortas em Gaza, segundo números do Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.

“Foi realmente uma surpresa para mim o presidente [Pacheco] —pelo equilíbrio que ele tem, pela ponderação que tem, sempre teve,— trazer aquilo à tona e dizer que o presidente Lula tinha que pedir desculpas”, afirma o senador.

“Até porque ele tem uma relação muito próxima com o presidente. Podia ter ligado: ‘Presidente, vamos separar o joio do trigo. Judeu é uma coisa, esse governo sionista é outra’. Podia ter feito isso. Um amigo faz isso com outro amigo”.

A fala de Aziz chamou atenção no plenário do Senado e repercutiu nas redes sociais. Filho de pai palestino e mãe brasileira, o senador usa as palavras “chacina, genocídio e massacre” para descrever a situação na Faixa de Gaza.

“Você vai dizer que o Hamas não fez um ato terrorista? Fez sim. Condenar tem que condenar. Agora, você não pode jogar bomba em cima de crianças, mulheres, inocentes, para matar um, dois terroristas. Porque até hoje eles não disseram quantos terroristas mataram. Ah, mata 30 mil pessoas e se pegar 10 terroristas está bom”.

À agência de notícias Reuters um alto oficial do Hamas baseado no Qatar forneceu nesta semana um número usualmente não tornado público: disse que ao menos 6.000 membros da facção morreram em quatro meses de guerra.

O senador também diz ver oportunismo político da direita nas críticas feitas a Lula após a declaração controversa e afirma que não houve “esse histerismo todo” quando Jair Bolsonaro (PL) recebeu uma líder da ultradireita alemã neta de um ministro nazista. O parlamentar se refere ao encontro do então presidente com Beatrix von Storch em 2021. A política é neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, ministro das Finanças na Alemanha nazista.

“Bolsonaro disse que o Holocausto poderia ser perdoado, mas não esquecido. Como é que é isso? Me explica. E ninguém fez essa histeria toda. Vai perdoar o Holocausto? Pergunte se algum judeu perdoa o Holocausto”, argumenta. “A minha fala é muito clara em relação a isso. Todo respeito ao povo judeu, que sofreu. Mas não dá para respeitar um governo sionista de direita que, para se manter no poder, quer exterminar uma população toda de Gaza”.

Aziz afirma que “não dá” para Lula pedir desculpas ao governo de Binyamin Netanyahu, e condena a declaração da ministra da Igualdade Social e Empoderamento Feminino de Israel, May Golan. Na segunda (19), Golan afirmou que está “pessoalmente orgulhosa das ruínas em Gaza”.

“Você vai pedir desculpas para esse governo? Não dá”, afirma Aziz.

O senador conta que seu pai, Muhammad Abdel Aziz, chegou ao Brasil sozinho, em 1957, aos 17 anos de idade. Da Bahia, onde havia desembarcado, ele seguiu para o interior de São Paulo e conheceu Delfina Aziz, brasileira filha de italianos.

“Ele sabia que no Brasil tinha oportunidade para trabalhar, e foi trabalhar como mascate. Ele andava com duas malas de fazenda em fazenda. E meu avô era dono de um cafezal no interior de São Paulo, em Garça. Foi lá que meu pai conheceu minha mãe”, conta.

“Meu pai chegou ao Brasil em 1957 com passaporte turco. Em 1948, com a instalação do Estado de Israel, não se tirava mais passaporte palestino. Tinha que se tirar na Turquia para poder viajar”.

Aziz afirma que não viu problema na iniciativa do Senado de projetar a bandeira de Israel na parte de fora do Congresso após o ataque do Hamas em outubro. O pedido foi feito pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), ex-presidente da Casa, judeu e um dos mais influentes parlamentares.

“Eles tinham razão naquele momento. A solidariedade é àquelas pessoas que foram brutalmente assassinadas por um grupo terrorista. Teria que projetar também a bandeira da Palestina, que tem inocentes sendo mortos. Não fizeram isso. Mas faz parte. A gente vem sofrendo com isso há muitos anos”, diz.

