Eleições EUA: Trump pode explorar imagem de força em contraste à de Biden, dizem especialistas
Tiros interromperam no sábado um evento do candidato republicano, que foi retirado às pressas com um ferimento na orelha. Ensanguentado, saiu em fotos com o punho erguido. O caso é investigado como tentativa de assassinato, segundo o FBI.
Para Rafael Cortez, sócio da Tendências Consultoria e professor do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), o acontecimento não deve revolucionar o quadro eleitoral, mas dá oportunidades de uma campanha mais favorável aos republicanos.
Primeiramente, aponta o especialista, o evento abre espaço a vitimização de Trump, uma vez que ocorreu na presença de um grande público, foi amplamente registrado por imagens e deve gerar desdobramentos devido às apurações policiais.
Na análise de Cortez, o ex-presidente poderá enfatizar atributos que reforcem diferenças físicas com relação a Biden. Ambos têm idades elevadas, mas o adversário tem sido alvo de questionamentos sobre as suas condições físicas para uma reeleição.
“O evento deve propiciar imagens de um Trump resiliente, reforçando uma força do Trump e uma fraqueza do Biden”, projeta Cortez. “As redes sociais já mostram isso, com a circulação de imagens de forte apelo nessa ótica.”
Para Cortez, porém, ainda é preciso verificar como os eleitores vão interpretar os acontecimentos. Por um lado, segundo ele, o atentado a Trump pode aumentar a presença dos republicanos nas urnas, em um sistema eleitoral cujo voto não é obrigatório. Por outro, parte dos americanos pode se posicionar com desconfiança e crer que houve manipulação. Ou seja, o mesmo evento será passível de opiniões muito distintas.
Roberto Goulart Menezes, pesquisador do Instituto Nacional de Estudos sobre os Estados Unidos, também avalia que a exploração dessa imagem de “virilidade” é uma possibilidade para Trump, mas pondera que o sucesso dessa estratégia depende das investigações
Para Menezes, Trump deve sustentar a ideia de que é perseguido e de que estão tentando tirá-lo da competição à força. Por outro lado, os democratas provavelmente argumentarão que a maior circulação de armas é nociva à população, inclusive aos presidentes.
“Um Trump inabalável é uma imagem possível de ser explorada por eles. A imagem auto-atribuída de um Trump viril”, aponta o especialista, que também é professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília. “No entanto, é preciso aguardar a investigação e saber as conexões com a candidatura em si do Trump.”
O Serviço Secreto dos EUA informou que o atirador começou o tiroteio por volta de 18h15 (horário local), disparando múltiplos tiros de uma posição elevada fora do local onde aconteceu o comício, e foi morto logo em seguida pelas forças de segurança.
Diante de comparações do atentado a Trump com a facada em Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral de 2018, os professores veem situações divergentes.
Embora a vitória de Bolsonaro naquele ano sugira que Trump trilhe o mesmo caminho, Cortez e Menezes destacam que, na época, o candidato brasileiro era mais desconhecido. Com curto espaço na televisão, Bolsonaro cresceu nas pesquisas após o atentado. De 19% no Datafolha de agosto, passou do 1º turno com 46%. Na disputa, também houve uma troca do principal candidato adversário, devido à prisão de Luiz Inácio Lula da Silva.
Trump, por sua vez, já foi presidente dos Estados Unidos e tem espaço na mídia, portanto, sua imagem está mais estabelecida para seus eleitores e seus opositores. O quadro, portanto, é de uma polarização ainda maior.
“No caso do Trump, o cenário já está polarizado. Com Bolsonaro, em 2018, ainda não estava polarizado tal como nos tempos de agora nos Estados Unidos”, pontua Menezes.
A campanha da candidatura republicana diz que Trump irá à convenção do partido entre os dias 15 e 18 de julho, em Milwaukee, onde será anunciado oficialmente como o nome da legenda para a Casa Branca. Os assessores do ex-presidente dizem que ele está “bem”. As eleições estão marcadas para novembro deste ano.
Em pronunciamento à imprensa, Biden condenou a violência política no País. “A ideia de que existe violência política ou violência como esta na América é simplesmente inédita. Simplesmente não é apropriado. Todos devem condená-la”, disse o presidente.
PF e BPFRON apreendem veículo com mercadorias contrabandeadas
Os policiais realizavam um patrulhamento nas áreas marginais do rio, que faz fronteira com o território paraguaio, quando identificaram uma embarcação se aproximando de um porto clandestino. Ao chegarem no local, os indivíduos que estavam descarregando os volumes fugiram pela mata, enquanto a embarcação retornou para o outro lado do rio.
Um veículo foi encontrado e sete volumes de mercadorias estrangeiras variadas foram localizadas no meio da mata local. Nos volumes foram encontrados cigarros eletrônicos, bateria de celulares, bicos injetores dentre outros produtos.
Todo o material foi encaminhado à Receita Federal para a adoção dos procedimentos de praxe.
PF e PCERJ prendem líder de facção criminosa, em Volta Redonda
Além dos mandados em aberto, havia denúncias de que o foragido era responsável pela construção de um espaço, localizado em área rural, para promover eventos de lazer, receber e esconder traficantes, da mesma facção, que estivessem sendo procurados.
O preso, que possui histórico de enfrentamento às forças de segurança, era considerado o criminoso mais procurado do Sul Fluminense, se firmou no comando do tráfico de drogas de pelo menos três comunidades do município, inclusive ostentando armas de fogo.
Além dos crimes de Organização Paramilitar / Milícia Privada / Grupo ou Esquadrão, o criminoso responde por Tráfico de Drogas, Associação para o Tráfico de Drogas e Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Restrito.
Após as formalidades legais, o preso foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da justiça.
Festa de São Pedro de Jitaúna é monitorada pelo Reconhecimento Facial
Policiais militares e civis realizam as ações preventivas e de inteligência e serão acionados pela tecnologia, caso algum foragido da Justiça tente acessar o local da festa.
O superintendente de Telecomunicações da SSP, major PM Moisés Travessa, explicou que a ferramenta contribuirá para a tranquilidade do evento.
Câmeras da Segurança Pública acompanham a movimentação nos principais acessos ao evento.
Saúde de políticos na esteira de Biden deve virar arsenal eleitoral com impacto para Lula em 2026
Para os estudiosos, o tema tem sido abordado de maneira descontextualizada da realidade brasileira e envolve aspectos como etarismo, estratégia de marketing e discussão sobre a necessidade de renovação dos partidos.
Apesar de a situação do presidente Lula (PT) não ser comparável à de Biden, o mandatário brasileiro pode enfrentar críticas semelhantes vindas da oposição.
Caso concorra e vença em 2026, Lula, que admite a possibilidade de disputar a reeleição, terá 81 anos ao começar um novo mandato. É a mesma idade hoje do mandatário americano, que tem tido sua capacidade de governar questionada após episódios como um fraco desempenho em debate, em junho.
O uso do caso Biden contra Lula já tem sido feito por adversários. Dias depois do debate nos EUA, Jair Bolsonaro fez publicação questionando as “faculdades mentais” do mandatário brasileiro. Já Javier Milei, presidente da Argentina, chamou Lula de “dinossauro”.
