PT chama de sabotagem e lamentável decisão do BC de interromper cortes nos juros

Integrantes do PT criticaram o Banco Central pela decisão de interromper a queda da taxa básica de juros (a Selic). Entre os integrantes da sigla, a decisão foi chamada de sabotagem contra o governo, e a unanimidade do colegiado foi vista como lamentável.

Nos bastidores, ao menos um integrante da sigla criticou Gabriel Galípolo, diretor do BC indicado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e cotado para presidir a autarquia a partir do ano que vem no lugar de Roberto Campos Neto. A visão manifestada é a de que Galípolo agradou ao mercado e desagradou ao petista.

A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido, afirmou não haver motivo para manter os juros em 10,5% ao ano. Para ela, não há chance de o país estourar a meta de inflação.

“Não há justificativa técnica, econômica e muito menos moral para manter a taxa básica de juros em 10,5%, quando nem as mais exageradas especulações colocam em risco a banda da meta de inflação. E não será fazendo o jogo do mercado e dos especuladores que a direção do BC vai conquistar credibilidade, nem hoje nem nunca”, afirmou no X (antigo Twitter).

Líder do governo na Câmara, o deputado federal Zé Guimarães (PT-CE) afirmou que a decisão “é uma sabotagem a todos os esforços do governo para o crescimento do Brasil”. “Muito se fala em corte de gastos, mas não se fala em corte de juros. A manutenção dos juros em 10%, acima de juros real, subtrairá R$ 102 bilhões dos cofres públicos”, disse.

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) chamou atenção para o fato de o colegiado não ter manifestado divergências. “Lamentável a decisão do Copom de interromper a trajetória de queda da Selic e manter a taxa básica de juros em 10,5%. Mais lamentável ainda ter sido por unanimidade”, afirmou.

Questionado por jornalistas sobre a decisão, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), afirmou que a “taxa neutra” seria de 8,5% ao ano —ou seja, abaixo do percentual mantido nesta quarta pelo BC.

“O que eu sei, pelo menos na informação que eu tenho, é que a taxa de juros chamada de neutra, calculada por eles, é 8,5 [% ao ano]. Quando você mantém 10,5 [% ao ano] você aponta para uma política contracionista”, disse, acrescentando em tom de ironia que não iria comentar mais porque o BC é autônomo.

PARTIDO VAI À JUSTIÇA

Nesta quarta-feira, A bancada do PT na Câmara dos Deputados entrou com uma ação popular na Justiça em que pede que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, seja proibido de fazer “pronunciamentos de natureza político-partidárias”.

A ação do PT foi protocolada na 6ª Vara Federal Cível da Justiça do Distrito Federal, na esteira das críticas feitas por Lula ao presidente do BC. O petista afirmou em entrevista nesta terça (18) que o presidente da autoridade bancária tem lado político e trabalha para prejudicar o país.

No documento, a legenda cita o jantar oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao economista. É mencionada a informação, adiantada pelo Painel S.A, de que ele aceitaria ser ministro da Fazenda em uma eventual gestão federal do atual chefe do Executivo paulista.

Enquanto isso, Campos Neto está sendo aconselhado por importantes líderes políticos do centro a não cair na provocação de Lula e de Bolsonaristas.

Essas lideranças, que dão sustentação à política econômica do ministro Fernando Haddad (Fazenda) no Congresso, avaliam que o chefe da autoridade monetária precisa defender a autonomia operacional da instituição, aprovada em 2021 e validada depois pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A aprovação da autonomia é considerada pelos aliados políticos de Campos Neto o seu principal legado à frente da autarquia, maior do que o popular Pix (sistema de pagamento instantâneo).

Victoria Azevedo/Thaísa Oliveira/Folhapress

Banco Central mantém Selic em 10,5% ao ano com Galípolo alinhado a Campos Neto

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central interrompeu nesta quarta-feira (19) o ciclo de cortes de juros e manteve a taxa básica, a Selic, em 10,50% ao ano.

A decisão foi tomada de forma unânime, com o voto do diretor Gabriel Galípolo, cotado para ser o próximo presidente da instituição, alinhado com o do atual chefe do BC, Roberto Campos Neto. Mesmo sob pressão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), houve convergência no colegiado, inclusive entre os indicados pelo presidente.

“O cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas [em relação à meta] demandam maior cautela”, disse.

O comitê afirmou também que se manterá “vigilante” e que “eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

Ao longo do ciclo de flexibilização de juros, iniciado em agosto do ano passado, foram seis reduções consecutivas de 0,50 ponto percentual e uma de 0,25 ponto. A taxa básica se mantém agora no menor patamar desde fevereiro de 2022, quando estava fixada em 9,25% ao ano.

Com a pausa na flexibilização dos juros, o colegiado do BC ignorou a pressão feita pelo governo Lula às vésperas do encontro decisivo e agiu em linha com a expectativa do mercado financeiro.

Levantamento feito pela Bloomberg mostrou que a pausa da Selic no atual patamar de 10,50% ao ano era a projeção quase unânime dos economistas –apenas dois dos 33 analistas consultados esperavam um novo corte de 0,25 ponto percentual.

Mas as atenções dos investidores não se restringiam aos números e estavam concentradas sobretudo no placar de votos dos membros do Copom.

Isso porque a tensão entre governo e BC voltou a crescer depois de Lula afirmar que Campos Neto “tem lado político” e que “trabalha para prejudicar o país”. Membros do governo e aliados também colocaram o presidente do BC na mira e aumentaram a artilharia em defesa da redução dos juros.

A partir do posicionamento dos quatro indicados pelo governo Lula –em especial de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária–, dessa vez sem divergências, os economistas buscam sinais sobre a atuação futura do BC.

Em 2025, a gestão petista terá maioria no Copom, com sete dos nove membros do BC indicados por Lula, incluindo o presidente.

Até o fim do ano, quando termina o mandato do atual chefe da autoridade monetária, o Copom tem mais quatro encontros programados –30 e 31 de julho, 17 e 18 de setembro, 5 e 6 de novembro e 10 e 11 de dezembro.

No cenário de referência do Copom, as projeções de inflação para 2024 saltaram de 3,8% para 4% e, para 2025, subiram de 3,3% para 3,4%. O Copom voltou a incluir um cenário alternativo, no qual a Selic fica inalterada “ao longo do horizonte relevante” (que corresponde ao ano de 2025). Nesse quadro, a projeção de inflação do próximo ano cairia para 3,1%.

A pausa nos cortes da Selic veio na sequência de uma desaceleração do ritmo de queda da taxa básica em votação dividida, com oposição de todos os indicados por Lula, no mês passado.