“Vi meu pai sofrer muito. Até porque nós perdemos muitos parentes nessa guerra que vem desde a década de 1950. Eu vi meu pai muitas vezes sofrer, mas nunca vi meu pai dizer que tinha que exterminar alguém. Ele sempre procurou dizer: a melhor coisa é o entendimento, é a paz ali. Foi isso que eu aprendi com ele”.

Thaísa Oliveira/Folhapress

Justiça manda transferir autor da facada em Bolsonaro para tratamento em MG

Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado a faca contra Jair Bolsonaro em 2018
A Justiça Federal determinou nesta quarta-feira (21) a transferência de Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado a faca contra Jair Bolsonaro em 2018, para tratamento em Minas Gerais, seu estado natal. Ele está preso há seis anos na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).

A decisão atendeu a pedido da Defensoria Pública da União (DPU), que representa Adélio.

Pela decisão, a Justiça de Minas Gerais deverá providenciar tratamento ambulatorial ou internação em leito hospitalar, com medidas de segurança necessárias à integridade de Adélio, que foi diagnosticado como tendo transtorno mental.

O prazo para efetuar a decisão é de 60 dias.

A defesa sustentou que ele não poderia continuar recolhido no estabelecimento federal, ainda que a penitenciária tenha estrutura capaz de prestar atendimento médico equivalente a uma Unidade Básica de Saúde.

A DPU usou em sua argumentação a Lei Antimanicomial, que veda internação de pessoas com transtornos mentais em estabelecimento penais sem estrutura de atendimento adequada.

A norma foi reforçada por uma resolução de 2023 do Conselho Nacional de Justiça.

Danielle Brant/Folhapress

Brasil encerra encontro de chanceleres com G20 sob contestação da Rússia

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, encerrou nesta quinta-feira (22) a primeira reunião de chanceleres do G20 sob presidência do Brasil com a Rússia tentando esvaziar o poder político do grupo para dirimir as tensões globais.

Vieira fez um breve relato sobre as discussões travadas entre quarta (21) e quinta-feira (22) na Marina da Glória, no Rio de Janeiro; os jornalistas presentes não puderam fazer perguntas. Segundo o chanceler, os países-membros e convidados “externaram suas posições sobre o papel do G20 em relação às tensões em curso”.

A fala do brasileiro expôs a falta de consenso até sobre o papel do grupo de debater as guerras em curso, em especial na Faixa de Gaza e na Ucrânia —este último completa dois anos no próximo sábado (24).

Essa posição foi externalizada pelo chanceler da Rússia, Serguei Lavrov. “Não creio que no G20 encontraremos soluções para os desafios e ameaças à segurança global”, afirmou, segundo o discurso divulgado por Moscou. Antes do encontro, Lavrov já havia criticado o que chamou de “politização do G20” por abordar a Guerra da Ucrânia.

“A delegação russa pretende chamar atenção dos parceiros para a inaceitável politização do G20, que está planejado para se concentrar estritamente nos desafios socioeconômicos. A inclusão de questões não essenciais, incluindo a questão ucraniana, na agenda do G20 por instigação do Ocidente é destrutiva”, afirmou o chefe da diplomacia de Vladimir Putin.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da França, Stéphane Séjourné, fez duras críticas à Rússia durante seu discurso nesta quinta. O francês afirmou que o grupo precisa evitar a desunião, apesar de “certos membros estarem agindo contra o G20” —uma referência pouco velada a Moscou.

Na abertura do encontro, Vieira havia buscado elevar o G20 como um espaço mais livre para o debate entre as lideranças mundiais sobre as tensões globais. “Esse grupo é, possivelmente, o fórum mais importante onde países com visões opostas ainda conseguem sentar à mesa e ter conversas produtivas sem necessariamente carregar o peso de posições arraigadas e rígidas que têm impedido avanços em outros foros, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas”, afirmou ele na quarta-feira.

Como em outros encontros multilaterais, Lavrov foi o principal alvo de críticas presenciais durante os debates. De acordo com Vieira, “vários países reiteraram a condenação à Guerra da Ucrânia, como tem acontecido desde 2022”. Não houve nenhuma outra menção ao conflito no Leste Europeu no discurso do chanceler brasileiro.

