Galípolo fica mais 15 dias como presidente interino do BC durante férias de Campos Neto

Favorito para comandar o Banco Central, o diretor de Política Monetária, Gabriel Galipolo, vai sentar na cadeira da presidência da instituição por mais 15 dias com as férias de Roberto Campos Neto, atual chefe da autoridade monetária.

As férias do presidente do BC começam nesta quinta-feira (4) e se estendem até o dia 19. Desde a última sexta (28), Galípolo já estava na presidência interina da autarquia com a viagem de Campos Neto a eventos oficiais na Suíça e em Portugal.

Serão ao todo 21 dias consecutivos do interino no comando, período que está sendo visto por integrantes do governo e do próprio Banco Central com uma fase de transição, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirme a indicação do Galípolo para a presidência do BC.

Galipolo exerce interinamente a presidência do BC em um momento de escalada forte do dólar frente ao real, que só foi interrompida nesta quarta-feira (3) com declarações do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal.

Nesta semana, Haddad previu uma acomodação do dólar e disse esperar reversão de parte da alta recente da moeda americana. No governo, a expectativa é que o movimento de alta foi pontual e o cenário vai se desanuviar com as sinalizações de corte de gastos que estão em estudo pela equipe econômica e pelo Palácio do Planalto.

A diretoria de Galipolo é responsável pela área de câmbio no BC. Na terça (2), uma leve queda na cotação da moeda americana foi atribuída a informações de que o BC teria feito consultas a tesourarias de bancos para atuar. Esses rumores, porém, não foram confirmados.

Lula está sendo aconselhado a antecipar a indicação do futuro comandante do BC. O mandato de Campos Neto na presidência da instituição termina no dia 31 de dezembro, mas há um trâmite a ser seguido.

Segundo a lei da autonomia da autoridade monetária, aprovada em 2021, cabe ao presidente da República a indicação dos nomes para a cúpula do BC. Posteriormente, os indicados passam por sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal. Os escolhidos são, então, levados ao plenário da Casa para aprovação.

Campos Neto também vem defendendo que seu sucessor seja indicado até outubro para que seja feita uma transição suave no comando do BC.

Há expectativa de que agora, com Campos Neto de férias, diminua o estresse em torno dos ataques de Lula ao presidente do BC e à atuação da autoridade monetária.

Recentemente, Lula disse que Campos Neto é um “adversário político e ideológico” e que ele trabalha contra o Brasil. Galípolo, por sua vez, segue tendo canal direto com o presidente desde que deixou o cargo de secretário-executivo da Fazenda e assumiu o posto no BC.

Apesar do momento turbulento com o Planalto, Campos Neto têm como hábito sair de férias nesse período do ano. Em 2023, ficou afastado de 30 de junho a 21 de julho. Um ano antes, tirou férias de 28 de junho a 15 de julho. Já em 2021, o período de afastamento foi de 12 de julho a 23 de julho.

Adriana Fernandes/Nathalia Garcia/Folhapress

Enchentes no RS afetaram até 92% dos empregos em cidades mais destruídas, diz Ipea

As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em abril e maio chegaram a afetar até 92% dos postos de trabalho nos municípios gaúchos mais atingidos, de acordo com estimativa feita por pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgada nesta quarta-feira (3).

Por meio de georreferenciamento de endereços, o instituto mapeou os estabelecimentos privados atingidos por inundações de água e lama e por deslizamentos de terra. Os pesquisadores sobrepuseram os pontos que marcam os estabelecimentos afetados à mancha que indica as áreas inundadas.

Nas cidades mais afetadas, como é o caso de Eldorado do Sul, Roca Sales e Muçum, a projeção é de que 74% a 82% dos estabelecimentos tenham sido impactados. Para esses mesmos municípios, entre 84% e 92% dos postos de trabalho foram prejudicados, de acordo com a estimativa do Ipea.

O estudo considera como diretamente afetados os estabelecimentos cujos locais de funcionamento foram alcançados pelas inundações e deslizamentos de terra ou que ficaram ilhados por causa das enchentes.

A mancha de impacto das enchentes chegou a uma área de aproximadamente 16,13 mil quilômetros quadrados, atingindo 484 cidades gaúchas.

Ainda segundo os pesquisadores, ao considerar os 418 municípios em estado de calamidade ou de emergência, 334,6 mil postos de emprego foram diretamente afetados, o que representa quase 14% das vagas registradas nessas cidades.

O Ipea utilizou dados do eSocial fornecidos pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Empregadores utilizam o sistema para registrar contratações, demissões, férias, entre outros eventos.

“Os dados do eSocial são organizados no nível do estabelecimento. Conceitualmente, considera-se como estabelecimentos as unidades de uma mesma empresa (matriz) que estão separadas espacialmente, ou seja, com endereços distintos de operação da empresa. Por meio desses endereços, é possível [encontrar] a geolocalização dos vínculos dos trabalhadores”, afirma o estudo.

O levantamento abrange apenas os postos de emprego com vínculos ativos de trabalho. Foram desconsiderados empregos na administração pública ou em empresas públicas.

De acordo com o levantamento, ao menos 27% dos estabelecimentos e 38% dos postos de trabalho de Porto Alegre foram diretamente atingidos.

O Rio Grande do Sul viu o número de mortos por causa das chuvas chegar a 180 nesta terça-feira (2). Segundo a Defesa Civil estadual, 32 pessoas continuam desaparecidas no estado e há mais de 800 feridos.

Paulo Ricardo Martins/Folhapress

‘Lula fugiu do povo até na Bahia’, diz Ivan Cordeiro sobre visita “relâmpago” de presidente no 2 de Julho

O vereador de Vitória da Conquista, Ivan Cordeiro (PL), disse que a passagem do presidente Lula em Salvador mostrou que o petista “está correndo do povo”. Ganhou repercussão na imprensa, durante do cortejo ao Dois de Julho, na capital baiana ontem (2), a passagem “relâmpago” do chefe do Executivo Nacional.

“A verdade é que Lula fugiu do povo, até mesmo aqui na Bahia, que sempre foi um estado aliado dele. Hoje, todos já sabem que ele não tem feito bem ao Brasil. Ele tem evitado aparecer ao lado do povo, pois não tem apoio. O máximo que ele está fazendo nas ruas é fazendo eventos fechados para a sua militância”, disse o vereador.

Ivan ainda comparou a popularidade do petista com a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que esteve em diversos lugares do país nos últimos dias e levou o que chamou de “multidão” para as ruas. “É notória a diferença. De um lado um presidente sem povo, e do outro o maior líder deste país. A diferença nunca foi tão grande”, concluiu.

Com corte de gastos em xeque no governo Lula, despesas com saúde, BPC e Previdência batem recorde

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reluta em autorizar a implementação de uma agenda efetiva de contenção de gastos públicos, três das principais despesas do Orçamento Federal vêm registrando recordes históricos. Somados, os gastos com Previdência, área da saúde e Benefício de Prestação Continuada (BPC) chegaram a R$ 1,23 trilhão no acumulado em 12 meses até maio – já corrigidos pela inflação –, consumindo mais da metade de todo o gasto primário do governo federal.

O crescimento vertiginoso dessas despesas está sendo puxado, principalmente, pela decisão do governo de voltar com a indexação do salário mínimo ao crescimento do PIB, que pressiona os gastos com Previdência e BPC – pago a idosos e pessoas de baixa renda com deficiência – e também com a volta do piso para saúde, que está atrelado ao crescimento da arrecadação do governo.

