Não se constrói uma democracia sem a imprensa livre e responsável, diz presidente do TSE

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, abriu, na tarde desta quinta-feira (21), no Alright Summit, realizado no auditório SESI Lab, em Brasília (DF), o painel “A mentira destrói seu voto”. Na palestra, ela fez duras críticas à divulgação de conteúdos falsos, lamentou o que chamou de algoritmo de ódio, falou sobre a importância de a desinformação, as mentiras e as ficções serem enfrentadas, bem como destacou que o papel da imprensa profissional é ainda maior durante o processo eleitoral.  

“Tenho repetido, há muito tempo, desde a primeira vez em que fui juíza eleitoral no Tribunal Superior Eleitoral, que não se constrói uma democracia, evidentemente, sem uma imprensa livre, comprometida e responsável”, afirmou.  

A ministra lembrou que as tecnologias oferecem uma onda gigantesca de informações às pessoas, em uma velocidade que pode atrapalhar o discernimento sobre o que é real e sobre o que é falso, “exatamente porque hoje todas as pessoas recebem, nas suas telas de celular, de iPad, de televisões e em todo o tipo de tela, um volume de dados que é de tal maneira vultoso que não dá para ninguém raciocinar”. 

Cármen Lúcia ressaltou, entretanto, ser uma defensora implacável da tecnologia. “Eu não sou, em nenhum momento, alguém que acha que a tecnologia não deveria ter sido criada. Eu acho que ela tem que ser bem utilizada e em benefício do ser humano”, enfatizou.  

Confira o vídeo da íntegra do evento 

Campanha 

A ministra também falou sobre a campanha do TSE em parceria com Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e outras 11 instituições da área de Comunicação, a qual tem como lema “Jornalismo é confiável, fala nossa língua, protege da desinformação e fortalece a democracia”. “É por isso que, para explicar como a mentira destrói seu voto, nós sempre pensamos em conversar diretamente com cada eleitora e cada eleitor brasileiro”, explicou.    

A iniciativa conta com duas cartilhas em formato playbook – uma para eleitoras e eleitores e outra para jornalistas – com linguagem adaptada para atender às diferentes regiões do país e alcançar um público mais amplo.   

A cartilha Como Funciona o TSE para os Eleitores oferece todas as informações necessárias para antes, durante e depois do voto. Entre outros assuntos, o material aborda:  

  • as atribuições do Tribunal nas eleições, a segurança do voto e sua importância para a democracia; 
  • a relação do TSE com a eleitora e o eleitor; 
  • o papel das mesárias e dos mesários; 
  • a segurança das urnas eletrônicas; e 
  • informações sobre como proceder em situações adversas, denunciar irregularidades e checar notícias falsas por meio da página Fato ou Boato do TSE. 

Destacam-se, também, as ações de acessibilidade e diversidade, a história das urnas eletrônicas e um passo a passo para votar e acompanhar a apuração dos votos. A cartilha inclui ainda um glossário com termos técnicos e suas explicações. 

Já a cartilha Como Funciona o TSE para os Jornalistas detalha o funcionamento do Tribunal durante o processo eleitoral, com o objetivo de auxiliar os profissionais de imprensa na cobertura do pleito. A publicação explica o sistema de tramitação de processos e de julgamentos e o papel do TSE nas eleições, assim como os sistemas usados para garantir a organização, a transparência e a segurança do processo. 

Além disso, o material elenca as principais decisões recentes do TSE que regulamentam aspectos específicos da legislação eleitoral, como: 

  • fraude à cota de gênero; 
  • regras para o uso de inteligência artificial;  
  • e proibição de conteúdos manipulados na propaganda eleitoral.  

Por fim, aborda as ações do Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação (PPED), criado em 2019 para minimizar os efeitos das notícias falsas sobre as urnas eletrônicas. 

Evento  

O Alright Summit é um evento organizado pela Alright, rede de publicidade digital do Brasil que reúne mais de 40 portais de norte a sul do país para debater desinformação, mercado de anunciantes e novas tecnologias.  

Ao longo do dia, foram debatidos vários temas, como perspectivas de mulheres no jornalismo digital, transformação digital dos veículos de comunicação, colaboração no jornalismo hiperlocal, inteligência artificial e cultura da experimentação.     

MC, JP/LC, DB 

Arrecadação federal soma R$ 231 bilhões em julho e bate mais um recorde

O governo federal arrecadou R$ 231 bilhões no mês de julho, uma alta real de 9,55% em julho ante igual mês de 2023. O desempenho é mais uma vez recorde para o período em toda a série histórica, iniciada em 1995.

O resultado mensal vem superando suas marcas desde dezembro de 2023, ou seja, foi o 8º mês seguido de recordes.

No acumulado dos sete primeiros meses de 2024, as receitas federais somaram R$ 1,5 trilhão, o que representa um avanço de 9,15% acima da inflação. O desempenho também é recorde.

Além disso, a alta demonstra uma leve aceleração em relação ao acumulado nos meses anteriores, quando o aumento estava na casa dos 8%.

Os dados foram divulgados pela Receita Federal nesta quinta-feira (22).

Segundo o órgão, quase todos os tributos tiveram melhor desempenho em julho de 2024. Uma das principais fontes de arrecadação do governo, o PIS/Cofins alcançou R$ 45,3 bilhões, uma alta real de 21,92% em relação a igual mês de 2023.

As receitas previdenciárias, por sua vez, chegaram a R$ 53,6 bilhões, acréscimo de 5,94% acima da inflação no período.

Os recolhimentos de IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) também subiram a R$ 52,15 bilhões, alta real de 6,09% ante julho de 2023.

Idiana Tomazelli/Folhapress

Congresso promulga PEC que anistia partidos políticos de multas nesta quinta-feira

O Congresso Nacional promulga nesta quinta-feira, 22, às 15h30, a emenda constitucional que estipula o repasse de 30% dos recursos de campanha para candidatos pretos e pardos. O texto também prevê um programa de refinanciamento de dívidas dos partidos políticos e o perdão de multas por descumprimento de cotas de raça, desde que os recursos sejam aplicados nas próximas quatro eleições.

A emenda ficou conhecida, durante sua tramitação no Legislativo, como PEC da Anistia. A proposta, na prática, reduz o porcentual de repasse para os candidatos pretos e pardos. Pela regra atual, essa fatia deve ser proporcional ao número de candidatos negros, conforme definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e chancelado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ou seja, se a proporção de candidatos negros é de 50% em relação ao número total de candidatos, o repasse global deve ser de 50% para pessoas pretas e pardas, como ocorreu em 2022.

Pelo texto aprovado no Congresso, esse repasse será de 30%. “Dos recursos oriundos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) destinados às campanhas eleitorais, os partidos políticos devem, obrigatoriamente, aplicar 30% (trinta por cento) às candidaturas de pessoas pretas e pardas nas circunscrições que melhor atendam aos interesses e estratégias partidárias”, define o texto aprovado pelos deputados e pelos senadores.