Em maio, prevaleceu a decisão da maioria (5 a 4) –puxada por Campos Neto– pela redução de 0,25 ponto percentual, contrariando a sinalização dada pelo próprio Copom no encontro anterior de que repetiria a intensidade dos cortes realizados até então, de 0,50 ponto percentual.

O racha no Copom de maio colaborou para a deterioração das expectativas de inflação. Na última segunda-feira (17), o boletim Focus mostrou que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para 2025 foi revisado para 3,80%, em uma sequência de altas por sete semanas consecutivas. Para 2026, a projeção é de 3,60%.

A meta de inflação perseguida pelo BC é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o objetivo é considerado cumprido se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

A piora das expectativas para o cenário futuro se refletiu no preço dos ativos, com a depreciação do real frente ao dólar. A moeda americana chegou a atingir R$ 5,482 na máxima do dia nesta quarta, ela estava cotada a R$ 5,15 na reunião do Copom de maio.

No cenário doméstico, cresceu a percepção de maior risco fiscal entre os agentes econômicos, e a atividade econômica seguiu mostrando resiliência. Quanto ao “adverso” ambiente internacional, a preocupação com relação ao início do ciclo de redução de juros nos Estados Unidos continuou no radar.

Quanto ao fiscal, o comitê disse monitorar “com atenção” o impacto das recentes decisões sobre a política monetária e os preços dos ativos financeiros.

Reafirmou que “uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida” contribui para o retorno das expectativas de inflação em direção à meta e para a redução da precificação embutida no risco de investir no Brasil.

No balanço de riscos para a inflação, o colegiado do BC continuou com a avaliação de que os fatores estão em equilíbrio em ambas as direções.

Entre os motivos que impulsionariam os preços para cima, mencionou maior persistência das pressões inflacionárias globais e maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função do hiato do produto [margem que a atividade tem para crescer até atingir sua capacidade máxima] mais apertado.

Entre os fatores que puxariam os preços para baixo, o comitê citou a desaceleração da atividade econômica global mais acentuada e os possíveis impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global.

“O comitê avalia que as conjunturas doméstica e internacional seguem mais incertas, exigindo maior cautela na condução da política monetária”, disse. Falou também em “serenidade e moderação” na condução da política de juros.

Com os efeitos defasados da política monetária sobre a economia, o BC mira hoje o alvo fixado para 2025.

QUEM É QUEM NO BC

Roberto Campos Neto, presidente
Mandato até 31.dez.24

Otavio Damaso, diretor de Regulação
Mandato até 31.dez.24

Carolina de Assis Barros, diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta
Mandato até 31.dez.24

Diogo Guillen, diretor de Política Econômica
Mandato até 31.dez.25

Renato Dias de Brito Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução
Mandato até 31.dez.25

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária
Mandato até 28.fev.27

Ailton de Aquino Santos, diretor de Fiscalização
Mandato até 28.fev.27

Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos
Mandato até 31.dez.27

Rodrigo Alves Teixeira, diretor de Administração
Mandato até 31.dez.27

Nathalia Garcia/Folhapress

Argentina envia ao Brasil lista de foragidos do 8/1

A Argentina compartilhou com o Brasil nesta quarta-feira (19), após pedidos de Brasília, a lista dos foragidos do 8 de Janeiro dos quais se há registro de entrada no país. São cerca de 60 pessoas.

Buenos Aires também alertou que parte desse grupo —seriam cerca de dez indivíduos— já deixou o país. Não se sabe para qual região foram, uma vez que o registro migratório compartilhado com Brasília contém apenas a informação de que houve saída do território argentino.

As informações chegam após o Brasil enviar ao governo de Javier Milei uma lista com os nomes e documentos de 143 condenados pela invasão às sedes dos três Poderes que estavam foragidos. O objetivo era confirmar se possivelmente essas pessoas estão na Argentina.

É possível que os números reais sejam maiores do que os listados pelo lado argentino, caso alguns dos foragidos tenham entrado ou saído do país por pontos da fronteira nos quais há pouco monitoramento.

Ainda nesta quinta-feira, o porta-voz de Milei, questionado por um jornalista argentino, negou que haja qualquer tipo de “pacto com o bolsonarismo” para permitir a estadia dos foragidos em território argentino e disse que o governo acatará decisões da Justiça.

Ao menos no campo discursivo, é um balde de água fria para os foragidos, que buscaram a Argentina como espécie de refúgio por acreditarem que a atual gestão da Casa Rosada, próxima ao bolsonarismo, seria simpática à sua permanência no país.

A lista enviada pelos argentinos é agora compartilhada com a Justiça brasileira. O Supremo Tribunal Federal (STF) prepara pedidos de extradição dessas pessoas a serem enviados à Justiça argentina.

Não se sabe quantas dessas pessoas solicitaram refúgio e asilo político na Argentina. Aqueles que o fizeram, alguns dos quais por meio da defensoria pública argentina, aguardam análise de seus processos, algo que pode demorar, especialmente devido a uma recente dança de cadeiras na chefia do Conare, a Comissão Nacional para os Refugiados.

Mayara Paixão/Folhapress

Comissão do Senado aprova projeto de lei que libera jogo do bicho, cassino e bingo

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou nesta quarta-feira (19) um projeto de lei que autoriza o funcionamento de cassinos, do jogo do bicho e de outras modalidades de jogos de azar.

A votação foi apertada, com 14 senadores favoráveis e 12 contrários. Como o texto teve aval da Câmara em 2022, só resta o plenário do Senado analisar a proposta para que ela seja enviada à sanção presidencial.

O Congresso Nacional discute o projeto de lei há mais de 30 anos. As tentativas de avançar com a proposta, porém, esbarraram na oposição da bancada evangélica e de setores conservadores do Parlamento.

A força dos opositores enfraqueceu nos últimos anos à medida que se intensificou o lobby internacional, com promessas de investimentos bilionários no Brasil e aumento na arrecadação de impostos.

A proposta aprovada foi criada em 1991 pelo ex-deputado Renato Vianna (MDB-SC). O texto original se restringia a revogar decretos da década de 1940 que colocavam o jogo do bicho na contravenção.

“Há delitos graves, hediondos, que estarrecem a sociedade e que necessitam de árdua e diuturna repressão policial, não a prática de um jogo de azar, enraizado nos costumes e que somente é ilícito porque a lei o mantém como contravenção penal”, justificou o deputado.

A cúpula da Câmara dos Deputados decidiu aproveitar o texto do século passado para, em 2022, ampliar o alcance do projeto e legalizar mais jogos proibidos no Brasil, como cassinos e bingo.