A pressão sobre o governo Lula para corte de gastos ganhou força nas últimas semanas mediante os sinais de esgotamento do ajuste fiscal apenas pelo lado da receita, como encaminhado pela equipe econômica. As declarações de Lula em resistência a rever e desvincular despesas, juntamente com a volta da artilharia do petista ao Banco Central, tem feito o dólar disparar nos últimos dias.

O presidente se encontrou na manhã desta quarta-feira com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e terá nova reunião durante a tarde, para tratar do quadro fiscal.

O economista Tiago Sbardelotto, especialista em contas públicas na XP Investimentos, explica que os gastos públicos totais cresciam a uma taxa média de 6% ao ano entre 2000 e 2016, até a implementação do teto de gastos no governo Temer – que limitava o crescimento dos gastos pela inflação. Depois disso, houve estabilidade nas despesas – e agora, no governo Lula, voltou-se a um ritmo parecido com o anterior.

“Estamos falando de um novo patamar de crescimento do gasto. Isso a gente vem verificando desde 2023, após a PEC da Transição, e continua neste ano. Apesar de ter o limite de despesa de 2,5% acima da inflação (pelo novo arcabouço fiscal), é uma tendência de alta parecida com a que havia antes”, afirmou.

Os gastos com a Previdência Social chegaram a R$ 930 bilhões em maio, mesmo descontados os precatórios bilionários (dívidas judiciais da União) que foram herdados do governo anterior. Em maio de 2023, a mesma despesa somava R$ 819 bilhões – ou 12% a menos, já com correção inflacionária.

“Se perguntar ao governo, a explicação é de que há uma política para reduzir a fila de pedidos no INSS. Mas o que estamos vendo é um crescimento maior. Cerca de 80% da alta este ano é por conta de aposentadorias e pensões, e não por benefícios temporários, como auxílio-doença. As concessões disparam”, afirmou Sbardelotto.

Gabriel de Barros, da ARX Investimentos, entende que a vinculação da Previdência com o salário mínimo já praticamente anulou os ganhos para o setor com a reforma de 2019. Ele enxerga falhas nas concessões dos benefícios, já que o envelhecimento da população, embora esteja acelerando, não justificaria uma alta tão rápida.

“A dinâmica de crescimento está muito acima do que era esperado com a reforma. A vinculação (com o salário mínimo) e a decisão de voltar com a política de ganho real (acima da inflação), liquidamente está produzindo um gasto a mais. Isso, mais a baixa fiscalização dos benefícios não previdenciários, indica que também há um problema de fiscalização e concessão”, afirmou.

O Benefício de Prestação Continuada, por sua vez, rompeu a casa dos R$ 100 bilhões pela primeira vez em março deste ano e subiu para R$ 103 bilhões em maio. A média mensal nos pedidos pelo benefício aumentou 40% nos seis primeiros meses deste ano em comparação a 2023.

Ainda que o presidente Lula já tenha descartado desvincular essas despesas do salário mínimo, ao afirmar que não as considera como gasto, o governo prevê uma revisão dos cadastros para atender ao Tribunal de Contas da União (TCU) e contribuir para a agenda de redução de gastos obrigatórios. O INSS deve realizar até 800 mil perícias presenciais do Benefício por Incapacidade Temporária, o antigo auxílio-doença, e do BPC até dezembro deste ano.

Só essa revisão cadastral, no entanto, não é suficiente e deve gerar pouca economia, segundo especialistas ouvidos pela reportagem.

Na área de saúde, a volta do piso – um gasto mínimo atrelado à arrecadação do governo – já alçou o setor ao maior gasto da série histórica. As despesas obrigatórias atingiram R$ 142 bilhões nos 12 meses acumulados até maio, acumulado em 12 meses, enquanto os gastos discricionários (não obrigatórios) alcançaram outros R$ 54 bilhões. Somados, chegam a R$ 196 bilhões.

Alexandre Manoel, economista-chefe da AZ Quest e ex-secretário da Fazenda, entende que o crescimento desses gastos reflete escolhas feitas pelo próprio Executivo. Mesmo com o aumento de despesas de R$ 170 bilhões promovido pela PEC da Transição, o governo voltou com as regras de indexação, que aceleraram as despesas a partir de um nível já elevado.

“O que o governo fez é, de certa forma, inacreditável, porque recuperou as regras de indexação do (salário) mínimo, os pisos da educação e da saúde e depois estabeleceu um teto limite de 2,5% para os gastos, que foi o arcabouço fiscal. Quando houve uma piora do quadro externo, e mais as mudanças das metas fiscais pela equipe econômica para os anos à frente, veio uma crise de credibilidade”, afirmou.

Procurados, os Ministérios da Fazenda, do Planejamento, da Previdência Social e do Desenvolvimento Social não se manifestaram.

Mais gastos batem recorde

Outras despesas menos expressivas, mas também importantes, também vêm batendo recorde. Apesar de estar na mira da equipe econômica para revisão em 2025 e de ter sofrido mudanças em seu desenho, as despesas com o Proagro – espécie de seguro rural voltado aos pequenos e médios produtores – chegaram a R$ 11 bilhões em maio, o maior número da série histórica.

No seguro-desemprego, apesar de a taxa de desocupação ter atingido em maio o menor nível em dez anos – 7,1% –, as despesas voltaram a acelerar e romperam a casa dos R$ 50 bilhões em janeiro, saltando para R$ 51,5 bi em maio. Esse é o mesmo volume de despesas de dezembro de 2020, já corrigido pela inflação, quando a desocupação estava em 13,9%.

Na área de educação, as despesas do Tesouro com o Fundeb, fundo que repassa recursos para Estados e municípios, também bateram recorde e chegaram a R$ 42,7 bilhões em maio. Essa alta representa a aprovação pelo Congresso, em 2020, do aumento de repasses do governo federal para o fundo. Em maio daquele ano, o Fundeb representava menos da metade desse valor, R$ 20,6 bilhões. Os gastos discricionários com o setor chegaram a R$ 37,33 bilhões – o maior valor em sete anos, desde maio de 2017.

Alvaro Gribel/Estadão

Inauguração da Nova Sede do Poder Legislativo de Itagibá

A Câmara de Vereadores de Itagibá inaugurou a nova sede do Poder Legislativo em uma Sessão Solene realizada na última terça-feira, 02 de julho. O evento contou com a abertura feita pelo presidente da Câmara, Aleandro Silva, marcando um momento histórico para a cidade.
A nova sede do Poder Legislativo passou por um processo de ampliação, reforma e requalificação, trazendo uma estrutura moderna e funcional para melhor atender a comunidade. A nova sede agora conta com:

- 2 Recepções: Uma na parte superior com a ala de gabinetes "Dr. Raimundo Bastos Barreto", que contém 11 gabinetes para os vereadores, sala de assessoria parlamentar, sala de sonoplastia, plenário "Vereador Alípio Rocha Passos Sobrinho" e um grande auditório com capacidade para cerca de 120 pessoas sentadas.
- Ala Administrativa na Parte Inferior: Composta por sala jurídica, tesouraria, secretaria e controladoria.
- Copa e Sala de Reunião: Disponíveis para reuniões e eventos internos.
- Acessibilidade: A nova estrutura está totalmente adaptada para oferecer acessibilidade aos portadores de necessidades especiais, garantindo inclusão e conforto para todos.
A cerimônia de inauguração contou com a presença de importantes figuras políticas e lideranças regionais. Entre os vereadores presentes estavam o presidente da Câmara, Aleandro Silva, o vice-presidente Manoel Gouveia, o primeiro secretário Fernando de Alípio, Saulo Marcelo, José Roberto, Valmir Rodrigues, Júnior Fonseca, Cristiano Lima, Antônio Alves, Jailton Andrade e Joelson Souza. Também estiveram presentes o prefeito de Itagibá, Marquinhos, e o deputado estadual Robinho.

