Sabotagem, divergências, idas e vindas: a novela do pacote de ajuste fiscal

Era uma noite no fim de junho quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), num jantar na casa do ministro Fernando Haddad (Fazenda), foi aconselhado por economistas a moderar suas recorrentes críticas ao mercado, após uma disparada do dólar.

Haddad já tinha pedido para sua equipe alguns estudos sobre corte de gastos. Mas o jantar marcou um momento de virada. Após o encontro, as discussões começaram a esquentar no governo e poucos dias depois Lula deu o sinal verde para um corte de R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias.

O anúncio não foi suficiente para aplacar as incertezas. Um pacote de medidas mais amplo começou a ser formulado. A estratégia foi manter a máxima discrição sobre o plano. Segundo relatos ouvidos pela Folha, Haddad acreditava que, ao segurar informações, poderia evitar a desidratação do conjunto de medidas.

Foi somente a partir de outubro que a discussão ganhou tração. No dia 29 daquele mês, Lula reuniu seus homens de confiança no Palácio da Alvorada, incluindo Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central. Ao longo do processo, o atual diretor do BC atuou como interlocutor ativo, tentando mostrar que havia uma antecipação de risco fiscal em relação ao futuro.

Naquele encontro, não passou despercebida a ausência de Simone Tebet (Planejamento). Os primeiros desdobramentos da reunião levaram o ministro Luiz Marinho (Trabalho) a ameaçar pedir demissão, caso alguma decisão que envolvesse sua pasta fosse tomada sem seu conhecimento.

No dia 6 de novembro, em mais uma reunião a portas fechadas, a tensão entre Marinho e Haddad escalou, e as divergências foram expostas aos olhos de Lula. Publicamente, o ministro da Fazenda dizia que faltavam apenas “dois detalhes” que precisavam ser alvo de uma “arbitragem simples” do presidente, mas um desfecho estava longe de se concretizar.

Enquanto Haddad alimentava as expectativas de um anúncio próximo, gerando estresse nos preços dos ativos financeiros, Lula não demonstrava pressa. Em um novo encontro no Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo decidiu que qualquer anúncio só ocorreria depois da cúpula do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro. A ideia era não ofuscar o evento, que reuniu líderes das principais economias do mundo no Rio de Janeiro.

Antes do embarque, o presidente também se encontrou com os ministros Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Carlos Lupi (Previdência). Interlocutores do governo relatam que Lula, sutilmente, pediu que eles cessassem as críticas públicas ao pacote.

Lupi chegara a dizer dias antes que não teria como ficar no governo se houvesse perda de direitos na Previdência. As discussões sobre o pente-fino nos benefícios sociais ganharam terreno a partir dali.

Na avaliação de auxiliares de Haddad, o anúncio do plano de ajuste fiscal foi prejudicado pela sabotagem de integrantes do próprio governo, que começaram a vazar informações. O clima era de caça às bruxas na Fazenda nos últimos meses. O secretário-executivo Dario Durigan centralizou as atividades e prometeu medidas severas contra vazamentos.

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, ficou encarregado de conversar com o mercado financeiro em São Paulo, em uma tentativa de diminuir os ruídos.

Na última segunda-feira (25), Lula bateu o martelo sobre o pacote e pediu ao ministro da Fazenda que fizesse um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão.

Coordenador da campanha de Lula à Presidência, o publicitário Sidônio Palmeira atuou não só na produção do discurso como também na concepção da mensagem.

Voto vencido, Haddad era contra a ideia de mesclar o anúncio do pacote à divulgação da proposta de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 mensais.

Pesou a opinião dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Esther Dweck (Gestão), Paulo Pimenta (Secom), além de Marinho, Sidônio e da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), que defendiam que também fosse feito no anúncio um aceno à base petista.

O vazamento do pronunciamento às vésperas de sua veiculação aumentou a tensão na reta final do processo, e a notícia relativa à reforma da renda gerou repercussão negativa.

Nesta sexta (29), após um anúncio mal recebido por analistas de mercado, o dólar fechou em R$ 6 pela primeira vez, renovando o recorde histórico de valor nominal. O governo tenta agora contornar o estrago, e os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), entraram na ofensiva.

Em almoço com banqueiros, Haddad garantiu que a isenção de IR para quem ganha R$ 5.000 só será votada se houver neutralidade fiscal e admitiu a possibilidade de medidas corretivas.

Adriana Fernandes, Nathalia Garcia e Catia Seabra/Folhapress

Número anual de infecções por HIV no mundo chega a menor patamar desde 1990

Em 2023, o número de infecções por HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) no mundo foi o menor desde quando a situação epidemiológica da doença começou a ser acompanhada, em 1990, segundo dados da Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids).

Globalmente, foram notificados 1,3 milhão de novos casos de HIV no ano passado. Já em 1990, o número de infecções foi 2,5 milhões. O pico foi registrado em 1995, com 3,3 milhões novas infecções.

Divulgado nesta semana, devido ao Dia Mundial de Combate à Aids, neste domingo (1º), o relatório da Unaids destaca que o progresso nos serviços de prevenção e tratamento do HIV, aliado ao desenvolvimento de novas terapias, contribuiu para a redução contínua de novas infecções.

Além disso, iniciativas como programas de educação sexual, testagem e aconselhamento, campanhas de conscientização, distribuição de preservativos e tratamento da dependência química também desempenham um papel essencial na prevenção do HIV.

Na contramão da redução mundial, entre 2020 e 2022, o número de casos de infecção por HIV aumentou 17,2% no Brasil, com destaque para as regiões Norte (35,2%) e Nordeste (22,9%), de acordo com o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde em 2023.

Diretora da Unaids no Brasil, Andrea Boccardi Vidarte destaca, porém, que no início da epidemia, há 40 anos, o Brasil liderou a resposta ao HIV e segue como uma referência global. “Temos o Sistema Único de Saúde [SUS] que disponibiliza preservativos, testagem, exame de carga viral e medicamentos antirretrovirais à população de forma gratuita. Na América Latina, o Brasil é o único país que distribui Prep [profilaxia pré-exposição] de forma gratuita”, diz.

