Zelenski fala pela 1ª vez sobre seu objetivo em incursão militar na Rússia

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, afirmou neste domingo (18) que a ofensiva militar na região de Kursk, no sul da Rússia, tem como objetivo a criação de uma zona-tampão para evitar novos ataques de Moscou a partir da fronteira entre os dois países, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).

Foi a primeira vez que Zelenski falou sobre o intuito da incursão, iniciada no dia 6 de agosto. Antes, o líder ucraniano afirmava que a operação visava apenas a proteção da população da cidade fronteiriça de Sumi dos constantes bombardeios russos.

“Agora, nossa principal tarefa nas operações defensivas em geral é destruir o máximo possível do potencial de guerra russo e realizar o máximo de ações contraofensivas. Isso inclui criar uma zona-tampão no território do agressor —nossa operação na região de Kursk”, disse o presidente em discurso.

Na sexta-feira (16), um dos mais influentes assessores de Zelenski, Mikhailo Podoliak, afirmou que a invasão da região de Kursk teria como objetivo forçar o Kremlin a negociar.

“Nós precisamos infligir derrotas táticas significativas à Rússia. Na região de Kursk, nós vemos como o instrumento militar é usado objetivamente para convencer a Federação Russa a entrar em um processo de negociação justo”, escreveu Podoliak no aplicativo de mensagens Telegram e no X.

Na noite de sexta, um ataque ucraniano destruiu uma ponte sobre o rio Seim, em Kursk, matando voluntários que ajudavam civis. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia acusou Kiev de utilizar foguetes ocidentais fabricados nos Estados Unidos no bombardeio.

“Pela primeira vez, a região de Kursk foi atingida por lançadores de foguetes de fabricação ocidental, provavelmente do sistema Himars americano”, disse Maria Zakharova, porta-voz do ministério, por meio do Telegram.

“Como resultado do ataque à ponte no distrito de Glushkovo, a instalação foi completamente destruída e os voluntários que estavam ajudando na saída da população [da região] civil foram mortos.” Não há indicação de quantos voluntários foram mortos.

Dois dias depois, neste domingo, as forças aéreas ucranianas anunciaram a destruição de uma segunda ponte estratégica sobre o mesmo rio, limitando ainda mais a capacidade entregar suprimentos ao Exército russo, que foi reforçado com mais tropas e mais equipamentos para conter a incursão.

Desde que lançou a ofensiva surpresa sobre a Rússia, que lida com a maior invasão de seu território desde a Segunda Guerra Mundial, Kiev afirma ter tomado mais de 80 assentamentos em uma área de 1.150 quilômetros quadrados em Kursk.

“A Força Aérea continua a privar o inimigo de capacidades logísticas com ataques aéreos de precisão, o que afeta significativamente o curso das hostilidades,” escreveu o general Mikola Oleschuk no Telegram, publicando um vídeo que mostra a explosão da estrutura.

Em discurso neste domingo, Zelenski agradeceu às tropas envolvidas na operação de Kursk e cobrou que os aliados da Ucrânia sobretudo Reino Unido, França e Estados Unidos acelerem a entrega da ajuda militar prometida.

“Nossa operação na região de Kursk ainda está infligindo perdas ao Exército russo e ao Estado russo, sua indústria de defesa e sua economia. Quanto às entregas de nossos parceiros, precisamos de aceleração, pedimos muito. A guerra não tem feriados,” disse.

Folhapress

Inscrições no concurso do BNDES com salário de R$ 20,9 mil terminam nesta segunda (19)

Interessados em participar do concurso público do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) têm até esta segunda-feira (19) para se inscrever na seleção, que prevê 150 vagas imediatas com salário inicial de R$ 20,9 mil. A inscrição deve ser feita até 23h59 diretamente no site da Fundação Cesgranrio.

O processo seletivo prevê, ainda, outras 750 vagas para cadastro de reserva. O cargo disponível é de analista, em diferentes áreas do conhecimento e oferece, além da remuneração inicial, benefícios como possibilidade de ascensão de carreira e assistência à saúde.

A taxa para participar do concurso é de R$ 110, mas há possibilidade de isenção para candidatos cadastrados no CadÚnico (Cadastro Único dos Programas Sociais do governo federal) e doadores de medula óssea.

Este é o primeiro concurso público da instituição dos últimos 12 anos. Do total de vagas disponíveis, 30% são reservadas para pessoas negras e 15% para pessoas com deficiência. Pelo menos 63 mil pedidos de inscrição já foram realizados. Dentre eles, 76% são da categoria de ampla concorrência.

“O salário de entrada é de [mais de] R$ 20 mil, mas [o aprovado] vai ralar muito, vai trabalhar muito e vai devolver ao Brasil, porque somos proporcionalmente a instituição que mais transfere recursos para o Tesouro Nacional”, disse o presidente do banco, Aloizio Mercadante, em um evento na sede do BNDES em julho.

As provas serão aplicadas em todas as capitais do país no dia 13 de outubro. As vagas disponíveis contemplam as áreas de administração, análise de sistemas, arquitetura e urbanismo, arquivologia digital, ciências contábeis, ciência de dados, comunicação social, direito, economia, engenharia e psicologia organizacional.

Folhapress

Aliados de Lula comandam comissões com R$ 11 bilhões de emenda alvo do STF

Congressistas ligados ao governo Lula (PT) comandam as três comissões do Congresso Nacional com mais verbas de emendas. Os colegiados concentram R$ 10,6 bilhões, cifra que representa cerca de 70% do recurso (R$ 15,5 bilhões) reservado para esse tipo de indicação em 2024.

As emendas de comissão entraram na mira do STF (Supremo Tribunal Federal) por esconder qual deputado ou senador indicou o dinheiro, pois os pedidos são feitos formalmente apenas pelo presidente do colegiado.

As emendas são uma forma pela qual deputados e senadores conseguem enviar dinheiro para obras e projetos em suas bases eleitorais e, com isso, ampliar seu capital político. A prioridade do Congresso tem sido atender seus redutos eleitorais, e não as localidades de maior demanda no país.

Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) pode assinar R$ 3,2 bilhões em emendas neste ano. Ele afirmou que “todo mundo” no Senado decide sobre o recurso e nega falta de transparência.

O senador, porém, disse não ser possível apontar qual congressista ou grupo político emplacou a maior parte das emendas no órgão que preside, o segundo com mais verba no Legislativo.

“O parlamentar pode sugerir, pode apresentar a emenda, mas a emenda é da comissão. A emenda é coletiva, não é individualizada”, afirmou Castro.

As verbas das comissões estão entre os alvos das decisões recentes do ministro Flávio Dino, do Supremo, que travaram a execução das emendas. No começo de agosto, ele determinou que esse recurso só deve ser pago “mediante prévia e total transparência e rastreabilidade”.

Dino também cobrou informações do Executivo e Congresso sobre como e por quem as emendas dos foram indicadas. Nesta sexta-feira, o STF decidiu, de forma unânime, manter a decisão do ministro.

Neste ano, 25 colegiados da Câmara e do Senado têm recursos de emendas.

Como a Folha revelou, uma aliada do presidente Arthur Lira (PP-AL), que é assessora do PP, chega a enviar listas prontas de emendas que são apenas assinadas pelo presidente da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara e enviadas aos ministérios.

Questionado se as emendas são ditadas pela cúpula do Congresso, o senador Marcelo Castro repetiu que a verba é amplamente debatida.

“Não vou citar nomes. O que eu posso dizer é que todos participam da elaboração [das emendas]. Se tiver alguma exceção, é apenas exceção à regra. Mas o Senado participa, a comissão participa, o presidente participa, todo mundo participa. É claro e todo mundo sabe disso”, disse o senador.

