Bahia: transição energética, sustentabilidade e inclusão, por Jerônimo Rodrigues*
A tragédia que se abate sobre o Estado do Rio Grande do Sul é um exemplo marcante e doloroso da necessidade de agirmos imediatamente, de investirmos em uma economia sustentável, inclusiva e justa, focada em fontes renováveis de energia e matéria prima, na resiliência e adaptação de nossas cidades às novas condições climáticas, na recuperação de nossas áreas degradadas, na redução da nossa pegada de carbono e na inclusão econômica e social dos mais necessitados.
Agir no presente construindo um futuro melhor exige que invistamos cada vez mais em sustentabilidade, e há um aspecto desse contexto no qual a Bahia, assim como outros estados do Nordeste, se coloca cada vez mais em lugar de notoriedade: a transição energética. Impulsionado por sua rica fonte de energia solar e eólica, o estado lidera a transição energética do Brasil. Com 92,32% de sua matriz energética proveniente de fontes renováveis, destaca-se como modelo de sustentabilidade.
Os investimentos maciços que recebemos em novas usinas, uma infraestrutura de transmissão robusta e um ambiente favorável à inovação são bases desse sucesso. Com 326 parques eólicos em operação e 71 projetos de energia solar fotovoltaica, a capacidade instalada já é impressionante e continua a crescer. As projeções para 2024 indicam um crescimento significativo na matriz elétrica brasileira, com a Bahia contribuindo substancialmente. Além disso, o estado apoia investimentos em hidrogênio verde, promovendo um futuro mais sustentável e com menor impacto ambiental.
A evolução e o potencial também são regionais. Olhando para o Nordeste, que reúne grande parte do potencial nacional de fontes renováveis de energia, quase um terço da população brasileira – embora menos de 15% do PIB – diversos projetos de infraestrutura logística e elétrica estão em curso, criando novos meios para a produção e escoamento agrícola e industrial e aproveitamento da energia do sol e do vento.
O mundo percebe o quão promissores são o nosso estado e a nossa região Nordeste. Atraímos olhares e investimentos de países de diversos continentes. Despontamos como fortes candidatos a ser uma das principais regiões do planeta em potencial de produção de hidrogênio verde.
A conquista na melhoria da infraestrutura no Nordeste é também fruto da ação conjunta dos Estados da região através do Consórcio Nordeste, que reúne os governos dos noves Estados da região atuando de forma unida para a melhoria das condições de vida da população da região através da atração de investimentos e de articulação junto ao Governo Federal de políticas e investimentos público voltados à redução das desigualdades regionais.
Na energia eólica, a Bahia possui os melhores e mais eficientes ventos do país, de acordo com o próprio mercado, com potencial de geração de mais de uma vez e meia a capacidade total atual de energia elétrica do Brasil, enquanto na energia solar o potencial é seis vezes maior. Isso faz com que a Bahia tenha capacidade de gerar anualmente mais de 84 milhões de toneladas de hidrogênio verde, quantidade suficiente para atender grande parte da demanda mundial.
Todo esse potencial deve ser aproveitado para o desenvolvimento econômico sustentável, com inclusão social e redução das desigualdades. A estratégia da Bahia é, principalmente, agregar valor às suas fontes de energia e matéria prima renováveis, produzindo produtos químicos verdes ao redor do Estado. Sediamos o maior complexo químico integrado do Brasil e termos uma das maiores baías tropicais do mundo, com diversas unidades portuárias. Esse conjunto de condições permite que nos tornemos um importante centro de abastecimento e exportação de combustíveis renováveis do mundo.
O trabalho segue firme para que avancemos na direção de uma Bahia cada vez mais sustentável, com um governo presente, tornando a vida e o futuro de cada baiana e baiano ainda mais promissor.
*Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia.
Tese de Boulos contradiz pedidos do PSOL para cassar Brazão, Flávio e bolsonaristas do 8/1
A tese apresentada pelo deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) para votar a favor do arquivamento do caso de André Janones (Avante-MG) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contraria o que ele próprio e o PSOL adotaram em pedidos de cassação que protocolaram contra adversários.
Se a argumentação agora defendida por Boulos prevalecesse, teriam que ser extintas na origem as representações do partido contra Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de mandar matar Marielle Franco (PSOL-RJ).
Também seriam desconsiderados os pedidos contra Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que foi investigado por suspeita de “rachadinha”, e quatro deputados do PL que teriam estimulado as depredações de 8 de janeiro.
Em todos esses casos, os crimes dos quais eles são ou eram acusados dizem respeito a período anterior ao exercício do mandato no Congresso Nacional.
Boulos, que é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, votou na quarta-feira (15) pelo arquivamento do caso de Janones —que, assim como ele, é aliado do presidente Lula (PT)— alegando não haver como falar em quebra de decoro se o suposto ato ilícito foi cometido antes da posse, o que impediria a perda do cargo.
Não há nada no regimento interno da Câmara nem no Código de Ética e Decoro Parlamentar que limite processos de cassação a infrações ocorridas apenas no período de exercício do mandato.
Como a Folha mostrou, o voto de Boulos é sustentado na fala do próprio Janones e em um trecho pinçado de uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que, na sua íntegra, diz exatamente o contrário do que o deputado do PSOL tentou fazer parecer.
O deputado usou em seu voto uma representação arquivada em 2014 no Conselho sob o mesmo argumento, mas ignorou outros casos em sentido contrário. Entre eles o de Brazão, protocolado pelo mesmo PSOL de Boulos e de Marielle. O assassinato da vereadora ocorreu em 2018, quando o carioca era vereador no Rio.
Logo após a análise do caso de Janones, o Conselho de Ética aprovou nesta quarta por 16 votos a 1 a continuidade do processo contra Brazão, que teve parecer favorável de admissibilidade dado pela deputada Jack Rocha (PT-ES).