O texto atual permite a criação de cassinos integrados a complexos de lazer, como prédios ou embarcações. As instalações só receberão aval para funcionamento se tiverem hotéis, shoppings, salões para eventos sociais e restaurantes.

A proposta prevê autorização para até três cassinos-resorts por estado, a depender do tamanho da população da região ou da extensão do território. As empresas precisarão ser credenciadas pelo Ministério da Fazenda para operar seus cassinos pelo prazo de 30 anos, com possível renovação por igual período.

Pelas regras estipuladas pela proposta, somente o estado de São Paulo conseguirá instalar três cassinos-resorts, por ter uma população de mais de 25 milhões de habitantes.

Minas Gerais e Rio de Janeiro têm entre 15 milhões e 25 milhões de habitantes e poderão ter dois cassinos cada. Mesmo sem ter população suficiente, Amazonas e Pará também devem instalar dois empreendimentos por causa de uma exceção à regra, que permite mais cassinos para territórios com mais de 1 milhão km².

Os demais estados e o Distrito Federal só poderão ter um cassino-resort cada.

JOGO DO BICHO

O projeto de lei ainda estabelece que o jogo do bicho deixa de ser contravenção penal e se torna legal. Ele limita, porém, a instalação de um jogo do bicho a cada 700 mil habitantes por estado.

O estado do Rio de Janeiro possui 16 milhões de habitantes —poderia abrir, portanto, até 22 casas desse tipo.

Se a proposta for aprovada, as casas de bingo só poderiam operar as modalidades física (cartela), eletrônica e videobingo —esta última limitada a 400 máquinas por estabelecimento.

O texto limita o credenciamento de uma casa de bingo a cada 150 mil habitantes por cidade. Estabelecimentos que realizam aposta de turfe (corrida de cavalo) terão permissão para operar bingos e videobingos.

O relator da proposta, senador Irajá (PSD-TO), apresentou nesta quarta um novo parecer retirando trechos que tratavam sobre jogos online. O Congresso aprovou em 2023 outra proposta sobre o assunto.

A discussão sobre a liberação dos jogos de azar desencadeou uma guerra entre lobbies de grupos estrangeiros no Congresso.

Um dos principais pontos de discussão, que fez travar e avançar a proposta nos últimos anos, envolvia a pressão de empresas dos Estados Unidos e da Europa para que o modelo de negócio autorizado pela lei fosse o de cassinos integrados a resorts —com vetos a cassinos urbanos, entre outros formatos.

O próprio senador Irajá foi alvo do lobby quando, em 2020, viajou a Las Vegas para conhecer cassinos e conversar com representantes da empresa Las Vegas Sands, do finado magnata Sheldon Adelson.

Um lobista do jogo do bicho afirmou à reportagem que o principal temor com a aprovação da proposta é o número considerado baixo de autorização para pontos de apostas pelas cidades. Ele diz que, no Rio de Janeiro, a abertura de 22 casas do bicho causará uma disputa entre os atuais contraventores.

Outro problema, na opinião deste lobista, é que os bicheiros que operarem os jogos à margem da legislação serão considerados criminosos, e não mais contraventores.

Cézar Feitoza/Folhapress

Moraes intima diretores de hospitais de SP após vetar punição a médicos por aborto acima de 22 semanas

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou que diretores de hospitais do município de São Paulo sejam intimados a comprovar se estão cumprindo uma decisão liminar que vetou punições a médicos que realizem abortos legais acima de 22 semanas.

O despacho se deu no âmbito da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 1141, que questiona a resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) que restringia a interrupção legal da gestação no Brasil.

Em maio deste ano, o ministro atendeu à ação apresentada por PSOL, Anis: Instituto de Bioética e Clínica Jurídica Cravinas e suspendeu a norma contra a assistolia fetal. O procedimento é recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para interromper gestações mais avançadas.

Moraes ainda barrou punições e a abertura de processos administrativos contra médicos que seguissem realizando a técnica para atender mulheres vítimas de estupro, que correm risco de vida ou então que gestão fetos anencéfalos. A decisão liminar ainda precisa ser apreciada pelo plenário do STF.

“Determino a intimação da direção dos seguintes estabelecimentos hospitalares do Município de São Paulo para, no prazo de 48 horas, comprovarem o cumprimento da decisão cautelar proferida nesses autos, sob pena de responsabilização pessoal de seus administradores”, afirma o magistrado, em despacho.

“São eles: Hospital Municipal Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio, Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha; Hospital Municipal Tide Setúbal; e Hospital Municipal e Maternidade Professor Mário Degni”, segue o ministro.

Bianka Vieira, Folhapress

Mera coincidência, diz ministro sobre MP publicada logo após operação dos irmãos Batista

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a medida provisória editada para salvar a Amazonas Energia não vai aumentar a conta de luz, e que ela ter sido publicada logo após o grupo J&F (dos irmãos Batista e dono da JBS) investir R$ 4,7 bi em usinas do estado foi uma “mera coincidência”.

“O envio à Casa Civil já tinha acontecido há algum tempo”, disse, em uma audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (19).

A medida provisória do governo Lula (PT) foi publicada dois dias após a J&F, por meio da Ambar Energia, para comprar usinas termelétricas no Amazonas e que eram da Eletrobras. O texto visa salvar a Amazonas Energia, empresa sob graves problemas financeiros que ameaçam um colapso na região atendida por ela, o estado do Amazonas.

A medida provisória flexibiliza os contratos de distribuição de energia e permite a transferência do controle societário como alternativa à extinção da concessão. Isso abre espaço, por exemplo, para que a Ambar, subsidiária da J&F, assuma a Amazonas.

“A transação que foi feita entre a Eletrobras e Âmbar Energia não passou pelo ministério, não é do interesse do ministério, não deve ser considerada pelo ministério”, disse Silveira.

“Existe toda uma construção da medida, que foi feita há mais de um ano […]. A Aneel notificou o ministério, disse que a concessionária [Amazonas] colapsaria, foi feito um grupo de trabalho, o grupo de trabalho definiu quais eram as medidas a serem tomadas”, completou o ministro.

Silveira afirmou que cabe à Aneel analisar a viabilidade das transações privadas e que não há participação do ministério.

Especialistas afirmam ainda que o texto abre caminho para que os contratos das termelétricas possam impactar o valor da conta de luz em todo o país.

Isso porque a medida prevê a conversão dos contratos de termelétricas em contratos de energia de reserva, que é firmado via Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Como a CCEE é financiada por todos os consumidores do sistema nacional, os acordos podem, então, aumentar a conta de luz de todos os integrantes dele.