Os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde apontam 20.237 novos casos registrados no Brasil no primeiro semestre de 2023. No entanto, esse número pode estar defasado. A pasta deve divulgar os dados consolidados no início deste mês.

Em 2022, foram notificados 43.403 novos casos no país e 10.994 óbitos tendo o HIV ou Aids como causa. Segundo o infectologista Alexandre Naime, coordenador científico da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), o número de 2023 deve ser igual ou superior ao de 2022, considerando os registros do primeiro semestre do ano passado.

A população com HIV precisa fazer o acompanhamento da infecção de forma vitalícia para prevenir o desenvolvimento da Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), que é a fase mais avançada do vírus, quando o corpo não consegue mais se defender das doença.

A eliminação da Aids como uma questão de saúde pública até 2030 é uma das metas do programa Brasil Saudável, iniciativa do governo federal que busca eliminar ou reduzir o impacto de 14 doenças e infecções que afetam, de maneira mais grave, as populações em maior vulnerabilidade social.

De 2007 a junho de 2023, o Brasil registrou 489.594 casos de HIV. Em 2012, a população mais afetada pela doença tinha entre 30 e 44 anos. Em 2022, aumentou o número de infecções de pessoas de 20 a 29 anos.

Alguns grupos sociais permanecem mais vulneráveis à doença. Esses grupos incluem: jovens mulheres; homens gays e outros homens que fazem sexo com homens; profissionais do sexo; pessoas que usam drogas injetáveis; pessoas trans; e pessoas privadas de liberdade.

O infectologista argumenta que o problema principal do aumento da transmissão do HIV entre as populações mais vulneráveis é o acesso à informação e às formas de prevenção. Para ele, a comunicação precisa ser feita por pares, não só com campanhas convencionais.

“Estudos científicos mostram que essas populações mais vulneráveis só absorvem e mudam o comportamento se forem dialogadas com pares. Então, por exemplo, não adianta eu tentar dialogar com uma mulher trans, que está marginalizada. O diálogo entre pares, com alguém igual ou parecido com ela, é muito mais efetivo em termos de prevenção.”

Jair Santos, diretor do Grupo Paravidda (Grupo para Valorização, Integração e Dignificação do Doente de Aids), no Pará, explica que o acesso ao tratamento do HIV é limitado para alguns grupos vulneráveis devido a uma combinação de fatores. O estigma e a discriminação, por exemplo, afastam os pacientes do sistema de saúde.

“As populações mais vulneráveis não deixam de buscar ajuda pela sua condição, mas pela vulnerabilidade de acesso aos serviços”, explica.

O industriário Janailson Lobo Giron, 33, faz parte do grupo mais vulnerável ao HIV: é um homem cisgênero gay. Recebeu o diagnóstico da doença em 2015 e começou o tratamento em janeiro de 2017. Quatro meses depois, já não transmitia o vírus.

“Na época antes do diagnóstico, eu sabia que o principal método de prevenção era o preservativo, mas eu não vou negar que tinha uma vida mais contemporânea, para não falar louca, e acabava abusando mesmo. Era inconsequente”, conta.

Quando descobriu o HIV, o industriário lembra que o maior problema foi o preconceito. “Eu não tive muita dificuldade em alcançar o tratamento, porque estava em São Paulo. Minhas maiores dificuldades foram o estigma, o preconceito, principalmente por parte de membros da minha família.”

Prevenção e tratamento
A prevenção do HIV pode ser feita por diversos métodos eficazes. O uso de preservativos masculinos e femininos durante relações sexuais é a principal estratégia de proteção.

O SUS também oferece, além de preservativos gratuitos, dois comprimidos: a Prep (profilaxia pré-exposição), tomada por pessoas HIV negativas para prevenir a infecção, e a PEP (profilaxia pós-exposição), administrada após a possível exposição ao vírus.

O número de pessoas que fazem uso da Prep dobrou no país em quase dois anos, batendo um recorde. Dados do Ministério da Saúde atualizados até setembro mostram que há 104 mil pessoas cadastradas para receber o tratamento no SUS.

A adesão ao tratamento antirretroviral para pessoas que vivem com HIV também é importante, porque o paciente fica com uma carga viral indetectável, tornando a doença indetectável e intransmissível.

“Os medicamentos para HIV [antirretrovirais], no geral, impedem a replicação dos vírus nas células do organismo, porque o objetivo é reduzir a quantidade de vírus no sangue”, explica Michelle Menezes, farmacêutica clínica do Hospital Universitário de Sergipe.

Laiz Menezes/Folhapress

Dólar a R$ 6 pós-pacote de Haddad atiça a inflação, que ganha força no atacado

Fernando Haddad comanda o Ministério da Fazenda

A frustração do mercado financeiro com as medidas anunciadas na quinta (28) para minimizar a atual crise fiscal levou o dólar a R$ 6 e agravou um quadro que já preocupava: o forte impacto que a moeda norte-americana vem tendo na inflação no atacado, que eventualmente chegará aos consumidores, e nas expectativas futuras de novos aumentos de preços.

Acompanhando de perto a valorização do dólar em 2024, de 22%, o IPA (Índice de Preços por Atacado) calculado pela FGV inverteu completamente a tendência neste ano. De uma deflação de 6,31% em janeiro, a taxa atingiu 6,32% positivos em outubro. Isto antes disparada do dólar em novembro, com alta de 5% no mês.

Entre os itens com as maiores elevações constam vários impactados diretamente pela moeda dos EUA, como commodities agrícolas (soja e milho, por exemplo) e metálicas cotadas no mercado internacional, além de matérias-primas para o agro (como fertilizantes).

A alimentação em geral no IPA saiu de uma deflação de 1,35% em janeiro para alta de 9,53% em outubro. Embora o aumento também tenha sido impulsionado por eventos climáticos que impactaram recentemente as carnes, a variação de preços de matérias-primas para o agro disparou. Saiu de -14,25% em janeiro para 16,48% em outubro.

Os chamados bens finais (prontos para o consumo, de eletrônicos a produtos de limpeza) também partiram de uma pequena deflação no atacado em janeiro para uma alta de 5,58% em outubro, pressionados por materiais mais caros, muitos deles indexados ao dólar.

