Estudo indica que 46% dos trabalhadores do país estão estressados, 25%, tristes, e, 18%, com raiva
Parado à sombra de uma árvore, a cinco minutos do trabalho, ele tentava se acalmar e controlar a pressão que subia sempre que estava prestes a chegar. Pensava na sobrecarga das várias responsabilidades que tinha e na frustração de não ser reconhecido por todo o esforço.
“Estava estressado porque tinha que resolver muita coisa, triste por não ser promovido e com raiva ao mesmo tempo. Fiquei chateado e esse sentimento só cresceu dentro de mim”, conta.
Weslen faz parte de uma parcela considerável de trabalhadores brasileiros que sofrem com estresse, tristeza e raiva. É o que mostra uma pesquisa da Gallup, consultoria especializada em análise comportamental no trabalho.
A Gallup procurou saber como 128 mil funcionários, em mais de 160 países, se sentem em relação ao trabalho e suas vidas.
O estudo “State Of The Global Workplace” revelou que os trabalhadores brasileiros estão em quarto lugar na América Latina em sentimentos de raiva e tristeza, e em sétimo lugar quando se trata de estresse.
Cerca de mil pessoas em cada país ou região responderam por telefone a uma série de perguntas traduzidas para seu idioma nativo.
Quando perguntados se vivenciaram estresse no dia anterior, 46% dos trabalhadores brasileiros disseram que sim.
Apesar de o número representar quase metade dos entrevistados, o Brasil ficou atrás de seis países da América Latina nesse quesito.
Trabalhadores da Bolívia (55%), República Dominicana (51%), Costa Rica (51%), Equador (50%), El Salvador (50%) e Peru (48%) estão ainda mais estressados, conforme o ranking.
Paraguaios (34%) e jamaicanos (35%) são os menos estressados da América Latina.
Quando o assunto é raiva e tristeza, os brasileiros sobem três posições no ranking.
Em raiva, o Brasil (18%) perde apenas para Bolívia (25%), Jamaica (24%) e Peru (19%). Uruguai e México estão em último, com 9% e 7%, respectivamente.
Já em tristeza, trabalhadores da Bolívia (32%), El Salvador (26%) e Jamaica (26%) aparecem na frente dos brasileiros (25%). Os menos tristes são os paraguaios (34%) e os panamenhos (15%).
Influência de fatores externos
Especialistas ouvidos pela reportagem concordam que fatores externos impactam e intensificam as emoções, e interferem nas esferas de subjetividade do trabalhador.
Segundo Nilton Ota, professor do departamento de Psicologia Social e do Trabalho da USP (Universidade de São Paulo), é preciso levar em consideração a complexidade dos sentimentos e dos ambientes em que estão inseridos.
As emoções podem variar culturalmente de país para país e ser diretamente influenciadas pelo contexto em que ocorrem, como a dinâmica familiar, o regime de trabalho e as mudanças econômicas.
“O trabalho molda aspectos importantes da subjetividade, que não ficam restritos ao ambiente profissional, mas se estendem à vida privada e familiar. Um problema no ambiente de trabalho, por exemplo, pode impactar a dinâmica familiar, atribuindo novos significados às emoções envolvidas”, afirma Ota.
O contexto econômico também deve ser levado em consideração. Alguns países são mais industrializados, com produtos de alto valor agregado e muito avançados, outros menos, por exemplo.
Segundo Ota, a regulação trabalhista de um país impacta diretamente a experiência e a saúde dos trabalhadores, porque interfere na rotatividade e na precarização do trabalho.
No caso do Brasil, o aumento da pejotização é um fator relacionado por especialistas a vulnerabilidades, pois interrompe a continuidade da proteção ao trabalhador.
A trajetória “ioiô” é típica de trabalhadores precarizados. Sem acesso a direitos trabalhistas, eles acabam circulando pelo mercado de forma instável, fazendo serviços temporários, com alternância entre emprego e desemprego.
“Políticas públicas conduzidas pelo Estado são essenciais para garantir essa proteção contínua. Sem elas, retrocederíamos a um modelo de mais de um século, em que a responsabilidade pela proteção do trabalhador era delegada moralmente ao empregador, sem amparo jurídico”, afirma Ota.
Além disso, a pandemia de Covid-19 ainda influencia a saúde mental. “Mesmo após dois anos, o trauma coletivo permanece”, afirma Lucia Barros, criadora do primeiro curso de mindfulness e ciência da felicidade na ESPM (Escola Superior de Publicado e Marketing).
Emoções desafiadoras, não negativas
Barros também é autora do livro Filosofia de Bem Viver, publicado pela Companhia das Letras. Segundo ela, é importante não rotular emoções como raiva, tristeza e estresse como negativas, mas como desafiadoras ou desconfortáveis.
“Vivemos numa sociedade que acredita que todos devem estar alegres o tempo todo, o que é completamente irreal”, afirma.
“Se uma emoção é negativa, tendemos evitá-la, achando que algo está errado. Mas as emoções são apenas uma informação, que indica se uma situação é confortável ou desconfortável. Elas são necessárias para impulsionar mudanças”, diz Barros.
O psiquiatra Arthur Danila, coordenador do Programa de Mudança de Hábito e Estilo de Vida do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) diz que o médico Hans Selye foi o primeiro a tentar entender o estresse na sua dimensão biológica. Selye descobriu que o sentimento é causado pelo hormônio cortisol, como uma reação natural do corpo.
No entanto, o estresse passa a ser um problema emocional caso se torne crônico ou mal administrado.
“A desregulação do estresse pode nos deixar em um estado ineficiente, e a raiva e a tristeza acabam surgindo como o resultado final desse estresse mal gerido”, afirma Danila.
Segundo o psiquiatra, uma pessoa estressada vive em um nível de alerta constante, preocupada, mais irritada e mais triste. Mas nem tudo é causado apenas por estresse.
Tristeza ou raiva também podem desencadear o estresse, além de uma série de outros fatores mentais que precisam ser diagnosticados corretamente, como a depressão ou o burnout.
