Baleia que era suspeita ser 'espiã' a serviço de Putin é encontrada morta

Hvaldimir, a baleia beluga que hamou a atenção em 2019, foi encontrada sem vida, este sábado (31), na Noruega.

Hvaldimir/Foto X
O mamífero suscitou interesse depois de há cinco anos ter sido encontrada com uma espécie de cinto com uma câmara integrada. Alegou-se na ocasião que o animal seria um espião ao serviço de Vladimir Putin.

Hvaldimir foi encontrada no sábado, por uma organização sem fins lucrativos, que trabalhou para proteger a baleia.

Sebastian Strand, fundador da Marine Mind, disse que viu a baleia morta flutuando perto de Risavika, no sudoeste da Noruega. A causa da morte não ficou imediatamente clara.

"É de partir o coração. Ela tocou o coração de milhares de pessoas aqui na Noruega", lamentou.

A baleia foi encontrada em 2019 e dada as suspeitas em torno de estar ao serviço da Rússia, decidiu-se dar-lhe o nome de Hvaldimir que é a combinação  de “hval”, a palavra norueguesa para baleia, e o


nome Vladimir.

Em memória amorosa de Hvaldimir 🐋 
É com o coração pesado que partilhamos a notícia do falecimento de Hvaldimir. Esta manhã, depois de receber um relatório de avistamento de um local, a nossa equipa chegou a encontrar Hvaldimir a flutuar pacificamente na água, já não está entre nós. Será conduzida uma necropsia para determinar a causa da morte.
Hvaldimir não era apenas uma baleia beluga; era um farol de esperança, um símbolo de conexão e um lembrete do profundo vínculo entre os seres humanos e o mundo natural. Nos últimos cinco anos, ele tocou a vida de dezenas de milhares, reunindo as pessoas com admiração das maravilhas da natureza. Sua presença nos ensinou sobre a importância da conservação dos oceanos, e ao fazê-lo, ele também nos ensinou mais sobre nós mesmos.
 
Hvaldimir colmatou o fosso entre humanos e animais selvagens de uma forma que poucos conseguem. Ele era especial para tantos, deixando uma marca indelével em todos que tiveram o privilégio de encontrá-lo. Seu legado continuará a inspirar nosso trabalho e nossa missão de proteger o oceano e seus habitantes.

Descanse em paz, Hvaldimir. Você vai fazer muita falta, mas nunca será esquecido. 🌊💙
 

Moraes vota para manter X suspenso em julgamento na Primeira Turma

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou a favor de manter a suspensão ao X (ex-Twitter) em julgamento da decisão na Primeira Turma da corte.

Moraes é relator da decisão, que tirou do ar a rede social do empresário Elon Musk, com quem troca farpas desde a semana passada. Em resposta à suspensão, o empresário promete vazar “ações sigilosas” do ministro na plataforma.

O magistrado também removeu o sigilo do processo, agora público.

O voto de Moraes foi o primeiro do julgamento aberto na madrugada desta segunda-feira (2). Além dele, a Primeira Turma conta com Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino.

Interlocutores de integrantes do STF acreditam que a decisão de Moraes poderá ser referendada de forma unânime na turma, que é presidida pelo magistrado.

Na decisão, Moraes cita reportagem de abril da Folha que mostrou que Musk tem cumprido, sem reclamar, centenas de ordens de remoção de conteúdo vindas dos governos da Índia e da Turquia.

O magistrado entende que Musk não apenas infringiu a lei brasileira mas a desrespeitou em tom de deboche, uma vez que teve conhecimento da decisão.

“Ordem judicial pode ser passível de recurso, mas não de desataviado desprezo. O acatamento de comandos do Judiciário é um requisito essencial de civilidade e condição de possibilidade de um Estado de Direito”, diz trecho do texto.

A decisão que derrubou a plataforma foi tomada na sexta–feira (30), após Musk não atender a decisão monocrática do ministro para que indicasse, em 24h, um representante legal no Brasil.

Os autos da decisão determinam a derrubada “imediata, completa e integral” do funcionamento da plataforma em todo o território nacional. Fixa ainda multa de R$ 50 mil a pessoas físicas e jurídicas que fraudarem a decisão judicial com a utilização de “subterfúgios tecnológicos”, como VPN’s.

Havia entre ministros a expectativa de que Moraes submetesse também ao julgamento da turma sua decisão de bloquear as contas da Starlink, empresa de Elon Musk, para pagamento de multas aplicadas pela corte. A minuta de voto do ministro não traz esse item.

Segundo auxiliares de integrantes do Supremo, como Moraes decidiu levar o caso à turma, o ministro não precisaria incluir o tema na pauta de discussões do plenário depois. Isso porque a decisão já passará pela avaliação de um colegiado, o que dará maior segurança à determinação e afasta críticas a Moraes. Submeter a suspensão ao julgamento dos demais magistrados da corte, então, seria opcional —e a aposta entre seus pares é a que Moraes não optará por levar ao plenário.

A rede social fica fora do ar em pleno período eleitoral no país. A decisão vale até que todas as ordens judiciais proferidas pelo ministro relacionadas à ferramenta sejam cumpridas, as multas pagas e seja indicada, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional – a depender também da decisão tomada pela primeira turma, que pode derrubar a suspensão.

Apenas Moraes havia votado até às 4h40 da madrugada. Os demais ministros da que compõem a Primeira Turma têm até o fim do dia para registrarem suas decisões no plenário virtual.

Luis Eduardo de Sousa/Folhapress

Orçamento de 2025 tem R$ 46,7 bilhões em alta de receita que dependem do Congresso

A proposta de Orçamento de 2025 foi encaminhada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contando com R$ 46,7 bilhões de medidas de incremento da arrecadação condicionadas à aprovação do Congresso Nacional até o final deste ano.

As medidas foram incluídas pela equipe econômica para fechar o buraco que faltava no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária) com um resultado dentro da meta fiscal de déficit zero, mas já enfrentam resistências do setor privado e de parlamentares.

Além de projeto de alta da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e do JCP (Juros sobre Capital Próprio) das empresas, o governo considerou na peça orçamentária a reoneração integral da folha de pagamento de 17 setores e dos municípios no ano que vem.

Embora o Senado já tenha aprovado o projeto de reoneração gradual, que mantém boa parte do benefício fiscal em 2025, a equipe econômica decidiu, após análise jurídica, não incluir o impacto das medidas compensatórias previstas no texto do relator e líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA). A previsão incluída no PLOA foi de uma receita de R$ 25,8 bilhões com medidas de compensação, que ficaram condicionadas à aprovação do projeto na Câmara.

Segundo um integrante da equipe econômica, à medida que o projeto avance no Congresso, o impacto será absorvido nas estimativas e, possivelmente, será até maior do que o valor calculado.

Se medidas compensatórias não forem aprovadas no tamanho previsto pelo governo, a avaliação do governo é que fica valendo a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de volta da contribuição previdenciária de 20%.

Um dos grupos beneficiados com a desoneração é o de comunicação, no qual se insere o Grupo Folha, empresa que edita a Folha. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, entre outros.

O governo recebeu informações declaradas pelas próprias empresas beneficiadas que indicam uma renúncia na casa dos R$ 35 bilhões, em termos anualizados. De acordo com o interlocutor ouvido pela Folha, o projeto de aumento de tributos sobre empresas já é uma “salvaguarda” para garantir o amortecimento do impacto adicional.

