Mulher leva 17 facadas do marido e se finge de morta para sobreviver
Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil |
O rapaz foi localizado e preso pela Polícia Militar (PM). A faca usada no crime foi encontrada por guardas civis municipais. Em entrevista ao jornal A Tribuna, a mulher, que não foi identificada, disse ter saído correndo pela rua para tentar escapar, mas acabou sendo alcançada. Segundo ela, o homem se irritou porque ela decidiu chamar o Samu.
“Cheguei do trabalho, e ele estava em casa, pois tinha sido demitido por esses problemas. Daí, ele teve um surto e, quando eu chamei o Samu, ficou bravo e partiu para cima de mim”, disse. “Consegui escapar, corri pela rua, mas ele me alcançou. Precisei me fingir de morta para me salvar”, completou.
A mulher foi socorrida e encaminhada a um hospital da região, onde permanece internada. O Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, questionou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) sobre o caso, mas não obteve retorno. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Apiaí.
Juízes federais recebem R$ 145 mil por ano em retroativos autorizados pela própria Justiça
Os dados são públicos, mas não há um detalhamento sobre o motivo dos depósitos retroativos. Questionados pela reportagem, os tribunais não quiseram informar a razão de cada pagamento.
Dizem, ainda, que as verbas não são incluídas no cálculo do teto constitucional, atualmente de R$ 44 mil, e, por isso, não há que se falar em salários acima do limite permitido.
O gasto adicional decorre, em muitos casos, de ordens do CJF (Conselho da Justiça Federal), que nos últimos anos reconheceu que juízes não receberam benefícios pagos a outras categorias. Com isso, determinou a reposição dos valores de maneira parcelada a integrantes da categoria.
Uma decisão nesse sentido foi dada no final de 2022 e determinou a reposição retroativa de um adicional por tempo de serviço do período de 2006 a 2022.
Os repasses retroativos corroem a tese da magistratura federal de que a farra de penduricalhos e pagamentos extras que levam a inúmeros salários acima do teto constitucional se restringem à Justiça estadual.
O discurso é o de que há um descontrole em cortes estaduais porque elas são bancadas e reguladas pelos Executivo e Legislativo locais.
Isso, de fato, ocorre. Os Poderes estaduais são mais suscetíveis a pressões e a atuação do Judiciário é menos fiscalizada, o que cria um ambiente favorável à criação de penduricalhos para engordar os vencimentos.
Já a Justiça Federal é vinculada à União. A instituição de novos benefícios, geralmente, depende de lei aprovada no Congresso, o que demanda um processo legislativo mais complexo e transparente.
As recentes decisões do CJF, no entanto, ajudaram a driblar a dificuldade em elevar a própria remuneração.
Recentemente, o CJF determinou a todos os juízes que ingressaram na carreira até 2006 o pagamento de um adicional por tempo de serviço, também conhecido como quinquênio, que prevê um acréscimo salarial a cada cinco anos de trabalho.
No final de 2022, o conselho ordenou a reposição retroativa dos valores relativos ao penduricalho, de 2006 até aquela data. Em abril do ano seguinte, porém, a Corregedoria Nacional de Justiça mandou suspender o pagamento retroativo.
O partido Novo também moveu uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a decisão do CJF. O caso está sob responsabilidade do ministro Gilmar Mendes.
Outro pagamento retroativo diz respeito a passivos referentes ao PAE (Parcela Autônoma de Equivalência), benefício que prevê uma remuneração à magistratura para igualá-la a carreiras equivalentes, como as do Ministério Público.
Os retroativos beneficiam os integrantes da primeira e segunda instâncias da Justiça Federal.
O TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) é o recordista nos repasses referentes a serviços já prestados. Desde 2020, foram gastos na corte R$ 96 milhões para esse fim.
O TRF-2 vem em seguida, com R$ 63 milhões. Depois vêm o TRF-1 (R$ 58 milhões), o TRF-3 (R$ 50 milhões) e o TRF-5 (R$ 46 milhões).
O TRF-6 é o que menos gastou (R$ 17 milhões), mas a corte foi criada em agosto de 2022, ou seja, há menos de dois anos.
O CJF não adotou decisões só em relação a retroativos, mas também estabeleceu elevação de remuneração futura.
No fim de 2023, com base em decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o CJF editou uma resolução que aumenta em até um terço a remuneração de parte dos juízes federais.
A norma deu aos juízes compensação financeira ou até dez folgas mensais em determinadas situações.
Segundo a medida, juízes que acumulem funções administrativas ou outras atividades “processuais extraordinárias” terão direito a uma “licença compensatória na proporção de três dias de trabalho para um de licença, limitando-se a dez dias por mês”.
Os juízes que não quiserem tirar as folgas recebem por elas. O tribunal deve pagar esses valores por meio de indenização, sem incidência do Imposto de Renda.
OUTRO LADO: TRFS 5 E 6 DIZEM SEGUIR AS NORMAS; DEMAIS CORTES NÃO SE MANIFESTAM
Por meio de nota, o TRF-5 afirmou que os retroativos são de caráter
indenizatório e, por isso, não incidem sobre o cálculo do teto
constitucional.
“Os créditos mencionados são créditos passivos, de caráter indenizatório, benefícios e atualizações monetárias de pagamentos atrasados, os quais não compõem a base de cálculo para o teto constitucional”, disse a corte.
Afirmou, ainda, que “todos os pagamentos de passivos são autorizados e ordenados pelo CJF”. O tribunal citou como uma das explicações o pagamento da parcela de equivalência.
“No ano de 2020, especificamente, houve o pagamento de passivos referentes à PAE, relativos ao percebimento de juros e correção monetária sobre valores devidos, mas não incluídos na base de cálculo do abono variável”, afirmou.
O TRF-6 também afirmou que segue as normas e que não há irregularidades nos pagamentos.
“O tribunal reafirma a total legalidade dos pagamentos efetuados, em especial no que toca ao teto remuneratório, destacando o pagamento de valor acumulado a título de adicional por tempo de serviço, decorrente de decisão do Conselho da Justiça Federal, nas competências dezembro de 2022 e janeiro de 2024, referente ao período de 2006 a 2022”, afirmou.
Os outros quatro tribunais não responderam aos questionamentos da reportagem.
O Conselho da Justiça Federal também não se manifestou.
Extrato bancário muda nesta segunda-feira (8); entenda as alterações
Segundo a Febraban, a medida foi criada para facilitar o cotidiano dos clientes, tornando as informações mais acessíveis, principalmente para quem tem conta em mais de uma instituição.
O extrato bancário é um documento fornecido pela instituição financeira que resume as transações realizadas em uma conta bancária em determinado período. Ele funciona como uma espécie de registro de todas as movimentações financeiras da conta, ou seja, as entradas e saídas de dinheiro.