“Tivemos uma valorização forte do dólar e isso tem impacto, sem dúvida nenhuma. Numa situação de economia e emprego aquecidos como a atual, o mercado consegue repassar aos preços esse maior custo cambial”, diz Guilherme Moreira, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe).

Quando a demanda não é tão forte, preços no atacado não necessariamente chegam aos consumidores porque fornecedores e compradores acabam estreitando margens de lucro para vender e comprar. Mas quando o mercado sanciona preços maiores, os repasses acontecem.

Neste ano, a economia caminha para crescer cerca de 3,5% e o desemprego em outubro caiu a 6,2%, menor taxa da série do IBGE. Na contramão, o real foi a moeda que mais se desvalorizou entre os 23 emergentes no índice Morgan Stanley Capital International (MSCI). Em média, juntas elas perderam 0,31% do valor em relação ao dólar —ante os -22% do real.

“A dúvida é se o dólar volta a cair. Pelo que temos visto, o mercado acredita que não vai ter devolução dessa valorização. Ao menos uma boa parte fica, o que possibilita um espalhamento maior da inflação para outras áreas.”

Moreira afirma que o impacto cambial já afeta, por exemplo, alimentos industrializados, dependentes de produtos químicos e metálicos para embalagens. “Nos alimentos in natura, se algo sobe um mês por questão climática, pode ser revertido adiante. Mas quando isso chega aos industrializados pelo câmbio, a coisa vai ficando séria”, diz.

O grupo alimentação tem peso equivalente a 25% do índice da Fipe, o maior individualmente. “Cinema as pessoas cortam, mas não dá para parar de comer. Aí, os pobres acabam mais afetados.”

André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV Ibre, pondera que, até outubro, os principais núcleos de inflação —não os do atacado, e que excluem preços com maior volatilidade— têm variações acumuladas em 12 meses entre 3,46% e 4,15%.

Para comparar, os núcleos estão próximos da meta do Banco Central, de 3% em 2024, com margem até 4,5%. Mas a meta não leva em conta núcleos, mas a inflação geral medida pelo IPCA. Em 12 meses, o IPCA-15, prévia da inflação de novembro, subiu 4,77% —acima da meta.

“Temos um mercado de trabalho aquecido, que mantém alta a inflação de serviços [5% em 12 meses] e um pessimismo maior em relação ao futuro, com gatilhos inflacionários cada vez mais frequentes”, diz Braz. Entre eles, além da escalada do dólar, há a recorrência de crises climáticas que podem afetar preços de alimentos.

Economistas defendem que a política fiscal seja mais restritiva para ajudar o Banco Central a controlar a inflação com doses menores de juros. Mas o que se viu no dia do lançamento do pacote pelo governo foi o aumento do pessimismo.

Para José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, o problema com o dólar em alta é que ele não se limita a atiçar a inflação presente, mas impacta nas expectativas futuras. “As pessoas olham para isso e sabem que haverá pressão sobre os preços, e as expectativas de inflação estão se descolando muito rápido da meta do Banco Central.”

Em sua opinião, para além da alta do dólar, esse descolamento tem a ver com “a credibilidade do Banco Central”. “Haverá mudança de comando no fim do ano, com a entrada do [Gabriel] Galípolo [indicado por Lula]. Ele vai estancar essa perda de credibilidade com um choque maior de juros ou vai deixar a coisa correr? Isso está na cabeça de todo mundo”, afirma.

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, afirma que a valorização do dólar ao longo de 2024 ocorreu em grande medida devido à desconfiança do mercado na capacidade do governo de ajustar suas contas e de controlar o aumento da relação entre a dívida bruta e o PIB.

“Em menos de um ano, passamos de um dólar abaixo de R$ 5 para R$ 6. Isso ocorre porque não faz sentido, como se projeta, termos um aumento superior a 12 pontos na relação dívida/PIB em condições normais de uma economia, sem choques, como foi o caso da pandemia”, afirma.

A Instituição Fiscal Independente, órgão do Senado, projeta a relação dívida/PIB crescendo de 71,7% para para 84,1% ao longo do governo Lula 3.

Vale afirma que o dólar mais caro já é incorporado nas planilhas das empresas para 2025, o que leva a reajustes de preços. Para o economista, quanto mais tempo durar a crise fiscal, mais duras terão de ser as medidas deste governou ou do próximo, com impactos sociais também maiores.

Fernando Canzian/Folhapress

Trump ameaça tarifar Brics em 100% se tentarem substituir o dólar como moeda de referência

Em post na rede social Truth, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, mandou um recado para os países Brics. Disse que os EUA não ficarão parados diante da ideia dos Brics de tentar substituir o dólar.

“Exigimos compromisso desses países de que não criarão uma nova moeda Brics, nem apoiarão nenhuma outra moeda para substituir o poderoso dólar americano ou enfrentarão tarifas de 100% e devem esperar dizer adeus à venda para a maravilhosa economia dos EUA. Eles podem encontrar outro otário!”, escreveu Trump, ressaltando que “não há chance de que os Brics substituam o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tente deve dizer adeus à América”.

Amélia Alves/Estadão Conteúdo

China encontrou um dos maiores tesouros já vistos: um pedaço de ouro gigante avaliado em 83 bilhões de dólares

China encontrou um dos maiores tesouros já vistos: um pedaço de ouro gigante avaliado em 83 bilhões de dólares
A China não está se saindo nada mal na “corrida do ouro” do século 21, semelhante em termos à febre da mineração desencadeada na Califórnia em meados do século 19. Estamos nos referindo, é claro, às terras raras com as quais a nação parece ter sido “abençoada” e que agora estão indo para o Himalaia em busca do valioso recurso. No entanto, o ouro ainda está lá, e eles acabaram de se deparar com uma quantidade impressionante.
 

Um grupo de geólogos chineses descobriu um depósito de ouro supergigante no valor de 83 bilhões de dólares na província de Hunan, no campo de ouro de Wangu. Eles detectaram mais de 40 veios com 330 toneladas de ouro confirmadas a uma profundidade de 2 mil metros, e estimativas por meio de análise 3D sugerem que ainda mais poderia ser encontrado, até mil toneladas a 3 mil metros, representando um dos maiores depósitos conhecidos no planeta, se não o maior da história

A concentração de até 138 gramas de ouro por tonelada de minério excede significativamente a média global, tornando a descoberta, mais uma vez, uma das mais relevantes do mundo. Além disso, estudos preliminares indicam a existência de depósitos adicionais em áreas periféricas, o que poderia aumentar ainda mais (não sabemos o quanto) o potencial da região.