O deputado Dr. Francisco (PT-PI) comanda a Comissão de Saúde da Câmara, colegiado com mais emendas (R$ 6 bilhões) para distribuir.

Em março, ele disse que não via problema em divulgar os autores das emendas. “Do mesmo jeito que a emenda individual tem lá a nossa indicação, se a emenda de comissão alguém está indicando, eu não vejo problema”, afirmou.

Mas Francisco recuou e mantém sob sigilo os verdadeiros padrinhos das emendas que ele mesmo assina.

No Senado, a comissão que faz indicações ao Ministério da Saúde é comandada por Humberto Costa (PT-PE). Ele foi crítico às chamadas emendas do relator no governo Jair Bolsonaro (PL), mas agora é quem formalmente encaminhou cerca de R$ 1,2 bilhão em indicações que também não revelam o real padrinho da verba.

Procurado, o senador não informou de que forma são distribuídas as emendas da comissão que preside e quais grupos políticos foram atendidos pelo dinheiro.

Ele disse “esperar que todo esse processo [no Supremo] redunde na absoluta transparência de que necessita a destinação de emendas, que é o que defende e sempre defendeu”.

“Para o senador, esse é um processo em que Legislativo e Judiciário podem contribuir um com o outro, sem invasão de competência à seara alheia, com respeito à Constituição e, sobretudo, em atenção à boa e clara aplicação dos recursos públicos”, afirmou ainda o gabinete de Humberto.

O presidente Lula tem feito críticas aos altos valores das emendas, ainda que aliados estejam à frente das comissões mais ricas do Congresso. O PT também se uniu ao centrão para contestar travas impostas pelo Supremo às indicações com baixa transparência.

“Se o cidadão tem o direito de ter uma emenda de R$ 30 milhões, de R$ 40 milhões, de R$ 50 milhões, diz que tem comissão, que o presidente da comissão tem direito a R$ 300 milhões, R$ 400 milhões. Isso pode tornar a pessoa viciada e não querer abrir mão disso”, afirmou Lula nesta sexta-feira (16).

O senador Marcelo Castro defende o volume de recursos na mão do Congresso. Ele disse que as emendas só eram pagas aos aliados do governo, quando o Executivo ainda não era obrigado a executar as indicações do Congresso. “Eu acho que existe um equilíbrio maior de forças.”

As indicações parlamentares somam quase R$ 52 bilhões em 2024. Essas emendas drenam cerca de 20% do gasto discricionário do governo, ou seja, a verba livre para aplicar em obras, custeio da máquina pública e outros programas.

As emendas individuais (R$ 25,1 bilhões) e de bacadas estaduais (R$ 8,5 bilhões) são impositivas —o governo é obrigado a executar o recurso.

Já a fatia definida pelas comissões não é obrigatória, mas existe um acordo político para o Executivo seguir as indicações feitas pelo Congresso.

Após o fim das emendas de relator, o Congresso turbinou a verba das indicações de comissões temáticas do Congresso. Há R$ 15,5 bilhões reservados para este tipo de emenda em 2024, enquanto a cifra alcançava cerca de R$ 600 milhões em 2020.

Mateus Vargas/Folhapress

Pressão de Lula por petróleo ignora mangues sensíveis e explosão de vida que sustenta pescadores


Existe uma explosão de vida onde começa o litoral do Brasil. O relógio marca 5h58 e o silêncio no rio Oiapoque é quebrado por uma revoada de milhares de papagaios, de quatro espécies distintas, que deixam a ilha do Papagaio —um dormitório das aves— atrás de comida.

Mais adiante, na ponta do Parque Nacional do Cabo Orange, o ponto extremo do Amapá que invade o oceano Atlântico, bandos de maçaricos estão em sua primeira parada em território brasileiro, após voarem a América para o cumprimento de impressionantes ciclos biológicos. Nas margens de mangues ricos em sedimentos, eles esperam a maré baixar para comer crustáceos e insetos.

O barco do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade) ancora em um ponto no rio para que dois técnicos prossigam em caiaques para contagem de maçaricos, garças-brancas, guarás, colhereiros e batuíras. É possível avistar uma fila de barcos pesqueiros na foz do rio Oiapoque. Há dezenas no caminho, rumo ao mar aberto para jornadas de 15 dias.

Os 590 km de litoral por onde se estende o Cabo Orange são um gigante berçário de peixes, uma área de mangue e floresta que garante a sobrevivência de milhares de pescadores. Eles trafegam o tempo todo por água doce e salgada. É uma cadeia em que tudo se conecta, e que desconhece fronteiras. A margem do país do outro lado do rio, a Guiana Francesa, também é berçário de peixes.

Duas certezas e uma dúvida martelam na cabeça de quem monitora, conhece de perto, vivencia ou depende dessa explosão de vida para a sobrevivência.

A primeira certeza compartilhada na região: a exploração de petróleo na bacia Foz do Amazonas, a 160 km do Cabo Orange, vai ocorrer, e não há mais expectativa de que o projeto do chamado bloco 59 seja barrado de alguma forma, diante da pressão feita pela Petrobras e pelo presidente Lula (PT).

A segunda: um derramamento de óleo e um toque na costa seriam desastrosos, com danos irreversíveis à vida no lugar, tamanha a sensibilidade e a conexão de sistemas biológicos e cadeias produtivas.

A dúvida ainda sem resposta é sobre o tamanho do risco de um vazamento chegar à costa brasileira, mais especificamente à costa amazônica, onde começa o litoral.

A Petrobras usa modelagens feitas em 2015 e em 2022 e diz que esse toque não ocorreria no Brasil, mas em outros oito países, pois o óleo seguiria rumo a ilhas do Caribe -embora algum toque possa ocorrer na vizinha Guiana Francesa.

As discordâncias sobre o que diz a Petrobras são múltiplas. Estudos científicos independentes, MPF (Ministério Público Federal), lideranças indígenas e de pescadores da região e gestores do ICMBio que cuidam do Cabo Orange afirmam que, em caso de vazamentos, pode haver transporte de óleo até a costa brasileira.

Seria um movimento semelhante ao de objetos perdidos no mar, arrastados para a costa, na altura de Oiapoque (AP), pela dinâmica das correntezas. Isso já ocorreu com restos de um foguete e de um barco.

“Já apareceram um foguete e um barco no parque, depois de percorrerem mais do que o dobro da distância do que seria o ponto da plataforma [do bloco 59]”, afirma Ricardo Motta, analista ambiental do ICMBio, responsável pela gestão do Parque Nacional do Cabo Orange. A relação de Motta com o Cabo Orange já dura mais de 20 anos.

“O litoral aqui é totalmente plano, com bastante sedimento dos rios. Quando a maré entra, ela adentra quilômetros. A sensibilidade desse litoral é máxima, não há nada mais sensível do que isso, e milhares de famílias dependem dessa dinâmica”, diz o gestor ambiental. “Se tiver manchas de óleo, isso vai grudar [nas áreas de mangues], não vai escorrer.”

Não há estudos e modelagens definitivos que permitam dizer que, em caso de um vazamento de óleo, a costa brasileira estaria a salvo.

Mesmo assim, a Petrobras e o governo Lula pressionam para que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) conceda a licença necessária para a pesquisa de petróleo.

Em maio de 2023, o órgão ambiental negou a licença, e a estatal recorreu. Desde então, Lula já deu declarações diversas que apontam o desejo de explorar esse ponto da margem equatorial.

No último dia 2, numa tentativa de destravar a licença, a Petrobras comunicou ao Ibama uma revisão do plano de proteção à fauna na costa amazônica, em caso de vazamentos. A estatal incluiu uma “unidade de estabilização e despetrolização” de animais em Oiapoque, cidade mais próxima do bloco 59 do que Belém, onde já existe uma base de apoio.

