É quase impossível Congresso aprovar aumento de tributos para empresas, diz Lir

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse a uma plateia de investidores neste sábado (31) que o Congresso tem dificuldade hoje de aprovar aumento de impostos, e afirmou ser “quase impossível” passar o projeto de lei encaminhado pelo governo que eleva tributos sobre o lucro das empresas e proventos a acionistas.

O projeto foi enviado ao Congresso em regime de urgência constitucional para acelerar a sua tramitação. O regime de urgência prevê deliberação sobre o tema em até 45 dias —caso contrário, a pauta da Casa ficará travada.

O governo quer uma arrecadação adicional de R$ 32,56 bilhões entre 2025 e 2027 com a medida. Só no ano que vem, o incremento seria de R$ 21,03 bilhões. As receitas ajudarão a fechar as contas do Orçamento de 2025 dentro da meta fiscal, que é de déficit zero.

“Não acho que esse debate de se enviar um projeto com urgência constitucional, sem discussão prévia, possa ter liga no Congresso Nacional. Portanto, discussão de JCP e CSLL para aumento de arrecadação, para cumprir a meta, é improvável que seja aprovada, é quase impossível que seja aprovada”, afirmou Lira durante o evento Expert XP, em São Paulo.

“Qualquer aumento de imposto hoje no Congresso Nacional tem muita resistência em ser aprovado”, completou.

Neste mesmo evento, na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), voltou a dizer que o governo tem conseguido organizar as contas públicas sem aumento de impostos.

Questionado sobre essa fala por jornalistas após o painel do qual participou, Lira disse que se a Câmara identificar que medidas do governo de incremento de arrecadação tem caráter de aumento de impostos, a matéria não terá vida fácil no Congresso.

Lira, porém, afirmou em conversa com jornalistas que tem bom relacionamento com o ministro Haddad e que este tem boa intenção em seu trabalho.

O presidente da Câmara defendeu o corte de gastos obrigatórios, ponderando que pela natureza do governo atual é justamente o contrário que tem acontecido, enquanto as despesas discricionárias são cada vez mais espremidas no Orçamento. Para ele, isso tem prejudicado a atração de investimentos.

Lira disse que o arcabouço fiscal é o instrumento que existe hoje que confere segurança em relação às contas públicas, e que ele não pode ser descumprido.

“A gente tem que aprender a respeitar as leis do jeito que elas são feitas e aprovadas. E trabalhar para a gente se encaixar dentro do que a lei prevê, e se por acaso não se alcançar [a meta fiscal], o normal é ter as consequências de não se alcançar a meta”, disse o parlamentar em referência ao gatilho que prevê desaceleração no crescimento de despesas públicas em caso de descumprimento da meta para o resultado primário.

Sobre as emendas parlamentares, Lira disse que sempre procurou ser o mais franco possível quando se trata do Orçamento. Segundo ele, é mais correto que os 594 parlamentares do Congresso decidam para onde encaminhar verbas para políticas públicas do que apenas um ministro, que nem eleito foi pela população.

O presidente da Câmara afirmou que as discussões sobre as chamadas “emendas pix” estão ocorrendo de forma tranquila porque o Congresso “não tem problema com transparência”. Em meados deste mês, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu suspender a execução de emendas parlamentares impositivas até que haja maior transparência.

Esse tipo de emenda tem baixa transparência, pois não é necessário apontar para qual área ou projeto será destinada a verba —aplicada diretamente no caixa das prefeituras.

Lira afirmou que emenda de transferência obrigatória foi criada para quebrar burocracias para liberar recursos para políticas públicas, ou seja, tem uma função social, segundo ele. Mas argumentou que ele mesmo foi crítico ao fato de ela não ter um objeto definido previamente, algo que está sendo corrigido agora.

O parlamentar, então, reiterou que o mais importante nessa discussão é que esteja assegurado que quem legisla sobre o Orçamento seja o Congresso Nacional. Lira afirmou que a Câmara está aberta ao diálogo, para que se chegue a uma decisão consensuada sobre o assunto, para que não haja ingerência de um poder sobre o outro.

Lira também foi questionado no evento sobre a proposta do governo de turbinar o Auxílio Gás usando como artifício uma medida vista por especialistas como um drible no arcabouço fiscal.

O parlamentar disse que ainda não teve tempo de analisar os detalhes da matéria. Mas afirmou que já há um movimento dentro do governo de definir, de algum modo, a origem do valor que será endereçado ao programa.

Stéfanie Rigamonti/Folhapress

PF prende dois homens e apreende seis fuzis em Bonsucesso/RJ

Rio de Janeiro/RJ. Na tarde desta sexta-feira (30/8), a Polícia Federal prendeu em flagrante dois homens responsáveis pela retirada ilegal de seis fuzis calibre 5.56 em uma transportadora no bairro de Bonsucesso, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Os homens foram presos logo após retirarem a encomenda, que continha os fuzis destinados ao Complexo da Maré.

Os presos foram conduzidos à Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro, onde foram formalizadas as prisões e, posteriormente, encaminhados ao sistema prisional do estado, onde permanecerão à disposição da Justiça. Eles poderão responder pelo crime de comércio ilegal de armas de fogo.

Prisão ocorreu enquanto suspeitos retiravam armas em transportadora

Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro

593 trabalhadores são resgatados em condições análogas à escravidão na maior operação da história do Brasil

 Operação Resgate IV ocorreu entre 19 de julho e 28 de agosto, em 15 estados e no Distrito Federal

Brasília/DF. Durante julho e agosto de 2024, a Operação Resgate IV retirou 593 trabalhadores de condições de trabalho escravo contemporâneo. Este número é 11,65% maior do que o de resgatados da operação realizada em 2023 (532). Ao todo, mais de 23 equipes de fiscalização participaram de 130 inspeções em 15 estados e no Distrito Federal. Essa ação conjunta de combate ao trabalho escravo e tráfico de pessoas no Brasil é resultado do esforço de seis instituições: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Os estados com mais pessoas resgatadas foram Minas Gerais (291), São Paulo (83), Distrito Federal (23) e Mato Grosso do Sul (13). Houve resgates em 10 estados. Quase 72% do total de resgatados trabalhavam na agropecuária, outros 17% na indústria e cerca de 11% no comércio e serviços.

Entre as atividades econômicas com maior número de vítimas na área rural estão o cultivo da cebola (141), da horticultura (82), de café (76) e de alho (59) e cultivo de batata e cebola (84). Na área urbana, destacaram-se os resgates ocorridos na fabricação de álcool (38), administração de obras (24) e atividade de psicologia e psicanálise (18). Houve inspeção em dez ambientes domésticos e duas trabalhadoras foram resgatadas.

As equipes flagraram 18 crianças e adolescentes submetidos a trabalho infantil, das quais 16 também estavam sob condições semelhantes à escravidão. As fiscalizações ocorreram no Amapá, Distrito Federal, Mato Grosso e Minas Gerais. Balanço - O coordenador Geral de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Análogo ao de Escravo e Tráfico de Pessoas, André Roston, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), fez um balanço das ações de fiscalização realizadas ao longo de agosto de 2024 e revela que os trabalhadores já receberam, aproximadamente, R$ 1,91 milhão em verbas rescisórias, sendo que o total estimado é de R$ 3,46 milhões. O valor total será maior, pois muitos pagamentos ainda estão em processo de negociação com os empregadores ou serão judicializados.