Silveira, no entanto, rechaçou essa possibilidade, e afirmou que a medida não trará impactos na conta.

Ele defendeu ainda que o novo decreto das distribuidoras, que vai antecipar as renovações dos contratos, pode ser uma alternativa para evitar o colapso da Amazonas Energia.

“Espero que ela tenha um sucessor, que assuma o serviço, porque se isso não acontecer, as duas medidas [possíveis] serão ou intervenção ou caducidade”, disse.

Ele afirmou que um processo de caducidade nunca aconteceu no Brasil, então não se sabe quais seriam suas consequências.

E acrescentou que uma intervenção consistiria em o governo nomear uma pessoa para reconstruir o serviço prestado da empresa, e que esse investimento custaria “em torno de R$ 4 bilhões” à União.

PETRÓLEO E ‘FRACKING’

Silveira precisou deixar a audiência para viajar com o presidente Lula (PT) ao Rio de Janeiro, onde eles devem acompanhar a posse da nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard. O encontro será retomado em nova data.

Mas durante o encontro, ele voltou a defender a exploração da Foz do Amazonas e também a exploração de gás de “fracking”, ou fraturamento hidráulico, técnica que usa água com areia e químicos para quebrar rochas profundas, em terra, e extrair o insumo. O modelo criticado por seus possíveis impactos contra o meio ambiente.

Ele disse que é “visão majoritária” no governo os investimentos na margem equatorial, que também receberam apoio do presidente Lula na última terça-feira (18), apesar de já terem sido entendidos como inviáveis pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente).

Ele defendeu o “fracking” como uma alternativa “não convencional” para obtenção de gás natural.

“Não há nenhum sentido em importar gás de fracking. Nós já importamos dos Estados Unidos, estamos discutindo importar da Argentina sendo que temos um enorme potencial de produção aqui”, afirmou.

EÓLICAS OFFSHORE
Durante a audiência, Silveira criticou o trabalho dos deputados no projeto de lei que regulamenta as usinas de energia eólica na costa brasileira, as chamadas offshore.

Após o projeto ter sido aprovado pelo Senado, a Câmara dos Deputados incluiu nele uma série de “jabutis” que não só beneficiam o setores de gás e carvão (altamente poluentes), mas também podem custar R$ 25 bilhões ao ano na conta de luz.

O projeto agora está de volta com os senadores, que podem referendar, ou negar, os jabutis —termo usado para definir partes acrescidas a um projeto, mas que são estranhos à sua proposta original.

“Se aprovar dessa forma, vamos ampliar a CDE [Conta de Desenvolvimento Econômico], prejudicando o consumidor mais pobre”, disse Silveira.

João Gabriel, Folhapress

14ª edição da Copa 2 de Julho de Futebol Sub-15 é lançada, em Salvador

Foto: Feijão Almeida/GOVBA
A Copa 2 de Julho, maior competição de Futebol Sub-15 do Brasil, está de volta em sua 14ª edição, reunindo 40 participantes, entre equipes baianas, tradicionais clubes nacionais, times internacionais e a seleção brasileira da categoria. O lançamento oficial ocorreu na manhã desta quarta-feira (19), em um evento realizado na tribuna de honra do Estádio de Pituaçu, em Salvador, com a presença de dirigentes esportivos, jornalistas e representantes dos participantes.
Foto: Feijão Almeida/GOVBA

Durante a cerimônia, foram apresentados os grupos da fase nacional final da competição, definidos por meio de um sorteio das equipes que se classificaram nas fases regionais do interior, que contaram com a presença de mais de 300 equipes. A abertura será feita no dia 2 de Julho, no Estádio de Pituaçu, com uma partida entre a seleção brasileira e o Gavião Kyiakatejê, de Bom Jesus do Tocantins (PA), o único time profissional indígena do país, marcando um momento histórico para o torneio.

Para Breno Picolo, coordenador administrativo da base do Bahia, a competição já tem um fundamental dentro do calendário esportivo da Bahia. “A copa é uma oportunidade importante onde podemos receber grandes equipes nacionais aqui no estado da Bahia. E pra os nossos atletas é uma preparação pra o campeonato baiano, que visa o segundo semestre, visando todo o desenvolvimento e a transformação de seus futuros”.

Foto: Feijão Almeida/GOVBA
Promovida pela Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), que integra a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), a Copa 2 de Julho também recebe apoio do Ministério do Esporte, da Federação Baiana de Futebol (FBF) e da Federação Baiana de Desportos de Participação. O torneio será realizado em oito locais diferentes na Região Metropolitana de Salvador e no Recôncavo Baiano.
Foto: Feijão Almeida/GOVBA
Os estádios que sediarão as partidas incluem o Estádio de Pituaçu, o Centro de Treinamento do Bahia em Dias D'Ávila, o Centro de Treinamento do Vitória, o campo do Wet'n Wild, a Arena Parque Santiago, o Estádio Municipal de Lauro de Freitas, o Estádio Municipal de Cachoeira e o Centro de Treinamento de Praia do Forte em Mata de São João.
O Diretor Geral da Sudesb, Vicente Neto, destacou a participação de clubes dos 27 territórios de identidade da Bahia. “Além dos clubes convidados do Brasil inteiro e clubes profissionais que têm divisão de base, essa edição interiorizou ainda mais a Copa 2 de Julho. As etapas iniciais propiciaram a participação de clubes em vários municípios e é a possibilidade concreta de você abrir caminhos pra profissionalização de jovens atletas que enxergam no futebol uma chance de ascensão”.
 Competição
 A edição de 2024 mantém o formato de sucesso dos últimos anos, com uma divisão em fases regionais que, nesta edição, contou com a participação de 306 equipes de todos os Territórios de Identidade da Bahia. As equipes classificadas das fases regionais são: Aurelino Leal, Barra, Brumado, Canarana, Capim Grosso, Castro Alves, Eunápolis, Guanambi, Itabuna, Paulo Afonso, Riachão do Jacuípe, Ruy Barbosa, Santa Rita de Cássia, Santanópolis, Sento Sé e Vitória da Conquista.
Essas equipes se juntam aos times da fase metropolitana e aos representantes nacionais e internacionais. Entre os times de destaque estão o atual campeão Atlético Mineiro, além de Athletico Paranaense, Botafogo, Goiás, Fortaleza, Palmeiras e Vasco. Também participarão ABC (Natal), Comercial (Maranhão), Treze (Paraíba) e a Seleção Sergipana. A nível internacional, a competição contará com Brauza (EUA) e Bolívia (Santa Cruz de La Sierra).
Histórico
Criada em 2007, a Copa 2 de Julho se consolidou como uma das mais importantes competições de base do Brasil, revelando talentos e atraindo olheiros de grandes clubes. A competição passou a ser disputada na categoria sub-15 em 2015, ampliando ainda mais sua visibilidade e o impacto no desenvolvimento dos jovens atletas.
Repórter: Tácio Santos/GOVBA

A Infidelidade Masculina: Uma Teia Complexa de Fatores

A infidelidade masculina é um tema complexo e multifacetado que gera debates acalorados e questionamentos frequentes. É importante frisar que nem todo homem é infiel e que as generalizações sobre um grupo tão heterogêneo como o masculino podem ser perigosas e distorcer a realidade.