Além disso, o psiquiatra aponta que o estresse tende a ser menos reconhecido. Talvez por isso o Brasil ocupe o quarto lugar no ranking de tristeza e raiva entre trabalhadores, mas o sétimo em estresse.
Práticas como mindfulness, meditação e o gerenciamento da atenção podem ajudar a reduzir o impacto negativo desses sentimentos no dia a dia, de acordo com Barros.
“A colaboração e o cultivo de relacionamentos saudáveis são fundamentais para promover o bem-estar. Encontrar e nutrir um propósito de vida, especialmente no trabalho e nas conexões sociais, pode também proporcionar um sentido de realização e felicidade”, afirma.
Brasileiros têm até 16 outubro para pedir dinheiro esquecido; prazo para ir à Justiça será de seis meses
O prazo de 30 dias para pedir o resgate dos valores começou a contar no dia 16 de setembro, quando foi publicada a lei da desoneração da folha de pagamentos.
Depois desse primeiro prazo, ainda haverá outros 30 dias para contestar a transferência desses valores ao Tesouro Nacional. Esse prazo para a contestação começará a contar no dia em que o governo publicar um edital detalhando onde está o valor esquecido, o número da conta, a agência e a natureza do recurso.
A consulta para saber se você tem dinheiro esquecido é feita no site do SVR (Sistema de Valores a Receber), clicando aqui. Ainda há R$ 8,5 bilhões esquecidos em bancos, administradoras de consórcios, contas pré-pagas de instituições financeiras e em cooperativas de crédito.
“Apenas após o término desse segundo prazo, e caso não haja manifestação daqueles que tenham direito sobre os depósitos, os valores serão incorporados ao Tesouro Nacional”, afirma o ministério em nota.
Caso a contestação não seja aceita, será possível apresentar um recurso ao CMN (Conselho Monetário Nacional) para recuperar o valor. Se o recurso não for aceito, os valores passarão a integrar as contas do Tesouro em definitivo.
O Banco Central e o Ministério da Fazenda não detalharam como e por onde poderá ser feito o pedido de contestação.
Também há a possibilidade de pedir a devolução dos valores na Justiça: para esses casos a lei estabelece o prazo de seis meses, também contados a partir da publicação do edital do governo.
O projeto de lei que havia sido aprovado no Congresso dava a possibilidade de as pessoas recuperarem o dinheiro até dezembro de 2027, mas esse trecho foi vetado por Lula, por ter sido considerado conflitante com os outros prazos.
Posso ter dinheiro esquecido no SVR?
De onde vem o dinheiro esquecido, segundo o Banco Central:
Contas-correntes ou poupanças encerradas e não sacadas;
Cobranças indevidas de tarifas ou de obrigações de crédito previstas em termo de compromisso assinado com o BC;
Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de associados de cooperativas de crédito;
Grupos de consórcio extintos;
Cobranças indevidas de tarifas ou obrigações de crédito não previstas em termo de compromisso;
Contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas e com saldo disponível;
Contas encerradas em corretoras e distribuidoras de títulos e de valores mobiliários;
Demais situações que resultem em valores a serem devolvidos reconhecidas pelas instituições financeiras.
Como consultar os valores esquecidos?
Vá ao site do BC neste link.
Clique em “Consulte valores a receber” ou “Acesse o Sistema de Valores a Receber”;
Preencha os campos com o seu CPF ou CNPJ; data de nascimento ou abertura
da empresa; transcreva os caracteres e clique em “Consultar”;
Caso haja valores a receber, clique em “Acessar o SVR”;
Faça login com a sua conta gov.br, é preciso ser nível prata ou ouro;
Acesse “Meus Valores a Receber”;
Leia e aceite o Termo de Ciência;
Ao solicitar o valor, o sistema vai informar orientações de transferência.
Como consultar valores de pessoas falecidas?
Para consultar os valores de uma pessoa falecida, é necessário que um
herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal faça a
consulta e preencha um termo de responsabilidade. Após esse processo, é
preciso entrar em contato com as instituições que possuem os valores e
verificar como prosseguir.
Os passos para a consulta são parecidos e é preciso ir ao site do BC. Também é necessário entrar com a conta gov.br do herdeiro ou sucessor. Dentro do SVR, quando acessar “Meus Valores a Receber”, aparecerá o campo “Valores para pessoas falecidas”. Clique em “Acessar” e informe o CPF e a data de nascimento da pessoa falecida.
CNPJ inativo pode consultar valores esquecidos?
O representante legal da empresa fechada pode entrar no sistema com a
conta pessoal gov.br, que também deve apresentar nível de segurança
prata ou ouro, e assinar um termo de responsabilidade para consultar os
valores.
No SVR, será informado em qual instituição estão os valores da empresa com o CNPJ inativo, os dados de contato, a faixa e a origem do valor. Não é possível solicitar o dinheiro de forma direta pelo sistema do BC.
Após encontrar a instituição, o representante legal deve combinar a forma de apresentar a documentação necessária para comprovar sua identidade.
Ubatã: Bate-Papo com o prefeito Tinho e Lidijones lota rua em mais um momento histórico
Os candidatos à Prefeitura, a vereador, o ex-prefeito Dai da Caixa, Pastor Tarick e demais lideranças foram seguidos com entusiasmo pelo povo, saindo do Comitê da coligação “Ubatã Livre Para Seguir em Frente” até chegarem ao local do evento, na Rua José Queiroz, Bairro Popular, em Ubatã.
É o caso de Beatriz, moradora do Bairro Júlio Aderne, em Ubatã. “Hoje estou aqui, no Bate-Papo com o prefeito Tinho e estou muito feliz e realizada. E no dia 06 de outubro vai vermelhar tudo, é Tinho de novo”, declarou.
Em seu discurso, Tinho do Vale iniciou agradecendo pela oportunidade de estar junto aos apoiadores e eleitores mais uma vez, de conversar com eles e enalteceu o trabalho que vem sendo realizado pelos candidatos a vereador da própria coligação e revelou sua emoção em estar no evento, o penúltimo de grande porte na agenda da campanha.