Na nova nomenclatura, as operações de depósito de cheque no caixa eletrônico, também chamado de ATM, sigla para Automated Teller Machine, passarão a ser descritas no extrato como “DEP CHEQUE ATM”.
As operações de saque de dinheiro em espécie no caixa da agência com o cartão da conta aparecerão no extrato como “SAQUE DIN CARTAO AG”.
Essas informações, até o momento, variam conforme o banco ou instituição. “A iniciativa vai universalizar as informações, trazendo mais compreensão ao cliente sobre a operação que ele realizou, além de ampliar o acesso da população aos serviços bancários”, afirma Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.
Todos os clientes de bancos têm acesso gratuito a até dois extratos bancários com a movimentação dos últimos 30 dias de suas contas-corrente. Para solicitações excedentes, é preciso verificar com a instituição bancária da qual é cliente o valor de possível tarifas de emissão de extratos.
Segundo a Febraban, a resolução 3.919 do Banco Central determina que as instituições bancárias devem oferecer de forma gratuita cartões de débito, a realização de até quatro saques e duas transferências entre contas na mesma instituição por mês, assim como o fornecer dois extratos e consultas pela internet e por telefone.
COMO CONSULTAR O EXTRATO BANCÁRIO?
Cada banco ou instituição financeira possui procedimentos diferentes
para acessar o extrato bancário. É possível acessar o documento por meio
do internet banking (site oficial do banco ou instituição financeira),
aplicativo, caixas eletrônicos ou agência bancária de forma presencial,
ou ainda na central de atendimento telefônico do banco.
Em caso de dúvidas é indicado conversar diretamente com a instituição.
Kamala ganha força como substituta de Biden em eleição contra Trump
Agora, doadores do partido, ativistas e autoridades estão se perguntando: Kamala tem mais chances do que Biden de vencer Donald Trump?
Kamala, de 59 anos, ex-senadora dos EUA e ex-procuradora-geral da Califórnia, seria a primeira mulher a se tornar presidente dos Estados Unidos se fosse a indicada do partido e vencesse a eleição de 5 de novembro. Ela é a primeira mulher afro-americana e a primeira pessoa de ascendência asiática a ocupar o cargo de vice-presidente.
Seu mandato na Casa Branca teve um começo sem brilho. Até o ano passado, parte da Casa Branca e da equipe de campanha de Biden temia que a vice fosse um fator negativo para a campanha. A situação mudou à medida que ela se destacou em questões de direitos ao aborto e conquistou eleitores jovens.
Kamala “está orgulhosa de ser companheira de chapa [de Biden] e espera servir ao seu lado por mais quatro anos”, disse a campanha à agência de notícias Reuters.
Milei diz que Bolsonaro é alvo de perseguição judicial e que liberdade de expressão está sob ataque
O presidente da Argentina, Javier Milei, durante discurso no CPAC Brasil, em Balneário Camboriú, Santa Catarina
Para Milei, a “liberdade de expressão, valor fundamental da democracia, se encontra questionado nas principais potencias do mundo sob a desculpa de não ferir a sensibilidade de ninguém, ou respeitar supostos direitos de algumas minorias ruidosas”. Ele afirma que é cada vez mais frequente ouvir que países em que se acreditava que “respeitavam os princípios básicos da democracia, se cometem aberrações em matéria de liberdade de expressão e censura”.
O presidente argentino avalia que muitas pessoas veem esses conceitos como “abstratos”, mas, nas palavras dele, deveriam pensar duas vezes ao ver “o que lamentavelmente começa a ocorrer hoje no Brasil”. Milei não entrou em detalhes sobre essa menção, tampouco mencionou o governo brasileiro ou o poder judiciário, que foi alvo de várias críticas de outros participantes durante a quinta edição da Conferência de Política Ação e Conservadora (CPAC Brasil), evento que recebeu o presidente argentino para seu discurso de encerramento.
O CPAC foi realizado neste fim de semana em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Em sua fala, Milei estava acompanhado no palco por Bolsonaro, o governador Jorginho Mello, o senador Jorge Seif (PL-SC) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), organizador do evento. A irmã de Milei, Karina Milei, secretária-geral do governo argentino, o porta-voz Manuel Adorni e o ministro da Defesa, Luis Alfonso Petri, também foram chamados para assistir ao discurso ao lado dos políticos brasileiros.
Milei foi recebido pelo público com gritos de “Viva la libertad, carajo” e “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. Ele cumprimentou Bolsonaro, chamando-o de presidente, e Eduardo pela recepção, disse que se sentiu em casa e que é “sempre um prazer estar entre os amigos”.
O presidente argentino usou seu discurso para criticar o que chamou de “governos socialistas” dos últimos 20 anos na América Latina e disse que o único interesse dessas administrações é o “poder pelo poder”. “[Esses governos] Constituem uma receita do desastre econômico, social, político e cultural”, disse. “Uma relação de causalidade entre esses dois elementos não é coincidência”.
Ele citou como exemplos Cuba, Nicaraguá e Venezuela, classificando as gestões desses países como “ditaduras assassinas”. Disse ainda que Bolsonaro sofre uma perseguição judicial no Brasil, mas sem entrar em detalhes. Também criticou as propostas econômicas de governos de esquerda. Para ele, o aumento do gasto público leva à inflação e, quando o dinheiro acaba, é necessário aumentar impostos para manter o nível de despesas.
O presidente da Argentina chegou na cidade catarinense na noite desse sábado e foi recepcionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os dois assistiram o jogo entre Brasil e Uruguai pela Copa América. A seleção brasileira foi desclassificada na disputa de pênaltis, após um empate em zero a zero com os uruguaios.
Já na manhã deste domingo, 7, Milei se reuniu a portas fechadas com Bolsonaro, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jorginho Mello (PL-SC) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ao fim do encontro, o presidente argentino recebeu a medalha “3is: imorrível, imbrochável e incomível” de Bolsonaro.
Milei também se reuniu com Mello e empresários catarinenses. Segundo o governador, o objetivo do encontro foi discutir relações comerciantes entre Santa Catarina e o país vizinho.
Já na manhã deste domingo, 7, Milei se reuniu a portas fechadas com Bolsonaro, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jorginho Mello (PL-SC) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ao fim do encontro, o presidente argentino recebeu a medalha “3is: imorrível, imbrochável e incomível” de Bolsonaro.
Milei também se reuniu com Mello e empresários catarinenses. Segundo o governador, o objetivo do encontro foi discutir relações comerciantes entre Santa Catarina e o país vizinho.