Além disso, a emenda constitucional que será promulgada pelos congressistas nesta quinta-feira também considera que eventuais descumprimentos das cotas raciais nas eleições passadas devem ser desconsiderados, desde que, nas próximas quatro eleições, os partidos políticos compensem essa diferença. Por se tratar de uma emenda constitucional, as mudanças por ela impostas não estão sujeitas à regra da anualidade (que prevê que, para a previsibilidade das eleições, qualquer lei que altere as regras eleitorais só podem ser aplicadas se forem aprovadas com mais de um ano de antecedência).

Com isso, o que na prática pode significar uma redução no repasse se aplica a partir das eleições deste ano. O texto também cria um programa de refinanciamento dos débitos dos partidos, com isenção de juros e multa, aplicada apenas a correção monetária dos valores ao longo do tempo. As dívidas previdenciárias poderão ser parceladas em até 60 meses (ou seja, cinco anos) e as demais pendências, em 180 meses (ou seja, 15 anos). Os recursos do fundo partidário, usado para a manutenção da estrutura dos partidos, poderão ser utilizados para pagar essas dívidas.

Gabriel Hirabahasi/Estadão Conteúdo

Lucro da Caixa cresce 27%, para R$ 3,3 bilhões, no 2º trimestre

Nesta quarta-feira (21), a Caixa Econômica Federal anunciou um lucro líquido recorrente de R$ 3,3 bilhões no segundo trimestre deste ano. O resultado é 27,3% maior que o registrado no mesmo período do ano passado e 14% acima do visto nos três meses anteriores.

A margem financeira do banco estatal somou R$ 15,5 bilhões no segundo trimestre de 2024, crescimentos de 4,1% em 12 meses e de 1,3% no trimestre.

O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido), que mede a rentabilidade do banco, teve uma alta anual de 1,78 ponto percentual e foi para 9,54%.

O resultado da Caixa é fruto de uma alta nas concessões de crédito em meio à queda na inadimplência. Em junho, a carteira de crédito total da instituição estava com um saldo de R$ 1,175 trilhão, crescimento de 10,6% sobre junho de 2023.

Só no segundo trimestre, foram concedidos R$ 159,1 bilhões em crédito total, aumento de 20%
em comparação com o mesmo período do ano anterior.

O crédito imobiliário, carro-chefe do banco, cresceu 14,8% no mesmo intervalo, somando R$ 783,6 bilhões. Já o agronegócio teve alta de 19,5% (R$ 59 bilhões), e saneamento e infraestrutura, de 3,4% (R$ 101,8 bilhões). Para o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), por exemplo, foram R$ 6 bilhões entre abril e junho.

Já a carteira de crédito para empresas cresceu 2,9% para R$ 97,9 bilhões. Segundo o banco, o foco segue em Micro e Pequenas Empresas. Pelo Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) foram concedidos R$ 1,6 bilhão em empréstimos no trimestre em questão.

O saldo de concessões a pessoas físicas fugiu à tendência e caiu 2,5% em relação ao segundo trimestre de 2023, com R$ 132,4 bilhões. A maior parte desses contratos é de crédito consignado, com R$ 101,2 bilhões de saldo.

Assim como os pares no setor, a inadimplência da Caixa segue em queda. Em junho, os atrasos acima de 90 dias eram 2,2% do total da carteira, reduções de 0,59 ponto percentual em relação a junho de 2023 e de 0,14 ponto percentual quando comparado a março de 2024.

Para cobrir possíveis calotes, a Caixa provisionou R$ 4,4 bilhões no segundo trimestre, 7,4% a menos que no ano anterior.

Como a carteira de crédito da estatal tem 92,5% de seu saldo com garantias, dado o crédito imobiliário, sua provisão é menor que a dos demais bancos.

As receitas de prestação de serviços, por sua vez, alcançaram R$ 6,8 bilhões, alta anual de 6,5% e trimestral de 1,9% no trimestre. As loterias pesaram nessa alta, com arrecadação de R$ 6 bilhões, crescimento de 16% em 12 meses.

Já as despesas administrativas totalizaram R$ 10,8 bilhões, crescimento de 9,3% em 12 meses e redução de 5,7% no trimestre, impactadas pelo PDV (Programa de Demissão Voluntária) em curso.

Júlia Moura/Folhapress

Pacheco elevou o tom com ministros do STF em divergência sobre emendas impositivas

A discussão sobre o caráter impositivo de emendas parlamentares foi um dos pontos mais sensíveis na reunião entre representantes dos três Poderes realizada na sede do STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília, na terça-feira (20).

O tema fez com que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), abandonasse sua postura mais comedida e elevasse o tom. Nas palavras de um ministro do Supremo, o parlamentar foi tão assertivo quanto o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), costuma ser.

Durante o encontro, marcado por um clima de tensão, o alagoano disse saber que as pessoas não apreciavam o seu “estilo direto”. Pacheco, por outro lado, surpreendeu ao afirmar que não abriria mão na discussão sobre a execução de emendas impositivas, uma vez que já tinha cedido em outros pontos.

As emendas impositivas são aquelas em que o governo é obrigado a executar os recursos. No Congresso, elas contemplam as emendas de bancadas, as de transferência especial, conhecidas como “emendas Pix”, e as individuais com finalidade definida.

O impasse na reunião girou em torno de um trecho da decisão liminar do ministro Flávio Dino que suspendeu, na semana passada, o pagamento dos recursos até que o Congresso edite novas regras mais transparentes.

Na ocasião, o magistrado afirmou que “a liberação e execução das emendas parlamentares impositivas” depende “da imperativa observância dos requisitos de ordem técnica”, citando metas fiscais e limites de despesas. A menção à necessidade de critérios técnicos teria acirrado o impasse.

Dino defendeu que a impositividade não é absoluta e que sua decisão seguia a letra da Constituição. O ministro ainda sustentou que com o dinheiro privado é possível fazer o que se desejar, inclusive jogá-lo fora, mas que o mesmo não ocorre com o dinheiro público.

Apesar das divergências entre magistrados, Pacheco e Lira, ao final da reunião os participantes divulgaram uma nota anunciando um acordo para atenuar a crise.

Um dos pontos acertados prevê a manutenção das emendas Pix, recursos que vão direto do governo federal para os caixas dos municípios, inclusive com seu caráter impositivo.

No entanto, as partes chegaram ao consenso de que é preciso haver a identificação antecipada do objeto da emenda e prioridade para obras inacabadas, além da prestação de contas ao TCU (Tribunal de Contas da União).

Em relação às demais emendas individuais, os Poderes decidiram manter a sua impositividade, mas haverá uma regulação sobre os critérios objetivos sobre impedimentos de ordem técnica —como demandou Dino. Uma proposta para garantir mais transparência aos recursos deverá ser apresentada em dez dias.

A coluna apurou que uma ala do Supremo rejeita a tese de que o acordo firmado na terça-feira tenha sido leniente com o Congresso e com a forma como as emendas parlamentares têm sido executadas.