O relato do ministro se concentrou nos debates em relação à guerra Israel-Hamas. Como esperado, Vieira não fez nenhum comentário sobre a crise diplomática entre Brasília e Tel Aviv, cujo gatilho foi a fala do presidente Lula comparando a ofensiva israelense em Gaza ao Holocausto nazista;

O chanceler citou, porém, a preocupação de vários membros do G20 com a possibilidade de alastramento do conflito para países vizinhos. Também relatou manifestações pela libertação de reféns em poder do grupo terrorista e críticas ao deslocamento forçado de palestinos para o sul da Faixa de Gaza —Tel Aviv planeja uma nova operação na cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, onde está abrigada a maior parte dos deslocados internos do conflito, o que pode aumentar o número de civis mortos.

Segundo Vieira, há uma “virtual unanimidade” no G20 em favor da solução de dois Estados como caminho para a paz entre israelenses e palestinos.

O ministro também disse que houve concordância em relação às prioridades estabelecidas pelo Brasil durante a presidência temporária do grupo: combate à fome, desenvolvimento sustentável e reforma da governança global. Em relação ao último tema, Vieira disse que todos concordaram que as instituições multilaterais “precisam de reforma para se adaptarem aos desafios do mundo atual”. Ele disse também ter havido consenso quanto à necessidade de reforma da ONU, principalmente do Conselho de Segurança. O desafio, porém, é a diferença entre as propostas.

Ao final do encontro, diplomatas que participaram das conversas e que foram ouvidos pela Folha apontam que o encontro desta semana serviu mais como um pontapé inicial para debater as reformas dos organismos internacionais do que algo que trará já um resultado concreto a curto prazo.

O G20 é o grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana. A reunião dos chanceleres foi a primeira ministerial sob a presidência do Brasil, que termina em novembro deste ano. O governo brasileiro também usa o fórum para instar que países do chamado Sul Global se fortaleçam.

Cinco mortos e quatro feridos em acidente de ônibus na Bahia

Um grave acidente de ônibus na manhã desta quinta-feira (22) na rodovia que liga Potiraguá a Itapetinga, no sudoeste da Bahia, deixou cinco pessoas mortas e outras quatro feridas.

O acidente aconteceu no Km 70 da rodovia e envolveu um único veículo. Equipes do 4º Batalhão de Bombeiros Militares e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foram acionadas para o local.

Quatro pessoas ficaram feridas e foram resgatadas pelos bombeiros. Elas foram levadas para unidades de saúde da região pelo SAMU.

O Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi acionado para realizar a perícia no local do acidente e identificar as vítimas. Duas retroescavadeiras foram utilizadas para remover o ônibus da pista.

As causas do acidente ainda não foram esclarecidas. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) investiga o caso.

  por Notícias ao Minuto Brasil

Com investimento de mais de R$ 161 milhões, novo Hospital Regional de Alagoinhas será construído pelo Governo do Estado

A região de Alagoinhas está prestes a ganhar um novo marco na área da saúde. Nesta quinta-feira (22), durante sua visita ao município, o governador Jerônimo Rodrigues assinou a ordem de serviço para o início das obras de construção do tão aguardado Hospital Regional. 

Com um investimento de mais de R$ 161 milhões, o equipamento terá 180 leitos, sendo 30 de unidade de terapia intensiva (UTI), distribuídos em especialidades como clínica geral, saúde mental, neurologia, cardiologia e oncologia. Haverá atendimento adulto e pediátrico.

O projeto, que está previsto para ser concluído em maio de 2025, contempla uma área de mais de 80 mil metros quadrados - sendo 23.262,09 m² de área construída -, localizada, estrategicamente, na Rodovia BR-110. A unidade vai funcionar como referência para 33 municípios de toda a região, oferecendo serviços em alta complexidade nas áreas de neurologia, neurocirurgia e oncologia, além de assistência cardiovascular. Estima-se que o hospital realizará cerca de 1.800 internações por mês e 21 mil atendimentos ambulatoriais.

“É um hospital com serviços mais complexos, que a gente sabe que acumulam na vida da gente. Então, isso coincide justamente com o interesse da região e com a política nossa de enfrentar o tema da regulação, para que as pessoas possam, em curto tempo, dentro da necessidade delas, poder fazer seus exames, fazer seu tratamento, tomar sua medicação”, afirmou o governador.