Embora o depósito seja vasto, apenas 10% dos depósitos de ouro do mundo são viáveis para mineração devido a fatores econômicos e geológicos. No entanto, a China, como o maior produtor de ouro do mundo, tem o conhecimento técnico necessário para enfrentar esse desafio.

Relevância geológica e impacto econômico

A abundância de ouro do país é atribuída à sua posição geológica única, localizada na interseção de várias placas tectônicas, o que gera atividade hidrotermal que concentra o ouro em veios. Além disso, a China também controla as operações de mineração na África, outra região rica em ouro devido à sua geologia exclusiva.

Embora a China seja líder mundial na produção de ouro, respondendo por 10% da oferta global, ela também consome três vezes mais do que produz, dependendo de importações de países como Austrália e África do Sul. Portanto, esse depósito poderia aliviar parcialmente essa dependência, embora cobrisse a demanda doméstica por apenas 1,4 ano. A propósito, o impacto econômico foi quase instantâneo, já que a avaliação de aproximadamente 83 bilhões de dólares gerou um aumento no preço do ouro, que atingiu cerca de 2.700 dólares por pedaço, um dos níveis mais altos já registrados.

Importância estratégica

Além de seu uso em joias e/ou sistemas monetários, o ouro é essencial, por exemplo, para a tecnologia avançada, como equipamentos de comunicação, computadores e até mesmo motores de aeronaves. A descoberta poderia fortalecer a estratégia da China de acumular ouro como uma medida contra a instabilidade global ou para reduzir sua dependência do dólar americano.

China encontrou um dos maiores tesouros já vistos: um pedaço de ouro gigante avaliado em 83 bilhões de dólares
Em suma, uma descoberta que enfatiza como a geologia do planeta, nesse caso com o ouro supergigante, continua moldando a dinâmica econômica e política global, vinculando os recursos naturais à geopolítica e às tensões e estratégias econômicas globais.

Até o momento, a humanidade extraiu cerca de 234.332 toneladas de ouro, que, quando derretido, formaria um cubo de apenas 22 metros de lado. Portanto, essa descoberta destaca não apenas a riqueza geológica da China, mas também a necessidade de estratégias sustentáveis para gerenciar esse recurso finito.

*Texto traduzido e adaptado do site parceiro Xataka.

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PM apreende drogas em Itabuna

Policiais militares do 15º BPM apreenderam drogas, na tarde de sexta-feira (29), na Rua Hércilia Teixeira, cidade de Itabuna.

Os policiais realizavam a Operação Garra de Arquimedes, quando foram acionados através de denúncia para verificar um suposto recebimento de carregamento de drogas. Ao chegarem no local indicado, constataram na parte subterrânea de um imóvel, três caixas contendo 60 kg de maconha, 26 munições cal .556, um carregador de fuzil e uma balança de precisão.

Nenhum suspeito foi localizado. Todo material apreendido foi apresentado à delegacia da cidade de Itabuna para registro da ocorrência.


Fone: (s): 15º BPM

Ipiaú: Equipe do Social divulga cronograma da entrega de cestas básicas de dezembro

A Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social anuncia o cronograma de entrega de cestas básicas para atender as famílias em situação de vulnerabilidade no município. A ação, parte do compromisso da gestão municipal com o bem-estar da população, contempla tanto a zona urbana quanto a rural.

Entrega na Zona Urbana

Na zona urbana, a distribuição ocorrerá no dia 8 de dezembro, domingo, das 8h às 12h, com pontos de entrega organizados em escolas para facilitar o acesso da população. Confira os locais:

    •    Escola Celestina: Famílias com iniciais de A a F
    •    Escola Pastor Paulo: de G a K
    •    Escola José Mendes: de L a Q
    •    Escola Adélia Matta: de R a Z

A Secretaria orienta os beneficiários a comparecerem nos locais indicados conforme suas iniciais, munidos de documento oficial de identificação.

Entrega na Zona Rural

Na zona rural, a entrega será feita entre os dias 3 e 5 de dezembro, abrangendo diversas comunidades.
O cronograma segue abaixo:

    •    Terça-feira, 3 de dezembro:
    •    BR-330
    •    Corcovado
    •    Ribeirão do Félix
    •    Bois
    •    Sapucaia
    •    Água Vermelha
    •    Dois Amigos

    •    Quarta-feira, 4 de dezembro:
    •    Gulosinho
    •    Cajueiro
    •    Braço Pequeno
    •    Tororó
    •    Tingui

    •    Quinta-feira, 5 de dezembro:
    •    Bom Sem Farinha
    •    Buri
    •    Passa com Jeito

As entregas em Córrego de Pedras ocorrerão especialmente no dia 09 de dezembro.

Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

Trabalhador desaparecido é encontrado dentro de cobra píton na Indonésia

O homem, que coletava seiva em uma plantação, não retornou para casa após o expediente, gerando preocupação entre os familiares
Um trabalhador rural de 30 anos, identificado como Peco, foi encontrado dentro de uma cobra píton de 7 metros em North Luwu, na Indonésia. O homem, que coletava seiva em uma plantação, não retornou para casa após o expediente, gerando preocupação entre os familiares.

O desaparecimento foi reportado por seu cunhado, que iniciou as buscas e acionou as autoridades. No dia seguinte, durante a procura, uma cobra píton foi localizada com o corpo visivelmente dilatado, levantando a suspeita de que o animal pudesse ter engolido o trabalhador.

Com a ajuda de moradores, a cobra foi abatida e aberta, confirmando que o corpo de Peco estava em seu interior. Segundo as autoridades locais, o trabalhador provavelmente foi atacado, imobilizado e sufocado pelo réptil antes de ser ingerido.

