Investigado por tráfico de drogas tem mandado cumprido em Porto Seguro
As investigações foram iniciadas como desdobramento de duas ocorrências policiais, uma no dia 28 de junho, quando um homem foi conduzido por Policiais Militares para a DTE de Porto Seguro, portando drogas que alegou ser para uso próprio, e outra no dia 3 de julho, quando um suspeito armado fugiu logo após perceber a aproximação da guarnição, sendo encontrada farta quantidade de drogas, munições, celular e uma máquina de cartão.
Durante os trabalhos policiais foram colhidos indícios suficientes da autoria e materialidade, confirmando o envolvimento do homem com o tráfico de entorpecentes. Ele e seu irmão, que está sendo procurado, praticavam a modalidade delivery.
Logo após o cumprimento dos mandados de prisão e de busca domiciliar, expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Porto Seguro, o investigado realizou o exame de lesão corporal e está à disposição da audiência de custódia da Justiça.
Ascom-PCBA
Em menos de 12 horas, Polícia Civil apreende 18 celulares e prende procurado por roubo e extorsão em Feira de Santana
No bairro de Santo Antônio dos Prazeres, um homem foi preso após participar da subtração de uma motocicleta, cartões de crédito, mercadorias e R$ 120, além de exigir uma transferência bancária fazendo uso de ameaça. O suspeito foi alcançado após ser identificado pelas imagens de câmera de segurança de um estabelecimento comercial, logo depois, reconhecido pela vítima. O investigado, que está à disposição da Justiça no Complexo Policial do Sobradinho, foi autuado em flagrante pelos crimes de roubo e extorsão.
Já na localidade do Aviário, 18 aparelhos celulares que estavam em posse de um lojista foram apreendidos, após uma pessoa ser encontrada com um telefone roubado, a qual afirmou que teria comprado o produto com o flagranteado.
A delegada Luana Lorena Almeida, titular da 2ª DT/Feira de Santana, informou que os materiais passarão por perícia.
Ascom/ PCBA - Poliana Lima
PM apreende mais de 34kg de drogas em Itabuna
O material apreendido foi apresentado à Polícia Civil, onde a ocorrência foi formalizada.
Moraes decide investigar caso de mensagens e abre novo inquérito sigiloso; PF intima ex-assessor do TSE
Foto: Divulgação |
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Estudantes do CETEP Médio Rio das Contas apresentam projetos inovadores à prefeita Maria das Graças e agradecem apoio da gestão municipal
Caixa divulga resultado de concurso com vagas de nível superior
Foram oferecidas 50 vagas de nível superior, sendo 28 para médicos do trabalho e 22 para engenheiros de segurança do trabalho. Além dessas, entre vagas e cadastro de reserva, serão 2.000 vagas de técnico bancário novo para encarreiramento geral no banco, e 2.000 vagas para técnico bancário na área de TI (Tecnologia da Informação), todas de nível médio.
A remuneração inicial para carreiras profissionais de médico do trabalho e de engenheiro de segurança do trabalho é de R$ 11.186 e R$ 14.915, respectivamente.
Todos os empregados contarão com assistência à saúde, previdência complementar, participação nos lucros e resultados, auxílios alimentação e refeição, vale-transporte, auxílio-creche, possibilidade de ascensão profissional e acesso a ações de capacitação e desenvolvimento.
No Rio Grande do Sul, as provas ainda serão aplicadas em 29 de setembro. Os testes para o estado foram adiados devido à situação de calamidade pública.
MEI é saída para trabalhador demitido no Brasil, diz IBGE
Do total de 2,6 milhões de MEIs que se registraram em 2022, a maior parcela, de quase 1,7 milhão (63,4%), havia sido desligada de vagas prévias de trabalho formal, aponta o levantamento.
Desse montante de 1,7 milhão de demissões, mais da metade (1 milhão ou 60,7%) ocorreu por decisão do antigo empregador ou por justa causa.
Um grupo menor, de 412,9 mil (24,8%), havia sido desligado por vontade dos próprios empregados antes da migração para a figura de MEI. Término do antigo contrato de trabalho (12,8%) e outras causas (1,8%) completam a lista dos motivos das demissões.