Esta obra, que representa um investimento de mais de 1 milhão de reais, reflete o compromisso do Poder Legislativo de Itagibá em oferecer uma estrutura moderna, inovadora e totalmente preparada para servir a comunidade itagibense.
Durante a abertura da Sessão Solene, o presidente da Câmara, Aleandro Silva, destacou a importância dessa modernização para a cidade. "Estamos entregando uma sede totalmente adaptada e equipada para melhor atender às necessidades da nossa população e dos nossos vereadores. Esta é uma conquista que beneficia toda a nossa comunidade e demonstra nosso compromisso com o desenvolvimento e a acessibilidade," afirmou Aleandro Silva.

A nova sede do Poder Legislativo de Itagibá está pronta para servir o povo com ainda mais eficiência e qualidade.

Por: Norielsonn Oliveira/Itagibá

Menos de 100 dias para as eleições: hora de checar a sua documentação

 Eleitoras e eleitores de 5.569 cidades vão escolher, no dia 6 de outubro, novos representantes. Para votar, leve um documento oficial com foto

O título não é obrigatório, mas não deixe de levá-l

O calendário corre rápido e, daqui a pouco, já é hora de ir às urnas escolher vereadoras, vereadores, prefeitas e prefeitos de 5.569 municípios brasileiros. Agora faltam menos de 100 dias para o 1º turno das Eleições 2024, que acontece em 6 de outubro, e, por isso, é importante checar com qual documentação é possível se identificar para votar. Fazendo isso, você não corre o risco de chegar à seção eleitoral sem um documento que o habilite a exercer a sua cidadania na urna.

A primeira informação relevante é: mais importante que portar o título de eleitor é ter em mão um documento oficial com foto, pois, sem ele, não há voto. Não adianta levar o título e esquecer o documento com fotografia. Também não vale apresentar a carteirinha de estudante ou o crachá do seu trabalho, por exemplo.

Os documentos válidos são estes: identidade (RG), carteira de motorista (CNH), certificado de reservista, carteira de trabalho, passaporte e carteira de categoria profissional reconhecida por lei.

O documento deve estar em boas condições de leitura e com foto preservada, além de estar no prazo vigente. Há alguns que têm prazo de validade, como o passaporte e a CNH. Então, é importante dar uma olhada na data de vencimento, que pode ser checada no próprio documento.

E-Título: com foto ou sem?

Se você não estiver com o título de eleitor em papel, pode se dirigir à sua seção de votação com um dos documentos válidos indicados acima. Outra opção é o e-Título, mas apenas para quem fez o cadastro biométrico e, dessa forma, tem a foto de identificação no app.

Caso você não tenha feito esse cadastramento em anos anteriores ou até o dia 8 de maio deste ano, não é mais possível inserir a fotografia no e-Título para as Eleições 2024, pois os serviços do cadastro eleitoral estão suspensos para a organização da logística de votação. Nessa hipótese, é obrigatório apresentar, além do e-Título, um documento com foto.

O título não é obrigatório, mas não deixe de levá-lo

É sempre importante lembrar que o título de eleitor facilita a identificação e reforça a sua identidade na seção, afinal é o documento oficial emitido pela Justiça Eleitoral. Assim, se você tem o título, não deixe de levá-lo no dia da votação.

Certidões de nascimento ou casamento

Por mais importantes que sejam as certidões de nascimento e de casamento, elas não vão garantir o seu voto, uma vez que não são aceitas pela Justiça Eleitoral como documentos de identificação na seção, justamente porque não têm foto.

A dica, então, é: faça a checagem acima, garanta pelo menos um dos documentos aceitos pela legislação e exerça seu voto de forma consciente.

GB/LC, DB

Obra inaugurada por Lula em Campinas teve 77% dos recursos liberados sob Bolsonaro

As obras do BRT de Campinas, que serão inauguradas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (SP) nesta quinta-feira (4) na cidade do interior paulista, tiveram a maior parte dos recursos liberados durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo dados da prefeitura local, informados a pedido do Painel, 77,2% do valor de R$ 380 milhões da obra, ou R$ 293 milhões, foram repassados entre 2019 e 2022, no mandato anterior. O atual governo bancou apenas R$ 6,13 milhões, ou 1,6%.

O restante foi de responsabilidade das gestões Dilma Rousseff, que assinou o primeiro convênio com a prefeitura, em 2014, e Michel Temer, que firmou o segundo, em 2017.

O evento terá a presença do prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), que é candidato à reeleição e tem o PT local como um de seus principais adversários.

Na visita a Campinas, Lula também vai inaugurar um viaduto e obras de prevenção à enchente. As obras constam do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Fábio Zanini/Folhapress

PGR aponta participação de filho de desembargador em suposto esquema de venda de sentenças

A PGR (Procuradoria-Geral da República) suspeita que o desembargador Ivo de Almeida, do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), tenha agido com o filho, Ivo de Almeida Júnior, em um suposto esquema de lavagem de dinheiro.

As suspeitas foram levantadas no âmbito da operação Churrascada. Com a operação, Almeida foi suspenso por um ano pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) sob a suspeita de vender sentenças para favorecer réus. À Folha o desembargador negou as acusações. Também procurado nesta terça (2), Almeida Júnior não quis dar entrevista.

Em nota, o advogado Átila Machado, que representa Almeida, diz que “as acusações são absolutamente inverídicas e sua inocência será provada”.

De acordo com representação da PGR com base em investigações da Polícia Federal, o advogado de uma dupla presa em 2015 pelo roubo de uma carga avaliada em R$ 320 mil à época é um dos que teria negociado decisão favorável de Ivo de Almeida com Valmi Lacerda Sampaio (morto em 2019) e Wilson Vital de Menezes Junior, apontados como intermediadores do desembargador no contato com advogados de réus.

Segundo a PF, na mesma data em que o advogado protocolou um pedido de revogação da prisão preventiva —24 de maio de 2016— ele fez também um depósito de R$ 65 mil na conta de uma incorporadora que tem Almeida Júnior como um dos sócios.

O desembargador concedeu o habeas corpus e optou pela soltura da dupla em junho de 2016, acatando a tese de excesso de prazo da prisão preventiva, que já durava 14 meses naquele momento.

Dois meses antes, quando a dupla era representada por outro advogado, o desembargador havia negado o pedido de revogação da prisão.

De acordo com a PF, a incorporadora que tem Almeida Júnior como sócio foi constituída para a construção de um prédio na zona norte de São Paulo.

Um dos apartamentos desse edifício, ainda segundo a investigação, teria sido vendido para uma suposta esposa do intermediador Sampaio. Depois, em 2018, a mulher teria vendido o imóvel para a esposa de um sócio de Menezes Junior, o outro intermediador.