Nas negociações no Congresso, os parlamentares já tinham rejeitado o aumento das alíquotas do CSLL e do JCP. A dependência do governo do Congresso para aprovar as medidas de alta de arrecadação acontece num momento de crescimento da resistência dos parlamentares em aprovar mais medidas de alta de impostos em meio às negociações delicadas de uma nova regra para as emendas parlamentares e da sucessão nas presidências da Câmara e do Senado.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi o primeiro a apresentar resistência. No dia seguinte da entrega do PLOA, Lira afirmou ser “quase impossível” passar oaumento da carga tributária.

O governo apresentou um projeto com o aumento das alíquotas da CSLL e do JCP antes de protocolar o PLOA no sistema do Congresso. Nos cálculos da Receita Federal, a alta garante R$ 21 bilhões em 2025 e R$ 32,56 bilhões entre 2025 e 2027.

As empresas também preparam uma reação para barrar o aumento de impostos. “Nossa posição é que não se deve mais aceitar nenhum aumento de tributação sobre a sociedade”, disse à Folha neste domingo (01) o presidente-executivo da Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas), Pablo Cesário.

“O Brasil já tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. Estamos correndo rapidamente para chegar no primeiro [lugar] “, ressaltou. Segundo ele, há demanda do governo Lula por mais arrecadação porque as despesas continuam subindo.

“Houve várias medidas de aumento de arrecadação e isso ainda não foi suficiente para interromper demandas de aumento de arrecadação, porque os gastos continuam subindo muito mais rápido que as despesas”, criticou.

A entidade, que representa grandes empresas e bancos com ações negociadas em bolsa de valores, começou a enviar ao parlamentares o documento “Equilíbrio Fiscal Justo e Competitivo” com propostas de medidas para aumentar receitas, sem elevação da carga tributária das empresas, e de redução de despesas, que não tenham como alvo os mais pobres.

Os bancos também sinalizam uma articulação para barrar o aumento da CSLL. No caso deles, a alíquota prevista no projeto do governo sobe dois pontos percentuais, de 20% para 22%. Para as demais empresas, a alíquota sobe um ponto percentual.

Além das medidas de alta de impostos, o governo também incluiu no PLOA uma receita adicional de R$ 121,5 bilhões. Entre elas, uma arrecadação de um novo modelo de transação tributária, lançado na sexta (30) para tentar acabar com litígios que envolvem R$ 700 bilhões devidos pelas maiores empresas do país.

Nesse grupo de receitas, foram previstos R$ 28,5 bilhões com a expectativa de uma performance melhor da negociação especial para contribuintes derrotados pelo voto de desempate nos julgamentos do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) e uma arrecadação de R$ 20 bilhões a mais com ações administrativas para restringir a utilização indevida de benefícios fiscais.

Do lado das despesas, o governo previu uma despesa de R$ 1,01 trilhão com o pagamento de benefícios previdenciários, valor considerado subestimado pelos analistas em contas públicas do mercado financeiro e que deve subir.

No último relatório de receitas e despesas do orçamento, divulgado em 22 de julho, o governo estimava para este ano uma despesa de R$ 923 bilhões com os benefícios previdenciários – previsão também apontada como irrealista pelos especialistas. Eles aguardam as explicações do governo em entrevista prevista para esta segunda-feira (02).

Adriana Fernandes/Folhapress

Resultado da 20ª rodada do. Campeonato Master da AABB-Ipiaú.

                                    Cairo Auto Peças vence e segue na vice-liderança

Neste domingo (01.09) aconteceram no campo A da AABB Ipiau os jogos da 20ª rodada do. Campeonato Master.
No primeiro duelo a líder Del Rey Telecom recebeu a Real Calçados, em um jogo bastante equilibrado o empate prevaleceu. A Del Rey Telecom segue isolado na liderança com 20 pontos, e com o empate a Real Calçados entrou no G4.

Del Rey Telecom 0x0 Real Calçados

No segundo jogo a Cairo Auto Peças recebeu a Ita Telecom. A Cairo começou com grande volume de jogo e com um ótimo primeiro tempo abriu três gols, o segundo tempo foi bem equilibrado, a Ita Telecom conseguiu reagir mais não havia mais tempo.

Cairo Auto Peças 5x2 Ita Telecom
Gols
Cairo Auto Peças: DJ Kaka (3), Matheus Mecânico e Gulu
Ita Telecom: Ronaldo Tinoco e Ivo
Próxima rodada - Domingo (08.09)
07:15 - ORAL CENTER X IMPACTO CALÇADOS
08:30 - SINTONIA MEDICAL X CONSTRUCASA
Cairo Auto Peças
Fonte: Ascom;AABB-Ipiaú

Intermunicipal: Ipiaú joga mal e fica no 0 a 0 contra Santo Antônio de Jesus

A seleção de Ipiaú visitou a seleção de Santo Antônio de Jesus na tarde deste domingo (01/09), em partida válida pelo jogo de ida da segunda fase do Campeonato Intermunicipal de Futebol. A partida terminou empatada por 0 a 0. A atuação da seleção de Ipiaú foi tenebrosa, quiçá a pior partida da equipe na competição. Ipiaú enfrentou a pior equipe das classificadas, uma equipe que havia feito apenas 01 gol em 06 jogos e com nenhuma vitória. Mas o time ipiauense não conseguiu se impor como deveria, nem ofereceu grandes riscos ao gol adversário, com exceção de uma bola na trave do atacante Fábio Bahia e uma finalização no segundo tempo de Gazinho, de fora da área, que passou perto do gol. Mas a tônica da partida foi um time desconcentrado, em ritmo lento, parecendo não ter nenhuma gana de vencer a partida.

Algumas atuações horrendas foram dos laterais Bago e Joaninha, inofensivos e com vários erros técnicos de passe e o meio campo inoperante e descompactado. As mudanças modestas na etapa final não surtiram nenhum efeito. As alterações poderiam ter sido mais ousadas, sacando um volante e colocando um atacante de lado de campo para ter mais força ofensiva, como também sacar Joaninha que estava mal, trazer Gazinho para a lateral direita e colocar outro meia, deixando o time no 4-1-3-2 e com mais opções para criar jogadas e, consequentemente, ficar mais próximo do gol. Faltou ousadia em campo e fora de campo. A vitória era fundamental no confronto para Ipiaú subir na classificação geral e ir escapando das seleções mais fortes nas próximas fases. O jogo da volta acontecerá no dia 08 de setembro, no estádio Pedro Caetano, às 15h. (GIRO/Romário Henderson)

Marçal troca ataques com Boulos e Nunes em debate e é chamado de ‘tchutchuca do PCC’

 Debate entre candidatos a prefeito de São Paulo promovido pela TV Gazeta e MyNews

Pablo Marçal (PRTB) virou alvo dos principais rivais no primeiro bloco do debate da TV Gazeta e MyNews neste domingo (1°).

Ele trocou acusações com Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), com quem empata na liderança das pesquisas de intenção de voto.

Ao questionar o candidato do PSOL sobre o Hino Nacional cantando em linguagem neutra durante comício, Marçal ironizou chamando Boulos de ‘Boules’, que rebateu o candidato do PRTB, dizendo que ele é um “bandido condenado”.

Boulos seguiu afirmando que Marçal foi preso por dar golpes “em senhoras de idade” e atacou ainda Nunes, afirmando que a cidade de São Paulo não pode ficar refém do banditismo, ao citar o caso de empresas de transporte e o crime organizado, na capital.