O subprocurador-geral do Trabalho Fábio Leal, do Ministério Público do Trabalho (MPT), aponta que a Operação Resgate IV constitui importante marco no esforço interinstitucional de erradicação do trabalho em condições análogas à escravidão. O Ministério Público do Trabalho, com sua participação, assegurou os direitos coletivos e individuais das trabalhadoras e trabalhadores resgatados.

O defensor público-geral federal, Leonardo Magalhães, da Defensoria Pública da União (DPU), ressalta a grande participação dos defensores públicos federais na Operação Resgate IV. Ele destaca a atuação da DPU no estado de São Paulo no resgate de 82 vítimas em Itapeva (SP), sendo 48 mulheres e 34 homens. Desde 2014, a DPU tem se envolvido ativamente nessas operações. De acordo com ele, é comum encontrar lugares insalubres: sem água potável, comida de qualidade e alojamentos adequados. A DPU assegura o pagamento de verbas trabalhistas, negocia danos morais individuais, auxilia na regularização de documentos e busca benefícios assistenciais e previdenciários.

O subprocurador-geral da República Francisco de Assis Vieira Sanseverino, do Ministério Público Federal (MPF), declara que “O objetivo do MPF nas ações é colher no local as provas a serem utilizadas no processo penal, para agilizar a investigação e tornar a apuração criminal mais efetiva”. O diretor-geral substituto da Polícia Rodoviária Federal, Alberto Raposo, destacou a importância de operações conjuntas: “Graças à integração entre as instituições públicas é possível alcançar resultados positivos mais expressivos”. Em 2022, a PRF deu suporte em ações que ajudaram a resgatar 700 pessoas da condição de trabalho análogo à escravidão. Em 2023 esse número chegou a 1.300 resgatados.

Raposo deixou registrado que o órgão está à disposição para todas as outras operações que vierem, com a esperança de que um dia não seja mais necessário, quando este cenário deprimente de exploração esteja extinto definitivamente.

O chefe de Divisão de Repressão ao Trabalho Forçado, Henrique Oliveira Santos, da Polícia Federal, revela que a instituição conduz 482 inquéritos policiais em todo o Brasil para investigar esse crime. Minas Gerais lidera com 86 inquéritos, seguido por São Paulo com 66, e Pará com 47. Trinta e três dessas investigações foram iniciadas durante a Operação Resgate IV, apenas neste mês de agosto. Em todo o ano foram realizados 12 procedimentos de prisões em flagrantes com um total de 16 pessoas presas.

Casos – Alguns casos chamaram a atenção neste ano, como a ação fiscal realizada pela equipe de fiscalização do Mato Grosso do Sul que, para alcançar os locais onde estavam os trabalhadores, utilizou transporte terrestre (caminhonete), aéreo (helicóptero) e fluvial (lanchas). A equipe resgatou 13 paraguaios em dois estabelecimentos distintos, que realizavam as atividades de carvoejamento e confecção de cercas. Foram encontradas situações degradantes de trabalho, além de servidão por dívida.

Em Pernambuco, 18 trabalhadores foram resgatados de uma clínica para dependentes químicos. Eram pacientes internados que realizavam as atividades laborais compulsoriamente como parte da internação (atividades administrativas, de portaria, de vigilância e de alimentação). A clínica contava com 63 internos e não tinha empregados registrados. Essa fiscalização está em andamento.

Em Minas Gerais, foram identificados 59 trabalhadores vítimas do crime de redução de trabalhadores à condição análoga à de escravo, sendo sete mulheres, das quais quatro menores de idade. Os trabalhadores, em sua maioria migrantes do Maranhão residentes na região, exerciam a função de colhedores de alho em duas propriedades rurais. Eles estavam submetidos a condições degradantes de trabalho e vida.

Resgate de idosos - Em Mato Grosso houve o resgate de uma trabalhadora idosa, com 94 anos de idade. É a pessoa mais idosa a ser resgatada no Brasil. Ela trabalhou por 64 anos sem salário, sem estudar e sem constituir família. No início da ação fiscal, ela cuidava da patroa, uma senhora com 90 anos adoecida com Alzheimer. Foi garantido à trabalhadora o usufruto da casa onde morava, com todas as despesas pagas pela família da empregadora, incluindo a contratação de cuidador de idoso para ela, além do recebimento de um salário mínimo por mês.

Em São Paulo, ocorreu o resgate de uma empregada doméstica, com 52 anos de idade, que foi retirada de um orfanato quando tinha 11 anos, com tutela provisória concedida à família, nunca transformada em definitiva. Trabalhava, portanto, compulsoriamente desde a infância na casa dos exploradores. Relatou que a sua jornada era de segunda a sábado das 7h às 21h e que, aos domingos, ‘passava um pano na casa’. Ela nunca tirou férias e trabalhava durante os feriados. Recebia R$ 500,00 por mês, que chamava de agrado. Desde que foi para a casa do empregador, ela não mais estudou e nem constituiu família. No início da inspeção fiscal, a trabalhadora doméstica foi encontrada cuidando do casal empregador, hoje com 95 e 91 anos, respectivamente. Nesse caso, a família se comprometeu a comprar uma casa para a trabalhadora, além de pagar uma indenização de R$ 50 mil, a título de dano moral individual.

Ainda não estão consolidados os dados totais das ações fiscais, tendo em vista que há equipes ainda em campo ou concluindo os resultados das fiscalizações. O que é possível observar, contudo, é o incremento de denúncias e a identificação de casos de trabalho escravo doméstico.

No Rio de Janeiro, em julho, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste da cidade, a vítima tinha 59 anos. Ela trabalhava naquela casa de família desde os 13 anos. Havia cuidado do patrão e, agora, cuidava dos filhos dele. A trabalhadora saiu de Pernambuco e foi para o Rio de Janeiro há 8 anos. Não recebia salário e não tinha folgas, permanecendo à disposição da família de forma ininterrupta. A mulher não tinha conta bancária, não tinha relações pessoais ou sociais, convivia apenas com pessoas relacionadas aos patrões.

A partir do primeiro resgate de trabalhadora doméstica ocorrido no Brasil, em 2017, o número de denúncias vem crescendo. As situações que envolvem a fiscalização, o resgate e o encaminhamento das vítimas de trabalho escravo doméstico são complexas e delicadas, pois, em sua quase totalidade, as pessoas exploradas se encontram naquele contexto há muitos anos.

Estrangeiros - Em agosto, em Anta Gorda (RS), a Operação Resgate IV flagrou quatro trabalhadores argentinos em condições degradantes na extração, corte e carregamento de lenha de eucalipto. Os migrantes estavam sem documentos. A contratação ocorreu sem que houvesse, pelo empregador, a exigência de visto para o trabalho, nem a confecção da carteira de trabalho e previdência social e anotação do contrato de trabalho.

O primeiro resgatado, de 47 anos, foi encontrado vivendo em um galpão de madeira improvisado e precário. As outras três vítimas estavam numa casa localizada em uma propriedade próxima ao local de trabalho, onde não havia água encanada, vaso sanitário ou chuveiro. Os quatro receberam as verbas rescisórias e já retornaram para a Argentina.

Operação Resgate IV – É a maior ação conjunta já realizada no país com a finalidade de combater o trabalho análogo ao de escravo e o tráfico de pessoas integrado pelo MTE, MPT, MPF, DPU, PF e PRF.