O corpo de Peco foi retirado e levado para uma funerária, onde passou por procedimentos de cremação. Ele deixa esposa e três filhos. O caso chamou atenção para a interação entre comunidades rurais e animais selvagens em áreas de floresta tropical na Indonésia.

por Notícias ao Minuto Brasil

Moraes libera Anderson Torres para ir ao velório da mãe

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, flexibilizou as medidas restritivas contra o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e permitiu que este compareça ao velório de sua mãe.

Amélia Gomes da Silva Torres tinha 70 anos e lutava contra um câncer incurável, e faleceu na madrugada desta sexta-feira (29).

No último dia 23, Moraes havia flexibilizado as medidas restritivas contra Anderson Torres, permitindo que ele se deslocasse de sua residência ao hospital e à casa de sua mãe, para visitá-la e cuidar dela.

Após o falecimento, Moraes liberou o Torres “pelo período estritamente necessário” para se deslocar ao Cemitério Campo da Esperança, para o velório e o sepultamento, que acontecem na tarde deste sábado (30), na Asa Sul, em Brasília.

“Ressalte-se o caráter provisório da presente decisão, que não dispensa o requerente do cumprimento das demais medidas cautelares a ele impostas”, diz Moraes, em sua decisão.

Ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Torres foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado.

Ele foi preso em janeiro de 2023 em razão de possível omissão envolvendo os ataques golpistas do 8 de janeiro. Então, era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF).

Também foi encontrada na casa dele uma minuta de teor golpista. Em depoimento no TSE, Torres negou o caráter golpista do documento, ao qual se referiu como “lixo, loucura e folclore”.

Em 11 de maio, a prisão preventiva de Torres foi revogada, e atualmente ele cumpre prisão domiciliar, precisa usar tornozeleira eletrônica, não pode deixar o DF, nem usar as redes sociais.

Ele também foi indicia em outro inquérito, por suspeita de uso da PRF sob Bolsonaro para barrar eleitores de votarem no então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

João Gabriel/Folhapress

Dário Meira: Atentado a tiros deixa dois mortos e um baleado no distrito de Planalto Íris

Um atentado a tiros deixou dois homens mortos e um baleado no final da madrugada deste sábado, 30, no distrito de Planalto Íris, município de Dário Meira. De acordo com as informações preliminares apuradas pelo GIRO, as vítimas estavam em uma residência na localidade conhecida como “Rua do Meio”, quando os criminosos armados invadiram o local e atiraram. 

Um morreu dentro do imóvel e outro na rua, em frente a casa. O sobrevivente foi levado socorrido ao hospital. Os nomes das vítimas ainda não foram informados. Populares informaram que dois deles estavam morando na casa há pouco tempo. A Polícia Militar isolou a área e acionou o DPT para realizara a perícia e remoção dos corpos. O crime será investigado pela Polícia Civil. (Giro Ipiaú)

Doze anos sem reajuste põem em risco a continuidade das cirurgias cardíacas

Patrimônio da Bahia, o Martagão Gesteira é um dos principais hospitais filantrópicos que dão suporte ao Sistema Único de Saúde (SUS). Somente em 2023, o Martagão foi responsável por 68% das cirurgias oncológicas em pacientes de 0 a 14 anos, no estado. Foi responsável também por 43% dos tratamentos oncológicos; por 42% das cirurgias cardíacas e por 21% das cirurgias neurológicas. Em média, por ano, o Hospital realiza mais de 500.000 atendimentos, em 27 especialidades médicas.

Assim como em outras instituições filantrópicas 100% SUS, todos os serviços ofertados à população pelo hospital são disponibilizados por meio de contratos ou credenciamentos com o poder público. No caso especificamente da cardiopediatria, que inclui cirurgias cardíacas e UTI cardiológica, um credenciamento feito com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), há desafios que o Martagão precisa superar: 12 anos sem reajuste e o evidente aumento de custos no país, especialmente na atividade hospitalar, põem em risco a continuidade do serviço. Está prevista a publicação de novo credenciamento na próxima semana, e o Martagão confia que haverá atualização dos valores a serem pagos, para deixá-los compatíveis com os custos efetivos das cirurgias cardíacas.

O Martagão continua empenhado na busca de soluções possíveis e perenes para evitar a interrupção de serviços, tão importantes para a população que mais necessita.

O Hospital ressalta, ainda, que tenta manter seu funcionamento pleno, reunindo todos os serviços no mesmo local e evitando, assim, o desmembramento da sua operação. Em razão de grandes esforços, os leitos de UTI ainda em funcionamento permanecerão abertos, com equipe própria. O risco existe para a continuidade da realização das cirurgias cardíacas.

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Grupos rivais disputaram processos com sentenças compradas no Tribunal da Bahia, diz investigação

Com o avanço da Operação Faroeste, que investiga a venda de decisões judiciais de Tribunal de Justiça da Bahia, a Polícia Federal (PF) descobriu que o esquema de negociação de sentenças era tão amplo que atendia grupos rivais em disputas fundiárias milionárias.

O ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relator de diferentes processos e inquéritos desmembrados a partir da investigação principal, afirmou o esquema é “grandioso e altamente complexo, contando com diversas organizações criminosas, que ora se enfrentavam, ora atuavam em conjunto”.

As informações estão registradas no voto do ministro, obtido pelo Estadão, que abriu caminho para a deflagração de uma ação penal contra a desembargadora Sandra Inês Moraes Rusciolelli Azevedo por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os ministros da Corte Especial do STJ acompanharam o posicionamento de Og Fernandes por unanimidade.

A investigação que levou à denúncia contra a desembargadora teve uma guinada a partir da delação do advogado Júlio César Cavalcanti Ferreira, que foi assessor do Tribunal de Justiça da Bahia. Ele próprio revelou que intermediou a venda de decisões para grupos distintos de produtores rurais que litigavam entre si. O Ministério Público Federal aponta o advogado como “fio condutor” das negociações.

A PF encontrou 2.255 arquivos de texto no computador do advogado. São minutas de decisões, despachos, relatórios e acórdãos referentes a mandados de segurança, agravos de instrumentos e apelações cíveis que teriam sido redigidos por ele para serem despachados por pelo menos seis desembargadores em troca de propinas.