Se o encerramento ficou por conta de Milei, a abertura do CPAC Brasil, na manhã desse sábado, 6, ficou a cargo de Bolsonaro. Em seu discurso, o ex-presidente ignorou o indiciamento da Polícia Federal no caso das joias sauditas, criticou o PT, a quem chamou de “partido do trambique”, e a imprensa. “Não tenho ambição pelo poder, tenho obsessão pelo Brasil, em que pese qualquer outras questões que nos atrapalhe”, afirmou.
Ao fim do primeiro dia de evento, o ex-presidente voltou para o palco, para o discurso de encerramento. Na ocasião, disse que “não irá recuar” mesmo com investigações da Polícia Federal (PF) em curso contra ele. “Apesar de a PF ter ido três vezes na minha casa, hoje já tenho 300 e poucos processos ainda. Vale a pena. A gente não vai recuar”
O CPAC Brasil é organizado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro e foi inspirado no Conservative Political Action Conference (CPAC), evento que reúne nomes do conservadorismo dos Estados Unidos em congressos anuais desde 1973.
Além de Milei e Bolsonaro, a edição deste ano do CPAC Brasil contou com as presenças dos governadores de Santa Catarina, Jorginho Mello, e de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deputados bolsonaristas e empresários.
As palestras do CPAC Brasil foram marcadas principalmente pelo tom de aconselhamento eleitoral para pré-candidatos a prefeito e vereador nas próximas eleições municipais. Deputados e lideranças bolsonaristas frisavam que um bom desempenho no pleito era fundamental para sustentar uma candidatura presidencial bolsonarista em 2026.
Cúpula do Mercosul expõe tensão política com briga Lula-Milei e marca ingresso da Bolívia
O argentino declinou do que seria sua estreia no bloco. É a primeira vez que um presidente argentino deixa de comparecer, segundo o Itamaraty. Aliado dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro também ausentou-se da cúpula, dois anos atrás.
A decisão de Milei esvazia a reunião do Mercosul e expõe uma recente guinada ideológica na política externa argentina. Nos primeiros meses de sua gestão, a chancelaria argentina tentou preservar pontes, atenuar esses conflitos e vendia a ideia de pragmatismo e de que o presidente poderia ser “controlado”.
Mas agora o ministério sofreu intervenção de Karina Millei, irmã do presidente, secretária-geral da Presidência e sua principal conselheira. Ela assumiu protagonismo na formação de comitivas, como a que foi ao G-7, na Itália, deslocando Mondino ou apontando pessoas de sua confiança concentrar e para exercer poder.
Milei tem sido um fator de tensionamento político na região. Ele travou embates recentemente com Bolívia e Venezuela, países do bloco, além da Colômbia, um Estado associado, por insultos reiterados ao presidente Gustavo Petro, similares aos que proferiu contra Lula. As crises diplomáticas motivaram convocação de embaixadores, expulsão de diplomatas, confisco de avião e proibição de sobrevoos.
Além disso, Milei agendou uma viagem privada ao Brasil para discursar “contra o socialismo” em evento promovido pelo principal rival interno do governo Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo político. Foi recebido com status de estrela entre a direita.
O governo brasileiro “lamentou” a ausência de Milei no Mercosul, e evitou comentar a primeira visita de Milei ao Brasil. Mas a delegação de Lula no Paraguai acompanha eventuais provocações e avalia medidas diplomáticas imediatas de retaliação, a depender do teor das falas de Milei em Santa Catarina.
Estarão presentes os presidentes de Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Panamá – o recém-empossado José Raúl Mulino, convidado especial.
Bolívia e Venezuela
Em Assunção, as discussões entre os líderes serão de perfil essencialmente político, influenciadas pelas divergências entre os presidentes Lula e Milei e por dois fatores de instabilidade interna relacionados aos países que buscaram adesão mais recentemente – Bolívia e Venezuela.
Suspensa do Mercosul desde 2017 por abusos autoritários do regime chavista, a Venezuela passará por eleições presidenciais no dia 28 de julho, em processo conturbado marcado por restrições à participação de opositores ao ditador Nicolás Maduro – alguns foram impugnados, e outros, presos. Parte refugiou-se na embaixada argentina em Caracas, com aval do governo Milei.
O governo Lula afirma que apoia a reinserção plena da Venezuela no Mercosul, mas o Itamaraty diz que o tema não é pauta oficial da cúpula. Embora a realização de eleições transparentes, livres e aceitas por todos os lados seja vista como um passo para a reintegração venezuelana ao bloco, ainda faltariam pendências porque Caracas descumpriu etapas do protocolo de adesão. Em sua última reunião, no Rio, os presidentes reforçaram compromisso em defender a democracia, o Estado de Direito e os direitos humanos.
O presidente boliviano, Luis Arce, virá a Assunção depositar formalmente o instrumento de ingresso, aprovado pelo Legislativo do país na semana passada. Em 30 dias, a Bolívia passa à condição de membro pleno e terá um prazo de quatro anos para incorporar a sua legislação o arcabouço normativo do Mercosul.
“É um grande momento o para o Mercosul ver ampliada a participação com o ingresso de um país tão relevante para o Brasil, como a Bolívia”, disse a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe. Segundo o diretor do Departamento de Mercosul, embaixador Francisco Cannabrava, os países menores do continente veem no bloco uma “oportunidade para aumentar as suas exportações de produtos com valor agregado”.
O tema mais quente, no entanto, será uma quartelada que o governo boliviano denunciou como tentativa de golpe de Estado, em La Paz. Arce recebeu apoio imediato do Mercosul.
Depois, o general preso por liderar a intentona acusou Arce de ter encomendado um autogolpe. O líder boliviano nega. O governo Milei, no entanto, diz que o movimento era falso.
O ingresso da Bolívia de poderá equilibrar o jogo de forças interno. Atualmente, Lula é o único presidente de esquerda e vem sendo pressionado pelos demais. Após comparecer à cúpula no Paraguai, Lula visitará Arce em Santa Cruz de La Sierra para prestar solidariedade e tentar mediar a disputa interna entre ele e seu antigo padrinho, o ex-presidente Evo Morales.
Além do entrevero com Milei, o petista enfrenta queixas recorrentes dos uruguaios, que assumem a presidência temporária na sequência. O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, deseja levar adiante um acordo comercial com a China, mesmo que unilateralmente, e Lula tenta segurar esse ímpeto.
“A gente não tem problema nenhum em abrir negociações com a China, se forem os cinco países juntos, com todas as dificuldades que isso implicará”, disse Padovan. “Se houver interesse, estamos preparados para discutir”, completou o embaixador Francisco Cannabrava, diretor do Departamento de Mercosul.