Thiego Gonçalves Ferreira, analista da pesquisa do IBGE, afirmou que os resultados sinalizam uma busca pelo chamado empreendedorismo por necessidade.
A avaliação leva em conta o fato de que a maioria dos desligamentos ocorreu por decisão dos antigos empregadores, e não de quem recorreu à categoria de MEI.
O empreendedorismo por necessidade é visto como um caminho para quem está sob pressão e precisa encontrar com urgência uma fonte de renda.
“A literatura muitas vezes costuma relacionar o empreendedor por necessidade àquele que foi demitido e teve de abrir seu próprio empreendimento”, disse o técnico do IBGE.
De acordo com o instituto, 78% dos MEIs que se registraram em 2022 tinham experiência prévia no mercado de trabalho formal, o equivalente a 2,1 milhões de um total de 2,6 milhões.
Os dados integram a pesquisa batizada como Estatísticas dos Cadastros de Microempreendedores Individuais. O levantamento analisa registros administrativos e é considerado experimental pelo IBGE. Isso significa que o estudo ainda está em fase de testes e sob avaliação.
MEIs chegam a 14,6 milhões
Segundo a pesquisa, o número total de MEIs no Brasil cresceu 11,4% na
passagem de 2021 para 2022. O contingente aumentou de 13,1 milhões para
14,6 milhões.
A participação dos microempreendedores individuais, em relação ao total de trabalhadores ocupados com trabalho formal, variou de 19,1% para 18,8% no mesmo período. Apesar do leve recuo, o percentual mais recente ainda indica que 1 em cada 5 profissionais era MEI.
Dos 14,6 milhões de microempreendedores, 10,5 milhões (72,1%) tinham algum vínculo prévio de trabalho formal. Os outros 4,1 milhões (27,9%) não contavam com essa experiência.
Para se tornar MEI, o trabalhador precisa se enquadrar ao teto de faturamento anual de R$ 81 mil, entre outros requisitos, diz o IBGE.
A pesquisa aponta que o número de microempreendedores que, em paralelo, atuavam também como empregados subiu de 2 milhões em 2021 para 2,5 milhões em 2022. Essa parcela passou de 15% para 17,3% do total de MEIs no período.
Ainda de acordo com o IBGE, 38% dos microempreendedores exerciam suas atividades profissionais nos seus endereços de moradia. A média de idade da categoria era de 40,8 anos em 2022.
Do total de 10,5 milhões de MEIs com informações disponíveis sobre escolaridade, 13,5% tinham ensino superior completo (1,4 milhão).
Assim como no levantamento relativo a 2021, cabeleireiros e profissionais de outras atividades de tratamento de beleza lideraram o ranking das profissões com mais microempreendedores individuais. O grupo somou 1,3 milhão de MEIs, ou 9% do total.
Proposta que reduz prazo de inelegibilidade avança no Senado
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou nesta quarta-feira (21) um projeto de lei que reduz os prazos de inelegibilidade de políticos condenados pela Justiça Eleitoral ou cassados pelas casas legislativas.
O período de suspensão dos direitos políticos atualmente pode chegar a 15 anos, de acordo com critérios da Lei da Ficha Limpa. O projeto foi apresentado pela deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ) e aprovado pela Câmara.
O relator do projeto, senador Weverton Rocha (PDT-MA), definiu na proposta que o prazo de inelegibilidade será de oito anos para todos os casos.
O início da contagem poderá valer a partir da data de decisão que decreta a perda do mandato; da data da eleição na qual ocorreu a prática abusiva; da data da condenação; ou da data da renúncia do cargo. Isso será definido de acordo com os critérios da nova legislação.
Atualmente, o período começa a contar a partir do cumprimento da pena. Na prática, o projeto reduz o tempo em que políticos condenados ficam impedidos de disputar novas eleições.
Weverton ainda define que, nos casos em que o político for condenado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico ou político, a inelegibilidade só valerá se houver “comportamento apto a implicar a cassação de registro, de diploma ou de mandato”.
“Importa assinalar que o projeto prevê aplicação imediata das alterações promovidas quanto ao termo inicial e à contagem dos prazos de inelegibilidade, inclusive em relação a condenações e fatos pretéritos. Alcança, portanto, ex-mandatários que hoje se acham nessa condição”, diz o senador no relatório.