Logo após, Marçal direcionou a fala a Nunes, chamando-o de “grande covarde. Nunes rebateu, falando que o autointitulado ex-coach é “tchutchuca do PCC”.

 
Folhapress


PF desvenda falso sequestro de candidato a vereador em Iguatu/CE

                                Candidato confessou ter simulado o próprio sequestro

Juazeiro do Norte/CE. A Polícia Federal desvendou, neste sábado (31/8), um caso de falsa comunicação de crime envolvendo um candidato a vereador no município de Iguatu/CE, que alegou ter sido vítima de sequestro. Após investigação, as autoridades confirmaram que o candidato simulou o próprio sequestro.

O caso teve início quando o candidato reportou o suposto crime às autoridades locais, alegando que havia sido sequestrado por uma organização criminosa. A notícia se espalhou rapidamente, gerando grande repercussão nas redes sociais e na imprensa, com uma série de informações falsas alimentando a narrativa.

Desde o início das investigações, a Polícia Federal identificou inconsistências no relato. O candidato a vereador, que colaborou com as investigações, confessou aos agentes da PF ter forjado o crime.

A Polícia Federal reitera seu compromisso com a verdade e com a aplicação da justiça, destacando que crimes dessa natureza serão rigorosamente apurados. O candidato será indiciado por falsa comunicação de crime.

A Polícia Federal reforça que a disseminação de informações falsas causa prejuízos significativos à sociedade e às instituições, e todos os casos serão investigados com a seriedade que merecem.

Comunicação Social da Polícia Federal no Ceará

PF e GEFRON-MT realizam apreensão de drogas na fronteira com a Bolívia

 Foram encontrados 707 tabletes de entorpecentes no compartimento da carga do veículo.

Vilhena/RO. A Polícia Federal, em ação integrada com o GEFRON/MT, realizou no sábado (31/8) operação integrada com emprego de cães na BR 174, no município de Cáceres/MT, na qual um caminhão câmara fria foi abordado e apreendido após serem encontrados 707 tabletes de entorpecentes no compartimento da carga do veículo.

Comunicação Social da Polícia Federal em Rondônia
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Campanha de Alipinho realiza grande passeata na noite de sábado

A primeira grande passeata da oposição ao Governo Municipal de Ipiaú, no decorrer desta campanha eleitoral, aconteceu na noite do último sábado, 31 e agosto, num trajeto entre Bairro Euclides Neto até a Praça Everaldino Pereira dos Santos, no Bairro Constança.

O evento reuniu um grande número de pessoas vestidas de azul, acompanharam o candidato a prefeito, Alipinho da Doce Mel (UB), pronunciando palavras de ordem, cantando jingles da campanha, demonstrando entusiasmo e criatividade.

A multidão seguiu em direção à Avenida Getúlio Vargas, de onde tomou rumo pelo Bairro da Democracia, contornando pela Rua Walter Hollenweger (antiga Batateira) e daí até a praça Everaldino Pereira , na rua do Cruzeiro.

O encerramento do ato ocorreram os pronunciamentos de Alipinho, do seu companheiro de chapa, o médico Leôncio Campos e de outras lideranças, a exemplo dos deputados Leur Lomanto Júnior, Sandro Regis, assim como do ex-prefeito Ubirajara Costa Bira, e do atual vice-prefeito Cezário Costa.

O candidato a vice-prefeito, Dr. Leôncio, reiterou que ele e Alipinho promoverão uma mudança na cidade. Ele na saúde e Alípio na geração de emprego.

Por sua vez o candidato a prefeito revelou novas informações do seu plano de governo, com destaque para o Projeto Lar Renovado, através do qual será destinado mensalmente a quantia de R$120 mil, para fazer a reforma em 12 casas, as quais terão como mão de obra os alunos que vão estudar na pretensa Escola da Construção Civil.

Neste domingo, 1º de setembro, Alinho e seu apoiadores visitam o distrito de Córrego de Pedras. Já a candidata Laryssa Dias (PP) e seus apoiadores visitam a Fazenda do Povo.

Por: Giro Ipiaú

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Roda de Conversa abre atividades do Programa Crescer da Secretaria de Saúde de Ipiaú

Exemplo de Ipiaú para os demais municípios baianos o Programa Crescer, idealizado pela secretaria municipal de Saúde, abriu a programação das suas atividades referentes ao ano de 2023. A abertura foi marcada por uma reunião com os pais que tem filhos cadastrados no programa.

Durante o encontro foram apresentadas as normas e rotinas de funcionamento, bem como a inclusão de algumas modalidades de atividade que passaram a compor a rede terapêutica do programa.

Modalidades como educação física, futebol, odontologia preventiva, fortalecimento de vínculo familiar, dentre outros recursos pleiteados para melhoria das condições de vida das 91 crianças assistidas foram incluídas no programa especializado na recuperação física, funcional, emocional e psicológica do seu público alvo.

Programa Multidisciplinar de Desenvolvimento Infantil, o Crescer foi fundado em 2020 e conta com uma equipe composta por médica neuropediatra, fisioterapeuta, psicóloga, pediatra, dentista, nutricionista e uma enfermeira exclusiva, dentre outros profissionais que atendem crianças com autismo, dificuldade de aprendizado e deficiência intelectual.

O programa conta com o apoio da  Prefeitura de Ipiaú e se desenvolve alinhado com outras unidades da Rede Municipal de Saúde, CAPS, e serviços especializados a nível estadual.

José Américo Castro

Megainvestidor Bill Ackman diz que proibição do X pode afugentar investidores do Brasil

O megainvestidor norte-americano Bill Ackman criticou a suspensão do X (ex-Twitter), do qual é investidor minoritário, e o congelamento das contas da Starlink no Brasil e disse que as medidas podem afastar investimentos do país.

“A suspensão ilegal do X e o congelamento das contas da Starlink colocam o Brasil em um rápido caminho de se tornar um mercado impossível de investir. A China fez atos similares que levaram a fuga de capitais e ao colapso de preços. O mesmo vai acontecer com o Brasil, a não ser que o país recue rapidamente desses atos ilegais”, escreveu o bilionário em sua conta no X na noite de sábado (31).

A rede social de Elon Musk foi derrubada na última sexta (30), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) após a empresa não indicar um representante legal no país.

Apesar da suspensão da rede no Brasil, alguns usuários seguem acessando-a via VPN.

A publicação de Ackman veio em resposta ao post de Musk sobre a criação da conta “Alexandre Files” para divulgar decisões sigilosas do ministro relacionadas ao bloqueio de conteúdos e perfis da plataforma.

Neste domingo (1º), a publicação de Ackman, que tem 1,4 milhão de seguidores no X, passou a circular entre brasileiros que discordam da decisão de Moraes em outras redes sociais.

Ackman é apoiador do candidato à presidência dos EUA Donald Trump e conhecido por opiniões polêmicas. No início do ano, ele impulsionou a fritura da ex-reitora da Universidade Harvard, Claudine Gay.

O bilionário foi aluno da instituição e é um dos seus maiores benfeitores. Descendente de judeus e casado com a israelense naturalizada americana Neri Oxman, o empresário ganhou projeção nacional após denunciar uma suposta tolerância da universidade em relação a discursos antissemitas durante a guerra entre Israel e Hamas.

Após a renúncia de Gay, Ackman foi elogiado por representantes da comunidade judaica e por Elon Musk.