Contrapondo-se ao discurso, o petista tem negado possíveis impactos negativos do envelhecimento sobre seu trabalho. Disse não estar cansado, ter “tesão de 20 anos” e criticou a comparação com o presidente dos Estados Unidos.
“Usam a mesma tática [utilizada contra Biden] com o intuito, evidentemente, de desclassificar um adversário político”, afirma Kai Enno Lehmann, professor associado do Instituto de Relações Internacionais da USP (Universidade de São Paulo), sobre o discurso contra Lula.
Pesquisador do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da FGV, Leonardo Paz afirma que o questionamento sobre a sanidade de políticos é estratégia comum na mídia ocidental quando a intenção é criticar lideranças.
Ele cita como exemplo questionamentos sobre a sanidade mental de Kim Jong-un, da Coreia do Norte, ou reportagens sobre possíveis problemas psicológicos de Vladimir Putin, presidente da Rússia.
“Quando se tem um opositor, especialmente um mais sanguíneo, uma estratégia é querer desqualificá-lo o máximo possível”, diz. “Uma maneira fácil de fazer isso sem ter que discutir ideias é dizer que a pessoa é maluca.”
Paz diz que, devido ao contexto internacional envolvendo Biden, que tem tido sua capacidade física e cognitiva posta em xeque, o tema deve ser explorado politicamente contra Lula caso ele seja candidato à reeleição, apesar de a situação do mandatário brasileiro não se aproximar daquela do político americano.
Segundo o pesquisador, o debate sobre a saúde dos políticos é reduzido no Brasil também porque o país não teve em sua história presidentes com doenças incapacitantes. A falta de transparência não é exclusiva do país: mesmo democracias mais avançadas têm restrições em relação ao tema, afirma.
Um dos motivos para isso, diz, é o fato de o assunto ser tratado como questão de segurança nacional.
“No mundo inteiro, a discussão sobre a doença de líderes é muito complexa porque raramente temos toda a informação sobre um caso, especialmente na época em que a doença acontece”, afirma.
Ele dá como exemplo o fato de Bolsonaro ter colocado sob sigilo de cem anos seu cartão de vacinação. “Apesar de não ser um exemplo de doença, o fato de ele ter feito isso com muita facilidade mostra a dificuldade de se ter acesso à transparência desses dados”, diz.
De acordo com Filipe Savelli Pereira, pesquisador vinculado ao Laboratório de História das Interações Políticas e Institucionais da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), a discussão sobre a saúde de políticos no Brasil se dá mais como estratégia de marketing dos partidos.
Ele também afirma que, ao contrário do que parece estar acontecendo com Biden, o Brasil não teve mandatários cujo estado de saúde parecesse incapacitante.
Lehmann, da USP, também vê uso estratégico do tema, mas avalia que o debate sobre o envelhecimento dos políticos pode suscitar discussão importante sobre a necessidade de renovação dos partidos.
“Uma das tarefas desses partidos [tradicionais] é criar um sistema de renovação”, diz. “É necessário formar uma geração mais jovem de políticos e deixá-los assumir posições de responsabilidade.”
Segundo Marco Túlio Cintra, presidente da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), é preciso ter cuidado com o etarismo quando o tema é envelhecimento.
O geriatra afirma que a idade não é um bom critério para definir se uma pessoa deve ou não assumir um cargo. De acordo com Cintra, é normal perder parte das reservas fisiológicas com o envelhecimento, mas isso não é incapacitante.
O que é preciso notar, diz ele, é se a pessoa sofre com um processo de envelhecimento frágil que diminui suas capacidades para além de um limiar que garanta independência.
“A idade não é bom critério para determinar nada. Eu tenho pacientes com 60 anos acamados com demência avançada e tenho pacientes centenários independentes”, afirma.
Isabela Akie Shin-Ike, geriatra pela USP e médica da Clínica Sartor, afirma que é normal, a partir dos 75 anos, alguma perda de memória e lentidão no raciocínio.
O quadro, entretanto, é sutil e não compromete a atuação do indivíduo. Por isso, tratar do envelhecimento natural de alguém precisa ser diferente de pressupor que a pessoa vai apresentar problemas que a incapacitem para exercer uma profissão, diz a geriatra.
Um político mais velho em um debate, por exemplo, pode se desconcentrar mais facilmente do que um mais novo, mas, em condições normais, o efeito é sutil e não compromete o desempenho, até porque “eles são diariamente treinados para isso”, afirma Isabela.
“Ter demência ou uma perda importante da memória que tenha impacto no dia a dia, na vida do paciente, não é normal. Quando isso acontece, precisa ser investigado”, diz.
Veja o que se sabe sobre atentado contra o ex-presidente Donald Trump
Após o ataque, era possível ver sangue escorrendo no rosto de Trump. Seus assessores afirmaram que ele passa bem.
Saiba o que já se sabe sobre o ataque sofrido por Trump.
QUANDO E EM QUE CONTEXTO ELE OCORREU?
Em campanha para retornar à Casa Branca, Trump fazia comício neste
sábado em Butler, cidade a cerca de uma hora de Pittsburgh, segunda
cidade mais populosa da Pensilvânia. O estado é um dos que são
considerados decisivos para o pleito americano por seu eleitorado não
ser fiel a nenhum partido.
O discurso do ex-presidente foi interrompido pelo som de tiros.
Vídeos mostram Trump colocar as mãos no rosto e se abaixar em busca de proteção, assim como os seus apoiadores.
Após ser protegido por sua equipe, o ex-presidente fechou e levantou o punho direito, aos gritos de “USA” (sigla para Estados Unidos da América, em inglês).
TRUMP FOI ATINGIDO?
Segundo o próprio Trump, ele foi atingido por uma bala que perfurou a parte superior da sua orelha direita.
Seus assessores afirmaram que ele passa bem.
O esquema de segurança em torno de Donald Trump tornou-se alvo de questionamentos após o ex-presidente ser ferido. O principal alvo é o Serviço Secreto, responsável pela avaliação prévia de segurança, organização do esquema e supervisão da área.
Houve outras vítimas além dele?
O Serviço Secreto dos EUA informou em nota que um participante do comício foi morto e outros dois estão feridos em estado grave.
Além deles, o suposto atirador também foi morto, por agentes de segurança.
QUEM ERA O SUPOSTO ATIRADOR E O QUE MOTIVOU O ATAQUE?
O FBI, a polícia federal americana, revelou, no início deste domingo (14), a identidade do atirador de Butler.
Trata-se de Thomas Matthew Crooks, um jovem de 20 anos,
Eles também declararam que a motivação por trás do ataque não foi determinada.
O incidente está sendo investigado como uma tentativa de homicídio.
Segundo o New York Times, um fuzil tipo do AR semiautomático foi encontrado na cena do crime.
QUAIS OS IMPACTOS DO ATENTADO PARA AS ELEIÇÕES À PRESIDÊNCIA DOS EUA?
O acontecimento embaralha ainda mais a corrida eleitoral pela Casa
Branca. Trump lidera a corrida por uma margem apertada, segundo
pesquisas de intenção de voto. Apostas em uma vitória do ex-presidente
na eleição cresceram no site Polymarket em US$ 0,10 (R$ 0,54), para 70%.
A convenção republicana, em que ele será oficializado como o candidato do partido, está programada para começar nesta segunda (15). Segundo sua campanha, ele vai participar do evento.