No entanto, dados estatísticos indicam que a taxa de infidelidade masculina tende a ser superior à feminina. Diversos estudos e pesquisas tentam compreender as raízes desse comportamento, buscando entender as motivações que levam homens a trair mesmo amando suas parceiras.

Fatores Biológicos e Evolutivos:

Algumas teorias sugerem que a infidelidade masculina pode estar, em parte, enraizada em fatores biológicos e evolutivos. A testosterona, hormônio masculino, está relacionada ao impulso sexual e à busca por reprodução. Segundo essa perspectiva, a poligamia, ou seja, a prática de ter vários parceiros ao mesmo tempo, teria sido vantajosa para os ancestrais masculinos em termos de perpetuação da espécie.

Fatores Psicológicos e Sociais:

Embora a biologia possa ter um papel, fatores psicológicos e sociais também são extremamente relevantes na compreensão da infidelidade masculina.

Insatisfação no relacionamento: A falta de comunicação, intimidade emocional, ou sexual na relação com a parceira pode levar o homem a buscar essas necessidades em outras pessoas.

Busca por novidades e excitação: O desejo por novas experiências e a adrenalina da conquista podem motivar a infidelidade, especialmente em relacionamentos longos e monótonos.

Inseguranças e baixa autoestima: Homens com baixa autoestima podem buscar validação e aprovação em outras mulheres para compensar suas fragilidades.

Pressão social: A ideia de que "homens são conquistadores" e que "ter várias parceiras é sinal de masculinidade" ainda é presente em algumas culturas, influenciando o comportamento de alguns indivíduos.

Fatores culturais: Normas sociais e culturais que relativizam a fidelidade masculina também podem contribuir para a ocorrência da infidelidade.

Histórico familiar: Homens que presenciaram infidelidade na família de origem podem ter maior propensão a repetir esse padrão em suas próprias vidas.

Problemas de saúde mental: Transtornos como depressão, ansiedade, vícios e compulsões podem levar à infidelidade como forma de fuga ou busca por prazer momentâneo.

É importante salientar que a infidelidade nunca é a única solução para os problemas em um relacionamento com sugar baby. Buscar ajuda profissional, como terapia de casal, pode ser fundamental para identificar as raízes da insatisfação e trabalhar em conjunto para fortalecer a relação.

 Redação: Júlia Silva


Exército reage e diz que previdência diferenciada para militares corrige desigualdade

O Exército preparou um documento para reagir contra possíveis cortes em benefícios de militares das Forças Armadas, como sugerido por ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) e integrantes do governo Lula (PT).

O Caderno de Orientação aos Agentes da Administração, feito pela Secretaria de Economia e Finanças do Exército, foi escrito para defender que militares sigam com regras de aposentadoria diferentes dos civis. O documento será enviado a membros da equipe econômica.

O Exército afirma que os militares têm menos direitos que os civis durante a carreira e, para compensar, devem ter benefícios ao ir para a reserva —entre eles, a manutenção do salário integral.

“A integralidade e a paridade dos vencimentos dos militares, portanto, são ações afirmativas por parte do Estado brasileiro, que visam a garantir a igualdade material entre civis e militares […]. Isso pode ser comparado a outras ações afirmativas que visam corrigir desigualdades históricas e estruturais”, disse a Força.

Ação afirmativa é uma política pública de combate e reparação de desigualdades sociais, como as cotas para negros e indígenas em universidades e em concursos públicos.

O Exército destaca alguns direitos que os militares não possuem, como o recebimento de horas extras, adicional noturno e sindicalização. E reforçam que a carreira exige dedicação exclusiva e mudanças de cidade constantes.

As peculiaridades na carreira, segundo o documento, fazem com que o tratamento especial na reserva seja um “reconhecimento justo e merecido pelo serviço prestado pelos militares”.

“O regime jurídico distinto que rege os militares das Forças Armadas não implica em privilégios imerecidos; pelo contrário, visa apenas mitigar as desvantagens impostas a esses profissionais pelas particularidades da profissão militar”, afirmou.

Para defender o tratamento diferenciado, o documento apresenta uma imagem. Ela mostra um civil engravatado do lado de uma balança cheia da palavra “direito”; do outro lado, um militar-robô tem menos “direitos” em seu prato, mostrando desequilíbrio.

A legislação brasileira criou o SPMFA (Sistema de Proteção dos Militares das Forças Armadas) em 1980, durante a Ditadura Militar, que ganhou o nome e foi alterado em 2019. Trata-se de um conjunto de direitos que os fardados possuem para a garantia de remuneração, pensão, saúde e assistência social.

Eles preveem, por exemplo, que o militar na reserva receberá a mesma remuneração que tinha na ativa. A regra permite que um general receba R$ 37 mil até o fim da vida, enquanto civis são submetidos ao teto de R$ 7.786,02 do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O militar que vai para a reserva recebe ainda uma ajuda de custo equivalente a oito salários —valor que chega a R$ 300 mil para generais. Quando morre, o oficial ou praça ainda deixa pensão para familiares que, em determinados casos, atenderá de forma vitalícia à cônjuge ou no limite de 24 anos para filhos.

Os integrantes das Forças Armadas ainda não têm idade mínima para deixar o serviço ativo e podem ir para a reserva remunerada após 35 anos de serviço. O TCU afirma que militares costumam deixar o trabalho entre os 50 e 70 anos, enquanto civis só podem se aposentar a partir dos 65 anos.

As regras especiais para os militares após o fim da carreira causaram um déficit de quase R$ 50 bilhões ao governo em 2023, segundo dados levantados pelo TCU.

O rombo causado nas contas públicas é de R$ 158,8 mil por militar inativo a cada ano; a aposentadoria de cada civil no Regime Geral da Previdência Social custa, em média, R$ 9,4 mil. Em síntese, o déficit por militar é 15 vezes maior que o de cada civil.

O presidente do TCU, Bruno Dantas, defendeu que o corte de gastos que o governo Lula pretende fazer comece pelos militares.