Essa mesma ala lembra que os termos que serão propostos nos próximos dias não necessariamente têm que ser aceitos pelo plenário da corte, que analisará o mérito da questão após as decisões de Dino.

Bianka Vieira/Folhapress

Considerado ‘mito’ por aliados, Jerônimo é hoje o nome certo do governo para 2026, por Raul Monteiro*

Apesar das críticas, na própria base, a um alegado desencanto do governador Jerônimo Rodrigues (PT) com tarefas específicas da gestão, as quais parecem ter sido delegadas em boa medida a uma equipe em cuja eficiência nem todos confiam no governo, não há a menor sustentação para a tese de que ele poderia abrir mão de concorrer à reeleição, em 2026. Simplesmente, porque os números apresentados pelas pesquisas não mentem e, de fato, o governador da Bahia é considerado um ‘pop star’ pelos aliados, a partir do que eles assistem de sua performance em eventos, na capital e no interior.

O termo que os políticos usam para Jerônimo é o de que é uma figura carismática. Por causa da simplicidade e da capacidade de puxar para perto quem dele se aproxime, não importa a coloração ideológica nem o lado político, ele vai conquistando todo mundo. Neste particular, o governador é uma figura diferenciada, especialmente em relação a seus antecessores, o hoje senador Jaques Wagner (PT), cuja simpatia sempre foi muito limitada pela timidez, e o atual ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), que nunca teve na facilidade de se relacionar exatamente uma qualidade.

Além disso, Jerônimo teria aprendido, durante a própria campanha ao governo, a se aproximar diretamente dos prefeitos, recurso que o então governador Rui Costa utilizou, de emergência, para fortalecer sua candidatura nos municípios. O modelo ele guardou para a atuação política e passou a utilizar para chegar junto da própria classe, especialmente no interior. Hoje, segundo os aliados, virou uma referência para os prefeitos, que, de acordo com os mais variados relatos, simplesmente desenvolveram uma verdadeira adoração pelo governador do Estado, a ponto de muitos o chamarem – sem provocação – também de ‘mito’.

É verdade que, com o novo estilo, Jerônimo praticamente alijou, do papel de aproximar as lideranças municipais do poder estadual, os deputados, destacadamente, os estaduais, cuja força, na maior parte do tempo, sempre residiu na capacidade de resolverem as demandas das bases junto ao governador de plantão. Hoje, eles vêm uma tarefa que sempre lhes deu prestígio e relevância, de intermediar pedidos apresentados por prefeitos e vereadores, praticamente esvaziada em decorrência do perfil de um governador que, como diz a canção, não se preocupa em ir aonde o povo está.

Outro fator que torna Jerônimo o único nome definido na chapa governista de 2026, ao lado do de Wagner, como o próprio senador fez questão de assinalar tempos atrás, é o isolamento, que muitos dizem ser deliberado, enquanto outros assinalam ser uma consequência natural de seu comportamento, do ministro Rui. Nem que quisesse, dizem petistas, assim como deputados acostumados à cozinha do partido e mesmo do Palácio de Ondina, Rui teria força para impedir Jerônimo de concorrer a mais um mandato, mesmo que sua popularidade, no ano da eleição, estivesse muito abaixo do patamar em que se encontra hoje.

*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro*

PF e BPFRON apreendem 504 kg de maconha em Guaíra/PR

Guaíra/PR. A Polícia Federal, em ação conjunta com policiais militares do BPFRON, realizou nesta quinta-feira (22/8) patrulhamento na área rural de Guaíra, quando a equipe encontrou diversos volumes de maconha escondidos em uma região de mata. A droga foi apreendida e pesada, totalizando aproximadamente 504 kg. Buscas foram realizadas no local e nenhuma pessoa foi encontrada.

Todo material apreendido foi encaminhados para a Delegacia da Polícia Federal em Guaíra/PR para os procedimento subsequentes.

Comunicação Social da Polícia Federal

Ipiaú: Laryssa é recebida com abraços e entusiasmo por moradores no bairro ACM

Na noite dessa quarta-feira, 21, o bairro ACM foi o local onde houve uma calorosa recepção para a candidata a prefeita de Ipiaú, Laryssa Dias. Acompanhada de seu candidato a vice-prefeito, Orlando Santos, da prefeita Maria das Graças e de apoiadores, Laryssa foi recebida com abraços, palavras de aprovação e muita esperança dos moradores, que veem nela a futura prefeita do município.
Durante a visita, Laryssa e sua comitiva puderam conferir de perto a recente reforma do campo de futebol do bairro, um espaço fundamental para a prática esportiva local. No momento da visita, o campo era utilizado por jovens jogadores que, enquanto se dedicavam a uma partida de futebol, aproveitaram para expressar sua gratidão pela revitalização do espaço e também para compartilhar sugestões sobre como o esporte pode ser ainda mais incentivado na comunidade.
Em um ambiente marcado pela energia positiva e pela interação direta com os moradores, Laryssa destacou a importância de ouvir as necessidades e demandas da população. "Nosso compromisso é continuar investindo no bem-estar da nossa juventude e em espaços que promovam a saúde e a integração social", afirmou a candidata, reforçando seu compromisso com a melhoria contínua de Ipiaú.

Polícia baiana aumenta em 9% o número de armas de fogo apreendidas

 Operações de combate ao crime organizado retiraram das ruas 3.460 armas entre janeiro e julho de 2024. 

O trabalho das Forças da Segurança da Bahia no combate às organizações criminosas resultou no aumento de 9% das apreensões de armas de fogo. Operações retiraram das ruas 3.460 armas entre janeiro e julho de 2024, contra 3.174 exemplares no mesmo período do ano passado.

Destaque para a apreensão de 51 fuzis em operações das Polícias Militar, Civil e Federal. Deste número, seis deles foram encontrados em apenas uma ação no bairro do Caji, em Lauro de Freitas, por equipes do Departamento de Polícia Metropolitana (DEPOM) e da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (CORE), no dia 11 de julho.

“No ano passado foram apreendidos 55 fuzis. O resultado alcançado em pouco mais de sete meses, em 2024, mostra que seguimos firmes no combate às facções. Continuaremos fechando o cerco contra os grupos criminosos”, destacou o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.

Texto: Alberto Maraux

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Eletrônicos são apreendidos na casa de mulher investigada por stalking

Equipes da Delegacia Territorial de Tanquinho cumpriram um mandado de prisão contra um homem de 43 anos, acusado do homicídio de Francisco dos Santos da Silva, de 54. A prisão ocorreu nesta terça-feira (20), no bairro Brasília, em Feira de Santana.

O crime ocorreu na cidade de Tanquinho, no dia 15 de junho. O acusado e a vítima estavam consumindo bebida alcoólica em via pública, quando houve uma discussão entre eles. O suspeito armou-se com uma faca e desferiu vários golpes na vítima. Ele está à disposição do Poder Judiciário.