O mês da operação é marcado pelo Dia Internacional para a Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição, instituído em 23 de agosto pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), bem como pela data de falecimento do abolicionista Luís Gama (24 de agosto de 1882), patrono da abolição da escravidão no Brasil.

Link da transmissão: https://youtube.com/live/P6QjVhDw5BM?feature=share Informações

Defensoria Pública da União (DPU)
21 99413-6292

Ministério Público do Trabalho (MPT)
61 3314-8222

Ministério Público Federal (MPF)
61 3105-6409/6400 61 99298-4787

Polícia Federal (PF)
61 2024-8142

Polícia Rodoviária Federal (PRF)
61 98373-0630

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
61 2031-4379

Justiça e Segurança

PF e BPFRON apreendem 573 kg de maconha em operação conjunta em Oroite/PR

Oroite/PR. Na madrugada deste sábado (31/8), policiais federais e policiais militares do BPFRON - PMPR, durante operação conjunta, realizavam patrulhamento na área rural de Oroite/PR quando identificaram uma movimentação suspeita de veículos próximo a uma área de mata. Ao se aproximarem para efetuar a abordagem, várias pessoas correram em direção à mata fechada e não foram localizadas.

Durante as buscas, a equipe encontrou aproximadamente 573 kg de maconha escondidos embaixo de vegetação. No local, também foram apreendidos uma caminhonete e uma motocicleta, que eram utilizadas para o transporte do ilícito.

Todo o material apreendido foi encaminhado à Polícia Federal em Guaíra/PR para os procedimentos subsequentes.

Essa operação bem-sucedida reforça o compromisso das forças de segurança pública na região, contribuindo para a segurança da comunidade e o enfraquecimento das redes criminosas que atuam na área de fronteira.

Comunicação Social da Polícia Federal em Guaíra/PR

Em uma semana, PM e PC capturam 71 criminosos em Feira de Santana

 Ações de combate às facções foram intensificadas com repressão qualificada e trabalho de inteligência. 

O trabalho conjunto das Polícias Civil e Militar resultou na captura de 71 criminosos, na cidade de Feira de Santana, na última semana. Ações de combate às facções foram intensificadas com repressão qualificada e trabalho de inteligência.

Entre os presos estão 13 integrantes de facções, envolvidos com tráficos de drogas e armas, homicídios, lavagem de dinheiro, roubo e corrupção de menores.

“As nossas ações de inteligência, em parceria com o trabalho ostensivo da PM, permitem alcançar os autores de crimes em Feira de Santana. Continuaremos atuando de forma incansável contra as facções”, garantiu o titular da 1a Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), delegado Yves Correia.

Entre os capturados durante a semana, 15 possuíam mandados de prisão pelos crimes de homicídio, tráfico de drogas, roubo, furto e estupro.

“As nossas unidades ordinárias e especializadas seguem intensificando as ações preventivas e ostensivas em pontos estratégicos do município. Informações sobre atuação de grupo criminoso podem ser repassadas através dos telefones 190 (CICOM) e 181 (Disque Denúncia SSP)”, completou o comandante do Policiamento na Região Leste, coronel Antônio Lopes.

Texto: Alberto Maraux

Carga furtada com 40 metros cúbicos de madeira é recuperada em Caravelas

           Trio confessou que furtou o caminhão contendo a carga e foi preso em flagrante 

Equipes da Delegacia Territorial de Caravelas, com o apoio da Coordenação de Apoio Técnico e Tático à Investigação (CATTI/Extremo Sul), pertencente a 8ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Teixeira de Freitas), efetuaram a prisão em flagrante de três suspeitos pelo crime de furto de uma carga de madeira, ocorrido no distrito de Juerana, município de Caravelas, na quinta-feira (29). A carga furtada tinha 40 metros cúbicos.

O trabalho de inteligência policial, que atuava em campana, apontou que dois suspeitos, de 34 e 45 anos, estavam cada um pilotando uma motocicleta e acompanhando um caminhão carregado de madeira. A bordo do caminhão estava o motorista de 61 anos e mais um suspeito de 21. O trio, na abordagem, confessou que a carga era produto de furto e que havia praticado o crime momentos antes, numa área de propriedade de uma empresa de celulose.

Os homens foram autuados em flagrante pela prática do crime de furto, sendo arbitrada fiança na ocasião. Os acusados responderão em liberdade e as diligências permanecem para localização dos demais suspeitos envolvidos no crime.

Ascom PC/Marcela Correia

O resultado faz parte da ação integrada entre o Denarc, por meio da DTE de Itabuna, e a 8ª Coorpin -

Quarenta e oito quilos de maconha, que estavam escondidos dentro de uma geladeira, foram apreendidos pela Polícia Civil, nesta sexta-feira (30). As drogas foram encontradas no bairro Monte Castelo, município de Teixeira de Freitas.

Durante a ação de hoje, também foi cumprido mandado de busca e apreensão em um bar e restaurante, no bairro de Vila Caraípe. No local, foram apreendidos aparelhos celulares e um notebook.

A apreensão foi decorrente de uma investigação, após uma mulher ser encontrada com entorpecentes, em novembro de 2023, na cidade de Itabuna. As apurações apontam que o empresário era o fornecedor, por meio de um esquema que envolve uma terceira pessoa, a qual já está à disposição da Justiça no Conjunto Penal de Itabuna.

Além do mandado de prisão preventiva, o homem foi autuado em flagrante por tráfico de drogas.

Ascom-PCBA/Poliana Lima

Deputadas cobram engajamento de Rui Costa em eleições municipais

As deputadas federais Lídice da Mata (PSB) e Alice Portugal (PCdoB) pediram ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, que se engaje nas eleições municipais. Durante o lançamento do livro “Brasil da Esperança, o marketing nas eleições mais importantes da história do país”, do marqueteiro Sidônio Palmeira, a dupla afirmou ao auxiliar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que ele é um cabo eleitoral importante da esquerda no interior da Bahia, e ajudaria a embalar as candidaturas locais.

Rui Costa foi governador da Bahia por oito anos e emplacou Jerônimo Rodrigues, que era secretário da Educação, como sucessor. O PT é forte na Bahia e entregou grande votação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas tem dificuldades na capital. Em Salvador, o PT apoia a candidatura a prefeito de Geraldo Júnior (MDB), vice de Jerônimo.

Apesar do apelo, a tendência é que Rui Costa não mergulhe de cabeça nas eleições municipais. O ministro costuma viajar para Salvador todos os finais de semana para estar com a família, que não o acompanhou na mudança para Brasília.

Eduardo Gayer/Estadão

Suspensão do X por Alexandre de Moraes repercute na imprensa internacional; veja

Após a ordem de suspensão da rede social X (antigo Twitter) no Brasil na tarde de sexta-feira, 30, o assunto repercutiu na imprensa internacional e estampou os principais portais de notícias do mundo, como o New York Times e The Washington Post, nos Estados Unidos; El País, The Guardian, BBC e Le Monde, na Europa; e nos periódicos latino-americanos, como La Nación, Clarín e El Tiempo. Dois dos maiores jornais econômicos do mundo, Financial Times e Wall Street Journal também repercutiram o caso.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi publicada após o empresário Elon Musk, dono da plataforma, se recusar a nomear um representante para responder pela empresa no Brasil. O pedido tinha 24 horas para ser cumprido, e foi feito depois do escritório da rede social ser fechado no País.