Em fevereiro, quando apresentou pedido de cassação dos quatro bolsonaristas acusados de incitarem o 8 de janeiro, o psolista afirmou que o país deveria punir o que chamou de responsáveis pelos ataques golpistas, mesmo quando nenhum destes tinha tomado posse.
“Essas ações expressam a urgência de combatermos o golpismo para proteger nossa democracia. O Brasil precisa punir os responsáveis pela escalada antidemocrática do 8 de janeiro”, disse Boulos, então líder da bancada do PSOL.
Silvia Waiãpi (PL-AP), Clarrissa Tércio (PSC-PE), Abílio Brunini (PL-MT) e André Fernandes (PL-CE) não haviam sido empossados em 8 de janeiro daquele ano, o que só ocorreria em 1º de fevereiro.
Até hoje a Mesa da Câmara, comandada por Arthur Lira (PP-AL), não enviou essas representações para o Conselho de Ética.
O caso de Flávio Bolsonaro também não andou no Conselho de Ética do Senado, órgão que, na prática, não funciona há vários anos. O PSOL solicitava a cassação de seu mandato de senador devido às suspeitas de “rachadinha” quando ele era deputado estadual no Rio.
A Folha procurou nesta quinta-feira Boulos e o PSOL, por meio de suas assessorias.
O parlamentar reafirmou nota enviada na dia anterior, em que não respondeu as perguntas específicas sobre seu voto, se limitando a dizer que não analisou o mérito do caso de Janones, apenas os aspectos formais, seguindo o rito previsto.
O partido não respondeu.
Na quarta, houve pedido de vista do relatório de Boulos. O Conselho deve analisar o caso na próxima sessão, programada para a semana que vem.
As suspeitas contra Janones, cuja assessoria também não respondeu ao contato da Folha, vieram a público após o site Metrópoles revelar áudio de 2019 em que ele, em seu primeiro mandato como deputado, informou a assessores que eles teriam que devolver parte dos salários para que ele pudesse reconstruir seu patrimônio.
A Folha também obteve o áudio. Dois ex-assessores do deputado federal afirmaram à reportagem que o parlamentar promoveu o esquema de “rachadinha” em seu gabinete, ou seja, embolsou parte dos salários pagos a esses auxiliares.
A íntegra do áudio da reunião traz o deputado falando com cerca de dez assessores que aquele dia haveria sessão no plenário da Câmara e ele ainda estava desguarnecido sobre como proceder, além de reclamar com a equipe que outros deputados já estavam apresentando projetos de lei e ele, não.
Cláudio Castro enfrenta julgamento de cassação em crise com vice e ameaçado por CPI
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), enfrenta nesta sexta-feira (17) o início do julgamento de cassação de seu mandato ao mesmo tempo em que enfrenta uma CPI aberta por sua própria base na Assembleia Legislativa e a crise com seu vice, Thiago Pampolha (MDB).
Castro estará em missão oficial nos Estados Unidos no momento da sessão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) em que os processos serão analisados. O julgamento pode não ser concluído nesta sexta, já que há possibilidade de pedido de vista (mais tempo para análise) de 1 dos 7 desembargadores.
O governador é acusado de ter participado da montagem de um esquema para criar 27 mil cargos fantasmas para alocar apadrinhados políticos às vésperas da campanha, driblando regras administrativas e eleitorais. O “estratagema”, segundo a Procuradoria Eleitoral, incluía o uso de funcionários fantasmas e de dinheiro vivo.
O chamado escândalo da “folha secreta de pagamento” foi revelado pelo portal UOL em junho de 2022.
Em nota, o governador afirmou que extinguiu os projetos após os relatos de irregularidades e que “não foram apresentados nos autos do processo elementos novos que sustentem as denúncias”.
O julgamento ocorre num momento de fragilidade política do governador, que viu a própria base instaurar uma CPI apelidada como “Fim do Mundo” na Assembleia Legislativa.
A comissão foi criada para investigar a falta de transparência do governo estadual. O foco amplo torna qualquer pasta passível de convocação e questionamento. Na primeira reunião do colegiado, na terça-feira (14), a CPI aprovou o envio de ofícios para Rodrigo Abel, chefe de gabinete do governador.
“É uma CPI ampla. A falta de transparência pode acontecer em qualquer secretaria do estado. Temos o poder de convocar, pedir informações a todas as secretarias. Como a imprensa já noticiou, é a CPI do Fim do Mundo”, disse o vice-presidente Filipe Poubel (PL).
O presidente da comissão, deputado Alan Lopes (PL), afirma que “não é uma CPI contra o governo, mas a favor do povo”.
“Ouvi muito burburinho da imprensa de que o governador pediu para retirar assinatura. O governador não me ligou para retirar o requerimento. Entendo que a CPI não é incômoda. Se o governador souber explorar bem, pode ser benéfica. Depende mais dele do que de nós”, disse ele.
A CPI é o auge de uma base que se fragilizou ao longo do mandato de Castro na Assembleia.
As críticas de deputados aliados a secretários do governo provocou até ironia do deputado oposicionista Carlos Minc (PSB), em outubro do ano passado. “A base do governo está fazendo tanta crítica que está querendo tirar espaço da oposição. Como vamos fazer oposição ao governo se a própria base todo dia pede a cabeça de um secretário?”, afirmou.
Minc diz que a instalação da CPI é o agravamento de uma queda de braço entre o governador e o presidente da Assembleia, Rodrigo Bacellar (União). Ele é apontado como a voz mais influente sobre Castro —para alguns, com um poder de decisão maior do que o próprio chefe do Palácio Guanabara. A ele é atribuída a queda e nomeação de secretários, bem como a recente crise entre o chefe do Executivo e seu vice.