COMO LÍDERES MUNDIAIS E OUTRAS FIGURAS INFLUENTES REAGIRAM AO EPISÓDIO?
O principal adversário de Donald Trump na corrida eleitoral, o
presidente Joe Biden, condenou o atentado. Em pronunciamento, o
democrata chamou de doentia a violência por trás dos disparos.
Segundo a Casa Branca, o líder chegou a falar com Trump na noite de sábado, mas o conteúdo da conversa não foi detalhado.
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o episódio era inaceitável e “deveria ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política”.
Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros políticos do campo da direita no país publicaram mensagens em apoio e solidariedade ao candidato. Parte deles também está usando o atentado para criticar a esquerda e retomar o episódio da facada em Bolsonaro na campanha brasileira.
Ainda entre os líderes internacionais, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, disse “condenar fortemente o ataque” e afirmou que “violência não tem espaço na política e em democracias”.
Já na seara empresarial, uma das primeiras declarações de apoio a Trump foi a do bilionário Elon Musk, presidente da SpaceX e da Tesla, que rapidamente usou a rede social de que é dono, X, para afirmar que “endossa totalmente o presidente [sic] Trump”. “Espero sua rápida recuperação”, escreveu.
Outro bilionário americano, Bill Ackman —que ganhou projeção ao fazer críticas contra a primeira mulher negra a ocupar o posto de reitora da Universidade Harvard—, também apoiou a candidatura do republicano após o episódio deste sábado. “Acabei de endossá-lo”, escreveu ele no X.
O fundador da Amazon, Jeff Bezos, elogiou a coragem de Trump durante o ocorrido. “Estou muito grato por sua segurança e triste pelas vítimas e suas famílias”, publicou.
Tim Cook, CEO da Apple, disse estar rezando por Trump e pelas vítimas do atentado. “Condeno fortemente essa violência”, disse ele.
STF autoriza depoimentos de Rivaldo e Brazão na Câmara dos Deputados
As audiências de oitivas vão acontecer por videoconferência e estão marcadas para os dias 15 e 16 de julho, segunda e terça-feira. Elas vão ser coordenadas pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.
Rivaldo e Domingos irão depor publicamente pela primeira vez. Eles estão presos desde março deste ano pelo envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Em junho, viraram réus no Supremo pelos crimes de homicídio e organização criminosa. Além dos dois, o irmão de Domingos, Chiquinho Brazão, deputado federal pelo Rio (sem partido), também responde pelos crimes. Os três negam as acusações.
A Comissão de Ética da Câmara vai investigar se houve quebra de decoro parlamentar no caso do deputado federal Chiquinho Brazão, já que ele é acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. Depois do procedimento, que pode durar até 60 dias, há a possibilidade de que um pedido de cassação do mandato seja levado ao plenário. Nesse caso, seria necessário que a maioria absoluta dos parlamentares decidisse pela cassação.
Trump cai do palco durante comício na Pensilvânia com sangue no rosto; tiros são ouvidos
De acordo com o Times, Trump foi rapidamente escoltado para sua comitiva em Butler, uma cidade rural cerca de uma hora ao norte de Pittsburgh. O Serviço Secreto retirou Trump do palco com urgência após a sequência de disparos. O público está sendo evacuado do local neste momento.
Dunga, ex-técnico da seleção brasileira, e esposa sofrem acidente de carro no Paraná
Chovia quando Dunga perdeu o controle da direção do carro no quilômetro 39 da rodovia. O veículo saiu da pista, colidiu contra um barranco no canteiro central e capotou, segundo a PRF.
Ele foi submetido ao teste do bafômetro, que teve resultado negativo para consumo de álcool.
Ele e a esposa viajavam de São Paulo no sentido de Curitiba, ainda de acordo com a PRF. Foram socorridos em condição estável de saúde e levados ao Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul.
“O local de acidente, com muitas curvas, está sob chuvas constantes e com registros frequentes de acidentes, sendo necessário um comportamento defensivo dos motoristas, principalmente reduzindo a velocidade e aumentando a atenção à direção”, diz nota da PRF.
Ônibus escolar com 26 crianças cai em rio em Santa Catarina
O acidente ocorreu no fim da tarde de sexta-feira (12). O Corpo de Bombeiros diz que as crianças e o motorista foram resgatados. Dois menores foram levados ao hospital Regional de Rio do Sul, um menino com suspeita de traumatismo craniano e uma menina com corte na cabeça.
A assessoria de imprensa dos bombeiros diz que os dois feridos estão bem e com quadro estável. Outras crianças foram atendidas ainda no local com sintomas de hipotermia. A operação de resgate contou com dois caminhões, duas ambulâncias e um veículo 4×4.
O prefeito de Aurora, Alexsandro Kohl (MDB), disse ao jornal Cidade Alerta, da TV Record, que o acidente aconteceu em um trecho mais raso do rio, o que facilitou o resgate.
“Uns 100 metros para a frente o rio dá uns 10 a 12 metros de fundura. O acidente foi um pouquinho para cima, então ele [o ônibus] ficou com uma parte para fora”, afirmou. “Felizmente conseguimos resgatar todas as crianças.”
O acidente foi captado por uma câmera de segurança, que mostra o veículo tombando na lateral da pista até parar dentro do rio.
A Polícia Civil de Santa Catarina informou que vai abrir procedimento para investigar o caso.
Biden tenta salvar campanha, enquanto Trump se prepara para convenção republicana mundo
Ontem (12), Biden reforçou em um comício sua promessa de continuar na disputa. Desde o péssimo desempenho no debate contra Trump, o número de democratas pedindo por sua saída tem aumentado e a lista inclui aliados políticos, doadores e celebridades.
Espera-se que Biden tenha uma nova reunião virtual hoje com os membros das duas maiores bancadas democratas no Capitólio, conforme tenta recuperar o ímpeto de sua campanha de reeleição. Ainda neste sábado, a vice Kamala Harris discursará para a comunidade de eleitores asiáticos americanos, em busca de mobilizá-los a favor de Biden e do partido democrata, durante evento presencial na Pensilvânia.
Já o ex-presidente Donald Trump participará de um comício no Butler Farm Show, próximo da cidade de Pittsburgh. Essa será uma das últimas chances para que o republicano anuncie publicamente o nome do seu vice-presidente antes da convenção republicana, que começa na segunda-feira (15), em Milwaukee.
Nas últimas semanas, o republicano deixou claro que pretende fazer uma revelação surpresa e “dramática” sobre o escolhido para concorrer ao seu lado na eleição presidencial americana, de preferência durante a convenção do partido ou logo antes.
Entre os nomes especulados estão o governador de Dakota do Norte, Doug Burgum, o senador de Ohio, JD Vance, e o senador da Florida, Marco Rubio. Nenhum deles, entretanto, deve comparecer ao comício deste sábado, revelaram duas fontes com conhecimento do assunto à Associated Press e que, assim como outras, pediram anonimato para falar sobre os planos. (Com informações da Associated Press)
Estados acumulam R$ 2,8 bi para segurança pública que não conseguem gastar
Foto: Alberto Maraux / SSP-BA |
O principal entrave para o uso dos recursos é a falta de equipes técnicas preparadas para lidar com a burocracia federal, de acordo com os envolvidos.