Embora a Casa Rosada negue uma relação de causa e efeito, a briga pública entre Lula e Milei poderia ter novo capítulo caso eles se encontrassem pessoalmente na capital paraguaia. A ausência do argentino também levanta novas dúvidas sobre a falta de prioridade política e as intenções de seu governo com o bloco.
Em campanha eleitoral, Milei ameaçou retirar a Argentina do Mercosul. Ele acusou o agrupamento de prejudicar seus membros e de criar distorções comerciais. Nos primeiros meses de seu governo, porém, os representantes da Argentina deram sinais de que apostariam em negociações de acordos comerciais com outros países e blocos, de forma conjunta, que pudessem modernizar o Mercosul.
Anfitrião paraguaio, Santiago Penã, chegou a indicar que tentaria fazer um meio de campo entre Lula e Milei. A despeito de sua visão ideológica de direita, ele costuma ser o mais pragmático e simpático a Lula entre os atuais presidentes do Cone Sul, o que é atribuído à profunda relevância da relação econômica e energética, via usina de Itaipu Binacional. Os países renegociam parte do tratado relativo às condições de venda e aproveitamento da energia elétrica gerada.
“Quero estar na lista dos que desejam trabalhar pela integração”, afirmou o paraguaio. Os anfitriões estenderam convite também a representantes da Venezuela. A chancelaria paraguaia, no entanto, informou que não havia representantes de Caracas credenciados para as atividades no Porto de Assunção, que foi renovado para receber as atividades do Mercosul.
Os países discutem ainda áreas de controle integrado nas fronteiras e entraves ao comércio intrabloco. Os ministros das Relações Exteriores assinam um acordo de coprodução cinematográfica e audiovisual, além de um acordo de complementação financeira e técnica do Mercosul com o Fonplata (Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata). A cooperação se dará por meio do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), que tem US$ 160 milhões em caixa para projetos.
Brasileira arrecada mais de R$ 100 mil com vaquinha online para fazer eutanásia na Suíça
Foto: Vakinha Online |
A estudante de medicina veterinária, foi diagnosticada com a Neuralgia do Trigêmeo Bilateral há 11 anos, convive com a qual ela considera ser a “a pior do mundo” e a descreve como choques elétricos equivalentes ao triplo da carga de uma rede 220 volts que atravessam rosto constantemente, já conseguiu juntar mais de R$ 100 mil desde que o caso se tornou conhecido nacionalmente.
"Depois de esgotar todas as opções médicas disponíveis e enfrentar uma dor insuportável diariamente, tomei a difícil decisão de buscar a eutanásia como uma forma de encerrar meu sofrimento de maneira digna", disse na web.
A vaquinha divulgada por Carolina inclui os gastos médicos e os custos da viagem internacional para a realização da eutanásia no país europeu, já que no Brasil a prática é definida como crime de homicídio pelo Código Penal, e proibida por lei.
A meta da jovem é conseguir juntar R$ 150 mil. “A esperança de uma vida sem dor tem se tornado cada vez mais distante, e a qualidade de vida, praticamente inexistente”, contou ela em um desabafo feito nas redes sociais.
No site, Carolina já conseguiu atingir R$ 107 mil e anunciou que caso ultrapasse o valor, fará uma doação. “Eu não quis colocar o valor mais alto porque eu não sei se vou precisar de mais. Prefiro fazer outra vaquinha para arrecadar mais dinheiro do que correr o risco de sobrar e as pessoas acharem que fiz outra coisa com esse dinheiro. Caso sobre, eu pretendo doar para alguma instituição que trabalhe com dor".
https://www.instagram.com/caarrudar/?utm_source=ig_embed&ig_rid=34cc002b-fdea-465c-b560-40abc38003e7
Mortes em acidentes de ônibus aumentaram 32% nas rodovias federais neste ano
Foto: Divulgação/ CNT |
A quantidade de acidentes envolvendo veículos de transporte coletivo, no entanto, teve um aumento de apenas 1% --ou seja, a letalidade média dos acidentes com ônibus aumentou consideravelmente. Isso ocorre após o Brasil registrar queda no número de vítimas com esse perfil nos últimos dois anos.
Um único acidente foi responsável por quase metade das mortes registradas em estradas federais neste ano. Na noite do primeiro domingo do ano, 7 de janeiro, um micro-ônibus e um caminhão bateram de frente na rodovia BR-324, na altura da cidade de São José do Jacuípe (BA), deixando 24 mortos --desses, 21 estavam dentro do micro-ônibus.
Os números da PRF correspondem a um retrato parcial das mortes no trânsito, um problema que vem se agravando nos últimos anos. O acidente que deixou 12 mortos na última sexta-feira (5) em Itapetininga (SP), por exemplo, não fará parte dessa estatística, pois não ocorreu numa rodovia federal.
O veículo da empresa Onix Turismo, com 51 passageiros, estava na rodovia Francisco da Silva Pontes (SP-127) quando o motorista perdeu o controle e acabou se chocando contra a pilastra de um viaduto. Ele relatou que uma falha mecânica travou o volante do ônibus.
Foi o pior acidente de ônibus registrado no estado de São Paulo neste ano. Dados do Infosiga, sistema de monitoramento de letalidade no trânsito do governo paulista, mostram que o número de mortes em Itapetininga equivale a todos os acidentes de ônibus registrados de janeiro a maio no estado --também foram 12 mortes, o que inclui casos em vias urbanas e em rodovias municipais, estaduais e federais.
Nas rodovias federais, houve queda contínua no número de mortos em acidentes de ônibus entre 2017 e 2020. A exceção foi o ano de 2021, que teve aumento de 57% nos óbitos em relação ao ano anterior, e tinha voltado a cair desde então.
De forma geral, no entanto, as mortes no trânsito têm piorado no país. Os anuários da PRF mostram que, no ano passado, 5.621 pessoas morreram nas estradas federais, alta de 3,3% em relação ao ano anterior.
Dados do SIM (Sistema de Informações de Mortalidade), mantido pelo Ministério da Saúde, demostram que houve queda das mortes no trânsito entre 2014 e 2019. Desde então, a tendência se inverteu.
Nos cinco primeiros meses deste ano, o estado de São Paulo teve o mesmo número de mortes em acidentes de ônibus que o registrado no mesmo período do ano passado.
Minas Gerais foi o estado que registrou, no ano passado, o maior número de mortes de passageiros e condutores de ônibus nas rodovias federais, com 32 vítimas. Neste ano, até agora, o acidente em São José do Jacuípe coloca a Bahia em primeiro lugar.
Tanto em São Paulo quanto na Bahia, dois acidentes particularmente graves contribuíram para a piora na estatística. As mortes em casos envolvendo ônibus, no entanto, são exceção nas estradas.
