Banco Central comunica exposição de dados de 644 chaves Pix da Caixa
Segundo o BC, a exposição ocorreu em 24 e 25 de setembro e abrangeu as seguintes informações: nome do usuário, CPF, instituição de relacionamento, agência, número e tipo e da conta, data de abertura da conta, data de criação da chave Pix, data a partir da qual o usuário tem a posse da chave Pix.
A exposição ocorreu por causa de falhas pontuais em sistemas da instituição de pagamento e ocorreu em dados cadastrais, que não afetam a movimentação de dinheiro. Dados protegidos pelo sigilo bancário, como saldos, senhas e extratos, não foram expostos.
Embora o caso não precisasse ser comunicado por causa do baixo impacto potencial para os clientes, a autarquia esclareceu que decidiu divulgar o incidente em nome do “compromisso com a transparência”.
Todas as pessoas que tiveram informações expostas serão avisadas por meio do aplicativo ou do internet banking da instituição. O Banco Central ressaltou que esses serão os únicos meios de aviso para a exposição das chaves Pix e pediu para os clientes desconsiderarem comunicações como chamadas telefônicas, SMS e avisos por aplicativos de mensagens e por e-mail.
A exposição de dados não significa necessariamente que todas as informações tenham vazado, mas que ficaram visíveis para terceiros durante algum tempo e podem ter sido capturadas. O BC informou que o caso será investigado e que sanções poderão ser aplicadas. A legislação prevê multa, suspensão ou até exclusão do sistema do Pix, dependendo da gravidade do caso.
Em todos os 16 incidentes com chaves Pix registrados até agora, foram expostas informações cadastrais, sem a exposição de senhas e de saldos bancários. Por determinação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a autoridade monetária mantém uma página em que os cidadãos podem acompanhar incidentes relacionados com a chave Pix ou demais dados pessoais em poder do BC.
Escassez de vacinas indica falta de planejamento do governo, dizem especialistas
“Não é uma questão de falta do produto, nem de falta de opções de compra, porque existem dois produtores [Pfizer e a Moderna]. Realmente faltou um planejamento mais adequado”, afirma Júlio Croda, médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz.
Para o coordenador científico da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Alexandre Naime Barbosa, a falta de imunizantes representa falha de logística, de distribuição e de articulação com estados e municípios.
“Não tem outra explicação. Você recebe o insumo e tem que distribuir para o país, estados e municípios sabendo a data de vencimento. Se isso não acontece de forma exitosa é porque o planejamento não foi adequado”, diz Barbosa.
Um vaivém no Ministério da Saúde também fez a pasta recusar a oferta da Moderna de uma vacina atualizada da Covid por falta de registro da Anvisa. Com vacinas vencidas devido a uma entrega com prazo de validade diferente do acordado com a farmacêutica, a pasta primeiro disse que aceitava uma oferta de 3 milhões de vacinas atualizadas (adaptadas à variante JN.1), mas depois mudou de posição e recusou os imunizantes.
Em vez disso, o ministério comandado por Nísia Trindade cobrou a entrega da vacina mais antiga, modelo hoje disponível no SUS, voltado à cepa XBB. Também abriu um processo administrativo contra a empresa, que diz não ter condições de seguir a ordem da Saúde por não fabricar mais as vacinas contra a variante XBB.
O coordenador científico da SBI lembra que, mais de 20 anos do PNI (Programa Nacional de Imunização), nunca houve problemas de distribuição. “E pelo programa vacinamos desde metrópoles como São Paulo até regiões ribeirinhas. Nunca tivemos problema de distribuição”, completa.
A pediatra e diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) Isabella Ballalai diz que eventualmente é até comum que determinado imunizante não esteja disponível em todos os postos de vacinação, mas o paciente consegue se dirigir a outra unidade para se vacinar.
A indicação da especialista é que o país invista em produção nacional para não correr o risco de desabastecimento. Em casos em que o imunizante está próximo ao vencimento, a opção deve ser redistribuir esses produtos, e essa decisão parte das prefeituras, de acordo com Ballalai.
Estão na lista para receber imunizantes atualizados contra a Covid-19 os brasileiros que fazem partes dos grupos de risco: idosos, imunossuprimidos, gestantes e crianças.
“A prioridade da saúde pública hoje é prevenir hospitalizações e óbitos”, afirma Ballalai.
PÚBLICO ALVO DAS CAMPANHAS
Para Croda, o público para o qual estavam sendo ofertadas as novas doses são os que apresentam mais riscos de hospitalizações e óbitos. A orientação, de acordo com os especialistas, parte da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Alguns países, no entanto, como é o caso dos Estados Unidos, ampliaram a imunização para todos os públicos —uma exceção. Segundo a diretora da SBIm, a maior parte dos países escolheu seguir a determinação da OMS porque estamos numa fase melhor de controle da Covid-19, mas ainda há riscos e precauções a se tomar.
“A doença ainda mata mais que a influenza, dentre elas principalmente crianças menores de 5 anos, por causa da baixa adesão, idosos e pessoas com comorbidades”, completa Ballali.
Desinformação e falta de campanhas sobre a importância da vacinação, em especial para as crianças, colaboram para a baixa cobertura, de acordo com o especialista da Fiocruz.
“Existe uma resistência maior dos pais levarem as crianças, principalmente porque é uma vacina de RNA e houve muita desinformação nesse sentido”, afirma Croda.
Campanhas de conscientização por parte do Ministério da Saúde que apontassem os riscos da Covid à populações mais vulneráveis podem ser uma das opções de incentivo para que os grupos prioritários também procurem mais a imunização, segundo o coordenador científico da SBI.
“Não adianta só ter a vacina, é importante conscientizar e intensificar as campanhas de vacinação”, diz Barbosa.
O infectologista ainda menciona o cansaço da população diante da doença. “Sofremos tanto do problema que não queremos mais ouvir falar sobre ele, mas ainda não é possível tapar os olhos para essa realidade.”
Infectologista, docente e membro do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da OMS, Cristiana Toscano afirma que o mercado global para a compra de vacinas é complexo e muitas doses de imunizantes podem acabar sendo ofertadas com prioridade a outros países.
