Lula conversa com Putin e reafirma participação no Brics por videoconferência
Lula cancelou a sua viagem à Rússia, após ter sofrido um acidente doméstico. Seus médicos então desaconselharam que ele embarcasse em um voo longo.
O Palácio do Planalto divulgou uma breve nota sobre a conversa, afirmando que ambos falaram por 20 minutos.
“O presidente Putin quis saber do estado de saúde do presidente, e lamentou que ele não pode vir à Cúpula dos Brics, e o presidente Lula também, devido ao acidente sofrido no sábado. E que serão feitos os arranjos para a participação dele na reunião por videoconferência”, informou em nota a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência).
Brasil barra convite à Venezuela para ser novo parceiro do Brics
Caracas ficou de fora da lista de 12 países que serão convidados. Segundo a Folha apurou junto a negociadores, são eles, por região do mundo: Cuba e Bolívia, Indonésia e Malásia, Uzbequistão e Cazaquistão, Tailândia e Indonésia, Nigéria e Uganda, e Turquia e Belarus.
A relação, que está sendo costurada pela presidência russa do bloco, ainda não é final e pode haver surpresas na reunião dos chefes de Estado e de governo, na quarta (23). É um grupo mais equilibrado do que o aprovado na expansão do Brics de 2023.
No ano passado, por exemplo, Irã e Etiópia entraram na primeira grande expansão do Brics na última hora, em uma operação que demonstrou o poder da China, a maior potência do grupo criado em 2006 com Brasil, Rússia e Índia —a África do Sul ingressou em 2010.
A lista acertada previamente em 2023 só tinha Emirados Árabes Unidos, Argentina e Arábia Saudita. Desses, os argentinos desistiram sob o novo presidente, Javier Milei, que se filia ao lado americano da Guerra Fria 2.0 entre Pequim e Washington.
Já os sauditas são uma espécie de entidade etérea em Kazan: há um diplomata de segundo escalão do país participando das reuniões, que segundo negociadores não abre a boca nos encontros, e não há um interlocutor para debater com os presidentes e premiês presentes. O país desistiu de aderir em peso quando o arquirrival Irã foi aceito, na reunião de Joanesburgo (África do Sul).
A ausência de ditadura de Nicolás Maduro é vista como dificilmente reversível, dado o consenso nas reuniões preparatórias. Caracas tem estreita relação com a Rússia de Vladimir Putin, o anfitrião, mas também o têm Cuba e Bolívia —que são bem vistas pelo Brasil.
Ficaram de fora também da lista a Argélia e o Marrocos, países africanos que não se bicam. A declaração tem 120 parágrafos e, nas palavras de um de seus elaboradores, o trabalho mais duro parece feito. O Brasil, assim como no ano passado, não submeteu sugestões nominais, embora fosse segredo de polichinelo seu veto a Maduro, tanto que o ditador nem veio à Rússia.
Desde que ganhou eleições amplamente apontadas como fraudulentas, o ditador entrou em rota de colisão com o antigo aliado Lula (PT). Apesar de ir e voltar, ao fim o governo do petista decidiu não reconhecer o resultado do pleito, levando a uma virtual ruptura com Maduro.
Outro nome que havia circulado, o da Nicarágua, outra ditadura tropical rompida com o Brasil, não chegou nem a ser considerado a sério no debate em Kazan.
Além da questão dos parceiros, cujas sondagens individuais visam evitar a repetição de casos desgastantes como o dos sauditas, há outras novidades na declaração.
A principal é a readequação dos termos acerca da reforma do Conselho de Segurança, a entidade executiva da ONU que ainda é composta pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial. No ano passado, após anos de tentativas, o Brasil conseguiu emplacar uma menção nominal a si, ao lado de Índia e África do Sul, como postulantes ao órgão reformado.
Agora, um passo foi dado atrás, dada a reclamação de dois novos membros dos Brics, Egito e Etiópia, que têm pretensões próprias. Assim, o termo acordado foi a defesa da reforma e inclusão de integrantes do grupo, de forma genérica, no conselho.
Como dito, ainda pode haver mudanças. Seja como for, há uma inflexão aparente na posição da China, que no ano passado liderou o processo de expansão dos Brics. O grupo ganhou feições de um clube com lado na Guerra Fria 2.0 entre Pequim e Washington, na qual Moscou é a principal aliada dos chineses.
Segundo negociadores, a China percebeu riscos associados à engorda excessiva do Brics, grupo que se notabiliza pela estrutura mais flexível, sem um secretariado permanente. E o temor acerca da insistência da Turquia de tornar-se um membro permanente, explicitado no mês passado.
Para Pequim, Ancara tem o potencial de tornar-se uma segunda Índia, país com musculatura e ideias próprias —e, no caso dos Brics, adversário nominal da China. O fato de os turcos terem entrado na lista de parceiros tende a desagradar o presidente Recep Tayyip Erdogan, que é um membro da Otan (aliança militar liderada pelos EUA) ao mesmo tempo em que cultiva boa relação com Putin.
Seja como for, a composição atual já garante ao grupo a crítica no Ocidente de que está a serviço da agenda sino-russa, algo que é rejeitado por diplomatas brasileiros.
Em outros temas, como já era sabido, a guerra no Oriente Médio terá destaque no texto, com críticas pesadas a Israel. Historicamente, todos os membros originários do Brics são próximos da causa palestina, a começar pelo Brasil.
O trabalho foi feito inclusive para amenizar alguns termos mais duros, defendidos principalmente pelo Irã, principal inimigo de Israel e em breve alvo de uma retaliação por ter lançado mísseis no começo do mês contra o Estado judeu, e o Egito.
Já a outra guerra a moldar a geopolítica hoje, a da Ucrânia, terá apenas a citação protocolar lembrando que cada membro do Brics defende uma posição. É um jeito elegante de não desagradar os anfitriões, que invadiram o vizinho em 2022, e não melindrar que condenou o ato, como o Brasil, embora seja contrário ao regime de sanções a Moscou.
Alguns assuntos importantes não estão maduros ainda, como o desarmamento nuclear e a questão ambiental. Aqui, os novos membros pesam: o Irã, por exemplo, não é signatário dos acordos do clima de Paris.
Para o Brasil, o saldo é visto como moderadamente positivo, sempre ressalvando que as grandes potências à mesa poderão mudar de ideia na reunião de quarta.