“Vê-se, então, que os dois principais articuladores das supostas propinas dirigidas ao desembargador IVO DE ALMEIDA receberam de filho do desembargador um imóvel, em transação imobiliária registrada em 26 de junho de 2018. Por tudo isso, a autoridade policial bem observou a presença de elementos que justificavam o aprofundamento de investigação de fatos que podem configurar lavagem de capitais”, aponta a representação da PGR.

Machado, advogado do desembargador, afirmou ainda, na nota, que o “filho [Almeida] Júnior, é um dos sócios da empresa composta por seis sócios. O desembargador desconhece qualquer fato relacionado ao citado depósito de R$ 65 mil, até porque ainda não teve acesso a íntegra das investigações.”

O nome da operação, Churrascada, remete à palavra “churrasco”, usada pelos investigados como código para indicar o dia do plantão de Almeida, lotado na 1ª Câmara Criminal.

Em contato com a Folha via WhatsApp na manhã de terça (2), o desembargador disse estar perplexo com as acusações da PGR e afirmou que não há envolvimento de qualquer familiar nos crimes relatados.

“Ainda estou tomando pé dos fatos com meu advogado e, para ser honesto, não tenho ideia exata dessa situação, que me causou perplexidade, porque desconheço meu envolvimento ou de qualquer de meus familiares nesses crimes”, escreveu Ivo de Almeida.

A defesa do desembargador afirma estar com dificuldade para ter acesso ao teor das denúncias feitas pela Procuradoria.

“O absurdo é tamanho que não nos foi dado acesso nem sequer à decisão que determinou o afastamento do desembargador Ivo de Almeida. Muito menos aos elementos de prova que levaram à adoção dessa medida extrema”, disse Machado. “Não há como exercer uma defesa efetiva sem a inteireza dos fatos, isto é, com uma acusação a conta-gotas.”

Carlos Petrocilo/Folhapress

PF deflagra ação contra o tráfico internacional de drogas em Jaguarão/RS

Jaguarão/RS. A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (3/7), a Operação FLOS, com o objetivo de desarticular organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas pela fronteira entre Uruguai e Jaguarão.

Policiais federais cumprem 16 mandados de busca e apreensão nos estados do RS, SC, RJ e SP, além de 9 mandados de prisão preventiva. As ações também contam com a participação da Polícia Uruguaia para o cumprimento de 3 mandados de prisão no Exterior.

A investigação se iniciou em 2023, após um flagrante ocorrido na região de Jaguarão, no qual um indivíduo transportava, em um veículo, 15 kg de skunk que teriam como destino final Porto Alegre/RS.

Após diligências e levantamentos realizados, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Polícia Federal verificou que o grupo enviava skunk para diversas regiões do país, utilizando meios de modal rodoviário na empreitada criminosa.

A PF estima que o grupo criminoso movimentou, no período de 2023 até 2024, mais de R$ 28 milhões. Nesse sentido, mais de R$ 8 milhões foram bloqueados das contas do envolvidos, além de mais de R$ 700 mil em bens foram apreendidos.

Mandados expedidos:

Jaguarão/RS: 3 MBA, 2 MPP

Arroio Grande/RS: 5 MBA

Porto Alegre/RS: 1 MBA

Cachoeirinha/RS: 1 MBA, 1 MPP

Novo Hamburgo: 3 MBA, 2 MPP

Itajaí/SC: 1 MBA,

Rio de Janeiro/RJ: 1 MBA, 1 MPP

São Paulo/SP: 1 MBA

Uruguai: 3 MPP

Legenda:

MBA: Mandado de Busca e Apreensão

MPP: Mandado de Prisão Preventiva

Operação cumpre 25 mandados nos estados do RS, SC, RJ e SP contra grupo especializado em enviar skunk para outras regiões do país

Comunicação Social da Polícia Federal no Rio Grande do Sul

‘Tempestade perfeita’ pressiona preço dos combustíveis no país, diz Itaú

A escalada das cotações internacionais do petróleo cria uma “tempestade perfeita” que pressiona os preços dos combustíveis no país, afirmaram em relatório divulgado nesta terça-feira (2) analistas do Itaú BBA. Eles não esperam, porém, reajustes no curto prazo.

As defasagens dos preços praticados pela estatal atingiram patamares elevados esta semana, pressionadas também pela desvalorização do real frente ao dólar diante da série de declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o câmbio.

Em encontro com analistas também nesta terça, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reafirmou a política de preços da companhia, implantada em maio de 2023 para cumprir promessa de “abrasileirar” os preços, feita por Lula na campanha de 2022.

Os analistas Monique Grego Natal, Bruna Amorim e Eric de Mello, do Itaú BBA, calculam que a Petrobras hoje vende diesel com valor 8% inferior ao piso da banda de preços de sua política comercial. A gasolina está próxima ao piso, mas ainda acima.

Eles acreditam, no entanto, que a Petrobras deve esperar um pouco mais para avaliar a evolução do mercado antes de decidir por reajustes, já que a empresa passou um período com os preços no centro da banda, garantindo gordura para queimar.

A análise do Itaú BBA considera que o teto da banda de preços é a paridade de importação, que simula quanto custaria para trazer o produto do mercado externo ao país. O piso é a paridade de exportação, que simula o valor que a estatal ganharia ao vender o produto no exterior.

Na abertura do mercado desta terça, o preço da gasolina vendida pela estatal estava 19%, ou R$ 0,67 por litro, abaixo da paridade medida pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o maior valor desde o dia 16 de abril.

No caso do diesel, a diferença era de 17%, ou R$ 0,73 por litro, a maior desde o início de outubro de 2023. A Petrobras não mexe no preço da gasolina desde setembro. O preço do diesel foi alterado pela última vez no fim de dezembro.

Com reajustes mensais previstos em contratos, o preço do QAV (querosene de aviação) vendido pela Petrobras já sentiu os efeitos do aumento das cotações do petróleo e da desvalorização cambial. Nesta segunda (1), a empresa anunciou aumento de 3,2%.

‘FUNDAMENTOS CORPORATIVOS SÓLIDOS’
Mesmo sem sinalizações pela Petrobras de valorização dos combustíveis diante da defasagem em relação aos preços internacionais, analistas do banco americano Goldman Sachs acreditam que “fundamentos corporativos sólidos” devem sustentar políticas mais alinhadas ao mercado.

Durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, a Petrobras sofreu intervenções nos preços, o que contribuiu para os prejuízos na petroleira.

Hoje, porém, os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins avaliam que a companhia possui uma melhor governança “após o processo de recuperação da companhia iniciado em 2016”.

Isso sustenta a visão deles de que não devem ocorrer grandes revisões na estratégia e nas principais políticas da Petrobras, ao menos no médio prazo.

“Mantemos nossa visão de que as leis atuais e os estatutos existentes da Petrobras apresentam desafios para a nova gestão alterar significativamente sua alocação de capital e o preço dos combustíveis” disseram os analistas Amorim, Frizo e Costa Martins em relatório, após participarem do encontro com Chambriard nesta terça-feira.

Eles dizem enxergar uma continuidade pela atual gestão das últimas políticas implementadas na Petrobras e destacaram, além da política de preços, o compromisso que a atual CEO da petroleira assumiu em relação à manutenção da política de remuneração dos acionistas.