O gestor seguiu o discurso fazendo um ligeiro balanço da campanha, falando da acolhida que recebeu nas casas dos moradores de diversos bairros e das propostas levadas à população durante os eventos e de suas realizações à frente da Prefeitura e o que espera continuar fazendo pelo município, se reeleito, com o apoio do governo federal e estadual e ao concluir, deixou uma mensagem ao povo.
“Eu quero dizer que meu coração está cheio de alegria. A cada dia o povo, a família 13, nos surpreende com tanto carinho, com a energia. Isso nos fortalece e nos dá um gás para esta reta final [da campanha]. Estes 14 dias que temos [até às eleições] serão muito intensos, mas sem dúvida, vitoriosos. Que Deus abençoe a todo povo querido de Ubatã, a nossa cidade e vamos seguir em frente, com o 13 vitorioso no dia 06 de outubro”, finalizou.
Ronaldo Carletto desafia governador ao defender candidato a prefeito apoiado pelo União Brasil
O ex-deputado federal Ronaldo Carletto desafiou o governador Jerônimo Rodrigues |
“O Avante é da base. O senhor governador vai ter que respeitar o Avante porque o Avante é quem vai ganhar a eleição em Brumado. Governador Jerônimo, tenha convicção e a certeza que estamos juntos com o senhor, mas o senhor tem que saber que aqui nós somos mais fortes do que seu candidato”, declarou Carletto.
Em Brumado, Jerônimo apoia a candidatura de Guilherme Bonfim (PT), irmão do deputado estadual Vitor Bonfim (PV). Já Fabrício Abrantes, embora esteja no Avante, também é o candidato do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, vice-presidente nacional do União Brasil.
A direção nacional do União Brasil, inclusive, já destinou R$420,5 mil do fundo eleitoral para a campanha de Fabrício. Na semana passada, a coluna Radar do Poder mostrou que o partido de Neto financia candidaturas do Avante em 15 cidades, contando com Brumado. Isso demonstra que muitos dos postulantes da legenda de Carletto seguem próximos da oposição.
Isso acontece também em Guanambi, que fica a 140 quilômetros de Brumado. Lá, o prefeito e candidato à reeleição, Nal Azevedo, que é do Avante, também só recebeu doação do União Brasil – R$625,9 mil. A situação é a mesma em Barro Alto, Barrocas, Brejolândia, Candiba, Carinhanha, Cansanção, Cravolândia, Ibirataia, Itagimirim, Mundo Novo, Pinçai, Valente e Érico Cardoso.
Aliados de Carletto não escondem que o presidente do Avante deseja estar na chapa de Jerônimo em 2026, quando o governador pretende disputar a reeleição. Outra possibilidade cogitada é a filiação do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), para ser candidato ao Senado pela sigla.
Para se fortalecer junto com Avante, Carletto filiou diversos prefeitos e lideranças que apoiaram ACM Neto em 2022, com a promessa de que estes iriam aderir à base governista. Mas muitos seguem sem cortar as ligações com a oposição.
PF prende quatro passageiros por tráfico de drogas
Em ações distintas, foram apreendidos cerca de 10 kg de drogas no Aeroporto Internacional de São Paulo
Policiais federais, ao fiscalizarem na sexta-feira (20/9) passageiros e bagagens com o auxílio dos aparelhos de escaneamento corporal e cães farejadores, realizaram a prisão de dois passageiros com cocaína. Na primeira ação, os policiais encontraram, fixados às coxas e cintura de um homem, 3 kg de droga. Em outra ação, um brasileiro foi flagrado com 4 kg droga em volumes ocultos em fundos falsos forjados em sua mala.
No sábado (21/9) e domingo (22/9), outros dois passageiros foram presos por tráfico de drogas. Uma brasileira, que foi flagrada com cápsulas contendo cocaína em suas peças íntimas de roupa, nas cavidades corporais e dentro do seu aparelho digestivo, sendo necessário, em razão do risco de morte, seu encaminhamento para um hospital público. Na outra ação, um brasileiro levava em fundos falsos forjados em sua bagagem de bordo, 2 kg de droga.
Por fim, um homem em um voo que decolou de Angola apresentou sinais de embriaguez e, após o pouso, foi retirado da aeronave por policiais federais.
De janeiro a 19 de setembro de 2024, já foram presas por tráfico de drogas, no Aeroporto Internacional de SP/Guarulhos, 413 pessoas, 40% a mais, se comparado com o mesmo período de 2023 (296 prisões). Esse aumento foi impulsionado pelas prisões de 140 pessoas flagradas com a droga, na forma de cápsulas, dentro do aparelho digestivo.
Ofertas da Semana no Supermercado, Cesta Basica, Atacadista Di Mainha
Posta Gorda R$ 23,90kg; Musculo R$ 17,90kg, R$ Costela 17,50kg, R$ Peito Bovino 21,90kg, R$ Acem 19,90 kg, Sabão Mil Selecte 2 L R$ 8,79, Sabão em pó urca 800g R$ 4,99, Guaraná com Açaí Frutyba R$ 0,99
Ofertas Validas de 13 a 28 de setembro 2024
Rua Olavo Bilac, 71 pertinho da Praça Salvador da Matta Centro Ipiaú Central de Atendimento: (73) 9-9957-0161
Ipiaú: Resultado da 24ª Rodada do Campeonato Master da AABB
Construcasa aplica goleada e Oral Center vence mais uma
Construcasa: Juliano Paulista (3), Uarlei e Ricardo Costa
Del Rey Telecom: Neném
PF prende homem em flagrante transportando 640 kg de cocaína em táxi em São Paulo
O motorista do táxi foi autuado em flagrante pelo crime de tráfico de drogas. As investigações terão continuidade para identificar outros possíveis envolvidos na operação criminosa.
Governo Lula se recusa a prestar informações sobre viagem e hospedagem de Janja em NY
Janja foi em março para um evento da ONU (Organização das Nações Unidas) em Nova York, cidade onde está novamente. A primeira-dama vai acompanhar Lula durante a agenda da Assembleia-Geral da ONU, mas chegou com dias de antecedência para alguns compromissos.
A Folha pede as informações sobre a viagem de Janja por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação) desde 24 de abril. O último recurso está em análise pela CGU (Controladoria-Geral da União), que iria julgá-lo até o fim de setembro mas prorrogou o prazo até o 1º de outubro ao alegar “complexidade da matéria”.