Ascom-PCBA

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Investigado por tráfico de drogas tem mandado cumprido em Porto Seguro

Policiais da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) de Porto Seguro cumpriram, na terça-feira (20), um mandado de prisão temporária e dois de busca e apreensão no bairro Casas Novas. Um homem de 21 anos investigado por tráfico de drogas foi localizado.

As investigações foram iniciadas como desdobramento de duas ocorrências policiais, uma no dia 28 de junho, quando um homem foi conduzido por Policiais Militares para a DTE de Porto Seguro, portando drogas que alegou ser para uso próprio, e outra no dia 3 de julho, quando um suspeito armado fugiu logo após perceber a aproximação da guarnição, sendo encontrada farta quantidade de drogas, munições, celular e uma máquina de cartão.

Durante os trabalhos policiais foram colhidos indícios suficientes da autoria e materialidade, confirmando o envolvimento do homem com o tráfico de entorpecentes. Ele e seu irmão, que está sendo procurado, praticavam a modalidade delivery.

Logo após o cumprimento dos mandados de prisão e de busca domiciliar, expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Porto Seguro, o investigado realizou o exame de lesão corporal e está à disposição da audiência de custódia da Justiça.  

Ascom-PCBA

Em menos de 12 horas, Polícia Civil apreende 18 celulares e prende procurado por roubo e extorsão em Feira de Santana

Em menos de 24 horas, a Polícia Civil, por meio da 2ª Delegacia Territorial (DT/Feira de Santana) com o apoio da Coordenação de Apoio Técnico e Tático à Investigação (CATTI/Sertão), apreendeu 18 celulares e prendeu um homem procurado por roubo e extorsão. As duas ações distintas ocorreram em Feira, Região Leste, nesta terça-feira (20).

No bairro de Santo Antônio dos Prazeres, um homem foi preso após participar da subtração de uma motocicleta, cartões de crédito, mercadorias e R$ 120, além de exigir uma transferência bancária fazendo uso de ameaça. O suspeito foi alcançado após ser identificado pelas imagens de câmera de segurança de um estabelecimento comercial, logo depois, reconhecido pela vítima.  O investigado, que está à disposição da Justiça no Complexo Policial do Sobradinho, foi autuado em flagrante pelos crimes de roubo e extorsão.  

Já na localidade do Aviário, 18 aparelhos celulares que estavam em posse de um lojista foram apreendidos, após uma pessoa ser encontrada com um telefone roubado, a qual afirmou que teria comprado o produto com o flagranteado.

A delegada Luana Lorena Almeida, titular da 2ª DT/Feira de Santana, informou que os materiais passarão por perícia.

Ascom/ PCBA - Poliana Lima

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PM apreende mais de 34kg de drogas em Itabuna

Policiais militares do 15º BPM apreenderam, na tarde de terça-feira (20), maconha, cocaína e crack em Itabuna. As guarnições desenvolviam ações de policiamento no bairro Califórnia quando um grupo de suspeitos foi avistado e fugiu. Durante a varredura, foram encontrados 34 kg de maconha, uma balança de precisão, porções de cocaína e crack.

O material apreendido foi apresentado à Polícia Civil, onde a ocorrência foi formalizada.

Moraes decide investigar caso de mensagens e abre novo inquérito sigiloso; PF intima ex-assessor do TSE

Foto: Divulgação
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), abriu uma investigação para apurar o cas
o de mensagens entre assessores de seu gabinete e ex-auxiliares do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O novo inquérito foi aberto sob sigilo, após o jornal Folha de S.Paulo revelar que o gabinete do ministro no Supremo ordenou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pelo TSE para embasar decisões do próprio Moraes contra bolsonaristas no inquérito das fake news na corte em 2022.

Como parte da investigação, a Polícia Federal intimou Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) do TSE, a depor nesta quinta-feira (22) em São Paulo.

A mulher de Tagliaferro também foi intimada a prestar depoimento.

A Folha ainda não conseguiu informação sobre o motivo da abertura de inquérito e quais crimes são investigados.

Após as primeiras reportagens, na quarta (14), Moraes disse, durante sessão no plenário do STF, que “nenhuma das matérias preocupa meu gabinete, me preocupa, ou a lisura dos procedimentos” e afirmou que tudo estava documentado. O presidente da corte, Luís Roberto Barroso, e o decano, Gilmar Mendes, também manifestaram apoio ao colega.

O inquérito foi aberto, segundo o site do STF, no dia 19 de agosto, uma segunda-feira.

Nesta quarta (21), o advogado de Tagliaferro, Eduardo Kuntz, enviou um ofício a Moraes no qual diz ter sido surpreendido pela abertura da investigação e pela convocação para o depoimento. A defesa pediu “acesso total e irrestrito aos elementos de informação” que instruem o procedimento, alegando que, caso não tenham, o processo pode ficar prejudicado.

Kuntz também é advogado de ao menos dois ex-assessores de Jair Bolsonaro (PL), alvos da PF em casos sob relatoria de Moraes.

Nesta quarta, reportagem da Folha mostrou um processo sigiloso que revela erros, o uso informal do órgão de combate à desinformação do TSE pelo ministro e contradições nas explicações dadas por ele após as primeiras reportagens sobre o tema.

A Folha teve acesso a mais de 6 gigabytes de diálogos e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes, entre eles o seu principal assessor no STF, que ocupa até hoje o posto de juiz instrutor (espécie de auxiliar de Moraes no gabinete), e outros integrantes da sua equipe no TSE e no Supremo.

As ordens solicitadas pelo ministro e por seus assessores ao ex-chefe do órgão de desinformação no tribunal eleitoral eram todas dadas de maneira informal.

Os assessores de Moraes, segundo as mensagens, sabiam do risco dessa informalidade. Um deles demonstrou em áudios essa preocupação. “Formalmente, se alguém for questionar, vai ficar uma coisa muito descarada, digamos assim. Como um juiz instrutor do Supremo manda [um pedido] pra alguém lotado no TSE e esse alguém, sem mais nem menos, obedece e manda um relatório, entendeu? Ficaria chato.”

A troca de mensagens revela que o órgão de combate à desinformação do TSE foi usado para abastecer o inquérito das fake news e também para outros fins.

Um policial militar lotado no gabinete de Moraes pediu à assessoria que buscasse informações sobre uma pessoa que faria uma obra na casa do ministro. Questões relacionadas à segurança de Moraes estão fora do escopo de atuação da estrutura do órgão.

Em outro momento, Moraes usou o órgão de combate à desinformação para levantar dados e produzir relatórios contra manifestantes que xingaram ministros do Supremo durante um evento privado em Nova York (EUA), como revelou a Folha nesta semana.

Nesta terça-feira (20), o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) arquivou um procedimento movido pelo partido Novo contra os juízes mencionados no caso dos relatórios produzidos no TSE a pedido de Moraes.

A reclamação disciplinar se referia a Airton Vieira e Marco Antônio Martin Vargas, respectivamente, juiz instrutor do gabinete de Moraes e juiz auxiliar da presidência do TSE quando o ministro presidiu o órgão.
Julia Chaib, Folhapress


Dino diz que acordo sobre emendas sinaliza caminho, mas não finaliza ações na corte

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino afirmou nesta quarta-feira (21) que o acordo firmado entre os três poderes para tentar encerrar a crise das emendas sinaliza um caminho, mas que “não finaliza os processos”.