Os dados da PRF mostram que, no ano passado, eles correspondem a 2% das mortes e 3% dos acidentes nas rodovias federais. Aqueles que viajam em automóveis, motos e caminhões são vítimas muito mais frequentes da letalidade no transito rodoviário.
Mais da metade dos acidentes de trânsito nas rodovias envolvem carros, e seus ocupantes --motoristas e passageiros-- correspondem a 38% dos mortos no ano passado, quase quatro em cada dez.
O tempo de reação dos motoristas está associado à causa da maior parte dos acidentes de trânsito, segundo a PRF. A "reação tardia ou ineficiente do condutor" é a causa mais frequente citada pela PRF, em 9,8 mil de 67,7 mil sinistros registrados.
Entrar na via sem observar outros veículos foi a causa de outros 6,3 mil acidentes nas rodovias federais. O uso de bebidas alcoólicas foi registrado como causa em 3,5 mil acidentes de trânsito pela PRF.
Por Tulio Kruse | Folhapress
Evangélico, chefão do tráfico teria mandado fechar igrejas católicas no RJ
Foto: Polícia Civil do Rio |
Relatos de moradores dão conta de que bandidos armados foram até as paróquias comunicar a decisão do traficante. As informações são do jornal O Dia.
As paróquias Santa Edwiges, em Parada de Lucas, Nossa Senhora da Conceição e São Justino, e Santa Cecília, localizadas em Brás de Pina, publicaram comunicados em suas redes sociais sobre os cancelamentos de atividades.
A Paróquia Santa Cecília informou que todos os compromissos estariam temporariamente cancelados. Já a Santa Edwiges suspendeu uma festa julina que ocorreria neste fim de semana.
A Paróquia Nossa Senhora da Conceição e São Justino pontuou que as missas, reuniões e demais atividades ficarão suspensas “até segunda ordem”. Os motivos dos fechamentos não foram informados nas publicações.
TRAFICANTE SERIA EVANGÉLICO
O traficante Peixão é procurado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, suspeito de comandar a distribuição de drogas na região da Cidade Alta e Vigário Geral. O Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, questionou a corporação sobre o fechamento das igrejas, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
Segundo o portal G1, o traficante foi criado pela mãe, que é umbandista. Mas atualmente é evangélico e tem promovido atos de intolerância religiosa nas regiões sob seu comando.
No início da tarde deste domingo (7), a Secretaria de Segurança Pública
do Rio de Janeiro enviou nota para o Metrópoles afirmando que as
paróquias Santa Edwiges e Santa Cecília estavam abertas e que a ação dos
traficantes seria boato.
Em operação conjunta PM apreende armas brancas e conduz um homem na Pituba
O suspeito e todo o material apreendido foram encaminhados à 16ª Delegacia Territorial.
Durante a Operação Integrare, com vistas a coibir crimes violentos contra o patrimônio e o tráfico de entorpecentes, policiais intensificaram as rondas no bairro e realizaram abordagens e busca pessoal a suspeitos em regiões com grande incidência de crimes.
Nas buscas foram apreendidas diversas armas brancas, que foram localizadas embaixo de um viaduto, local com incidência de furtos e roubos, além da condução de um suspeito por porte de arma branca.
O suspeito e todo o material apreendido foram encaminhados à 16ª Delegacia Territorial, para adoção das medidas cabíveis.
Texto: Polícia Militar/ DCS
PM apreende duas submetralhadoras e drogas em Itabuna
Os pms participavam da Operação Garra de Arquimedes, quando receberam uma denúncia de tráfico de drogas.
Policiais do 15º BPM apreenderam duas submetralhadoras e drogas, no bairro de Maria Pinheiro, em Itabuna, na tarde de sexta-feira (5).
Os pms participavam da Operação Garra de Arquimedes, quando receberam uma denúncia de tráfico de drogas.
Ao chegarem ao local, área de mata, foram encontradas duas submetralhadoras calibre 9mm, 550 gramas de maconha, 200 gramas de cocaína, 200g de crack, 57 munições calibre 9mm, dois rádios comunicadores, três carregadores de rádio comunicadores, três balanças de precisão, três facas e uma balaclava. Os suspeitos tinham evadido do local.
Todo o material recolhido foi encaminhado para a delegacia territorial de Itabuna, onde a ocorrência foi registrada.
Texto: Polícia Militar/ DCS
Foragido por roubo é flagrado pelo Reconhecimento Facial no Canta Bahia 2024
Cerca de 33 mil pessoas participaram das celebrações no Parque de Exposições, em Salvador.
Após o alerta da tecnologia, militares da 15ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/ Itapuã) capturaram o criminoso. Na Polinter, o mandado de prisão foi cumprido.
A ferramenta da SSP também contabilizou pouco mais de 33 mil pessoas na primeira noite do festival. Cerca de 500 policiais e bombeiros atuam no evento.
Texto: Jeferson Silva
‘Vovós do crime’: idosa tinha acabado de sacar dinheiro de golpe quando foi presa, diz polícia
As “vovós do crime” foram presas e autuadas em flagrante por estelionato e associação criminosa. Além delas, um jovem de 25 anos, e uma mulher, de 40, também foram presos.
O g1 não localizou a defesa dos suspeitos até a última atualização da reportagem. Embora fotos tenham sido divulgadas pela Polícia Civil para que possíveis vítimas se manifestem, nenhum deles teve o nome divulgado.
Segundo a polícia, o grupo todo mora em Trindade, mas estavam em Orizona há cerca de uma semana tentando realizar o golpe na cidade e em municípios vizinhos. Por isso, já eram conhecidos na agência bancária em que acabaram presos.
Na quinta-feira, 4 de julho, a idosa de 66 anos foi até a agência bancária de Orizona e informou que queria sacar o INSS. Ela apresentou uma guia do benefício, carteira de trabalho e identidade. Todos documentos falsos.
No momento da análise, os funcionários suspeitaram da identidade dela e chamaram a polícia. Os policiais civis abordaram a idosa quando ela entrava em um carro, onde estavam os outros três suspeitos. Todos foram abordados e, com eles, foram apreendidos diversos documentos falsos e R$ 4 mil em espécie.
Cerca de 2 mil daquele total, segundo a polícia, foram sacados pouco tempo antes, pela idosa de 78 anos, em uma agência bancária da cidade de Urutaí, localizada a 56,4 km de Orizona. Lá, os investigados usaram o mesmo método para receberem o valor.
Diante da situação, as vovós e os outros dois suspeitos foram levados para a delegacia e autuados em flagrante. (G1)
Milei tem encontro com Bolsonaro e recebe medalha ‘3is’: ‘imorrível, imbrochável e incomível’
Antes do encontro reservado, Milei tomou café com políticos bolsonaristas. A irmã do presidente argentino, Karina Milei, e o ministro da Defesa da Argentina, Luis Petri, também participaram do encontro. Ao final do encontro, o governador de São Paulo não entrou em detalhes sobre o que foi tratado. “Foi ótimo”, disse Tarcísio sobre o encontro com o Milei. “Discutimos futebol”, brincou. Ele não respondeu se Lula foi tema da conversa.
