Propostas que miram STF se empilham no Congresso e mudam tom com ofensiva bolsonarista
Nos últimos dez anos, ao menos 30 propostas de emenda à Constituição (PEC) mirando modificações no Tribunal foram protocoladas. Nenhuma delas prosperou, mas a mudança no foco dos projetos indica uma beligerância crescente do Parlamento contra o Supremo.
Ao longo dessa década, a mais importante proposição nesse sentido foi aprovada em 2015, a chamada PEC da Bengala, que aumentou de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria compulsória dos servidores públicos. A medida impediu que Dilma Rousseff (PT) indicasse a maioria dos membros do STF até o fim de seu mandato, uma vez que menos ministros se aposentaram do cargo. O projeto havia sido proposto pelo então senador Pedro Simon em 2003 e retomado para enfraquecer a então presidente.
A característica das sugestões mudou nos últimos anos: se antes focavam em questões técnicas, como critérios para a composição da Corte, estipulação de mandatos de ministros e prazos para pedidos de vista, o embate de integrantes do tribunal com a bancada bolsonarista no Congresso levou a tentativas de reduzir o poder e a influência dos membros do STF.
Entre 2015 e 2018, antes de Jair Bolsonaro ajudar a eleger uma bancada de mais de 50 parlamentares do então nanico PSL na Câmara, 19 PECs haviam sido propostas para reformar o Judiciário, mas nenhuma delas visava combater a influência do Supremo. Naquele período, a crise política envolvendo o futuro de Dilma e a Operação Lava Jato, que atingiu em cheio a classe política e levou o futuro de parlamentares ao plenário do STF, foram o principal combustível para essas proposições.
Oito delas tratam de mudar o processo de escolha ao STF, geralmente visando reduzir a influência da Presidência da República nas indicações. As sugestões variam desde tirar essa atribuição do Executivo, caso da PEC 180/2015 de Eduardo Bolsonaro (então no PSC-SP), até atrelar a critérios regionais à escolha dos ministros: dois de cada região administrativa do País, segundo a PEC 388/2017, de André Amaral (PMDB-PB).
Outras seis delas se referem a prazos para os mandatos dos ministros – que hoje podem permanecer no cargo desde a sua indicação, possível a partir dos 35 anos de idade, até a aposentadoria compulsória aos 75. As sugestões oscilam entre oito e 12 anos e mencionam com frequência casos de Cortes europeias, como a alemã.
Tema também recorrente nesse período, os pedidos de vista entraram na mira dos parlamentares com a chegada de casos importantes da Lava Jato à Corte. Glauber Braga (então PSB-SP), Arnaldo Jordy (então PPS-PA) e Toninho Pinheiro (PP-MG) voltaram seus gabinetes para tentar impedir que os duradouros pedidos de vista nas mãos de ministros como Gilmar Mendes se tornassem “pedidos de veto”.
O problema se arrastou na Corte até recentemente, quando a ministra Rosa Weber aperfeiçoou o regimento interno. Em 2022, ela limitou as decisões individuais dos ministros e colocou um prazo de 90 dias para os intermináveis pedidos de vista que paralisavam julgamentos indeterminadamente.
Dois projetos têm por objetivo atacar privilégios no funcionalismo público. As PECs 371/2017 (de Jaime Martins, do PSD de Minas Gerais) e 280/2016 (de Félix Mendonça, do PDT da Bahia) querem proibir as férias de 60 dias de membros do Judiciário e Ministério Público, enquanto o restante das categorias goza de 30 dias por ano. Em 2019, Paula Belmonte (Cidadania-SP) protocolaria projeto similar.
Propostas miram poder dos ministros do STF
Com a atuação da bancada bolsonarista a partir de 2019, quando a Corte se opôs ao governo de Bolsonaro, as proposições se voltaram contra o poder dos magistrados que interferiam no projeto político do então presidente. Das 11 PECs propostas, cinco têm como alvo a capacidade decisória dos ministros. Chris Tonietto (então PSL-RJ), Eduardo Costa (PTB-BA), Domingos Sávio (PL-MG) e Reinhold Stephanes (PSD-RR) são autores de propostas para permitir ao Congresso cassar decisões individuais do STF que “extrapolem os limites constitucionais”.
Celso Sabino (então no PSDB-PA e hoje ministro do presidente Lula pelo União Brasil) tentou restringir as hipóteses de prisão em flagrante de parlamentares e vetar o afastamento do mandato por decisão judicial após Alexandre de Moraes mandar prender Daniel Silveira (então PSL-RJ) por ameaças a membros do Supremo. A proposta ficou conhecida como “PEC da Imunidade Parlamentar” e “PEC da Blindagem”, numa mostra do corporativismo parlamentar contra ações do STF.
Bia Kicis (então PSL-DF), por sua vez, quis extinguir a “PEC da Bengala”, baixando a idade máxima do funcionalismo para 70 anos e aposentando compulsoriamente os ministros mais velhos. A medida, se aprovada, permitiria que Bolsonaro pudesse indicar mais nomes ao Tribunal e preencher quase metade da Corte com aliados.
Outra mudança se deu na articulação para a proposição das ideias. Se antes de 2019 as PECs costumavam ser cadastradas por um único parlamentar, a partir do governo Bolsonaro elas passaram a contar com uma parcela expressiva da Câmara. As últimas cinco propostas (das quais três são ataques ao poder decisório da Corte), por exemplo, receberam mais de 170 assinaturas – um terço da Casa.
Protagonismo da Corte
Se por um lado a ofensiva parlamentar sobre a Corte ganhou corpo nos
últimos anos, por outro, o protagonismo tanto do Supremo, como de alguns
de seus ministros, tensiona ainda mais os limites de até onde um Poder
consegue interferir no outro. Uma das decisões recentes do STF que
cruzou essa linha, conforme contestam parlamentares, é a decisão que
reconheceu que o porte de maconha não é mais crime no País, se for para
consumo próprio.
O julgamento suscitou o debate sobre os magistrados se sobreporem ao escopo de legislar, próprio do Congresso, enquanto a Corte argumentou que se atém a matérias jurídicas e só é convocada a tomar decisões como essa quando há omissão política.