“É uma crise muito profunda entre eles [Castro e Bacellar]. Não é ideológica, nem por um ou outro cargo. A CPI sobe para outro patamar, porque visivelmente foi uma coisa do Bacellar. Colocou alguém dele para ser relator”, afirmou Minc, em referência ao deputado Rodrigo Amorim (União Brasil).
O deputado do PSB diz ser um cenário com algumas semelhanças com o enfrentado pelo ex-governador Wilson Witzel antes do impeachment. Contudo, avalia que Bacellar não pode se desvincular de Castro, já que também é alvo da ação no TRE-RJ.
“O Witzel não tinha partido, não tinha base. Agora tem, mas a base é muito mais do Bacellar do que do Cláudio Castro.”
Outra medida da CPI foi o envio de ofícios para a Secretaria do Ambiente, que era comandada por Thiago Pampolha até março. Na Assembleia, a medida foi vista como uma forma de também sinalizar a Castro, rompido com o vice.
“É uma secretaria com contratos milionários. A notificação tem a ver com contratos obscuros, ONGs em que a transparência é muito ruim”, disse Lopes.
Castro rompeu com Pampolha após o vice comunicar sua migração da União Brasil para o MDB, em janeiro. A mudança de partido já era prevista, mas o momento em que ela foi feita gerou mal-estar no Palácio Guanabara. A migração ocorreu semanas depois de o STJ (Superior Tribunal de Justiça) avançar nas investigações contra Castro.
Também foi mal visto o fato de os principais articuladores da mudança serem membros da ala do MDB mais próxima a Lula (PT), como o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Castro é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O clima entre os dois voltou a pesar após o MDB peticionar na ação na Justiça Eleitoral pedindo que Pampolha, também réu no processo, tomasse posse em caso de cassação de Castro. A sigla alegou que o vice só foi incluído na acusação em razão do cargo, já que não há qualquer prova contra ele nos autos.
Após o mal-estar, o partido pediu a desconsideração da petição. A Procuradoria Eleitoral, porém, seguiu em parte o pedido em sua alegação final. Pediu que Pampolha fosse cassado porque integrava a chapa vencedora acusada de abuso de poder político e econômico. Contudo, defendeu que o vice não seja punido com a inelegibilidade como propôs em relação aos demais acusados.
As duas ações a serem analisadas pelo TRE foram propostas uma pela Procuradoria Eleitoral e outra pela chapa do candidato derrotado na eleição, Marcelo Freixo (PT). Elas serão analisadas conjuntamente e têm, somadas, 13 réus. Além de Castro, Bacellar e Pampolha, estão entre os acusados dois deputados federais, dois estaduais e três secretários.
Ipiaú: Confira os resultados da 8ª rodada da Copa Master da AABB
No primeiro jogo a Cairo Auto Peças ficou a frente do placar, com dois gols do atacante DJ Kaká, mas a Ita Telecom com ótimo poder de reação, conseguiu buscar o empate. Com o empate a Cairo Auto Peças caiu para a segunda colocação, e a Ita Telecom voltou para o G4 ocupando a terceira colocação.
Gols
Ita Telecom: Toinho e Raul Klein
Cairo Auto Peças: DJ Kaka (2)
No segundo jogo a Del Rey Telecom não tomou conhecimento da Real Calçados, ganhou com propriedade e assumiu a liderança do campeonato.
Real Calçados 0x4 Del Rey Telecom
Gols
Del Rey Telecom: Jan (3) e Paulo Souza
Mãe e filha de 03 anos ficam feridas após queda em vazamento de rede de esgoto no ACM
Uma mulher e sua filha de 03 anos ficaram feridas em um incidente ocorrido no Caminho 12, do Residencial ACM, em Ipiaú. O caso ocorreu por volta das 18h50 dessa quinta-feira, 16. Ana Lúcia da Silva, 23 anos, caminhava na localidade com sua filha quando acabou escorregando em um vazamento da rede de esgoto e ambas caindo na rua.A mulher sofreu ferimentos no joelho e em um dos braços. Já a criança teve arranhões em uma das pernas e reclamava de dores. Ambas foram levadas ao Hospital Geral de Ipiaú, onde receberam cuidados médicos. ˜Ela (esposa) pegou dois pontos no braço˜, explica Caio de Souza Santos, marido de Ana Lúcia.
Uma moradora do Caminho 12, informou à nossa reportagem que o vazamento da rede de esgoto ocorre desde a última segunda-feira, 13, e que já abriu vários chamados no canal da Embasa, mas até esta quinta-feira, 16, sem solução. “Hoje mesmo passei mal, porque estou gestante de 6 meses e tive enxaqueca e pressão alta, pois moro bem na esquina do vazamento˜, disse a moradora. (Giro Ipiaú)
Governo Lula faz acordo para desonerar prefeituras em 2024
O governo federal anunciou nesta quinta-feira (16) que vai garantir a
desoneração das prefeituras em 2024 e buscar um acordo, no âmbito do
Congresso Nacional, para que haja aumento gradual nos próximos anos.>Coletiva de imprensa sobre a desoneração dos municípios<
O Executivo corre contra o tempo para fechar o acordo antes da Marcha Anual de Prefeitos, que ocorre na próxima semana, em Brasília. O encontro reunirá 8.000 pessoas, segundo cálculos da CNM (Confederação Nacional dos Municípios).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou da sua equipe uma solução para o impasse em torno da desoneração até lá.
A redução da alíquota paga pelas prefeituras foi incluída pelo Congresso no projeto que prorrogou a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia. A medida, porém, acabou suspensa pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cristiano Zanin.
Prefeituras que não têm regimes próprios de Previdência recolhem hoje 20% sobre a folha de pagamento dos servidores para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O Congresso havia baixado o percentual para 8% para municípios com até 156 mil habitantes.