Bacharel em artes e com pós-graduação em administração de empresas, Ackman ganhou prestígio no mercado financeiro ao fazer movimentações ousadas que incluíram apostas na desvalorização de grandes companhias. Ele acumulou uma fortuna estimada de US$ 2,5 bilhões (R$ 12,2 bilhões) a US$ 4 bilhões (R$ 19,6 bilhões), segundo veículos de imprensa americanos. Em 2004, criou a Pershing Square, empresa que administra US$ 18 bilhões (R$ 88,4 bilhões) em ativos.

Júlia Moura/Folhapress

Bets avançam no orçamento das famílias, bancos falam em ‘bomba-relógio’ e preocupação já chega ao BC

O aumento dos gastos das famílias com os jogos de apostas online entrou no radar do Banco Central. A preocupação é que parte do orçamento esteja sendo gasta com as chamadas “bets” de forma descontrolada – o que pode diminuir a renda disponível para o consumo e o pagamento de dívidas. Isso teria o efeito de interromper a queda dos níveis de endividamento – que vêm recuando, ainda que lentamente, nos últimos meses.

Na visão da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), há uma “bomba relógio” contratada sobre as finanças de milhões de famílias – o que, em última instância, levaria os bancos a ficar mais seletivos na concessão do crédito, com encarecimento de diversas linhas.

A reportagem O aumento dos gastos das famílias com os jogos de apostas online entrou no radar do Banco Central. A preocupação é que parte do orçamento esteja sendo gasta com as chamadas “bets” de forma descontrolada – o que pode diminuir a renda disponível para o consumo e o pagamento de dívidas. Isso teria o efeito de interromper a queda dos níveis de endividamento – que vêm recuando, ainda que lentamente, nos últimos meses.

Na visão da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), há uma “bomba relógio” contratada sobre as finanças de milhões de famílias – o que, em última instância, levaria os bancos a ficar mais seletivos na concessão do crédito, com encarecimento de diversas linhas.

Em palestra realizada no Rio de Janeiro, em meados de agosto, o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado pelo governo Lula para assumir a presidência do Banco Central, afirmou que “o aumento da renda, sem acompanhamento da poupança e consumo, pode estar vazando para as bets”. Ele apontou que relatos de preocupações de bancos e redes de varejo já haviam chegado ao BC.

Segundo integrantes do BC ouvidos pela reportagem, o entendimento no Banco é de que a regulação desse segmento cabe ao Executivo, e não ao órgão; mas a avaliação é de que a situação é grave e demandaria medidas “enérgicas” de políticas públicas, como campanhas estruturadas de conscientização. Para o Banco Central, a principal preocupação é de que isso possa aumentar a inadimplência.

Em postagem nas redes sociais no dia 20 de agosto, o BC abordou o tema de forma crítica. No vídeo, é feita a seguinte pergunta: “Você prefere guardar um pouco do salário para viajar com a galera no carnaval ou gastar tudo no jogo do Tigrinho?”. Um interlocutor responde que o melhor é focar no carnaval. Na sequência, a representante do BC fala: “Ótima escolha, até porque, no jogo do Tigrinho, você nunca ganha”.

Procurado, o Banco Central não se manifestou. Já o Ministério da Fazenda afirmou que o setor cresceu sem regulação desde 2018, e que as regras estabelecidas este ano têm como objetivo a proteção dos consumidores (veja mais abaixo).

Impactos nas saúdes financeira e mental

Nas últimas semanas, os bancos Santander e Itaú divulgaram estudos sobre o tamanho dos gastos das famílias com as bets, e redes de varejo e supermercados apontaram que houve redução de consumo em função desses gastos.

Segundo o presidente da Febraban, Isaac Sidney, o crescimento desses gastos é “alarmante” e vem tomando proporções “gigantescas”. Ele defende que o uso dos cartões de crédito seja proibido imediatamente para o pagamento de apostas, e não em janeiro, como determina portaria do Ministério da Fazenda.

“O crescimento do mercado de apostas online no Brasil vem assumindo proporções alarmantes e gigantescas e esse cenário deveria nos preocupar seriamente, em especial quanto a seu efeito nefasto no endividamento das famílias”, disse.

O diretor-executivo de Cidadania Financeira da Febraban, Amaury Oliva, entende que há uma bomba-relógio armada no orçamento das famílias. “Estamos acompanhando com muita preocupação. O crescimento dessas apostas online é vertiginoso. É importante não só para o mercado financeiro, mas para a sociedade como um todo. É uma bomba relógio, com impacto sobre o orçamento das famílias, com aumento do endividamento, e piora das saúdes financeira e mental das pessoas”, alertou.

O economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicolas Tingas, disse que o assunto foi tratado em reunião mensal do órgão.

“Discutimos este assunto nesta semana. Há preocupação realmente sobre a extensão do comprometimento da renda com o que chamamos de diversão ou lazer. Falamos também da importância de se ter campanhas de conscientização, porque esses gastos estão ocorrendo de forma desordenada, sem planejamento”, afirmou.

No início do mês, o blog Meu Bolso em Dia, da Febraban Educação, publicou o post “Jogo de aposta online não é investimento nem brincadeira de criança”. O objetivo é orientar crianças e jovens a não cair nas “armadilhas” dos cassinos online e outros aplicativos que usam “bichinhos” como atrativos, como o “tigrinho”.

“O momento nos lembra o fenômeno dos bingos e caça-níqueis de anos atrás, só que agora há uma capilaridade muito grande, porque é online”, diz Oliva. “Atinge até crianças e adolescentes, que é outro ponto que preocupa. O Instituto Locomotiva tem estudo mostrando que 25 milhões de brasileiros apostaram nos últimos seis meses e 86% dos apostadores já estão endividados”, afirma.

A publicação também cita a pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, feita pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que mostrou que o País já tem mais apostadores do que investidores e que muitos brasileiros confundem as apostas online com algum tipo de investimento. Outro ponto preocupante é que 40% dos entrevistados pela pesquisa informaram que jogam para “ganhar um dinheiro rápido” e 39% para “ter um retorno alto”.

Até R$ 150 bi em despesas com jogos

De acordo com estudo do Santander, estima-se que os brasileiros tenham gasto entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões com jogos em 2023, incluindo não só as apostas online, mas também as loterias federais e as atividades que permanecem ilegais (como jogo do bicho).

Segundo o economista do banco Ruben Couto, há indícios de que as despesas com jogos online estão tornando mais lento o processo de “desalavancagem” das famílias – ou seja, de pagamento de dívidas. Ele esperava que, pelo momento atual – de juros em queda, Produto Interno Bruto (PIB) surpreendendo para cima e aumento da renda por meio do mercado de trabalho e de programas sociais –, a redução das dívidas fosse mais rápida.

“Minha expectativa era que o endividamento estivesse caindo mais rapidamente. Está melhorando, mas em ritmo lento. Uma hipótese é que o dinheiro que está sobrando, pelo aumento da renda e redução dos juros, não está sendo usado para a pessoa se desalavancar, mas gasto com apostas”, afirmou.

Segundo o estudo do Santander, de 2018 a 2023, os gastos com jogos saltaram de 0,8% da renda das famílias para 1,9% – ou seja, mais que dobraram. Nesse mesmo período, os setores de vestuário e calçados caíram de 3,7% para 3%, enquanto o de móveis e eletrônicos recuou de 3,5% para 3,1%.