As revisões dos processos e condenações da Operação Lava Jato após o ministro Dias Toffoli anular todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht (atual Novonor) são outro exemplo de como uma decisão monocrática pode gerar um efeito cascata, o que reascende o debate sobre os limites das atribuições dos magistrados. Ainda no âmbito da Lava Jato, Toffoli anulou na última semana todos os processos e condenações do empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que admitiu propinas a agentes públicos e políticos em delação premiada.
Alexandre de Moraes, eleito o principal alvo dos bolsonaristas, também acumula uma série de decisões controversas, em que a palavra final do magistrado pavimentou caminhos até então nunca percorridos pela Corte. Recentemente, Moraes determinou o bloqueio da plataforma X (antigo Twitter) no País, após o bilionário Elon Musk não cumprir determinações legais e retirar do Brasil a representação de sua empresa.
Os vários capítulos da batalha travada entre os dois, além do suposto excesso do ministro em usar a estrutura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o qual presidia, para abastecer investigações conduzidas por ele no Supremo, motivaram inclusive um processo de impeachment de seu mandato, que tem previsão legal de terminar em 2043.
Eloísa Machado, professora de direito constitucional na FGV Direito SP e coordenadora do grupo de pesquisa “Supremo em Pauta”, diz que no governo Bolsonaro houve uma “explícita estratégia de ataques ao Tribunal e a seus ministros”, a partir de discursos e, posteriormente, ameaças, o que culminou na invasão da sede do Supremo no 8 de Janeiro.
“Enfraquecer o Tribunal era parte do projeto autoritário que Bolsonaro buscava implementar. Parte dessa estratégia de enfraquecer o Tribunal foi adotada por parte do sistema político que também quer se ver livre do controle feito pelo Tribunal e, agora, a promove através de algumas propostas de emenda à Constituição. É muito preocupante que Congresso endosse medidas que, em última instância, fragilizem a Constituição”, diz.
A professora diz existir uma vasta agenda de diagnóstico de mudanças necessárias no sistema de Justiça como um todo, mas que a classe política parece “mais interessada em chantagear” o Tribunal. Ela cita algumas propostas de mudanças visando fortalecer e preservar o STF.
“No Supremo, há debates sobre tornar as indicações para ministros mais transparentes, rever as competências do tribunal para permitir que priorize sua atuação de Corte constitucional (ao invés de recursal e originária), otimizar as teses de repercussão geral, dentre muitas outras. Há debates importantes também sobre a adoção de um código de ética que preserve a função jurisdicional de interesses econômicos”, afirma.
Andrei Roman, fundador da AtlasIntel, que tem feito levantamentos acerca da percepção pública sobre os ministros do STF, diz haver uma polarização profunda na população brasileira nessa questão. Há uma tendência de que eleitores de Lula em 2022 tenham uma opinião mais favorável ao Supremo do que aqueles que votaram em Bolsonaro. Para ele, no entanto, a campanha bolsonarista contra a Corte não desviou o foco da necessidade de eventuais reformas no Tribunal.
“Pelo contrário, nunca tivemos tanta discussão sobre a necessidade de reformas no Judiciário, relacionadas ao Supremo. Diria que a polarização impossibilita um avanço real (de medidas práticas). Temos muita discussão a respeito, mas por conta do clima político no País, essa reforma do Supremo parece ficar cada vez mais distante”, afirma.
Maiores índices de divergências no Copom ocorreram em governos do PT
A divergência coincidiu com um momento político de incerteza, de transição no comando da instituição, e chamou atenção em um cenário histórico no qual a unanimidade é a regra.
De acordo com levantamento da LCA Consultores, com base em informações do BC, apenas 34 de 234 reuniões registraram divergência de votos entre os membros do Copom –o que representa apenas 14,5% do total de encontros. Os maiores índices de dissenso ocorreram em governos do PT.
“Em linhas gerais, a ideia é que, por mais que existam divergências de pensamentos sobre macroeconomia e como a política monetária afeta todas as variáveis macroeconômicas, a regra é que eles [membros do Copom] cheguem a algum consenso antes da votação”, afirma Bruno Imaizumi, economista da LCA.
Para o responsável pelo estudo, os dados refletem uma tentativa de coordenação na cúpula do BC e de trabalho em equipe em busca de um objetivo comum: levar a inflação à meta.
A gestão de Henrique Meirelles teve, proporcionalmente, a taxa mais alta de divergências. Ele foi o presidente do BC mais longevo e ocupou o posto mais alto da instituição entre 2003 e 2010, nos dois primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dos 76 encontros do Copom ocorridos ao longo dos seus oito anos de gestão, houve divergência em 16 ocasiões –ou seja, em 21,1% dos casos.
O índice é ligeiramente superior ao registrado ao longo da passagem de Alexandre Tombini na presidência do BC, de 2011 a 2016, quando houve divergência de votos em 20,5% das reuniões do Copom. Foram 9 encontros marcados por dissenso em um total de 44, incluindo o episódio que gerou polêmica pelo “cavalo de pau” na política monetária.
Desde o início do governo de Dilma Rousseff (PT), o Copom vinha subindo a taxa básica de juros para controlar a inflação. Em julho de 2011, a Selic foi elevada de 12,25% para 12,50% ao ano. No mês seguinte, a instituição anunciou um corte de juros, para 12% ao ano, surpreendendo o mercado financeiro.
Segundo depoimento do ex-ministro Antonio Palocci, o então presidente do BC informou Dilma que, “contrariando a posição que vinha tendo, de aumentar a taxa de juros da Selic, iria diminuí-la”. No placar, a maioria contabilizou 5 votos contra 2 divergentes.
Das 34 divergências registradas até hoje no Copom, em 21 delas (61,8%) prevaleceu uma postura mais “dovish” –jargão do mercado que indica uma postura mais suave em relação à política de juros. Enquanto, nas outras 13, a maioria sacramentou uma decisão mais “hawkish” (ou seja, mais dura).
Em quase metade dos casos em que houve desacordo (15 episódios), segundo o levantamento da LCA, os membros do BC tinham de tomar decisões que envolviam mudança no ciclo da política monetária –alta, manutenção ou queda de juros.
Imaizumi descarta uma correlação entre os maiores índices de divergências no Copom terem ocorrido em governos do PT, em uma época em que o BC não tinha autonomia operacional, e a prevalência de decisões mais lenientes com a inflação nas votações.
Entre março de 2016 e setembro de 2022 não houve reuniões do Copom com divergências.