Em relação ao desabastecimento de vacinas de Covid-19, Toscano afirma que o problema é pontual e diz não ver uma falha importante. “A vacina foi comprada, a demanda foi baixa e perdeu um pouco do lote em função da validade”, afirma.
Segundo Toscano, a cobertura vacinal contra a Covid, em especial em crianças, sempre foi baixa, algo que também ela atribui a desinformação sobre o imunizante.
No artigo “Vacina é prioridade para o governo”, publicado na Folha no último dia 29, a ministra da Saúde Nísia Trindade afirma que a falta dos imunizantes é momentânea e que está sendo solucionada.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que não há falta de vacinas contra Covid-19 no Brasil e que a pasta concluiu recentemente a distribuição de 1,2 milhão de doses atualizadas a todos os estados e Distrito Federal, regularizando os estoques.
O ministério diz ainda que um novo pregão para adquirir 69 milhões de doses para os próximos dois anos foi concluído. Segundo a Saúde, o principal foco são as crianças, e a estratégia de vacinação atual da pasta é baseada em evidências científicas, discutida com especialistas e segue as diretrizes da OMS.
Entre as medidas para combate da desinformação, o Ministério da Saúde cita o programa Saúde com Ciência, do Movimento Nacional pela Vacinação, além de campanhas publicitárias e estratégias com ações adaptadas à realidades locais.
COMANDANTE DO 9º BEIC É AGRACIADO COM A MEDALHA DE EX-ALUNO DO COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR
Relicário da Ciência e do Saber. Aqui, seguimos cultivando a honra, o dever e a retidão, valores que são a base da nossa formação.
PMBA, uma Força a serviço do cidadão! Fonte: ASCOM/9°BEIC
Lula defende fim da Guerra na Ucrânia e que Putin recupere ‘direito de andar pelo mundo’
Lula também disse que é não é bom para a democracia ter um país como a Rússia isolado do mundo “porque ele [Putin] tomou uma decisão e o tribunal julgou”. O presidente russo atualmente é alvo de um mandado de prisão, expedido pelo Tribunal Penal Internacional, por supostos crimes cometidos durante a invasão do país vizinho. Por esse motivo, ele não virá ao Rio, para a cúpula de chefes de Estado do G20, nos próximos dias 18 e 19.
As declarações foram dadas em entrevista à CNN Internacional. A conversa foi gravada na quinta-feira (7), mas a íntegra da transmissão foi ao ar na tarde desta sexta.
Lula então foi questionado sobre a intenção inicial de proteger Putin para que ele pudesse vir ao Brasil para participar da cúpula do bloco.
Como a Folha revelou, o governo Lula chegou a produzir um parecer jurídico para embasar a possível vinda de Putin ao Brasil. No entanto, o presidente russo anunciou que não participaria da cúpula do G20 no Rio.
“O problema não é apenas proteger o Putin para não ser preso no Brasil, que essa é a coisa mais fácil de fazer. O problema é que você tem no G20 vários presidentes da República que não ficariam na sala se o Putin entrasse”, afirmou o presidente.
Lula então acrescentou que a situação seria desconfortável. Por isso defendeu que o mundo trabalhe para encontrar uma solução para o conflito e acrescentou que Putin poderia voltar a participar de eventos internacionais.
“O que eu acho é que nós precisamos trabalhar para que essa guerra acabe de uma vez por todas e o Putin volte a conquistar o direito de forma civilizada andar no mundo e participar dos eventos. Não é importante para o mundo que quer construir democracia, ver um presidente de um país importante como a Rússia isolado, porque ele tomou uma decisão e um tribunal internacional o julgou”, afirmou.
O presidente brasileiro também disse ter ficado satisfeito com a fala do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de querer acabar com o conflito no leste europeu.
“E eu fico feliz quando você [a jornalista] disse que se depender do discurso do Trump, ele vai acabar com essa guerra. E eu acho importante acabar com a guerra porque nós precisamos de paz. O mundo precisa de paz para sobreviver pacificamente, para crescer economicamente, para que a gente possa melhorar a qualidade de vida dos seres humanos que estão sendo descartados nesse mundo”, afirmou.
ORIENTE MÉDIO
Lula voltou a criticar a atuação de Israel na Faixa de Gaza, vitimando milhares de mulheres e crianças. O presidente, falando para a audiência internacional e majoritariamente americana da emissora, voltou a afirmar que também condenou prontamente a ação do Hamas, mas que a reação foi desproporcional e “desumana”
“O que não é correto é a gente ver um país, um Estado forte como Israel, acabar com um povo que mora na Faixa de Gaza, onde milhares de mulheres, mais de 40 mil mulheres e crianças foram assassinadas numa guerra totalmente injusta”, afirmou o presidente.
“E nós condenamos o Hamas quando ele invadiu o Tel Aviv e ao mesmo tempo nós condenamos o Israel contra essa vingança desumana que ele fez na Faixa de Gaza”, afirmou.
Colégio Célestina Bittencourt realiza a II Feira de Ciências e Matemática, destacando o protagonismo dos alunos e a inovação no ensino
Também presente no evento, a Secretária Municipal de Educação, Erlândia Souza, disse que a a Feira de Ciências e Matemática já se consolida como um marco anual no calendário do Colégio Célestina Bittencourt, refletindo o compromisso da administração municipal de Ipiaú com a formação integral dos estudantes e a promoção de um ensino inovador e inclusivo em Ipiaú.
Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú
Fotos: Janaína Castro
Preço do boi dispara e complica trabalho do BC na inflação
O preço da carne deve subir pelo menos 7,9% no último trimestre desse ano, a maior alta para o período desde 2020, segundo a LCA Consultores. A carne bovina emergiu como uma grande preocupação, com frigoríficos como a JBS enfrentando o maior aumento nos custos do gado em quase três décadas.
O aumento se soma aos desafios enfrentados pelo Banco Central para controlar a inflação, que aumentou os juros pela segunda reunião consecutiva na última quarta-feira, elevando a taxa Selic para 11,25%. A carne bovina, parte fundamental da dieta dos brasileiros, tende a influenciar os preços de outras proteínas animais, como carne suína e frango. É também um item politicamente sensível para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez da redução do preço da carne, mais especificamente da picanha, uma promessa fundamental na sua campanha eleitoral de 2022.