Dino acrescentou que Executivo e Legislativo devem cumprir o prazo de dez dias para definirem os novos critérios para a execução das emendas e que esse novo regramento deverá conter os itens de transparência, demandados pelo Supremo.

“Eu tenho absoluta certeza que os dez dias [previsto no acordo] vão ser cumpridos. A reunião foi um bom clima. O documento de fato não tem essa força normativa, impositiva, mas claro que todo mundo vai cumprir”, afirmou o ministro, ao chegar para cerimônia no Palácio do Planalto.

“O acordo não finaliza os processos, tanto que as liminares estão valendo. O acordo sinaliza o caminho para o qual nós vamos chegar ao fim dos processos”, completou.

Dino afirmou que a Corte vai divulgar ainda nesta quarta-feira (21) um relatório técnico a respeito das emendas, diagnosticando todos os sistemas que funcionam.

Ele acrescentou que os próximos passos serão a elaboração das novas diretrizes. Após esse prazo, dará vistas para a AGU (Advocacia-Geral da União) e para a PGR (Procuradoria-geral da República) e depois levará a plenário.

A cúpula do Congresso Nacional, ministros do STF e integrantes do governo Lula (PT) anunciaram nesta terça-feira (20) um acordo para atenuar a crise envolvendo as emendas parlamentares, mas que ainda dependerá de novos critérios para confirmar a liberação das verbas.

Após decisão unânime da corte por suspender a execução de emendas impositivas até que deputados e senadores deem mais transparência aos recursos, uma reunião na presidência do STF com representantes dos três Poderes definiu que os repasses poderão ser retomados após a fixação de diretrizes em um prazo de dez dias.

Victoria Azevedo e Renato Machado, Folhapress

Alcolumbre vai sugerir a Pacheco rever parte do acordo do Congresso e STF sobre emendas; veja qual

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), disse nesta quarta-feira, 21, que fará sugestões para alterar uma parte do acordo firmado entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre emendas. Segundo o senador, é preciso que as emendas de bancada não fiquem restritas a financiar “projetos estruturantes”, como fora estabelecido.

Na visão dele, esse critério pode prejudicar pequenas cidades. “Eu estou num impasse no que está escrito no acordo. Se ficar com essa tese fechada, vamos prejudicar municípios importantes”, afirmou. Alcolumbre fará uma sugestão de mudança ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Atualmente, as emendas de bancada já devem ser indicadas pelo conjunto de parlamentares de cada Estado para obras estruturantes, como rodovias, pontes e hospitais. No entanto, nos últimos anos, passaram a ser “rateadas” entre os congressistas, desvirtuando a norma. Por isso, essas emendas entraram no acordo desta terça-feira, 20.

O senador deu um exemplo para defender o argumento. “Emendas de bancada são colocadas em obras estruturantes, mas muito com a obrigatoriedade na Saúde. Uma pavimentação na região metropolitana de uma cidade grande, que no entorno tem cinco, seis cidades… Será que a obra de infraestrutura que serviria para uma rodovia federal serviria para a pavimentação da região metropolitana? Do jeito que está indo, pode ser que prejudique os municípios”, afirmou. “Estou tentando fazer uma sugestão para esses dez dias de uma coisa que não possa restringir que ninguém tenha recurso”.

O assunto deve ser objeto de uma nova proposta de emenda à Constituição (PEC), cujos termos serão definidos em negociação entre governo e Congresso nos próximos dez dias, de acordo com Pacheco.

Para Alcolumbre, deputados e senadores assumem funções importantes ao repassar emendas para a construção de obras em municípios brasileiros. “Os parlamentares colocam no Orçamento a realidade do que eles vivem no dia a dia das cidades e dos Estados. Se não participarem disso, como que vai dar resposta à sociedade?”, questionou.

Atual presidente da CCJ, Alcolumbre é o favorito na disputa pela presidência do Senado, que ocorrerá no início de 2025. Ele já foi eleito presidente da Casa em 2019.

No acordo estabelecido entre Congresso e STF, ficaram vedadas as indicações individuais – ou seja, uma simples divisão dos recursos, a pedido dos parlamentares – nas emendas de bancada.

“As emendas de bancada são importantes para o Estado, mas devem se pautar por critérios sobretudo estruturantes. A bancada do Estado se reúne, define o que é estruturante para Estado, e emenda de bancada cumpre esse papel e finalidade tendo como objeto algo estruturante de interesse amplo”, comentou Pacheco.

‘Emendas Pix’

Alcolumbre manifestou apoio à decisão sobre a situação das “emendas Pix”, um dos principais temas de contenda. Agora, elas deverão ser enviadas prioritariamente a obras inacabadas. As transferências dos recursos serão feitas mediante prestação de contas ao Tribunal de Contas da União (TCU). “O que acho que tem que fazer em tudo, é a transparência”, disse.

O acordo entre as duas partes ocorreu nesta terça-feira, em um almoço entre todos ministros da Corte, dois ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Pacheco, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Segundo o Supremo, as autoridades chegaram a um consenso para assegurar “critérios de transparência, rastreabilidade e correção” do dinheiro público via emendas, tema de profundo impasse entre os Poderes. Com isso, a expectativa é que o ministro do STF Flávio Dino, relator do processo, reconsidere a decisão e emita novo despacho que contemple os pontos definidos na reunião.

Levy Teles/Estadão

Processo sigiloso revela erros e contradições de Moraes em uso de órgão do TSE

Procurado e informado sobre o teor da reportagem por meio de sua assessoria, o ministro do STF não quis se manifestar.
Um processo em sigilo há quase dois anos contra um ex-deputado estadual cujas redes foram bloqueadas por Alexandre de Moraes revela erros, o uso informal do órgão de combate à desinformação do TSE pelo ministro e contradições nas explicações dadas por ele após as primeiras reportagens sobre o tema.

O caso mostra ainda que um pedido de apuração feito por Moraes por meio de seu gabinete foi registrado oficialmente como uma denúncia “anônima” e expõe como o Tribunal Superior Eleitoral foi utilizado para abastecer inquéritos criminais em andamento contra bolsonaristas.

Procurado e informado sobre o teor da reportagem por meio de sua assessoria, o ministro do STF não quis se manifestar.

O caso teve origem em um sábado, 12 de novembro de 2022, após o fim das eleições.

Segundo mensagens a que a Folha teve acesso, naquela noite, houve um diálogo entre o braço direito de Moraes no STF (Supremo Tribunal Federal), o juiz Airton Vieira, e Eduardo Tagliaferro, então chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) do TSE.

Às 22h02 daquele dia, Airton Vieira enviou por meio do aplicativo WhatsApp três arquivos para Tagliaferro relativos a manifestações convocadas contra ministros do STF que participariam, em Nova York, nos dias 14 e 15 daquele mês, de um evento privado promovido pelo Lide, grupo do ex-governador João Doria.