“Os dados ainda são incipientes, porque o setor está sendo regularizado. Mas já foi detectado um aumento de despesa, com a formalização”, afirma Couto.

Ele pondera que, além dos jogos online, há a concorrência com produtos chineses e investimentos em criptomoedas que podem estar afetando alguns segmentos do comércio.

“Ainda não dá para dizer exatamente que a queda desses segmentos do varejo foi causada pelas bets, porque há outros efeitos atuando, como concorrência com produtos chineses, mudança em hábitos de consumo, investimentos em criptomoedas. Há um mosaico de coisas”, disse.

Andrew Storfer, diretor do Núcleo de Economia da Associação Nacional de Executivos (Anefac), também entende que é preciso mais tempo para avaliar os impactos.

“Potencial para afetar a situação financeira das pessoas existe – da mesma forma que loteria esportiva, Mega-Sena e afins, e mesmo a discussão sobre cassinos. A diferença acho que é a facilidade de se fazer apostas (rápida e facilmente pelo celular) e o apelo pela variedade de apostas possíveis. Mas acho que temos de observar e ter mais dados”, pontuou.

Visão da Fazenda

Procurado, o Ministério da Fazenda afirmou que a legalização das bets ocorreu em 2018, mas sem a sua devida regulação. Isso, na visão da pasta, permitiu um crescimento descontrolado das apostas, com agentes operando fora do território nacional, e grupos praticando fraudes e delitos como lavagem de dinheiro.

“Desde janeiro de 2024 o Ministério da Fazenda tem intensificado o processo de regulação. Para isso, criou uma Secretaria própria, que já editou 10 Portarias temáticas, tratando, dentre outros, da regulação de meios de pagamento (com proibição de uso de cartão de crédito e restrição ao uso de instituições financeiras e de pagamentos autorizadas pelo BACEN, por exemplo)”, disse a pasta.

O entendimento da Secretaria de Apostas Esportivas (SAP) é de que isso irá afastar grupos criminosos, de um lado, e trazer regras para proteção dos apostadores.

“Os consumidores deverão ser informados (tanto por campanhas educativas, quanto na própria relação com as casas de apostas) que apostar deve ser entendido como mero meio de entretenimento, não como complemento de renda ou investimento, e que tais gastos não podem colocar sua saúde mental e financeira em risco”, disse a Fazenda em nota.

Alvaro Gribel/Folhapress
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Mercado de palestras rende cachês de até R$ 50 mil/hora para ministros do Supremo, STJ e TST

Ministros de tribunais superiores e desembargadores federais têm operado uma indústria de palestras, que tem gerado ganhos financeiros extras para quem já recebe as maiores remunerações no serviço público do País. Participações em eventos promovidos por entidades empresariais, conselhos profissionais e até mesmo tribunais têm sido remuneradas, garantindo em alguns casos até R$ 50 mil por uma hora de palestra. Os pagamentos, por vezes, são feitos por meio de empresas criadas pelos magistrados, o que é proibido pela Constituição.

A reportagem do jornal O Estado de São Paulo mapeou os cachês recebidos por dez magistrados para palestrar em 17 eventos realizados por entidades empresariais e órgãos públicos, de junho de 2021 até agosto deste ano. O mercado de palestras para os juízes é maior, envolve entidades e empresas privadas, mas elas não têm obrigação de dar transparência aos pagamentos. As que a reportagem procurou preferiram não se manifestar oficialmente. Já os tribunais afirmaram que a lei permite as palestras.

A Constituição proíbe aos magistrados exercer qualquer outra função além do “magistério”, ou seja, dar aulas, para evitar conflitos de interesses. A Lei Orgânica da Magistratura (Loman), entretanto, permite aos juízes, desembargadores e ministros manter atividades empresariais, desde que na condição de sócios cotistas e não administradores das empresas. Em 2016, sob a presidência do atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) promoveu mudanças que equipararam a realização de palestras à atividade de professor, abrindo a brecha para a escalada dessa atividade (veja mais abaixo).

Especialistas consultados pela reportagem veem vários problemas na cobrança de cachê pelos magistrados. O primeiro deles é o pagamento em si aos juízes, mesmo com a equiparação que os próprios magistrados fizeram para incluir palestras em atividades acadêmicas e os possíveis conflitos de interesse. Em segundo lugar, está a falta de transparência sobre os valores que os ministros ganham por esses serviços. Finalmente, é problemático o recebimento por meio de empresas das quais os ministros são sócios, o que é vedado pela Constituição.

A reportagem reuniu ao longo de três meses relatos de magistrados que confirmam a prática de cobrança de cachês e empresários que fizeram os pagamentos. Os comprovantes foram obtidos via Lei de Acesso à Informação e buscas em diários oficiais e portais de transparência. Os dados foram fornecidos por organizações e conselhos que pagaram as palestras e são obrigados a prestar algum tipo de esclarecimento público.

As regras atuais do CNJ desobrigam os ministros de informar eventuais valores recebidos de empresas privadas. A revelação da indústria de palestra se soma a outros privilégios dos juízes, que usufruem de vários “penduricalhos” em sua remuneração e são participantes frequentes de eventos, como o “Gilmarpalooza”, bancados por grupos empresariais com processos em andamento.

O Fórum de Lisboa, realizado anualmente na capital de Portugal, é organizado pelo Instituto de Direito Público (IDP), cujo sócio é o ministro Gilmar Mendes, e na edição deste ano contou com a presença de seis ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), mais de uma dezena do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e um do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Receber por palestras é prática comum até mesmo no STF, cujos membros já recebem o teto remuneratório do funcionalismo público, atualmente em R$ 44 mil. O ministro André Mendonça, que também integra o TSE, recebeu R$ 50 mil para palestrar na abertura e no encerramento de um evento sobre direito eleitoral promovido em maio deste ano pela Escola Judicial do Mato Grosso do Sul (Ejud-MS), órgão vinculado ao Tribunal de Justiça local. O evento foi realizado pelo TJ-MS em parceria com a Ordem dos Advogados (OAB-MS) e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MS).

Mendonça embolsou os R$ 50 mil por meio de sua empresa, a Integre Cursos e Pesquisas de Direito e Governança Global – o que reduz os impostos a serem pagos. O ministro discursou para uma audiência de juízes, advogados e membros do Ministério Público. Para também falar na mesma ocasião, o ministro Reynaldo Fonseca, do Superior Tribunal de Justiça, ganhou R$ 20 mil, também por meio de sua empresa, a SF Consultoria Acadêmica, Cursos e Eventos LTDA.

Dar palestras em tribunais e em eventos empresariais privados é parte da rotina de Mendonça desde que se tornou ministro do STF, em dezembro de 2021. Em outubro passado, por exemplo, discursou na abertura do Fórum Nacional de Logística, Infraestrutura e Transportes, evento voltado para empresários e promovido pelo Grupo Brasil Export no hotel Royal Tulip, em Brasília.

O encontro foi patrocinado por algumas das maiores empresas do País, como a mineradora Vale e o grupo americano Cargill. “Quem investe quer melhorar a vida das pessoas ao redor, sejam funcionários, empregados e colaboradores. Isso gera riqueza. É importante fazer isso tendo o Estado não como um peso, e tendo a iniciativa privada não como adversária do Estado”, disse Mendonça na ocasião. A reportagem procurou o Grupo Brasil Export e a Cargill para saber sobre o cachê de Mendonça, mas não recebeu respostas.