Isso dará mais “robustez à capacidade de resposta em emergências”, disse a empresa, em nota. “A Petrobras já perfurou mais de 3.000 poços em águas profundas sem ocorrência de qualquer acidente com danos ambientais. A possibilidade de haver um evento de vazamento é remotíssima.”

Em Oiapoque, no extremo norte brasileiro, funcionários da Petrobras com o tradicional uniforme laranja lembram aos moradores que um empreendimento de petróleo está em curso na região.

O local de trabalho de um grupo de cinco homens uniformizados –incluídos terceirizados– é o aeroporto da cidade, onde uma base foi montada para dar suporte ao que pode ser a futura plataforma em alto-mar.

Desde 2022, um grupo bem maior esteve mobilizado na cidade, pronto para ações relacionadas à perfuração, como uma simulação de vazamentos. Depois que a licença foi negada pelo Ibama, os voos diários ao local do bloco 59 foram praticamente interrompidos.

O pequeno grupo permanece em Oiapoque, para cuidar da base montada. Entre eles, há a expectativa de que a prospecção de óleo não vai tardar. Têm sido frequentes reuniões na base montada no aeroporto, o que envolve militares nessa área de fronteira.

Técnicos da Petrobras percorrem os pontos em terra mais próximos da área a ser explorada, como o Cabo Orange, em busca de respostas sobre a dinâmica do lugar, em caso de derramamento de óleo. Até agora, não encontraram respostas suficientes, nem ouviram quem está acostumado aos ciclos diários de marés e a um movimento de expansão –de até 2 m por ano– dos mangues.

As paisagens mudam muito rápido. Em um caiaque, usado para aproximação da margem onde não é possível caminhar e onde estão milhares de aves se alimentando, a bióloga Vivian Rosana da Silva, 36, e o médico veterinário Alexandre Bastos Fernandes, 54, iniciam a contagem dos animais. Em minutos, o caiaque atola na lama, com a descida da maré.

É necessário resgatar os dois profissionais, trabalho conduzido pelo gestor do parque Cabo Orange, que está no barco principal. Três horas depois, todos conseguem regressar ao barco, com lama dos pés à cabeça. A maré já iniciava sua subida.

“O perigo dessa maré subindo são as arraias voltando”, diz Vivian, aliviada de estar de volta ao barco. Ela afirma ter identificado quatro espécies de maçarico e três de batuíra. “Todos esses registros de aves são novos para mim.”

Os ciclos das marés influenciam a vida de boa parte dos 12 mil indígenas, de quatro etnias, que vivem em três territórios demarcados na região de Oiapoque. Esses indígenas foram ignorados pela Petrobras e não houve um processo de consulta às comunidades –são 66 aldeias ao todo.

“É como se nem existíssemos”, diz Edmilson dos Santos Oliveira, 45, coordenador do conselho de caciques dos povos indígenas de Oiapoque. “No começo do ano passado, técnicos da Petrobras fizeram uma reunião com caciques e disseram que uma pesquisa seria feita para constatar a existência de petróleo. Foram muitas palavras técnicas. Não entendemos quase nada.”

Os karipunas, palikurs, galibis marworno e galibis kali’na têm um protocolo de consulta pronto desde 2019. “Eles repetem que o impacto será zero. E batemos o pé. Os rios são ditados pelas marés, que chegam até as aldeias. E nossa costa é mangue. Se entrar petróleo, não tem como limpar”, diz o coordenador do conselho de caciques.

Segundo a Petrobras, a consulta não se aplica na fase de perfuração de poços para pesquisa e identificação de petróleo.

O rio Curipi não deságua no oceano. Antes ele encontra o rio Uaçá, que segue para o mar. Em aldeias da região do Curipi, estão 900 famílias, que se adaptam aos ciclos de marés, especialmente na seca, quando são mais intensas.

A paisagem ao longo do Curipi é distinta do caudaloso Oiapoque. Têm planícies alagadas, igarapés que conectam as aldeias, horizontes de buritizais e açaizais.

Na seca, os igarapés desaparecem, e os efeitos das marés são mais danosos. A água fica salgada e barrenta a partir de outubro.

“Às vezes, o peixe fica ‘bêbado’ ou morre. Só se acostuma a partir de janeiro”, diz o karipuna Martinho Júnior dos Santos, 38, cacique da aldeia Açaizal, no caminho do Curipi rumo ao Uaçá.

O manejo do açaí, a pesca e a caça são as principais fontes de sustento das comunidades. O efeito das marés salga até a água do poço usado pela aldeia.

“Se tiver a exploração de petróleo, a gente sabe que vai sentir o impacto, porque todo dia voava helicóptero aqui”, afirma Santos.

“E se algo der errado, eu penso que vamos ser a segunda comunidade a sentir os efeitos. A primeira vai ser o Encruzo.”

O Encruzo é um lugar de uma família só. São 11 galibis marworno, que se mudaram para a área há três anos. É onde o Curipi encontra o Uaçá, que corre para o mar -o Atlântico está a 30 minutos do Encruzo, num barco de potência média.

“Da foz até aqui, somos os primeiros”, afirma Gleison dos Santos Silva, 25, que vive no Encruzo com os pais, quatro dos sete irmãos, mulher e filhos. “Quando surgiu essa conversa de petróleo, a gente ficou preocupado. Se o petróleo vier até aqui, como a gente fica? Não vamos poder jogar uma rede. E vai afetar nosso açaí.”

Defendido por Lula e por políticos de diferentes matizes, dentro e fora do Amapá, o petróleo na costa amazônica provoca ondas migratórias antes mesmo de existir uma prospecção do poço. Oiapoque não é a mesma cidade de antes: há as ocupações que cresceram de forma desordenada nas imediações do aeroporto.

A ocupação Areia Branca está na estrada de terra que leva ao aeródromo, a poucos minutos da entrada principal. Expandiu como nunca em 2023 e em 2024, na esteira da expectativa sobre o petróleo.

“Meu irmão foi na minha cidade, no Pará, e me chamou. “Bora lá, porque Oiapoque vai ser bom de ganhar dinheiro, a Petrobras está indo para lá”. Aí a gente veio”, diz Ednalva Feliciano, 53, recém-chegada ao Areia Branca com o marido e uma filha. Eles repetem o movimento de outras 300 famílias do Areia Branca. Ao lado, outra ocupação, Nova Conquista, se confunde com a floresta.

Até bem pouco tempo atrás, esse fluxo de gente de outros lugares na região de Oiapoque, nessa intensidade, se dava apenas no mar e nos rios. Pescadores de diferentes estados, principalmente do Pará, buscam a região para a pesca de uritinga, gurijuba, pescada-amarela e pescada-gó.

São comuns os conflitos com pescadores locais e invasões de espaços proibidos para pesca no parque Cabo Orange e na Guiana Francesa. Barcos de diferentes portes, dos mais simples aos mais equipados, cruzam o rio Oiapoque o tempo todo. O principal destino do peixe é o Pará.

“Para o município, o petróleo pode gerar renda com royalties. Para os pescadores, pode ser um risco muito grande. Nossa sobrevivência depende do oceano”, afirma Joelso Mendonça, 48, que integra a colônia de pescadores de Oiapoque.

Dois de cinco filhos seguiram o mesmo caminho e passam longas jornadas em alto-mar. Cerca de 300 pescadores estão vinculados à colônia. Outros milhares, direta e indiretamente, atuam na atividade.

Em dezembro de 2011, quando a Petrobras tentava prospectar petróleo em um poço vizinho do atual empreendimento, um acidente interrompeu a iniciativa. Houve danos em equipamentos e vazamento de óleo hidráulico. O projeto foi abandonado de vez em 2016.