Na imprensa internacional, o caso é tratado como mais um capítulo da “disputa” entre Moraes e Musk. Em várias das reportagens, uma chamada “guerra contra a desinformação” no País, travada pelo ministro, também é mencionada. A maioria das matérias descreve a sucessão de embates entre o juiz e o bilionário, e apontam ações de Musk em outros países, e a troca de farpas pública protagonizada no próprio X.

The New York Times (Estados Unidos)

Um dos principais jornais dos Estados Unidos, o NYT informou que a rede social começou a ser desativada no País após uma “escalada da briga” entre Musk e Moraes, sobre “o que pode ser dito online”. O periódico citou que esse momento representa a “maior prova até agora” colocada ao bilionário, que tenta transformar a plataforma em “uma praça digital, onde quase tudo é permitido”.

O jornal mencionou ainda que a plataforma tem sido usada por Musk como arma política, citando exemplos em que o dono da X usou seu perfil, com 200 milhões de seguidores, elogiando Donald Trump e outros líderes da direita que admira, e provocando os que se opõe, citando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como exemplo.

The Washington Post (Estados Unidos)

O The Washington Post narrou o episódio como o resultado de “uma escalada dramática de uma disputa de meses”, em que o que se está discutindo são os limites da liberdade de expressão “em uma era dominada pela polarização e desinformação”.

Wall Street Journal (Estados Unidos)

O jornal traz no título que a proibição da plataforma no País “criminaliza o acesso de milhões” de pessoas ao aplicativo. O texto também traz o contraponto sobre o apoio da população à decisão de Moraes, afirmando que “grandes camadas da direita política do Brasil ficaram do lado de Musk”, enquanto acusam “a Suprema Corte e o governo de esquerda do País de tentar silenciar os conservadores antes das eleições de outubro”.

The Guardian (Reino Unido)

O jornal britânico, ao informar sobre a suspensão, também contextualiza o embate entre o milionário e o ministro, que se estende desde abril deste ano, citando a decisão de Moraes em suspender dezenas de contas por supostamente espalharem desinformação – o que Musk classifica como “censura”.

BBC (Reino Unido)

Também britânica, a BBC afirmou que a plataforma foi suspensa no Brasil após “disputa de desinformação”. O texto também relembra de outras vezes em que empresas de mídia sofreram sanções legais no País, após plataformas se recusarem a cooperar com a Justiça brasileira – como o Telegram, no ano passado, e o Whatsapp, em 2015 e em 2016.

Financial Times (Reino Unido)

Outro dos principais periódicos econômicos do mundo, o Financial Times afirmou que “a proibição do X colocaria o Brasil entre um grupo de nações autocráticas, como a Coreia do Norte e a Venezuela, que também proíbem a plataforma”. O jornal também escreveu que Moraes, embora lidere uma “repressão judicial contra a desinformação no Brasil”, também é “uma figura controversa que divide opiniões” no País.

“Seus apoiadores dizem que ele ajudou a garantir a democracia diante dos ataques à confiabilidade das urnas eletrônicas do País pelo ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. No entanto, os seguidores de direita de Bolsonaro alegam que o juiz restringiu a liberdade de expressão e mirou injustamente nos conservadores”, diz.

Le Monde (França)

O Le Monde chamou a suspensão da rede social de “um novo episódio na batalha entre a justiça brasileira e a rede social de Elon Musk”. O jornal francês contextualizou o impasse de meses entre os dois, e classificou a ordem de Moraes de bloquear perfis de pessoas influentes nos “movimentos ultraconservadores brasileiros” como feitas “em nome da luta contra a desinformação”.

El País (Espanha)

Um dos principais jornais da Espanha, o El País afirmou que Moraes mantêm uma briga intensa com o bilionário, sobre “os limites da liberdade de expressão e como combater a desinformação”. O jornal ainda menciona que Moraes é visto como “um símbolo da defesa da democracia” e que ele é o juiz “mais famoso e poderosos do Brasil”.

La Nación (Argentina)

O jornal argentino La Nación também se refere a Moraes como o “juiz mais poderoso do Brasil”, ao publicar um perfil sobre o magistrado. No texto sobre a decisão que suspendeu a rede social no País, o periódico relembra os principais episódios da briga entre Musk e Moraes, e do papel do ministro nas eleições de 2022 frente às tentativas de descrédito no sistema eleitoral brasileiro, movidas sem provas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Clarín (Argentina)

Além de chamar o episódio de “escalada da briga”, o Clarín também mencionou que a decisão “faz parte de uma investigação sobre a disseminação de notícias falsas” e suposta exploração da plataforma por grupos extremistas.

O jornal também menciona que Lula criticou Musk e que, na iminência do bloqueio do X, fez um post direcionando seus seguidores para outras redes sociais em que possui perfil.

El Tiempo (Colômbia)

O jornal colombiano reproduz a matéria da agência internacional EFE, em que afirma que a sentença ocorre no contexto de uma investigação sobre difusão de notícias falsas, na qual o bilionário é suspeito de “ter cometido crimes de obstrução à Justiça, organização criminosa e incitação ao crime”.

Desde abril, Musk foi incluído por Moraes ao inquérito das milícias digitais por “dolosa instrumentalização” da rede social.

Karina Ferreira/Estadão

Associação de delegados vai à Justiça após PF cortar pagamento em dinheiro de sobreaviso

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) decidiu acionar a Justiça contra a suspensão temporária do pagamento em dinheiro de sobreaviso aos agentes. A decisão, anunciada pela cúpula da PF após as restrições orçamentárias impostas pelo governo Lula, passa a valer a partir deste domingo, 1º.


Além das ações na Justiça, a ADPF vai criar em seu site um cronômetro para contar os dias em que delegados e outros servidores da corporação vão trabalhar sem receber o pagamento das indenizações pelo cumprimento das escalas de sobreaviso. A PF respondeu que não haverá prejuízo, porque as escalas de sobreaviso continuarão existindo, mas a compensação será feita via banco de horas e não em dinheiro.

“A concessão do benefício pressupõe, ainda, a disponibilidade orçamentária para o respectivo custeio, atestada pelo ordenador de despesa do órgão”, diz a PF, sobre a lei do sobreaviso.

Em nota, o Ministério da Justiça afirmou que tem feito esforços junto ao Ministério do Planejamento e Orçamento e à Casa Civil para recompor a proposta orçamentária de 2024 da Polícia Federal, que era de R$ 70 milhões e já foi cortada para R$ 65,4 milhões. A PF projeta que, neste ano, seriam gastos R$ 77.335.409,57 com o pagamento do sobreaviso.

Os cortes orçamentários têm pressionado as atividades da PF, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, liberou no início de agosto cerca de R$ 50 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública para recompor os congelamentos de verbas. Até mesmo a continuidade na emissão de passaportes estava ameaçada.

Para a ADPF, o corte no sobreaviso é “uma das ações mais inadmissíveis da atual política de corte de gastos”, e “compromete a prontidão do serviço, afetando diretamente a saúde e a qualidade de vida dos nossos policiais”.

“Os constantes cortes orçamentários impostos pelo Governo Federal estão comprometendo gravemente o funcionamento e a capacidade operacional da Polícia Federal, resultando não apenas na redução do número de operações, mas também na deterioração das condições de trabalho dos policiais federais”, afirmou a entidade em nota.