O mercado das palestras remunera de maneira distinta os magistrados a depender do seu tribunal de origem e das atribuições que exercem em suas respectivas instituições na data do evento. Antes de assumir o cargo de vice-presidente do STJ, o ministro e então corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, recebeu R$ 42,5 mil por uma palestra no “Curso de Formação e Capacitação Inicial dos Novos Cartórios” realizado em junho deste ano.

O evento com a presença de Salomão foi promovido pela Escola Judicial de Goiás (Ejug), do Tribunal de Justiça do Estado, e contou com a presença de diversas associações cartoriais que atuam em defesa dos interesses da classe. Diferentemente dos outros casos, o ministro não recebeu o pagamento diretamente do tribunal. A Corte goiana pagou o cachê do magistrado à Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP), uma empresa de promoção de eventos jurídicos, que repassou os valores a Salomão, conforme descrito na nota fiscal obtida pela reportagem.

Assim como André Mendonça, Salomão também é dono de uma empresa do ramo jurídico que atua no mercado de palestras e eventos. Foi por meio da firma “Direito e Justiça Comércio de Livros e Eventos Jurídicos LTDA” – empresa mantida pelo ministro com o filho, Rodrigo Cunha Mello – que Salomão recebeu R$ 9,3 mil de cachê pela participação no V Seminário Jurídico CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), em junho de 2021.

O evento promovido anualmente pelo CBIC foi feito em parceria com a OAB e o Senai, e com patrocínio do Banco de Brasília (BRB), que responde a processos no STJ.

Na edição de 2023 do Seminário Jurídico, o convidado foi o ministro Douglas Alencar Rodrigues, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que recebeu R$ 20 mil por meio de sua empresa, a Scientia Academy LTDA. A lista de apoiadores do VIII Seminário Jurídico CBIC, do qual o ministro participou, inclui a Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea (Mutua), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), além de parceria com o Senai.

“Mesmo que (esse ofício) não fosse remunerado, há uma questão enorme de conflito de interesses real, objetivo e potencial porque esses eventos, em geral, são disfarces para lobby. Isso é muito elementar”, avaliou o professor de direito constitucional Conrado Hubner Mendes, da Universidade de São Paulo (USP).

“Quando tem remuneração, você adiciona uma camada de problema. Quando não tem transparência na remuneração, adiciona uma segunda camada. Quando se faz por meio de pessoa jurídica, tem uma terceira camada e todas elas, obviamente, violam a Constituição”, afirmou.

O professor ainda destacou que a Constituição “proíbe que o juiz seja empresário, que seja empresário de si mesmo ou que disfarce a sua prática empresarial por meio de uma entidade jurídica”.

Walter Maierovitch, jurista e desembargador aposentado, corrobora a avaliação de que os magistrados distorcem a lei ao equiparar palestras à atividade de magistério e ao receber os pagamentos por essas atividades por meio de institutos privados. “Ele (juiz) não pode abrir um negócio. E o que se faz com relação a essas empresas de palestras é um negócio”, afirmou.

No mercado privado de palestras, nomes de ponta, como os filósofos Clóvis de Barros Filho e Mário Sérgio Cortella ganham, respectivamente, cerca de R$ 42 mil e R$ 55 mil. Um dos nomes mais destacados da área é o do ex-treinador de vôlei Bernardinho, que cobra até R$ 110 mil por discurso.

Mercado de palestras se consolida em meio a afrouxamento de regras

O Conselho Nacional de Justiça, órgão responsável pela regulação das atividades da magistratura, flexibilizou nos últimos 11 anos as regras sobre a atuação de magistrados como palestrantes remunerados em eventos.

Em 2016, o então presidente do órgão, Ricardo Lewandowski, equiparou a participação de magistrados em congressos e seminários à atuação como docente, mas, em contrapartida, obrigou que os juízes tornassem públicas as informações sobre essas atividades. Cinco anos mais tarde, porém, o então presidente do CNJ, Luiz Fux, revogou as regras que exigiam transparência e manteve apenas as normas permissivas em relação às palestras.

Apesar de grande parte dos magistrados palestrarem de maneira remunerada, segue vigente uma resolução publicada em 2013 que “proíbe os magistrados de receber, a qualquer título ou pretexto, prêmios, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas”. O presidente do CNJ na data de publicação da medida era o ministro aposentado do STF Joaquim Barbosa.

Uma proposta apresentada ao CNJ em 2023 pelo então conselheiro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho propunha a proibição de recebimento de presentes que ultrapassassem R$ 100, o impedimento de o magistrado receber direta ou indiretamente remuneração para palestrar e a obrigatoriedade de informar anualmente variações patrimoniais superiores a 40%. Ainda havia um ponto adicional: os juízes e desembargadores deveriam tornar públicas as suas agendas. A medida, no entanto, acabou rejeitada por oito votos a seis, com a oposição liderada pelo ministro Luis Felipe Salomão.

Fux, que promoveu um recuo na transparência exigida para essas atividades, é palestrante assíduo em seminários e conferências. No fim de novembro passado, o magistrado proferiu a palestra de abertura do XXIII Congresso Brasileiro de Direito Notarial e Registral e da VI Conferência Nacional dos Cartórios, promovidos por entidades dos cartórios, no Royal Tulip, em Brasília. Na sua fala, Fux destacou a importância dos cartórios se preocuparem com a sustentabilidade ambiental.

O ministro também participa, com frequência, de eventos realizados por entidades empresariais. Em setembro de 2022, por exemplo, proferiu, em Fortaleza (CE), a palestra “Segurança Jurídica e o Risco Brasil”, a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI) – em parceria com o Instituto Justiça e Cidadania. Ao Estadão, a CNI disse ter investido R$ 145 mil na realização do evento, mas afirmou que não houve pagamento “por parte da CNI” a Fux.

Em março daquele ano, o ministro já tinha palestrado em outra conferência da CNI.

Em setembro de 2019, Fux também participou da quarta edição do Seminário Jurídico da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com patrocínio da Caixa e correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Em julho passado, o ministro Alexandre de Moraes se envolveu em uma polêmica no aeroporto de Fiumicino, em Roma, na Itália. Ele estava voltando, com sua família, do Fórum Internacional de Direito, realizado na cidade de Siena, na região da Toscana, onde proferiu palestra a convite da faculdade goiana de direito UniAlfa. O convite a Moraes foi feito pelo advogado André Ramos Tavares – que é amigo do ministro e integra o Tribunal Superior Eleitoral. A reportagem do Estadão procurou a UniAlfa, mas a instituição não respondeu se Moraes recebeu cachê. Familiares do ministro possuem uma empresa de cursos e eventos da qual Moraes também já foi sócio, chamada Lex Instituto de Estudos Jurídicos.

Conselhos de enfermagem e medicina estão entre os principais pagadores de palestras

As empresas privadas e os órgãos públicos não são os únicos contratantes dos serviços de palestras ofertados pelos magistrados. Os conselhos, que também incidem junto ao Poder Judiciário em defesa de suas classes, estão entre os principais pagadores de cachês.

O Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem, realizado em setembro de 2022, pagou R$ 13 mil ao ministro Douglas Alencar, do TST; R$ 12 mil ao desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4); e R$ 11 mil ao desembargador João Carlos Mayer Soares, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Cada magistrado recebeu os cachês de formas diferentes. Alencar foi pago por meio da firma Scientia Academy; Favreto ganhou os valores diretamente e Mayer recebeu por meio da ABFP, conforme descrito em publicações no Diário Oficial da União (DOU).