O advogado foi o pivô do flagrante que é considerado pelos investigadores a “prova de fogo” contra Sandra Inês. Ele participou de uma ação controlada que envolveu a entrega de R$ 250 mil em dinheiro vivo ao filho da desembargadora, advogado Vasco Rusciolelli Azevedo, apontado como operador financeiro da mãe.

O inquérito tomou uma proporção tão grande que todos os investigados, agora réus no processo criminal, fecharam delação premiada antes de o STJ receber a denúncia, incluindo Sandra Inês, a primeira desembargadora do País a assinar um acordo de colaboração. Todos os depoimentos estão gravados.

A delação da desembargadora, no entanto, está sob ameaça. Og Fernandes rescindiu o acordo alegando que as cláusulas foram descumpridas. A defesa prepara um recurso.

Ao votar para abrir a ação contra a magistrada, Og Fernandes afirmou que “há farto material probatório” indicando a autoria e a materialidade da negociação de decisões e do recebimento de propinas.

“Os fatos narrados não indicam uma relação pontual de corrupção de agente público (desembargadora), mas ação coordenada de pessoas para integrar organização criminosa”, escreveu o ministro.

O Ministério Público Federal afirma na denúncia que Sandra Inês aceitou uma proposta de propina de R$ 4 milhões em troca de decisões favoráveis à Bom Jesus Agropecuária em pelo menos três processos. Ela teria recebido efetivamente R$ 2,4 milhões, entre 2018 e 2020.

Dois imóveis de luxo, em Salvador e na Praia do Forte, teriam sido comprados e reformados com o dinheiro de propina, segundo a investigação.

Documentos apreendidos com Júlio César foram periciados e demonstraram que o advogado redigiu decisões posteriormente proferidas pela desembargadora. A análise atestou que os arquivos têm os mesmos erros de ortografia e formatação idêntica.

A defesa da desembargadora, patrocinada pelos advogados Oberdan Costa, Maria Luiza Diniz e Samara de Oliveira Santos Léda, estuda o melhor caminho para recorrer da decisão que abriu a ação penal. Segundo a defesa, diversos questionamentos apresentados antes do julgamento não foram apreciados pelo STJ.

Rayssa Motta/Estadão Conteúdo

Estado mantem diálogo com Martagão Gesteira para garantir assistência pediátrica

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) reconhece a excelência no atendimento pediátrico oferecido pelo Hospital Martagão Gesteira, em Salvador, e mantém constante diálogo com a instituição para compreender os desafios de sua gestão.
 
Diante do indicativo da unidade de fechamento dos últimos leitos de UTI, a Sesab reitera o compromisso do Governo do Estado em garantir a assistência pediátrica de média e alta complexidade, com o Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana, e o Hospital Ana Nery, em Salvador, como referências estaduais. Ambas as unidades estão plenamente aptas a realizar cirurgias cardíacas pediátricas e oferecer cuidados intensivos.

Destacamos ainda que, somente em 2024, o Governo do Estado ampliou a rede pediátrica em Salvador, implantando 109 novos leitos, sendo 60 no Hospital 2 de Julho, dos quais 30 são de UTI Pediátrica e 30 de enfermaria pediátrica, além de 49 leitos de enfermaria pediátrica no Hospital Manoel Victorino, que recentemente alterou seu perfil assistencial para atender à demanda.

No que diz respeito ao apoio financeiro, desde janeiro de 2023, a Sesab realizou pagamentos superiores a R$ 74,4 milhões ao Hospital Martagão Gesteira, cobrindo serviços como transplantes, cirurgias eletivas, leitos de retaguarda e UTI. Em 2023, a secretaria reajustou em 25% o valor das diárias de UTI pediátrica e neonatal, reforçando seu compromisso com a sustentabilidade financeira da instituição.

Além disso, a Sesab disponibilizou equipamentos para a estruturação e ampliação de leitos no Martagão Gesteira. Ressaltamos também a atuação de parlamentares, que destinaram R$ 8,8 milhões em emendas nos anos de 2023 e 2024, com destaque para os esforços do senador Jaques Wagner, dos deputados federais Jorge Solla, Pastor Sargento Isidório, Paulo Magalhães, Lídice da Mata e Elmar Nascimento, além do deputado estadual Bobô.

A Sesab permanece atenta e empenhada em fortalecer a rede de saúde pediátrica no estado, garantindo o acesso e a continuidade do cuidado a todas as crianças que necessitam. Casos que demandam cuidados intensivos ou cirurgias cardíacas pediátricas continuarão sendo acolhidos nas unidades estaduais de referência.

Por fim, destacamos que o município de Salvador também possui contratos em vigor com o Hospital Martagão Gesteira, reforçando a cooperação interinstitucional para atender à população pediátrica.
 ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Bolsonaro tenta jogar trama golpista para Heleno e Braga Netto, e militares reagem

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) passou a trabalhar nos últimos dias com a tese do “golpe do golpe”, segundo a qual militares de alta patente usariam a trama golpista no fim de 2022 para derrubar o ex-presidente e assumir o poder —e não para mantê-lo no cargo.

A estratégia para livrar Bolsonaro do enredo golpista implica os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto como os principais beneficiados por uma eventual ruptura institucional.

Aliados dos dois militares afirmaram à Folha, sob reserva, que a divulgação dessa linha de defesa causou quebra de confiança. O movimento é visto como um oportunismo do ex-presidente na tentativa de livrar-se das acusações de que conhecia os planos golpistas.

A base para essa tese é um documento elaborado pelo general da reserva Mario Fernandes, um dos principais suspeitos de arquitetar a trama golpista revelada pela Polícia Federal. Esse texto previa a criação de um Gabinete Institucional de Gestão de Crise, comandado por militares, logo após o golpe de Estado.

As reações de militares se intensificaram nesta sexta-feira (29) após Paulo Amador da Cunha Bueno, um dos advogados de Bolsonaro, dizer em entrevista à GloboNews que o ex-presidente não se beneficiaria com um eventual golpe.

“Quem seria o grande beneficiado? Segundo o plano do general Mario Fernandes, seria uma junta que seria criada após a ação do ‘Plano Punhal Verde e Amarelo’, e nessa junta não estava incluído o presidente Bolsonaro”, disse Bueno.