É a primeira visita do presidente da Argentina ao País desde que ele assumiu o cargo em dezembro do ano passado. Milei, contudo, não se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em desrespeito ao protocolo diplomático. Os governantes dos dois países discutiram pela imprensa e redes sociais ao longo da semana.
Lula disse que Milei deveria pedir para desculpas pelas “bobagens” que falou sobre ele e o Brasil. O presidente argentino, contudo, voltou a repetir que o petista é “comunista” e “corrupto”.
O argentino fará a palestra de encerramento da versão brasileira da Conferência de Política Ação Conservadora (CPAC Bradil) na tarde deste domingo.
Itamaraty avalia adotar duas posturas distintas a depender do discurso de Milei. Se o governante subir o tom contra a esquerda, de forma geral, não há risco de mal-estar diplomático.
Milei chegou à Balneário Camboriú no sábado por volta das 23h25m e foi recepcionado por Bolsonaro. Em seguida, assistiu ao final do jogo entre Brasil e Uruguai pela Copa América.
Na sexta-feira, o porta-voz do governo argentino, Manuel Adorni, que também participará da CPAC Brasil, disse que Milei não se encontrará com Lula porque as agendas em Santa Catarina são “prioritárias” para ele.
Detentos transformam experiências em livro e inspiram esperança na prisão de Valença
Alessandro (esquerda) e Marcos (direta) elaboraram o livro em oito meses em conjunto com outro detento
As noites passadas em claro e o sofrimento diário foram combustíveis para a elaboração do livro A Voz dos Excluídos, da editora Giostri, que será lançado no dia 27 de julho. A ideia partiu de Alessandro, que já transmitia suas angústias para o papel. Marcos apareceu para dar novas ideias e agregar ao processo. Roque Mendes, interno transferido do Conjunto de Valença, foi responsável pelas ilustrações.
Com o livro, Alessandro espera ser exemplo de superação para os três filhos. O mais novo deles nasceu enquanto ele já estava cumprindo pena. “Eu não cheguei a ver o nascimento dele. Todas as vezes que eu acariciava a barriga da minha esposa, nas visitas, chorava. Pensava em muitas coisas ruins, é um sofrimento muito grande que decidi transmitir para a escrita”, conta Alessandro
A publicação, construída através de histórias em quadrinhos, descreve o cotidiano da prisão: momentos de lazer, visitas de familiares, alimentação e conflitos são ilustrados pelos autores. Mais do que isso, Alessandro, Marcos e Roque querem dar um recado para quem está fora das prisões. “A gente quer relatar que o crime não vale a pena. É uma frase que fica marcada para a gente: o crime não compensa”, ressalta Marcos.
A Voz dos Excluídos está disponível para compra no site da editora por R$79. O lançamento oficial será realizado no dia 27 deste mês, sábado, no Conjunto Penal de Valença, com a presença de familiares dos autores. Dentro da unidade prisional, os autores recebem elogios dos colegas de cela.
“No início muita gente não acreditou, mas agora que viram que é possível, estamos recebendo muitos elogios. Tem gente perguntando como faz o livro, outras pessoas já querem fazer também”, revela Marcos. Mesmo antes do lançamento oficial, o trio de autores já planeja escrever outro livro. Dessa vez, fora da prisão. “Pode ser que não venda um exemplar, mas, para mim, estou marcado na história”, comemora Marcos Silva.
por Maysa Polcri / Correio 24h
Só quero que Lula cumpra o que me prometeu, diz CEO da Transnordestina
O presidente Lula disse publicamente que não faltaria dinheiro para a ferrovia. Por que o projeto emperrou novamente?
É preciso um decreto autorizando uma operação de R$ 3,6 bilhões com o FDNE [Fundo de Desenvolvimento do Nordeste]. Sem isso, a obra fica parada.
De quem é a culpa?
Isso [o decreto] estava parado no Ministério da Fazenda durante sete meses. Não tem cabimento o presidente da República prometer a liberação da obra e, por causa da burocracia, ela ficar parada. Lula pegou no meu braço [em visita à obra] e falou: ‘não faltarão recursos para a Transnordestina’. Eu só quero que se cumpra o que Lula me prometeu.
Que tipo de operação pendente é essa?
É um empréstimo para a Transnordestina que tem como avalista o grupo CSN. Se não pagar, dá vencimento da dívida lá na CSN.
A obra avançou muito. Foi com dinheiro de Steinbruch?
Ele já colocou R$ 4,2 bilhões, saídos do caixa da companhia, fora empréstimos. A CSN se comprometeu a colocar mais R$ 1,5 bilhão.
Mas Steinbruch deve ter renegociado dívidas para injetar dinheiro novo, não?
Ele alongou a dívida [o equivalente a R$ 1,5 bilhão] por cinco anos para finalizar a obra.
Nos projetos ferroviários de grande porte, como a Norte-Sul, o governo construiu a obra para que fosse licitada depois. Nesse projeto é o contrário. Mesmo assim, o governo terá alguma participação?
Metade desses R$ 3,6 bilhões a serem tomados com o FDNE é conversível em ações pelo governo.
A ferrovia foi modificada e um trecho foi cortado do projeto original no governo Jair Bolsonaro. No entanto, muitos investimentos já tinham sido feitos. Quanto devem receber de indenização por isso?
Cerca de R$ 4 bilhões, o equivalente a R$ 25 milhões por quilômetro já construído [em direção ao porto de Suape]. São cerca de 190 km ao todo. Mas há outras obras, até um túnel. Os valores ainda estão em discussão.
Incerteza fiscal leva governo Lula a pagar maior juro desde PEC Kamikaze de Bolsonaro
O ambiente desfavorável fez com que a União não só pagasse mais caro, mas também freasse a captação de recursos no mês de junho. Sempre que isso acontece, o governo precisa recorrer a uma reserva de liquidez, conhecida como “colchão da dívida”, para honrar obrigações com os investidores.
A turbulência se deu em um mês marcado pela piora no ambiente externo e por uma sucessão de declarações de Lula que ampliaram a percepção de risco fiscal no Brasil. O chefe do Executivo desferiu ataques ao Banco Central e interditou uma série de medidas de contenção de gastos que estavam em discussão na equipe econômica.
A cotação do dólar escalou e chegou a bater a marca dos R$ 5,70 durante a terça-feira (2), o que gerou repercussão negativa para o governo e deflagrou uma espécie de freio de arrumação. Na quarta (3), o ministro Fernando Haddad (Fazenda) anunciou um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias para 2025.