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) foi um dos poucos críticos à proposta. “A aprovação da Lei da Ficha Limpa foi um grande avanço para a democracia brasileira, pois foram fixados prazos mais rigorosos de inelegibilidade, voltados a proteger a moralidade para o exercício do mandato”, disse.
Nas eleições para as prefeituras, o projeto aumenta de quatro para seis meses o período de desincompatibilização de membros do Ministério Público e Defensoria Pública, de policiais, de militares e de pessoas que tenham ocupado cargos de direção em entidades representativas de classe.
“Quanto aos demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial, só haverá inelegibilidade, nos termos do PLP (projeto de lei complementar), quando o fato que deu causa à demissão for equiparado a ato de improbidade”, diz o relatório.
Bahia possui 81,43% de candidaturas negras e 34% de candidaturas femininas, de acordo com TSE
Para o cargo de Prefeito(a), na Bahia, 84% das candidaturas são masculinas (962) e 16% femininas (177); para Vice-Prefeito, são 920 homens (79%) e 239 mulheres ( 21%). Já para o Cargo de Vereador, o perfil de candidaturas é masculino (65%), com 21.145 pedidos de registros. As mulheres representam 35%, com 11.256 pedidos.
Quando consultado o filtro raça/sexo por cargo, os resultados obitdos são de 65,49% de candidatos a Prefeito e Prefeita negros, 71,09% a Vice-Prefeito e Vice-Prefeita e 82,36% a Vereador e Vereadora.
De acordo com a Resolução TSE 23.607/2019, os partidos devem distribuir o Fundo Especial de Financiamento de Campanha para candidaturas femininas e de pessoas negras nos seguintes percentuais: para as candidaturas femininas o percentual corresponderá à proporção dessas candidaturas em relação a soma das candidaturas masculinas e femininas do partido, não podendo ser inferior a 30%. Já para as candidaturas de pessoas negras o percentual corresponderá à proporção de mulheres negras e não negras do gênero feminino do partido; e homens negros e não negros do gênero masculino do partido.
A Lei 9.504/97 determina, em seu artigo 10, paráfrafo § 3o, que cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. A medida tornou-se obrigatória a partir da sanção da minirreforma eleitoral, em 2009.
Na Venezuela, cidadãos lamentam a morte de entes queridos e da democracia
Foto: The New York Times - 02.08.2024 |
Após eleições conturbadas, o líder autoritário Nicolás Maduro se declarou vencedor e ordenou repressão aos dissidentes.
Jeison
Gabriel España saiu de casa, em 28 de julho, para a primeira – e última
– eleição de sua vida tão breve. Um dia depois de votar para presidente
no pleito que uniu milhões de venezuelanos em um pedido de mudança, o
rapaz de 18 anos foi morto a tiros na rua.
O líder autoritário do país, Nicolás Maduro, primeiro se declarou vencedor, apesar da montanha de provas da vitória do candidato da oposição; depois, ordenou às forças de segurança que reprimissem os dissidentes.
“Por que mataram meu menino?”, soluçava a tia de España, que o criou, durante o enterro.
No momento, a Venezuela está de luto não só pelas 24 pessoas mortas em meio à violência das manifestações, mas também pelos últimos fiapos de democracia há muito vilipendiada. Os pequenos espaços que ainda existiam para a resistência estão sumindo de um dia para o outro, se não de uma hora para a outra, com o presidente enfurecido massacrando o eleitorado que tentou desbancá-lo.
Foto: The New York Times - 02.08.2024 |
Durante muitos anos, as famílias venezuelanas separadas pela imigração acreditaram que um dia voltariam a se reunir em uma nação melhorada, mesmo que não integralmente democrática, mas depois da última eleição muitos enterraram esse ideal. “Jamais voltarei. A Venezuela virou meu pior pesadelo”, disse uma cientista de dados que mora no Chile, pedindo que seu nome não fosse publicado porque sua mãe e outros parentes continuam em sua terra natal.
Na capital, Caracas, a polícia montou postos de verificação para checar celulares, à procura de qualquer sinal de dissidência. As casas de supostos eleitores da oposição começaram a ser marcadas com um “x” em tinta preta. As forças de segurança têm ordens de deter qualquer um até pelo menor sinal de descontentamento.