Nesse sentido, ausência de Lula (PT), fora de combate por ter batido a cabeça e substituído pelo chanceler Mauro Vieira, é sentida pelo peso simbólico de sua presença.
O petista é o único membro fundador do Brics que estava presente na primeira reunião do grupo a ainda estar no cargo —Putin estava, em 2009, ocupando provisoriamente o cargo de premiê no governo teleguiado do aliado Dmitri Medvedev.
Mas o serviço, principalmente em relação aos parceiros, já enseja o trabalho a partir de 2025, quando será a vez de o Brasil assumir a presidência do grupo.
Ipiaú: Pavimentação asfaltica nas Ruas principais do ConJ: Residencial ACM segue em ritimo acelerado nesta terça feira (22)
Polícia age rápido e prende empresário que matou ex-esposa e ex-cunhada em Teixeira
O autor do crime (Felipe Ferreira Milbratz) utilizou um revólver calibre .38 para executar as vítimas. Após o crime, Felipe fugiu em um veículo Fiat Strada, de cor branca. As polícias Militar e Civil iniciaram uma intensa operação de busca e, por volta das 20h, o suspeito foi localizado e preso em Posto da Mata, distrito de Nova Viçosa.
A delegada titular da DEAM, Viviane Scofield, está à frente das investigações. A autoridade policial já iniciou os interrogatórios e, em razão da prisão em flagrante, solicitará a prisão preventiva do suspeito.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews
Irmãs são assassinadas em loja no extremo sul da Bahia; suspeito é ex-marido de uma das vítimas
Conforme apurado pela TV Santa Cruz, afiliada da TV Bahia na região, o suspeito é ex-marido de uma das vítimas e o crime teria ocorrido após uma discussão por conta da divisão de bens. O homem e as vítimas não tiveram nomes divulgados.
Segundo a Polícia Civil, que investiga o caso, o suspeito chegou ao local e atirou contra as duas mulheres. Em seguida, ele fugiu, porém, foi localizado em Poço da Mata, distrito de Nova Viçosa, também no extremo sul.
Ainda de acordo com a polícia, o homem tentaria se esconder no estado do Espírito Santo. Ele será encaminhado para uma delegacia e passará pelos procedimentos de praxe.
Os corpos das mulheres estão no Instituto Médico Legal (IML) de Teixeira de Freitas para serem necropsiados. Não há informações sobre o sepultamento das irmãs. *Com informações do g1
Datafolha: Lula e Bolsonaro têm mais referências negativas do que positivas entre eleitores
Quando perguntados qual a primeira coisa que vem à cabeça quando pensam no petista, 48% dos entrevistados fazem menções negativas e 39%, positivas. No caso de Bolsonaro, o resultado é ainda pior: 58% o associam a referências negativas e 30%, a positivas.
A pesquisa foi espontânea, ou seja, o entrevistado citou sua primeira memória sem ter sido apresentado a uma lista de opções.
O Datafolha realizou 1.204 entrevistas na cidade de São Paulo, com pessoas de 16 anos ou mais, do dia 15 a 17 de outubro. A margem de erro máxima é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral com o número SP-05561/2024.
As associações negativas mais comuns para Lula foram: bandido ou ladrão (13%); corrupção ou fraude (3%); péssimo (2%); mentiroso ou que divulga fake news (2%).
Entre as positivas, as principais foram: bom ou melhor presidente (5%); simpatiza ou gosta dele (2%); apoia a população mais pobre (2%); bom trabalho ou governo (2%); ajuda o povo ou o país (2%).
No caso de Bolsonaro, as referências negativas mais citadas foram: péssimo (5%); não gosta dele ou não deixou saudades (4%); não foi um bom presidente (3%); gestão ruim (3%); doido ou insano (3%); bandido ou corrupto (2%); não votaria nele (2%).
Já as principais associações positivas foram: bom ou melhor presidente (7%); votaria nele (2%); bom trabalho (2%).
O mesmo levantamento foi realizado a respeito dos candidatos à Prefeitura de São Paulo —o prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro, e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), endossado por Lula.
A gestão é a principal referência mencionada em relação ao emedebista —seja por uma ótica positiva ou negativa. Já Boulos é mais associado a um desejo de mudança e a invasão de propriedades.
O congressista reúne mais menções negativas (43%) do que positivas (36%), enquanto o emedebista é mais lembrado positivamente (45%) do que negativamente (35%).
Sem Lula, Brasil vai ao Brics de Putin sob desconfiança do Ocidente e cético sobre expansão do bloco
Como membro fundador, o País tem direito a veto. Deve exercê-lo no caso de Daniel Ortega e avalia também bloquear – ou ainda se abster – sobre a almejada entrada de Nicolás Maduro. A reunião será usada pelo presidente russo, Vladimir Putin, como parte de uma estratégia para demonstrar força e contestar seu isolamento global.
Por recomendação médica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou de última hora a viagem até Kazan, na Rússia, após sofrer um trauma e um corte na cabeça em uma queda no Palácio da Alvorada. A ausência forçada do petista pode acabar por evitar embaraços públicos ao presidente e reduziu a expectativa – até no Palácio do Planalto – por um viés negativo na repercussão do Brics, já que o governo teve de desmarcar reuniões bilaterais paralelas à cúpula, a principal delas com o próprio Putin.
Temor de retaliações ocidentais
Dentro do governo brasileiro, há receios de que gestos de aproximação ou lidos favoráveis aos russos – mesmo na relação bilateral e na esfera do comércio – possam melindrar americanos e europeus, e levar a retaliações políticas ou econômicas, como um aprofundamento da indisposição para fechar logo o acordo entre Mercosul e União Europeia.
A reunião entre Lula e Putin seria a primeira cara a cara entre os dois no terceiro mandato do petista. O momento era aguardado nos meios diplomáticos porque poderia gerar declarações de ambos a respeito da proposta sino-brasileira de acordo entre as partes na guerra da Ucrânia, já elogiada pelo russo Putin e criticada pelo presidente ucraniano, Volodmir Zelenski.
Altos funcionários de governos europeus, ouvidos sob condição de anonimato, veem a participação do Brasil no Brics como expressão do histórico não alinhamento da política externa brasileira, forma de buscar autoridade para representar o Sul Global, e condizente com a estratégia de explorar conexões em diversas frentes ao mesmo tempo, além de chamar a atenção dos EUA, para arrancar vantagens da relação tanto com Washington quanto com Pequim.