Eduardo Gayer/Estadão

Ministros do STF pedem a Moraes para levar decisão sobre bloqueio do X ao plenário da Corte

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de suspender o funcionamento da rede social X (antigo Twitter) no Brasil deverá ser levada ao plenário da Corte. Em conversas reservadas desde quinta-feira, 29, ministros disseram a Moraes que é melhor fazer uma sessão extraordinária, o quanto antes, para que o assunto seja referendado por seus pares.

Embora ações do magistrado causem preocupação no tribunal, como a demora para concluir os inquéritos das fake news e das milícias digitais, que se arrastam desde 2019, a maioria dos ministros avalia que ele agiu de forma correta no caso do embate com a plataforma de Elon Musk. A rede X foi derrubada a pouco mais de um mês das eleições municipais. Os usuários passaram a relatar perda de acesso à plataforma na madrugada deste sábado, 31.

Musk se recusou a cumprir determinação de Moraes para que em 24 horas indicasse um representante legal no Brasil. Antes, o empresário já havia desobedecido a decisões judiciais para bloqueio de perfis suspeitos e pagamento de multas, que chegam a aproximadamente R$ 18,3 milhões.

Para que a decisão de Moraes passe pelo crivo do plenário, no entanto, ele precisa pautar o tema, o que ainda não fez. Alguns ministros mais próximos, porém, têm insistido em que essa será a melhor forma para o magistrado mostrar que tem apoio e não está sozinho.

A reportagem apurou que Moraes só recuou da decisão que ordenava a lojas virtuais da Apple Store e Google o bloqueio do download de programas de redes privadas, conhecidas como VPN, após ser alertado por colegas da Corte de que essa sentença causaria muito transtorno.

Os prejuízos não seriam apenas a empresas, mas também à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República, entre outras instituições que usam VPN. Além disso, as assinaturas de VPN são anuais e a devolução do dinheiro pago pelos consumidores seria um processo complicado.

A tendência, agora, é Moraes levar sua decisão ao plenário. Por enquanto, ele aguarda a intimação do X e de Musk, que o chamou de “ditador” e se referiu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “cão de colo”.

O empresário fez os xingamentos após o ministro bloquear as contas da empresa Starlink no Brasil para garantir o pagamento das multas impostas ao X. “Ele pensa que é o quê?”, reagiu Lula, nesta sexta-feira, 30. “Ele tem que respeitar a decisão da Suprema Corte brasileira.”

Moraes tem respaldo de colegas para disciplinar plataformas que se recusam a cumprir ordens judiciais, a exemplo do X, embora haja divergências sobre a necessidade de bloqueio das contas da Starlink, que mantém serviços de internet por satélite.

A percepção da maioria da Corte é de que não se pode admitir ameaças e desacato a suas decisões, sob pena de desmoralização. Mesmo assim, o banimento do X causa apreensão no tribunal.

Magistrados sabem que vão enfrentar uma onda cada vez mais forte de protestos, sobretudo por parte de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Dos 11 ministros do STF, dois – Kássio Nunes Marques e André Mendonça – foram indicados pelo ex-presidente.

Vera Rosa/Rayssa Motta/Estadão

Ministros do STF divergem de Moraes no bloqueio às contas da Starlink

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de bloquear as contas da Starlink no Brasil abriu divergências na corte.

Ela foi tomada no mesmo dia em que ele determinou a suspensão do X (ex-Twitter) por desobedecer a determinação de indicar um representante no Brasil.

As duas empresas são do bilionário Elon Musk —e o magistrado considerou a existência de um “grupo econômico de fato” para alcançar as contas da Starlink.

A suspensão do X teve amplo apoio de ministros do Supremo. Mas a decisão de bloquear as contas da Starlink, que provê serviços de internet via satélite para cerca de 250 mil assinantes, foi recebida com apreensão.

Apesar de ter Elon Musk entre seus sócios, a Starlink é totalmente independente do X e não participa de suas decisões.

Não poderia, portanto, sofrer penalidades por causa de uma companhia que funciona de maneira autônoma a ela.

A medida poderia, inclusive, gerar insegurança jurídica.

A expectativa é a de que Moraes reveja a medida nas próximas horas.

Apesar de divergências, na sexta-feira (30) o ministro Cristiano Zanin rejeitou um pedido da Starlink para que as contas da empresa fossem liberadas.

O magistrado afirmou que o meio usado pela defesa para tentar reverter decisão de outro ministro não era válido. E disse que a determinação de Moraes “apresenta motivação específica para a adoção das medidas constritivas” e “encontra ressonância na jurisprudência desta Suprema Corte”.

Na quinta (29), a Starlink enviou uma carta aos clientes afirmando que manteria o serviço no Brasil de forma gratuita se fosse necessário.

O texto afirmava que “no início desta semana, recebemos uma ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes que congela as finanças da Starlink, e impede a Starlink de realizar transações financeiras no Brasil. Esta ordem é baseada em uma determinação infundada de que a Starlink deve ser responsável pelas multas cobradas —inconstitucionalmente— contra a X, uma empresa que não é afiliada à Starlink. Foi emitido em segredo e sem conceder à Starlink nenhum dos devidos processos legais garantidos pela Constituição do Brasil”.

A carta seguia: “Embora este pedido ilegal possa afetar a nossa capacidade de receber o seu pagamento mensal, você não precisa tomar nenhuma medida neste momento. A Starlink está comprometida em defender seus direitos protegidos por sua Constituição e continuará prestando serviços a você gratuitamente, se necessário, enquanto abordamos esse assunto por meios legais”.

Mônica Bergamo/Folhapress

X, de Musk, sai do ar no Brasil em diversos dispositivos após ordem de Moraes brasil

A rede social X, o antigo Twitter, saiu do ar no Brasil em diversos dispositivos, a partir das 0h deste sábado (31), após a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes que suspendeu as atividades da plataforma após a empresa não indicar um representante legal no país.

No Downdetector, que registra queixas com canais digitais, relatam o passo a passo do X fora do ar. Um deles disse que a rede social parou de funcionar primeiro no computador e depois no celular.

Moraes determinou nesta sexta-feira (30) a derrubada “imediata, completa e integral” do funcionamento da rede.

A decisão vale até que todas as ordens judiciais proferidas pelo ministro relacionadas à ferramenta sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicada, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional (no segundo caso, também seu responsável administrativo).

Na quarta-feira (28), Moraes intimou o dono do X, o empresário Elon Musk, a indicar em 24 horas um novo representante legal no Brasil, e afirmou que suspenderia a rede caso isso não acontecesse.

O ministro determinava na decisão de quarta que Musk indicasse “em 24 horas, do nome e qualificação do novo representante legal da X Brasil, em território nacional, devidamente comprovados junto à Jucesp [Junta Comercial do Estado de São Paulo]”.

Caso não apresentasse um representante legal, disse o ministro, a rede social seria suspensa “até que as ordens judiciais sejam efetivamente cumpridas e as multas diárias quitadas”.

A intimação foi feita em postagem na página oficial do Supremo do próprio X, na qual o perfil do empresário e do Global Government Affairs da rede social foram marcados.

No dia seguinte, a rede social afirmou que não cumpriria ordens. O posicionamento da empresa foi divulgado sete minutos depois do encerramento do prazo estabelecido por Moraes (20h07).

Em 17 de agosto acusou Moraes de ameaçar de prisão seus funcionários e, diante disso, anunciou o fechamento do escritório no Brasil.