Antes, eram apenas os ativistas que corriam risco de prisão, mas mais de 1.400 pessoas foram detidas nas últimas semanas, de acordo com o grupo de fiscalização Penal Forum. Destas, a maioria é gente comum, e mais de cem são menores de idade. As autoridades estão cancelando o passaporte de ativistas de direitos humanos e outros, impedindo-os de sair do país. Muitos jornalistas, depois de receber avisos de que estão sendo vigiados pela espionagem oficial, começaram a fugir.
Em 17 de agosto, no estado de Zulia, membros da Guarda Nacional saíram levando um padre na frente da congregação. “Cristo, príncipe da paz!”, cantavam os fiéis, ajoelhados, enquanto ele desaparecia de vista. Durante muito tempo, o governo evitou prender figuras religiosas.
Os líderes da oposição, Edmundo González e María Corina Machado, tentam manter um clima de otimismo. Embora as aparições públicas de ambos tenham sido raras desde as eleições, eles não foram detidos.
Nesse mesmo dia, como parte do movimento de apoio global, centenas de pessoas se reuniram em Caracas, apesar do destacamento de milhares de policiais pela cidade. “Não temos medo!”, gritavam os manifestantes, muitos exibindo cópias das atas de votação geradas pelos equipamentos oficiais. https://noticias.r7.com/record-news/video/quem-garante-maduro-no-poder-especialista-fala-sobre-apoio-do-exercito-venezuelano-15082024/
Machado estava lá, discursando em cima de um caminhão; já González não apareceu. Quem participa desses eventos corre grande risco de ser preso – tanto líderes quanto apoiadores –, e não se sabe quanto tempo vão durar. No geral, o clima é de censura. “Liberdade!”, ousaram gritar duas pessoas na passagem da procissão do funeral de Olinger Montaño, barbeiro de 24 anos que morreu no mesmo dia que España.
Mais que depressa, as pessoas à volta pediram silêncio. No cemitério, com a mãe de Montaño soluçando sobre o caixão do filho, ninguém pediu justiça ou se aventurou a levantar a bandeira nacional. “Hoje foi ele; amanhã pode ser qualquer um de nós”, comentou um amigo.
Risco de prisão
O “The New York Times” compareceu ao enterro e analisou o atestado de óbito de cinco jovens mortos em protestos nos dias posteriores à eleição, além de entrevistar os familiares de vários outros. Para protegê-los, o jornal decidiu omitir o nome dos entrevistados para este artigo.
Maduro duvidou publicamente da veracidade dessas mortes. Tarek William Saab, procurador-geral e aliado político do presidente, afirmou que não eram vítimas, mas sim atores. “Os caras caem e jogam ketchup em cima”, comentou em uma coletiva recente, assegurando que o governo vai encontrar e prender aqueles que “fingiram” a própria morte.
The New York Times - 02.08.2024 |
España não conheceu outro governo a não ser o do movimento socialista que assumiu o poder em 1999. Seus pais morreram quando ainda era garoto, por isso foi criado pela tia. Embora os dois vivessem em dificuldades em uma área pobre da capital, ele não queria imigrar, como milhões de venezuelanos tinham feito; preferia votar.
Um dia depois da eleição, saiu com os vizinhos para protestar pela primeira vez na vida, como contou a tia. Maduro, porém, já tinha enviado as tropas e gangues aliadas, os chamados “colectivos”, para as ruas. Naquela noite, ela recebeu um telefonema de alguém que lhe disse que o sobrinho tinha sido morto com um único tiro no peito, como descreve o atestado de óbito. Não se sabe quem o matou.
Maduro,
no poder desde 2013, disputou a eleição de 28 de julho contra González,
ex-diplomata pouco conhecido que contava com o apoio de Machado, líder
oposicionista muito popular. Há muito, o presidente promove o pleito
para dar um ar de legitimidade ao seu governo autoritário, sempre
manipulando o sistema a seu favor. https://record.r7.com/hoje-em-dia/video/lula-diz-que-nao-reconhece-reeleicao-de-nicolas-maduro-16082024/
Conforme a data da eleição ia se aproximando, poucos acreditavam que ele viesse a ceder o poder, perdendo ou não. Os EUA ofereceram uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que levassem à sua captura, e o Tribunal Internacional de Crimes de Guerra o investiga por crimes contra a humanidade, o que o torna vulnerável se deixar o cargo.