Janja esteve em Nova York em março para integrar a comitiva brasileira do Ministério das Mulheres durante a 68ª sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, da ONU. Ela foi designada por Lula para participar do evento na condição de socióloga, segundo publicado no Diário Oficial da União.
Os questionamentos da reportagem passaram por vários ministérios, além da assessoria da própria primeira-dama. Mas ainda há lacunas sobre a viagem.
A assessoria de Janja apresentou informações desencontradas. Inicialmente, respondeu que ela havia se hospedado na casa de terceiros. Depois, alterou a mensagem e passou a afirmar que ficara na residência oficial brasileira em Nova York.
Ao responder a um primeiro pedido de LAI, o Ministério das Mulheres informou que Janja recebeu da pasta apenas passagens aéreas e o seguro viagem sem pagamento de diárias para hospedagem e alimentação.
O painel de viagens do governo mostra que os trajetos de ida e volta da primeira-dama entre Brasília e Nova York saíram por R$ 43,4 mil.
A Folha ingressou com um novo pedido via LAI, dessa vez para o Palácio do Planalto. Esse pedido questionava onde Janja se hospedou, a fonte de recursos para hospedagem e alimentação, valor total gasto e número de servidores que a acompanharam.
O gabinete pessoal do presidente da República respondeu inicialmente que o assunto caberia ao Ministério das Mulheres, em uma resposta classificada como conclusiva —procedimento diferente do usual, uma vez que há previsão de transferência interna de pedidos entre pastas, com nova contagem de prazo.
A secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, negou depois um recurso em que se argumentava que o Ministério das Mulheres já havia se manifestado (embora não tenha atendido ao pedido integralmente).
A resposta nessa instância justificou a negativa reforçando que Janja não havia recebido diárias, seja do Ministério das Mulheres, seja da Presidência da República. Diárias, no entanto, são apenas um dos mecanismos usados para gastos em viagens. As despesas do presidente, seus familiares diretos e os agentes que fazem sua segurança costumam ser feitos por outros meios.
A secretária-executiva ainda lançou mão de outra justificativa para negar o recurso. Citou que a legislação prevê que “informações cuja divulgação possam pôr em risco a segurança de altas autoridades e seus familiares são reservadas e têm sua divulgação restrita”.
Já o terceiro recurso foi negado pelo ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Marcos Antonio Amaro. Este apenas ratificou a resposta da instância anterior.
Questionado por que o Planalto se recusou a fornecer os dados, em três instâncias, sendo que as mesmas informações referentes às viagens do próprio presidente Lula são tornadas públicas, a Secom disse em nota que os questionamentos por LAI “são respondido dentro dos próprios processos”.
A Secom também não respondeu aos pedidos sobre hospedagem e custos de viagem.
A assessoria de Janja reforçou que “não houve custos com hospedagem” porque “a primeira-dama e seus assessores ficaram todos na residência oficial”. Questionada em qual residência oficial ela teria ficado, a assessoria não disse –o Brasil tem dois chefes de postos diplomáticos na cidade, o cônsul-geral e o chefe da missão junto à ONU.
A reportagem buscou ainda o Itamaraty e a representação oficial do Brasil na ONU. O Ministério de Relações Exteriores direcionou o questionamento para o Planalto, e a representação, por sua vez, indicou que a reportagem procurasse a equipe da Janja.
Com relação à viagem da primeira-dama a Paris, como enviada por Lula para eventos das Olimpíadas em julho, o Planalto agiu de outra forma. Respondeu prontamente, também por LAI, que Janja hospedara-se na residência oficial do embaixador brasileiro.
No caso de Paris, houve a informação de que os membros da comitiva receberam apenas metade do valor da diária, algo previsto para quando os servidores ficam hospedados em “imóvel pertencente à União ou que esteja sob administração do governo brasileiro ou de suas entidades”.
Dessa forma, o mesmo deveria ocorrer com relação à viagem de Nova York: ao ficar em residência oficial, os servidores teriam de receber só metade do valor da diária. Mas não foi o que ocorreu.
Pelo menos dois auxiliares receberam os valores integrais das diárias, segundo dados do Portal da Transparência. O Planalto também se recusou no pedido por LAI a fornecer a relação de todos os assessores na comitiva.
Um dos assessores recebeu, por sete diárias, cerca de R$ 13,7 mil. Para outro, foram pagos R$ 21,8 mil referentes a 11 diárias. A assessoria da primeira-dama não responde se os pagamentos foram indevidos ou se essas pessoas receberam valores cheios por não terem se hospedado em residência oficial, o que contrariaria resposta anterior.
Eleições no interior da Bahia têm festa nas ruas, famílias divididas e ultrapolarização
Motocicletas envenenadas aceleram e fazem o motor roncar, emulando o som de fogos de artifício com o escapamento. Montados nas motos, jovens descolam as rodas dianteiras do chão e se equilibram. Os da frente conduzem o veículo e os da garupa empunham as bandeiras dos candidatos.
Mais adiante, mãe e filha operam uma mesa de som improvisada na carroceria de uma camionete e fazem tocar um paredão de caixas de som. O equipamento instalado em um reboque toca jingles em sequência e em volume máximo.
São 20h de uma quarta-feira em Campo Formoso, cidade do norte da Bahia, e as ruas do centro estão apinhadas. Famílias inteiras chegam carregando bandeiras nas mãos e usam roupas em tons monocromáticos. Rente aos paredões, pulam, dançam e balançam as bandeiras.
De um lado, centenas de pessoas vestem azul, cor da campanha do prefeito Elmo Nascimento (União Brasil). Algumas ruas adiante, o laranja toma conta das ruas em uma caminhada de Denise Menezes (PSD), candidata da oposição.
Com dois candidatos na disputa pela prefeitura, Campo Formoso vive uma eleição marcada pela ultrapolarização, representada por uma rivalidade histórica entre grupos políticos locais.