Alguns estados, como Santa Catarina e Tocantins, aplicaram apenas um terço do total de verbas recebidas desde 2019.
Com isso, R$ 370 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública poderiam voltar aos cofres federais no final do ano por não terem sido utilizados dentro do período estabelecido. Para evitar isso, o Ministério da Justiça vai prorrogar por mais dois anos o prazo dos recursos repassados em 2019 e 2020.
A pasta, sob o comando de Ricardo Lewandowski, elencou a segurança pública como prioridade.
Diante disso, a execução do Fundo Nacional de Segurança Pública entrou no foco do ministro. Assim que ele assumiu o cargo, foi realizado um raio-x orçamentário, que encontrou as verbas paradas. Com isso, foi feita uma força tarefa para tentar ajudar os estados a utilizar o dinheiro disponível.
O governo federal tem sido cobrado para atuar mais no combate à criminalidade, um tema hoje muito explorado pelo bolsonarismo e pela oposição a Lula (PT). O assunto é um dos que mais preocupa os brasileiros hoje.
A pasta também ampliou o leque de ações de segurança pública que são elegíveis para receberem esses recursos, o que pode facilitar o emprego do dinheiro repassado, no entendimento de técnicos do ministério.
O fundo foi instituído por lei em 2001, mas foi só em 2019 que começaram os repasses, com montantes anuais fixados para cada estado.
"No começo, eles [os estados] não pegaram muito bem essa lógica. E isso não é por culpa de ninguém, é simplesmente porque a dinâmica era nova, não havia equipes preparadas para lidar com essa transferência de recursos fundo a fundo em segurança", disse Pintarelli.
Depois veio a pandemia e somente no ano passado é que houve o que Camila chamou de "estabilidade no aprendizado". Ou seja: os estados aprenderam o caminho da burocracia para efetivamente usar os recursos do fundo.
Na busca de tentar aproximar o ministério das secretarias estaduais, foi criada uma rede do fundo, que se reúne uma vez por mês no ministério com as equipes dos estados para buscar desatar eventuais nós. Desde 5 de abril, quando essa tática foi implementada, as unidades federativas já empenharam R$ 800 milhões.
"No fim do dia, política pública de segurança pública é orçamento. Tendo orçamento, tendo dinheiro, a política sai. E não adianta nada a gente repassar esse valor vultoso de recurso se a equipe que está lá na ponta não tem formação técnica para fazer o arranjo orçamentário disso", disse.
O objetivo do fundo nacional é apoiar projetos apresentados pelos estados. A lista inclui, por exemplo, a criação de uma delegacia da mulher, a compra de viaturas ou a implementação de câmeras corporais para policiais.
Estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná --todos comandados por governadores de oposição a Lula-- têm hoje os melhores índices de execução dos recursos do fundo.
Já Santa Catarina, também governado pela oposição, é o que apresenta o menor porcentual de recursos executados, com apenas 34% dos R$ 100 milhões recebidos. Os dados do Ministério da Justiça vão até 2022.
A Secretaria de Segurança Pública catarinense afirma que "dificuldades como a mudança na lei e licitações, onde todos os processos haviam ficado suspensos até readequação, já foram superadas e neste ano de 2024 os recursos referidos estão em vias de contratação e execução em sua totalidade"
O governo de Tocantins afirma que "com relação às dificuldades, a SSP-TO esclarece que são de cunho processual, atinentes aos procedimentos licitatórios, como por exemplo: licitações desertas, fracassadas e atendimento de diligências".
Goiás, governado por Ronaldo Caiado (União), é o sexto colocado no ranking dos estados que mais conseguem gastar os recursos repassados pela União. Desde 2019, ele já recebeu R$ 121 milhões e conseguiu executar cerca de 70%.
A segurança pública deve ser um dos principais temas da eleição municipal desse ano, o que deve se repetir na disputa presidencial em 2026 --o combate à criminalidade é uma das principais bandeiras de governadores de oposição postulantes ao Palácio do Planalto.
Caiado tem sido uma das principais vozes nesse setor para criticar a gestão Lula. Recentemente, ele disse que "existe acovardamento do governo federal em enfrentar as facções".
No mesmo evento, Seminário Brasil Hoje 2024, em maio, ele também criticou a ideia de uma política nacional de segurança pública -medida que faz parte de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) defendida por Lewandowski.
Caiado ainda se queixou de não ter "repasse nenhum do governo federal, dinheiro mínimo, irrisório", apesar do valor recebido pelo estado do fundo nacional.
Em agosto do ano passado, o então ministro da Justiça Flávio Dino determinou alguns critérios para os estados receberem repasse. As exigências incluíam planos de ação para diversas áreas: redução de mortes violentas intencionais; enfrentamento da violência contra a mulher; e melhoria da qualidade de vida dos profissionais da segurança pública.
A avaliação na pasta, sob a gestão de Lewandowski, é de que o critério era muito restritivo e engessava os municípios na hora de apresentarem projetos para demandar recursos.
Então, neste ano, ele incluiu na lista duas novas áreas: enfrentamento ao crime organizado e proteção patrimonial -que incluiu projetos para atacar, por exemplo, o roubo de celulares.
O diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, defende que o ministério torne a capacitação de pessoas como um dos requisitos do repasse de recursos.
"Estruturação e capacitação do pessoal deveria ser um eixo do próprio fundo. Diz para o estado: você vai usar R$ 100 mil, R$ 150 mil para estruturar na sua secretaria um escritório de projetos qualificado para gerir dinheiro", disse.
"O dinheiro é importante, mas ainda é muito aquém do que ele [governo federal] realmente poderia. Se governo quer ser indutor de política pública, não é com R$ 2 bilhões por ano, só vai apagar incêndio", disse, mas sem arriscar uma cifra ideal.
Fundo Nacional de Segurança Pública.
O que é: fundo no âmbito do Ministério da Justiça, que tem o objetivo de apoiar projetos na área de segurança pública e prevenção à violência, enquadrados nas diretrizes do plano de segurança pública do governo federal
Total repassado de 2019 a 2023 : R$ 4,3 bilhões
Valor ainda na conta dos estados em 2024: R$ 2,8 bilhões
Maiores repasses para estados (até 2022):
- São Paulo - R$ 168 milhões
- Rio de Janeiro - R$ 151 milhões
- Mato Grosso do Sul - R$ 145 milhões
=Menores repasses para estados (exceto 2023):
- Santa Catarina - R$ 100 milhões
- Paraíba - R$ 98 milhões
- Tocantins - R$ 94 milhões
Estados que mais executaram os recursos (até 2022)
- São Paulo - 85%
- Rio Grande do Sul - R$ 85%
- Paraná - 71%
Estados que menos executarem os recursos (até 2022)
- Pará - 45%
- Tocantins - 36%
- Santa Catarina - 34%
Fonte: Ministério da Justiça
Apostador deixa de comprar cama, comer pizza e ir ao cinema para gastar com bets brasil
O depoimento do universitário Osmar Neto, 20, ilustra um novo comportamento de consumo que ganha força no Brasil. Atraídos pelo dinheiro aparentemente fácil obtido por meio das apostas esportivas online, consumidores vêm reduzindo o ritmo de compras em outros segmentos, em especial de itens de vestuário, supermercados e viagens, de acordo com uma pesquisa da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo).