A autonomia do BC entrou em vigor em fevereiro de 2021, com o objetivo de blindar a instituição de interferências políticas. Desde então, as decisões do colegiado não foram unânimes em apenas três ocasiões. Com placar apertado (5 a 4), a mais recente divisão arranhou a credibilidade da autoridade monetária.
Do lado da maioria, estavam o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, e mais quatro diretores indicados ou reconduzidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), que votaram pela redução do ritmo de queda da Selic, com um corte de 0,25 ponto percentual.
Enquanto todos os quatro diretores indicados por Lula defenderam uma redução maior, de 0,5 ponto percentual. O voto que mais chamou a atenção foi o do diretor Gabriel Galípolo –indicado recentemente por Lula como sucessor de Campos Neto no comando do BC.
O racha levantou dúvidas no mercado financeiro sobre a atuação do BC a partir de 2025, quando sete dos nove membros do Copom terão sido nomeados por Lula.
Nos últimos meses, os membros do colegiado buscam demonstrar que estão afinados em suas avaliações em uma tentativa de minimizar eventuais ruídos com o mercado financeiro e reverter a deterioração das expectativas de inflação, mais distantes da meta perseguida.
Na reunião seguinte à polêmica, Galípolo disse ver “muito valor” no consenso por minimizar as chances de erro de atuação da instituição na condução da política de juros.
A economista Juliana Inhasz, professora do Insper, tem uma avaliação positiva sobre os dissensos e vê espaço para novas divisões no Copom. “Isso significa que as pessoas debateram o assunto. Elas têm visões diferentes e isso agrega muito na discussão sobre a taxa de juros”, afirma.
“Agora, sem dúvida, o mercado enxerga isso como um sinal de desconfiança, porque entende que os alinhamentos naquela vez [em maio] foram muito mais ideológicos do que técnicos”, acrescenta.
Irecê: Prefeito Elmo Vaz denuncia tentativa de homicídio contra o seu ex-chefe de gabinete
“Hoje, lamentavelmente, tivermos um atentado contra a vida de Mateus Teles, que foi meu chefe de Gabinete e é candidato a vereador do nosso grupo político. Mateus estava acompanhado de Hiago e seu veículo foi alvejado por tiros no retorno do nosso evento, que aconteceu em Itapicuru. Que Deus continue nos protegendo e nos livrando de todo mal”, disse Elmo na publicação.
O gestor salientou que já comunicou a situação ao secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, e clamou por eleições tranquilas na cidade e em todo estado.
Veja o vídeo:
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Pesquisas indicam vantagem de Bolsonaro sobre Lula nas eleições das 103 maiores cidades
Ao todo, os nomes do ex-presidente estão em primeiro lugar em pesquisas em 23 desses grandes municípios, em 11 deles de forma isolada. Já os preferidos do atual mandatário lideram em 16 cidades, sendo 5 isoladamente.
Como é normal nas eleições, o cenário pode se alterar significativamente na reta final da disputa.
A vantagem de Bolsonaro sobre Lula se dá mesmo com o petista tendo o nome vinculado a mais candidatos do que o ex-presidente: 81 postulantes nas 103 maiores cidades do país têm a chancela de Lula, ante 64 de Bolsonaro.
Candidatos bolsonaristas lideram em 8 das 26 capitais do país. Em outras três –São Paulo, Fortaleza e Rio Branco–, há disputa acirrada entre os nomes de Lula e Bolsonaro.
Fortaleza é, entre as capitais, o único palco de uma disputa PL x PT, cabeça a cabeça.
Depois de um começo mais lento e de surgirem atrás do ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil) e do atual prefeito, José Sarto (PDT), o bolsonarista André Fernandes (PL) e o petista Evandro Leitão estão na liderança, de acordo com a última pesquisa do Datafolha.
Em algumas capitais, os candidatos de Lula “escondem” o apoio por receio de serem afetados negativamente pela rejeição que o petista tem em parte do eleitorado. É o caso do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que tem chances de ser reeleito já no primeiro turno.
Pesquisa do Datafolha de julho mostrou que Paes tinha intenção de voto de 42% dos eleitores que se declaram em algum grau bolsonaristas. Esse é um dos motivos que levaram o gestor a optar por direcionar os ataques ao governador Cláudio Castro (PL), do mesmo partido de seu adversário, Alexandre Ramagem (PL), em vez de a Bolsonaro.
O caso de João Campos (PSB) no Recife (PE) é parecido. Isolado na frente com 76% das intenções de voto, o pessebista não recorreu ao presidente como cabo eleitoral.
O grupo de partidos que por ora lidera pesquisas de forma isolada, nas 103 cidades, é encabeçado pelo PL de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto e o PSD de Gilberto Kassab —dez cidades cada um.
Integrantes dos dois partidos têm entrado em atrito, entre outros motivos, devido à campanha de bolsonaristas com críticas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), por ele não dar guarida ao pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Em evento realizado em julho para tentar impulsionar a candidatura de Antonio Brito (PSD-BA) à presidência da Câmara, Valdemar e Kassab chegaram a conversar ao pé do ouvido e, segundo relatos, o presidente do PL disse ao colega do PSD que iria lhe “meter o ferro”, em referência às eleições municipais.
O PT de Lula tem desempenho bem mais acanhado, com liderança isolada em apenas 3 das 103 cidades.
De um modo geral, o mapa das candidaturas competitivas nos grandes centros reflete a atual configuração do Congresso, com apenas uma diferença significativa.
Assim como em 2016 e 2020, o PT enfrenta grandes dificuldade nas eleições municipais, apesar de estar no Executivo federal, ter a segunda maior bancada da Câmara e integrar o G7 dos maiores partidos brasileiros como o único partido de esquerda —o bloco é composto por PL, PT, União Brasil, PSD, PP, MDB e Republicanos.
O partido está na frente de forma isolada apenas nas cidades mineiras de Juiz de Fora e Contagem, onde já governa e tenta a reeleição, além de Camaçari (BA).
“Temos percebido exatamente isso, um mau momento do governo federal. Queimadas, bets, descontrole dos gastos, falas ruins do Lula internacionalmente, derrotas das pautas do governo, tudo isso fazendo a força política dele não ser transformada em vitórias eleitorais”, afirma Fabio Wajngarten, que foi chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência do governo Bolsonaro.