“A proteína é o que dita o IPCA de alimentos no Brasil porque o resto é muito volátil”, disse Andrea Angelo, estrategista de inflação da Warren Rena. Angelo espera que os preços da carne bovina subam 8% este ano, o dobro do que ela projetava há apenas alguns meses, e outros quase 14% em 2025.
A demanda por carne normalmente aumenta no fim do ano, quando muitos trabalhadores recebem o décimo terceiro salário, crianças saem de férias e as famílias e amigos se reúnem para comemorar o Natal e o Ano Novo.
A inflação medida pelo IPCA deve fechar o ano com alta de 4,6%, acima do centro da meta de 3% perseguida pelo BC, de acordo com o comunicado do Copom na quarta-feira.
O preço do gado —um indicador importante para a carne bovina— avançou 33% nos últimos dois meses, a maior alta para o período em pelo menos 27 anos, desde o início da série histórica em 1997. O aumento ocorre no momento em que uma seca severa prejudica as pastagens e restringe o fornecimento de animais para abate para frigoríficos.
Mas alguns analistas, incluindo a consultoria Datagro, também esperam um declínio de longo prazo na oferta de gado brasileiro a partir de 2025. Isso ocorre porque os pecuaristas, nos últimos dois anos, abateram parte do rebanho de vacas após os preços terem recuado desde a máxima vista em 2022.
“Para frente —tanto neste ano como no ano que vem— o boi deve ser uma fonte de pressão de inflação”, disse Luciana Rabelo Ribeiro, economista do Itaú. Os preços da carne bovina deverão subir 15% em 2025, com efeitos sobre outros itens alimentares, disse ela. “Quando a carne bovina sobe, ela carrega junto basicamente todas as proteínas, até o preço do leite.”
A menor oferta de gado ocorre num momento em que as exportações brasileiras de carne bovina, incluindo para os EUA, estão em franca expansão, com a desvalorização do real aumentando o poder de compra dos importadores e a concorrência com os consumidores nacionais. Os embarques de carne bovina do país saltaram 31% neste ano para nível recorde.
Ainda assim, os preços mais elevados do gado representam um desafio para os produtores de carne. Isso porque normalmente eles não conseguem repassar todos os aumentos de custo aos consumidores.
Nem todos compartilham da mesma visão sobre o assunto. O aumento recente nos custos do gado é em grande parte sazonal e deve desaparecer em breve, segundo Edison Ticle, diretor financeiro da Minerva, maior fornecedora de carne bovina da América do Sul. Além disso, a expectativa é de que uma melhor genética e alimentação reduzam o impacto de um rebanho menor na oferta de carne nos próximos anos, acrescentou.
Tanto os produtores de carne quanto os varejistas estão sendo “espremidos” pela alta dos preços do gado, disse Leonardo Alencar, head do setor de agro, alimentos e bebidas na área do setor de research da XP. “A questão é quanto o consumidor final consegue absorver”, diz.
Bisneto de Princesa Isabel, Antonio de Orleans e Bragança morre aos 74
Foto: Divulgação/Arquivo/Retrato de Dom Antônio Orleans e Bragança, bisneto da Princesa Isabel |
Ele estava internado desde 6 de julho na Casa de Saúde São José, na zona sul da cidade, para tratar de uma doença pulmonar obstrutiva, que causou sua morte.
O velório será realizado na Igreja da Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, com familiares e amigos. “Informações sobre as exéquias serão disponibilizadas oportunamente”, escreveu em nota o Secretariado da Casa Imperial do Brasil.
Chamado de dom Antônio e nascido em 24 de junho de 1950, no Rio, era o sétimo dos 12 filhos de Pedro Henrique de Orleans e Bragança, então Chefe da Casa Imperial. Bisneto de Princesa Isabel e trineto de dom Pedro 2º, ultimo monarca do Brasil.
Seria o segundo na linha de sucessão da extinta monarquia, sucedendo o irmão e atual chefe da Casa Imperial, dom Bertrand de Orleans e Bragança.
Antônio era graduado em engenharia civil pela Universidade de Barra do Piraí, no estado do Rio, e desenvolveu uma carreira artística paralela, especialmente como aquarelista. Produziu mais de 600 aquarelas, retratando as paisagens e a arquitetura tradicional brasileira e europeia, com exposições nas principais capitais do Brasil e também na Europa.
Ele também viajava pelo país participando de “Encontros Monárquicos”, onde palestrava sobre o tema e defendia a volta da monarquia, expulsa em 1889.
Exilados na Europa, a maioria na França, os descendentes de d. Pedro 2º ficaram banidos no Brasil até 1920, quando o presidente Epitácio Pessoa (1919-1922) revogou a medida.
Deixa sua esposa, Christine de Ligne, com quem se casou em 1981, e quatro filhos: Pedro Luiz, Amélia, Rafael e Maria Gabriela de Orleans e Bragança. Ele também deixa dois netos, Joaquim e Nicholas Spearman.
Dom Bertrand escreveu estar “profundamente consternado, encareço a todos orações em sufrágio da alma de meu dileto e sempre leal irmão”.
Desde 2015, a família residia em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, mantendo viva a ligação com a cidade histórica batizada de Cidade Imperial, por ter sido a rota preferida de dom Pedro para seus momentos de lazer e repouso.
Aliança Global contra a Fome já tem “número significativo” de adesões
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo |
Segundo o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros e Sherpa do Brasil no G20, Maurício Lyrio, a aliança é uma das principais pautas da presidência brasileira no grupo formado pelas 20 maiores economias do planeta.
“Os principais países já apresentaram a documentação necessária para aderir à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, mas só faremos o anúncio durante o evento porque ainda estamos avaliando os documentos e declarações enviados pelos demais países interessados”, disse o embaixador nesta sexta-feira (8), em entrevista coletiva no Itamaraty.
Segundo Lyrio, muitas solicitações de adesão ainda estão sendo
avaliadas. “Precisamos ver se [os países interessados] são compatíveis
com os compromissos. O que posso dizer é que há um número significativo
de países aprovados e um número significativo de manifestações de
interesse já recebidas”, acrescentou.
Documentos
Lyrio destacou que 41 documentos já foram aprovados durante as reuniões prévias ministeriais dos países participantes. Sobre a aliança, o embaixador explicou que quatro documentos tratam do tema. O primeiro trata da fundação e da estrutura da aliança e o segundo documento estabelece as competências para a adesão dos países.