Os arquivos continham um vídeo em que era destacada a localização do hotel onde os ministros do STF se hospedariam e dois posts, um com o endereço do hotel e outro com o anúncio sobre o evento acompanhado da frase: “Máfia Brasileira. Eduardo, por favor, consegue identificar? E bloquear? O Ministro pediu… Obrigado”, escreveu o braço-direito de Moraes a Tagliaferro.

“Urgente, em razão da data”, acrescentou brevemente.

O assessor do TSE avisou que estava retornando de São Paulo para Brasília e que faria o relatório. Às 23h09, Tagliaferro mandou uma mensagem para Airton Vieira ressaltando o fato de as postagens não terem relação com o processo eleitoral. “Só não sei como bloquear pelo TSE pq não fala nada de eleições”, disse ele.

No mesmo minuto, o juiz instrutor respondeu, sem tratar da dúvida, mas perguntando se os autores das postagens tinham sido identificados. Tagliaferro disse ter conseguido identificar “apenas um candidato do Paraná”. “Entendi. Pode enviar para mim um relatório simples, inclusive dizendo não ter como identificar os outros dois? Bloqueio pelo STF…”, pediu Airton Vieira.

Às 23h54, Tagliaferro enviou um relatório. Em vez de registrar oficialmente que o pedido havia sido feito pelo próprio gabinete de Moraes, o documento do TSE afirmou que o material fora recebido de forma anônima e que o relatório tinha sido produzido a pedido de Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar de Moraes no TSE.

No momento do pedido do relatório, no entanto, Vargas estava em um voo. Ele só voltou a responder a mensagens às 23h11, quando é avisado por Tagliaferro: “Estou fazendo um relatório para o STF”.

O documento do TSE também foi enviado com um erro sobre a autoria das postagens.

Ao analisar as três imagens objeto da demanda, Tagliaferro disse que não tinha conseguido identificar o autor de duas delas, que tratavam das hospedagens dos ministros, e apontou Homero Marchese, então deputado estadual pelo Republicanos do Paraná (hoje no Novo e não mais deputado), como responsável pela terceira imagem.

No entanto, a postagem de Marchese limitava-se a um panfleto de chamado à comunidade brasileira nos EUA, dizendo que os ministros do STF estariam em NY palestrando na Harvard Club —o local do evento havia sido divulgado pelos organizadores no site oficial. Em cima desse card, uma terceira pessoa, não identificada, fez uma montagem com a mensagem de Marchese acrescentando os dizeres: “máfia brasileira”.

No documento, no entanto, Tagliaferro relatou que era de autoria de Marchese —advogado e ex-servidor do Tribunal de Contas do Paraná, é atuante nas redes sociais e com forte discurso de combate à corrupção.

Oficialmente, o relatório do TSE chegou ao STF aos 8 minutos da madrugada do dia 13 de novembro. A Folha teve acesso ao processo. Com base no relatório, Moraes determinou o bloqueio integral das páginas de Marchese no Twitter, Facebook e Instagram.

Segundo Airton Vieira escreveu no grupo de WhatsApp, a decisão de ofício saiu naquela mesma madrugada. O Ministério Público não foi ouvido e não houve pedido de diligências à Polícia Federal.

Na sessão plenária do STF realizada no último dia 14, após as primeiras reportagens da Folha, o ministro afirmou que todos os alvos de relatórios produzidos pelo órgão de combate à desinformação do TSE já eram investigados no inquérito das fake news ou no das milícias digitais, ambos sob sua relatoria no STF.

O mesmo argumento foi usado por Gilmar Mendes, o decano do tribunal, em entrevista ao Canal Livre, da Band, no último domingo.

Moraes também disse que todos os agravos regimentais (recursos apresentados pelo alvo, Ministério Público ou outra parte do processo) foram levados por ele para análise no plenário do STF, com acompanhamento pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de todas as movimentações do processo.

“Todos os documentos oficiais juntados à investigação correndo pela Polícia Federal, todos já eram investigados previamente nos inquéritos já citados, com a Procuradoria acompanhando e todos, repito, todos os agravos regimentais, todos os recursos contra as minhas decisões, inclusive de juntada desses relatórios. Todos que foram impugnados foram mantidos pelo plenário do Supremo Tribunal”, disse Moraes no plenário do STF na semana passada.

As três afirmações, porém, se chocam com os dados do processo ao qual a Folha teve acesso.

O então deputado Homero Marchese não era investigado anteriormente nos inquéritos sob relatoria de Moraes. O ministro também não analisou nem levou ao plenário do STF os agravos regimentais apresentados pelo Twitter, pela PGR e pelo próprio alvo das medidas.

O processo mostra que o ministro bloqueou as contas do então deputado com base na identificação equivocada de Tagliaferro. O argumento da decisão é que o então deputado havia divulgado o endereço do hotel em que os ministros ficariam hospedados —dado que não constava no relatório do TSE e que se encontrava nas postagens cujos autores Tagliaferro não conseguira identificar.

“Conforme se verifica, Homero Marchese utiliza as redes sociais para divulgar informações pessoais dos ministros do Supremo Tribunal Federal [localização de hospedagem], o que põe em risco a sua segurança e representa indevido risco para o fundamento do Poder Judiciário”, escreveu o ministro ao determinar os bloqueios.

No seu entendimento, a divulgação poderia configurar os crimes de “incitar, publicamente, a prática de crime” e o de “tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito”.

As medidas de bloqueio foram implementadas no mesmo dia 13 de novembro pelas plataformas —que tiveram duas horas para executar a ordem, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

O deputado teve seu Instagram bloqueado por quase seis meses. Permaneceu por quase 1 mês e meio sem Twitter e Facebook.

As certidões do processo mostram que a PGR só teve acesso ao caso no dia 16 de novembro, três dias após a decisão de bloqueio de Moraes. Marchese só teve acesso em 1º de dezembro.

No dia 21 de novembro, a PGR protocolou um agravo regimental (recurso) em que pedia a anulação da decisão e o trancamento da investigação.

A então vice-procuradora-geral Lindôra Araújo apontava no recurso o erro na decisão de Moraes, além de afirmar ser ilegal o uso do órgão de combate à desinformação para investigação criminal.

“Assim, ao contrário do que foi consignado na decisão judicial recorrida, não se depreende que o investigado tenha veiculado informações pessoais relacionadas ao local de hospedagem dos ministros do Supremo Tribunal Federal, uma vez que tais dados constam de publicações de autor desconhecido”, escreveu Lindôra.

Os recursos da PGR e do ex-deputado não foram analisados por Moraes. No dia 23 de dezembro, em outra decisão monocrática, ele desbloqueou Twitter e Facebook de Marchese. A decisão, porém, não analisou os agravos, que segundo ele estavam prejudicados com a determinação do desbloqueio.