Não houve transparência por parte da estatal sobre o que ocorreu. A gestão do parque Cabo Orange foi avisada do acidente pela França. A Petrobras deu detalhes aos gestores em janeiro de 2013, mais de um ano depois do acidente e em resposta a uma cobrança por explicações.

“No dia 23/12/2011, a perfuração do poço Oiapoque foi interrompida devido ao rompimento da junta flexível posicionada acima do ‘riser’ (tubulação que liga o poço à plataforma de perfuração)”, afirmou a Petrobras no ofício. “Imediatamente após o rompimento, o dispositivo de prevenção de descontrole foi acionado, fechando completamente o poço.”

A estatal afirmou, em nota, que não houve dano ao meio ambiente ou acidente com pessoas, e que a sonda escolhida para operar no bloco 59 é de última geração.

A empresa disse que mapeou todas as áreas sensíveis e protegidas, o que inclui o Parque Nacional do Cabo Orange. “A Petrobras opera na região amazônica desde 1986, com o polo de produção de óleo e gás em Urucu, a 600 km de Manaus. A empresa fomenta estudos e mapeamentos socioambientais na região desde antes de iniciar suas operações.”

Técnicos da Petrobras buscam comunidades influenciadas pelas marés para convencê-las sobre a viabilidade do projeto.

Em Taparabu, a comunidade de pescadores mais próxima da foz do rio Oiapoque, moradores dizem que funcionários da estatal prometeram transformar o lugar num entreposto para a plataforma de petróleo. E trocar os postes, fiação e casas de força. O local, tradicionalmente, é um ponto de parada de barcos de pesca, que buscam ali água potável.

A comunidade está no meio do caminho entre o parque Cabo Orange e Oiapoque. No percurso de volta para a cidade, com a noite se avizinhando, o barco do ICMBio faz uma parada numa das áreas de mangue. Espera a maré subir mais um pouco, o suficiente para a embarcação conseguir chegar até uma siriúba, espécie de planta dominante no parque.

Motta, o gestor da unidade de conservação, quer mostrar a sensibilidade da siriúba e dos seus pneumatóforos, que crescem na vertical, a partir das raízes, para a troca de gases.

“Daqui para dentro é tudo siriúba, que forma tapetes de pneumatóforos”, diz o técnico do ICMBio. “Se tiver mancha de óleo, isso aqui sufoca tudo. E acaba.”

Vinicius Sassine e Lalo de Almeida/Folhapress

Entenda a cerimônia judaica de enterro de Silvio Santos

Por André Richter – Repórter da Agência Brasil - Brasília

O sepultamento do corpo de Silvio Santos, ocorrido neste domingo (18), foi realizado de acordo com as tradições judaicas. Filho de imigrantes judeus que chegaram ao Brasil no início do século 20, o apresentador nasceu no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, em 1930.

Fundamentadas na Torá, livro sagrado da religião judaica, as regras determinam uma série de ritos que devem ser cumpridos pelos familiares desde o momento do falecimento até a cerimônia fúnebre.

De acordo com a Congregação Israelita Paulista (CIP), o ritual começa após os parentes comunicarem o Cemitério Israelita do Butantã, onde Silvio foi enterrado, sobre a morte do familiar.

Cabe ao Chevra Kadisha, grupo formado por homens e mulheres ligados ao cemitério, realizar os preparativos religiosos, civis e legais do sepultamento.

A primeira medida a ser tomada é cobrir o corpo para não ser deixado à vista. Pela tradição, deixar o falecido à mostra demonstra falta de respeito à imagem da pessoa em vida.

O mesmo motivo é levado em conta para não abrir o caixão durante o velório, que não é público e se restringe a familiares e amigos.
 
Preparação

Em seguida, o corpo deve ser lavado e envolvido em uma mortalha branca. A medida significa purificação, humildade e pureza.

Os olhos devem ser fechados. Para os judeus, o falecido se encontra com Deus ao morrer. Dessa forma, o ato simboliza deixar de observar as coisas mundanas e passar a enxergar a paz do mundo espiritual.

O sepultamento deve ocorrer no mesmo dia da morte. Se o falecimento ocorrer no sábado, dia de descanso para os judeus e no qual os enterros são proibidos, deverá ser no dia seguinte, como ocorreu com Silvio Santos. O apresentador morreu na madrugada de sábado (17) e foi enterrado na manhã deste domingo.

A cremação é proibida. A religião entende que a decomposição do corpo deve ocorrer naturalmente.
 
Enterro

A cerimônia de sepultamento é feita sem ornamentação de flores no local e no caixão porque todos devem ser tratados de forma igual durante a morte. Além disso, os judeus entendem que a ostentação serve para cultuar os mortos.

Durante o enterro, são cantados hinos de louvor a Deus e de pedidos de paz no mundo. Os parentes mais próximos jogam punhados de terra no caixão antes do término da cerimônia.

Ao deixar o cemitério, os familiares devem lavar as mãos para simbolizar que a vida é mais forte do que a morte. Em sinal de manutenção dos laços com o parente, as mãos devem secar naturalmente, sendo proibido o uso de toalha.

Silvio Santos morreu às 4h50 deste sábado (17) em decorrência de uma broncopneumonia após uma infecção por Influenza (H1N1). Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e tinha 93 anos.

Edição: Denise Griesinger

Seleção de Ipiaú aplica goleada contra Jequié pelo Intermunicipal

A seleção de Ipiaú venceu a terceira partida consecutiva no Campeonato Intermunicipal de Futebol ao bater a seleção de Jequié pelo placar de 4 a 1, jogando na casa do adversário. O time ipiauense abriu o placar aos 8 minutos do primeiro tempo com gol de Jefinho. Aos 30, o atacante Fábio Bahia ampliou em jogada individual.

Na etapa final, novamente Jefinho, desta vez de pênalti, marcou o terceiro gol, e Lucas Buut, também de pênalti, marcou o quarto gol. No fim da partida, em cobrança de falta, Sávio fez o gol de honra de Jequié. A goleada foi conquistada com muita tranquilidade, sem sofrer sustos ao longo da partida. Apesar da irregularidade do gramado de Jequié, Ipiaú conseguiu tocar bem a bola, com destaque para Jefinho, que fez a sua melhor partida no Campeonato.

A seleção de Ipiaú voltará a campo no próximo domingo, contra Ibirapitanga, no estádio Pedro Caetano, para defender a liderança do Grupo 10. Pela primeira vez neste intermunicipal, o torcedor ipiauense poderá ir ao estádio apoiar a seleção. (GIRO/Romário Henderson)

Ipiaú: Resultado da 19ª rodada do Campeonato Master 2024.

Neste domingo (18.08) aconteceu no campo B da AABB Ipiau a 19ª rodada do Campeonato Master 2024.
No primeiro jogo a equipe que está na última colocação ganhou novamente, somou mais três pontos e emparelhou de vez a disputa pelo G4.

Real Calçados 2x4 Sintonia Medical
Gols
Real Calçados: Fabrício Gomes (2)
Sintonia Medical: Luiz Jorge (3) e Ricardo Lopes

No segundo jogo do dia a Construcasa recebem a Oral Center, e para equilibrar novamente a disputa, a Oral Center voltou a vencer e levou os três pontos.

Construcasa 2x3 Oral Center
Gols
Construcasa: Mario Sérgio e Uarlei
Oral Center: Sandro Dentista (2) e Bueiro

O último adeus: corpo de Silvio Santos é enterrado em São Paulo

O neto do apresentador, Tiago Abravanel foi um dos primeiros a chegar para a cerimônia de despedida acompanhado pelo marido.

Familiares e amigos participam da cerimônia de despedida do apresentador Silvio Santos, que morreu aos 93 anos de idade no sábado (17).

O neto do apresentador, Tiago Abravanel foi um dos primeiros a chegar para a cerimônia de despedida acompanhado pelo marido, o produtor e empresário Fernando Poli, na manhã deste domingo (18). O funeral é realizado no Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo.