O possível ingresso de companhias “incômodas”, dizem esses diplomatas, pode gerar repercussões políticas a Lula inclusive em âmbito doméstico, sobretudo, com eventual adesão de ditadores latino-americanos.
Para os ucranianos, Putin certamente exploraria a visita de Lula, carregada de simbolismo, para tentar demonstrar aparente normalidade – apesar da guerra em andamento – por meio de uma foto com aperto de mãos ou abraço entre eles. Desde a invasão em fevereiro de 2022, ele isolou-se de fóruns multilaterais e vem sendo evitado na arena exterior – não recebeu visita de nenhum líder democrático ocidental.
O governo ucraniano monitorava a viagem de Lula e estava incomodado com o fato de o Palácio do Planalto ter ignorado o pedido para que Lula visitasse Kiev e ouvisse as demandas de Zelenski dias antes do encontro com Putin. A reunião apenas com o líder russo em Kazan aprofundaria a falta de confiança entre os governos do Brasil e da Ucrânia, relatou um funcionário de Kiev, sob anonimato, e fragilizaria a alegada “neutralidade” de Lula.
Eles chegaram a propor que o petista, logo depois, promovesse um encontro de ambos no Brasil, durante a cúpula do G-20, em novembro no Rio de Janeiro. Putin não participará do G-20 para evitar constrangimentos e por causa de uma ameaça de prisão expedida pelo Tribunal Penal Internacional.
Ampliação indigesta
O chanceler Mauro Vieira assumiu a liderança da delegação brasileira. Ele chegou a Kazan nesta segunda-feira, dia 21, para representar Lula e os interesses do País nas discussões do bloco, e adiantou que a guerra entre Rússia e Ucrânia não é pauta do Brics. O tema central em Kazan será a negociação para ampliar o grupo, hoje formado por países heterogêneos, sob influência majoritária da China, e com mais ditaduras do que democracias.
A cúpula de Kazan vai decidir a forma e o conteúdo da segunda expansão seguida do grupo, também incentivada por Rússia e China. A do ano passado levou mais de uma década para ocorrer. Agora, em ritmo acelerado, a negociação avançou para a criação de uma categoria especial de países “parceiros”. Devem ingressar nessa condição outros dez países – de uma lista que chegou a 34 pedidos de adesão.
O Estadão teve acesso à lista de candidatos sobre a mesa. Constam os seguintes países: Argélia, Azerbaijão, Bahrein, Bangladesh, Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Honduras, Indonésia, Kuwait, Laos, Malásia, Mianmar, Marrocos, Nicarágua, Nigéria, Palestina, Paquistão, Senegal, Sri Lanka, Sudão do Sul, Síria, Tailândia, Turquia, Uganda, Venezuela, Vietnã e Zimbábue.
O Brasil apoiou o ingresso de outros países, como Colômbia e Angola, mas eles não constam da lista de quem manifestou o interesse em adesão agora. A expectativa do Itamaraty é que ao menos dez novos membros sejam de fato aprovados como “parceiros”. Todos dependem de aprovação por consenso dos atuais membros – na prática, isso confere o poder de veto.
A expectativa é que, dos países latino-americanos, o Brasil barre explicitamente o ingresso da Nicarágua, por causa da recente expulsão do embaixador brasileiro de Manágua, pelo ditador Daniel Ortega. Integrantes do Planalto lembram que houve quase um rompimento total de Ortega com o governo Lula. Cuba, Bolívia e Honduras completam a lista da região.
No caso da Venezuela, há um impasse no governo sobre como lidar com Caracas. A relação de Lula se deteriorou com o ditador Nicolás Maduro, e o governo brasileiro se nega a reconhecer sua alegada reeleição, diante dos indícios de fraude. A entrada não seria positiva para o governo Lula. Celso Amorim não é contra e manifestou que o bloco deve se manter influente com países expressivos.
Porém, integrantes do Planalto ponderam que vetar a Venezuela poderia piorar a crise política vizinha que o Brasil tenta mediar. Por isso, ainda avaliava-se a possibilidade de o Brasil se abster, o que na prática liberaria a entrada do país – um desejo de russos e chineses.
Questionado especificamente sobre a Venezuela, Mauro Vieira disse ao chegar a Kazan que “todos os países candidatos têm chance” de serem aceitos como associados.
No entanto, nos bastidores, há favoritos como a Turquia – por causa da relevância geopolítica – e outros com problemas no caminho, a exemplo do Paquistão.
Apesar do apoio de russos e chineses, o governo de Islamabad sofre objeção da Índia, por causa das rivalidades históricas e do conflito entre ambos pelo controle da Caxemira. Os paquistaneses acham que conseguiram ajuda de Moscou e Pequim para convencer Nova Délhi a desbloquear sua adesão ao Brics. Eles alegam que já compartilham com os indianos fóruns multilaterais menores como a Organização para Cooperação de Xangai e a Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional. A Índia já vetou o engajamento do vizinho no Brics antes.
A diplomacia brasileira joga contra o tempo, procura desacelerar o ritmo e tenta emplacar a tese de que os novos associados sejam escolhidos segundo certos critérios, diante do apetite por expansão de Rússia e China. O receio é que tentem atropelar em cima da hora. Entre os fatores a serem avaliados, estão peso político e distribuição regional, alinhamento à agenda de reforma da governança global, rejeição a sanções não autorizadas pelas Nações Unidas e relações amigáveis com todos os membros. O cenário ideal, para o Brasil, seria que apenas os critérios e a categoria de membros fosse decidida na Rússia. Mas a expectativa já mudou para o anúncio de ao menos dez novos países.
O Brics teve perfil alterado no ano passado, com acréscimo de Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. A Argentina também foi convidada, mas recusou, um revés sobretudo para o governo brasileiro. Embora tratados como membros, os sauditas ainda não definiram pela adesão total.
O interesse cada vez maior de países emergentes levou, na ocasião, o ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República, a dizer que o interesse no grupo demonstrava uma nova força no mundo, que não poderia mais ser visto como “ditado pelo G-7″.
Apesar disso, seus principais líderes, entre eles Lula e Putin, tem se esforçado para definir o grupo como uma organização voltada ao Sul Global – costumam alegar que o Brics não é uma forma de “contraponto aos EUA, ao G-20 ou ao G-7″, nem uma organização “dirigida contra ninguém”.