De acordo com a secretária da Saúde, Roberta Santana, o hospital atenderá tanto demandas espontâneas quanto referenciadas pela Central de Regulação de Urgências do Samu Regional de Alagoinhas e de Ribeira do Pombal, além da Central Estadual de Regulação (CER). “A criação deste hospital é crucial para evitar que a população da região precise se deslocar em busca de atendimento, garantindo acesso facilitado e eficiente aos serviços de saúde necessários”, destacou.

Feira de Saúde

Durante a visita a Alagoinhas, o governador também visitou a feira Saúde Mais Perto, promovida pela Secretaria de Saúde (Sesab) em parceria com as Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA). O evento, que acontece até sexta-feira (23), está sendo realizado no Estádio Municipal Antônio de Figueiredo Carneiro (Carneirão), das 8h às 17h.

No local, a população tem acesso a consultas de oftalmologia com rastreio, limpeza de lentes e cirurgia de catarata, cirurgia de hérnia, vesícula e histerectomia, dentista com tratamento completo, exames de laboratório, ultrassom, eletrocardiograma, preventivo, avaliação nutricional, imunização e testagem rápida, além de serviços do SAC Móvel (emissão de primeira e segunda via de RG e certificado de antecedentes criminais).

“A gente vê uma feira dessa acontecer aqui, em Alagoinhas, para a região inteira. Ultrapassaremos 10 mil atendimentos, com certeza. As pessoas sabem que podem confiar, que é a saúde mais perto. Essa parceria acontece para isso, para a gente poder dar conta”, comemorou Jerônimo.

Outras ações

Com um investimento somado de mais de R$ 17 milhões, foram entregues, ainda, a pavimentação em pista dupla nos trechos de acesso viário à cidade, pela Avenida Murilo Cavalcanti, que abrange uma extensão de 2,70 km, e a pavimentação asfáltica no entorno do mercado. As requalificações viárias não apenas melhoram a infraestrutura da região, mas, também, fomentam a atividade econômica local, beneficiando agricultores e consumidores.

A visita do governador também contemplou a autorização de novos investimentos em infraestrutura viária, como a pavimentação nos trechos de entroncamentos com a BR-110, nas comunidades de Portões e Estrada do Caminhoneiro. Além disso, foi autorizado o projeto para pavimentação em rodovia de acesso, no trecho entre Miguel Velho e Jorro, a modernização do sistema de iluminação pública na avenida Murilo Cavalcanti e a complementação da Área externa do Estádio Municipal.

Entre outras ações realizadas em Alagoinhas, destacam-se a inauguração do Galpão de Frutas no Mercado Municipal e a entrega de 200 barracas para serem utilizadas no espaço e na feira municipal da cidade.

Confira aqui a galeria de fotos desta matéria.

 Secom  - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Unlabelled

PP fará evento de apoio à reeleição de Bruno Reis na próxima segunda (26)

Após a confirmação de que o secretário municipal de Governo, o pepista Cacá Leão, assume o comando do PP em Salvador, o partido vai oficializar o apoio à reeleição do prefeito Bruno Reis (União) em um evento na próxima segunda-feira (26), conforme apurou o Política Livre. O ato, que irá ocorrer no final da tarde, no Centro de Convenções, é articulado pelo próprio Cacá, com o respaldo do presidente da legenda na Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior.

Apesar de o PP seguir dividido na Bahia, pois uma parte da sigla caminha ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), em Salvador o apoio a Bruno Reis era esperado. A legenda tem seis vereadores na capital. Os seis ingressaram antes das eleições de 2022 a pedido do prefeito, e disputaram as eleições proporcionais, o que foi importante para o desempenho eleitoral do PP, que elegeu na ocasião seis deputados estaduais e quatro federais.

Os seis deputados estaduais do PP estão na base de Jerônimo, inclusive Niltinho, o mais votado do grupo na capital. Dos federais, João Leão e Cláudio Cajado vinham defendendo abertamente o apoio a Bruno Reis. Mário Negromonte Júnior, por ser presidente, vinha aguardando uma posição oficial, embora tenha até admitido dialogar com o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), pré-candidato a prefeito. Já Neto Carletto, que deve migrar para o Avante até o pleito de 2026, está com Jerônimo.

Destaques