“Por outro lado, o presidente Bolsonaro girando o Brasil, sendo aclamado por onde passa, fazendo o que gosta, que é girar pelo Brasil, próximo ao povo. Transfere força política aos seus candidatos. Acho realmente que [a eleição do dia 6] será um novo marco para a direita.”
O deputado federal Jilmar Tatto (SP), que é secretário nacional de comunicação do PT e integra o grupo de trabalho do partido sobre eleições, afirma que o diagnóstico a ser feito na noite do dia 6 será o de quem estará no palanque de Lula para 2026 e quem estará fora.
“Nós somos um projeto nacional, e a gente está apostando muito na reeleição do Lula. Tem os partidos de esquerda e tem também uma grande parte do centrão”, diz Tatto, que cita como exemplo São Paulo (PSOL), Rio de Janeiro (PSD), Rio Branco (MDB) e Belo Horizonte (vários partidos além do PT, à exceção do PL).
“O ideal é que fosse do PT, mas como nós temos um candidato a presidente da República que é do PT, e isso não está em disputa nem nos partidos aliados nem nessa frente que ele [Lula] criou no governo dele, então para nós é uma sensação confortável.”
Tatto diz entender que o lado bolsonarista corre mais risco.
“Se o resultado mostrar que o Bolsonaro não é tão transferidor de votos como se propaga, é uma dificuldade para ele. Ele tem um [Pablo] Marçal aí, um doido que apareceu e pegou uma fatia do eleitorado dele. Nós não estamos com esse problema. Podemos estar com esse problema pós-Lula, em 2030.”
Governo corta 18% de verba para transição energética no Orçamento de 2025, aponta relatório
Floresta Amazônica |
Os dados da ONG apontam uma redução dos recursos para a área, de R$ 4,44 bilhões em 2024 para R$ 3,64 bilhões no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária) de 2025. A queda, afirma o Inesc, pode comprometer as metas de enfrentamento das mudanças climáticas.
Enviado ao Congresso no fim de agosto, o PLOA prevê uma despesa primária líquida (livre de transferências constitucionais) total de R$ 2,38 trilhões. Mas, desse total, apenas R$ 215,3 bilhões são destinados ao custeio da máquina administrativa e investimentos, os chamados gastos discricionários (ou não obrigatórios).
O documento foi divulgado menos de uma semana após o discurso de Lula na abertura da 79ª Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, em que defendeu as ações do governo na área.
“Já fizemos muito, mas sabemos que é preciso fazer mais”, disse Lula. “O Brasil desponta como celeiro de oportunidades neste mundo revolucionado pela transição energética”, afirmou o presidente na ONU.
Apesar das discussões globais sobre a urgência da transição energética e da fala do presidente Lula, o Inesc diz no documento que o Brasil retrocede neste objetivo por não priorizar a energias renováveis em seu Orçamento.
Para Cássio Carvalho, assessor político do Inesc, há uma relação dúbia do governo, que se coloca, sobretudo nos espaços internacionais, como um país que quer ser protagonista da transição energética, preocupado com as mudanças do clima.
“A prática não está saindo. Além de ser pouco ambicioso, diante de tudo que precisamos por causa desses eventos extremos das enchentes no Rio Grande do Sul e das queimadas, esse orçamento é muito pequeno quando comparamos ao que é destinado aos combustíveis fósseis”, diz Carvalho.
Segundo ele, além de serem escassos, os recursos destinados à transição energética estão sendo diluídos em ações que perpetuam a dependência do Brasil em petróleo e gás natural.
“As falas, por mais que sejam corretas e assertivas, precisam se transformar em ações na prática. Um das maneiras de a gente observar isso é, sem dúvida, o orçamento público. O que temos tentado fazer é cobrar e fomentar o debate, para que isso realmente seja concretizado”, justificou.
Metade da verba de R$ 10,35 milhões para o Programa de Transição Energética do MME (Ministério de Minas e Energia) será destinada à manutenção da indústria de petróleo e gás natural.
Para fazer o levantamento, o Inesc, uma das ONGs socioambientais mais antigas do Brasil, fundada há 45 anos, filtrou os dados da proposta de Orçamento com base nas ações voltadas para transição energética.
No mapeamento dos dados, Carvalho detectou apenas sete ações do programa de transição energética em apenas quatro ministérios.
O Inesc considerou no relatório as ações de investimentos do governo federal para transição energética dos ministérios do MDA (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), MDS (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e MCTI (Ciência, Tecnologia e Inovação), além do MME.
No MDA, o Inesc identificou que dois planos orçamentários perderam recursos: “Apoio à participação da agricultura familiar nas cadeias de energias renováveis” e “Energização renovável e inclusão digital para a agricultura familiar”. A queda dos dois planos foi de 26,36%, passando de R$ 3,05 milhões para R$ 2,25 milhões.
PF prende homem com 6kg de cocaína no Aeroporto do Galeão
O preso pretendia embarcar em um voo comercial com destino a Paris, capital da França
O preso pretendia embarcar em um voo comercial com destino a Paris, capital da França.
Durante fiscalizações de rotina, policiais federais identificaram a droga oculta em um fundo falso da mala despachada pelo passageiro e efetuaram a prisão.
Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, o preso foi encaminhado ao sistema prisional do estado. Ele poderá responder pelo crime de tráfico internacional de drogas.
PF prende duas passageiras com oito quilos de cocaína no Aeroporto de Foz do Iguaçu
Durante o trabalho de fiscalização na área do check-in do aeroporto, duas passageiras foram abordadas pelos policiais e, durante a entrevista, apresentaram nervosismo e informações desconexas. Ao vistoriarem suas bagagens no raio-x, foi possível identificar um fundo falso na mala das duas passageiras, contendo tabletes de cocaína.
As passageiras, de nacionalidade paraguaia, foram presas em flagrante com total, aproximado, de 8,4 quilos de cocaína em duas bagagens. As duas passageiras, que vieram de Assunção, capital do Paraguai, tinham como destino a cidade de Mallorca, na Espanha.
Após o flagrante, passageiras e a droga foram levados para a Delegacia de Polícia Federal em Foz do Iguaçu para a lavratura da prisão.
Governador Jerônimo Rodrigues institui o Dia Estadual da Juventude Cristã na Bahia
Juventude Cristã - Fotos: Matheus Landim/GOVBA
Ubatã: Tinho e Lidijones arrastam multidão em visita coletiva à Francisco Xavier
As eleições deste ano têm um significado especial para a história do município e definirão como serão os próximos anos.