A empresa afirmou na postagem que encerraria suas operações no país em decorrência da ação do ministro, mas que a rede social continuaria disponível para os brasileiros.

Em sua conta, Musk disse que a “decisão de fechar o escritório X no Brasil foi difícil”. “Se tivéssemos concordado com as exigências de censura secreta (ilegal) e entrega de informações privadas de @alexandre, não haveria como explicar nossas ações sem ficarmos envergonhados”.

Isso aconteceu depois que a rede social publicou o que seria decisão sigilosa de Moraes na qual ele determina a intimação dos advogados regularmente constituídos pelo X no Brasil para que tomem as providências necessárias e bloqueiem contas de usuários da rede.

Na decisão judicial publicada pela empresa, Moraes narra a tentativa do oficial de Justiça de comunicação com a rede social, para que cumprisse outra determinação, de bloqueio de contas de usuários, do dia 7 deste mês. Aplicou então multa de R$ 50 mil e intimou quem acreditava ser o administrador da empresa no Brasil, Diego de Lima Gualda.

Posteriormente, narra, tomou conhecimento de que Gualda não era mais o representante da empresa no Brasil. O oficial de Justiça teria entrado em contato com uma profissional de relações públicas da empresa, que pediu a formalização da demanda por email.

O encerramento das operações do X no Brasil dificultou ainda mais o cumprimento de decisões judiciais, uma vez que não haverá representantes no país para serem notificados.

O dono da rede social é investigado em um inquérito que apura suspeitas de obstrução de Justiça, organização criminosa e incitação ao crime. Essa investigação é um desdobramento do chamado inquérito das milícias digitais.

À época da inclusão de Musk em inquérito, em abril, Moraes disse que a medida se justificava pela “dolosa instrumentalização criminosa” da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Ele tinha determinado ainda que a provedora da rede X devia se abster de realizar qualquer reativação de página cujo bloqueio foi determinado pelo STF, sob pena de multa diária de R$ 100 mil por perfil e responsabilidade por desobediência à ordem judicial dos responsáveis legais pela empresa no Brasil.

Naquele período, Musk vinha fazendo uma série de posts relacionados ao Brasil. Ele disse que estava “levantando restrições” impostas por decisão judicial de sua rede e defendeu que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment.

José Marques/Folhapress

Aneel anuncia bandeira vermelha 2 e conta de luz vai subir em setembro

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou, na noite desta sexta-feira (30), que a bandeira tarifária de setembro será vermelha patamar 2, que corresponde a um acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Esse é o primeiro acionamento da bandeira vermelha patamar 2 desde agosto de 2021. O motivo da medida, segundo a agência, é a previsão de chuvas abaixo da média em setembro, resultando em expectativa de afluência nos reservatórios das hidrelétricas do país (em cerca de 50% abaixo da média).

A conta de luz vinha em uma sequência de bandeira verde, iniciada em abril de 2022 e mantida por mais de dois anos por conta do volume de chuvas e geração de energia renovável no país.

A interrupção da série ocorreu em julho, quando foi anunciada a bandeira amarela, já por conta das previsões de chuva abaixo da média até o final do ano. Mesmo com a confirmação da escassez de precipitação em julho, a bandeira verde chegou a ser retomada em agosto, segundo a Aneel, por conta do volume de chuva na região Sul.

Agora, foi adotado a medida mais severa. A escassez de chuvas, somada ao mês com temperaturas superiores à média histórica em todo o país, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais. “Os fatores que acionaram a bandeira vermelha patamar 2 foram o GSF (risco hidrológico) e o aumento do PLD (Preço de Liquidação de Diferenças)”, diz o texto da agência.

A piora nas condições de geração de energia já vinha sendo monitorada. Em junho, já havia sido percebida com mais frequência a redução da disponibilidade de hidrelétricas para atendimento da carga nos períodos próximos às 18h. Em julho, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) pediu para que as termelétricas ficassem de prontidão.

A agência afirma que a nova bandeira tarifária aumenta a importância da vigilância quanto ao uso responsável da energia elétrica. A orientação é para utilizar a energia de forma consciente e evitar desperdícios que prejudicam o meio ambiente e afetam a sustentabilidade do setor elétrico como um todo.

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel em 2015 para indicar, aos consumidores, os custos da geração de energia no Brasil. Ele reflete o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, bem como o acionamento de fontes de geração mais caras como as termelétricas.

A Aneel defende que as bandeiras permitem ao consumidor um papel mais ativo na definição de sua conta de energia. Ao saber do valor adicional antes do início do mês, ele pode adaptar seu consumo para ajudar a reduzir o valor da conta.

Folhapress

STF noticia derrubada do X em publicação na própria rede

O STF (Supremo Tribunal Federal) publicou a notícia da derrubada do X (ex-Twitter) no perfil da corte na rede social. A publicação foi feita pouco mais de 40 minutos após a decisão do ministro Alexandre de Moraes ser divulgada.

Cerca de meia hora depois, o post já tinha mais de 1,4 mil compartilhamentos e 4,7 mil curtidas. O tweet inclui uma foto da estátua da justiça, localizada em frente à sede do STF, e o link para o texto a respeito do tema no site do tribunal.

Moraes determinou nesta sexta-feira (30) a derrubada “imediata, completa e integral” do funcionamento do antigo Twitter no Brasil.

A decisão vale até que todas as ordens judiciais proferidas pelo ministro relacionadas à ferramenta sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicada, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional (no segundo caso, também seu responsável administrativo).

O presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Carlos Manuel Baigorri, deve ser intimado para que adote imediatamente todas as providências necessárias para a efetivação da medida, comunicando ao STF, em até 24 horas.

O texto do STF diz que, segundo o ministro, a corte “fez todos os esforços possíveis e concedeu todas as oportunidades para que a X Brasil cumprisse as ordens judiciais e pagasse as multas, o que evitaria a adoção dessa medida mais gravosa”.

Ana Pompeu, Folhapress

PM apreende fuzil, carregador, munições e drogas no IAPI

12kg de maconha, 360 pinos de cocaína e 27 frascos de lança-perfurme foram apreendidos

Na madrugada desta sexta-feira (30), policiais militares da 37ª CIPM apreenderam um fuzil, carregador, munições e drogas no IAPI.

Durante o reforço de patrulhamento na região, as guarnições receberam informações de homens armados reunidos na localidade conhecida como Rocinha da Divinéia. No decorrer das diligências, os pms identificaram os suspeitos que, ao perceberem a aproximação policial, dispararam contra as equipes enquanto fugiam. Houve o revide.

Durante o acompanhamento e a varredura, os agentes localizaram um fuzil calibre 556, um carregador alongado, 19 munições, duas réplicas de pistola, 12Kg de maconha, 360 pinos de cocaína, 27 frascos contendo lança perfume, 12 rádio-comunicadores, além de materiais comumente utilizados em ataques por grupos criminosos. Ninguém foi preso.

Todo o material apreendido foi apresentado à Polícia Civil, onde a ocorrência foi formalizada.

PM apreende drogas em Porto Seguro

Policiais militares do 8º BPM apreenderam maconha, cocaína e crack na localidade conhecida como Ladeira do Xurupita, em Porto Seguro, sul do estado, na tarde de quinta-feira (29).

A guarnição, no decorrer de uma blitz, abordou um veículo e três ocupantes e, durante as buscas, encontraram 442 porções de maconha, 247 pedras de crack, 185 embalagens contendo cocaína e dois rádios comunicadores.