“O terceiro embasa a futura secretaria da aliança e o quarto, a inclusão de programas sociais. Este último é o compromisso do país interessado em aderir a pelo menos um dos programas listados, de eficiência já comprovada”, detalhou.
Os programas citados pelo diplomata abrangem temáticas como transferência de renda, merenda escolar, agricultura familiar e a instituição de cadastro único para grupos a serem beneficiados. “Felizmente temos, no Brasil, estruturas desse tipo já montadas, mas há outros países que ainda precisam avançar nesse sentido”, complementou Lyrio.
O embaixador ressaltou também a criação de fundos de apoio ao desenvolvimento, o que já foi acordado com o Banco Mundial, com o objetivo de viabilizar recursos para o combate à fome; e a participação, também, de instituições globais e das fundações de Bill Gates e Rockfeller.
Perguntado sobre eventuais riscos de os Estados Unidos voltarem
atrás, com relação à aliança, após a posse do presidente eleito Donald
Trump, Lyrio disse que a questão de combate à fome é consensual e que,
portanto, é pouco provável que isso aconteça, mas ressaltou que caberá
àquele país decidir se permanece na aliança.
Sessões
Lyrio informou que estão previstas três sessões durante o encontro. As duas primeiras, no dia 18, terão como temas a inclusão social, a luta contra a fome e a reforma da governança global. A sessão do dia 19 tratará de desenvolvimento sustentável e transições energéticas. Na sequência, está prevista a transmissão da presidência do G20 do Brasil para a África do Sul.
Depois, a tarde será dedicada a reuniões bilaterais e ao início das despedidas. Segundo o embaixador, o presidente Lula já recebeu um grande número de pedidos de reuniões bilaterais. “Praticamente todos países pediram reunião com o Brasil mas, infelizmente, não será possível contemplar a todos”, disse Lyrio.
O embaixador confirmou que, no dia 19, Lula terá encontro com presidente da China, Xi Jinping, e que, representando a Rússia no encontro, estará o ministro das Relações Exteriores daquele país, Sergei Lavrov.
Tributária: Senadores dobram emendas e 40% favorecem alimentos e saúde
Foto: Agência Brasil /Arquivo |
Dois são os grupos que lideram: as emendas ligadas à saúde e às que afetam a mesa dos brasileiros. Juntas, somam 623, quase 40% (38,4%) do total.
Senadores apresentaram ainda cinco emendas pedindo alíquota menor para o bacalhau na reforma tributária, por conta da tradição cristã em feriados como a Páscoa e o Natal. Três delas pedem que o peixe tenha o mesmo tratamento das carnes. Elas foram protocoladas pelos senadores Magno Malta (PL-ES), Zequinha Marinho (Podemos-PA), Carlos Portinho (PL-RJ) e Beto Martins (PL-SC).
Outras duas, de autoria da senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO) e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), defendem desconto de 60% em relação à alíquota cheia, projetadas em 28%.
Lobistas e assessores parlamentares de lideranças no Senado afirmam que o excessivo número de emendas mostra que a reforma deveria ter sido mais bem debatida.
No entanto, consideram que é melhor aprová-la nesse momento e ajustá-la em 2025 do que deixar passar para um consenso que, dificilmente, existirá.
Trump diz em entrevista após vitória que levará adiante plano de deportação em massa
Questionado sobre seu plano de deportação em massa, Trump disse, segundo o veículo, que não há alternativa a não ser levá-lo adiante. Sobre o investimento que precisará fazer para concretizar a política, o republicano respondeu que não é “uma questão de preço”.
“Não temos escolha quando as pessoas têm matado e assassinado, quando senhores das drogas têm destruído o país. Eles agora vão voltar para os seus países, não vão ficar aqui. Não é algo em que você coloque um preço”, afirmou.
A promessa de que fará a maior deportação em massa dos Estados Unidos foi uma das principais bandeiras de Trump ao longo da campanha, repetida exaustivamente ao longo de comícios e outros eventos.
“Queremos fazer a fronteira segura e poderosa novamente e, ao mesmo tempo, nós queremos que as pessoas entrem no nosso país”, disse Trump nesta quinta. “Você sabe, eu não sou uma pessoa que diz ‘Não, vocês não podem entrar’. Nós queremos que as pessoas entrem.”
Trump ainda definiu como “bons telefonemas” as conversas que teve com o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris, sua adversária na eleição, após ter vencido o pleito. Segundo a NBC, o republicano comentou que Kamala pediu uma transição de governo pacífica, algo com o qual ele concordou.
O presidente eleito ainda afirmou ter conversado com 70 líderes mundiais, entre eles o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.
Trump disse que ainda conversará com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Outra promessa da campanha do republicano é acabar com a guerra na região em “24 horas”. Ele nunca detalhou, porém, como pretende fazer isso.
Deputado envia R$ 24 milhões à esposa secretária e ao filho prefeito, diz site
As emendas parlamentares são enviadas por deputados e senadores para viabilizar obras, projetos e investimentos nas cidades. Na teoria, a destinação da verba deveria seguir critérios técnicos. Na prática, porém, o envio geralmente atende interesses políticos.
Levantamento da coluna feito a partir de dados da Câmara mostra que Ricardo Maia enviou R$ 4,2 milhões em emendas para a Secretaria Municipal de Saúde de Ribeira do Pombal, no interior da Bahia. A pasta é comandada pela esposa dele, Lakcelma Costa da Silva.
O atual prefeito da cidade, Eriksson Santos Silva (MDB), foi reeleito para o cargo nas eleições deste ano com o apoio do deputado. Ao todo, o caixa da prefeitura de Ribeira do Pombal recebeu R$ 8,1 milhões de emendas endereçadas por Ricardo Maia. O município tem 54 mil habitantes e já teve o deputado como prefeito.
Cidade vizinha a Ribeira do Pombal, Tucano ganhou R$ 20,1 milhões do parlamentar. O município é comandado por Ricardo Maia Filho (MDB), primogênito do deputado federal. O município tem 48 mil habitantes.