“Esta eleição vai colocar ponto final em um ciclo que já não faz bem à Ubatã e vai iniciar uma era de liberdade, de diálogo com as categorias que trabalham no município e com os moradores. Já fizemos muito e vamos fazer muito mais”, afirmou o prefeito Tinho do Vale.
Israel mata outro dirigente do Hezbollah, e Líbano fala em 1 milhão de deslocados
O Exército de Israel matou neste sábado (28) Nabil Qauq, comandante da unidade de segurança do Hezbollah |
Tel Aviv intensificou a ofensiva contra o Líbano na tentativa de devolver os 60 mil moradores do norte de Israel que deixaram as suas casas após o Hezbollah passar a atacar a região em solidariedade ao Hamas, em guerra com o Estado judeu na Faixa de Gaza há quase um ano.
Os bombardeios israelenses deixaram um rastro de destruição —o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou a jornalistas neste domingo que quase um milhão de pessoas, um quinto da população, poderia ter fugido das zonas de combate, e o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas disse ter lançado uma operação de emergência para fornecer alimentos aos afetados pelo conflito.
“Esse pode ser o maior deslocamento populacional na história do Líbano”, afirmou Mikati após uma reunião de emergência com seu gabinete. De acordo com o Ministério da Saúde libanês, em duas semanas, os ataques israelenses mataram mais de mil pessoas, incluindo 14 médicos mortos nos últimos dois dias, e feriram pelo menos 6.000.
O número ainda pode aumentar, dada a escalada da tensão na região.
Também neste domingo, Israel anunciou ter atacado dezenas de alvos do Hezbollah no Líbano, e duas pessoas da área de segurança afirmaram à agência de notícias Reuters que um dos bombardeios no vale do Bekaa matou Mohammad Dahrouj, combatente de outro grupo islâmico, o Jama’a Islamiya.
O Hezbollah, por sua vez, diz que continuará lutando contra Tel Aviv —a Marinha israelense afirmou que interceptou um projétil no Mar Vermelho e que outros oito caíram em áreas abertas.
Nos mega-ataques aéreos que mataram Nasrallah, na sexta (27), diversos outros líderes da facção também foram mortos, segundo Israel. Neste domingo, o Hezbollah recuperou o corpo dele do local do ataque, segundo a Reuters, e confirmou a morte de mais um deles, o comandante da frente sul, Ali Karaki.
“Nosso trabalho não acabou. Temos dias desafiadores à frente. A eliminação de Nasrallah é um passo necessário para mudar o balanço de poder no Oriente Médio”, disse o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, após desembarcar de viagem aos Estados Unidos para falar na Assembleia-Geral da ONU.
O cenário faz as perspectivas de um conflito mais amplo aumentarem —Israel mobilizou brigadas de reservistas e diz estar pronto para todas as opções, incluindo uma operação terrestre; já o Hezbollah afirma que cessará o fogo apenas quando a ofensiva de Tel Aviv em Gaza terminar.
Os esforços diplomáticos, por sua vez, vêm tendo pouco progresso, embora o ministro da Informação do Líbano, Ziad Makary, tenha dito durante uma reunião de gabinete neste domingo que os esforços por uma trégua ainda estavam em andamento.
No Irã, que ajudou a criar o Hezbollah no início dos anos 1980, figuras de alto escalão lamentaram a morte de Abbas Nilforoushan, um membro sênior da Guarda Revolucionária iraniana, na explosão que matou também Nasrallah. O chanceler Abbas Araghchi disse em um comunicado que seu assassinato “não ficará sem resposta”.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, foi transferido para um local seguro após a morte de Nasrallah, disseram fontes à Reuters.
Coletes e droga são apreendidos pela PM em Candeias
Durante o reforço de patrulhamento na região, as guarnições se depararam com um grupo de indivíduos armados que ao perceber a aproximação policial, fugiu.
Durante as buscas nas imediações, os pms encontraram oito placas balísticas, cinco capas de colete, meio tablete e seis porções de maconha.
Diligências foram realizadas a fim de localizar os indivíduos, mas ninguém foi preso.
Todo o material apreendido foi apresentado à 20ª Delegacia Territorial, onde a ocorrência foi formalizada.
PM prende homem com drogas na Federação
Durante a intensificação de policiamento na região, as guarnições surpreenderam um indivíduo que, ao perceber a aproximação policial, tentou fugir, mas foi alcançado, abordado e, após as buscas, imediatamente preso.
Com ele, foram apreendidas 229 porções de crack, 119 pinos de cocaína e três embalagens contendo maconha.
O detido e todo o material apreendido foram direcionados à Central de Flagrantes, onde a ocorrência foi registrada.
Edson Gomes e bandas locais celebram com paz e liberdade o Dia Municipal do Reggae em Ipiaú
Acompanhado da banda Cão de Raça e tendo como back vocal o seu filho Jeremias, Edson Gomes iniciou o show com a canção “Liberdade”, cujo refrão o público entusiasmado repetia: “Vamos, amigo, lute, vamos, amigo, lute”. Em seguida trouxe outros sucessos da sua trajetória artística.
A banda, formada pelos músicos: Adson (guitarra); Osvaldo (baixo); Valdir (bateria); Junior (trompete); Tim (trombone); Cunha (sax-alto), além dos tecladistas Nedson e Scooby, mostrou muita competência na execução de cada peça do repertório.
Aproximando-se do final do espetáculo, Edson Gomes lembrou que há muito tempo esteve em Ipiaú, por meio de articulações de Gilmar Santana e Zé di Assis, e elogiou o trabalho de Zé di Assis em favor da implantação do movimento do reggae nesta cidade. O artista pediu que não deixasse de regar a raiz dessa árvore que vem frutificando a boa musica em toda região
BNDES anuncia crédito de R$ 100 bilhões para MEIs e MPMEs
O FGI Peac não é uma linha de crédito, mas um programa de garantias do banco que busca reduzir o risco de inadimplência para as instituições financeiras que emprestam recursos para as empresas.
Em nota sobre o anúncio, o BNDES estima que mais de 200 mil operações possam ser aprovadas nos próximos 18 meses. A instituição declara que a medida não envolve novos desembolsos da União.