Para dar essa nova determinação, Moraes mencionou um ofício de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, em que ele solicitava a revogação de bloqueios de contas de deputados federais ordenadas com base na resolução que aumentou o poder de polícia do TSE –embora Marchese nunca tenha ocupado o cargo de deputado federal (foi deputado estadual de 2019 a 2023).

Na decisão, Moraes não se manifestou sobre o bloqueio no Instagram. Segundo a defesa do ex-deputado, esse é o seu principal canal de comunicação. Por esse motivo, Marchese recorreu novamente ao STF em 1º de março.

Moraes não analisou o pedido e mandou o caso para a Justiça de primeira instância, sob argumento de que ele não era mais deputado. A prerrogativa de foro especial no STF, porém, alcança deputados federais, não os estaduais.

O Instagram do agora ex-deputado voltou a ser ativado em 2 de maio, após decisão da Justiça do Paraná. Marchese tomou conhecimento sobre os motivos de bloqueio de suas redes cerca de 15 dias após o fato.

Na ocasião, não houve explicação oficial. Apenas o Twitter afirmou se tratar de decisão judicial. O político entrou na Justiça do Paraná com pedido para que as plataformas reativassem suas redes.

Segundo consta no processo, ao ler notícias sobre decisões de Moraes bloqueando bolsonaristas por postagens sobre Nova York, Marchese procurou, então, o gabinete do ministro, por meio do seu advogado. Obteve então a confirmação de que havia sido alvo de Moraes e pediu acesso aos autos.

Fabio Serapião e Glenn Greenwald, Folhapress

Datafolha: Menções a impeachment de Moraes após mensagens reveladas batem recorde em 1 ano

O número de menções na internet a um eventual impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes disparou na última semana, acumulando mais postagens sobre o tema em seis dias do que em todo o ano de 2024.

A alta acontece após a Folha revelar que o gabinete de Moraes no STF ordenou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no Supremo.

Nos seis dias após as revelações, entre 13 e 19 de agosto, 341 mil postagens nas redes sociais e na internet usaram palavras ou termos ligando o nome do ministro ao impeachment.

Os dados são de um levantamento realizado pelo Datafolha e pela empresa Codecs. O instituto considera menções em portais de notícias, blogs e fóruns e também posts em redes sociais, que correspondem a 97% do volume de citações.

O número é maior do que o conjunto de todas as publicações no mesmo sentido desde o início do ano. De janeiro a agosto, foram cerca de 324 mil menções que ligavam Moraes ao impeachment, 5% a menos do que todos os posts feitos na última semana.

Anteriormente, o pico de menções havia acontecido em abril deste ano, quando o empresário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), criticou o magistrado em uma postagem em que pedia a renúncia ou o impeachment do ministro.

A postagem passou de meio milhão de interações e iniciou um movimento de outras pedindo o impedimento do ministro. Naquele mês, acumularam-se 145 mil publicações defendendo a cassação de Moraes, menos da metade do número do verificado na última semana.

Musk acirrou a queda de braço com a Justiça brasileira ao se recusar a bloquear contas envolvidas com a propagação de discurso golpista envolvendo os ataques de 8 de janeiro.

Nesse contexto, o X anunciou, no último sábado (17), o fechamento do escritório no Brasil.

O anúncio impulsionou ainda mais o número de postagens contra Moraes. No total, 163 mil pedindo o impeachment foram feitas no período entre os dias 17 e 19 de agosto. A postagem do anúncio acumulava 56 mil compartilhamentos, inclusive do presidente argentino Javier Milei, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os pedidos se concentram, no geral, em perfis associados à direita, como o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e de Deltan Dallagnol (Novo-PR). As dez postagens com maior engajamento sobre o assunto até o momento foram feitas por contas desse campo.

Bruno Xavier, Folhapress

Estudantes do CETEP Médio Rio das Contas apresentam projetos inovadores à prefeita Maria das Graças e agradecem apoio da gestão municipal

Em uma manhã de diálogo e reconhecimento, a prefeita Maria das Graças, juntamente com a secretária municipal de educação Erlândia Souza, recebeu em seu gabinete os estudantes e a equipe do Centro Técnico de Educação Profissional (CETEP) do Médio Rio das Contas. A visita teve como objetivo apresentar os projetos de sucesso desenvolvidos pelos alunos da instituição, além de expressar a gratidão pelo contínuo apoio que a gestão municipal tem dado ao CETEP, contribuindo para o fortalecimento e desenvolvimento educacional da região.
Durante o encontro, a diretora do CETEP, Radimara Bonfim, destacou a importância das ações realizadas pela prefeitura que beneficiam diretamente a instituição. "A recente reforma do trecho da BR-330, que dá acesso ao CETEP, foi fundamental para facilitar o deslocamento dos nossos alunos. Agora, com a parceria da Secretaria de Educação da Bahia, temos a alegria de contar com a liberação de uma quadra poliesportiva em nossa área. Além disso, a liberação de mais um ônibus para o transporte dos estudantes demonstra o compromisso da gestão com a educação", ressaltou Radimara.
Os alunos também tiveram a oportunidade de compartilhar seus projetos inovadores, que têm sido reconhecidos e premiados em âmbito nacional e internacional. Entre os destaques, estão o "Afrobeauty: Tônico Capilar Natural à Base da Folha de Goiabeira e Óleo de Coco para Cabelos Crespos e Encaracolados", desenvolvido pelas estudantes Janaína Santos, Stéfane Andrade e Laysa Minelle; o "Choconudo: Produção de Canudo Comestível como Estratégia para Redução dos Resíduos Plásticos no Meio Ambiente", criado por Ana Clara Santana e Ana Clara Santos; e os "Petiscos Naturais à Base de Farinha de Casca de Ovo para Suplementação Animal", de Davi Souza e Rodrigo Oliveira. Outro projeto de destaque foi o "Cocoa's Face", que utiliza nibs de cacau para a produção de esfoliante natural, desenvolvido por Isabele Araújo e Kauê Putumuju. Esses projetos são orientados pelas professoras Maysa da Silva e Rosilma Silva, que também marcaram presença no prédio da prefeitura.
Ao final do encontro, a prefeita Maria das Graças expressou sua satisfação em receber os estudantes e conhecer os projetos apresentados. "Fiquei muito feliz com essa visita. É maravilhoso ver o talento e a criatividade dos nossos jovens, que estão desenvolvendo projetos tão lindos e que impactam positivamente as nossas vidas. A parceria da Secretária de Educação Erlândia Souza vem desde 2016 quando fazia parte do NTE 22 Jequié. A nossa gestão continuará apoiando o CETEP, porque acreditamos que a educação é a base para o desenvolvimento do nosso município.", afirmou a prefeita, reforçando o compromisso da administração municipal com o fortalecimento da educação em Ipiaú.


Caixa divulga resultado de concurso com vagas de nível superior

A Caixa Econômica Federal divulgou os aprovados em seu concurso público para vagas de nível superior. O resultado pode ser consultado no site da Fundação Cesgranrio, organizadora da seleção. A instituição tem um prazo de 12 meses para convocá-los, que pode ser prorrogado uma vez pelo mesmo período.