Este cenário se replica em outras pequenas cidades do interior da Bahia. Dos 417 municípios do estado, 214 têm só dois candidatos a prefeito nesta eleição, conforme levantamento da Confederação Nacional dos Municípios.
As cidades se dividem em rivalidades dignas de futebol e vivem a eleição como uma espécie de campeonato, com torcidas nas ruas, provocações, famílias divididas e apostas entre aliados dos candidatos.
Em geral, são campanhas enraizadas em laços familiares e refletem uma cultura política que ainda traz resquícios do coronelismo, segundo o cientista político Cláudio André de Souza, professor da Unilab (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira).
“A dinâmica da política municipal é diferente porque envolve uma lógica econômica, de acesso às oportunidades. Ganhar a prefeitura se estabelece com uma centralidade gigantesca do que a pessoa vai ser nos próximos quatro anos.”
Em Campo Formoso, a política se divide há mais de 50 anos entre os Boca Branca e os Boca Preta, grupos que hoje são respectivamente liderados pelo deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) e pelo deputado estadual Adolfo Menezes (PSD), presidente da Assembleia Legislativa.
Os nomes dos grupos surgiram nos anos 1970, em uma eleição que opôs os candidatos Luís Alberto Prisco Viana e Rômulo Galvão de Carvalho. O primeiro tinha um bigode preto e ganhou a alcunha de Boca Preta. Seu adversário, mais velho, ostentava um bigode grisalho e virou o Boca Branca.
Os grupos eram ancorados em famílias tradicionais como os Gonçalves, os Galvão e os Marques. Com o ocaso dos principais clãs políticos, os Menezes ascenderam ao comando dos Boca Preta nos anos 1980, sendo desafiados a partir da década seguinte pelos Nascimento, que passaram a liderar os Boca Branca.
As duas famílias têm laços de parentesco —a avó de Elmar Nascimento e o pai de Adolfo Menezes eram primos. Seus descendentes, contudo, seguiram rumos políticos opostos e se consolidaram como os principais polos eleitorais na cidade.
O início da campanha eleitoral deu largada à maratona de atos de campanha que inclui caminhadas, carreatas e comícios, praticamente diários e que mobilizam eleitores em clima de festa.
Em 4 de setembro, em um comício no centro, uma multidão vestida de laranja se reuniu para ouvir a candidata da oposição, Denise Menezes, depois de uma caminhada pelas ruas.
O evento foi anunciado como a “Pisadinha 55”, referência ao ritmo derivado do forró que embala a campanha e ao número do partido, o PSD. Apoiadores usavam adesivos com uma boca preta colados ao rosto.
Em frente ao palco, um deles carregava uma “marreta biônica”, com 4m de altura, que remete a um jingle popular na Bahia que compara a força do grupo político a uma marreta, que esmaga os adversários e os deixa “de cabeça tonta”.
A poucos quilômetros dali, apoiadores de Elmo percorreram ruas da periferia num evento chamado “Pula-pula do 44”, número de urna do União Brasil. Empunhando bandeiras azuis, traziam adesivos com bocas brancas colados no rosto.
Com uma bandeira nas mãos, a operadora de caixa Ana Cássia Mendes, 25, retornava da caminhada acompanhada de um amigo e da filha de 4 anos e diz ver a política como paixão. “É como futebol. Tem gente que até briga mesmo, fecha a cara. Tem família que fica sem se falar, tem gente que aposta casa, aposta carro para ver se ganha. O povo é fanático.”
Ela se define como uma “Boca Branca doente” e diz que sequer olha as propostas dos candidatos da oposição. Nas eleições de 2022, abriu uma exceção: votou em Elmar Nascimento para deputado federal, mas também no adversário Adolfo Menezes para estadual, por serem “os dois filhos da terra.”
Com uma dinâmica de ultrapolarização, Campo Formoso costuma protagonizar disputas apertadas. Em 2020, Elmo venceu a então prefeita Rose Menezes (PSD) por 833 votos, diferença inferior a dois pontos percentuais. Na eleição anterior, Rose venceu Elmo com 1.820 votos de frente.
“O que está em jogo não é racional, de quem é o melhor. A pessoa não quer saber quem é o melhor para administrar, ela quer saber o time que ela torce. A paixão está acima da razão para uma parte da população”, disse o prefeito Elmo Nascimento.
Ele afirma que pesquisas apontam para uma boa avaliação da sua gestão, mas os números não se traduzem em um patamar semelhante de intenções de voto. Ou seja, mesmo eleitores que aprovam seu governo votam na oposição, por serem fiéis ao grupo político predileto.
Este cenário de rivalidades históricas se replica em outras cidades baianas. Os grupos Beija-flor e Jacu se enfrentam em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo baiano. Jacus e Macacos concorrem em Ipirá, no sertão. Corinas e Rabudos se opõem em Oliveira dos Brejinhos.
Em Conceição do Coité, a disputa eleitoral opõe tradicionalmente os Vermelhos e os Azuis, grupos cuja cor referência em nada tem a ver com batalhas ideológicas. Nas últimas eleições, como em um paradoxo, os Azuis foram representados pelo candidato do PT, que aboliu o vermelho da campanha.
A polarização se repete também em outros estados, mas os grupos tradicionais têm perdido força entre os eleitores mais jovens, que cresceram ancorados nas redes sociais e têm referências políticas que vão além da realidade local.
“É como se houvesse uma extrapolação da esfera pública. O eleitor está em uma esfera mais ampliada, para além do que acontece no município. Isso mexe no jogo”, avalia Cláudio André de Souza.
Maioria das candidatas mulheres é solteira e divorciada; casados predominam entre homens
Neste ano, 41,5% das candidatas mulheres se declararam casadas. Percentual menor do que nas eleições municipais de 2000, quando 56,9% se afirmavam o mesmo. Entre os homens, apesar de a maioria seguir casada, também houve queda. Em 2000, o índice era de 72% entre eles.
Para Beatriz Sanches, professora da USP (Universidade de São Paulo), a diferença na quantidade de homens e mulheres casados entre os candidatos se deve à divisão sexual do trabalho.