Conselho de Segurança da ONU
Ainda, o Brasil conta com o lobby da Índia e da África do Sul para arrancar uma declaração mais explícita de apoio do Brics ao pleito dos três países por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. A discussão sobre uma linguagem mais clara em geral é travada pela China, mas agora Egito e Etiópia também criaram obstáculos.
A discussão sobre a composição do Conselho de Segurança repete uma cena que ocorreu no ano passado, quando o Brasil também relutava em ceder e buscava conter o ímpeto expansionista no Brics. A delegação negociadora colocou na mesa a mesma contrapartida estratégica – uma declaração mais favorável à sua pretensão na ONU.
O Brasil entende que uma expansão descontrolada pode reduzir a coesão do grupo, diluir seu peso político no grupo e jogar contra seus interesses de manter o não alinhamento, já que fortalece a imagem de bloco sob influência chinesa.
Durante as sessões de debates entre premiês e presidentes, estarão em pauta assuntos como cooperação política e financeira, estímulo ao pagamento em moedas nacionais e a criação de uma futura plataforma de pagamentos própria do Brics, além de uma moeda comum para transações comerciais entre os membros – alternativas à dominância do dólar -, a crise de segurança e a guerra no Oriente Médio, seja em Gaza, no Líbano e o envolvimento do Irã.
Amorim é contra entrada da Venezuela nos Brics: ‘É preciso conservar a essência’
Amorim esteve em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira, 21, no Palácio da Alvorada, para uma devolutiva sobre uma recente viagem à China e também discutir a agenda internacional do governo. Lula cancelou sua ida à Rússia para a cúpula dos Brics após sofrer um acidente doméstico, e indicou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, como chefe da delegação brasileira no fórum.
Ex-ministro, Celso Amorim evitou criticar especificamente o pleito Venezuela para entrar nos Brics. “Não quero fulanizar, mas os Brics precisam manter a influência internacional que pode contribuir com o equilíbrio e a paz, sobretudo neste momento em que estamos vivendo duas guerras”, afirmou, concentrando as críticas na Nicarágua, que também deseja fazer parte do bloco. “O Brasil não pode aceitar a entrada da Nicarágua porque eles foram ofensivos”.
A ditadura de Daniel Ortega expulsou o embaixador brasileiro em razão da ausência do diplomata no aniversário da Revolução Sandinista. O Brasil reagiu e expulsou o embaixador nicaraguense também.
A força da China e da Rússia têm imprimido nos Brics uma agenda cada vez mais anti-ocidental, na avaliação de especialistas. Celso Amorim discorda da tese. “O fortalecimento dos Brics ajudou na retomada do G20, e dessa maneira contribuiu para o equilíbrio de forças. O G20 é o grupo mais representativo”, avaliou. “Precisamos de um mundo mais pacífico, multipolar e equilibrado. Quando você tem equilíbrio de forças, a paz fica mais viável”.
Trump ultrapassa Kamala nas projeções e ganha tração a duas semanas de pleito presidencial
No modelo probabilístico do FiveThirtyEight, agregador de pesquisas que leva em conta uma série de variáveis, a democrata aparecia com um ligeiro favoritismo desde 8 de agosto. Na última sexta-feira (18), Trump virou pela primeira vez. Agora, ele aparece com uma chance de 52% de vencer o pleito.
Nas projeções da revista The Economist, a probabilidade de Trump vencer atualmente é de 54% —uma alta de 6 pontos percentuais em relação à semana passada. No modelo do estatístico Nate Silver, o republicano também passou à frente, com 50,2% de chances de vencer.
Embora as margens em todos os casos sejam apertadas —praticamente um cara ou coroa, como ressaltam analistas—, a mudança confirma uma tendência de recuperação observada nas últimas semanas. O cenário é ainda essencialmente de empate técnico, mas os números desenham uma trajetória ascendente do republicano na reta final.
A rodada mais recente de pesquisas mostra que Trump conseguiu recuperar boa parte do terreno perdido com a saída de Joe Biden da corrida. Os quase quatro pontos de vantagem que a democrata havia aberto nos levantamentos nacionais depois da convenção do partido caíram para 1,8, segundo o FiveThirtyEight.
Nos sete estados em disputa, Trump passou a aparecer empatado com Kamala nos três mais importantes para os democratas: Pensilvânia, Michigan e Wisconsin. Se perder a trinca, chamada de muralha azul, as rotas alternativas de vitória da vice-presidente são muito mais difíceis.
No agregador do jornal The New York Times, Trump ganhou, em um espaço de duas semanas, dois pontos na média em Michigan, um ponto em Wisconsin e menos de um ponto na Pensilvânia. Já Kamala avançou apenas em dois estados, Arizona e Carolina do Norte, mas o republicano ainda aparece dois pontos à frente no primeiro. No segundo, o cenário é de empate.
Até mesmo os números do impopular candidato a vice de Trump, J.D. Vance, melhoraram: a rejeição a ele supera a aprovação agora por apenas 3 pontos (em setembro, eram 12 pontos), segundo a Fox News.
Uma das principais hipóteses para a mudança é a falta de grandes eventos no último mês. Os melhores momentos de Kamala foram após a convenção democrata e o debate com Trump. Mas, nas últimas semanas, o ex-presidente foi mais bem-sucedido que a adversária em pautar o noticiário.
Apesar dos esforços da campanha democrata de expor mais a vice-presidente, que chegou inclusive a dar uma entrevista à pouco amistosa Fox News, ela segue com dificuldade de recuperar o ritmo de alta dos primeiros dias de campanha. As entrevistas também não renderam os momentos virais, almejados por estrategistas, para furar a bolha conservadora.
Trump, por exemplo, dominou o fim de semana com um comício no sábado (19) em que tratou do tamanho do pênis do golfista Arnold Palmer e, no domingo (20), atendendo à janela do drive-thru de um McDonald’s. Ambos os eventos foram na Pensilvânia.
Em paralelo, o bilionário Elon Musk anunciou que sortearia US$ 1 milhão por dia para eleitores registrados nos estados-pêndulo que subscreverem um abaixo-assinado sobre liberdade de expressão e direito à posse e porte de armas.
“Além de tudo isso, há uma suspeita crescente de que, embora as pesquisas possam estar mais precisas desta vez, ainda pode haver algo como um ponto extra a favor de Trump nos estados decisivos que não está sendo totalmente capturado”, escreve o analista Kyle Kondik, da Sabato’s Crystal Ball. “Combine isso com um viés no Colégio Eleitoral que provavelmente ainda beneficia Trump, mesmo que talvez não tanto quanto em 2020, e talvez se consiga explicar melhor as vibes pró-Trump das últimas uma ou duas semanas.”