O aval do governo Lula aos prefeitos foi feito pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) durante reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Haddad era resistente à manutenção da desoneração até mesmo em 2024, mas acabou aceitando a medida no encontro com o presidente do Senado.
O custo do benefício para as prefeituras será de R$ 7,2 bilhões, que somados aos R$ 10 bilhões da desoneração da folha para empresas de 17 setores, eleva para R$ 17,2 bilhões a perda de arrecadação com as duas iniciativas.
Após o encontro, Padilha afirmou à imprensa que a AGU (Advocacia-Geral da União) vai acionar o STF para suspender os efeitos da decisão de Zanin que sustou o benefício para as prefeituras e os 17 setores da economia.
O ministro afirmou que o governo também conta com o Supremo para garantir que haja a cobrança da alíquota menor no dia 20, próxima segunda-feira, quando vence o prazo de pagamento da contribuição previdenciária.
Padilha disse que a ideia é construir um acordo para os próximos anos no projeto de lei apresentado pelo líder da União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), que estabelece a reoneração gradual no setor privado —como acordado com a Fazenda.
“O presidente [Lula] terminou o mandato com a marca de municipalista e vai dar mais uma demonstração da sensibilidade com os municípios”, disse Padilha nesta quinta ao anunciar o acordo.
A CNM pede não só o pagamento de 8% neste ano, mas também o aumento gradual entre 2025 e 2027, com teto de 14% (10% em 2025; 12% em 2026; e, por fim, 14% em 2027).
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, cobra do governo que a alíquota de 14% seja permanente e não haja um aumento para 20%. Ele disse à reportagem que Haddad vai acabar aceitando.
Padilha afirmou que a “proposta definitiva” será construída pelo relator do texto, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT).
Pacheco comemorou o acordo e disse que os municípios terão “um pacote robusto”, que envolve não só a desoneração fiscal, mas também a renegociação das dívidas previdenciárias e uma limitação em relação ao pagamento de precatórios, além de equiparação de regras da previdência dos municípios às da União.
“A notícia é muito positiva para os municípios neste momento. Estamos nos encaminhando para medidas muito consistentes para poder garantir a boa gestão dos municípios para que eles possam ter investimento em políticas públicas”, disse.
Mais cedo, Efraim afirmou à imprensa que o projeto de lei deve ser votado pelo plenário do Senado na próxima terça-feira (21). Pacheco não se comprometeu com a data e se limitou a dizer que a proposta será discutida nos próximos dias.
Efraim disse que é “imprescindível” que o governo apresente uma solução sobre a data. “Seja por uma decisão liminar na petição da AGU ou por uma portaria administrativa do governo, essa solução precisa vir. E o Senado tem encaminhado a urgência [para votar]”, disse.
O modelo de desoneração da folha, suspenso pelo STF, permite o pagamento de alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários para a Previdência. As alíquotas variam a depender de cada um dos 17 setores beneficiados.
A desoneração da folha foi criada em 2011, na gestão Dilma Rousseff (PT), e prorrogada sucessivas vezes. Entre os 17 setores, está o de comunicação. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, entre outros.
Moraes concede liberdade a ex-assessor de Bolsonaro investigado em trama golpista
Moraes impôs ao militar da reserva o uso tornozeleira eletrônica, além de não poder se ausentar de Brasília e manter contato com outros investigados. Câmara terá de comparecer à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal periodicamente.
O auxiliar do ex-presidente é investigado no âmbito do STF sob a suspeita de monitorar a localização do ministro no fim de 2022 para uma eventual prisão em meio à trama golpista.
Por volta das 22h30, segundo a defesa de Câmara informou à Folha, ele estava na Polícia Civil do Distrito Federal para a colocação da tornozeleira.
Em manifestação enviada a Moraes no início do mês, a PGR (Procuradoria-Geral da República) defendeu a soltura do militar.
“O desenho dos fatos, que se tem neste momento, induz à convicção de que a ordem pública e a investigação criminal poderão ser resguardadas por medidas menos gravosas do que a prisão, como, v.g. [do latim verbi gratia, que significa ‘por exemplo’], monitoramento eletrônico, proibição de se ausentar do país e retenção do passaporte”, afirmou o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Nas últimas semanas, Moraes pôs em liberdade toda a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal responsável pela segurança nos ataques às sedes dos Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
Os cinco coronéis que compunham o alto escalão da corporação foram soltos nos últimos dois meses. O último deles foi o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-comandante do Departamento de Operações, que deixou o presídio na última segunda-feira (13).
Haddad foi excluído do debate sobre demissão de Prates em operação montada por Rui
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) não estava entre os participantes da reunião em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu um desfecho para a intensa fritura a que o então presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, vinha sendo submetido havia mais de três meses.
Segundo aliados de Lula, o chefe da Fazenda também não participou do processo que culminou com a demissão de Prates.
Visto como um aliado de Haddad no Palácio do Planalto, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também não acompanhou a tomada final de decisão.
Na avaliação de um integrante da equipe econômica, toda a operação foi montada “na surdina”, na Casa Civil, para que Haddad não interviesse em favor da permanência de Prates, como já fizera em abril.
Prates foi demitido diante de seus dois desafetos, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), e definiu a participação dos dois na conversa como “presença regozijada”.
No momento da reunião, Haddad tinha acabado de deixar o Palácio do Planalto e estava reunido com secretários no Ministério da Fazenda, enquanto Lula demitia o presidente da Petrobras.
A exclusão de Haddad foi interpretada por agentes políticos e econômicos como uma demonstração de força de Rui Costa, rival do titular da Fazenda na Esplanada dos Ministérios.
No dia seguinte à exoneração, Haddad silenciou sobre as circunstâncias em que Prates foi demitido. Em abril, o ministro da Fazenda defendeu a manutenção de Prates, sob o argumento de não haver motivação técnica para a substituição.