Segundo os analistas do Goldman Sachs, esses dois assuntos (políticas de preços e de dividendos) são os que mais preocupam os investidores atualmente.

Nicola Pamplona e Stéfanie Rigamonti/Folhapress

Senador diz ter provas de manipulação de Moraes para beneficiar Lula nas eleições

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou em suas redes sociais ter provas de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes manipulou as eleições de 2022 para beneficiar o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, nenhum documento foi apresentado pelo parlamentar para embasar as acusações. Procurado por meio da assessoria do Supremo, Moraes não se manifestou até o momento.

As acusações de do Val são postadas há dois dias na rede social X, antigo Twitter. Entre as publicações, o parlamentar cita exigências de Moraes contra a rede social de Elon Musk. “Exigiram ilegalmente que o Twitter revelasse detalhes pessoais sobre usuários do Twitter que usaram hashtags que ele não gostou. Exigiram acesso aos dados internos do Twitter, em violação da política do Twitter. Procuraram censurar, unilateralmente, postagens no Twitter de membros efetivos do Congresso Brasileiro. Procuraram transformar as políticas de moderação de conteúdo do Twitter em uma arma contra os apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro”, afirmou o senador Marcos do Val, em um trecho da publicação.

Ele ainda cita ter um dossiê contra Moraes “tratando apenas de uma das violações na exigência de retirada do ar de redes sociais de influenciadores”. “Moraes colocou pessoas na prisão sem julgamento por coisas que postaram nas redes sociais. Ele exigiu a remoção de usuários das plataformas de mídia social. E exigiu a censura de postagens específicas, sem dar aos usuários qualquer direito de recurso ou mesmo o direito de ver as provas apresentadas contra eles”, disse o parlamentar.

Entre apoio e questionamento, usuários do X chamaram as postagens do parlamentar de confusas. Um usuário disse que ele precisa publicar as provas, “porque o povo já não acredita mais em você”.

Marcos do Val prestou depoimento há quase um ano no inquérito tocado pelo STF sobre suposto plano do ex-presidente Bolsonaro em tentar golpe no Brasil depois de perder a eleição presidencial para Lula. O senador afirmou que o ex-deputado Daniel Silveira se reuniu com ele e o então presidente Bolsonaro para “tratar sobre a possível gravação do ministro Moraes com a finalidade de invalidar as eleições” em um encontro de cunho supostamente golpista que também envolveria pessoas “Cinco Estrelas”.

Heitor Mazzoco/Estadão

Rui Costa sinaliza concorrer ao Senado em 2026 e acirra disputa interna na Bahia

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), sinalizou o desejo de concorrer a uma vaga no Senado pela Bahia nas eleições de 2026. A pretensão de Costa, que governou a Bahia de 2015 a 2022, deve acirrar a disputa interna pela vaga dentro da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Em 2026, serão duas vagas em disputa para o Senado em cada estado. Mas os dois senadores da Bahia que vão concluir o mandato –Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD)— afirmam que querem concorrer à reeleição.

Costa participou nesta terça-feira (2) do cortejo do 2 de Julho, data cívica que celebra o fim da guerra da Independência do Brasil na Bahia, e foi tietado por apoiadores e aliados. Na véspera, foi festejado pelo presidente Lula, que disse dormir tranquilo tendo o ministro baiano na chefia da Casa Civil.

Questionado nesta terça sobre o desejo de ser candidato a senador, Rui Costa confirmou que esta é uma possibilidade em aberto.

” [A candidatura] é uma possibilidade, mas tenho que conversar com o presidente Lula. Eu faço política pelo projeto coletivo, então a gente precisa ver o melhor cenário. Vou conversar com ele [Lula] para a gente tomar uma decisão, mas está cedo ainda”, afirmou o ministro à Folha.

Aliados há mais de 40 anos, Rui Costa e Jaques Wagner protagonizam uma espécie de guerra fria com disputas de bastidores na Bahia e no núcleo duro do governo Lula. Em público, ambos afirmam que estão afinados e com boas relações, mas aliados confirmam as desavenças entre ambos.

No cortejo do 2 de Julho, Costa e Wagner desfilaram separados, a poucos metros de distância um do outro. Ambos foram abordados e festejados por apoiadores.

Entre aliados de ambos, a avaliação é que as articulações para 2026 passam pelo desempenho nas eleições municipais deste ano.

Rui Costa tem ajudado a dar musculatura ao Avante, partido comandado pelo ex-deputado e empresário do setor de transportes Ronaldo Carletto. Em poucos meses, a legenda saiu de 4 para 59 prefeitos e se tornou a segunda maior força nos municípios baianos, atrás apenas do PSD.

Conforme revelado pela Folha em maio, o ministro recebeu neste ano um prefeito da Bahia a cada dois dias úteis, abrindo espaço até para gestores de cidades com menos de 10 mil habitantes. Os encontros ocorrem no momento em que o governo Lula enfrenta críticas por falhas na articulação política.

O PT, impulsionado por Wagner, também cresceu nos municípios e saiu de 32 para 46 prefeituras. A legenda também abriu espaço para antigos adversários, caso do ex-deputado Tito. Ele fez parte da base aliada de Bolsonaro e agora vai concorrer à Prefeitura de Barreiras, oeste do estado, pelo PT.

Wagner também foi o principal articulador da candidatura do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) à Prefeitura de Salvador, isolando o nome preferido de Rui Costa, que era o ex-vereador José Trindade.

Nesta terça, o chefe da Casa Civil afirmou que não terá como se engajar na campanha de Geraldo: “Não vou conseguir ser tão engajado como fiquei em outras campanhas. Eu pretendo ter uma presença nas campanhas muito com vídeo, com foto, porque não vai dar tempo. Eu não vou conseguir sair de lá para ter presença aqui”.

Mesmo com um cenário incerto, a discussão sobre a disputa no Senado ganhou tração nos bastidores nos últimos meses. Em maio, Wagner afirmou que a chapa para 2026 não está completa e que os únicos dois nomes garantidos seriam o dele e o do governador Jerônimo Rodrigues.

Um mês depois, em uma solenidade do governo baiano, recalculou a rota, falou em busca de consenso e disse que ele, Rui Costa e Angelo Coronel são possíveis candidatos ao Senado: “Nós vamos encontrar o caminho para a gente não precisar brigar e conseguir atender todo mundo”.

A aliados Wagner tem dito que não abre mão da reeleição e caberá a Rui Costa resolver o imbróglio com Angelo Coronel, que vem se movimentando em busca de sustentação para se manter na chapa.

Aliado do senador Otto Alencar (PSD), Coronel montou um grupo próprio na Assembleia Legislativa baiana formado por deputados de partidos como PP e PL, que não apoiaram a eleição de Jerônimo Rodrigues em 2022. O grupo, apelidado de G10, ampliou a tensão na base do governador no Legislativo.

Partidos aliados consideram improvável um cenário em que o PT ocupe as três principais posições da chapa majoritária, com um candidato ao governo e as duas vagas ao Senado.

Neste cenário, outra possibilidade seria Rui Costa voltar a disputar o governo em 2026, mas a hipótese é refutada por aliados dele e de Wagner.