A ABFP já mediou os cachês pagos a Mayer em outros três eventos realizados por conselhos de enfermagem. O desembargador recebeu R$ 16,5 mil pela palestra no 14º Seminário Administrativo do Sistema Cofen, em abril de 2024; R$ 25 mil pela participação no 25º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem, em outubro de 2023; e R$ 20 mil no 13º Seminário de Fiscalização do Cofen, em setembro de 2023. O magistrado soma R$ 72,5 mil em cachês.

O dono da ABFP é o empresário Zilmar Santana Assis, que tem negócios nos ramos bancário, imobiliário, hospitalar, varejista, educacional e portuário – este último figura entre os grandes litigantes de processos no TST, por exemplo.

Outro magistrado pago pelos conselhos profissionais com a mediação da ABFP é o ministro Marco Buzzi, do STJ. Ele recebeu R$ 30 mil pela palestra na 1ª Jornada Jurídica do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), em novembro de 2023.

Buzzi, assim como outros magistrados, também já foi pago diretamente por meio de sua empresa, o Instituto de Mediação, Gestão e Administração LTDA. O ministro recebeu R$ 10 mil por meio da empresa para proferir uma palestra em outubro do ano passado sobre “mediação e conciliação nos processos de superendividamento” na Assembleia Legislativa do Mato Grosso.

Outros dois ministros do STJ também foram à Assembleia Legislativa de Mato Grosso para palestras, recentemente. Em maio, Antonio Saldanha Palheiro falou aos servidores da Casa sobre “aspectos jurídicos da judicialização, fraudes e inteligência artificial” da saúde, por R$ 15 mil. E, no fim de agosto deste ano, Paulo Dias de Moura Ribeiro discursou sobre “direitos humanos e meio ambiente”, também por R$ 15 mil. No último dia 15 de agosto, o mesmo Moura Ribeiro palestrou em um evento do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, por R$ 30 mil. Em ambos os casos, os ministros receberam por meio de suas empresas.

Lei permite palestras, dizem juízes

A reportagem procurou todas as empresas, os tribunais, as instituições e as autoridades citadas.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, onde trabalha o desembargador João Carlos Mayer Soares, disse que as palestras são legais. “A Constituição Federal e a Lei Orgânica da Magistratura Nacional não proíbem o exercício da atividade docente por parte dos magistrados, incluindo a realização de palestras, mesmo quando remuneradas, especialmente quando estas são dirigidas a instituições que integram a Administração Pública”, disse.

O TRF-4, Corte do desembargador Rogério Favreto, respondeu à reportagem que “o exercício do magistério está previsto na Lei Orgânica da Magistratura”. “A legislação federal também permite ao magistrado proferir palestras, mesmo que remuneradas, tanto para entidades públicas, quanto privadas. A atuação acadêmica não se confunde com a atividade jurisdicional”, argumentou em nota.

Em nota, a Confen afirmou que as contratações de palestrantes para os eventos institucionais “foram realizadas em conformidade com a legislação, os dados são públicos no Portal da Transparência e estão respaldados pelos órgãos de fiscalização e controle”.

“Os valores praticados estão de acordo com os índices de mercado e a participação dos respectivos juristas e especialistas nessas ocasiões se justifica pelo notório saber jurídico que possuem em suas respectivas áreas de atuação”, disse.

O BRB afirmou que “o patrocínio ao IX Seminário Jurídico CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) está alinhado à estratégia de relacionamento com o setor imobiliário, abrangendo temas jurídicos que impactam a construção civil”. “A escolha de palestrantes e convidados foi de responsabilidade exclusiva do organizador do evento.”

Por meio da Assessoria de Imprensa, a CNI reiterou que não fez nenhum pagamento a Luiz Fux. “Reiteramos, conforme resposta já enviada, que não houve qualquer pagamento por parte da CNI em virtude da participação do ministro nesses eventos”, disse a entidade.

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) também disse que “não realizou qualquer pagamento em relação ao evento ‘Conversa com o Judiciário – Segurança Jurídica e Risco Brasil’ realizado em 2 de setembro de 2022; que não há parceria entre FIEC e Instituto Justiça e Cidadania; e que considera que não há conflito de interesses nesta situação, uma vez que o evento abordou um tema de grande relevância para o País e contou com a participação de diversas autoridades e representantes de diferentes setores, tendo sido conduzido com total transparência, imparcialidade, probidade e integridade”.

Já o Conselho Federal de Medicina (CFM) disse que “a contratação da empresa Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP) foi feita diretamente por inexigibilidade de licitação, com base no artigo 25, inciso II, da Lei nº 8.666/1993, para contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 da Lei nº 8.666/1993, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização”. Segundo o conselho, “a decisão foi tomada por se tratar de curso customizado (modalidade in company) para atender demanda de formação das assessorias jurídicas dos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRM) e do CFM”, beneficiando mais de 100 pessoas, entre conselheiros, procuradores e técnicos.

“A escolha do prestador de serviço ABFP ocorreu por apresentar características que o diferenciavam competitivamente em relação ao mercado, uma vez que possui profissionais de grande experiência e formação técnica especializada”, acrescentou o CFM, dizendo que os valores da contratação foram repassados ao prestador de serviço após o fim de todas as atividades previstas.

Weslley Galzo/André Shalders/Tácio Lorran/Estadão

Musk agradece ‘apoio’ de Arthur Lira contra bloqueio de contas da Starlink brasil

O bilionário Elon Musk usou seu perfil no X (antigo Twitter), rede social da qual é dono e que está suspensa no Brasil por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para agradecer uma manifestação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) sobre o bloqueio das contas bancárias da Starlink no Brasil, também por decisão de Moraes.

Musk repostou um vídeo neste domingo, 1º, em que Lira critica o bloqueio. “Se no escândalo das Americanas fôssemos bloquear a conta da Ambev não seria correto. Então, a briga jurídica envolvendo X nunca deveria ter sido extrapolada para bloqueio de contas da empresa Starlink”, avaliou Lira em um evento promovido pela XP Investimentos neste sábado. Na publicação, o bilionário escreveu que “o apoio” de Lira é “apreciado”. O vídeo compartilhado é do portal Metrópoles.

As contas da Starlink, empresa do bilionário que fornece internet via satélite, foram bloqueadas por Moraes com o intuito de garantir o pagamento das multas aplicadas pela Justiça brasileira contra o X após a plataforma não cumprir decisões judiciais de remoção de conteúdo e bloqueio de perfis.

Segundo juristas ouvidos pela reportagem, o bloqueio de bens da Starlink como forma de quitar as dívidas do X é excepcional no mundo jurídico e seria cabível apenas se a existência de fraude fosse comprovada.

Além de bloquear as contas da empresa, Moraes também determinou a suspensão do X no Brasil depois que a rede social se recusou a apontar um representante legal no País. Segundo apurou a reportagem, mesmo após a notificação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aos cerca de 20 mil provedores de internet que prestam serviços no País, a Starlink segue permitindo o acesso dos usuários à rede social.

Karina Ferreira/Alessandra Monnerat/Estadão

Datafolha: 23 milhões convivem com facções e milícias no próprio bairro

Facções criminosas e grupos milicianos estiveram na vizinhança de 14% da população brasileira nos últimos 12 meses. A estimativa é de uma pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo jornal Folha de S.Paulo.