O apresentador Celso Portiolli, também compareceu ao local. O casal César Filho e Elaine Mickely entraram no local para prestar solidariedade à família, assim como o cabeleireiro Jassa, amigo de Silvio por mais de 40 anos. O humorista Carlos Alberto de Nóbrega também compareceu ao velório, visivelmente emocionado o amigo pessoal de Silvio Santos fio pessoalmente ao Cemitério Israelita do Butantã dar o último adeus a Silvio.

  por Guilherme Bernardo

Como Pablo Marçal ficou rico? Conheça o império de empresas, curso e livros do ex-coach

 Empresário e influenciador Pablo Marçal, candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB

O empresário e influenciador Pablo Marçal, candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB, declarou um patrimônio de R$ 169.503.058,17 ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É a maior soma de bens declarados entre os dez candidatos à Prefeitura da capital paulista, superando em mais de R$ 130 milhões o patrimônio declarado pelo segundo postulante ao cargo mais rico, o apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB), que afirmou à Justiça Eleitoral ter um patrimônio de R$ 38 milhões.

Segundo dados da Receita Federal, Marçal está ligado a 21 empresas, entre sociedades e participações administrativas. As áreas de atuação variam entre holdings, incorporação imobiliária, consultoria empresarial, escola e até resort de férias.

Somados, os capitais sociais das corporações ligadas a Marçal representam mais de R$ 194 milhões. Nesse quesito, a de maior valor é a Aviation Participações, uma holding, ou seja, uma empresa que faz a gestão de outras instituições.

Nem todas as empresas ligadas a Pablo Marçal constam em sua relação de bens ao TSE, pois a Justiça Eleitoral só exige uma declaração dos candidatos nos casos de participação societária em uma companhia, dispensando-a para funções administrativas.

Contudo, Marçal omitiu uma empresa da qual é sócio e ao menos R$ 22 milhões em sua declaração de bens. Além de não elencar sua sociedade na Flat Participações, o empresário declarou outras duas empresas em valores inferiores aos registrados na Receita Federal. A prática está em desacordo com uma norma do TSE segundo a qual a declaração de cotas societárias deve ser realizada tal como consta no Fisco. O candidato do PRTB chegou a enviar uma retificação dos bens ao TSE, mas não corrigiu o erro, como mostrou o Estadão.

Influenciador digital e ‘vendedor de curso’

Além do império de empresas, nos últimos cinco anos, Pablo Marçal ganhou projeção nas redes sociais com a venda de palestras e infoprodutos de mentoria pessoal e profissional. Em agosto de 2019, ele tinha 235 mil seguidores em seu perfil no Instagram. Nesta sexta-feira, 16, data que marca o início da campanha eleitoral na capital paulista, ele conta com mais 12,7 milhões de seguidores na rede.

No YouTube, o empresário contava com 1.140.000 inscritos em setembro de 2021; hoje, já são mais de 3,37 milhões. O maior crescimento foi registrado no TikTok, rede em que ele saltou de 1.196 seguidores em julho de 2020 para mais de 2,5 milhões.

Contudo, Marçal nega que seja “vendedor de curso” e afasta o rótulo de coach, afirmando-se como ex-ocupante da função. Em uma de suas palestras, em abril de 2023, o candidato do PRTB rebateu a informação de “ter ficado rico vendendo curso”.

“Acho muito engraçado o povo me acusar: ‘Ele ficou rico vendendo curso’. É mesmo? Já viu quantas vezes eu meti minha mão num tijolo? A pessoa vai lá no meu resort, lindo, eu falo: ‘Adivinhe quantos milhares de bloquetes eu coloquei com minha própria mão'”, disse Marçal. “Você acha que eu sou vendedor de curso? Já viu quantas casas eu construí? Quantos prédios que eu ergui? Você sabe da minha vida? Você não sabe da minha vida. Então, meu negócio é curso… Deixa eu te falar o que eu quero de ‘curso’: eu quero mudar o seu curso de vida.”

Além de Marçal, a própria categoria profissional de coaches, em posicionamento oficial, rechaçou uso do termo para descrever as ocupações do candidato a prefeito. “O uso inapropriado do termo ‘coach’ prejudica fortemente toda a categoria e os profissionais sérios que atuam na área”, criticou a International Coaching Federation (ICF), associação que representa os coaches mundialmente.

Livros de autoajuda

Além dos conteúdos digitais, Marçal é autor de livros de autoajuda. Entre os volumes publicados pelo influenciador, estão títulos como Os Códigos do Milhão (R$ 89,90), A Arte de Negociar (R$ 120) e uma edição comentada do clássico A Arte da Guerra, do estrategista chinês Sun Tzu (R$ 39,99).

Juliano Galisi / Estadão

Para MRV, novos ajustes no Minha Casa Minha Vida dão fôlego adicional ao negócio

Após ter recorde de vendas de imóveis no segundo trimestre, a MRV&Co espera a continuidade do ciclo positivo de negócios, o que foi reforçado pelos mais novos ajustes no Minha Casa Minha Vida (MCMV). Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da MRV&Co, Ricardo Paixão, as vendas no terceiro trimestre estão boas, mantendo o ritmo visto nos meses anteriores.

No início do mês, o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) destinou mais R$ 22 bilhões do orçamento anual do fundo para abastecer os financiamentos ao programa habitacional. Além disso, o Ministério das Cidades atualizou as faixas de renda dos beneficiários. O limite da faixa 1 passou de R$ 2.640 para R$ 2.850, enquanto na faixa 2 passou de R$ 4.400 para R$ 4.700. Por sua vez, a faixa 3 seguiu em R$ 8.000.

Ambas as medidas foram positivas e ajudarão os negócios, estimou Paixão. “O governo tem mostrado comprometimento de que não faltará funding para o Minha Casa Minha Vida”, disse, em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). “Estamos confortáveis com isso.”

O acréscimo de R$ 22 bilhões para o MCMV visa fazer frente ao volume aquecido de contratações no programa e dão segurança para a empresa de que haverá recursos para financiamento mais adiante “Esse complemento dá fôlego para mais alguns meses”, comentou. Entretanto, se o MCMV continuar muito acelerado nas contratações, poderá ser necessário um complemento adicional em novembro ou dezembro, estimou. Entretanto, isso não deve ser problema, pois há espaço no FGTS para realocar sobras do orçamento das áreas de saneamento e infraestrutura no fim do ano, na avaliação do diretor.

Por sua vez, o ajuste nas faixas de renda foi importante para adequar o programa ao público comprador, disse Paixão, que previu potencial para aumento na velocidade de vendas e subida do preço de venda. Segundo ele, também será possível reduzir a concessão de financiamento direto ao cliente (o chamado pro soluto). A expectativa na MRV é de aumentar a quantidade de vendas na faixa 1 em torno de 10% a 12% com a ampliação do público elegível.

Já a ampliação da faixa 2 deve atrair uma parte dos consumidores que hoje estão na faixa 3, segmento em que não há subsídios. “Esses clientes vão poder pegar um financiamento com juro menor”, previu.

Na entrevista, o diretor financeiro destacou ainda que a margem bruta das novas vendas de imóveis continua em expansão, combinando um ambiente de custos de construção praticamente estáveis e a subida de preço nas vendas de imóveis. Segundo ele, há uma pressão maior dos custos de mão de obra apenas em São Paulo, onde o mercado está mais aquecido. Já nas outras regiões, a situação está normal.

Metas

Paixão afirmou ainda que a direção da MRV&Co está “super confiante” para alcançar os guidances (projeções) estabelecidos para o ano. A receita líquida na divisão da MRV fechou o primeiro semestre em R$ 3,9 bilhões, ante uma previsão para o ano de R$ 8 bilhões a R$ 8,5 bilhões. A margem bruta bateu em 26%, dentro do previsto. O lucro líquido no semestre foi a R$ 130 milhões, ante uma meta anual de R$ 250 milhões a R$ 290 milhões.