João Pedro Pitombo/Folhapress

Governo apresenta Plano Safra recorde sob pressão dos ruralistas por mais dinheiro e seguro maior

O governo do presidente Lula (PT) deve anunciar nesta quarta-feira (3) o Plano Safra com R$ 475,5 bilhões, um recorde de recursos para financiamento agropecuário, enquanto ainda enfrenta críticas da bancada ruralista no Congresso. Parlamentares dizem que o plano precisa de ainda mais recursos para o seguro rural e para a equalização da taxa de juros cobradas dos produtores.

Uma das mais fortes bancadas na Câmara e no Senado, a FPA (Frente Parlamentar Agropecuária) é composta, em grande parte, por integrantes da oposição. Os anúncios do governo para turbinar o Plano Safra ocorrem numa tentativa de diminuir resistências do setor.

Os valores aventados para os dois componentes do programa —cerca de R$ 1 bilhão para o seguro rural e R$ R$ 16,5 bilhões para a equalização da taxa de juros— são insuficientes para atender às demandas dos produtores rurais, apontaram membros da Frente Parlamentar da Agropecuária.

O presidente da frente, deputado Pedro Lupion (PP-PR), disse que o plano safra será “para inglês ver” caso o seguro rural não seja contemplado.

“O momento é muito claro da necessidade do seguro”, disse. “Temos conversado bastante e eles [governo] têm dado demonstração de boa vontade do lado de lá.”

Na visão da bancada, apontou o deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), ex-presidente da frente, o mínimo para viabilizar o seguro rural seria R$ 1,5 bilhão. Em 2023, foi cerca de R$ 1 bilhão para o mecanismo.

“O seguro tem valor absolutamente insuficiente. O empréstimo é caro porque está rigorosamente ligado ao risco. Se tivesse [mais recursos para] seguro, certamente o risco seria menor e baixaria o valor do juro cobrado”, disse o parlamentar.

No caso da equalização, o governo acenou com um montante de cerca de R$ 16,5 bilhões e a bancada pede um aumento para R$ 21 bilhões. Esses valores são aportados pelo Tesouro Nacional para diminuir o custo do empréstimo para os produtores rurais e tem impacto no resultado primário.

O lançamento do Plano Safra estava previsto para a semana passada, mas foi adiado a pedido do presidente Lula (PT), de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Esse atraso foi para melhorar o Plano Safra. Nós apresentamos o Plano Safra para o presidente, ele pediu ajustes para melhorar”, afirmou. “Não se trata de mais equalização. Se trata de uma linha específica que ele pediu para turbinar e que não tem impacto fiscal”, completou.

O programa como um todo terá R$ 475,5 bilhões, mas só uma pequena parte desses recursos vem dos cofres públicos O programa prevê linhas de crédito e incentivos para o setor, tendo como destinatários desde agricultores familiares a mega produtores.

O valor é ainda superior ao do primeiro ano do governo Lula 3, quando foram anunciados R$ 364 bilhões para o financiamento da atividade agropecuária de médio e grandes agricultores.

A relação do governo petista com o setor é delicada. Há pouco mais de duas semanas, o presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), João Martins, afirmou durante almoço com a bancada ruralista que o país vive sob um desgoverno.

A afirmação foi feita durante o embate da área econômica com setores produtivos em torno da MP (medida provisória) do PIS/Cofins. Martins disse também que teria chegado a hora de “darmos um basta nesse governo”.

A gestão petista tenta desde a posse, em janeiro de 2023, uma aproximação com o agronegócio, setor que esteve muito associado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Alguns empresários de estados mais ligados à atividade agropecuária foram acusados de financiar os atos golpistas de 8 de janeiro daquele ano.

Em 2023, ao anunciar o primeiro Plano Safra do seu terceiro mandato, Lula prometeu que o programa melhoraria a cada ano.

“É o primeiro Plano Safra do nosso governo. E como os outros, de 2003 a 2015, não tenho medo de dizer a vocês, que todos os anos a gente vai fazer planos melhores do que o ano anterior”, disse na ocasião. Na época, as críticas da bancada ruralista também foram para o baixo volume de recursos destinados para o seguro rural.

Lucas Marchesini Marianna Holanda
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O presidente da AABB Ipiaú, Rodrigo Burity, foi empossado como membro do Conselho Deliberativo da FENABB.

Aconteceu no dia 29.06.2024 no salão de eventos da AABB Brasília a solenidade de posse dos Conselhos Deliberativo, Administrativo e Fiscal da FENABB - Federação Nacional de AABBs para a gestão 2024/2028.
O presidente da AABB Ipiaú, Rodrigo Burity, foi empossado como membro do Conselho Deliberativo da FENABB. Esse novo desafio vem com grande expectativa, uma junção de aplicação dos conhecimentos adquiridos ao longo desses anos no sistema AABB e o aprendizado com a experiência de grandes conselheiros presente neste conselho.
Conselhos deliberativo, administrativo e fiscal da FENABB


Servidores do INSS reivindicam reajuste salarial e ameaçam paralisação nesta quarta-feira

Parte dos servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ameaçam paralisar suas atividades nesta quarta-feira (3).

A mobilização, aprovada em assembleia estadual e plenária nacional da categoria, será no mesmo dia da terceira rodada de reuniões entre representantes dos trabalhadores e o MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos).

Também estão previstas manifestações em diversas cidades no país.

Em São Paulo, os servidores irão se reunir em frente a Superintendência do INSS, no viaduto Santa Ifigênia (região central), às 15h, segundo Sinsprev/SP (Sindicato dos Servidores e Trabalhadores Públicos em Saúde, Previdência e Assistência Social no Estado de São Paulo).

O objetivo é pressionar o MGI a fazer nova proposta à categoria. Caso as negociações não avancem, poderá haver greve.

“O governo desconsiderou todos os nossos pleitos, inclusive aqueles de reestruturação de carreira que não têm impacto financeiro e ofereceu apenas o reajuste de 9% em 2026 e 3,5% em 2026”, afirma a diretora do Sinsprev/SP, Thaize Chagas Antunes.

“Lembrando que tivemos o nosso salário congelado de 2017 a 2022, sem nenhum centavo de reajuste.”

A plenária nacional da categoria, realizada no último domingo (30), também aprovou greve dos servidores do INSS a partir de 16 de julho, caso o governo não as negociações não avancem.

Há no entanto, uma parte dos servidores que não devem parar suas atividades, mas seguem na “operação apagão”. São os funcionários representados pelo SINSSP (Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo).

Eles irão decidir sobre uma possível paralisação após a reunião nacional desta quarta, mas seguem na “operação apagão” até quinta-feira (4), reduzindo em 20% sua produção. A reivindicação é reajuste salarial de 33% até 2026 e valorização da carreira de técnico do seguro social.

Segundo o SINSSP, a operação não deve afetar diretamente o atendimento presencial nas agências do INSS, mas pode atrasar a liberação de benefícios previdenciários e assistenciais, como é o caso do BPC (Benefício de Prestação Continuada).

As medidas atingem tanto quem trabalha de forma presencial, nas APSs (Agências da Previdência Social), quanto os que estão em home office.

QUAL A REIVINDICAÇÃO DOS SERVIDORES

Há hoje 18 mil funcionários da Previdência, dos quais 14 mil são técnicos do seguro social. De acordo com os sindicatos, o governo, por meio do MGI, se recusa a renegociar a valorização da categoria.