Ainda segundo Kondik, existe ainda a possibilidade de que tudo isso possa ser apenas ruído. De acordo com o analista, Kamala “provavelmente tem um teto maior que o de Trump, mas sua capacidade de atingir esse teto continua sendo uma questão legítima”.
A democrata continua com dificuldade de se diferenciar do impopular Joe Biden. A campanha republicana, por exemplo, transformou em propaganda o trecho de uma entrevista dada por Kamala em que ela responde que “nada vem à mente” quando questionada sobre o que faria de diferente do atual presidente.
Democratas têm sentido a pressão crescente e ajustado a estratégia, retomando ataques a Trump como uma ameaça à democracia —algo que haviam deixado em segundo plano com a troca de candidatos. E, em vez de se defenderem dos ataques feitos por Trump à política migratória, estão focando mais em usar a derrubada do direito em âmbito federal ao aborto contra ele.
Fernanda Perrin/FolhapressPrincípio de incêndio atinge prédio do STF
Os servidores foram retirados do local. Segundo a assessoria do STF, o fogo atingiu apenas uma sala e já foi controlado. As causas do princípio de incêndio ainda serão apuradas.
Ipiaú: Curso de Formação para Elaboração de Projetos Culturais PNAB 2024 promete impulsionar e ampliar projetos artísticos
Esse encontro, conduzido por Andre Bonfim, Representante Territorial de Cultura do Médio Rio das Contas, promete ser um divisor de águas para aqueles que desejam alavancar seus projetos artísticos. Desde o artesanato até a música, passando pela literatura, teatro, dança, capoeira, coletivos e associações culturais, audiovisual e fotografia, todos os segmentos terão espaço para crescer e se desenvolver.
Mais do que uma simples oficina, será uma oportunidade para debater, trocar experiências e aprender as melhores práticas na elaboração de projetos culturais. A oficina vai além da capacitação técnica, trazendo uma abordagem prática e inspiradora, capaz de somar aos projetos em andamento ou até mesmo dar aquele impulso inicial que falta para tirar ideias do papel.
Com a presença de Andre Bonfim, artista e gestor cultural com ampla experiência na área, os participantes terão a chance de entender melhor os caminhos e oportunidades oferecidos pela Lei Aldir Blanc e outras políticas públicas, reforçando o papel crucial da cultura na transformação social e econômica do município.
A oficina é uma realização da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, em parceria com o Conselho Municipal de Política Cultural e o Governo Federal, sendo parte das ações da PNAB para fortalecer e ampliar o alcance dos projetos culturais em nossa região.
Não deixe de participar e potencializar seu projeto! O futuro da cultura local está em suas mãos!
Serviço:
Curso de Formação para Elaboração de Projetos PNAB 2024
Data: 24 de outubro
Horário: 18h30
Local: Sede do CREAS, Rua Angelo Jaqueira, n° 65
Palestrante: André Bonfim
Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú
Operação Angerona já fez mais de 40 buscas no Conjunto Penal de Feira
O material apreendido será periciado pelo Departamento de Polícia Técnica.
Mais de 40 celas da unidade prisional foram vasculhadas nas primeiras horas da manhã. Foram encontrados aparelhos celulares, armas brancas improvisadas e porções de entorpecentes. O material será periciado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).
O objetivo da operação, integrada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), Secretaria da Segurança Publica (SSP) e Ministério Público da Bahia (MP-BA), é impedir a comunicação entre internos do Conjunto Penal e suspeitos de crimes nas ruas de Feira de Santana e regiões circunvizinhas.
As buscas vão seguir com a atuação de policiais penais, policiais militares, equipes do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco/MP-BA), que realiza a preservação dos vestígios coletados, e o Grupo de Atuação Especial de Execução Penal (Gaep) do MP-BA, que acompanha a situação dos custodiados perante a Lei de Execuções Penais.
Eliminar a comunicação entre internos da unidade e suspeitos de crimes fora do Conjunto Penal Brasileiro estão entre os principais resultados a serem alcançados por meio da Operação Angerona, que contata com o apoio do corregedor-geral de Justiça do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), Roberto Maynard Frank.
Pela Seap, a operação é coordenada pela Superintendência de Gestão Prisional (SGP), com a atuação do Grupamento Especializado em Operações Prisionais (GEOP), Central de Monitoração Eletrônica de Pessoas (CMEP), Grupo de Segurança Institucional (GSI), a Coordenação de Monitoramento e Avaliação do Sistema Prisional (CMASP) e Policiais Penais Ordinários.
Texto: Nucom – Seap
PF e Receita Federal apreendem 1.201 quilos de cocaína no Porto de Santos
A droga foi encontrada pela Receita Federal durante a inspeção de um contêiner, onde estava escondida entre uma carga de sucata com destino à Espanha. A apreensão e a perícia da droga foram realizadas pela Polícia Federal no local da ocorrência.
A Delegacia da Polícia Federal em Santos instaurou inquérito policial para investigar a materialidade e a autoria do crime de tráfico internacional de drogas.
ACM Neto chama Jerônimo de ‘negacionista’ da violência e desafia: ‘Basta ler os comentários’
O vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, chamou o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues
O ex-prefeito de Salvador acusou Jerônimo de responsabilizar opositores e críticos pela situação, em vez de admitir as falhas de sua gestão. Para ACM Neto, a crise na segurança pública é resultado da “incompetência” do governo do PT, que há 18 anos administra a Bahia. “Os policiais hoje também são vítimas dessa gestão. A responsabilidade não é deles, é do senhor e do seu partido”, frisou.
Neto desafiou Jerônimo ao dizer que, apesar dos problemas de segurança pública serem uma questão nacional, “nenhum estado vive uma situação tão grave quanto a Bahia”. Ele relembrou ainda a recente oferta de ajuda feita pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como um exemplo de que Jerônimo deveria “ter humildade para reconhecer o problema”.
Conselheiro Federal da OAB, Luiz Coutinho publica artigo que analisa mecanismo da colaboração premiada
Coutinho, que é advogado criminalista, escreveu o artigo em coautoria com o também criminalista Fabiano Pimentel. No texto, intitulado “Principais Inclusões e Alterações Realizadas pelo Pacote Anticrime no Instituo da Colaboração Premiada”, eles analisam o mecanismo da colaboração premiada perante um novo modelo de justiça criminal, que, conforme os autores, deve alinhar o consenso com celeridade, efetividade e eficiência.