Os ocupantes e todo o material apreendido foram apresentados à Polícia Civil, onde a ocorrência foi registrada.

Unlabelled

Três armas de fogo e munições são aprendidas pela PM em Itabuna

Na manhã desta sexta-feira (30), policiais militares do 15º BPM apreenderam armas de fogo e munições em Itabuna.

Durante a realização da Operação Garra de Arquimedes, os militares conseguiram localizar duas espingardas calibre 12, um revólver 38 e munições de diversos calibres (38, 380 e 44).

Todo material foi encaminhado à delegacia de Itabuna, para o registro da ocorrência.


PM apreende drogas e material bélico no Bairro da Paz

Na manhã desta sexta-feira (30), policiais do Batalhão Gêmeos prenderam um suspeito de tráfico de drogas no Bairro da Paz, em Salvador. O homem portava drogas e munições.

Os pms faziam rondas no bairro quando receberam a informação de que havia homens armados na Rua Ubatã. No local, a guarnição foi recebida a tiros. Cessados os disparos e iniciadas as buscas, um dos suspeitos foi capturado. Com ele, foram apreendidas uma balaclava, quatro balanças de precisão, equipamentos táticos, porções de cocaína e mais de 6 mil pinos para acondicionamento da droga.

O homem e o material foram apresentados na Central de Flagrantes para adoção das medidas cabíveis.

Plantação de maconha é erradicada pela PM em Xique-Xique

Na tarde de quinta-feira (29), uma guarnição da Cipe Semiárido erradicou mais de mil pés de maconha em Xique-Xique, no oeste do estado.

Os pms realizavam patrulhamento nas proximidades do povoado de Lagoa da Onça, quando localizaram o plantio ilegal. Os militares fizeram uma varredura na região, mas nenhum suspeito foi encontrado. Ao todo, cerca 1.300 pés da droga foram eliminados.

Uma amostra da plantação foi apresentada à delegacia que atende à região para adoção das medidas cabíveis.

Pior seca em 40 anos coloca principais safras do Brasil em risco

Primeiro foram os incêndios que queimaram plantações de cana-de-açúcar. Agora, a pior seca em mais de quatro décadas ameaça as plantações de café e soja no Brasil.

De maio a agosto, algumas áreas agrícolas importantes enfrentaram o clima mais seco desde 1981, de acordo com o centro de monitoramento de desastres naturais Cemaden.

E não há alívio à vista: não há chuva prevista por pelo menos mais duas semanas, período em que os cafeeiros costumam florescer e os produtores começam a plantar soja.

A falta de chuvas representa riscos para o fornecimento de commodities agrícolas em um mercado global que se tornou cada vez mais dependente do Brasil. As perdas podem piorar o estresse financeiro de agricultores que já enfrentam uma queda acentuada dos preços.

“Esta é uma das piores secas da história do café”, disse Regis Ricco, diretor da RR Consultoria Rural, que presta serviços nas maiores regiões produtoras do Brasil.

A seca prolongada em áreas que produzem café arábica, o tipo preferido pela Starbucks, provavelmente danificará os botões florais antes que as árvores possam florescer, de acordo com Ricco. Não houve nenhuma chuva significativa nas regiões de arábica desde março, disse Ricco.

A florada é um momento crítico para o café porque desenvolve os frutos que contêm os grãos. Os futuros de arábica já subiram mais de 30% este ano, e as perdas de safra no Brasil podem impulsionar a alta ainda mais.

“Se houver problemas com a florada, haverá perdas, não importa o que aconteça com o clima mais tarde”, afirmou o analista Fernando Maximiliano, da StoneX.

Os incêndios que atingiram os canaviais na semana passada já levaram a trading de commodities Czarnikow a revisar para baixo sua previsão para a produção de açúcar do Brasil na atual safra.

Com o clima seco e as temperaturas altas, o principal estado produtor de cana-de-açúcar, São Paulo, está em alerta para mais incêndios neste fim de semana.

Chuvas regulares típicas da primavera brasileira provavelmente virão só no final de outubro, disse o meteorologista Marco Antonio dos Santos, da Rural Clima.

Chuvas abaixo da média previstas para setembro e outubro também podem levar produtores do Mato Grosso a adiar o plantio de soja até que a umidade melhore, segundo Daniele Siqueira, da AgRural. Produtores que optarem por semear enquanto o solo ainda estiver seco podem ter que replantar.

Atrasos na soja também podem afetar outras culturas que serão plantadas mais adiante na atual safra, após a colheita da soja, como algodão e milho.

Dayanne Sousa e Clarice Cout, Folhapress
Unlabelled

Lula envia projeto que eleva tributos sobre empresas e prevê arrecadar R$ 21 bi em 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei que eleva tributos sobre o lucro das empresas para obter uma arrecadação adicional de R$ 32,56 bilhões entre 2025 e 2027.

Só no ano que vem, o governo conta com um incremento de R$ 21,03 bilhões. As receitas ajudarão a fechar as contas do Orçamento de 2025 dentro da meta fiscal, que é de déficit zero.

O projeto aumenta as alíquotas do CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de 1º de janeiro a 31 dezembro de 2025 para as empresas em geral, bancos e seguradoras.

As instituições financeiras terão um aumento maior. Pelo projeto, a alíquota dos bancos CSLL subirá dois pontos percentuais, de 20% para 22%. As demais empresas terão a alíquota majorada em um ponto percentual, de 9% para 10%. A cobrança sobre as empresas de seguros privados e capitalização subirá de 15% para 16%.

Técnicos do governo afirmaram à Folha que a alíquota dos bancos subirá mais porque seria desproporcional aumentar a tributação das instituições financeiras em só um ponto porcentual em relação ao resto das empresas.

O projeto também aumenta para 20% a alíquota do JCP (Juros sobre Capital Próprio).

O JCP é uma forma alternativa de uma empresa remunerar seus acionistas recolhendo menos tributos. Os valores distribuídos hoje pagam uma alíquota de 15% de Imposto de Renda.

O aumento da CSLL e do imposto sobre o JCP para fechar as contas do Orçamento de 2025 foi antecipado pela Folha e confirmado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda). O governo prevê protocolar o PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) até o fim desta sexta-feira (30).

Embora o aumento da CSLL seja temporário, o projeto não impõe prazo de vigência para o aumento da cobrança sobre o JCP, o que garante receita extra ao governo pelo menos até 2027.

Pelas projeções do governo encaminhadas junto com o texto, a alteração das alíquotas da CSLL garante um aumento de receita tributária de R$ 14,93 bilhões em 2025 e de R$ 1,35 bilhão em 2026.

Já a alteração do JCP trará um incremento de R$ 6,01 bilhões em 2025, R$ 4,99 bilhões em 2026, e R$ 5,28 bilhões em 2027.

O projeto foi encaminhado em regime de urgência constitucional para acelerar a sua tramitação. O regime de urgência prevê deliberação sobre o tema em até 45 dias —caso contrário, a pauta da Casa ficará travada.

O governo já fez uma investida para tentar elevar o imposto sobre o JCP no projeto que ratificou a desoneração da folha de pagamentos para empresas de 17 setores e municípios neste ano, mas acabou sofrendo um revés. A proposta caiu na hora da votação.