“O casamento para os homens faz com que alguém dê conta desse trabalho doméstico. Enquanto para as mulheres tem o efeito oposto, já que além de ter a atividade pública na política institucional, elas têm que combinar essa atuação dentro do espaço privado, com os filhos, com o próprio marido, com a própria casa. Então, isso acaba sendo um fardo maior”, diz.
Sanches ressalta que essa divisão pode se acumular com outras variáveis, como raça e classe social, significando que, enquanto mulheres brancas e ricas podem ter mais facilidade para sair dessa lógica e serem candidatas, a realidade tende a ser mais difícil para pretas e pobres.
O aumento da participação de mulheres não casadas na política aconteceu ao mesmo tempo em que a participação feminina como um todo também crescia. Em 2000, cerca de 73 mil mulheres, 18,4% do total de candidatos, podiam ser votadas para prefeita ou vereadora. Em 2024, o número dobrou: 156 mil mulheres serão candidatas em outubro, 34% do total.
De acordo com dados do TSE, 41,5% das candidatas neste ano se declaram como casadas, 41,7% como solteiras, 11,9% como divorciadas, 3,9% como viúvas e 0,9% como separadas judicialmente. Quando se analisa por cargo, no entanto, as diferenças se acentuam.
56% das candidatas a prefeita são casadas, contra apenas 40,9% das postulantes ao cargo de vereadora. Entre os homens 69,4% dos candidatos a prefeito são casados, valor que fica em 54,2% entre os aspirantes a vereador.
Para Sanches, a diferença entre as candidaturas pode estar ligada à renda. “Fazer campanha para prefeitura, é muito mais caro do que fazer campanha para vereadora. Por isso mulheres casadas da elite não têm no casamento uma barreira tão significativa. Para as vereadoras, a tendência é que sejam de camadas mais médias e populares, especialmente em municípios pequenos”.
A professora ressalta, no entanto, que a pressão machista do casamento também impacta os homens, que podem se ver obrigados a estar em um casamento apenas para ganhar votos.
Outro aspecto da participação feminina nas eleições é a quantidade de candidatas viúvas, quase quatro vezes maior que a porcentagem de viúvos. Sanches relaciona isso não só ao fato de que, com o fim do casamento essas mulheres passam a considerar outras possibilidades de atuação, mas também ao capital familiar.
“Essas mulheres, sendo esposas, filhas, e até mães, às vezes, trazem pessoas que já fazem parte de famílias políticas. Mas o capital familiar vale também para os homens, que trazem muitas vezes também o nome do pai e não sofrem tanta cobrança”.
Para ela, pesa sobre o número de viúvos candidatos também o fato de que é raro que homens carreguem o capital político de alguma mulher, seja mãe ou esposa, por exemplo. “A mulher, mesmo que seja eleita, até bem eleita, bem quista pela população, eu não vejo nenhum filho, nenhum marido sucedendo ela, trazendo o nome dela”.
Assessor de Putin elogia Brasil e diz que país tem visão similar à da Rússia sobre cenário global
Reunião do assessor especial da Presidência da Rússia, Anton Kobyakov, com diplomatas brasileiros |
Em uma crítica sutil aos EUA, ele acrescentou que ambas as nações têm abordagens similares sobre “a construção de uma ordem mundial multipolar baseada no respeito à lei internacional, com um papel central para a ONU”.
Os elogios foram feitos em reunião com o embaixador brasileiro em Moscou, Rodrigo Baena Soares, preparatória para a cúpula dos países do Brics marcada para Kazan entre 22 e 24 de outubro.
Lula deve comparecer ao evento e aparecer em imagens amistosas ao lado de Putin, hoje um pária no Ocidente por causa da invasão da Ucrânia.
O Brasil tem defendido um plano de paz para acabar com o conflito, mas sua posição é vista por EUA e países europeus como excessivamente leniente com Putin.
Rui Costa admite que é “potencial candidato ao Senado” em 2026
O ministro da Casa Civil, Rui Costa |
“Sou potencial candidato, se o presidente assim entender, a senador da Bahia. É o que eu sou hoje”, disse.
O ministro acredita que Lula deve tentar a reeleição e descartou a possibilidade do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ser o nome do PT na disputa.
“Acho que o potencial candidato em 2026 é Lula. Não devemos discutir a sucessão de quem está no cargo. Quando isso ocorre, antecipa o fim do mandato daquela pessoa. Na Câmara, quando se antecipa a discussão da sucessão, acelera o esvaziamento da caneta de quem está no cargo. Na política, vale muito a expectativa de poder. Quanto mais próximo fica do meio para o fim do mandato, mais vale a expectativa de poder do que o próprio poder”, destacou.
PM apreende grande quantidade de maconha em Santo Antônio de Jesus
Os pms realizavam patrulhamento na localidade, quando foram informados por populares de que havia um acidente de trânsito no local.
Ao chegarem, os policiais visualizaram um casal a bordo do veículo que ao perceber a presença da guarnição fugiu pelo matagal, a mulher foi alcançada e detida. Durante as buscas no veículo foram encontrados 590 tabletes de maconha, duas placas de veículo e um celular.
Todo material apreendido e a suspeita foram apresentados na 4ª Coorpin para tomada das medidas pertinentes.
Governador Jerônimo visita Ibirataia e reafirma seu compromisso e parceria com Sandro Futuc
O momento foi de muita euforia, com a multidão azul indo abraçar Jerônimo e tirar fotos! Ele fez questão de ‘se jogar’ na Onda Azul logo que chegou, para só depois seguir em carro aberto na pelas ruas da localidade.
“Sandro está na frente das pesquisas. Mas, pra mim, a maior pesquisa é isso aqui, o povo nas ruas dizendo que quer Futuca prefeito de Ibirataia, pra o trabalho continuar, pra essa cidade continuar avançando e a parceria estadual ser ainda mais forte!”
No final, foi uma grande festa da onda azul fazendo o coração indicando que Ibirataia já decidiu, é 15!
Infiltração de criminosos na política ameaça segurança eleitoral
Alteração de seções eleitorais é uma das medidas para evitar coação |
Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a infiltração de grupos criminosos na política é uma das grandes ameaças das eleições municipais não só no estado do Rio, mas no país como um todo. Para garantir que seus candidatos sejam eleitos, essas organizações podem recorrer a violências, ameaças e coação contra adversários e também contra eleitores.