Luiz Coutinho tem mais de dez obras publicadas. Somente nesta gestão do Conselho Federal, quatro artigos de autoria do criminalista baiano contam em publicações da OAB Nacional.
Coutinho reafirma o compromisso de seguir contribuindo com a disseminação de conhecimento jurídico para todo o Brasil. “Uma honra poder compartilhar parte de nosso conhecimento e experiência para contribuir com o aprendizado de outros colegas. Da mesma forma, é um orgulho poder representar a Bahia em publicações dessa importância do Conselho Federal que, sem dúvida, atuam como uma fonte fundamental de conhecimento para advogadas e advogados de todo o país”, conclui Luiz Coutinho.
Em pronunciamento, Jerônimo garante “mão firme” do Estado no combate à criminalidade e diz que oposição usa
Governador Jerônimo Rodrigues (PT) |
“Mais uma vez, estou aqui reunido com o comando central da segurança pública do estado da Bahia, para garantir a vocês que as nossas polícias vão continuar trabalhando incansavelmente no enfrentamento ao crime organizado, ao tráfico de drogas e contra qualquer tipo de violência, que coloque em risco a segurança da nossa sociedade”, frisou.
Ao mesmo tempo em que divulgou ações de combate à criminalidade, Jerônimo também fez críticas à oposição, afirmando que os que não estão em seu governo usam o tema como “trampolim eleitoral”.
“Infelizmente, políticos oportunistas querem fazer desse tema sério um trampolim eleitoral. Usam suas mídias para espalhar terror com inverdades, calúnias e difamações contra a nossa polícia. Exploram a dor de famílias enlutadas e tentam desmoralizar o trabalho sério realizado pelos nossos profissionais de segurança pública”.
O governador ressaltou, ainda, que “a luta vai continuar com a mão firme do nosso Governo contra as facções criminosas e o tráfico de drogas. Essa é a nossa responsabilidade. Fui eleito para isso”, e lembrou que essa não é uma preocupação apenas da Bahia. “Estive com o presidente Lula e com o ministro Lewandowski, que estão convocando todos os governadores para aprofundar as ações de integração na segurança pública nacional”.
FICCO/DF desarticula organização criminosa que dava suporte a líder de facção baiana preso no DF
Seis mandados de prisão e nove mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Brasília do TJDFT, são cumpridos no Distrito Federal e Bahia.
Informações repassadas pela Secretaria de Administração Penitenciária do DF (SEAP) constataram indícios de que pessoas diversas estariam se passando por um advogado, com a anuência deste, para se comunicarem com detentos reclusos no sistema prisional do DF.
Já a liderança presa faria uso da rede criminosa tanto para própria comunicação quanto para subsidiar contato externo para outros presos, com o objetivo de estender sua influência e atrair novos faccionados.
O preso suspeito de liderar o esquema possui passagens por organização criminosa e lavagem de dinheiro, motivo pelo qual se encontra preso preventivamente. Além disso, ele também é suspeito de participar do homicídio de um policial federal em Salvador, em setembro de 2023.
Os alvos dos mandados de prisão poderão responder pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que podem ultrapassar 20 anos de reclusão.
Eles também tiveram a suspensão da profissão decretada pela justiça.
As investigações seguem em andamento.
A FICCO/DF é composta pela PF, PRF, SENAPPEN, PPDF, PMDF e PCDF. A Força tem por objetivo a integração e cooperação entre os órgãos de segurança pública em ações de prevenção e repressão ao crime organizado e à criminalidade especialmente grave e violenta.
Advogados são suspeitos de agendar atendimentos por videoconferência e permitir participação de terceiros nas chamadas
PF prende seis pessoas por tráfico de drogas e detém mulher por falsa identidade
Policiais federais, que atuam com o auxílio de cães farejadores, ao fiscalizarem as bagagens contidas no bulk da aeronave, perceberam a sinalização do animal e solicitaram que todas fossem retiradas para inspeção. Dentro de duas malas, sem identificação e sujas de terra, foram encontrados quase 80 kg de cocaína, compactados na forma de tabletes.
A mesma equipe de policiais realizou a prisão de três pessoas, que pretendiam embarcar para a França e Portugal. Com elas foram apreendidos mais de 10 kg de cocaína, que estavam dentro de embalagens para lençóis e fixadas aos corpos de duas mulheres.
Em outras três ações, estas realizadas junto aos passageiros que passam pelo controle migratório, foram presas duas mulheres com cocaína dentro de cápsulas que foram ingeridas e introduzidas em seus corpos e uma outra, com 2 kg da mesma droga, em volumes fixados ao seu corpo. Toda as suspeitas pretendiam embarcar para a França.
Por fim, uma mulher, nacional da República Dominicana, tentou realizar os procedimentos migratórios utilizando um documento de viagem espanhol, pertencente a outra pessoa. A suspeita, que pretendia embarcar para a Espanha, foi detida e deverá responder pelo crime de falsa identidade.
Comunicação Social da Polícia Federal em São PauloBrics contorna barreiras dos EUA em disputa tecnológica com China
Avaliação é de especialistas em relações internacionais consultados pela Agência Brasil sobre a 16ª Cúpula do Brics em Kazan, que será realizada na Rússia, entre os dias 22 e 24 de outubro. O encontro deve reunir 24 chefes de Estado, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o professor de direito do comércio internacional da Universidade de São Paulo (USP), José Augusto Fontoura Costa, a China vem sofrendo com sanções econômicas estadunidenses e europeias que tentam barrar o avanço tecnológico da potência asiática.
As medidas incluem proibições de investimentos chineses nos EUA, da exportação de tecnologia avançada para a China, além da campanha para excluir empresas chineses na expansão da internet 5G, de alta velocidade.
“Os Estados Unidos estão em clara guerra comercial com a China para tentar conter o desenvolvimento chinês. Por isso, a China tenta construir um espaço para sua atuação econômica, e isto é uma das coisas que interessa ao Brasil e interessa virtualmente a todos os demais participantes do Brics”, explicou.
O especialista em política internacional destacou que o principal campo de embate entre China e EUA é nos setores de tecnologia de ponta, como chips, foguetes, biotecnologia, medicamentos e química avançada.