O objetivo é encontrar no espaço no orçamento para gastar com as chamadas bets, um negócio que já movimenta R$ 110 bilhões ao ano no Brasil, com as casas de apostas faturando cerca de R$ 14 bilhões no ano, segundo dados da ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias).
Um relatório do banco Santander publicado em junho revela que a participação do varejo nos gastos das famílias caiu de um pico de 63% em 2021 para 57% em 2023. Ao mesmo tempo, as bets passaram de 0,8% da renda familiar em 2018 para algo entre 1,9% e 2,7% em 2023.
“Nós já vínhamos percebendo uma recuperação da renda do brasileiro no último ano, mas a retomada do consumo não acontecia no mesmo patamar”, diz Ruben Couto, analista de varejo da área de pesquisa de ações do Santander.
“Em um primeiro momento, pensamos que o nível de endividamento do consumidor estaria freando os gastos. Mas o comprometimento da renda com dívidas também vem caindo. Daí começamos a prestar atenção a novos comportamentos de consumo, como as bets.”
QUEM É O APOSTADOR BRASILEIRO DE BETS
A primeira empresa a comentar publicamente o deslocamento dos gastos para as apostas esportivas online foi o atacadista Assaí, em julho do ano passado. “Temos feito várias pesquisas que indicam que gastos novos entraram no bolso (…) O mercado de apostas esportivas aparece muito como algo que tira a renda do consumidor e, com isso, ele não tem conseguido retomar seus volumes de compra”, disse o presidente do Assaí, Belmiro Gomes, durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2023.
Procurado pela Folha, o Assaí não atendeu até a publicação da reportagem, assim como o Grupo Pão de Açúcar e o Grupo Mateus. O Carrefour e a Renner não quiseram comentar. Já a C&A respondeu, por meio da sua assessoria de imprensa, que não identificou este movimento até agora.
A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) também foi procurada, mas não retornou. Em abril, o presidente da associação, João Galassi, propôs ao Ministério da Fazenda a taxação das bets com o Imposto Seletivo –o chamado “imposto do pecado”, que recai sobre itens prejudiciais à saúde e ao ambiente– na regulamentação da reforma tributária.
No início de julho, o grupo de trabalho que tratou do assunto na Câmara dos Deputados incluiu a cobrança do imposto sobre os jogos de azar e as bets no relatório da reforma, que foi aprovada no dia 10 e agora vai ao Senado. A regulamentação das empresas de apostas esportivas e jogos online, discutida desde o ano passado, começa a valer em 1º de janeiro de 2025. Até lá, as bets deverão pagar R$ 30 milhões à União para obter autorização de exploração comercial.
“Eu acredito que essa febre das bets esteja afetando nossas vendas, mas não temos como saber com precisão”, disse à Folha Fábio Iwamoto, diretor da Chama Supermercados, rede de 15 lojas na Grande São Paulo. “Só posso dizer que as vendas, no geral, não estão muito boas este ano e, dada a situação macroeconômica, já era para terem reagido. Mas é uma questão lógica: se a pessoa gasta muito com uma coisa vai deixar de gastar com outra.”
Um levantamento da AGP Pesquisas a pedido da SBVC, realizado entre abril e maio deste ano, com 1.337 consumidores em todo o país, identificou que 38% da população faz apostas esportivas online. É um público predominantemente masculino (58%), da classe C (54%), jovem (44% têm entre 18 e 34 anos) e morador da região Sudeste (50%).
A maioria (51%) joga pelo menos uma vez por semana e 49% estão jogando mais hoje do que no ano passado. Quase dois terços dos entrevistados (64%) usam a renda principal para apostas. Destes, 63% disseram que já se sentiram prejudicados por serem usuários de bets.
Entre os jogadores, 23% deixaram de comprar roupas, 19% não adquiriram itens de supermercado, 19% não consumiram viagens, 15% deixaram de fazer refeições fora do lar, 14% não compraram itens de higiene e beleza, 11% não adquiriram medicamentos ou outros cuidados com a saúde e 11% não pagaram contas básicas como água, luz e gás –tudo em favor das apostas online.
‘JOGO VICIA, É PIOR DO QUE DROGA’
“O tema bets é muito sério, não se trata de um fenômeno apenas
brasileiro”, diz Alberto Serrentino, sócio da consultoria Varese Retail.
“É um negócio que vem escalando e é muito relevante. Drena a renda
discricionária e acaba afetando até o consumo essencial, disputando
recursos que iriam para diversos segmentos do varejo”, diz ele, que
também é conselheiro e vice-presidente da SBVC.
Serrentino destaca que as bets operam em um modelo de plataforma, como os marketplaces. “Elas conectam várias modalidades de jogos e criam a gamificação no universo de apostas, que sempre foi um negócio analógico”, diz. Com isso, geram inúmeras formas de engajar o jogador, que fica “preso” ao sistema.
“Jogo é viciante, é pior do que droga”, diz o metalúrgico Lucas Soares, 31. Casado e pai de dois filhos, ele decidiu parar de jogar quando percebeu que estava elevando demais o valor das apostas, chegando a R$ 200. “Era um dinheiro que iria atender as necessidades dos meus filhos, eu não podia fazer isso”, conta ele, que acordava de madrugada para acompanhar os jogos e escondeu o vício da esposa. “Acabei me prejudicando no antigo emprego, estava sempre com o celular na mão.”
Na opinião do metalúrgico, para quem é pobre, as apostas online representam uma ilusão de renda extra, em um momento em que todos estão endividados e que “está tudo caro”.
“Você joga a primeira, ganha, joga a segunda, ganha, a terceira, a quarta, e depois você perde. Aí você quer recuperar o dinheiro que você perdeu e coloca mais dinheiro. Isso vai virando uma bola de neve. Aconteceu comigo”, diz.
O cinegrafista Guilherme Arsani, 39, afirma que nunca gostou de esportes, incluindo futebol. “Mas hoje eu sei o nome de todos os jogadores, dia e horário das partidas”, diz ele, que começou a jogar influenciado por um colega de trabalho. Hoje joga todos os dias. “Quando você ganha, isso te dá uma sensação de confiança, de que é possível ganhar mais. Aí você aumenta as apostas. Acabei perdendo R$ 2.500 de uma só vez”, afirma.
Arsani tem consciência de que está se tornando viciado em jogos. “Aumenta a ansiedade, te dá taquicardia”, diz ele, que deixa de acompanhar os filhos e a mulher ao cinema porque não consegue ficar tanto tempo sem consultar o celular. “Já abri o celular no meio do filme para acompanhar as apostas.”
Tentou parar este ano, mas não conseguiu. “Mas eu voltei mais comedido, faço só uma aposta por dia e procuro apostar apenas o dinheiro que eu ganho no próprio jogo.”
APOSTADOR COMEÇOU AOS 16, COM PERFIL FALSO
O estagiário Osmar Neto começou com as apostas online aos 16 anos. “Como
era menor de idade, criei uma conta com o nome do meu avô, sempre tive
uma paixão muito grande por esportes, achei que isso iria me ajudar a
ganhar, mas entendi que não é bem assim”, afirma.