Mas o câmbio não foi o único ativo financeiro que reagiu à maior percepção de risco. As taxas cobradas pelos investidores para financiar o governo brasileiro deram um salto nos diferentes segmentos da curva de juros, que incluem prazos curtos e mais longos.
Já o volume das emissões ficou em R$ 68,6 bilhões em junho, o menor do ano e um valor baixo ante a média dos últimos 12 meses (cerca de R$ 130 bilhões ao mês).
Um dos principais termômetros dessa desconfiança é a emissão das NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional – Série B), título remunerado pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mais uma taxa real de juros.
Na última terça, a NTN-B de três anos foi emitida com uma taxa de 6,78% acima da inflação, patamar recorde desde que o papel com esse prazo foi criado, em 2020. Diante do custo elevado, o Tesouro aceitou captar apenas R$ 261 milhões, um valor considerado baixo.
Na NTN-B de cinco anos, título com histórico maior, o governo brasileiro pagou juro real de 6,3439% em 11 de junho e de 6,3279% em 25 de junho. O pico foi o maior desde 19 de julho de 2022, após a promulgação da PEC Kamikaze de Bolsonaro, quando chegou a 6,378%.
As taxas se equiparam a outros momentos de afrouxamento da política fiscal ou de maior percepção de risco, como o aumento de gastos aprovado na transição para o governo Lula, a dúvida sobre a aprovação do teto de gastos no governo Michel Temer (MDB) e as semanas que antecederam o impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016.
A deterioração também foi percebida nas NTN-Bs de 40 anos, papéis de maior prazo emitidos pelo governo nos leilões de oferta pública, e nas NTN-Fs (Notas do Tesouro Nacional – Série F) de dez anos, títulos prefixados preferido dos estrangeiros.
“Se eu preciso ir ao banco toda semana para tomar empréstimo, eu preciso convencer o banco toda semana que eu tenho condições de pagar os empréstimos. Senão, ele vai me cobrar taxas de juros cada vez mais altas”, afirma o economista Jeferson Bittencourt, head de macroeconomia do ASA e ex-secretário do Tesouro Nacional.
“É nesse sentido que o governo precisa estar o tempo todo reforçando a credibilidade em sua trajetória de solvência, de maneira estrutural e no curto prazo, e evitar ruídos de comunicação que coloquem em dúvida a institucionalidade, tanto da política monetária quanto da política fiscal. Isso é fundamental para cada leilão”, diz.
Em relatório a clientes, o economista Sergio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Rena e ex-chefe do Departamento de Mercado Aberto do BC, elencou seis fatores que afetaram negativamente o mercado de títulos públicos no mês de junho.
Eles incluem os rumores de isolamento de Haddad dentro do governo, as seguidas declarações de Lula refutando a necessidade de conter gastos e atacando a autonomia do BC, os receios quanto à sucessão de Roberto Campos Neto, a redução da alocação de investidores em mercados emergentes, o pequeno apetite dos investidores locais ao risco e a significativa desvalorização do real.
Um aumento no custo da dívida tem reflexo direto no esforço que o próprio governo ou seus sucessores precisarão fazer para honrar a fatura dessas obrigações. As taxas mais altas serão carregadas durante anos, até o vencimento do papel emitido no momento da turbulência.
A questão tem peso ainda maior diante da elevada necessidade de financiamento do país. Só em 2024, o governo brasileiro precisa captar quase R$ 1,5 trilhão no mercado para pagar outras dívidas que vencem este ano e honrar despesas do Orçamento, dada a perspectiva de déficit.
Segundo Bittencourt, ruídos podem levar o Tesouro a adiar seu cronograma de captações, reduzir o colchão da dívida ou sancionar taxas mais elevadas —ou uma combinação dessas três estratégias.
O Brasil tinha em maio um colchão de liquidez robusto, de R$ 1 trilhão, o suficiente para honrar oito meses de pagamento do serviço da dívida federal. Mas a reserva de segurança é um recurso finito e existe justamente para dar confiança aos investidores de que o país é solvente.
Para lidar com o cenário mais adverso, o órgão também pode fazer emissões em prazos mais curtos ou em modalidades mais arriscadas, como os títulos atrelados à taxa Selic (se o Banco Central decide subir os juros, o governo não está protegido e precisa arcar com um custo adicional). Trata-se de uma composição longe do padrão ideal almejado pelo Tesouro em seu planejamento anual e de longo prazo.
Em maio, por exemplo, a proporção de títulos remunerados pela Selic no estoque da dívida pública estava em 43,78%, bem próximo do teto de 44% estipulado no PAF (Plano Anual de Financiamento). Ultrapassar esse limite não gera nenhuma punição, mas é sinal das dificuldades para cumprir o planejado.
No longo prazo, a proporção de títulos atrelados à Selic deveria caminhar para a faixa entre 21% e 25% do estoque da dívida. No julgamento das contas da Presidência da República de 2023, o TCU (Tribunal de Contas da União) destacou a “notável distância de alguns desses indicadores em relação aos objetivos ideais de longo prazo”.
Embora a sinalização de corte nas despesas obrigatórias em 2025 tenha contribuído para a melhora do mercado, Bittencourt afirma que boas condições para a gestão da dívida dependem de melhor comunicação do governo e de medidas críveis para garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal.
“É preciso mostrar que o arcabouço oferece uma trajetória confortável para a dívida em mais de um cenário. O governo mostrou uma trajetória no último PLDO [Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias] em um cenário muito específico, que é muito diferente do cenário de mercado. Não é só uma questão de ‘cada um acredita no que quer’, mas sim de se fazer crível”, diz.
Tarcísio faz discurso linha-dura, fala de 2026 e enaltece Bolsonaro e Deus em evento da direita
“Quanta inspiração, quanto sacrifício”, disse Tarcísio, que depois falou em Deus, em orações e no Espírito-Santo para o avanço do Brasil. “Esse ano a gente começa a construir 2026”, disse, ao destacar Bolsonaro como o líder nacional da direita e chamá-lo de “professor”.
Tarcísio falou no dia de abertura da Cpac, conferência conservadora que acontece em Balneário Camboriú (SC). Segundo ele, “em São Paulo não terá invasão de terra, porque nós não vamos deixar” e que “o crime organizado em São Paulo não terá mais vez”.
O governador de São Paulo é apontado como o principal nome da direita para a disputa presidencial de 2026, já que Bolsonaro foi declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral.