“É um processo que vem acontecendo no Brasil faz tempo, mas que é relativamente novo nas grandes metrópoles: o crime organizado aprendeu a trabalhar de dentro do Estado. Nos rincões do Brasil, sobretudo no Norte do Brasil, isso é mais antigo: um crime organizado que elege políticos e interfere no processo eleitoral. No Rio de Janeiro, em São Paulo, ou em João Pessoa, isso é mais novo”, explica o doutor em Ciências Policiais e Segurança Pública Alan Fernandes, pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Para ele, no dia da eleição, há um risco de coação, por esses grupos criminosos, contra eleitores, para que eles votem em determinado candidato ou mesmo deixem de comparecer aos locais de votação.
“O principal risco é o impedimento de comparecimento em determinadas zonas eleitorais. Em lugares que são dominados pela violência, pelo crime organizado, existem casos em que as pessoas são impedidas de comparecer ao local de votação, a depender do interesse político daquela facção. O segundo problema, nesses locais de votação, é a coação aos eleitores para que eles votem em determinado candidato de preferência daquele grupo armado”, afirma Fernandes.
Medidas
No Rio de Janeiro, as milícias são um dos grupos armados que têm se aproveitado da política e da participação no Estado para fortalecer sua atuação. Em consequência, novas medidas vêm sendo tomadas pelos tribunais para garantir a lisura do processo eleitoral.
A proibição de uso de celulares e câmeras em cabines de votação, adotada em 2008, por exemplo, foi uma reação do TRE-RJ a informações de que traficantes e milicianos estavam obrigando eleitores a registrar seu voto na urna, para comprovar que estavam votando nos candidatos indicados pelos grupos criminosos. A medida acabou sendo adotada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para todos os estados nas eleições municipais daquele ano e, depois, incorporada à legislação eleitoral em 2009.
Miguel Carnevale, pesquisador do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/UniRio), explica que essa atuação dos grupos criminosos sobre os eleitores é ainda mais forte nas eleições municipais.
“Você vê muito contato de vereadores com as comunidades e muita força do crime organizado [para a eleição de seus candidatos escolhidos]. Acredito que, para o Rio de Janeiro, a entrada do crime organizado para a política seja um tópico especialmente sensível. Isso afeta certas relações, cria laços clientelistas”, explica.
Pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política e Violência da Universidade Federal Fluminense (Lepov/UFF), André Rodrigues afirma que as eleições municipais são sempre mais violentas do que as eleições estaduais e federais, de acordo com os estudos feitos pelo Lepov/UFF no Grande Rio e litoral sul fluminense. “São as eleições onde a gente vê mais interferência violenta na política”, afirma. “Há três mecanismos que os grupos criminosos adotam e que ameaçam as eleições: as ameaças veladas, como declarações explícitas de voto de alguém que controla uma localidade; a proibição de que alguns candidatos façam campanha em áreas de milícia ou de tráfico; e a eliminação violenta de opositores. Só na Baixada Fluminense, de 2015 para cá, a gente já contabilizou 60 assassinatos de pessoas implicadas na política local”.
Apesar de a maioria desses mecanismos ser usada no período de campanha, a coação de eleitores pode ocorrer também em dia de eleição, segundo Rodrigues. Por isso, ele acredita que a mudança de locais de votação é bem-vinda. “Isso não elimina os mecanismos de que eu falei, mas pelo menos pode criar um contexto, no dia [da votação], de maior segurança para os votantes, para que não tenham que votar exatamente no local onde aquele criminoso domina diretamente”. Ele lembra que “na última eleição municipal, em Paraty e em Angra dos Reis, a gente ouviu muitos relatos de pessoas com pinta de miliciano, com tom ameaçador, se posicionando em frente à seção eleitoral”.
Outros casos de violência
Mas não é apenas a participação do crime organizado que ameaça a segurança das eleições. Há casos de violência entre candidatos e entre eleitores por questões ideológicas, por exemplo.
O pesquisador Miguel Carnevale alerta que no mês de setembro, na reta final das campanhas de primeiro turno das eleições, é possível ver um acirramento das situações de violência eleitoral. “É quando esses números começam a aumentar, tanto a violência política como um todo, como a sua forma mais radical, que são os homicídios”.
Para ele, as redes sociais podem ter um papel de amplificação dessa violência eleitoral. “Você dá a chance para indivíduos com questões políticas problemáticas para expor tendências violentas. Você vê muitas ameaças nas redes sociais. As redes sociais são o principal foco para ofensas, sejam misóginas, racistas, LGBTfóbicas. É nesse espaço que se concentra esse tipo de crime. Violências psicológicas se dão majoritariamente por esse veículo”, destaca Carnevale.
Um levantamento trimestral do Giel/UniRio, chamado Observatório da Violência Política e Eleitoral, registrou, entre abril e junho deste ano, período anterior ao das campanhas eleitorais oficiais, 128 casos de violência contra lideranças partidárias em todo o país, mais que o dobro do trimestre anterior (59) e 24% maior do que o segundo trimestre de 2022 (103), quando ocorreram as eleições federais e estaduais.
As ameaças foram a principal ocorrência, mas pelo menos 25 assassinatos foram registrados, dos quais seis ocorreram no Rio, o estado com mais ocorrências. Os cargos políticos ligados à esfera municipal continuam sendo a categoria mais atingida, segundo o Observatório da Violência Política e Eleitoral.
Neste mês, o Ministério da Justiça e Segurança Pública estendeu o prazo de permanência de homens da Força Nacional de Segurança no estado do Rio de Janeiro por mais 90 dias, o que inclui as datas de campanha e votação.
A Secretaria Estadual de Segurança do Rio informou que a Polícia Militar está fechando seu planejamento operacional para os dias de votação e, em breve, divulgará à imprensa.