Apesar disso, o apoio maciço ao movimento liderado por González e Machado acendeu uma chama de esperança para muitos que contavam com um milagre. E se Maduro admitisse a derrota e fugisse para um país amigo? Com a votação encerrada, Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Legislativa e poderoso aliado do presidente, apareceu na TV. “Não podemos falar de resultados, mas podemos nos mostrar a vocês”, disse ele, com um sorriso largo.
O governo afirma que Maduro conquistou 52 por cento dos votos válidos, mas não exibiu provas para embasar a alegação; a oposição, que reuniu as contagens impressas de mais de 80 por cento das urnas e postou tudo na internet, garante que González ganhou com 67 por cento dos votos. A atitude do presidente foi amplamente condenada, pois até os analistas políticos mais conservadores afirmam que houve roubo, puro e simples.
Os EUA reconhecem González como o vencedor; a União Europeia e os vizinhos Colômbia e Brasil não consideram Maduro como vencedor. Já o relatório da ONU, publicado em 13 de agosto, concluiu que o tribunal eleitoral do país “não obedece às medidas básicas de transparência e integridade essenciais para a promoção de eleições confiáveis”. Para piorar, é pouco provável que o Estado aponte os responsáveis pelas mortes cometidas durante as manifestações, já que crimes semelhantes perpetrados em circunstâncias parecidas não foram punidos.
Eleições violentas
The New York Times - 02.08.2024 |
Dorián Rondón, de 22 anos, saiu de casa, em Caracas, com o irmão mais novo e dois primos para os protestos de 29 de julho. Por volta das dez da noite, em meio à nuvem de gás lacrimogên eo e aos disparos, o grupo o perdeu de vista. O irmão passou praticamente a noite toda à sua procura até que, por volta de meio-dia do dia seguinte, uma foto do corpo do rapaz sobre uns arbustos, ainda de mochila, começou a circular entre as mensagens de texto de sua comunidade.
Segundo o atestado de óbito, ele foi vítima de uma bala que lhe perfurou o pulmão. No velório, sua mãe confessou estar com tanto ódio que mal conseguia chorar. “Minha esperança agora é conseguir fugir com o mais novo.”
O novo mandato só terá início em janeiro e, por isso, os representantes norte-americanos, colombianos e brasileiros estão tentando usar o intervalo atual para tentar negociar com Maduro. O objetivo é convencê-lo a deixar o cargo, selar um acordo de compartilhamento do poder com a oposição ou pelo menos concordar em proporcionar condições mais democráticas para as eleições municipais e legislativas do ano que vem. Entretanto, todos se mostram céticos em relação a qualquer tipo de mudança.
The New York Times - 02.08.2024 |
Longe de Caracas, em uma região do extremo ocidente do país, um grupo de alunos levava o corpo de Isaías Fuenmayor, disposto em um caixão diminuto.
Com 15 anos, ele é uma das vítimas mais jovens dos tumultos pós-eleição, a ponto de nem ter idade para votar. Sua mãe não parava de chorar no caminho para o cemitério. Ela disse que o garoto nem tinha participado da manifestação. “Ele cruzou com os manifestantes depois de ter saído do ensaio para uma festa de aniversário e então foi morto.” O atestado de óbito diz que ele levou um tiro no pescoço.
Os amigos e vizinhos fizeram três cartazes para acompanhar a cerimônia fúnebre. O primeiro dizia: “Roubaram os sonhos de Isaías”; o segundo, “Isaías, jamais o esqueceremos”; já o terceiro ousava fazer um pedido: “Justiça por Isaías.”
c. 2024 The New York Times Company
Reunião tensa sobre emendas teve queixa de Lira sobre dobradinha Planalto-STF
Ministros do STF, Rui Costa, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco participam de reunião sobre emendas na sede do Supremo.
Representaram o governo federal os ministros Rui Costa (Casa Civil), que é o chefe da JEO (Junta de Execução Orçamentária), e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).