Segundo o banco, uma engenharia financeira permitiu alavancar os R$ 100 bilhões a partir de recursos que não foram usados anteriormente no programa.
“Eles resultam da baixa inadimplência (5,7% até setembro de 2024), inferior ao limite previsto nas operações contratadas no ano de 2020. Naquele ano, quando o programa foi lançado, o limite de cobertura de inadimplência era de 20% para médias e grandes empresas e de 30% para pequenas empresas”, afirma o BNDES.
O banco diz que, a partir da “boa performance” do FGI Peac, quase metade dos 40 agentes financeiros que contrataram garantias do programa em 2020 optou pela renúncia de cerca de R$ 9 bilhões em limite para cobertura, o que teria possibilitado a alavancagem dos R$ 100 bilhões.
Ainda de acordo com o BNDES, uma alteração normativa permitiu a “reciclagem” dos recursos não utilizados. Com a medida anunciada, o banco projeta gerar um volume de crédito na economia superior a R$ 30 bilhões já no último trimestre de 2024.
“A boa gestão financeira e de crédito dos ativos do FGI Peac pelo BNDES garantiu, sem novos aportes do Tesouro Nacional, um volume de R$ 42 bilhões em crédito alavancado em 2023 e R$ 21 bilhões até agosto de 2024”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também em nota.
“Em torno de 70% das operações realizadas pelo programa de garantia são com micro e pequenas empresas, principal segmento gerador de emprego e renda do país e prioritário para o governo do presidente Lula”, acrescentou o petista.
Somente para as MPMEs, por meio do FGI Peac, foram aprovadas 335 mil operações no valor total de R$ 160 bilhões entre 2020 e 2024, diz o BNDES.
Conforme o banco, para ter acesso ao crédito, o empreendedor deve procurar uma das mais de 40 instituições financeiras habilitadas a operar o programa. A lista e mais informações sobre o FGI Peac estão disponíveis no site do BNDES.
Em seu terceiro mandato, Lula defende reforçar a atuação do banco como financiador de projetos em diferentes setores da economia, incluindo a indústria.
Essa estratégia costuma ser vista com ressalvas por uma ala de economistas que teme a volta de políticas adotadas por governos petistas no passado.
A atual gestão do BNDES, entretanto, já rebateu as críticas em mais de uma ocasião, dizendo, por exemplo, que mira em segmentos como empresas de menor porte, inovação e transição energética.
SP: Debate tem Nunes e Boulos na mira de rivais, com Marçal punido
Nunes teve sua gestão atacada pelos principais rivais, e Boulos chegou a entrar na mira até mesmo de Tabata Amaral (PSB), que cobrou incoerências em seu discurso ao dizer que, antes, ele era a favor da descriminalização das drogas e escorregadio para rotular a Venezuela como uma ditadura.
Líderes nas principais pesquisas de intenção de voto, Nunes e Boulos também travaram confrontos diretos com troca de ataques entre si, enquanto Marçal esteve em segundo plano.
Este é o nono dos 11 debates previstos antes do primeiro turno, um recorde na história da cidade. Havia expectativa sobre se a belicosidade de confrontos anteriores persistiria —além do pugilato verbal, vimos nesta temporada eleitoral a cadeirada que José Luiz Datena (PSDB) deu em Marçal e o soco que um assessor do influenciador desferiu no marqueteiro de Nunes.
O debate teve troca azeda entre concorrentes, como o embate de Marçal com o prefeito, mas sem o mesmo tom de ataques pessoais pesados vistos em encontros anteriores.
Chegou a haver uma dobradinha entre o autodenominado ex-coach e Datena para atacar Nunes. Marçal escolheu o apresentador para perguntar qual foi o pior prefeito da cidade e ouviu como resposta que a lista era longa. Nunes, apontou Datena, nem sequer foi eleito, já que entrou como vice de Bruno Covas (PSDB), morto durante o mandato.
De forma geral, Marçal estava mais contido, o que não impediu que fosse punido ao tentar emplacar o apelido “Boules”, uma troça com a linguagem neutra aplicada no Hino Nacional durante um ato do adversário. Ele usou a alcunha, pediu perdão em seguida, mas o âncora Eduardo Ribeiro disse que deveria ser duro e o puniu com a perda de 30 segundos de seu tempo nas considerações finais.
Os candidatos voltaram a isolar o influenciador, ignorando suas provocações, e evitaram dirigir perguntas a ele.
Marçal cobrou que o atual prefeito explicasse o inquérito na Polícia Federal conhecido como máfia das creches, visto como um calcanhar-de-Aquiles na campanha do emedebista.
“Não quero ser injusto com você, como eu estou acompanhando [o caso] bem próximo, mas existe lá pagamento no seu nome, no nome de familiares. E queria que você desse uma explicação”, disse o candidato do PRTB.
A PF investiga o prefeito sob suspeita de lavagem de dinheiro no suposto malfeito —Nunes nega qualquer irregularidade.
Na réplica, o prefeito citou o passado do influenciador com a Justiça. “Olha, Pablo Henrique, quem fugiu da polícia foi você. Fugiu pela sua condição de ter integrado uma das maiores quadrilhas desse país para poder roubar dinheiro de pessoas humildes pela internet. Você tem esse hábito, está bem conhecido por ser um mentiroso contumaz”.
Tabata, na disputa pelos votos da esquerda, questionou Boulos sobre vaivéns em temas polêmicos. “Você abriu mão de posicionamentos históricos. Você dizia que era a favor da descriminalização das drogas, agora é contra. Nessa semana, você mudou de posição em relação à Venezuela e diz que é uma ditadura. Mas o partido mantém as mesmas posturas”.
O segundo bloco, com perguntas feitas por jornalistas, continuou de forma dura, mas bem inferior à animosidade de confrontos passados.
Começou com Nunes se esquivando de responder se Jair Bolsonaro (PL), que já indicou o coronel Ricardo de Mello Araújo para vice de sua chapa, terá influência também sobre seu secretariado, caso vença.
O prefeito, em vez de responder, elogiou Mello Araújo. Boulos, escolhido para comentar a resposta, aproveitou para relembrar que o vice de Nunes já defendeu a diferença de tratamento em abordagens policiais nos Jardins (área nobre de São Paulo) e na periferia.