“É nesse campo que vai se definir quando e quem vai ser o novo ator hegemônico no mundo, se vai continuar sendo EUA, se a China vai passar ou se vai chegar em um equilíbrio”, comentou.
Formado até então por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics recebeu cinco novos membros neste ano: Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito. Além disso, existe a expectativa de novos parceiros serem anunciados.
Imperialismo
A coordenadora do grupo de pesquisa sobre Brics da PUC do Rio de
Janeiro, a professora Maria Elena Rodríguez, explicou que é de interesse
das potências ocidentais manter o controle sobre as principais
tecnologias de ponta.
“Isso ocorre por causa do interesse econômico. Se eu controlo uma tecnologia que ninguém mais tem, todos vão depender de mim, não só economicamente, mas também em termos de necessidades. É uma forma de manter os outros países na dependência. É o que a gente chama de imperialismo e de hegemonia e, quando se trata de tecnologia, há um pouco de colonialismo”, explicou.
A especialista em relações internacionais acredita o Brics deve desenvolver um papel para fortalecer a cooperação tecnológica entre os estados-membros.
“Seguramente os bancos ocidentais, como o Banco Mundial, não têm tanto interesse que os países desenvolvam efetivamente muita tecnologia, mas penso que esse é um papel do Banco dos Brics, que tem ajudada os países a alcançarem níveis de desenvolvimento importantes”, completou Maria Elena.
Para o professor José Augusto, o Brics deve estruturar sistemas de financiamento e de mercados que permitam aos países desenvolverem tecnologias de ponta.
“Pesquisa e desenvolvimento tecnológicos precisam de muito investimento, de uma economia forte e também de mercados para o que você produz e para insumos que o país consome. E existe um razoável alcance de integração econômica entre os Brics. Sem isso, a China não teria condições sozinha de chegar na vanguarda tecnológica. Então, o Brics é fundamental”, concluiu.
Estima-se que o Brics concentre cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, grupo das maiores economias do planeta com Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que concentra cerca de 30% do PIB mundial. Além disso, o Brics concentra cerca de 42% da população mundial.
Brasil
Na avaliação dos especialistas, o Brasil deve buscar seu espaço no bloco
sem, com isso, perder espaço no grupo geopolítico liderado pelos EUA. O
professor da USP José Augusto ressaltou que o Brasil deve aproveitar
sua relação com a China para avançar em termos tecnológicos. Para o
especialista, o país tem tecnologia de ponta em áreas de pesquisa
agropecuária, tecnologia aeronáutica, de petróleo e gás, além de
construção civil e de hidrelétricas.
“O Brasil não é um vazio tecnológico, temos potencial, mas perdemos muito tempo sem investir adequadamente em desenvolvimento de ciência e tecnologia. Importante mencionar que nosso desenvolvimento tecnológico sempre foi impulsionado pelo Estado por meio de Petrobras, Embrapa e Embraer que, apesar de privada, recebe investimento público”, explicou.
Para a professora da PUC Rio, Maria Elena Rodríguez, o Brasil vem tentando construir uma agenda voltada à tecnologia por meio do projeto de neo-industrialização do governo federal.
“O Brasil está propondo que a China seja um aliado contundente, por exemplo, em tecnologias verdes que vão ajudar o Brasil nesse processo de reindustrialização. Acho que o país está se colocando bastante forte em seus processos de cooperação e fortalecimento dos países do Sul Global”, acrescentou.
Entidades que apoiaram gestão Silvio Almeida reclamam de Anielle Franco
Franco e outras mulheres denunciaram ter sido importunadas sexualmente por Almeida, culminando na demissão do advogado e professor em 6 de setembro. Ele nega as acusações.
Na última semana, dez organizações do movimento negro enviaram texto a Lula com críticas à gestão da Igualdade Racial e pedindo uma reunião. Elas afirmam que escolhas do ministério têm sido negativas e levantam problemas como planejamento errático, ausência de consulta pública e atraso no debate de pautas consideradas importantes.
Em nota, a pasta de Franco diz que recuperou, estruturou e apresentou políticas históricas com ampla participação de movimentos sociais e da sociedade civil. “A igualdade racial é a segunda agenda mais transversal em todo o governo, atrás apenas de meio ambiente.”
Entre as entidades que assinam o documento, protocolado pela Convergência Negra, estão a Coordenação Nacional de Entidades Negras, a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e os Agentes de Pastoral Negros do Brasil. Esses grupos compunham base de apoio à gestão de Silvio Almeida nos Direitos Humanos.
A defesa de Silvio Almeida, representada pela advogada Juliana Faleiros, afirma não haver nenhum vínculo e nenhum contato entre o professor e os grupos citados. Portanto, diz, “ele não tem nada a ver com essas manifestações”.
Em junho de 2023, quando foi ventilada a chegada de um membro do centrão ao comando dos Direitos Humanos e Cidadania, essas mesmas organizações divulgaram uma nota em defesa do então ministro. O texto afirmava que Almeida era um quadro capacitado na luta contra as injustiças, era reconhecido mundialmente e fazia uma administração participativa. Por fim, condenava possível saída dele.
“A defesa que fizemos naquele momento da manutenção do Silvio é quanto à presença negra no governo. Temos outros ministros negros como Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Marina Silva (Meio Ambiente)”, diz Dennis de Oliveira, da Convergência Negra.
“Qualquer ocupante de cargo de governo negro ou negra que seja ameaçado de ser retirado por racismo, o movimento vai ficar ao seu lado”, afirma também. Anielle Franco não foi citada.
Ele complementa que nenhuma denúncia de assédio contra Almeida havia surgido naquele momento e que a Convergência defende a apuração e a punição de episódios do tipo, “caso sejam comprovados”.
Na carta da semana passada, as entidades denunciaram ainda “demissões injustificadas de lideranças representativas do movimento negro”. Elas se referem a Yuri Silva, ex-secretário do Sinapir (Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial), exonerado em 7 de outubro.
Silva é ligado a Almeida. Antes de entrarem no governo Lula, eles trabalharam juntos no Iree (Instituto para a Reforma das Relações entre Estado e Empresa), que pertence ao advogado Walfrido Warde.
A exoneração de Silva também foi questionada por terreiros de candomblé e organizações que atuam pelos direitos de religiões de matriz africana em uma carta endereçada ao presidente Lula, contendo críticas à gestão de Anielle Franco.