Segundo um participante, o encontro foi “tudo menos tranquilo”. De acordo com essa autoridade, a todo momento algum participante rebatia o que o outro falava. Na sua primeira intervenção, Lira afirmou que a sociedade e a imprensa estavam dizendo que o placar do encontro era 2 a 1 ou 14 a 2, em alusão a uma suposta dobradinha entre os Poderes Judiciário e o Executivo nas decisões que brecaram os repasses das emendas parlamentares.
Ele então afirmou que representa 513 deputados e que, portanto, não estava sozinho na reunião. Há uma avaliação entre os parlamentares que representantes do governo Lula tiveram participação nas decisões do ministro Flávio Dino, do STF, e que depois foram chanceladas pelo plenário da corte, suspendendo o pagamento de emendas.
Dino é aliado de Lula, foi ministro de seu governo e, depois, indicado pelo petista para ocupar uma cadeira do STF.
Essa suposta dobradinha também foi tema de conversa entre Lira e o próprio presidente Lula, na noite de segunda (19) no Palácio do Planalto. De acordo com relatos que Lira fez a aliados, a certa altura do encontro o petista afirmou ao parlamentar que não tinha tido envolvimento com as decisões de Dino. Lira, por sua vez, disse que era preciso que a solução para o impasse passasse pelo Legislativo.
De acordo com participantes do encontro desta terça, que ocorreu na presidência do STF, em mais de uma ocasião Dino disse que era preciso acabar com a “rachadinha” das emendas de bancada, modalidade em que parlamentares de cada estado definem prioridades para suas regiões.
Rui Costa também fez referência a esse termo. Isso provocou reações imediatas tanto do Lira como de Pacheco. O presidente da Câmara afirmou de maneira enérgica que rejeitava o uso da expressão “rachadinha” para tratar da emenda.
Em outro momento, Rui Costa disse que o esforço dos três Poderes era necessário para evitar o efeito “aerosol”, de pulverização de recursos. Na avaliação de membros do governo, o presidente da Câmara não gostou do resultado do encontro e, por isso, deixou o STF mais cedo do que os demais participantes.
Coube a Barroso conduzir a discussão. O ministro foi submetendo os tipos de emendas ao debate ponto a ponto enquanto um auxiliar escrevia os relatos.
Ao final da reunião, a cúpula do Congresso, ministros do STF e integrantes do governo federal divulgaram uma nota anunciando um acordo para atenuar a crise envolvendo as emendas. Apesar disso, esse acerto ainda dependerá de novos critérios para confirmar a liberação das verbas.
Ficou definido que os repasses poderão ser retomados após a fixação de diretrizes para garantir mais transparência aos recursos num prazo de dez dias.
Um dos pontos acordados prevê a manutenção das chamadas emendas Pix, recursos que vão direto do governo federal para os caixas dos municípios, inclusive com seu caráter impositivo. No entanto, as partes chegaram ao acordo de que era preciso haver a identificação antecipada do objeto da emenda e prioridade para obras inacabadas, além da prestação de contas ao TCU (Tribunal de Contas da União).
Em relação às demais emendas individuais, os três Poderes decidiram manter a sua impositividade, mas haverá uma regulação sobre os critérios objetivos sobre impedimentos de ordem técnica. Esses parâmetros deverão ser estabelecidos por meio de um diálogo entre Executivo e Legislativo, que devem chegar a um consenso em até dez dias.
As emendas de bancada serão destinadas a projetos estruturantes de cada estado e do Distrito Federal, de acordo com a definição da bancada daquela unidade da Federação. Nesse caso, é vedada a individualização.
Por último, as emendas de comissão serão destinadas a projetos de interesse nacional ou regional. Esses projetos serão definidos em comum acordo entre Legislativo e Executivo, mas os procedimentos mais precisos ainda serão estabelecidos.
Mercado eleva a aposta de alta na Selic e fala em elevação já em setembro
Levantamento da Folha com 24 instituições mostra que 6 esperam uma primeira elevação da Selic em setembro, quando ocorre o próximo encontro do colegiado do BC. Na mesa das apostas, já há instituições projetando alta de 0,5 ponto percentual nos juros no próximo mês.
Embora esse movimento ainda seja minoritário, com a maioria esperando manutenção da Selic em 10,50% até o fim do ano, e nenhuma das casas esperando corte da taxa, muitas instituições consultadas pela reportagem disseram que estão em processo da reavaliação das projeções. Algumas delas até preferiram não participar da estatística neste momento.