O emedebista acusou o rival de normalizar a “rachadinha” ao citar suspeitas dessa prática envolvendo o deputado federal André Janones (Avante/MG). Deputado federal, Boulos fez parecer contra a cassação de Janones após acusações de uso de verba pública de seu gabinete.
Marçal associou Boulos (número 50, do PSOL) ao 13, do PT, uma possível tentativa de confundir o eleitor. “Independente em quem você vai votar, se você vai votar no 13 do PT, às vezes se é PT roxo”, disse antes de propor o “desafio” de votar nele. “Olha pra mim ali e segue seu coração”.
Tópicos tidos como ponto fraco dos candidatos emergiram mais uma vez.
Marçal, por exemplo, teve que responder sobre supostas ligações do presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, com o PCC. Disse sonhar com um “futuro próximo” que dispense “partido político para ter viabilidade eleitoral”. Se eleito, afirmou, a própria legenda não terá ingerência sobre seu governo.
“Agora, o Leonardo foi o cara que resistiu a todo tipo de ataque para manter essa candidatura. E aqui vai meu respeito para você, não tirando a sua responsabilidade”, complementou.
Já Datena teve que responder sobre seu temperamento, em xeque após se descontrolar e agredir Marçal na TV Cultura. Voltou-se contra Nunes aqui. “Você sabe que eu acho gozado? Destempero é não dar segurança, saúde, educação, alimentação”, afirmou. “Não respondeu a quase nenhuma pergunta que lhe foi dirigida até agora. Isso é destempero”.
Um Marçal mais moderado era de se esperar, não só pela alta rejeição que ele registra nesta reta final de campanha, como também pelo fato de o debate acontecer na Record —uma emissora ligada ao bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus.
O influenciador fez alguns acenos ao público evangélico, como ao dizer que está fazendo jejum, tomando só água desde segunda-feira (23). A prática é comum em várias igrejas.
As considerações finais transcorreram sem maiores problemas, um feito diante do clima de pancadaria em outros debates. Datena disse esperar que os espectadores tenham “ficado satisfeitos com nível de discussão”, Marçal propôs que o eleitor “tenha um encontro íntimo comigo aí nesta urna”, Tabata apostou na mensagem da virada e sugeriu “não ficar com o menos pior, não” e Nunes citou uma passagem bíblica.
Marina Helena (Novo) reutilizou uma frase de Marçal, que na sua vez se colocou como a fonte mais confiável para o eleitor comprar um carro usado. Boulos o provocou pela mesma fala: “Imagina comprar um carro usado do Marçal”.
No fim, o encontro teve 11 pedidos de resposta, todos negados, e a punição a Marçal.
Hospital subterrâneo e cidades-fantasma antecipam guerra na região norte de Israel
Quarto desocupado no quarto andar do Centro Médico da Galileia, com a fronteira libanesa à vista da janela |
Em duas semanas, desestabilizou o rival e, na sexta (27), fez algo que tentava havia 32 anos: matou o líder do grupo, Hassan Nasrallah, jogando ainda mais sombras no futuro do Oriente Médio.
País forjado por guerras desde o parto, em 1948, Israel decidiu elevar a aposta e aceitar o risco do prolongamento de um conflito que já matou mais de 1.200 de seus cidadãos e soldados, 41 mil palestinos e 1.600 libaneses.
Do outro lado, o arquirrival Irã, nomeado como tal pelo premiê Binyamin Netanyahu. A inapetência por uma escalada sem controle, que moderou os momentos agudos de crise até aqui, está sob forte estresse, principalmente com a morte de Nasrallah.
Com a decisão de Israel de não deixar em banho-maria a situação de atrito com o Hezbollah, iniciada em 18 de setembro com pagers explosivos e chegando ao ataque de sexta, a tensão acerca do futuro do Oriente Médio chegou ao paroxismo.
Na última semana, a reportagem do jornal Folha de S.Paulo percorreu o norte do Estado judeu, a fronteira de um conflito que muitos analistas já veem como uma guerra aberta, faltando apenas o elemento do combate terrestre.
Ao longo da fronteira com o Líbano, país cujo governo vive sob a sombra do poderio militar do Hezbollah, a realidade da guerra diária ganhou contornos de rotina no último ano.
“Estamos prontos para tudo. Não existe nenhum outro hospital no mundo capacitado a operar no subterrâneo de uma zona de guerra como o nosso”, disse o vice-diretor do Centro Médico da Galileia, Tsvi Schelag, um oftalmologista de fala firme, que trai sua posição de chefe do hospital de campanha de Israel no quadrante ocidental da região.
Ele levou a reportagem por um tour no complexo, que fica em Nahariya, a 10 km da fronteira libanesa —o suficiente para uma de suas fachadas ter sido atingida por um míssil russo Katiúcha durante a guerra de 2006 com o Hezbollah. Fragmentos da arma estão expostos num saguão do hospital.
Por fora, o centro parece um bom hospital de médio porte, com 780 leitos. Uma olhada nos seus quatro andares mostra a realidade: estão vazios, com apenas a triagem e o pronto-atendimento cirúrgico, que durante a visita atendia três feridos por foguetes do Hezbollah, funcionando no térreo.
As salas em que isso ocorre são um grande bunker, reforçadas. No quarto andar, os leitos vazios são banhados pela luz de um sol que permite entrever, pela janela, as montanhas da fronteira libanesa. E a ameaça que vem de lá.
Ela levou, antes da guerra de 2006, para o início da transformação do hospital em um bunker. “Somos a segunda maior instalação médica da região, e a mais próxima das fronteiras. Tudo foi trazido aos poucos aqui para baixo”, diz Schelag, já guiando a visita embaixo da terra.
Nessa configuração, que está em uso desde o dia seguinte ao 7 de outubro de 2023, quando o Hamas matou 1.170 pessoas e sequestrou 251. “Funcionamos com 450 leitos, e temos de deixar uma capacidade ociosa para emergências”, conta o médico.
No andar inferior, há portas à prova de explosão e sistema de purificação de ar em caso de ataque químico ou biológico, como num bunker militar. “Sabemos que a próxima guerra será pior”, diz Sharon Mann, que faz as relações internacionais do hospital.
Nos corredores, mantimentos já são guardados, à espera da eventual invasão terrestre do Líbano, ameaçada por Israel. Enquanto isso, pacientes da região e também refugiados de outros pontos do norte são atendidos.