Bolsonaro comandou o país de 2019 e 2022 e perdeu a reeleição para Lula (PT), um fato inédito entre presidentes que disputaram a eleição no cargo. O ex-presidente teve uma gestão marcada pelo negacionismo na pandemia e por declarações golpistas e ataques a outros Poderes.
Enquanto ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, Tarcísio endossou a postura negacionista do então presidente diante da pandemia do coronavírus. O agora governador estava ao lado de Bolsonaro na live em que o ex-presidente ri ao comentar um suposto aumento de suicídios na pandemia.
Aliado e ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio é frequentemente cobrado por aliados próximos de Bolsonaro a se posicionar publicamente em defesa do ex-presidente.
Eles avaliam que o governador, apesar de ter sido eleito com o apoio de Bolsonaro, não é de fato comprometido com as pautas bolsonaristas. Tarcísio já afirmou que não é um bolsonarista raiz e que não quer se envolver em guerras ideológicas e culturais.
A quinta edição da Cpac Brasil deve consolidar a aliança do bolsonarismo com movimentos mundiais da direita radical.
O evento no sábado (6) e domingo (7), inspirado em uma conferência que ocorre anualmente nos EUA desde os anos 1970, dará palco a Bolsonaro e ao atual chefe de Estado argentino, Javier Milei.
A expectativa é de uma imagem dos dois juntos e de provocações ao presidente Lula nos discursos.
O argentino irritou o governo brasileiro ao vir ao país em caráter não oficial, ignorando os protocolos diplomáticos. No domingo, terá uma agenda carregada, com encontros com empresários e o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), antes de falar no evento.
Outras figuras de proa da direita latino-americana e europeia estarão presentes. Do Chile virá José Antônio Kast, que perdeu no segundo turno a eleição presidencial para o esquerdista Gabriel Boric em 2021 e desponta como favorito no pleito do ano que vem.
Ministro da Justiça de El Salvador, Gustavo Funes deve ser recebido efusivamente pela plateia, já que a política de linha-dura contra o crime no país centro-americano, com encarceramento em massa de suspeitos, tornou-se uma referência para a direita brasileira.
Também estão previstas as presenças de representantes de partidos europeus como o português Chega! e o Grupo de Conservadores e Reformistas do Parlamento do bloco. Ambiciosa, a organização do evento chegou a convidar o ex-presidente americano Donald Trump, sem sucesso.
Presidente argentino chega para evento em SC e é recebido por Bolsonaro com abraço
Milei foi recebido no hotel com um abraço efusivo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Também estavam presentes o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), além de outros políticos bolsonaristas.
Depois, todos assistiram ao final da partida em que o Brasil foi eliminado pelo Uruguai na Copa América.
Neste domingo (7), Milei fará o discurso de encerramento da conferência e deve dividir o palco com Bolsonaro.
Há a expectativa de críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem Milei evitou de se encontrar nessa visita ao Brasil. Ele também deixou de comparecer a um encontro do Mercosul no Paraguai.
Pela manhã, o argentino terá encontros com empresários catarinenses e o governador do estado, Jorginho Mello (PL).
Ipiaú: Sandro Regis reforça convite para Alipinho da Doce Mel candidatar-se à prefeitura
Durante a reunião, Sandro Régis destacou a importância de ter Alipinho da Doce Mel como candidato, ressaltando sua capacidade de liderança e o potencial para trazer mudanças significativas para Ipiaú. “Alipinho é um nome que já demonstrou sua força e compromisso com a cidade. Sua candidatura representa uma grande oportunidade para a oposição e para todos que desejam um futuro melhor para Ipiaú”, afirmou o deputado.
Próximos Passos;
Com a possibilidade de Alipinho da Doce Mel aceitar o convite, a oposição em Ipiaú se prepara para uma campanha vigorosa. A decisão final de Alipinho deve ser anunciada nas próximas semanas, e sua candidatura promete agitar o cenário político local.
A confirmação de Alipinho da Doce Mel como candidato seria um movimento estratégico para a oposição, potencialmente alterando o equilíbrio de forças na disputa pela prefeitura de Ipiaú. A população e as lideranças políticas aguardam com expectativa a decisão do empresário, que pode definir os rumos da próxima eleição municipal.
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A partir deste sábado (6), começam a valer diversas vedações a agentes públicos
Proibições estão previstas na legislação eleitoral e entram em vigor três meses antes do 1º turno das Eleições 2024
Pela legislação eleitoral, a partir deste sábado (6), até a posse das eleitas e dos eleitos, é proibido aos agentes públicos nomear, contratar ou mesmo admitir, dispensar sem justa causa, suprimir, readaptar vantagens ou, por outros meios, dificultar ou impedir o exercício da função de pessoa servidora pública. São vedadas, ainda, a remoção, a transferência ou a exoneração de ofício.
Ressalvas
Dos casos mencionados, excluem-se: a nomeação ou a exoneração em cargos em comissão e a designação ou a dispensa de funções de confiança; a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais ou dos conselhos de contas e dos órgãos da Presidência da República; e a nomeação de aprovados em concursos públicos homologados até 6 de julho.
Também são exceções a nomeação ou a contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia autorização do chefe do Poder Executivo, bem como a transferência ou a remoção de ofício de militares, de policiais civis e de agentes penitenciários.
Proibições
A partir de hoje, é vedada, na realização de inaugurações de obras públicas ou na divulgação de prestação de serviços públicos, a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos. Candidatas e candidatos estão proibidos, por lei, de comparecer a inaugurações de obras públicas.
Também a partir deste sábado (6), até o dia das eleições, os agentes públicos não podem realizar transferência voluntária de recursos da União aos estados e aos municípios e dos estados aos municípios, ressalvadas as exceções previstas em lei.
Além disso, com exceção da propaganda de produtos e serviços com concorrência no mercado, não é permitido autorizar publicidade institucional de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos, exceto em casos de urgente necessidade pública, reconhecida pela Justiça Eleitoral. Também é proibido fazer pronunciamento em cadeia de rádio e de televisão fora do horário eleitoral gratuito.
Divulgação
Os agentes públicos devem, ainda, adotar as providências necessárias para que o conteúdo dos portais, dos canais e de outros meios de informação oficial excluam nomes, slogans, símbolos, expressões, imagens ou outros elementos que permitam a identificação de autoridades, governos ou administrações cujos cargos estejam em disputa na campanha eleitoral, ainda que a divulgação tenha sido autorizada em momento anterior.
Permissão
Em relação ao primeiro turno das eleições (6 de outubro), órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta poderão ceder funcionárias e funcionários à Justiça Eleitoral até 6 de janeiro de 2025, em casos específicos e de forma motivada, quando solicitados pelos tribunais eleitorais. O prazo estende-se até 27 de janeiro de 2025 nos locais em que houver segundo turno.
JM/EM, DB