Já a alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) foi de 40,9% no semestre, enquanto a meta é de 36% a 34% no ano. Segundo Paixão, a geração de caixa deve acelerar fortemente neste semestre, contribuindo para equalizar a alavacangem. A geração de caixa no primeiro semestre foi de R$ 32 milhões, ante uma previsão no ano de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões, que está mantida, disse.

Circe Bonatelli / Estadão Conteúdo

Maduro pede aprovação rápida da lei contra o fascismo na Venezuela

"Estamos perante um povo malévolo e fascista. Percebem o que é o fascismo? É o ódio, a intolerância, transformados em violência", disse, no sábado, Nicolás Maduro, numa referência à maior coligação da oposição, no final de uma manifestação de apoiantes do Presidente venezuelano e funcionários do Estado em defesa do resultado oficial das eleições presidenciais de 28 de julho.

"Peço que a lei contra o fascismo, o neofascismo e os crimes de ódio seja aprovada muito rapidamente", salientou.

No início do mês, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ratificou a vitória de Maduro com 52% dos votos, sem fornecer a contagem exata nem as atas das assembleias de voto, alegando ter sido vítima de pirataria informática, ataque questionado pela oposição e muitos observadores.

A oposição afirmou que, depois de divulgar documentos eleitorais obtidos graças aos seus elementos nas mesas, Edmundo González Urrutia obteve 67% dos votos.

De acordo com a organização não-governamental (ONG) Provea, a lei contra o fascismo "junta-se a uma série de normas arbitrárias que procuram fechar o espaço cívico, silenciar os setores críticos e legitimar as práticas persecutórias do Estado venezuelano".

Na terça-feira, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, pediu às autoridades venezuelanas para não aprovarem "leis que minem o espaço cívico e democrático do país", entre as quais mencionou a lei contra o fascismo e a lei contra as ONG, aprovada esta semana.

Leia Também: Governo Lula vê impasse na Venezuela, resistência a planos e recalibra discurso

Cerca de 2 milhões de candidatos fazem as provas do CNU neste domingo

Chegou a hora. Neste domingo, cerca de 2,1 milhões de pessoas são esperadas nos locais de prova em todo o país para prestar o primeiro Concurso Público Nacional Unificado, que oferta 6.640 vagas do certame para 21 órgãos da administração pública federal. As provas serão feitas em dois turnos. Pela manhã, os portões abrem às 7h30; e fecham às 8h30. À tarde, abrem às 13h e o fecham às 14 horas.

Cada candidato pôde se inscrever em apenas um bloco temático e, dentro do mesmo bloco, classificou, por ordem de preferência, os cargos desejados. Os blocos de 1 a 7 exigem formação de nível superior. Já a escolaridade para o bloco 8 é nível médio ou técnico.

O que levar
Apesar de não ser obrigatório, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) recomenda levar o cartão de confirmação de inscrição, porque é nele que consta o local de prova. O documento está disponível na área do candidato, com login com o CPF e senha cadastrados na conta no portal Único do governo federal, o Gov.br. O cartão traz, entre outras informações, o número de inscrição, data, hora, número de sala de prova.

É obrigatória a identificação com o documento de identidade original com foto, sejam físicos ou digitais. Estes últimos (CNH digital, RG Digital e E-Título) precisarão estar nos respectivos aplicativos de documentos digitais download dos aplicativos.

O candidato deve levar caneta preta de material transparente para usar no dia das provas. Caneta azul, lápis, borracha e outros materiais não podem permanecer na mesa do candidato durante a prova.

Os inscritos podem levar alimentos e água no dia da prova. As comidas devem estar em embalagens intactas e lacradas e as garrafas de água precisam ser transparentes.

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) recomenda ao candidato chegar ao local das provas com, pelo menos, duas horas de antecedência para o início de cada turno de provas.

Diversas cidades que receberão o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), neste domingo (18), montaram esquema especial de trânsito e transporte público para atender aos participantes do certame.

No Distrito Federal, haverá reforço no transporte público coletivo. As empresas deverão operar as linhas com programação de viagens de dias úteis, observando os horários das atividades do concurso, desde a chegada da equipe de coordenação aos locais de realização das provas até o término.

Na capital paulista, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) suspendeu a Ciclofaixa de Lazer neste domingo (18), que são as áreas exclusivas para bicicletas que funcionam aos domingos e feriados, das 7h às 16h, em avenidas específicas da cidade. A medida visa facilitar o deslocamento dos candidatos, deixando o tráfego livre para ônibus e veículos.

No Rio de Janeiro, 125,5 mil pessoas devem fazer as provas. Serão feitas interdições em algumas vias da zona sul e do centro para realização da Meia Maratona Internacional do Rio, com largada a partir das 6h40. Os corredores vão percorrer a Av. Vieira Souto, Rua Francisco Otaviano, Av. Atlântica, Av. Princesa Isabel, Enseada de Botafogo (duas voltas), Aterro do Flamengo, Av. General Justo e Av. Alfred Agache, onde farão o retorno para o Aterro. O término da prova será no Aterro do Flamengo, na altura da Praça Cuauhtemoc. O transporte coletivo também será reforçado na cidade.

A Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) de Salvador informou que serão disponibilizados 34 veículos de frota reguladora, das 6h às 19h deste domingo. Os ônibus estarão distribuídos entre as estações da Lapa, Mussurunga, Pirajá, Águas Claras e Terminal Acesso Norte, à disposição da equipe de fiscalização, e poderão ser utilizados caso seja identificada uma maior demanda.

Em Natal, 27,6 mil pessoas deverão participar do concurso. Para atender à demanda, 34 linhas de ônibus terão reforço e realizarão 604 viagens ao longo do dia.

Em Porto Alegre, Os locais com maior concentração de inscritos, como PUC-RS, Fapa e Uniritter, terão reforço em várias linhas de ônibus.

Agência Brasil

Oposição venezuelana toma as ruas de Caracas em protesto para rejeitar reeleição de Maduro

 

Quase três semanas após Nicolás Maduro ter sido proclamado vencedor em uma eleição marcada por falta de transparência e acusações de fraude, milhares de seguidores da oposição foram às ruas de várias cidades da Venezuela neste sábado, 17, para rejeitar o resultado divulgado pelas autoridades, vinculadas ao chavismo, e reivindicar a vitória de Edmundo González Urrutia. Para contrapor os movimentos, o regime chavista também convocou apoiadores às ruas.

Na Avenida Francisco Miranda, uma das mais movimentadas e amplas de Caracas, manifestantes começaram a se reunir desde cedo para esperar a líder da oposição, María Corina Machado, que se juntou à manifestação mais tarde, rompendo um intervalo de mais de duas semanas sem aparecer em público, temendo pela sua segurança.

“Não vamos deixar as ruas!”, advertiu Corina Machado, que estava acompanhada de outros dirigentes opositores e segurava uma bandeira da Venezuela. “Este é o momento de cobrar, e o que significa cobrar? Significa que cada voto seja respeitado, não há nada que esteja acima da voz do soberano, e o soberano falou na Venezuela.”

“Que o mundo e todos dentro da Venezuela reconheçam que o presidente eleito é Edmundo González”, enfatizou enquanto era ovacionada pelos manifestantes.

O candidato González Urrutia, que não é visto em público desde 30 de julho, não participou do protesto. Assim como Corina Machado, ele está escondido desde que as autoridades venezuelanas, sob o controle chavista, iniciaram uma investigação criminal contra ambos por “instigação à rebelião”, entre outras acusações, após solicitarem aos militares e policiais que retirassem seu apoio ao presidente Maduro.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, González Urrutia disse que as manifestações deste sábado “são uma força que fará respeitar a decisão de mudança”. “Temos os votos, temos os registros, temos o apoio da comunidade internacional e temos os venezuelanos decididos a lutar por nosso país”, acrescentou.