Com apostas diárias, que chegam a consumir R$ 500 no mês, ele diz que investe, na maioria das vezes, o dinheiro que ganha no próprio jogo. “Já deixei de fazer compras por causa das apostas. Você começa a pesar o que tem mais valor que itens de casa, por exemplo. Minha cama quebrou e eu precisava de uma nova. Mas fica aquela ideia: ‘Será que eu consigo fazer mais? Será que, em vez do dinheiro de uma cama, eu não ganho o dinheiro para comprar duas?’.”
Neto afirma ser possível lucrar no universo das bets, “mas é uma coisa feita para perder. Senão as casas de apostas não existiriam”. “Às vezes você acaba dedicando muito tempo estudando aquilo, tempo que poderia usar para alguma outra coisa, até para aproveitar mais com os amigos e a família.”
Na opinião de Karine Karam, professora de comportamento do consumidor e pesquisa de mercado da ESPM, as apostas online trazem excitação em um mundo em que é muito difícil vencer. “A internet mudou a nossa percepção de tempo. Ganhar dinheiro com trabalho é algo demorado e que demanda esforço. Mas ninguém quer esperar muito por nada, principalmente os mais jovens”, diz ela, diretora da Markka Pesquisa, no Rio.
Com a gamificação, diz, o jogador tem a ilusão de ser bom em alguma coisa. Quando perde, precisa jogar de novo para ganhar, afirma. “Vencer é um mimo para o cérebro. Funciona como dopamina”, diz ela, que defende uma regulamentação rígida, capaz de proteger os usuários de danos materiais e psíquicos.
Criada em 2023, a ANJL tem 17 associados, entre eles, BetNacional, PagBet, Aposta Ganha e Liderança Capitalização. “Somos completamente favoráveis à regulamentação”, diz o diretor de comunicação da ANJL, Leonardo Benites. Segundo ele, os viciados em jogos representam uma minoria do público que aposta. “A ludopatia afeta entre 0,5% e 1,5% dos jogadores”, afirma.
Já a Sportingbet, uma das maiores casas de apostas, controlada pelo grupo britânico Entain, reconhece que o risco de vício existe. “Seria hipócrita se eu dissesse o contrário”, diz Antonio Forjaz, principal executivo da Entain para a América Latina. “Mas se a nossa plataforma percebe uma variação grande do perfil de consumo, como um aumento expressivo do valor apostado, por exemplo, podemos bloquear o usuário e tentar entender o que está acontecendo.”
Acusado de liderar organização criminosa com atuação nacional é preso na Bahia
Foto: Achei Sudoeste |
As informações são do Achei Sudoeste, parceiro do Bahia Notícias.
De acordo com a 22ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin), o homem, identificado como Alex Alves Tinoco Morais, 33 anos, natural de Ceres (GO), apresentou documentação falsa no momento da prisão, o que gerou um registro de boletim de ocorrência e auto de prisão em flagrante.
Segundo a Polícia Civil, haviam quatro mandados de prisão em aberto contra Alex. O investigado já foi preso em outras oportunidades nos estados do Rio Grande do Norte, Goiás, Paraíba. Ainda de acordo com a polícia, além de Morais, a esposa e a mãe dele já tinham sido presas em outras ocasiões.
Polícia Civil cumpre mandados contra suspeitos de tráfico em Baixa Grande
Durante as ações, um homem atirou contra os policiais e, no revide, acabou baleado.
Um grupo criminoso responsável pelo tráfico em Baixa Grande e Mairi foi o alvo da ação, que contou também com o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão. Durante o cumprimento de uma determinação judicial de prisão preventiva, um homem atirou contra os policiais e, no revide, acabou baleado.
Apesar dos esforços em socorrê-lo, o suspeito não resistiu aos ferimentos. Com ele, foram encontradas porções de maconha e cocaína e um revólver calibre 38, além de munição.
Participaram da operação policiais das Coordenadorias Regional de Polícia do Interior de Itaberaba, Seabra e Jacobina, das DTs de Baixa Grande, Itaberaba, Ipirá e Ruy Barbosa, além de policiais militares da Cipe Chapada, Rondesp Chapada e do 3⁰ Pelotão de Baixa Grande.
Texto: Ascom PC
Geral Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 15 milhões
O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa. O prêmio está acumulado em R$ 15 milhões.
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.
O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.
Bolsonaristas tiram foco de ações da PF com ‘picanha do Lula’ e querem superbancada anti-STF em 2026
Nesta semana, o bolsonarismo foi atingido duramente por dois movimentos da PF, o levantamento do sigilo no caso das joias sauditas — revelado pelo Estadão em março de 2023 e pelo qual o ex-presidente foi indiciado — e a nova operação no caso da “Abin Paralela”, que aponta que Bolsonaro articulou com o então chefe da agência de inteligência um plano para blindar o filho Flávio de investigações, segundo os investigadores.
O assunto foi evitado pela maioria dos deputados e senadores do PL, até para defender o governo Bolsonaro das acusações. Os bolsonaristas no Congresso têm apostado em duas principais frentes de comunicação. De um lado, desgastar o governo federal ao defender que a inclusão das carnes na cesta básica da reforma tributária só ocorreu por meio de uma articulação da oposição. De outro, atacar o Judiciário em razão da manutenção das prisões feitas no âmbito dos ataques do 8 de Janeiro.
Na bancada de 99 deputados do PL na Câmara, além de Eduardo Bolsonaro (SP), apenas Carla Zambelli (SP), Júlia Zanatta (SC), José Medeiros (MT), Hélio Lopes (RJ) e Daniel Freitas (SC) foram às redes para criticar a investigação da PF. No Senado, Bolsonaro teve apoio do filho Flávio, além de Marcos do Val (Podemos-ES), Jorge Seif (PL-SC) e Eduardo Girão (Novo-RN).
Um deputado federal da tropa de choque do ex-presidente disse ao Estadão, sob reserva, que muitos dos correligionários têm se ressentido com a falta de reciprocidade na defesa de Bolsonaro, e que por isso têm preferido ficar quietos sobre o cerco ao líder. Eles veem o ex-presidente como alguém que não se arrisca para defender os aliados, e se incomodam com o fato de terem sido abandonados quando precisaram de apoio em meio a investigações da polícia. Por isso, segundo esse aliado, a bancada tem preferido atacar Lula e Moraes e desviar do noticiário negativo contra Bolsonaro.
“Vai ter carne na cesta básica graças à atuação do PL”, escreveu a deputada Bia Kicis (PL-DF) sobre a aprovação da reforma tributária. O deputado Mario Frias (PL-RJ) foi na mesma linha e disse que “no final das contas, quem bancou a picanha foi o Partido Liberal”. Nikolas Ferreira (PL-MG) preferiu atacar Moraes: “Covarde. O que tem de cabelo tem de honra”. Já Gustavo Gayer (PL-GO) celebrou a suspensão de uma licitação de R$ 197 milhões da Secretaria de Comunicação do governo Lula feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Outros parlamentares dizem que, diferente da época do governo Bolsonaro, quando militantes perguntavam sobre como rebater as notícias contra o então presidente, a repercussão desse conteúdo hoje é menor, já que as ações da PF, sob a gestão Lula, são vistas como políticas.