“No governo passado, foi feita uma reforma da Previdência para o servidor civil, e não foi feita para os militares. Talvez possa ser [mudada]. O que me cabe como auditor das contas do Brasil é mostrar esses números. É óbvio que há uma desproporção aqui e que algo precisa ser pelo menos pensado”, disse em entrevista à Folha.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, confirmou ao Congresso Nacional que cortes de benefícios dos militares estarão entre as propostas de redução de gastos públicos a serem apresentadas ao presidente Lula. “[Precisamos] ter coragem de atacar, por exemplo, a aposentadoria dos militares”, disse.

Os militares das Forças Armadas não têm aposentadoria, segundo a legislação e acórdãos do TCU. Os militares da reserva não são considerados legalmente como aposentados, porque podem ser reintegrados em casos excepcionais, como em guerras.

No documento, o Exército diz que guerras “inviabilizam a existência de um regime previdenciário contributivo” para as Forças Armadas.

“Um conflito armado levaria a óbito e invalidez boa parcela dos contribuintes jovens e deixando um efetivo expressivo e irremunerável de pensionistas e inválidos, provocando a insolvência de qualquer fundo de previdência que se venha a conceber”, disse.

Críticos às regras benéficas dos militares dizem que o Brasil não vive conflitos há décadas e que, portanto, elas deveriam ser extintas para garantir equilíbrio entre os tratamentos de civis e militares.

O Exército afirma que os direitos que os militares não possuem na carreira geram redução de R$ 30 bilhões nas despesas com pessoal e que os benefícios na reserva compensam o valor.

Cézar Feitoza/Folhapress

Grupo de mulheres cristãs faz manifesto contra PL Antiaborto por Estupro

A Frente de Mulheres de Fé divulgou nesta quarta-feira (19) um manifesto pelo arquivamento do PL Antiaborto por Estupro (PL 1904), proposto pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). A intenção é mostrar que há outras vozes dissonantes da chamada bancada evangélica e que ela não deve determinar as políticas públicas nem a legislação nacional.

A frente é formada por mulheres de “variadas igrejas cristãs: evangélicas, católicas romanas, batistas, episcopais anglicanas, presbiterianas, luteranas, metodistas, pentecostais”. O grupo afirma ter integrantes que exercem diversas funções dentro das igrejas, como bispas, pastoras, missionárias e catequistas.

Entre os argumentos, as religiosas apontam que não aceitam que o patriarcado cristão e sexista projete nos corpos das mulheres as suas frustrações e perversões. Afirmam, ainda, que o PL é um disfarce que esconde não a luta em defesa da vida do não nascido, mas a legalização do ódio contra mulheres.

“Temos uma perspectiva de defesa dos direitos sexuais reprodutivos das mulheres desde sempre, é a nossa luta já de muitos anos. Então, a gente não compartilha desse tipo de compreensão que, por exemplo, a bancada evangélica expressa. Por isso, a gente decidiu dizer a nossa opinião a respeito”, diz Lusmarina Campos Garcia, 60, teóloga, pesquisadora, doutora em direito pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pastora da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.

Mais de 160 mulheres já assinaram o documento, que será lido em uma manifestação no Congresso Nacional, às 16h desta quarta. Após a leitura, o grupo vai protocolá-lo no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados, na Presidência da República e no STF (Supremo Tribunal Federal).

“A gente vai levar a voz dessas teólogas, pastoras, missionárias, diáconas para as diferentes instâncias de poder para que saibam que há opiniões, inclusive, embasadas teologicamente, biblicamente, a partir dos estudos que a gente tem feito nas últimas décadas. Uma perspectiva calcada, de fato, na teologia, na Bíblia, na fé e nas perspectivas de liberdade que os direitos humanos, a Constituição Brasileira, inclusive, preceituam como fundamentais”, afirma.

“Queremos que essa nossa voz seja ouvida para que a sociedade brasileira e os poderes instituídos saibam que há diferentes perspectivas, ou seja, essa que a bancada evangélica apresenta é uma perspectiva entre outras e, portanto, não deve ser aquela que vai determinar as políticas públicas do país, nem a legislação nacional”, conclui a pastora.

VEJA OS ARGUMENTOS DA FRENTE DAS MULHERES DE FÉ NO MANIFESTO:
Exigimos o arquivamento do PL do Estupro e do Estuprador em nome das 252.786 meninas/criança, que foram forçadas a dar à luz entre 2010 e 2019 por terem sido abusadas por seus pais, padrastos, tios, sacerdotes, pastores, padres, missionários, primos, vizinhos, avôs, irmãos;

Exigimos o arquivamento do PL do Estupro e do Estuprador em nome das 179.676 meninas negras e das 8.099 meninas indígenas obrigadas a gerar outras crianças, entre 2010 e 2019, porque temos um Estado que nega a elas o direito à infância e à proteção;

Dizemos não ao PL do Estupro e do Estuprador porque não aceitamos que mulher nenhuma seja encarcerada por interromper uma gravidez. Não consentimos que o patriarcalismo cristão sexista católico e evangélico obrigue o Estado a castigar mulheres e meninas porque projeta em seus corpos sentimentos reprimidos, insatisfações, incoerências, frustrações e perversões;

Dizemos não ao PL do Estupro e do Estuprador porque temos como referência o Evangelho da liberdade e da justiça para mulheres e homens, crianças e vulneráveis na sociedade. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou (Gálatas 5:1); não permaneceremos sob o jugo da escravidão de um discurso religioso funesto;

Dizemos não ao PL do Estupro e do Estuprador porque quem estupra despeja a violência no corpo das meninas e das mulheres e não aceitamos que essa violência seja institucionalizada;

Dizemos não ao PL do Estupro e do Estuprador porque ele é um disfarce que esconde não a luta em defesa da vida do não nascido, mas a legalização do ódio contra mulheres que denunciam as desigualdades, o racismo, a LGTBfobia, o desprezo contra as pessoas pobres. O PL do Estupro e do Estuprador é um PL de morte porque crucifica inocentes;

Denunciamos as alianças patriarcais entre religião e partidos políticos que negociam nossos direitos em troca de votos;

Denunciamos sacerdotes, pastores e bispos que abusam de meninas, meninos e mulheres cotidianamente nas igrejas e depois as/os coagem a silenciar. Exigimos que o Estado, ao invés de permutar e se aliar com grupos religiosos, investigue de maneira isenta e sem exceção os religiosos abusadores;

Repudiamos qualquer Projeto de Lei que retire direitos das mulheres em qualquer âmbito. Não aceitamos que as Convenções e os Tratados Internacionais ratificados pelo Estado Brasileiro sejam descumpridos e banalizados. Não aceitamos o retrocesso dos direitos humanos assegurados na Constituição Federal de 1988. Estamos vigilantes e organizadas para combater qualquer iniciativa que ameace os direitos adquiridos das mulheres;

Reivindicamos que a laicidade do Estado se torne princípio inegociável. Não aceitamos mais que profissionais da saúde sejam coagidos e criminalizados por homens que se valem de sua autoridade religiosa para normalizar o ódio às mulheres;

Reivindicamos que o Estado reavalie seus convênios e acordos com hospitais conveniados com o SUS (Sistema Único de Saúde) e que se negam a realizar procedimentos contraceptivos como a colocação do DIU e a pílula do dia seguinte, valendo-se de dogmas e doutrinas religiosas.