O advogado voltou a dizer que Bolsonaro não tinha conhecimento do plano que definia estratégias para matar o presidente eleito Lula (PT), o vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

“Não tem o nome dele [Bolsonaro] lá, ele não seria beneficiado disso. Não é uma elucubração da minha parte. Isso está textualizado ali. Quem iria assumir o governo em dando certo esse plano terrível, que nem na Venezuela chegaria a acontecer, não seria o Bolsonaro, seria aquele grupo”, reforçou.

Em nota divulgada após o indiciamento, Braga Netto criticou a “tese fantasiosa e absurda de ‘golpe dentro do golpe’”.

“[O general] lembra, ainda, que durante o governo passado, foi um dos poucos, entre civis e militares, que manteve a lealdade ao presidente Bolsonaro até o final do governo, em dezembro de 2022, e a mantém até os dias atuais, por crença nos mesmos valores e princípios inegociáveis”, diz o texto assinado pela defesa do militar.

A Folha procurou a defesa de Bolsonaro, mas não recebeu resposta.

Apesar do desapontamento, interlocutores de Heleno e Braga Netto dizem que os militares responsabilizam mais os advogados do que o ex-presidente.

A minuta de criação do Gabinete Institucional de Gestão de Crise previa que o general Augusto Heleno seria o chefe do grupo. Braga Netto aparece como coordenador-geral, enquanto o general Mario Fernandes e o coronel Elcio Franco seriam assessores estratégicos.

O texto previa ainda outras estruturas no gabinete de crise, como as assessorias de comunicação social e de inteligência. Ao todo, seriam 18 militares no grupo, com maioria de integrantes da reserva do Exército.

Militares aliados de Braga Netto e Heleno destacaram que a linha de defesa mostra que o projeto político do ex-presidente foi colocado acima das amizades com os fardados que demonstraram lealdade durante o governo.

Ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Heleno tinha uma rotina que começava por volta das 5h. Ele fazia questão de receber, todos os dias, o então presidente na garagem do Palácio do Planalto para repassar as primeiras informações do dia.

Era uma das pessoas mais próximas de Bolsonaro, considerado seu principal conselheiro. Antes do fim do governo, era também um dos generais mais respeitados no Exército. Na história da Força, só ele e mais um militar ficaram em primeiro lugar nos três cursos de formação de oficiais.

Já Braga Netto foi ministro da Casa Civil e da Defesa na gestão Bolsonaro. Só deixou o governo para se filiar ao PL e compor, como vice, a chapa presidencial na campanha pela reeleição.

O general fazia parte do círculo mais íntimo de Bolsonaro. Foi ele quem levou o ex-presidente para reunião com o ex-comandante do Exército Villas Boas, no fim de 2022, para buscar conselhos.

Cézar Feitoza/Folhapress

Prefeitura de Ipiaú divulga programação de celebração dos 91 anos da cidade

No próximo dia 2 de dezembro, Ipiaú completará 91 anos de emancipação política, e a Prefeitura  organizou uma programação 
(https://www.instagram.com/p/DC-EJhIxaXB/?igsh=MXAyZjZmNG1xZWhzaw== )para celebrar esta importante data.

As comemorações terão início às 9h, com uma Abertura Solene acompanhada pela Fanfarra Municipal de Ipiaú (FAMUIP), um dos símbolos culturais da cidade. O evento acontecerá na praça principal, reunindo autoridades, moradores e visitantes para dar início às festividades.

Logo em seguida, às 9h30, será realizada uma Missa Solene na Igreja Matriz São Roque, convidando a população a refletir e agradecer pelas conquistas e avanços de Ipiaú ao longo de sua história.

Encerrando a manhã de celebrações, às 10h30, haverá uma apresentação especial do Coral das Crianças do PROJART, que promete emocionar os presentes com repertórios que destacam o talento das jovens vozes do município.

Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

Em nota, PSOL critica segurança pública na Bahia e cobra exoneração do comandante-geral da PM

Apesar de ter se aproximado do PT no segundo turno das eleições em Camaçari, em apoio ao prefeito eleito Luiz Caetano, a direção do PSOL na Bahia fez duras críticas ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) na área da segurança pública.

Uma nota aprovada nesta sexta-feira (29) pela Executiva Estadual da legenda chega a pedir a exoneração do comandante geral da Polícia Militar, coronel Paulo Coutinho.

“Exigimos a exoneração do Comandante da Polícia militar do Estado da Bahia. Comandante esse responsável direto pela atuação da força policial no Estado, pelos índices alarmantes das taxas de homicídios no Estado, do avanço do crime organizado no Estado da Bahia, pela inércia de atuação combate ao crime que se espalhou pelo Estado e se nada for feito, num momento não muito distante, o poder público terá perdido o controle total da segurança. Comandante esse que, mesmo sob a política de um mesmo grupo político, conseguiu apresentar dados piores do que o comandante anterior”, diz trecho da mensagem.

“Temos um comando da Polícia Militar que permanece atuando por suas articulações políticas e pelo uso excessivo da força policial pra combater o povo pobre, preto, e não o crime organizado. Um comando da Polícia Civil que se resume a inaugurações de unidades policiais e operações pirotécnicas. As cúpulas das instituições policiais usando os mesmos métodos nos últimos 18 anos: Porrada, bomba e bala!”, diz a nota.

O partido enfatiza que a política de segurança tem se limitado ao enfrentamento, se reduzindo a uma lógica perversa e pouco eficaz. O resultado é um estado onde a polícia é a que mais mata, de acordo com dados mais recentes do Atlas da Violência, e onde mais morre jovens assassinados.

“Além disso, a política de segurança ignora os direitos humanos fundamentais, como o direito à vida, à liberdade e à dignidade. A violência policial é uma constante, com casos de execuções, tortura e abusos contra os cidadãos. A impunidade é a regra, e a justiça, apenas para os ricos e poderosos.

Caso esta política não seja alterada, alerta o partido, o Estado caminha para o descontrole total da segurança na Bahia.

“É preciso reagir e agir, para não lamentarmos depois e nem deixarmos para efetuarmos mudanças num logo processo eleitoral um pouco mais adiante”, diz a nota, que cobra ainda a desmilitarização das escolas como passo importante para garantia do Estado Democrático de Direito sem a perspectiva autoritária e violenta”, acrescenta o documento.