Essas 60 mil pessoas deslocadas de suas casas são a justificativa oficial de Netanyahu para a escalada —para seus críticos, apenas uma desculpa para manter sua coalizão de partidos radicais coesa, tirando foco do fato de que o Hamas ainda luta em Gaza e que há talvez 64 reféns vivos.
Essas pessoas moravam em 43 comunidades ao longo da fronteira, deixando para trás suas casas e trabalho. “Minha vida acabou em duas horas”, relata Inbal Levy, 62, que agora está em um hotel pago pelo governo na praia de Nachsholim, 60 km ao sul do hospital. Ela morava no kibutz de Bar’am, junto à fronteira libanesa no centro da Alta Galileia.
Cerca de 40 km a nordeste de lá, em She’ar Yashuv, 10% dos 700 moradores decidiram ficar. O lugar é um moshav, comunidade judia que se diferencia dos kibutzim pela liberdade econômica maior. Mas a ideia comunal é semelhante.
“Eu não iria para lugar algum. Vou defender minha casa”, diz Gidi Harari, 67, um militar aposentado que vive com a mulher no local. Ele é o chefe do equivalente à defesa civil do local, dividindo funções com a guarnição de soldados —e o reforço inusitado de manequins colocados em guaritas de concreto no portão principal do moshav.
O surrealismo daquele pedaço de Israel incrustado no sul libanês, que é grande ao circular pelas ruelas de She’ar Yashuv, aumenta quando se dirige por 10 minutos a oeste, rumo a Kiryat Shmona. A cidade era a maior da região, com 22 mil habitantes.
Hoje, é uma vila fantasma. Ruas vazias cruzadas por um outro carro, e até um soldado em patinete elétrico, são mantidas limpas por lixeiros eventuais. Tudo está fechado, com a exceção de um par de mercados que atendem aos 2% de moradores remanescentes.
O motivo é simples: no paredão montanhoso 2 km a leste, está o Hezbollah, assim como nos morros 5 km a norte.
A cidade, como a vizinha e semidestruída Metula, serve de galeria de tiro para foguetes de artilharia que, como a reportagem descobriu da pior maneira quando visitava a região na quarta, chegam antes de o sistema de alerta via celular ter tempo de avisar.
Harari não é otimista. “As forças de Israel estão cansadas. Elas têm que ganhar o público de novo”, diz, acerca de uma eventual guerra terrestre.
Se ela vier, a avaliação do ex-militar não parece fora de foco: pesquisa divulgada pelo Instituto para Estudos de Segurança Nacional divulgada nesta semana vê uma confiança de 65% dos israelenses em vitória, não exatamente um triunfo parar o contestado Netanyahu.
‘Cenário de pesadelo’ assombra PT se Boulos ficar fora do 2º turno em SP
Um eventual vexame seria uma das maiores derrotas políticas da longa carreira de Lula, que investiu todo o seu capital político na aliança e sofreria um baque rumo à eleição de 2026. Já Boulos perderia muita força como representante da renovação da esquerda pós-lulista.
No PT, este cenário levaria a um duro debate interno sobre a decisão de abrir mão da cabeça de chapa na maior cidade do país. Novos gestos neste sentido em eleições futuras enfrentariam dificuldades.
Na campanha de Boulos, a avaliação predominante é que a esquerda tem força para chegar ao segundo turno e que o voto nele é o mais consolidado da atual corrida.
Mas a resiliência de Marçal, mesmo após o episódio em que um assessor agrediu o marqueteiro de Ricardo Nunes, impressiona os aliados do psolista, o que gera preocupação.
Um efeito já se faz sentir: Boulos viu frustrada sua estratégia de, na reta final, concentrar suas energias em Nunes e precisará também mirar no coach, para não correr riscos de morrer na praia já no próximo domingo (6).
Segundo o Datafolha, Boulos e Marçal estão empatados no limite da margem de erro, com 25% para o candidato do PSOL e 21% para o do PRTB. Nunes aparece com 27%.
SSP encerra Curso Avançado de Nivelamento para Guardas Municipais
O evento teve a participação de profissionais de 31 municípios baianos e contou com aulas teóricas e práticas das matérias Cadeia de Custódia de Vestígios, Sobrevivência em Situação de Risco, Estratégias de Abordagem a Veículos, Fundamentos da Inteligência, Gerenciamento de Crise, Operações Integradas, entre outras.
Certificados de participação foram entregues para os guardas municipais que concluíram a capacitação.
Vamos em paz, que Deus nos abençoe, e que façamos um mundo melhor, e lembrem-se: a vida é curta demais para ser pequena”, enfatizou Olinto, durante a entrega dos certificados.
O superintendente da SIAP, delegado André Barreto, explicou que a capacitação permitiu o compartilhamento de técnicas, recursos e estratégias com as Guardas Civis Municipais, promovendo um trabalho em conjunto de conhecimento que aborda a prevenção e autoproteção dos agentes.
Texto: Maiara Giudice / Ascom SSP
PF em ação conjunta com BPFRON e BOPE apreendem veículo carregado com 303,5kg de maconha
Após a abordagem, as equipes inspecionaram o veículo e encontraram os fardos, que continham maconha. A droga foi pesada e totalizou 303,5 kg.
Diante dos fatos, os envolvidos, juntamente com o veículo e todo o material apreendido, foram encaminhados à Delegacia da Polícia Federal em Guaíra/PR para os procedimentos subsequentes.
‘Chegou a hora de Feira dar uma oportunidade a Zé Neto’, diz Rui Costa durante caminhada
A declaração foi dada por Rui Costa durante a “Caminhada da Mudança”, no centro da cidade, ao lado de Zé Neto e do candidato a vice-prefeito Sandro Nazireu.
“Eu acho que depois de tantos e tantos anos, chegou a hora de Feira de Santana dar essa oportunidade a Zé Neto. Esse é um pedido meu, do presidente Lula, do governador Jerônimo, dos senadores Jaques Wagner e Otto Alencar, para que possamos juntos cuidar ainda mais das pessoas numa aliança para fazer as coisas acontecerem em Feira com Zé Neto prefeito. Eu não tive essa oportunidade quando fui governador, mas acredito que Jerônimo e Lula merecem. Por isso, eu peço que o povo de Feira vote 13 para prefeito no próximo dia 6 de outubro, pra gente começar uma nova história de desenvolvimento na nossa Princesa do Sertão”, enfatizou o ministro.