A equipe econômica também tentou emplacar o aumento de um ponto percentual na alíquota da CSLL, com queda gradual, mas a medida foi descartada pelo relator do projeto líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

Idiana Tomazelli e Adriana Fernandes, Folhapress

Após ser provocado por Geddel, Isaac Carvalho diz que “a penitenciária deve reservar o lugar dele na mesma cela”

A lavagem de roupa suja pública entre o cacique do MDB, Geddel Vieira Lima, e Isaac Carvalho, que teve a sua candidatura a prefeito de Juazeiro alijada por não conseguir reverter sua inelegibilidade junto à Justiça Eleitoral, parece estar bem longe do fim.

Após Carvalho cobrar a presença de Vieira Lima em Juazeiro para reforçar o apoio a Andrei da Caixa (MDB), candidato escolhido pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) para representar o grupo de oposição a prefeita Suzana Ramos (PSDB), o agora ex-petista e quase pessedista acabou tomando uma invertida de Geddel, que alegou impossibilidade de viajar até o município devido a uma recente cirurgia no joelho.

Em entrevista e este Política Livre na última quarta-feira (28), Geddel chamou Isaac de “rameira velha” e afirmou que o ex-prefeito tentou constranger aliados para colocar “amante” candidata.

Na tréplica, Isaac Carvalho postou um longo texto em suas redes sociais desafiando o ex-ministro da Integração Nacional. “Se não puder caminhar, mande pelo menos um vídeo apoiando seu candidato. Ou tem medo da repercussão negativa que sua imagem traz? Eu estou caminhando pelos quatro cantos de Juazeiro e não preciso ficar respondendo a essas baixarias. Os fatos respondem por si”, escreveu.

Na sequência, Isaac Carvalho emendou: “Geddel é covarde e desrespeitoso com as mulheres, quando ataca minha esposa, mãe de família de forma traiçoeira e covarde. Da mesma forma que o MDB, sob a chefia de Geddel, foi com Dilma Rousseff. A população sabe que o MDB de Geddel articulou e foi decisivo na manobra para golpear covardemente a ex-presidenta. Mas quem foi preso por desvio de recurso foi Geddel. Quando ele era vice-presidente da Caixa, foi preso numa montanha de dinheiro de mais de 50 milhões de reais em espécie, escondidos em caixas de papelão, dentro de um apartamento em Salvador”. Isaac ainda completou que por ter cometido “desvio de recursos públicos e enriquecimento ilícito, a penitenciária deve reservar a vaga dele na mesma cela onde ele já ficou, e de onde jamais deveria ter saído”.

Ao tomar conhecimento do duro discurso, Geddel Vieira Lima não deixou barato e enviou uma nota de esclarecimento a um site da região rebatendo as falas do ex-aliado. “Sobre as últimas manifestações do nômade partidário Isaac, que teve sua candidatura barrada pela justiça por haver cometido o crime de improbidade administrativa, manifesto-me: Em primeiro lugar, o que tinha que ajustar com a sociedade por conta de decisão judicial, já o fiz, não restando nenhum processo que possa, como mostrou desejo o ex-prefeito, levar-me a nenhuma cela, onde correria o sério risco de ter que conviver com Isaac cuja destino está traçado e seria efetivado ainda mais rápido se tivesse conseguido ser Prefeito dessa grande cidade outra vez sorte a dele que a justiça barrou o seu projeto familiar”.

E seguiu: “Quanto a ficar falando de prisão, cela, penitenciária, ex-presidiário, alerto ao mefítico ex-prefeito que se ele quiser bater no Presidente Lula, que ficou preso em uma cela, que se transformou em ex-presidiário, antes de pelas circunstâncias ser resgatado, só para atingir o PT da Bahia, que não concordou em insistir ainda mais na candidatura barrada na justiça por crime de improbidade administrativa, não conte comigo”, frisou.

Carine Andrade

Anatel vai identificar autores de ligações telefônicas para combater golpes

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) anunciou que deve colocar em funcionamento nos próximos dias um sistema de comunicação entre as operadoras que permitirá a identificação do autor de uma ligação, mesmo que o contato não esteja salvo.

Os golpes em que os estelionatários se passam por empresas, seja via ligação ou mensagem, são os mais frequentes no país, mostrou pesquisa Datafolha publicada em 12 de agosto. Os golpistas se passam por serviços de grande credibilidade com o público, como os Correios, a Caixa Econômica Federal e outros bancos, em geral, para pedir transferência via Pix.

A tecnologia se chamará “origem verificada” e visará o combate às fraudes da falsa central telefônica. A iniciativa será de participação voluntária por parte das empresas de telecomunicação. As seis maiores companhias do setor —Vivo, Claro, Tim, Oi, Algar Telecom e Sercomtel— já planejam aderir à ferramenta após o lançamento.

De acordo com a Conexis, entidade patronal das operadoras, a solução foi criada pelas próprias empresas, com articulação da Anatel. Com a autenticação, o usuário que receber a ligação verá, na tela do celular, o nome da empresa que está ligando e o motivo da chamada.

O funcionamento da ferramenta ainda depende do aparelho do cliente, segundo a Conexis. A autenticação da chamada só estará disponível para celulares que acessem a rede 4G ou 5G. Em parte dos aparelhos, será necessária a atualização do sistema operacional.

“Os smartphones que não suportarem a solução de autenticação de chamadas receberão as ligações, porém sem a identificação”, diz a entidade.

A Anatel estima que 500 empresas de telemarketing são responsáveis por 80% do tráfego de chamadas.

A Conexis informa que os interessados deverão procurar as próprias operadoras para ativarem o serviço de “origem verificada”.

Para a ABT (Associação Brasileira de Telesserviços), que representa os call centers, a tecnologia permitirá separar o joio (golpistas) do trigo (as empresas) e dar maior transparência à relação com o consumidor.

“É de interesse do setor privilegiar as empresas que promovem as boas práticas, mostrando as centrais sérias e que efetivamente querem entregar a melhor experiência ao consumidor, afastando os riscos de sujeição da população à golpes”, diz a associação em nota.

Desde o ano passado, a Anatel se esforça para fechar o cerco sobre as falsas centrais telefônicas. Em novembro do ano passado, por exemplo, recomendou a suspensão imediata de linhas com prefixo “0800” suspeitas de fraude.

Os estelionatários costumam recorrer a operadoras menores para conseguir acesso a números telefônicos iniciados em 0800, 0300, 4000, 4003 e 4004, que são associados a empresas, segundo o pesquisador-chefe para a América Latina da empresa de cibersegurança Kaspersky, Fabio Assolini. “A segurança dessas empresas é mais frágil”, diz.

Também pedem acesso a linhas que permitem o envio de mensagens SMSs com números curtos, como 1153, usado pela TIM, ou 27900, usado pelo Nubank.

O aumento do número de operadoras fez parte de um processo de abrandamento regulatório para incentivar a concorrência, disse à Folha o presidente da Anatel Carlos Baigorri. “Passamos a trabalhar em um modelo em que a pequena empresa, disposta a atuar onde não chegava a rede de telefonia, não precisava atender aos mesmos critérios do que uma gigante do setor.”

Para as empresas de telemarketing representadas pela ABT, os novos atores do mercado de telecomunicação e de pagamentos levaram a um paradoxo: houve avanços na universalização do acesso à telefonia móvel e, ao mesmo tempo, uma piora no cenário das fraudes.

Pedro S. Teixeira/Folhapress

Destaques