Foram oferecidas 50 vagas de nível superior, sendo 28 para médicos do trabalho e 22 para engenheiros de segurança do trabalho. Além dessas, entre vagas e cadastro de reserva, serão 2.000 vagas de técnico bancário novo para encarreiramento geral no banco, e 2.000 vagas para técnico bancário na área de TI (Tecnologia da Informação), todas de nível médio.

A remuneração inicial para carreiras profissionais de médico do trabalho e de engenheiro de segurança do trabalho é de R$ 11.186 e R$ 14.915, respectivamente.

Todos os empregados contarão com assistência à saúde, previdência complementar, participação nos lucros e resultados, auxílios alimentação e refeição, vale-transporte, auxílio-creche, possibilidade de ascensão profissional e acesso a ações de capacitação e desenvolvimento.

No Rio Grande do Sul, as provas ainda serão aplicadas em 29 de setembro. Os testes para o estado foram adiados devido à situação de calamidade pública.

Laryssa Toratti/Folhapress

MEI é saída para trabalhador demitido no Brasil, diz IBGE

Recorrer ao trabalho como microempreendedor individual (MEI) é uma saída para parte dos profissionais demitidos no Brasil, indica pesquisa divulgada nesta quarta-feira (21) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Do total de 2,6 milhões de MEIs que se registraram em 2022, a maior parcela, de quase 1,7 milhão (63,4%), havia sido desligada de vagas prévias de trabalho formal, aponta o levantamento.

Desse montante de 1,7 milhão de demissões, mais da metade (1 milhão ou 60,7%) ocorreu por decisão do antigo empregador ou por justa causa.

Um grupo menor, de 412,9 mil (24,8%), havia sido desligado por vontade dos próprios empregados antes da migração para a figura de MEI. Término do antigo contrato de trabalho (12,8%) e outras causas (1,8%) completam a lista dos motivos das demissões.

Thiego Gonçalves Ferreira, analista da pesquisa do IBGE, afirmou que os resultados sinalizam uma busca pelo chamado empreendedorismo por necessidade.

A avaliação leva em conta o fato de que a maioria dos desligamentos ocorreu por decisão dos antigos empregadores, e não de quem recorreu à categoria de MEI.

O empreendedorismo por necessidade é visto como um caminho para quem está sob pressão e precisa encontrar com urgência uma fonte de renda.

“A literatura muitas vezes costuma relacionar o empreendedor por necessidade àquele que foi demitido e teve de abrir seu próprio empreendimento”, disse o técnico do IBGE.

De acordo com o instituto, 78% dos MEIs que se registraram em 2022 tinham experiência prévia no mercado de trabalho formal, o equivalente a 2,1 milhões de um total de 2,6 milhões.

Os dados integram a pesquisa batizada como Estatísticas dos Cadastros de Microempreendedores Individuais. O levantamento analisa registros administrativos e é considerado experimental pelo IBGE. Isso significa que o estudo ainda está em fase de testes e sob avaliação.

MEIs chegam a 14,6 milhões
Segundo a pesquisa, o número total de MEIs no Brasil cresceu 11,4% na passagem de 2021 para 2022. O contingente aumentou de 13,1 milhões para 14,6 milhões.

A participação dos microempreendedores individuais, em relação ao total de trabalhadores ocupados com trabalho formal, variou de 19,1% para 18,8% no mesmo período. Apesar do leve recuo, o percentual mais recente ainda indica que 1 em cada 5 profissionais era MEI.

Dos 14,6 milhões de microempreendedores, 10,5 milhões (72,1%) tinham algum vínculo prévio de trabalho formal. Os outros 4,1 milhões (27,9%) não contavam com essa experiência.

Para se tornar MEI, o trabalhador precisa se enquadrar ao teto de faturamento anual de R$ 81 mil, entre outros requisitos, diz o IBGE.

A pesquisa aponta que o número de microempreendedores que, em paralelo, atuavam também como empregados subiu de 2 milhões em 2021 para 2,5 milhões em 2022. Essa parcela passou de 15% para 17,3% do total de MEIs no período.

Ainda de acordo com o IBGE, 38% dos microempreendedores exerciam suas atividades profissionais nos seus endereços de moradia. A média de idade da categoria era de 40,8 anos em 2022.

Do total de 10,5 milhões de MEIs com informações disponíveis sobre escolaridade, 13,5% tinham ensino superior completo (1,4 milhão).

Assim como no levantamento relativo a 2021, cabeleireiros e profissionais de outras atividades de tratamento de beleza lideraram o ranking das profissões com mais microempreendedores individuais. O grupo somou 1,3 milhão de MEIs, ou 9% do total.

Leonardo Vieceli/Folhapress

Proposta que reduz prazo de inelegibilidade avança no Senado

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou nesta quarta-feira (21) um projeto de lei que reduz os prazos de inelegibilidade de políticos condenados pela Justiça Eleitoral ou cassados pelas casas legislativas.

O período de suspensão dos direitos políticos atualmente pode chegar a 15 anos, de acordo com critérios da Lei da Ficha Limpa. O projeto foi apresentado pela deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ) e aprovado pela Câmara.

O relator do projeto, senador Weverton Rocha (PDT-MA), definiu na proposta que o prazo de inelegibilidade será de oito anos para todos os casos.

O início da contagem poderá valer a partir da data de decisão que decreta a perda do mandato; da data da eleição na qual ocorreu a prática abusiva; da data da condenação; ou da data da renúncia do cargo. Isso será definido de acordo com os critérios da nova legislação.

Atualmente, o período começa a contar a partir do cumprimento da pena. Na prática, o projeto reduz o tempo em que políticos condenados ficam impedidos de disputar novas eleições.

Weverton ainda define que, nos casos em que o político for condenado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico ou político, a inelegibilidade só valerá se houver “comportamento apto a implicar a cassação de registro, de diploma ou de mandato”.

“Importa assinalar que o projeto prevê aplicação imediata das alterações promovidas quanto ao termo inicial e à contagem dos prazos de inelegibilidade, inclusive em relação a condenações e fatos pretéritos. Alcança, portanto, ex-mandatários que hoje se acham nessa condição”, diz o senador no relatório.

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) foi um dos poucos críticos à proposta. “A aprovação da Lei da Ficha Limpa foi um grande avanço para a democracia brasileira, pois foram fixados prazos mais rigorosos de inelegibilidade, voltados a proteger a moralidade para o exercício do mandato”, disse.

Nas eleições para as prefeituras, o projeto aumenta de quatro para seis meses o período de desincompatibilização de membros do Ministério Público e Defensoria Pública, de policiais, de militares e de pessoas que tenham ocupado cargos de direção em entidades representativas de classe.

“Quanto aos demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial, só haverá inelegibilidade, nos termos do PLP (projeto de lei complementar), quando o fato que deu causa à demissão for equiparado a ato de improbidade”, diz o relatório.

Cézar Feitoza/Folhapress

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