Após eleição de Trump, China libera R$ 8 trilhões para cobrir dívidas locais
Pequim elevou o teto das dívidas locais para 35,5 trilhões de yuans, permitindo a emissão de 6 trilhões em títulos especiais nos próximos três anos, começando desde já, para trocar dívida descrita como “oculta”, não contabilizada. As províncias e cidades poderão emitir outros 4 trilhões de yuans ao longo dos próximos cinco anos, com o mesmo propósito.
Segundo o ministro das Finanças, Lan Foan, as dívidas ocultas locais alcançaram 14,3 trilhões de yuans no final do ano passado. O economista Li Daokui, da Universidade Tsinghua, vinha apontando que elas chegam a 20% do PIB da China, cerca de 30 trilhões, defendendo que precisam ser trocadas integralmente por títulos de longo prazo.
A reunião da Comissão Permanente, o principal órgão legislativo do país, estava prevista regularmente para o final de outubro, mas teria sido adiada à espera do pleito americano, realizado na última terça (5). Trump, durante a campanha, falou em ampliar as tarifas sobre os produtos chineses em 60%, entre outras ameaças.
As decisões foram anunciadas após cinco dias de reuniões, em entrevista coletiva comandada pelo ministro. Não foram adotadas ações específicas para estimular o consumo, mas Lan adiantou estar prestes a introduzir medidas como novas emissões de títulos para adquirir terrenos e imóveis hoje parados, visando reativar o setor imobiliário, e para capitalizar bancos estatais.
Inflação acelera a 0,56% em outubro, acima das projeções
O mercado financeiro esperava avanço de 0,54% para o índice de outubro, de acordo com a mediana das projeções de analistas consultados pela agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 0,48%% a 0,65%.
Com o novo resultado, a inflação alcançou 4,76% no acumulado de 12 meses, apontou o IBGE. Nesse recorte, a alta era de 4,42% até setembro. O mercado financeiro esperava 4,74%.
Segundo o IBGE, o resultado de outubro foi influenciado pelo aumento nos preços da energia elétrica residencial, que subiram 4,74% —o cenário já era esperado, uma vez que no mês passado a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) acionou a bandeira vermelha patamar 2, quando a energia atinge seu maior preço.
Esse aumento provocou altas nos grupo habitação (1,49%) e e alimentação e bebidas (1,06%), que também foram impulsionados pelo aumento do preço das carnes (5,81%).
O IPCA é referência para a meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central), cujo centro é de 3% em 2024. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais.
Isso significa que o objetivo será cumprido se o IPCA ficar no intervalo de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) nos 12 meses até dezembro. Caso não seja, o próximo presidente do BC, Gabriel Galípolo, precisará escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as razões para o descumprimento da meta e dizendo como pretende assegurar o retorno do índice aos limites estabelecidos.
Na mediana, as projeções mais recentes do mercado financeiro indicam estouro da meta neste ano. A estimativa do boletim Focus divulgado na segunda (4) pelo BC é de 4,59%, acima do teto de 4,5%.
Em uma tentativa de frear a inflação e ancorar as expectativas dos analistas, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) decidiu na quarta (6) intensificar o ritmo de alta dos juros e elevou a taxa básica (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.
PF desarticula esquema de desvio da saúde por servidores públicos
As investigações partiram de uma prisão em flagrante, no Aeroporto Internacional de Tabatinga, em fevereiro deste ano. O suspeito disse estar viajando a Manaus para tratamento de saúde, mas acabou admitindo à equipe de policiais que a ida à capital amazonense era, na verdade, para assistir a um jogo de futebol, com passagens de ida e volta custeadas com recursos públicos da pasta da saúde municipal. O nome da operação, Fake Trip, faz referência a essa “viagem a trabalho falsa”.
A partir de então, a Polícia Federal traçou linha investigativa que apontou uma amplitude maior de evolvidos no desvio e emprego irregular de rendas públicas. São apurados crimes de peculato, emprego irregular de verbas ou rendas públicas, associação criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, cujas penas somadas podem chegar a 38 anos de prisão.
Eleições antecipadas para presidências de Assembleias entram na mira do STF brasil
Ao menos 11 estados tiveram votações para o comando do Legislativo contestadas no tribunal: Amazonas, Maranhão, Piauí, Roraima, Mato Grosso, Pernambuco, Paraíba, Tocantins, Amapá, Rio Grande do Norte e Sergipe. A maioria das contestações foi feita pela PGR, que entrou com oito ações desde outubro. Algumas também foram impetradas por partidos.
Os estados têm a regra de dividir as legislaturas em dois biênios, ou seja, cada mandato para os cargos das mesas diretoras dura dois anos —a exceção é o Rio Grande do Sul, que tem um presidente a cada ano. As contestações no STF se referem às votações para o segundo biênio, que começa em fevereiro de 2025.
Desde 2022, a jurisprudência da corte permite reeleição para os cargos das mesas diretoras das Assembleias, mesmo se ocorrer dentro da mesma legislatura. Uma das razões para o debate é que a Constituição não prevê datas para as votações nas Casas.
Há casos em que as Assembleias fizeram, no mesmo dia, as votações para os dois biênios, como no Piauí, na Paraíba e no Tocantins. Em outros, a antecipação permitiu a eleição para 2025/26 ainda ao longo do ano passado.
A Procuradoria-Geral da República contestou as eleições para o segundo biênio em oito estados. Dessas, sete ações são de autoria da gestão Paulo Gonet, enquanto uma, a do Maranhão, é do período de Augusto Aras.
Gonet argumenta que as eleições antecipadas comprometem a alternância do poder e a periodicidade de pleitos, além de ferir critérios de contemporaneidade e razoabilidade.
Um desses casos aconteceu no Amazonas, onde o deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil) foi reeleito para o comando da Assembleia em abril de 2023. O partido Novo entrou com ação no STF contra a reeleição.
“O Supremo Tribunal Federal admite a eleição antecipada para a mesa diretora do segundo biênio da legislatura, mas desde que atendidos os critérios de contemporaneidade e de razoabilidade”, escreveu o ministro Cristiano Zanin ao determinar que uma nova votação fosse realizada.
O novo pleito aconteceu no dia 30 de outubro, e Roberto Cidade foi reeleito em menos de dois minutos. Com isso, ele vai para o terceiro mandato seguido como presidente da Assembleia.