Segundo o texto, Yuri Silva “é um jovem negro de candomblé, amplamente conhecido pela sua atuação nas pautas da liberdade religiosa e da juventude”. Eles ainda afirmaram que Franco age com descaso e pediram intervenção no ministério, a substituição da equipe de trabalho e, em última medida, a troca da própria ministra.
As instituições religiosas tiveram espaço na gestão de Silvio Almeida em Brasília. Ele, candomblecista, manteve posição firme contra a intolerância religiosa e escutou líderes de terreiros.
Sobre a demissão de Yuri Silva, o Ministério da Igualdade Racial afirma em nota que se tratava de um cargo de confiança e que mudanças são uma prática comum de qualquer gestão.
Relembre o caso Silvio Almeida
O ministro Silvio Almeida, então titular da pasta de Direitos Humanos no
governo Lula, foi alvo de acusação de assédio sexual feita à
organização Me Too Brasil no início de setembro. Os casos teriam
ocorrido no ano passado. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco,
foi citada como uma das vítimas.
Franco confirmou à Polícia Federal que foi importunada sexualmente pelo colega de esplanada.
Em seu depoimento, a ministra disse que as “abordagens inadequadas”, como definiu, começaram no fim de 2022, quando ambos passaram a fazer parte do grupo de transição de governo nomeado por Lula antes da posse dele como presidente da República.
Antes ainda de o escândalo ser divulgado, Franco contou a pessoas próximas no governo que Silvio Almeida a importunava.
Em seus relatos, ela afirmava que ele chegou a tocar em sua perna por debaixo da mesa quando estavam em reuniões públicas —e que insistiu nas abordagens por diversos meses.
A ministra relatou também aos colegas que tentou resolver a situação diretamente com Almeida, sendo clara em seu desconforto e no desejo de que ele parasse com as abordagens.
Leia a carta assinada por grupos do movimento negro
Sr. Presidente,
A Convergência Negra – Unidade Contra o Racismo, articulação que agrega as entidades nacionais do movimento social negro e demais Fóruns Estaduais de Entidades Negras, Redes e Coletivos Negro em todo país, compreende que o Ministério da Igualdade Racial é uma conquista do movimento negro produto da mobilização da Marcha Zumbi 300 anos que levou a Brasília mais de 30 mil pessoas em 1995, além de outras ações. Não se pode negar que está no seio das conquistas institucionais do movimento negro.
Ao indicar a Exma. Sra. Anielle Franco para a honrosa tarefa de chefiar o Ministério da Igualdade Racial, seguiu a orientação: “…dialogue com o movimento social negro”. Por esta razão, é fundamental que as gestões do Ministério de Igualdade Racial sejam constituídas a partir de diálogos permanentes com o conjunto do movimento negro, por meio de seu Conselho Nacional (CNPIR), mas, também outros espaços ampliados. Isto porque em uma sociedade marcada pelo racismo estrutural, somente com a sinergia entre movimento social e instituição será possível implantar as políticas do MIR.
A cada dia vemos a deterioração da relação do MIR e o Conselho Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), com ausências recorrentes de sua Presidenta, ausência sistêmica do corpo diretivo do MIR, o seu planejamento com baixa efetividade devido ao errático fluxo administrativo, relevante ausência das representações governamentais o que tem impactado no quórum de suas reuniões plenárias, entre outros.
Temos assistido demissões injustificadas de lideranças representativas do movimento negro (Movimento Negro Unificado – MNU e Coletivo de Entidades Negras – CEN), levando ao apagamento da participação social na elaboração da Política de Igualdade Racial e a eliminação da contribuição do movimento negro nesta política no âmbito do MIR. A cada dia vemos se consolidando uma relação disruptiva com o legado/acúmulo da promoção da igualdade racial construído nos quatro governos democráticos e populares que ascenderam a Presidência da República.
Essa escolha política do MIR, tem impactado negativamente na agenda política de igualdade racial:
a) Atraso nos debates estruturantes da política de igualdade racial como a expansão das cotas no serviço público e na educação superior em vista de pouca incidência no Congresso Nacional;
b) Atraso de quase dois anos na realização da V Conferência Nacional de Igualdade Racial e, consequentemente, na atualização do Plano Nacional de Igualdade Racial (PNPIR), que data de 2003 e requer urgentemente novo decreto;
c) Urgência no novo Decreto do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SINAPIR), que aumentaria a adesão de Estados e Municípios para a consolidação das políticas de Promoção da Igualdade Racial pelos entes federados;
d) Ameaça a consolidação do Projeto +COMPIR, que pretende formar quadros para o exercício da participação e controle social da política de PIR nas bases;
e) Ausência de um olhar atento às necessidades básicas no atendimento às Comunidades Remanescentes de Quilombos da forma que se esperava;
f) Não há investimento em políticas para o movimento negro da região Amazônica, mesmo diante das inúmeras buscas de dialogo deste campo junto ao MIR;
g) Ausência de respostas em políticas de comunicação antirracista;
h) Falta de diálogo das instâncias de participação do ministério com o conjunto mais amplo dos movimentos sociais;
Considerando que o movimento negro é ator fundamental da construção da igualdade racial no Brasil;
Considerando que a construção do enfrentamento ao racismo exige profícuo diálogo;
Considerando que o movimento negro se empenha nas ruas, nas redes e nas urnas para garantir na Presidência da República um governo democrático;
Considerando que a unidade do povo brasileiro e o desenvolvimento da Nação exige um tratamento adequado a questão racial;
Vimo por meio desta solicitar à Vossa Excelência uma mesa tripartite, sob a coordenação da Presidência da República, com MIR, CNPIR e representações do movimento social negro para ajustar o rumo da Política de Igualdade Racial coordenada pelo Ministério da Igualdade Racial.
Destaques
Faça seu pedido: (73) 98108-8375
Ouça aqui: Web Radio Gospel Ipiaú
Web Rádio Gospel de Ipiaú
Siga-nos
Total de visualizações de página
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade.
Publicidade
Anucie aqui: (73) 991241546-9-82007563
Postagens mais visitadas
Arquivo do blog
- ► 2024 (5607)
- ► 2023 (4688)
- ► 2022 (5535)
- ► 2021 (5869)
- ► 2020 (4953)
- ► 2019 (3140)
- ► 2018 (711)
- ► 2016 (209)
- ► 2015 (162)
- ► 2014 (462)
- ► 2013 (1713)
- ► 2012 (1976)