O chamado da oposição se espalhou pelo mundo, um reflexo da emigração em massa de venezuelanos, totalizando quase 8 milhões de pessoas que deixaram o país nos últimos anos. Protestos também foram registrados em países como Colômbia, Austrália, Estados Unidos e Espanha.

“Sinto que o país é um agora. Voltamos a ser um”, declarou Kevin Lugo, de 28 anos, organizador da manifestação em Sydney, na Austrália.

Marcha chavista

O regime chavista também convocou manifestações para a tarde deste sábado para apoiar a reeleição de Maduro. Milhares de seguidores do ditador venezuelano começaram a se concentrar no centro de Caracas para uma manifestação em seu apoio.

O governante pediu para “certificar” a eleição perante o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), acusado de favorecer o governo com suas decisões.

Uma caravana com dezenas de motociclistas partiu da densamente povoada área de Petare em direção ao centro, e sua rota, a princípio, passa por onde está a oposição. O canal estatal VTV mostrou marchas de apoio em outras cidades.

Estadão Conteúdo

PM apreende fuzil, carregador e munições em Jequié

Policiais militares do 19º BPM apreenderam um fuzil, carregador e munições em Jequié, no final da manhã de sexta-feira (16).

Durante intensificação de patrulhamento na região, as guarnições receberam informações sobre a possível localização de uma arma em uma área de mata nas proximidades.

Durante as buscas, os pms localizaram um fuzil Colt calibre 556, carregador e munições.

A arma apreendida foi apresentada à Polícia Civil, onde a ocorrência foi formalizada.

 Fonte: Ascom- 19º BPM

PM prende suspeito com drogas em Jitaúna

Policiais militares do 19º BPM apreenderam maconha, cocaína, crack e detiveram um indivíduo no bairro Primavera, no município de Jitaúna, na noite de sexta-feira (16).

Durante a intensificação de policiamento, os pms visualizaram um indivíduo, que alcançado, abordado e, após as buscas, imediatamente detido.
Foram encontrados com ele 75 pedras de crack, 13 porções e 42 gramas de maconha, nove embalagens contendo cocaína e duas balanças de precisão.
O detido e todo o material apreendido foram direcionados à Polícia Civil, onde a ocorrência foi registrada.
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Suspeito de tráfico é preso pela PM no Engenho Velho de Brotas

Na manhã de sexta (16), policiais militares do Batalhão de Patrulhamento Tático Móvel (BPatamo) detiveram um homem com entorpecentes e dinheiro no Engenho Velho de Brotas.

Equipes realizavam o patrulhamento ostensivo na localidade conhecida como Manguinhos, quando visualizaram indivíduos, que ao perceberem a presença dos pms, fugiram. Um suspeito foi alcançado e, após a busca pessoal, foram encontrados 35 tabletes e 663 porções de maconha, um tablete e uma porção de haxixe, um tablete e duas porções de crack, duas balanças de precisão, 1.000 pinos vazios e dinheiro em espécie.

O suspeito e todo o material apreendido foi apresentado à Central de Flagrantes, onde a ocorrência foi registrada.

Fuzil e drogas são apreendidos pela PM em Fazenda Coutos

Na tarde deste sábado (17), policiais militares da CIPT/Rondesp BTS apreenderam um fuzil, maconha, cocaína e crack na Rua da Alegria, em Fazenda Coutos.

Após denúncias, os militares iniciaram diligências na região, quando visualizaram um grupo suspeito armado que, ao perceber a aproximação policial, disparou contra os agentes enquanto fugia por uma área de mata. Com a varredura no local, os pms encontraram um fuzil calibre 556, 885 frascos contendo cocaína, 265 porções e uma pedra grande de crack, 214 embalagens e quatro tabletes de maconha e uma balança de precisão. Ninguém foi preso na ação.

Todo o material apreendido foi apresentado ao DHPP, onde a ocorrência foi registrada.

X de Elon Musk culpa Moraes e anuncia fechamento de escritório no Brasil

A rede social X, do empresário Elon Musk, acusou o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de ameaçar de prisão seus funcionários e por isso anunciou o fechamento do escritório no Brasil.

O anúncio neste sábado (17) foi feito pela própria rede X, antigo Twitter. A empresa afirma na postagem que vai encerrar suas operações no país, em decorrência da ação do ministro, mas que a rede social continuará disponível para os brasileiros.

O STF foi procurado pela reportagem no início da tarde deste sábado (17), mas ainda não se pronunciou sobre o caso.

“Apesar de nossos inúmeros recursos ao Supremo Tribunal Federal não terem sido ouvidos, de o público brasileiro não ter sido informado sobre essas ordens e de nossa equipe brasileira não ter responsabilidade ou controle sobre o bloqueio de conteúdo em nossa plataforma, Moraes optou por ameaçar nossa equipe no Brasil em vez de respeitar a lei ou o devido processo legal”, afirmou a plataforma neste sábado.

“Como resultado, para proteger a segurança de nossa equipe, tomamos a decisão de encerrar nossas operações no Brasil, com efeito imediato. O serviço X continua disponível para a população do Brasil.”

“Estamos profundamente tristes por termos sido forçados a tomar essa decisão. A responsabilidade é exclusivamente de Alexandre de Moraes. Suas ações são incompatíveis com um governo democrático. O povo brasileiro tem uma escolha a fazer: democracia ou Alexandre de Moraes”, completou o X.

A rede social publicou o que seria decisão sigilosa de Moraes na qual ele determina a intimação dos advogados regularmente constituídos pela X no Brasil para que tomem as providências necessárias e cumpram em 24 horas decisão anterior, bloqueando conta de usuários da rede.

Caso isso não ocorra, afirma o texto, será decretada a prisão da administradora da empresa, Raquel de Oliveira Villa Nova Conceição, por desobediência à determinação judicial. Ela ainda seria afastada da direção da empresa e multada em R$ 20 mil por dia.

Na decisão judicial publicada pela empresa, Moraes narra a tentativa do oficial de justiça de comunicação com a rede social, para que cumprisse outra determinação, de bloqueio de contas de usuários, do dia 7 deste mês. Aplicou então multa de R$ 50 mil e intimou quem acreditava ser o administrador da empresa no Brasil, Diego de Lima Gualda.

Posteriormente, narra, tomou conhecimento de que ele não era mais o representante da empresa no Brasil. O oficial de justiça teria então entrado em contato com uma profissional de relações públicas da empresa, que chegou a pedir que a demanda fosse formalizada por e-mail.

Então, recebeu a informação de que a nova representante jurídica seria Raquel de Oliveira Villa Nova Conceição. Houve a recusa de fornecer o contato da diretora. Tentou então contato por email, sem retorno. O oficial ainda narra, segundo a decisão, que não foi possível realizar a diligência in loco, pois a representante da empresa estaria em outra unidade da federação do país.

“O teor da certidão elaborada pelo oficial de justiça indica que a representante da empresa X Brasil Internet Ltda., Raquel de Oliveira Villa Nova Conceição, agindo de má-fé, está tentando evitar regular intimação da decisão proferida nos autos, inclusive por meio eletrônicos, da qual já demonstrou ter conhecimento, com o fim de frustrar o seu cumprimento”, escreveu Alexandre de Moraes, na decisão divulgada pela empresa.

Carregando post do Twitter

Nesta semana, Moraes decidiu aumentar a multa e indicou possível responsabilização do X pelo crime de desobediência.