Secretário do MMA vê conotação politica em queimadas na Amazônia
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo |
Lima foi o entrevistado deste domingo (22) do Programa Natureza Viva, com apresentação da jornalista Mara Régia e produzido pela Rádio Nacional, uma emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
De acordo com o secretário, as queimadas na região neste ano foram agravadas por fenômenos climáticos atípicos e a ação criminosa de pessoas agindo com “conotação política”, em resposta às medidas adotadas pelo atual governo para combater o desmatamento ilegal no país.
“Tem, inclusive, incêndio que a gente imagina que possa ter conotação política. É uma reação de parte da sociedade que não se conforma, que não se enxergou dentro da sustentabilidade”, afirmou.
O secretário também disse que o país vive uma seca atípica em função das mudanças climáticas globais, como o aquecimento do Oceano Atlântico, que era um fenômeno de menor intensidade nos anos anteriores.
Segundo Lima, a intensificação do desmatamento no Cerrado e na Amazônia também agravou a situação, diminuindo a umidade do ar e atrasando o período chuvoso.
“Uma coisa é prever um ano seco. Outra coisa é coisa é prever um ano extremamente seco. É o maior ano de seca nos últimos 60 anos na Amazônia, nesse grau que a gente está vendo, não só de baixa umidade, de praticamente zero de chuva e de alta de calor. São três elementos simultaneamente agindo sobre a Amazônia, num momento em que não era mais para ser assim”, disse.
O secretário também fez um apelo para os moradores da Amazônia evitarem a queima de lixo neste período de seca.
“Tem toda essa agenda do crime. Vamos dizer que metade do problema é incêndio criminoso, de gente que está se beneficiando dolosamente da ocupação do solo. Uma outra parte é de gente que está usando o fogo porque precisa queimar uma roça e não tem trator, quem está queimando lixo na beira da estrada porque não existe saneamento básico”, completou.
O Programa Natureza Viva vai ao ar todos os domingos, às 9h, na Rádio Nacional da Amazônia e na Rádio Nacional AM de Brasília.
Lula diz que mundo caminha para ‘fracasso coletivo’ e pede reforma da ONU
O brasileiro fez um breve discurso em Nova York na Cúpula do Futuro, iniciativa lançada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para tentar costurar compromissos dos governos em áreas como clima, inteligência artificial e governança global.
Em sua fala, Lula defendeu a reestruturação dos principais órgãos multilaterais da atualidade para que eles reflitam a importância do autodenominado Sul Global, termo não oficial usado para se referir a nações em desenvolvimento.
Com o tempo rigidamente cronometrado, o microfone de Lula foi desligado quando ele excedeu os cinco minutos a que tinha direito. Ele continuou discursando até concluir a leitura de seu pronunciamento.
“Voltar atrás em nossos compromissos é colocar em xeque tudo o que construímos tão arduamente. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos e caminham para se tornar nosso maior fracasso coletivo. No ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da Agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo”, disse o presidente brasileiro, em referência às 17 metas para promover a sustentabilidade, erradicar a pobreza e proteger o planeta até o final da década.
Lula também afirmou que as ações atuais para o combate ao aquecimento global são insuficientes. “Na COP28 [nos Emirados Árabes Unidos], o mundo realizou um balanço global da implementação das metas do Acordo de Paris. Os níveis atuais de redução de emissões de gases do efeito estufa e financiamento climático são insuficientes para manter o planeta seguro”, disse.
O presidente brasileiro também usou a parte final de seu pronunciamento para defender a reformulação do sistema ONU e das instituições financeiras internacionais, para atender as demandas dos países em desenvolvimento.
“A maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir suas decisões. A Assembleia-Geral [da ONU] perdeu sua vitalidade, e o Conselho Econômico e Social foi esvaziado. A legitimidade do Conselho de Segurança encolhe a cada vez que ele aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades”, declarou.
“As instituições de Bretton Woods desconsideram as prioridades e as necessidades do mundo em desenvolvimento. O Sul Global não está representado de forma condizente com seu atual peso político, econômico e demográfico”, acrescentou.
Jequié: Homem é preso com carro roubado e 130kg de maconha
Através de técnicas avançadas de identificação veicular, constatou-se que o carro havia sido roubado em 7 de setembro de 2024, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). O fato levantou suspeitas, especialmente pela proximidade de um terminal rodoviário.
Os policiais seguiram até o terminal, onde localizaram um indivíduo que havia surgido de uma área de matagal e estava tentando comprar uma passagem para Minas Gerais. Ao ser abordado, ele apresentou versões contraditórias sobre sua presença no local e a compra de uma passagem de valor incompatível. Posteriormente, o suspeito se recusou a dar mais informações, afirmando que só falaria em juízo.
O homem foi encaminhado à Polícia Judiciária de Jequié. O veículo, juntamente com a droga, foi levado ao Departamento de Polícia Técnica para perícia.
Ubatã: Prefeito Tinho do Vale e Lidijones Miranda convidam a população para bate-papo neste domingo, 22
Em formato de escuta pública, o encontro leva a ideia de diálogo entre candidatos e a comunidade para pensar em propostas que beneficiarão o município e a população, a partir das demandas apresentadas pelos moradores locais.
Trazer investimentos para Ubatã, beneficiando o povo e construindo uma gestão com participação popular é o caminho que Tinho do Vale em parceria com Lidijones Miranda quer dar continuidade e com o apoio do governo federal e estadual.
Ministro Rui Costa e Governador Jerônimo Rodrigues participam de evento de Laryssa Dias e reforçam apoio
Em seu discurso, a candidata disse da sua determinação em trabalhar para que no município seja mantido e ampliado o ritmo de trabalho implantado pela prefeita Maria das Graças. Laryssa também citou que na primeira estrofe do hino da cidade está escrito: “Na fibra e na coragem do teu povo, reside tua riqueza Ipiaú”. A prefeita Maria falou da sua gratidão pelo apoio que tem recebido por parte da família ipiauense.
A exemplo das vezes anteriores, porém com mais intensidade, a passeata envolveu milhares de pessoas e em sua tonalidade cor de rosa lotou as ruas por onde foi traçado o seu percurso. Muita energia, vibração e criatividade. Neste domingo, 22 de setembro, o time de Laryssa estará visitando o distrito de Córrego de Pedras.
Fonte: Giro Ipiaú
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