Francisco Lima Neto/Folhapress

Câmara realizará mais uma Sessão Solene para homenagear quem tem contribuído com o desenvolvimento de Ipiaú

Momentos de emoção, aplausos e reconhecimento estão previstos para a noite desta quinta-feira, 20.  Durante a Sessão Solene que a Câmara Municipal de Ipiaú realizará para homenagear com títulos de cidadão honorário e outras honrarias da casa a 22 personalidades que comprovadamente prestaram, em suas áreas de atuação, relevantes serviços ao município. Além dos títulos serão outorgadas a medalhas do mérito da Cultura, da Segurança Pública e dos desportos. A solenidade será iniciada às 20 horas.
 TÍTULOS

Com o título honorário de Cidadão de Ipiaú serão agraciadas as seguintes pessoas: Adelvane Oliveira Santos, o popular “Mestre Vone” (propositura do vereador Robson Moreira); Antônio Ennio de Jesus (propositura do vereador Naciel Ramos); Bruno Ruan Leal Abreu (propositura do vereador Edson Marques da Silva); Denise Neiva da Silva Azevedo (propositura do vereador Cristiano Santos); Izeirdes de Almeida Pereira Scortsis (propositura do vereador San de Paulista); Jamile dos Santos Souza (propositura do vereador Orlando Santos); Julio Souza da Silva (propositura do vereador Naciel Ramos); Luiz Carlos Felix Morais (propositura do vereador Cleber Gadita); Maria Creuza Souza Moraes (propositura do vereador Lucas Louzado); Marcelo Cruz dos Santos (propositura do vereador Cleber Gadita); Mirian Alves Santos (propositura do vereador  Ivonilton Conceição de Oliveira); Sâmela Santos Diaz Braz (propositura do vereador Ivonilton Conceição de Oliveira) e  Valdequino dos Santos Costa (propositura do vereador Lucas Louzado).

MÉRITO DA CULTURA.

A Medalha do Mérito a Cultura Manoel Pinto “Mapin”, será entregue aos agentes culturais Edson José  Bastos de Oliveira Júnior (propositura do vereador Orlando Santos); Henrique Carlos do Espírito Santo Oliveira Filho (propositura do vereador Claudio Nascimento); Dilson Araújo dos Anjos (propositura do vereador Ivonilton Conceição); Ivan Santos Silva (propositura do vereador Cristiano Santos); Manoel Carlos Rodrigues Santana, o popular “Carlinhos Sanfoneiro (propositura do vereador Milton Costa Cruz) e Marcelo Batista Alves dos Santos (propositura do vereador Claudio Nascimento).

 MÉRITO DESPORTIVO.

A Medalha do Mérito Desportivo Jaime Cobrinha será direcionada para Edney a Silva Pereira (propositura do vereador Naciel Ramos) e Newton Ramos Barbosa, o popular “Niltão” (propositura do vereador Milton Costa Cruz “Picolé”).

MÉRITO DA SEGURANÇA PUBLICA

A única Medalha do Mérito da Segurança Pública Capitão Milton Pinheiro dos Santos, a ser entregue nesta Sessão Solene vai para a policial militar Rita Luciene Silva Barreto e tem como proponente o vereador Beto Costa.
(José Américo Castro/ASCOM-Câmara Municipal de Ipiaú)

PF e PRF apreendem caminhão com uma tonelada de maconha em Arapongas/PR

Rio de Janeiro/RJ. A Polícia Federal, em ação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal, apreendeu nesta terça-feira (18/6), uma tonelada de maconha em um caminhão na rodovia na altura de Arapongas/PR. A droga vinha de Toledo/PR e tinha como destino final a cidade de São José dos Campos/SP.

O caminhão suspeito foi abordado e encaminhado para a delegacia de Polícia Federal, onde foi localizado o material ilícito escondido em meio a uma carga de fertilizantes.

O motorista foi preso em flagrante por tráfico interestadual de drogas e será encaminhado ao sistema penitenciário onde ficará à disposição da justiça.

Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro

PF e CGU desarticulam esquema criminoso na Bahia

Foram cumpridos 24 mandados judiciais nas cidades de Juazeiro, Ourolândia, Capim Grosso, Várzea Nova e Filadélfia/BA

Juazeiro/BA. A Polícia Federal, em ação conjunta com a Controladoria Geral da União (CGU), deflagrou nesta terça-feira (18/6), a Operação Piemonte, que visa combater um grupo criminoso especializado em desvio de verba pública, fraude em licitações, corrupção, lavagem de dinheiro e sonegação de impostos.

No total, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária da Bahia, nas cidades de Juazeiro, Ourolândia, Capim Grosso, Várzea Nova e Filadélfia/BA, além do sequestro de diversos bens, bloqueio de contas e afastamento dos servidores públicos envolvidos.

O esquema criminoso era formado por ex-gestores, vereadores, funcionários públicos, empresários, políticos e particulares das cidades de Jacobina, Capim Grosso, Filadélfia, Várzea Nova e Ourolândia.

As investigações revelaram um intrincado esquema de fraude em licitações, principalmente no ramo de locação de veículos, com pagamento de propina a servidores e pessoas politicamente expostas, por meio de um elaborado esquema de lavagem de capitais, compra de veículos de luxo e até mesmo transferências de quantias vultuosas a laranjas e testas de ferro.

Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, fraude à licitação, desvio de recursos públicos, sonegação de impostos e lavagem de capitais.

Comunicação Social da Polícia Federal na Bahia

PF e Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social combatem fraudes na concessão de pensões por morte pelo INSS

Maceió/AL. A Polícia Federal, com o apoio da Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social, deflagrou nesta terça-feira (18/6), a Operação Geração Espontânea, que visa combater fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na concessão de pensões por morte.