Apesar de não permitir três mandatos consecutivos, o STF entendeu em julgamento de 2022 que a nova regra não geraria inelegibilidade para eleitos em pleitos anteriores a 7 de janeiro de 2021, o que contempla a primeira votação que elegeu Roberto Cidade em 2020.
No Rio Grande do Norte, Ezequiel Bezerra (PSDB) foi eleito presidente para dois biênios, até o começo de 2027, em votação realizada no mesmo dia, em fevereiro de 2023. Ele comanda a Assembleia Legislativa desde 2015. O relator da ação sobre o caso no STF, ministro Gilmar Mendes, ainda não decidiu sobre o questionamento da PGR.
Em abril, o Supremo anulou a votação da Assembleia do Tocantins que elegeu o filho do governador Wanderlei Barbosa, o deputado estadual Léo Barbosa, para a presidência da Assembleia no biênio 2025/2026.
Em Sergipe, os deputados realizaram uma nova votação, que manteve a reeleição de Jeferson Andrade (PSD) para a presidência da Assembleia, quatro dias após decisão do ministro Alexandre de Moraes que anulou a votação que aconteceu em junho do ano passado.
A Assembleia de Pernambuco também fará uma nova escolha após determinação do ministro Flávio Dino, que anulou a votação que reelegeu Álvaro Porto (PSDB) em novembro de 2023, mais de um ano antes do segundo biênio.
“A supressão do intervalo temporal (…) elimina a oportunidade de avaliação do desempenho dos ocupantes atuais dos cargos e impede que o processo eleitoral reflita eventuais mudanças na vontade política dos parlamentares ou na composição das forças políticas dentro da Casa Legislativa”, afirmou o ministro. Ele determinou que a votação aconteça a partir de dezembro.
Alguns estados se anteciparam a desfechos de ações no STF. A Assembleia do Maranhão, que já tinha feito a votação que reelegeu a presidente Iracema Vale (PSB) em junho de 2023, decidiu alterar o regimento interno para que a escolha seja feita a partir de novembro.
No Piauí, os deputados aprovaram, em outubro, uma emenda à Constituição estadual que prevê a votação para o segundo biênio a partir de outubro do segundo ano de mandato, mas a Assembleia diz que a nova regra não vai afetar a que já foi feita em 1º de fevereiro de 2023 e elegeu o deputado Severo Eulálio (MDB) para a presidência do biênio 2025/26. A Procuradoria da Casa pediu ao ministro Kassio Nunes Marques a extinção de uma ação do PSDB que contesta a votação.
Marcelo Labanca, professor de direito constitucional da Universidade Católica de Pernambuco, classifica as ações do STF como interferência do Judiciário no Legislativo.
“É uma leitura centralizada do federalismo brasileiro. Não existe norma na Constituição que diga que o mandato de uma mesa diretora tenha que ser de dois anos nas Assembleias Legislativas nem as datas das votações. A definição da data de eleição sempre foi algo interno do Legislativo.”
Jean Menezes de Aguiar, advogado e professor de MBAs da Fundação Getulio Vargas, concorda com o entendimento de ministros do STF que determinaram novas votações.
“Isso visa fazer com que haja uma fiscalização dos próprios parlamentares das gestões dessas Casas. E aumenta o pluralismo político.”
Para Aguiar, um dos pontos que podem ser ajustados é a definição do intervalo entre as datas, já que houve casos em que diferentes ministros permitiram votações a partir de outubro, e outros, apenas a partir de dezembro do segundo ano da legislatura.
Bolsonaro diz que direita se elegeu na sua sombra e que Tarcísio é ‘líder maior’ só em SP
De acordo com Bolsonaro, aqueles que querem dividir a direita se elegeram sob sua sombra e não conseguem reunir apoiadores nem em um bar.
“A direita não tem dono. Tem um líder, que é incontestável, e tem jovens lideranças aparecendo pelo Brasil. Sempre vai ter alguém aí querendo dividir o que é chamado de direita hoje em dia. Não vão conseguir. São frustrados, até botei um nome carinhoso, são intergalácticos que têm que mostrar a que vieram. Todos eles se elegeram na minha sombra, ou na minha onda, e rapidamente se voltam contra a gente”, afirmou.
Bolsonaro se referia, entre outros, a Marçal, ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e ao seu ex-ministro do Meio Ambiente, o hoje deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP).
“A direita não tem dono. Tem cara que quer se impor como líder. Liderança você não ganha, você conquista. Então, tem uns intergalácticos aí. Manda em um bar em São Paulo, não vai ninguém.”
Marçal recebeu em sua campanha apoio de vários bolsonaristas e também de boa parte do eleitorado do ex-presidente, apesar de oficialmente Bolsonaro ter embarcado na reeleição de Ricardo Nunes (MDB).
Caiado travou com o ex-presidente uma particular disputa na eleição de Goiânia, que incluiu a ida de Bolsonaro à cidade no dia do segundo turno.
Abertas as urnas, venceu o nome do governador. Após o resultado, Caiado afirmou que venceu o seu modo de fazer política e disse esperar que Bolsonaro tenha aprendido uma lição. O governador se diz candidato à Presidência da República em 2026.
Salles, por sua vez, teve a candidatura a prefeito de São Paulo preterida em nome da aliança do PL com Nunes. A partir daí, a relação com o ex-presidente estremeceu.
“Logo o Salles, que lá atrás estava assim com o Alckmin [quando ele ainda era do PSDB e governava São Paulo], como secretário. Depois [João] Amoedo [ex-presidente do Novo], que depois diz que votou no Lula, depois ficou comigo, se elegeu graças ao Eduardo [Bolsonaro, também deputado federal]. Depois foi ser ‘marçalete’. Agora tá viúvo”, disse Bolsonaro.
“É inveja, é infelizmente uma coisa que existe no ser humano.”
O ex-presidente também comentou a declaração de Nunes, que após ser eleito chamou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de “líder maior”.
“É um grande líder no estado, verdade… ninguém vai me provocar.”
Questionado sobre quem seria o nome da direita em 2026 caso permaneça inelegível, Bolsonaro voltou a repetir que o nome é ele.