Além de reajuste salarial, os servidores pedem para que a carreira de técnico do seguro social seja considerada uma carreira de estado, essencial para o funcionamento da máquina pública, mas esse não seria o entendimento do MGI, que caminha para qualificar esses servidores como de apoio.

A categoria também cobra a alteração do nível de ingresso para o cargo de técnico do seguro social para nível superior, defendendo a complexidade das atividades já desenvolvidas e temendo o avanço do uso de IA (Inteligência Artificial) nas análises do INSS.

“Todos estes pontos estão no acordo de greve assinado em 2022, e o governo não cumpre”, diz Thaize.

Procurado pela reportagem, o INSS não se manifestou até o momento. O MGI também não respondeu a reportagem.

Ana Paula Branco/Folhapress

‘Tem muito deputado que sequer tem coragem de falar do STF, se borram de medo’, diz Delegado Palumbo brasil

O deputado federal Delegado Palumbo (MDB-SP) afirmou nesta terça, 2, que é ‘esdrúxula’ a decisão do Supremo Tribunal Federal que descriminalizou o porte de até 40 gramas de maconha para uso pessoal. “Uma canetada só, uma decisão errada que vai prestigiar milhares de traficantes”, disse na tribuna da Câmara.

O julgamento no STF ocorreu na semana passada. O Conselho Nacional de Justiça decidiu fazer um mutirão nos presídios para verificar quem se enquadra no novo critério que separa usuário de traficante,

“O que vai acontecer agora? Vai abrir precedentes para que pessoas que foram pegas com 39 gramas sejam soltas. O que esses ministros não sabem é que esses traficantes podem ser traficantes com um pino de cocaína e pode ser usuário com cinco quilos de maconha, dependendo da circunstância que ele foi preso”, disse Palumbo, que é delegado da Polícia Civil de São Paulo.

O parlamentar fez uma previsão diante de seus pares. “Agora, os traficantes irão andar com 39 gramas, o crime está batendo palmas, o crime está feliz pra caramba, o crime está em festa de tanto criminoso que vai sair agora”.

Ele disse que ‘a maconha é a porta de entrada para as demais drogas, você fica com demência, esquizofrenia’.

Palumbo conclamou os deputados a reagirem. “O Supremo, numa canetada, resolveu soltar, usurpando a função deste Congresso, e nós congressistas, que temos a obrigação de legislar, não podemos ficar de cócoras tomando chineladas, subservientes, submissos”.

O deputado subiu o tom e se dirigiu aos próprios colegas. “Isso é uma vergonha, eu tenho vergonha de sair na rua e todo povo fala para eu fazer alguma coisa. Eu estou fazendo, mas tem muito deputado que sequer tem coragem de subir na tribuna para falar do STF, se borram de medo. Eu não, quem me deu essa cadeira foi Deus e se ele quiser ele tira”.

Depois, outra vez apontou sua artilharia para o Judiciário. “Para acabar com a pá de cal, vem o CNJ onde os notáveis resolvem fazer um mutirão para ver processo de traficantes que foram presos com menos de 40 gramas. Pelo amor de Deus, quando os senhores (do CNJ) irão fazer um mutirão para os juízes sentenciarem milhares de processos que estão parados por aí? O crime está em palmas com essa decisão do STF”.

Estadão

Lula reúne ministros para discutir gastos e alta do dólar; auxiliares pedem moderação em falas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reunirá nesta quarta-feira (3) ministros da área econômica para debater medidas de corte de gastos num momento em que as falas do próprio chefe do Executivo restringem as opções viáveis para alcançar esse objetivo.

Com diversas declarações de Lula vetando medidas ou atacando o Banco Central, auxiliares do presidente defendem moderação nas falas do petista para evitar um agravamento ainda maior do quadro econômico.

Nos últimos dias, a cotação do dólar escalou diante da incerteza dos agentes do mercado com a trajetória fiscal do Brasil. A preocupação é com o risco de esse movimento respingar na economia real, encarecendo produtos e levando o BC a precisar aumentar os juros básicos, hoje em 10,50% ao ano, para conter a inflação.

Lula já deu declarações públicas contra mudanças na política de valorização do salário mínimo (que impacta a Previdência Social) e a desvinculação entre benefícios sociais e o piso nacional. Ele também descartou limitar o crescimento dos mínimos em Saúde e Educação. Esses são justamente alguns dos maiores componentes do Orçamento.

Após apostar em um ajuste fiscal centrado nas receitas, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) passou a defender também medidas pelo lado das despesas. Mas essa opção ficou em xeque após Lula dizer, na semana passada, que primeiro precisa “saber se precisa efetivamente cortar” gastos.

Integrantes do Ministério da Fazenda ficaram apreensivos com as declarações do chefe do Executivo e preveem desafios para que Haddad e a ministra Simone Tebet (Planejamento) convençam o presidente da necessidade dos cortes.

As falas de Lula têm deixado o ministro sem nenhuma margem de manobra para coordenar as expectativas e reverter a escalada do dólar. Essa percepção é compartilhada por pessoas próximas de Haddad.

Até agora, o ministro da Fazenda não fez nenhum anúncio concreto, e suas tentativas de reforçar o compromisso com o ajuste fiscal são ofuscadas pelas críticas de Lula.

A declaração do presidente nesta terça (2) de que o governo precisava agir contra a alta do dólar e que ele se reuniria com Haddad nesta quarta (3) alimentou rumores de que o governo lançaria mão de medidas como de controle de capital na saída de dólares do país.

Haddad foi obrigado a dar uma entrevista na portaria do Ministério da Fazenda para negar o uso do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas operações de câmbio.

A cotação do dólar teve pequeno alívio com rumores não confirmados de que o Banco Central estaria fazendo consultas ao mercado para intervir no câmbio.

Aliados de Haddad e Tebet também defendem que Lula modere suas falas para evitar desautorizá-los, gerando repercussões negativas no mercado.

O próprio ministro da Fazenda voltou a afirmar nesta terça que a alta do dólar e a turbulência no mercado são consequências de ruídos na comunicação do governo.

Diante desses ruídos, um técnico do governo pondera que também não ajuda correr para fazer um anúncio qualquer sem ter as medidas bem desenhadas e pactuadas dentro do Executivo. Precipitar qualquer ação poderia gerar mais turbulência.

Outro técnico afirma que o governo precisa primeiro fechar as estimativas dos gastos obrigatórios para este e o próximo ano e, a partir desses números, identificar o tamanho da contenção de gastos necessária para cumprir as regras —uma espécie de conta de chegada para fechar o escopo das revisões.

Os próprios técnicos da área fiscal avaliam que será difícil avançar em medidas de corte estruturais no curto prazo pelas resistências de Lula.

Eles preferem dividir a agenda em três etapas: reforço na governança da JEO (Junta Econômica Orçamentária) para aumentar o controle dos gastos de todos os ministérios, a revisão cadastral dos benefícios sociais, com mudanças nas regras de acesso, e outras medidas que garantam redução de despesas, mas não afetem a população mais pobre, como quer Lula.

No mercado financeiro, paira a dúvida sobre o compromisso do governo com as regras do arcabouço fiscal. Diante de tantas restrições impostas por Lula, o temor é que a equipe econômica recorra a artifícios para fazer as despesas caberem no Orçamento.

Apesar da apreensão na Fazenda, aliados de Lula minimizam o impacto das declarações do presidente. Para eles, trata-se de uma manifestação política.