À época, Lula foi aconselhado a não tomar decisões no auge da crise, até porque Silveira havia feito críticas a Prates em entrevista à Folha.
Uma demissão de Prates logo após a entrevista poderia ser considerada um incentivo à autofagia na equipe, o que um conselheiro de Lula chamou de dar legitimidade à prática nefasta dentro do governo.
A sobrevida concedida a Prates foi creditada a Haddad. O papel do ministro da Fazenda chegou a ser visto como um sinal de fortalecimento sobre Rui Costa e Silveira, embora Lula continuasse insatisfeito com o desempenho do então presidente da Petrobras, como mostrou reportagem da Folha.
Consultado à época, Haddad também defendeu a distribuição de dividendos da Petrobras, posição que havia sido assumida por Prates e era um dos motivos da crise entre ele e Silveira.
O argumento de Haddad foi que parte da verba dos dividendos engordaria o caixa da União e aliviaria a situação financeira do governo federal.
Na avaliação de aliados de Haddad, o ministro não foi, novamente, chamado a opinar sobre o futuro de Prates porque a decisão do Lula já estava tomada. Embora Lula tenha sido convencido sobre a distribuição de dividendos extraordinários, o presidente tinha manifestado a disposição de demitir Prates por quebra de confiança.
Apesar de reconhecerem o poder do ministro da Casa Civil, aliados de Haddad no governo ressaltam que o episódio não abalou o prestígio do ministro junto ao presidente. O problema, frisam, é com Prates.
Ainda assim, auxiliares de Haddad admitem que a troca tem reflexo na economia porque piora a visão dos investidores sobre o governo, aumentando o azedume do mercado financeiro com a condução da companhia.
Esse processo mina a credibilidade da política econômica e a garantia dada pela equipe econômica de que não haveria intervenção política na Petrobras.
Durante o imbróglio dos dividendos, Lula chegou a cancelar uma reunião em que ouviria os argumentos de Haddad em defesa de Prates. Naquele 7 de abril, um domingo, Haddad ficou de sobreaviso à espera de uma convocação de Lula.
Chamado, o ministro da Fazenda antecipou seu voo para Brasília a fim de se reunir com o presidente. A informação de que Haddad se reuniria com Lula veio a público e, contrariado com o vazamento, Lula cancelou a conversa.
Um aliado de Lula esclarece, porém, que o presidente decidiu adiar a reunião com Haddad por, ainda naquele dia, estar decidido a demitir Prates.
Em março, quando o conselho da Petrobras decidiu reter os dividendos extraordinários da estatal, Haddad se alinhou a Prates, na defesa da destinação de parte do dinheiro aos acionistas da Petrobras, o que inclui a União.
Esse alinhamento tático foi entendido no governo como um apoio irrestrito a Prates.
Haddad, no entanto, condenava em conversas atitudes do ex-presidente da Petrobras, como levar o debate às redes sociais ou avisar a interlocutores que interpelaria Lula sobre a entrevista que Silveira havia concedido à Folha.
No governo, essa espécie de ultimato ao presidente foi recebida como uma afronta. E Prates não foi chamado para essa conversa com Lula.
Na terça-feira (15), Prates levou a Lula planos para Petrobras. Acabou demitido diante do testemunho de seus críticos.
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Ministério da Saúde faz alerta para aumento de casos de febre oropouche
Outros casos confirmados e em investigação foram contabilizados em estados como Acre, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Santa Catarina.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel informou que essa difusão da febre oropouche para outros estados brasileiros acontece há algumas semanas. “Não temos só aquele concentração na região norte, como aconteceu no primeiro momento. Acreditamos que ficaria concentrado, mas houve um espalhamento”, diz.
A febre oropouche acomete, geralmente, pessoas com idades entre 20 e 29 anos, seguida por faixas etárias de 30 a 39, 40 a 49 e 10 e 19 anos.
Para controle, a secretária afirma que foi feita uma construção das orientações para observação clínica da doença. “Não tínhamos um manual ou protocolo para febre oropouche”, diz.
O Ministério da Saúde afirmou ainda ter distribuído testes para diagnóstico para os Lacens (Laboratórios Centrais de Saúde Pública). O único teste capaz de diagnosticar a doença é o RT-PCR, desenvolvido pela Fiocruz Amazonas. A coleta acontece por sangue.
A febre oropouche é transmitida pela picada do Culicoides paraensisI, também conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, que tem um ciclo silvestre e urbano, e é detectada no Brasil desde a década de 60.
Os sintomas da doença são semelhantes ao da dengue. Os pacientes contaminados frequentemente relatam temperatura acima dos 38ºC, dor de cabeça, muscular e articular, podendo apresentar também quadros de náuseas, vômitos e tontura por um período de dois a sete dias.
Tais sinais, no entanto, se diferem do contágio da dengue porque, no caso da febre oropouche, o paciente não evolui para um quadro grave de dores abdominais e hemorragias após alguns dias desde o início dos sintomas —como pode acontecer em casos de dengue grave.
Os sintomas da febre oropouche também podem ser bifásicos para 60% dos contaminados, ou seja, podem ter febre e dores por alguns dias e, após uma semana e o desaparecimento, retornarem os mesmos sinais, até sumirem completamente.
Não há registros de mortes por febre oropouche até o momento, porém, em alguns casos, pode haver comprometimento do sistema nervoso central em pacientes imunocomprometidos, podendo resultar em meningite asséptica e meningoencefalite.
É mais comum apresentarem sintomas da doença se o paciente tiver viajado para a região amazônica. Nestes casos, o recomendado é procurar uma unidade de saúde para a avaliação clínico-laboratorial.