De acordo com as investigações, os cadastros de segurados falecidos do Regime Geral de Previdência Social eram selecionados, com o auxílio de um servidor do INSS, para servirem de instituidores de pensões. Selecionado o instituidor, o grupo investigado passava à fase de recrutar pessoas, geralmente mulheres, que aceitavam a tarefa de servir como supostas genitoras de crianças fictícias. Essas crianças eram criadas a partir de Registros de Nascimento ideologicamente falsos e passavam a figurar como dependentes do segurado falecido. Além das mensalidades, os benefícios concedidos geravam créditos retroativos que eram repassados à organização criminosa.

Foram identificadas 119 pensões por morte concedidas com indícios de irregularidades, das quais 75 foram cessadas no decorrer das investigações como medida para estancar o prejuízo ao Erário. Todos os benefícios contendo indícios de irregularidades serão revisados pelo INSS.

O prejuízo estimado gerado pelas ações criminosas investigadas soma quase R$ 13 milhões. Apesar disso, a suspensão dos benefícios por meio de revisão a ser efetuada pelo INSS pode gerar uma economia estimada em cerca de R$10 milhões relativos a pagamentos futuros indevidos.

Estão sendo cumpridos 14 mandados judiciais de busca e apreensão, sendo nove em União dos Palmares/AL, três em São José da Laje/AL, um em Murici/AL e um em Maceió, todos expedidos pela 7ª Vara Federal de Alagoas.

A ação contou com a mobilização de aproximadamente 60 policiais federais e  três servidores da CGINP.

As condutas investigadas configuram os crimes previstos de  obter, para si, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento, em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência e apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.

Comunicação Social da Polícia Federal em Alagoas

Suspeito de tráfico é preso pela PM em Vitória da Conquista

Policiais militares da Cipe Sudoeste prenderam, na tarde de terça-feira (18), um suspeito de tráfico em Vitória da Conquista, região sudoeste do estado.

Os pms receberam uma denúncia anônima de um indivíduo traficando drogas no bairro São Vicente. Com base em informações referentes ao homem, buscas foram iniciadas e um suspeito foi localizado. Ao ser questionado, o indivíduo admitiu o crime, revelando aos policiais a posse de 21 porções de maconha de diferentes tamanhos e uma balança.

O suspeito, juntamente com o material apreendido, foi apresentado ao Disep para o registro da ocorrência.

Arma de fogo, munições e droga são apreendidas pela PM em Itinga

Policiais militares motociclistas do Comando de Policiamento da Região Metropolitana de Salvador (CPRMS) apreenderam uma pistola, munições e maconha, na noite de terça-feira (18), em Itinga, no município de Lauro de Freitas.

Os pms realizavam o patrulhamento na localidade conhecida como Vida Nova, quando se depararam com um indivíduo que, surpreendido pelos militares, tentou fugir, mas foi alcançado.

Com ele, foram encontrados uma pistola .40, munições de calibre 38, 9mm e .40, um carregador, pinos e sacos plásticos para o acondicionamento e a comercialização de entorpecentes, uma balança de precisão, uma máquina de cartões bancários, dinheiro em espécie e um caderno de anotações.

Com o apoio de uma guarnição da 81ª CIPM, o suspeito foi encaminhado para a delegacia que atende à região, onde a ocorrência foi registrada.

Ascom/PMBA

‘Jerônimo, até quando o senhor vai fechar os olhos?’, questiona ACM Neto após a Bahia aparecer no topo da violência em pesquisa

O vice-presidente do União Brasil e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, questionou o governador Jerônimo Rodrigues (PT) sobre sua postura em relação à liderança nacional do Estado em violência. A declaração ocorreu após a divulgação do Mapa da Violência de 2024 pelo Atlas, que revelou que sete das dez cidades mais violentas do Brasil estão localizadas na Bahia.

“Tem uma pergunta que eu acho que no fundo está na cabeça de todas as pessoas e que eu queria fazer aqui nesse momento. O que é que nós esperamos dos nossos governantes? Governador Jerônimo, até quando o senhor vai fechar os olhos para a realidade? O que é que nós baianos podemos esperar de um governador que outro dia estava comparando a situação da segurança pública na Bahia com a situação da segurança pública na Europa. Governador Jerônimo Rodrigues, não dá mais para virar as costas, não dá mais para se omitir, nós já temos um ano e meio do seu governo, 18 anos de governos do PT”, ponderou ACM Neto.

O ex-prefeito de Salvador destacou a necessidade urgente de medidas efetivas para combater a criminalidade no Estado: “Está na hora de começar a trabalhar, de começar a enfrentar as organizações criminosas, porque os homicídios na Bahia explodiram, porque o nosso Estado se tornou território ocupado pelas facções criminosas, pelo crime organizado, pelo tráfico de drogas. Muitas vezes os criminosos e bandidos estão mais bem equipados e têm melhores condições de trabalho do que a própria polícia”.

ACM Neto ainda comparou a situação da Bahia com o estado de Goiás, governado por Ronaldo Caiado, também do União Brasil. “Eu estive outro dia no estado de Goiás, governado por seu colega, Ronaldo Caiado, do União Brasil. Nós mostramos que Goiás vem reduzindo todos os índices de violência. Se é possível em Goiás, por que não é na Bahia? O que é que está faltando governador?”, questionou.

Neto enfatizou a urgência de ações concretas e a necessidade de liderança por parte de Jerônimo Rodrigues: “Está faltando o governador começar a governar, está faltando o governador exercer a sua liderança, está faltando o governador reconhecer o problema, ter que reagir, reagir investindo em segurança pública, reagir equipando a polícia, reagir trabalhando com tecnologia, reagir mudando a realidade dos nossos presídios, reagir enfrentando com firmeza os chefes das organizações criminosas, trancando ali aquela torneira por onde passa o dinheiro, é isso que está faltando, governador Jerônimo Rodrigues. A gente está cansado do discurso, a gente está cansado dessa postura de omissão”, enfatizou.

Fundação do PT faz seminário com instituto do governo da Venezuela

A Fundação Perseu Abramo, do PT, fará seminário nesta sexta-feira (21) em São Paulo com o Instituto Simón Bolívar, ligado ao Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.

O objetivo é demonstrar solidariedade com o país vizinho no contexto da eleição presidencial marcada para 28 de julho.

Participarão Carlos Ron, vice-chanceler para América do Norte do ministério, e Rander Peña, vice-chanceler para a América Latina da pasta venezuelana.

Também deverão estar presentes dirigentes do PT, da CUT e de partidos de esquerda. A eleição venezuelana vem sendo apontada como a primeira em muitos anos a ameaçar a permanência no cargo do ditador Nicolás Maduro, que enfrenta um candidato unificado da oposição.

Fábio Zanini/Folhapress

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