No dia 8 de agosto, ele havia determinado que a plataforma bloqueasse sete contas na rede social, incluindo a do senador Marcos do Val (Podemos-ES). O X, porém, não cumpriu a decisão judicial e já tem mais de R$ 300 mil em multas a pagar à Justiça.

Havia nos bastidores apreensão pelos impactos no curto prazo da possível configuração de crime de desobediência. O prazo para o X recorrer da decisão de Moraes termina no início da próxima semana.
A disputa entre a plataforma e o ministro ocorre no mesmo momento em que reportagem da Folha de S.Paulo revelou que Moraes ordenou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões dele próprio contra bolsonaristas no inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal durante e após as eleições de 2022.

Diálogos aos quais a reportagem teve acesso mostram como o setor de combate à desinformação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), presidido à época por Moraes, foi usado como um braço investigativo do gabinete do ministro no Supremo.

As mensagens revelam um fluxo fora do rito envolvendo os dois tribunais, tendo o órgão de combate à desinformação do TSE sido utilizado para investigar e abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF, em assuntos relacionados ou não com a eleição daquele ano.

Musk encabeçou uma ofensiva pública contra Moraes em abril. O caso teve início com a divulgação do “Twitter Files Brazil”, conteúdo que reuniu emails trocados por funcionários da rede entre 2020 e 2022 reclamando de decisões da Justiça brasileira no âmbito de investigações sobre a propagação de notícias falsas e ataques ao sistema eleitoral.

Musk passou a fazer críticas a Moraes no X, o acusou de ordenar censura e ameaçou descumprir decisões judiciais.

Com a repercussão dos documentos, uma comissão dos Congresso dos EUA pediu à rede social que enviasse todas as decisões sigilosas de Moraes que pedissem a suspensão ou a remoção de perfis.
Os congressistas divulgaram uma lista com 77 decisões do ministro sobre derrubada de perfis em 2022 —em alguns casos, as contas dizem respeito à mesma pessoa, mas em diferentes plataformas.

Na ocasião, o STF divulgou nota oficial explicando que o relatório do congresso dos EUA tinha somente os ofícios enviados às plataformas para cumprimento da decisão. Era uma resposta às críticas pela falta de fundamentação para os bloqueios das redes.

“Fazendo uma comparação, para compreensão de todos, é como se tivessem divulgado o mandado de prisão (e não a decisão que fundamentou a prisão) ou o ofício para cumprimento do bloqueio de uma conta (e não a decisão que fundamentou o bloqueio)”, diz a nota do Supremo.

Renata Machado / Folhapress

Ipiaú celebrará Dia do Evangélico com grande evento na Praça Álvaro

Nos dias 06 e 07 de setembro, Ipiaú se tornará palco de um dos maiores eventos de celebração da fé na região. Com uma programação recheada de grandes nomes da música gospel nacional e local, o Dia do Evangélico promete reunir milhares de pessoas na Praça Álvaro Jardim, em um momento de louvor, adoração e comunhão. 
 
Realizado pela Prefeitura de Ipiaú, o evento contará com apresentações de renomados artistas do cenário gospel nacional, como Nívea Soares, o grupo Marcados, Isaías Sade’s, Gabriel Guedes e Cassiane. Além disso, talentos locais também terão espaço de destaque, com shows de Darlan Gomes, Fernandinha, Duo Elisa, Mone, e a participação especial do Coral Vocal Celeste.

A prefeita Maria das Graças destaca a importância de eventos como esse para a comunidade: “É com grande alegria que convidamos todos os moradores de Ipiaú e região para participar deste momento de celebração. O Dia do Evangélico é uma oportunidade de unirmos nossas vozes em louvor, fortalecendo nossa fé e nossa esperança. Estamos preparando tudo com muito carinho para que todos se sintam acolhidos e possam viver essa experiência.”

A programação, que se estenderá pelos dois dias, promete emocionar e inspirar todos os presentes. “Com entrada gratuita, o evento espera atrair um grande público, reafirmando o compromisso da gestão municipal em promover momentos de valorização da cultura e da fé em Ipiaú”, ressalta o secretário da Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Caio Braga. 

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PF prende ex-diretor da Petrobras Renato Duque, no RJ

A Polícia Federal prendeu o ex-diretor de serviços da Petrobras, que estava foragido, na manhã deste sábado em Volta Redonda, na região Sul do Rio de Janeiro. Renato Duque, condenado a 39 anos de prisão, chegou a ser procurado em Curitiba.

Renato, de 69 anos, foi encontrado em casa no bairro Niterói, após o cruzamento de informações de inteligência do Núcleo de Capturas da PF no Rio de Janeiro (NUCAP/SO/DREX).

A Justiça Federal de Curitiba expediu o mandado de prisão dele no dia 18 de julho. Desde então, ele não tinha sido encontrado. Segundo informações do Blog da Julia Duailibi, a condenação foi pelos crimes de corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro em um processo da Operação Lava Jato.

Após os procedimentos legais, o preso foi encaminhado ao sistema prisional do estado, onde permanecerá à disposição da Justiça, segundo a PF.

Em março de 2020, Duque colocou tornozeleira eletrônica e deixou a prisão no Paraná rumo ao Rio de Janeiro. Ele ficou preso por cinco anos após investigações e condenações da Lava Jato.

A primeira pena contra Duque aconteceu em 2015, durante a 10ª fase da Lava Jato. Ele foi condenado por associação criminosa. A pena para o ex-diretor foi de 20 anos 8 meses. À época, ele estava preso no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Em menos de um ano, ele foi mais uma vez condenado, agora por corrupção passiva e lavagem de dinheiro: 20 anos de prisão, três meses e 10 dias, incialmente, em regime fechado. A decisão aconteceu durante a 14ª fase da Lava Jato.

O então juiz Sergio Moro afirmou, na ocasião, que houve pagamento de propina a funcionários da petrolífera, com destinação de recursos para financiamento político.

Com informações do G1

Exportações do agronegócio cresceram 8,8% em julho, para US$ 15,44 bilhões

As exportações do agronegócio brasileiro atingiram US$ 15,44 bilhões em julho, crescimento de 8,8% em base de comparação anual, estabelecendo novo recorde para o mês, aponta o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

De janeiro a julho, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 97,80 bilhões, incremento de 1% em relação ao mesmo intervalo de 2023. No período, o setor representou 49,3% do valor total das exportações do País.

No mês passado, os principais setores que contribuíram para esse resultado foram: soja, carnes, complexo sucroalcooleiro, produtos florestais e café. Juntos, eles representaram 82,5% das exportações do agronegócio em julho.

Os destaques desse resultado são: aumento nas exportações de soja em grãos para a China, que continua a ser o maior mercado para o produto brasileiro, além do crescimento expressivo de 19,2% nas exportações de carnes, com ênfase na carne bovina e suína.

As exportações de carne bovina, por exemplo, atingiram US$ 1,14 bilhão, um aumento de 34,0% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O volume exportado também foi recorde, com 265,7 mil toneladas, crescimento de 43,9% em comparação a julho de 2023. A China se destacou como o principal destino da carne bovina brasileira, respondendo por mais da metade do volume exportado, seguida pelos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e Filipinas

No acumulado dos últimos 12 meses, de agosto de 2023 a julho de 2024, as exportações do agronegócio brasileiro totalizaram US$ 167,41 bilhões, elevação de 3,2%.

Importações

As importações de produtos agropecuários também registraram crescimento em julho de 2024, subindo 25,4% e alcançando US$ 1,74 bilhão.

Além das importações de produtos agropecuários, houve aumento importações de insumos para o agronegócio: os fertilizantes, por exemplo, cresceram 22,5%, e de nutrição animal, que registrou um aumento de 12,4%, ambos considerados essenciais para a produção agropecuária.

Wilian Miron / Estadão Conteúdo

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