“Só depois que eu tiver morto. Antes de eu morto, politicamente não tem nome. Pergunta para o Tarcísio o que ele acha. Ele tem falado, o candidato sou eu. Prosseguindo a minha inelegibilidade é a prova de que acabou a democracia no Brasil.”
O ex-presidente foi condenado em 2023 pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação após difundir mentiras sobre o processo eleitoral em reunião com embaixadores e utilizar eleitoralmente o evento do Bicentenário da Independência.
Ele está inelegível pelo menos até 2030 e ainda é alvo de outras investigações. Caso condenado pelos crimes da trama golpista, por exemplo, poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.
Eleição de Trump – Sinal amarelo para a esquerda no Brasil, por João Vilas Boas*
Além disso, o fato de o país ser uma potência global, com uma moeda forte, poderio militar e grande influência geopolítica, são fatores que justificam a grande atenção concedida ao pleito.
A ampla vitória do republicano Donald Trump, que derrotou a democrata Kamala Harris tanto em votos populares quanto em número de delegados – pela primeira vez em 20 anos – acende um alerta amarelo para a esquerda no Brasil, que em 2026 deverá enfrentar mais um processo eleitoral marcado por forte polarização entre esquerda e direita.
Desde o anúncio oficial da vitória de Trump, políticos conservadores da direita brasileira, a exemplo do ex-presidente Bolsonaro (PL), do governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (PL-SP) e de diversos parlamentares da ala conservadora, parabenizaram e celebraram a vitória do republicano, reacendendo a chama segregadora que fragmentou o país em 2022.
O avanço do populismo de direita não é um fenômeno isolado, como ratificado na eleição norte-americana, mas sim, mais uma demonstração de que essa é uma tendência que ganha força com a vitória de Milei, na Argentina, e de Bukele, em El Salvador.
O crescimento da tríade – Trump, Milei e Bukele – reflete uma crise de representatividade que afeta tanto as instituições tradicionais quanto as figuras políticas estabelecidas. No Brasil, a esquerda enfrenta um desafio similar, pois muitos eleitores se sentem desencantados com a política tradicional, deixando um poderoso vácuo para que líderes populistas consigam articular um sentimento de frustração contra o “sistema”.
A esquerda brasileira, ao longo dos anos, tem perdido a capacidade de se conectar verdadeiramente com o público, em grande parte pela ausência de domínio das redes sociais, que são corriqueiramente utilizadas por políticos ligados à direita para se comunicar diretamente com seus eleitores, contornando a mídia tradicional. Desse modo, a esquerda brasileira precisa adaptar-se a essa nova realidade e aprender a utilizar esses canais com maior eficácia, capturando a atenção de uma base que é ativa online e muitas vezes cética em relação aos canais tradicionais.
Além disso, Trump utilizou durante toda a sua campanha discursos fortes em torno da segurança pública e da ordem. No Brasil, onde a insegurança é uma preocupação central, essa retórica pode facilmente capturar a atenção dos eleitores em 2026.
Na última quinta-feira (31), em reunião com ministros e governadores, o presidente Lula chegou a apresentar a PEC da Segurança Pública, numa tentativa de oferecer uma resposta eficaz e direta às críticas sobre a falta de um plano de segurança em sua gestão. Contudo, foi rebatido pelo governador de Goiás e pretenso candidato a disputar o Planalto, Ronaldo Caiado (UB), que em sua fala reiterou que a segurança estará no centro do debate da eleição presidencial de 2026 – um possível ponto de trunfo para a direita brasileira, assim como ocorreu nos Estados Unidos.
Desse modo, o alerta amarelo é iminente: há uma demanda latente por soluções concretas para problemas que já pautaram a eleição de 2022 e devem continuar no centro do debate em 2026. Sem dúvidas, a eleição de Trump e de outros líderes na América dá o tom de uma corrente que pode ser ainda mais fortalecida no Brasil, onde a direita já conta com elevada representatividade na Câmara dos Deputados, tendo o PL como o partido com maior bancada.
Portanto, para seguir no comando do Palácio do Planalto e garantir um presidencialismo de coalizão eficaz para a governabilidade, a esquerda brasileira precisará passar por uma autocrítica breve e assertiva.
* João Vilas Boas é bacharel em CiênciaPolítica, pós-graduado em Gestão Pública e graduando em Direito e Assessor Parlamentar.
Quem são os evangélicos brancos, os ‘lindos cristãos’ que impulsionaram vitória de Donald Trump
Eleição nos Estados Unidos |
O casal aparece na Bíblia como modelo anticristão, farto em idolatria, fraqueza e crueldade. Jezabel, a pior dos dois, morreria tal qual preconizado pelo profeta Elias, com seu cadáver devorado por cachorros.
Não é difícil inferir de quem Stock estava falando. O líder com defeitos seria o republicano Donald Trump, com acusações judiciais que incluem pagar para silenciar uma estrela pornô com quem teve um caso extraconjugal. Já a democrata Kamala Harris encarnaria a Jezabel do século 21, alguém que poria em risco valores caros ao conservador americano, como aborto e casamento homoafetivo.
Kamala perdeu, Trump ganhou, e o resto é história para um bloco eleitoral que se alinha ao empresário por três pleitos consecutivos. São os chamados evangélicos brancos. Stock e sua Life Center fazem parte desse grupo, que mostra um engajamento eleitoral maior do que a média. Isso é ouro num país onde o voto não é obrigatório, e vencer uma eleição passa também por convencer alguém a sair de casa para votar.
Segundo o Public Religion Research Institute, esse quinhão evangélico não chega a 15% da população, mas pode representar um em cada quatro eleitores. Cerca de 80% dessa turma votam em Trump.
Raimundo César Barreto Jr., professor de cristianismo global no Seminário Teológico de Princeton, lembra que a divisão evangélica nos EUA não espelha a brasileira. Na América Latina, o termo evangélico é tomado como sinônimo de protestante. Na terra de Trump, o evangelicalismo é entendido como um ramo do movimento religioso iniciado em 1517 com a Reforma Protestante.
As igrejas brancas operam numa frequência própria dentro do grupo, predispostas “às questões raciais [pró-branco] e patriarcais, a ideia de uma família tradicional com o homem sendo chefe da família, com uma posição subalterna da mulher”, afirma Barreto Júnior.