Operação ‘Sub Lege’ prende três policiais militares investigados por execução
Os mandados de prisão e busca foram expedidos pela Vara Criminal da Comarca de Pindobaçu. Todo o material apreendido será submetido a conferência e análise pela Polícia Civil e, posteriormente, encaminhado aos órgãos competentes para adoção das medidas cabíveis. Já os investigados serão encaminhados para a Coordenação de Custódia Provisória, sediada no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, e para o 12° Batalhão, em Camaçari.
4 em cada 10 municípios do RS foram atingidos por enxurradas bruscas em 4 anos
Do total de 497 municípios do Rio Grande do Sul, 207 (ou 41,6%) registraram enxurradas ou inundações consideradas bruscas no período de quatro anos encerrado em 2020. Isso significa que 4 em cada 10 cidades gaúchas foram atingidas por fenômenos do tipo à época, apontam dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Enchentes voltaram a castigar o Rio Grande do Sul na virada de abril para maio de 2024, deixando um rastro de mortes e destruição. O contexto atual ganhou proporções históricas em razão do nível dos estragos. As fortes chuvas inundaram tanto Porto Alegre como os vales dos rios Caí e Taquari.
Esses dados do IBGE integram a Munic (Pesquisa de Informações Básicas Municipais) 2020, divulgada em 2021 —trata-se da versão mais recente da pesquisa com informações sobre ocorrências de desastres naturais.
Os números sinalizam que episódios como enxurradas não são novidade em estados como o Rio Grande do Sul. O que chama atenção em 2024 é a magnitude dos impactos.
No país, 1.712 municípios registraram enxurradas ou inundações bruscas no período de quatro anos até 2020, segundo a pesquisa do IBGE. Isso significa que 30,7% do total de 5.570 cidades brasileiras amargaram eventos do tipo à época. É um percentual inferior ao verificado no Rio Grande do Sul em igual intervalo (41,6%).
A porcentagem gaúcha foi a sexta maior entre os estados em 2020. O Rio de Janeiro reuniu o maior percentual de municípios com enxurradas ou inundações bruscas à época (64,1%), seguido por Espírito Santo (57,7%). Santa Catarina (55,3%), Mato Grosso do Sul (43%) e Pará (42,4%) vieram na sequência –todos acima do Rio Grande do Sul. Em termos proporcionais, o estado com menos municípios afetados foi o Amapá (6,3%).
De acordo com os critérios da pesquisa do IBGE, as enxurradas ou inundações bruscas são provocadas por chuvas intensas e concentradas. Isso faz os canais naturais de drenagem transbordarem de forma rápida e imprevisível, com danos materiais e humanos mais intensos do que nas enchentes ou inundações graduais.
Normalmente, os fenômenos bruscos ocorrem em bacias de médio ou pequeno portes e são intensificadas por relevos acentuados, aponta o levantamento.
Segundo a Munic 2020, 462 municípios do Sul registraram enxurradas ou inundações bruscas no período dos últimos quatro anos de análise, o equivalente a 38,8% do total na região (1.191). Trata-se do maior percentual de cidades afetadas entre as regiões do país.
Ao somar 207 municípios com enxurradas ou inundações bruscas na Munic 2020, o Rio Grande do Sul mostrou uma redução frente à edição anterior da pesquisa, de 2017. À época, o número de cidades afetadas no estado havia sido de 269 (mais da metade).
No país, a situação foi inversa. O número de cidades brasileiras atingidas por enxurradas ou inundações bruscas foi maior na Munic 2020 (1.712) do que na edição de 2017 (1.590).
A pesquisa do IBGE ainda traz, por exemplo, informações sobre instrumentos de gestão de riscos de desastres decorrentes de enchentes, enxurradas ou inundações (graduais ou bruscas). Entre essas medidas estão mapeamento de áreas de risco, programas habitacionais, mecanismos de controle e fiscalização, plano de contingência, projetos de engenharia, sistemas de alertas e cadastro de riscos.
Em 2020, 140 municípios gaúchos não contavam com nenhuma medida do tipo, o equivalente a 28,2% do total (497). No Brasil, 2.450 indicaram não ter essas ações, ou 44% do total (5.570). Não havia informações disponíveis para 109 cidades no país.
Prates deverá presidir Confederação Nacional de Energia
Segundo relatos, Prates quer replicar, na iniciativa privada, o modelo de confederações como a CNI (indústria), a CNC (comércio) e a CNT (transportes).
A ideia da CNE foi apresentada a parlamentares, alguns ligados à Frente Parlamentar de Energia, criada por Prates quando foi senador pelo PT.
Vencida sua quarentena, o ex-presidente da Petrobras cogita ainda retomar sua consultoria, atuando em projetos de energia eólica offshore, especialmente para grupos estrangeiros.
Prates foi demitido por Lula nesta semana após um intenso processo de fritura. Na reunião com o presidente estavam Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, e Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, ambos desafetos do executivo.
A indicada para assumir o comando da petroleira foi Magda Chambriard, que presidiu a ANP (Agência Nacional do Petróleo) no governo Dilma Rousseff.
Consultado, Prates disse apenas que não dá para tomar decisões em 24 horas e que ainda precisa consultar pessoas de confiança para traçar seu futuro.
MST conta 290 famílias desabrigadas, 95 bois mortos e prejuízo milionário no Sul
O MST tem seis assentamentos nos municípios de Viamão, Nova Santa Rita, Tapes e Eldorado do Sul.
Das 200 famílias de assentados envolvidas na produção de hortaliças e frutas na região metropolitana, 170 perderam toda a produção em uma área de 250 hectares. O MST calcula prejuízo de R$ 35 milhões, considerando os 12 produtos principais.
Na pecuária leiteira, as perdas devem ser de quase R$ 3 milhões, considerando danos a galpões, pastagens, maquinários, além de leite não entregue e morte de animais.