“São tantas ações da PF que o povo acaba se confundindo. O povo não sabe o que é indiciamento. Não sabem por qual motivo o Bolsonaro ficou inelegível. Eles (investigadores) não focaram em bater numa coisa: é cartão de vacina, golpe de Estado, joias, agora Abin Paralela”, diz outro deputado que não quis se identificar.
Em chats bolsonaristas no WhatsApp e no Telegram, os usuários têm abordado o tema como mais uma perseguição ao ex-presidente e prova de supostos abusos de Moraes.
As diversas investigações contra Bolsonaro podem ter um efeito de longo prazo no bolsonarismo, ao alimentar um sentimento de vingança. Nos bastidores, senadores do grupo defendem foco total do PL em eleger uma superbancada no Senado em 2026 para contra-atacar o Supremo Tribunal Federal (STF).
A estratégia é lançar em cada Estado pelo menos dois nomes competitivos do bolsonarismo, atrelados um ao outro, na eleição para a Casa em 2026. Como haverá renovação de até dois terços e o eleitor poderá votar em dois nomes para senador, a ideia é pregar voto duplo no bolsonarismo e eleger uma grande quantidade de candidatos.
Em São Paulo, por exemplo, Eduardo Bolsonaro e Ricardo Salles, que pretende concorrer pelo Partido Novo, são cogitados como os principais nomes ao Senado. Se eleitos, farão uma bancada paulista 100% bolsonarista, ao lado do ex-ministro da Ciência e Tecnologia de Bolsonaro, Marcos Pontes. O secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, é outro nome cotado.
O Senado é estratégico para o bolsonarismo, já que a Casa pode pautar o impeachment de ministros do STF. Alexandre de Moraes, responsável pelas principais investigações contra o grupo de Bolsonaro na Corte, é tido como o principal alvo desse projeto.
Enquanto isso, algumas lideranças já colocaram em prática um calendário de manifestações de rua para esquentar a pauta anti-STF. No próximo domingo, a Avenida Paulista deve ser palco de um desses atos, com presença confirmada de parlamentares. As pautas, de acordo com o perfil Space Liberdade, que tem se engajado na convocação do evento, são o impeachment de Lula e Alexandre de Moraes, anistia aos presos do 8 de Janeiro e contra a descriminalização do aborto.
“A ideia é fazer uma manifestação por mês, e naturalmente novas lideranças vão surgindo para a eleição de 2026, diz a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que tem ajudado a chamar o público para as ruas.
Governo Lula perde debate digital de saidinha, dólar e arroz e ganha com BC e PL Antiaborto
Outro tema em que o governo saiu à frente foi no embate entre o presidente da República e o chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto.
É o que mostra levantamento da Quaest, que coletou menções relacionadas a alguns dos principais assuntos que reverberaram no debate político digital nos últimos meses.
O recorte temporal varia para cada tema, tendo sido considerados os episódios mais recentes e com maior nível de menção sobre cada tópico. Foram coletados dados de algumas das principais redes sociais —X (ex-Twitter), Instagram, Facebook, YouTube, Reddit e Tumblr—e sites de notícias até 2 de julho.
Das menções totais por tema, desconsiderando as postagens neutras, o restante foi classificado entre posições pró-governo e pró-oposição –conteúdos de veículos de imprensa são considerados neutros, não entrando em nenhuma das duas classificações.
Na pauta econômica, enquanto as menções mais específicas à alta do dólar (após falas de Lula a respeito) são mais negativas ao governo, o embate do presidente contra Campos Neto têm surtido efeito positivo no ambiente digital.
No período mais recente analisado pela Quaest, 78% das publicações ecoam o tom crítico de Lula à atuação do Banco Central, enquanto apenas 22% foram favoráveis à Campos Neto. Considerando as menções desde julho de 2023 referentes ao tópico, que tem se repetido ao longo do tempo, o debate segue mais favorável ao governo, porém em percentual menor: 62%.
Os últimos picos se deram em 19 de junho e 2 de julho, após declarações de Lula, como na entrevista em que o petista criticou a taxa de juro e disse que Campos Neto “tem lado político” e “não demonstra nenhuma capacidade de autonomia”. Lula citou ainda jantar que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez em homenagem ao presidente da autoridade monetária no início de junho.
Já as menções referentes à subida do dólar abrangeram de 26 de junho até 2 de julho, período em que, segundo analistas, declarações de Lula teriam contribuído para o salto da cotação da moeda estrangeira. No debate digital, o governo saiu perdendo: com 68% de menções críticas.
Dois dos episódios que foram negativos para a oposição e favoráveis ao governo tiveram forte apelo e mobilização popular. Tanto na chamada “PEC das Praias” quanto no PL Antiaborto por Estupro —citado nas redes como “PL do aborto” e também como “PL do estupro”— a repercussão forçou o Congresso Nacional a recuar.
Segundo dados da Quaest, em ambos os temas, as menções contrárias aos textos, encampados pela oposição, chegaram à casa dos 90%.
Em suas redes, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tentou, sem sucesso, afastar a pecha de privatização das praias da proposta da qual é relator. A direita buscou também disseminar o argumento de ser favorável a penas mais duras para estupradores, mas não conseguiu reverter a visão negativa que acabou prevalecendo sobre o texto que equipara o aborto após 22 semanas de gestação a homicídio simples, mesmo nos casos em que o procedimento está previsto na Constituição.
Guilherme Russo, diretor de Inteligência da Quaest, destaca que apesar de em geral a oposição ganhar no campo dos costumes, o enquadramento dado ao PL relacionado ao aborto resultou numa vitória do campo progressista.
Já na economia, ele avalia que apesar de temas como a autonomia do Banco Central, parte do discurso de Lula (no sentido de que seu objetivo seria o de melhorar a economia e ajudar os mais pobres) contribui para explicar o apoio nas redes.
Os demais temas analisados, com variações nos percentuais, foram todos mais favoráveis à oposição do que ao governo —vários deles mobilizados por nomes do bolsonarismo nas redes, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com 62% de menções críticas, o veto parcial de Lula na lei que acabou com as saídas temporárias de presos foi um deles, tendo passado das 440 mil citações. A análise vai desde a data em que o presidente vetou trecho da nova lei, quando as críticas da oposição tiveram quase o dobro de volume em relação ao discurso pró-governo, até alguns dias depois de o Congresso derrubar o veto —momento em que o debate virtual foi equilibrado entre os dois lados.
A iniciativa do governo de promover um leilão para compra de arroz importado após as enchentes no Rio Grande do Sul gerou 301 mil menções desde a data em que foi publicada medida provisória autorizando a operação.
Os argumentos pró-governo, como o de evitar inflação e desabastecimento, não venceram as críticas, que corresponderam a 60% das menções, diante dos indícios de irregularidades do leilão, que acabou cancelado, e do atrito com o agronegócio.
Outro assunto que fustigou o governo, mas com menor volume, foram as queimadas no Pantanal, tema que começou a crescer nas redes no início de junho. No período analisado, foram 74% de menções negativas. “Onde estão os ‘defensores da natureza’ na lacrosfera?”, escreveu a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) em um post ao mencionar os incêndios.