O apoio a Trump em outros galhos protestantes, como denominações de maioria negra ou latina, é bem mais bambo, embora haja terreno para ser conquistado ali. “Entram questões que ultrapassam o debate racial. Ele é o ‘strongman’, o líder forte, macho, que tenta projetar o domínio dessa masculinidade que tem apelo para homens negros, hispânicos e brancos nos EUA.”
O republicano não desperdiçou oportunidades para tonificar laços
afetivos com a direita cristã. Em julho, convocou seus “lindos cristãos”
a saírem para votar “só desta vez”. “Quer saber? Mais quatro anos e
tudo será resolvido, tudo ficará bem. Vocês não terão mais que votar,
meus lindos cristãos”, disse sem explicar o que quis dizer com não haver
mais necessidade de ir às urnas no futuro. A fala foi mal digerida por
quem o vê como uma ameaça à democracia, sobretudo após seus entusiastas
liderarem o atentado golpista do 6 de janeiro de 2021.
Em “The Kingdom, the Power and the Glory” (o reino, o poder e a glória),
Tim Alberta, um jornalista que cresceu em um lar evangélico, analisa a
aliança entre esses religiosos e o trumpismo. Cita o incômodo de
pastores com o “conservadorismo sem dentes”, sem coragem de partir para
cima, e o pendor para abraçar fake news como um culto satânico democrata
que canibaliza crianças.
Alberta também fala num medo difuso que contamina muitos desses evangélicos, como se sua identidade religiosa estivesse a perigo num país cada vez mais plural e secularizado.
Em 2017, primeiro ano de Trump na Presidência, americanos responderam ao Public Religion Research Institute sobre qual religião enfrentava mais discriminação. “O público em geral era duas vezes mais propenso a mencionar muçulmanos”, diz o autor. “Apenas um grupo discordou dessa visão: os evangélicos brancos.” Cristãos, para esses dissidentes, eram o alvo mais visado.
Um pastor ex-trumpista lhe soprou então a reflexão: “Quando uma pessoa se convence de que está sitiada, que os inimigos estão vindo atrás dela e querem destruir seu modo de vida, o que a impedirá de se radicalizar?”.
O presidente eleito alimenta essa atmosfera de pânico. Em 2023, chegou a propor uma força-tarefa para combater a “perseguição contra cristãos na América”.
Trump, um presbiteriano que nunca deu sinais de praticar intensamente sua fé, ganhou pontos ao indicar juízes benquistos pela direita religiosa na Suprema Corte americana. Só assim para Roe vs. Wade, decisão de 1973 que garantia o direito constitucional ao aborto, cair dois anos atrás. Espera-se que mais coelhos saiam dessa cartola conservadora.
Também soube explorar o atentado que por pouco não lhe custou a vida, em julho. Passou a dizer que Deus o poupou por um motivo. A narrativa do “escolhido” deu certo.
Democratas saem em desvantagem nesse eleitorado porque, em geral, “sentem-se desconfortáveis ao falar sobre questões de fé”, afirma o historiador da religião Randall Balmer, da Dartmouth College. “Kamala discorreu sobre sua educação multirreligiosa, e Tim Walz [seu vice], sobre a filiação luterana, mas não fez muita diferença. O abismo religioso entre os dois partidos é real.”
Balmer diz se perguntar como pode “uma direita cristã que se vangloria de defender valores familiares” endossar “um predador sexual confesso, casado três vezes, alguém que não consegue nem fingir alfabetização religiosa”.
“A melhor explicação que posso oferecer é que os evangélicos brancos veem essa relação como transacional: apoiarão Trump, que por sua vez lhes dará o que querem em termos de nomeações de novos juízes.” As batalhas no Judiciário, afinal, são cruciais para fazer valer a agenda conservadora.
Já há inclusive quem proponha uma adaptação do MAGA (Make America Great Again). O slogan trumpista por excelência viraria MACA: Make America Christian Again. Faça a América ser cristã de novo.
Reforma de Jerônimo deve ativar disputa entre Wagner e Rui no governo, por Raul Monteiro*
Ajustes no governo, com troca ou realocação de quadros, sobretudo após eleições ou em meados de mandato, são comuns e até esperados. Ainda mais quando o gestor começa a enfrentar os primeiros sinais de desgaste e passam a pipocar aqui e ali críticas à coordenação política e ao estilo de gestão, além de crescerem as cobranças sobre o desempenho da administração e a apresentação de resultados, como claramente parece ser o caso. Com a experiência acumulada nestes dois anos como governador, Jerônimo já deve ter percebido que alguma mudança é esperada pela sociedade e as forças políticas que o apoiam.
Em condições normais, ele deveria ficar atento ao movimento dos partidos cuja coalizão lidera, especialmente sobre a fisionomia com que saíram das eleições municipais, porque certamente terá consequência sobre a sucessão estadual da qual ele deve ser a principal figura, assim como à performance dos quadros que indicaram à administração, conduzindo a partir daí suas avaliações para a tomada de decisões, das quais não devem faltar certamente suas preferências pessoais e a linha de afinidade que deseja para a própria equipe. Mas isso não será suficiente no caso de Jerônimo.
Se já não se disfarçam as pequenas escaramuças entre os chamados times de Wagner e Rui no curso da atual gestão, exigindo do governador jogo de cintura para contornar os elementos que levam a confrontos e evitar conflitos que paralisem o governo, os dois líderes deverão se enfrentar claramente no processo de ocupação de espaços na reforma, o que pode colocar em xeque os planos mais pessoais do gestor para os próximos dois anos de governo. Hoje, é nítido o predomínio da influência de Wagner sobre a administração, em detrimento das forças ligadas ao ministro chefe da Casa Civil.
Não poderia ser diferente. Wagner correu na frente para assumir o controle do PT quando percebeu que, empoderado pela popularidade, o sucessor poderia sair do controle e, aproveitando-se da habilidade pessoal em contraposição a dificuldades de Rui na área, praticamente assumiu o controle político do governo, deixando ao ex-governador funções que estão longe de exercer a mesma influência sobre Jerônimo que possui hoje. Daí porque uma disputa entre os dois não está descartada, tem potencial explosivo e terá que ser administrada pelo governador em qualquer mudança que pretenda no secretariado.
*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.
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