Nas lavouras de arroz, as chuvas danificaram as plantações em 2.358 hectares, dedicados tanto à produção agroecológica como à convencional, além de uma área de transição. Na área de 2.800 hectares de arroz agroecológico plantado em 2024, 755 hectares de produção se perderam.
Ao todo, o prejuízo na rizicultura atinge R$ 10 milhões, sem contar adiantamentos de insumos feitos a produtores de arroz (R$ 7,8 milhões) e empréstimos bancários (R$ 6,7 milhões) com os quais os sem-terra terão que lidar no período de reconstrução. A Cootap (cooperativa dos trabalhadores assentados do RS) tem contratos financeiros de R$ 11,6 milhões com previsão de vencimento ainda em 2024.
Dionéia Soares Ribeiro, agricultora de arroz orgânico, coordenadora de insumos do MST no Rio Grande do Sul e diretora da Cootap, salienta que o estado sofre com a terceira enchente seguida e que o efeito acumulado sobre a produção é de devastação praticamente total.
“Foi perdido quase tudo. Como sofremos com as enchentes passadas, já plantamos fora de época e já teríamos uma colheita menor, porque aí o clima não ajuda. O mês de plantar arroz é outubro, novembro, e nós plantamos quase tudo em dezembro e janeiro”, afirma.
Ela diz que os assentados ainda não sabem como está o arroz já colhido e que está armazenado em silos. Devido à falta de energia elétrica, os motores desses espaços desligaram e os grãos ficaram sem ventilação. Caso tenham estragado, o prejuízo será ainda maior.
Das 290 famílias desabrigadas, 38 retornaram para seus lotes. Dionéia afirma que o MST conseguiu comprar um barco com recursos de doações que têm sido feitas e, com isso, os assentados têm navegado até os locais onde estão suas casas e verificado os danos causados —muitas vezes irreversíveis, especialmente nas casas de madeira.
Parte dessas famílias têm sido acolhidas por clientes da produção agroecológica, diz a coordenadora, e o MST não registrou mortes de assentados.
Para além do atendimento de primeira hora aos atingidos com alimentação e abrigo, Dionéia propõe um debate com o governo federal sobre o posterior reassentamento dos atingidos em áreas que não sejam de risco.
“Em Eldorado do Sul, eles ficam na beira do rio Jacuí. Praticamente todas as nossas áreas de arroz orgânico são em beira de rios que vêm do norte do estado. A produção de arroz agroecológico está em risco, já que os especialistas dizem que as chuvas serão cada vez mais severas”, conclui.
Nível do Guaíba fica abaixo dos 5 metros pela 1ª vez desde segunda-feira
O nível do lago Guaíba, em Porto Alegre (RS), ficou abaixo dos 5 metros pela primeira vez desde segunda-feira (13), de acordo com medição realizada no início da manhã desta quinta-feira (16). O nível chegou a 4,99 às 6h15, no cais Mauá.
Segundo o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o nível do lago deve diminuir lentamente nos próximos dias, ficando acima dos 4 metros durante a semana.
O pico até o momento foi registrado há uma semana, quando o lago subiu para a faixa de 5,3 metros.
Segundo o Painel Informativo da Prefeitura de Porto Alegre, os eventos climáticos de maio deste ano no Rio Grande do Sul superaram qualquer registro histórico e impactaram milhões de pessoas.
Em Porto Alegre, 157.701 pessoas foram atingidas pela enchente histórica do Guaíba. Os bairros mais afetados foram Sarandi, Menino Deus, Farrapos, Humaitá, Cidade Baixa, Floresta, Ponta Grossa, Centro Histórico, São Geraldo e Lami.
O número de empresas atingidas também é alto: 45.970, sendo 29.048 na área de serviços, 11.320 no comércio, 5.496 na indústria e 106 em outras áreas.
Na área da educação, a inundação afetou 160 escolas: 16 municipais, 44 estaduais e 100 particulares. Na saúde, 31 locais foram prejudicados: 22 unidades de saúde, dois hospitais, três farmácias populares e quatro clínicas da família.
A enchente causou impactos também em equipamentos públicos como praças (186), parques e largos (12) e vias públicas (1.081).
Nesta quarta-feira (15), o Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgoto) conseguiu retomar a operação da estação de água Moinhos de Vento. O sistema estava fora de operação desde o dia 4.
A estação capta água do Guaíba e abastece 150 mil pessoas, além de sete hospitais.
Também nesta quarta foi concluído o corredor humanitário, um acesso alternativo a Porto Alegre para facilitar abastecimento de serviços essenciais como oxigênio, água, alimentos e equipamentos de emergência.
Uma passarela da estação rodoviária foi demolida para a construção do corredor.
“Estamos concluindo a ampliação do corredor humanitário para viabilizar o tráfego, permitindo o trânsito nos dois sentidos, diminuindo o tempo de espera”, disse o secretário de Serviços Urbanos, Assis Arrojo.
Três homens são presos por tráfico de drogas em Cosme de Farias
Polícia cumpre mandado de suspeito de feminicídio em Santa Mônica
Um homem de 19
anos apontado como autor do feminicídio da ex-companheira Leidiane
Vitória Cristo de Souza, de 15 anos, teve o mandado de prisão preventiva
cumprido, nesta quinta-feira (15), na 3ª Delegacia de Homicídios
(DH/BTS), onde se apresentou acompanhado de um advogado.>A adolescente de 15 anos foi morta a tiros na quinta-feira (9)<
Celulares roubados em Minas Gerais são recuperados em Jaguaquara
A ação contou com apoio da Polícia Militar, que esteve em um dos imóveis onde parte dos aparelhos celulares foram recuperados. A investigação terá desdobramentos e os suspeitos permanecem à disposição da justiça.