Já o debate analisado sobre a PEC das Drogas, com 55% de menções favoráveis à PEC e 45%, críticas, abrange dois episódios recentes que voltaram a impulsionar o tema: o aval da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados para a proposta e o julgamento sobre a descriminalização da maconha pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Enquanto no Senado, aliados do presidente evitaram se posicionar sobre a PEC, na Câmara, o governo deve mudar de postura e atuar para frear o avanço da proposta, como mostrou a Folha.
J&F, dos irmãos Batista, já prejudicou muito o Brasil, afirma deputado
Ele lembra que outra MP, a 1.212, que discute a prorrogação dos incentivos para energias renováveis no Nordeste demorou quase dois anos para sair, após uma longa discussão com o governo, o que contrasta com a celeridade da medida que surgiu logo após a Âmbar, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, fechar o negócio e ser beneficiada.
“Vem a J&F do nada, faz um negócio desses, e logo depois sai uma Medida Provisória. Isso causa uma certa preocupação”, disse Forte em entrevista o jornal Folha de S.Paulo.
Para o congressista, que é membro titular da Comissão Especial sobre Transição Energética e membro suplente da Comissão de Minas e Energia, foi a Medida Provisória que viabilizou o negócio da Âmbar. Ele ainda questionou a capacidade da companhia de administrar as usinas.
“A Eletrobras tem muito mais expertise no setor elétrico do que o grupo J&F. E outra, a J&F já participou de muitos escândalos nacionais que prejudicaram muito o Brasil. As reformas no governo [de Michel] Temer não avançaram por causa da JBS [empresa que também faz parte do grupo dos irmãos Batista]”, afirmou o parlamentar.
A afirmação do parlamentar faz referência a uma gravação de áudio, durante o governo Temer, em que Joesley Batista diz ao presidente na época que solucionou “pendências” com o ex-deputado federal Eduardo Cunha, então no PMDB-RJ (hoje chamado MDB).
Temer ouviu do empresário Joesley que ele havia “zerado as pendências” com Cunha, no que sugere a compra do silêncio do ex-deputado, segundo a Procuradoria-Geral da República, e o ex-presidente respondeu “É, tem que manter isso aí, viu?”.
“Não podemos morrer duas vezes na mesma curva. A gente sabe que a JBS gosta de negócios escusos, feitos sem a devida transparência”, disse Danilo Forte.
O deputado também pediu que o governo se comprometa para que a MP 1.232 não traga prejuízos para a conta de luz, algo que especialistas dizem que deverá acontecer.
“Essa conta vai ser transferida para o consumidor no futuro. Mas nós não temos responsabilidade sobre uma relação privada. Se foi a J&F que negociou com a Eletrobras, quem pariu Mateus que o embale”, prosseguiu.
Forte defendeu que os benefícios e políticas sociais de energia sejam incluídos no Orçamento federal e não na conta do consumidor, como ocorre atualmente. “Agora, ficar inchando o Orçamento da União para resolver uma relação de negócio privada, aí também está errado”, afirmou.
O deputado disse ainda que o Brasil está o tempo todo puxando os mesmo problemas do passado ao invés de superá-los. Para ele, a energia térmica já poderia ter sido substituída por alternativas como o gás natural e painéis solares, que são mais baratos e menos poluentes.
A entrevista aconteceu durante evento em São Paulo que também contou com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Em conversa com jornalistas, ele negou que a MP vá prejudicar os consumidores de energia no Brasil.
Também disse que o negócio entre a Eletrobras e a Âmbar foi totalmente privado e não contou com intromissão do governo. Afirmou ainda que o teor da MP aprovada pelo governo já estava em discussão desde o ano passado, e que em fevereiro deste ano todo o mercado já tinha conhecimento das medidas que seriam adotadas.
ENTENDA O CASO
A companhia de energia Âmbar recentemente comprou um conjunto de termelétricas da Eletrobras no Amazonas em uma transação de R$ 4,7 bilhões.
Quatro dias depois da aquisição, no dia 13 de junho, o governo Lula enviou ao Congresso a MP 1.232, que altera uma série de regras no mercado de energia local, uma delas voltada à Amazonas Energia, concessionária de distribuição do estado que compra cerca de 30% da energia das termelétricas, agora dos Batista.
A Amazonas Energia é uma empresa em dificuldade financeira e tem uma série de pendências com as termelétricas do estado. A vendedora das usinas à Âmbar, a Eletrobras, tem provisões de centenas de milhões em dívidas da empresa.
A MP flexibiliza uma série de condições para garantir a viabilidade econômica da Amazonas Energia. O texto ainda permite a transferência do controle societário como alternativa à extinção da concessão.
Uma iniciativa desse tipo era vista como necessária pelo setor devido à situação da empresa e das condições de mercado no estado, sujeito a entraves como um elevado patamar de furto de energia.
Mas especialistas dizem que a MP abre caminho para que contratos de compra de energia térmica dos ativos adquiridos pela J&F passem a ser totalmente bancados pelo conjunto dos consumidores do Sistema Interligado Nacional.
A medida deve aumentar não apenas a conta de luz dos clientes residenciais do Brasil, como também para comerciais e industriais, afetando ainda mais os consumidores de todo o país, já que as empresas podem repassar o preço para seus produtos.
A MP foi publicada não apenas após a Âmbar fechar o negócio com a Eletrobras, mas também depois de o presidente e diretores da companhia se encontrarem com integrantes do Ministério de Minas e Energia, inclusive com o próprio ministro, fora da agenda oficial.
Foram quatro encontros apenas neste ano e outros no ano passado, muitos deles também fora da agenda.
Questionada, a Âmbar chamou de “descabidas” e de “especulações” as notícias a respeito da Medida Provisória e o negócio realizado pela empresa com a Eletrobras. “Não fazem sentido técnico e econômico, por diversos fatores”, declarou a companhia por meio de nota.
Pacheco volta a defender mandatos no STF: ‘Hoje, um ministro fica 40 anos’
“Outros tantos países têm. Portugal, Itália e diversos outros países adotam mandato de 12 ou 16 anos para ministro do STF. Hoje no Brasil, um ministro pode ficar até 40 anos”, afirmou.
Pacheco disse que “inúmeros ministros do STF do passado” defendem essa proposta. “A nossa ideia, diga-se de passagem, é defendida por inúmeros ministros do STF do passado. Os atuais, não vou falar por eles. Mas ex-ministros defendem a lógica de um mandato, que acho que seria bom à Corte. Obviamente, respeitando aqueles que lá estão. Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, todos que estão não seriam alcançados por uma emenda constitucional desta natureza”, afirmou.
Militares na política
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também afirmou que é favorável ao mérito da proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita candidaturas de militares. “Meu desejo era vê-la votada, mas houve pedido dos dois lados por uma sessão de debates que envolvesse as forças armadas. Como se trata de uma PEC, temos de ter cautela”, disse.
“Sou defensor do mérito da PEC e aqueles que a defendem estão encontrando o melhor momento de vê-la pautada, precisa de 49 votos. É a discussão política própria de se ter os votos e se ver o momento certo para submeter à pauta”, declarou.
O presidente do Senado disse que o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, autor da PEC, é quem está a cargo de articular o momento de votação. O presidente do Senado, porém, defendeu que isso aconteça ainda neste ano. “Defendo que em algum momento neste segundo semestre devemos colocar para votar para ter o resultado, ou aprova ou rejeita”, afirmou.