Embora a maioria dos entrevistados afirme que não conviveu com o crime organizado no próprio bairro nesse período, os números dão uma ideia do tamanho do contingente populacional que está sujeito ao controle de grupos criminosos. Ele corresponde a mais de 23 milhões de pessoas em todo o país.

Ao todo, 2.508 pessoas com mais de 16 anos foram entrevistadas em todas as regiões do Brasil, em cidades de diferentes tamanhos, entre os dias 11 e 17 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Os entrevistados que respondem que o local onde moram “sofreu com a presença explícita de facções criminosas ou milícias” estão concentrados nas grandes cidades, capitais e regiões metropolitanas.

O Brasil tem ao menos 88 facções criminosas no país, segundo um mapeamento da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) concluído neste ano. Esse levantamento é feito nos presídios estaduais e federais de todo o país e reflete a atuação de grupos criminosos dentro e fora das prisões.

“Essas são facções que estão interagindo com as duas maiores, PCC e Comando Vermelho”, diz o diretor-presidente do Fórum, Renato Sérgio de Lima, que participou da coordenação da pesquisa Datafolha. “Em 2017, a guerra entre essas facções mostrou que, para o crime, importa controlar o território, mas não todo e qualquer território. Elas dominam locais estratégicos para o armazenamento e o fluxo de distribuição das drogas”.

Segundo o levantamento da Senappen, tanto o PCC (que tem origem em São Paulo) quanto o Comando Vermelho (criado no Rio) estão presentes em mais de 20 estados.

Ao Datafolha, dois em cada dez entrevistados que moram em capitais afirmam que seus bairros sofreram com a presença do crime organizado. Em municípios que compõem as periferias de regiões metropolitanas, a proporção também é mais alta que a média: 17%. Em contraste, 11% dos moradores de cidades do interior relatam a mesma situação.

Pretos e pardos também são mais afetados pela presença ostensiva do crime organizado, em comparação com a população branca. Além disso, pessoas mais jovens relatam a presença de facções e milícias no lugar onde moram com mais frequência do que os entrevistados mais velhos.

A mesma pesquisa perguntou aos entrevistados se há cemitérios clandestinos nas suas cidades e se conhecem pessoas desaparecidas. A proporção de respostas afirmativas nesses casos é menor (8% afirmam conhecer cemitérios clandestinos e 6% alguma pessoa desaparecida), mas o perfil de quem responde “sim” é semelhante.

Os casos são mais comuns nas grandes cidades, e são relatados com mais frequência entre jovens e pretos. Para Lima, esse padrão é indício do comportamento do crime organizado e de homicídios que não são contabilizados nas estatísticas oficiais.

“As mesmas pessoas que reconhecem a facção atuando no seu bairro estão reconhecendo cemitérios clandestinos. Ou seja, uma das formas de atuação é matar e esconder o corpo”, ele afirma. Na cidade de São Paulo, o domínio do crime organizado sobre territórios da periferia e a presença de cemitérios clandestinos são assuntos conhecidos pela população.

Uma moradora da região do Capão Redondo, na zona sul da capital, disse à reportagem que esses locais são usados para desovar corpos de moradores que têm sentenças de morte decretadas por tribunais do crime —conselhos de integrantes do PCC que regulam desentendimentos na comunidade—, e que normalmente a pena capital é aplicada a quem também comete homicídio. Ela falou sob condição de anonimato por questões de segurança.

A mulher, que tem por volta de 30 anos, diz que pessoas desconhecidas da comunidade que não souberem explicar o motivo para estarem ali também podem ser mortas. Um cemitério clandestino no Jardim das Rosas, onde ela mora, foi encontrado pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) em 2020.

De fato, em junho o Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) e o Fórum divulgaram uma pesquisa que estimou em quase 6.000 o número de homicídios que não entraram nas estatísticas oficiais de 2022.

O cálculo do Atlas da Violência é baseado no índice de mortes violentas cujas causas não foram definidas, mas que têm as mesmas características de casos que foram registrados como homicídios —dados como o local da morte, instrumento usado na morte, tipo de ferimento, idade e sexo da vítima.

“Esse modus operandi do crime está impondo terror à população no território e, ao mesmo tempo, afetando a qualidade dos dados públicos, que está apontando uma queda no número de homicídios que pode não ser tão grande assim”, diz Lima.


Programa Crescer da Secretaria de Saúde de Ipiaú é destaque no 'Bahia Meio Dia da TV Santa Cruz'

Exemplo de Ipiaú para os demais municípios baianos o Programa Crescer, idealizado pela secretaria municipal de Saúde, abriu a programação das suas atividades referentes ao ano de 2023. A abertura foi marcada por uma reunião com os pais que tem filhos cadastrados no programa.

Durante o encontro foram apresentadas as normas e rotinas de funcionamento, bem como a inclusão de algumas modalidades de atividade que passaram a compor a rede terapêutica do programa.

Modalidades como educação física, futebol, odontologia preventiva, fortalecimento de vínculo familiar, dentre outros recursos pleiteados para melhoria das condições de vida das 91 crianças assistidas foram incluídas no programa especializado na recuperação física, funcional, emocional e psicológica do seu público alvo.

Programa Multidisciplinar de Desenvolvimento Infantil, o Crescer foi fundado em 2020 e conta com uma equipe composta por médica neuropediatra, fisioterapeuta, psicóloga, pediatra, dentista, nutricionista e uma enfermeira exclusiva, dentre outros profissionais que atendem crianças com autismo, dificuldade de aprendizado e deficiência intelectual.

 
O programa conta com o apoio da  Prefeitura de Ipiaú e se desenvolve alinhado com outras unidades da Rede Municipal de Saúde, CAPS, e serviços especializados a nível estadual.


PF prende treze pessoas em flagrante por estelionato contra a CEF

Investigações revelaram que o grupo iniciava suas atividades através da obtenção ilegal de informações pessoais de terceiros

Santana do Livramento/RS. A Polícia Federal, em coordenação com a Polícia Rodoviária Federal, desarticulou nessa sexta-feira (30/8) uma associação criminosa especializada na utilização de documentos digitais falsos para cometer estelionato contra a Caixa Econômica Federal. O grupo operava de forma altamente organizada e sofisticada, explorando brechas no sistema financeiro digital para obter ganhos ilícitos.
Na ação, foram presos em flagrante oito homens e cinco mulheres em Santana do Livramento e Porto Alegre pelos crimes de estelionato majorado, falsificação de documentos, uso de documento falso e associação criminosa.

As investigações revelaram que o grupo iniciava suas atividades através da obtenção ilegal de informações pessoais de terceiros. Esses dados eram obtidos por meio de táticas de phishing, compra de informações em mercados ilegais e, em alguns casos, por meio da invasão de sistemas de empresas que armazenam essas informações.

De posse desses dados, os investigados utilizavam ferramentas avançadas de edição gráfica para falsificar documentos digitais, criados com um nível de qualidade que dificultava a detecção de fraude pelas instituições financeiras.

Com os documentos falsos em mãos, os criminosos se passavam por terceiros e realizavam diversos saques em espécie nas contas das vítimas. A operação criminosa causou prejuízos significativos à instituição financeira e às vítimas cujos dados foram comprometidos.

A ação policial que resultou no desmantelamento da quadrilha é parte de um esforço contínuo para combater crimes cibernéticos e proteger a integridade do sistema financeiro brasileiro. Comunicação Social da Polícia Federal em Santana do Livramento

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