Marcela Correia/Ascom-PC
PGR pede inclusão de foragidos do 8 de Janeiro em lista vermelha da Interpol
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a inclusão de foragidos acusados de participarem dos atos golpistas de 8 de janeiro do ano passado na lista de difusão vermelha da Interpol.
A solicitação foi feita após reportagem do UOL mostrar que ao menos dez militantes bolsonaristas condenados ou investigados por participarem dos ataques às sedes dos três Poderes quebraram suas tornozeleiras eletrônicas e fugiram do Brasil.
A Interpol é a Organização Internacional de Polícia Criminal e a difusão vermelha é a lista que reúne foragidos da Justiça em várias nações.
Em oito manifestações, Gonet apontou a necessidade de “assegurar a aplicação da lei penal” ao solicitar a inclusão na lista. Os pedidos foram feitos em processos relatados pelo ministro Alexandre de Moraes.
A reportagem identificou que sete dos fugitivos já foram condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a mais de dez anos de prisão por participarem de tentativa de golpe de Estado no 8 de janeiro.
Seis dos dez fugitivos são mulheres, e a maioria é de estados do Sul (PR e SC) e do Sudeste (SP e MG). A idade média deles é de 50 anos.
Ao menos um dos fugitivos afirma ter pedido asilo político à Argentina. As assessorias dos ministérios do Interior e das Relações Exteriores argentinos disseram ao UOL que não revelariam quem entrou no país ou quem pediu asilo por se tratarem de dados pessoais.
Pelas leis brasileiras, a destruição da tornozeleira e a fuga não aumentam a punição, mas o fugitivo perde o direito ao regime aberto e volta ao semiaberto ou fechado. Por outro lado, facilitar a fuga é crime punível com seis meses a dois anos de detenção.
Acervo de Dilma inundado no RS gera consternação, temor de saque e alerta para patrimônio de Lula
A inundação que atingiu o acervo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), guardado no Rio Grande do Sul, gerou consternação entre pessoas que cuidaram dos presentes recebidos pela petista à época em que ela ocupava a Presidência da República, entre 2011 e 2016.
Como revelou a coluna, os itens estavam armazenados em um galpão do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no estado gaúcho, arrasado pelas fortes chuvas e enchentes. O espaço está localizado na cidade de Eldorado do Sul, que teve mais de 90% de seu território alagado.
Pessoas familiarizadas com o conteúdo ouvidas pela coluna afirmam que podem ter sido perdidos ou danificados presentes de autoridades como o hoje presidente dos EUA, Joe Biden, uma carta enviada pela rainha Elizabeth 2ª, quadros e esculturas de artistas como Francisco Brennand e Romero Britto, tapetes cedidos por embaixadas, medalhas, condecorações e mapas, entre outros conteúdos.
O acervo de Dilma está dividido em quatro contêineres, sendo que dois deles estão em contato direto com o chão e podem ter sido mais afetados, enquanto os outros dois encontram-se empilhados. Estima-se que há neles cerca de 3.000 itens, sem contar correspondências e livros.
Cogita-se, ainda, a possibilidade de a água das enchentes ter atingido correspondências extraoficiais com outros chefes de Estado e documentos da época em que Dilma comandou os ministérios de Minas e Energia e da Casa Civil. Presentes e cartas entregues por populares, apoiadores e movimentos sociais também estão lá.
Mais do que uma perda material, parte dos bastidores da história da República pode ter sido perdida ou estar encharcada neste momento, afirmam técnicos que trabalhavam no Palácio do Planalto durante o governo da petista e cuidavam do acervo.
Eles se dizem frustrados especialmente com o fato de a lei e o decreto que versam sobre os presentes não preverem condições para que os itens pessoais sejam preservados corretamente depois que o titular deixa o cargo.
Ao invés de ser tratado como parte da memória do país e até mesmo ser disponibilizado para a população, afirmam eles, todo o conteúdo fica aos cuidados dos ex-presidentes sem qualquer critério.
Atualmente, a maior parte dos itens recebidos por Lula em seus dois primeiros mandatos encontram-se guardados no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Paulo. Há relatos de que caixas estão armazenadas de forma inapropriada.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, guardou parte dos presentes que ganhou em uma propriedade do ex-piloto Nelson Piquet. Ele optou por doar livros que ganhou à Biblioteca Nacional, e textos, discursos e cartas, ao Arquivo Nacional, fragmentando um acumulado de itens que poderiam ser unificados em uma exposição, futuramente.
Ainda não se sabe quanto da coleção de Dilma foi inundada. Pessoas familiarizadas com seu conteúdo afirmam que ela acumulou um acervo bibliográfico ainda maior que o museológico (itens diversos), somando muitos livros.
Neste momento, há ainda a preocupação de que os contêineres possam ser violados e saqueados, diante da situação de calamidade que atinge o estado e das ocorrências que têm sido registradas.
Desde que Dilma deixou a Presidência, os contêineres só teriam sido abertos em uma única ocasião, no ano de 2016, quando o TCU (Tribunal de Contas da União) fez uma auditoria e ordenou a devolução de parte dos presentes.
Não está claro ainda o que a petista, que hoje preside o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco do Brics, deve fazer com o material abrigado pelo MST.
Em 1991, foi sancionada a primeira lei sobre o patrimônio adquirido durante a passagem de um presidente pelo Palácio do Planalto. Em 2002, o texto foi regulado por decreto e, em 2016, o TCU firmou nova interpretação.
A corte de contas entendeu que o recebimento de presentes em qualquer cerimônia com outros chefes de Estado ou de governo deveria ser considerado patrimônio público e, por consequência, todos os itens recebidos deveriam ser catalogados junto aos bens do governo federal.
Segundo o tribunal, foram excluídos da lei apenas os itens de natureza personalíssima, como medalhas personalizadas e grã-colar, ou de consumo direto, como bonés, camisetas, gravata, chinelo e perfumes.
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