Além disso, declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta terça-feira (20) deixaram o cenário ainda mais incerto.
Com a deterioração nas projeções para a inflação, percepção de risco para as contas públicas e alta do dólar, alguns analistas já vinham projetando um novo ciclo de elevação na política monetária.
Mas depois de a ata da última reunião de juros do BC apontar a possibilidade de uma nova elevação da taxa Selic, em uma decisão unânime da diretoria, houve um movimento maior de revisão das expectativas.
Essa mudança nas projeções foi ampliada após Gabriel Galípolo, nome dado como certo entre políticos e o mercado para assumir a presidência da autarquia a partir de 2025, reforçar no início deste mês que a alta de juros estava na mesa do Copom.
Nesta semana, o BTG Pactual e a XP chamaram atenção do mercado ao mudar suas estimativas para a Selic, apostando em uma alta já em setembro.
“Posteriormente [à ata do Copom], a comunicação dos membros do comitê após o período de silêncio tornou esse risco claramente mais evidente. As opiniões do diretor Gabriel Galípolo, em especial, do presidente [do BC] Roberto Campos Neto e do diretor Diogo Guillen nos últimos dias foram dignas de nota”, disseram os analista do BTG em relatório publicado na segunda-feira (19).
O banco acredita que uma elevação total de 1,5 ponto percentual em um próximo ciclo de alta da Selic é possível. Para setembro, o BTG diz preferir traçar um nível mais modesto de subida dos juros em 0,25 ponto. Depois, o banco aposta em mais duas altas de 0,5 neste ano e um movimento final de elevação de 0,25 pontos percentuais no início do próximo ano.
“Acreditamos que um ajuste agora tenderia, inclusive, a favorecer cenários mais sustentáveis para a flexibilização da política monetária em 2025, ao passo que endereçar um cenário de inflação mais deteriorado, com mais expectativas desancoradas [distantes da meta de inflação], seria mais complicado mais tarde”, diz a instituição.
A projeção do BTG é a mesma da XP. “Acreditamos que o comitê optará por um ciclo mais rápido, pois esta seria uma estratégia melhor, tanto por razões técnicas como políticas”, disseram os analistas da corretora.
Os dados fortes de atividade econômica e de mercado de trabalho no Brasil, além da resiliência do consumo pela população, têm sido citados pelo Copom para justificar o distanciamento entre as expectativas de inflação e a meta (fixada em 3% ao ano, com teto de 4,5%).
Apesar de a inflação corrente ter apresentado melhoras em meses passados, agora o índice oficial de preços do Brasil está batendo o teto, no acumulado dos últimos 12 meses. O IPCA em um ano acelerou a 4,5% até julho, após registrar 4,23% até junho.
Grandes bancos que não alteraram suas projeções disseram em relatórios publicados recentemente que enxergam uma maior possibilidade de elevação dos juros agora, mesmo com uma melhora no câmbio brasileiro visto nos últimos dias, em parte pela postura mais dura do BC em querer controlar a inflação.
A apreciação da moeda brasileira “pode reduzir pressão sobre as projeções [de inflação]… mas o fluxo de dados reforça risco para a nossa aposta de estabilidade da Selic”, disse o JPMorgan no última sexta-feira (16).
“Mantemos a nossa projeção de Selic em 10,50% ao ano até o final de 2025, por ora. Mas, com riscos maiores, graus de liberdade estão diminuindo”, disse o Itaú em relatório publicado neste mês.
Nos modelos apresentados pelo banco, em caso de dólar a R$ 5,55 (agora está valendo cerca de R$ 5,50), o IPCA no primeiro trimestre de 2026 (horizonte relevante para o BC) estaria em 3,2% com uma Selic constante em 10,50%. Para trazer a inflação à meta, os juros precisariam subir para 11%.
Para o Bradesco, com a depreciação do real ante o dólar em um processo que começou em junho, não é mais possível contestar uma alta de juros, “diante de uma economia inequivocamente aquecida”. Paradoxalmente, porém, a equipe de análise do banco acredita que, “ao reafirmar seu compromisso com a meta de inflação, aumentam as chances de o Copom conseguir evitar uma alta de juros”.