Integrantes da articulação política do governo lembram que o presidente tem sido convencido pela equipe econômica da necessidade de conter gastos, tendo avalizado a meta de déficit zero.

Esses interlocutores chegam a relembrar que seu vice dos governos passados, o empresário José Alencar, era um crítico contumaz das taxas de juros aplicadas no país, sem que houvesse tamanha repercussão.

A reunião desta quarta terá a presença dos integrantes da JEO, formada por Haddad, Tebet, Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão e Inovação).

Esta será a segunda participação de Lula em um encontro da Junta no ano. A pauta oficial da reunião é a apresentação de soluções para cortar gastos e cumprir o arcabouço.

Tanto Tebet quanto Haddad afirmaram nesta terça que discutirão a questão fiscal.

A expectativa é que haja uma segunda reunião ainda nesta quarta para tratar do tema com a participação do presidente e dos mesmos ministros.

Nesta terça, o petista voltou a afirmar que há uma especulação dos operadores financeiros a favor do dólar e contra o real e que o governo tem de “fazer algo sobre isso”.

O presidente não quis detalhar as medidas que tomará, mas citou a reunião com sua equipe.

“Óbvio que me preocupa essa subida do dólar, é uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o real nesse país. Na quarta-feira vou ter uma reunião, porque não é normal o que está acontecendo”, disse o presidente. Questionado sobre que medidas o governo faria nesse caso, ele evitou detalhar com a justificativa de que estaria “alertando” os seus adversários.

Adriana Fernandes/Catia Seabra/Idiana Tomazelli/Julia Chaib/Marianna Holanda/Folhapress

Bolsonaro fica retido em rodovia no PA bloqueada por manifestantes

Foto: Reprodução/Redes Sociais
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou retido na rodovia PA 275, na entrada do município paraense de Parauapebas, devido a um bloqueio causado por agricultores manifestantes ligados à Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf). O ato é um protesto à chegada de Bolsonaro no município.

A interdição da via ocorreu entre as 9h e as 10h, e contou com cerca de 200 pessoas. Segundo os manifestantes, o bloqueio é uma resposta ao descaso que a gestão Bolsonaro teve em relação à agricultura familiar no Pará. Eles destacam o fechamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no governo passado e a interrupção da reforma agrária no estado.

“Os agricultores e agricultoras familiares jamais esquecerão os longos anos de descaso com o setor e com a produção de alimentos saudáveis”, disse Noemi Gonçalves, coordenadora da Fetraf no Pará. O bloqueio foi dissipado em cerca de um hora de duração.

Bolsonaro está em viagem pelos município paraenses para apoiar o lançamento de pré-candidaturas e filiações ao PL no Estado.

Guilherme Naldis, Estadão Conteúdo

Ao lado de Leandro de Jesus e João Roma, motociclistas patriotas lotam o Farol da Barra em celebração ao 2 de Julho

Foto: Divulgação
Centenas de motociclistas patriotas lotaram o Farol da Barra na manhã desta terça-feira (2) para celebrar a Independência do Brasil na Bahia. O deputado estadual Leandro de Jesus (PL) e o ex-ministro da Cidadania e presidente do PL na Bahia, João Roma, marcaram presença.

“Foi um momento para dizer que a Bahia está ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o maior líder deste país. As pessoas estão cansadas dos governos do PT, estão cansadas da insegurança, da falta de importância com a educação e com a saúde pública. Hoje, na Independência do Brasil na Bahia, dizemos que aqui tem, sim, patriota”, disse Leandro, que pilotou uma moto com Roma na garupa.

Os motociclistas seguiram até o Parque dos Ventos, na Boca do Rio, onde um trio elétrico esperava todos os participantes.

Milei volta a chamar Lula de corrupto e fala em agressões de petista às vésperas de viagem ao Brasil

O presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a acusar seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de corrupção e de interferência nas eleições presidenciais argentinas nesta terça-feira (2), dias antes de o ultraliberal embarcar para o Brasil —quando não deve, no entanto, encontrar-se com o petista.

As acusações foram feitas pelo argentino em uma publicação no X direcionada a uma outra pessoa cujo nome ele não revelou —o líder se refere a este destinatário apenas como “perfeito dinossauro idiota”. Na postagem, Milei usa o termo “agressões” para definir as atitudes de Lula.

O texto começa com Milei insistindo que a tentativa de golpe de Estado na Bolívia na semana passada, fracassada, foi uma armação. A primeira vez em que seu governo defendeu essa teoria fez com que o governo boliviano convocasse o embaixador da Argentina em La Paz para prestar esclarecimentos, um ato de reprimenda no meio diplomático.

Em seguida, o ultraliberal volta a dizer que tinha apenas “falado a verdade” sobre Lula depois que o brasileiro condicionou um encontro com Milei a um pedido de desculpas por parte do argentino em uma entrevista na quarta-feira passada (26). “Não conversei com o presidente da Argentina porque acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele falou muita bobagem. Só quero que ele peça desculpas”, disse o petista na ocasião.

Milei rejeitou energeticamente a sugestão de Lula dois dias depois, na sexta-feira (28), ao falar à emissora LN+, do jornal La Nacion. “Desde quando é preciso pedir perdão por dizer a verdade?”, questionou. “É porque o chamei de corrupto? Por acaso não foi preso por corrupção? É porque o chamei de comunista? Por acaso não é comunista?”

Além de voltar a chamar o petista de corrupto, na postagem desta terça, o ultraliberal também resgata as acusações que fez, sem provas, a Lula na época das eleições presidenciais argentinas, no ano passado.

No trecho, ele diz que o brasileiro interferiu fortemente na campanha eleitoral e apoiou de maneira firme “a campanha mais suja da história”, no caso a do adversário de Milei no pleito, o peronista Sergio Massa.

Milei termina a publicação dizendo que “se tivéssemos feito as coisas como esse grande dinossauro idiota mandou, o LLA [A Liberdade Avança, coalizão de Milei] teria perdido”. E finaliza com seu já conhecido bordão: “Viva a liberdade, caralho”, ali em um acrônimo em espanhol, “VLLC”.

As novas acusações de Milei contra Lula têm potencial para exacerbar as tensões entre os dois presidentes, que já vinham aumentando nas últimas semanas.

A situação tinha voltado a se intensificar nesta segunda (1º), quando Milei anunciou sua ausência na cúpula do Mercosul —que começa em Assunção, no Paraguai, neste domingo (7)—, à qual Lula comparecerá. O presidente argentino confirmou presença em uma conferência conservadora em Balneário Camboriú, onde deve fazer palestra no sábado (6).

O evento, Cpac (Conferência de Ação Política Conservadora), contará com a presença de Jair Bolsonaro (PL). O filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), afirmou que o líder argentino tem planos de se reunir com ele.

O porta-voz do presidente argentino, Manuel Adorni, não confirmou a informação, e disse que seu chefe cancelou sua participação na cúpula do Mercosul por problemas de agenda. A impressão, no entanto, é de que Milei não só trocou um evento pelo outro como escolheu se reunir com o ex-presidente Bolsonaro em vez de com Lula em sua primeira viagem ao Brasil após sua eleição à Presidência.

Ainda de acordo com Adorni, os custos da visita ao Brasil serão pagos pela própria Cpac. Milei, porém, iria no avião presidencial.

Folhapress

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