O PSOL defende que a segurança pública na Bahia deve passar por uma transformação profunda, começando pela reforma do sistema prisional, com foco na ressocialização em vez da punição, e pela garantia dos direitos humanos, especialmente para os mais vulneráveis.

Além disso, é imprescindível implementar um novo modelo de formação para os profissionais da segurança, orientado por princípios de cidadania e respeito aos direitos humanos. Para combater o crime organizado de maneira eficiente, o partido propõe investimentos robustos em inteligência policial e a priorização de investigações qualificadas, integrando tecnologia e estratégias que atendam às reais demandas da população.

Política Livre

Lira aciona consultoria jurídica da Câmara para embasar uma eventual ação contra a PF

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL)
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), acionou a consultoria jurídica da Casa para subsidiar um possível processo por abuso de autoridade contra a Polícia Federal, após um delegado ter indiciado o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS).

O indiciamento foi decidido pelo delegado Marco Bontempo no último dia 13 de novembro. O motivo foram as críticas feitas pelo parlamentar em discursos da tribuna da Câmara a outro delegado da PF, Fábio Shor, responsável pela investigação contra Filipe Martins, ex-assessor da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Na última quarta-feira (27), Lira fez um pronunciamento em que criticou o indiciamento e lembrou que Van Hattem, como deputado, tem direito a imunidade parlamentar e não pode ser punido em razão de suas opiniões.

O Supremo Tribunal Federal também já reconheceu em mais uma ocasião que essa prerrogativa é absoluta.

“É um absurdo que a Polícia Federal mobilize uma estrutura para tentar me punir por uma opinião crítica, sendo que a jurisprudência do STF é clara de proteção às prerrogativas parlamentares”, diz Van Hattem.

Além disso, o deputado pretende questionar o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, sobre o tema, durante audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Câmara, na próxima terça-feira (3) –a PF é subordinada à pasta.

A investigação contra Martins vem sendo criticada por bolsonaristas em razão de inconsistências sobre uma suposta ida dele aos EUA no final do governo Jair Bolsonaro, em 2022.

A viagem foi usada para justificar a prisão do ex-assessor durante seis meses, porque haveria risco de fuga. Martins, no entanto, apresentou evidências de que não deixou o Brasil no período e foi solto pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Fábio Zanini/Folhapress.

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Brasileiro de 19 anos morre em combate na Guerra da Ucrânia

Tiago Nunes, brasileiro morto em combate na Ucrânia

Um brasileiro de 19 anos que atuava como voluntário pela Ucrânia na guerra contra a Rússia foi morto em combate. A informação foi confirmada pela Prefeitura de Rurópolis (PA), sua cidade natal.

Tiago Nunes, conhecido como Índio, morreu na quinta-feira (28) em circunstâncias não esclarecidas. Familiares e amigos se reúnem na noite desta sexta, em Rurópolis, para prestar homenagens.

Vitor Scalabrin, amigo de Tiago, disse à reportagem que ele foi para a Ucrânia porque sempre teve o sonho de servir ao Exército. “Ele era um ótimo filho. E fazia qualquer pessoa rir, independentemente de onde ele estava”.

Ainda segundo Scalabrin, não se sabe ao certo a localização do corpo. Ele disse que Tiago não contou aos familiares que pretendia viajar à Ucrânia. “A mãe só ficou sabendo quando ele já estava lá”, disse.

“Neste momento de profunda tristeza e dor, manifestamos aos familiares e amigos nossas mais sinceras condolências”, escreveu a prefeitura nas redes sociais.

Tiago não foi o primeiro brasileiro morto em combate na Ucrânia. Até a publicação deste texto, o Itamaraty não havia confirmado sua morte. No ano passado, a pasta confirmou o óbito de Antônio Hashitani, 25, estudante de medicina. Ele era voluntário em um grupo paramilitar que atuava na região de Bakhmut, palco de uma das mais sangrentas batalhas do conflito.

Antes, em 2022, o ministério já havia divulgado a morte de pelo menos outros dois brasileiros: do gaúcho André Hack Bahi, 43, que atuava como socorrista pela Legião Internacional de Defesa da Ucrânia, e de Douglas Búrigo, 40, que fora do Exército Brasileiro e morreu em Kharkiv, no leste do país invadido.

A morte de Tiago ocorreu num momento em que as forças russas registram avanços no leste ucraniano. Moscou também tem intensificado o uso de mísseis e drones contra o país vizinho antes da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos —o líder republicano, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, chegou a dizer na campanha que encerraria o conflito em 24 horas, embora sem explicar como.

Na semana passada o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, mencionou o risco de derrota se a gestão Trump cortar a ajuda destinada a Kiev. O republicano é crítico dos gastos militares americanos em outros países.

A Guerra da Ucrânia entrou em uma nova fase no último dia 19, quando Kiev lançou, pela primeira vez desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, mísseis de longo alcance dos EUA contra o território da Rússia.

O ataque ocorreu após Washington, principal aliado da Ucrânia, permitir o uso desse tipo de arma contra Moscou, cedendo a meses de insistência de Zelenski. O atual presidente americano, Joe Biden, autorizou a escalada dois meses antes de deixar o cargo, atraindo críticas da equipe de Trump, que alertou para o risco de uma “Terceira Guerra Mundial”.

Renan Marra/Folhapress

EJA Profissionalizante na Praça: evento destaca sucesso dos cursos técnicos com apresentações práticas em Ipiaú

Em frente à Câmara dos Vereadores, a praça Alberto Pinto se recheou de talentos e aprendizagens durante o evento da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Profissionalizante, promovido pela Prefeitura de Ipiaú, por meio da Secretaria de Educação. A iniciativa trouxe ao público apresentações práticas dos cursos profissionalizantes oferecidos aos alunos da modalidade do município.
O evento contou com exposições de peças de roupas da moda praia e moda íntima, criadas pelos alunos do curso de Corte e Costura Sob Medida. Na área gastronômica, os participantes puderam apreciar deliciosas criações dos cursos de Salgados e Cozinheiro Industrial. Também foram apresentadas as habilidades adquiridas nos cursos de Manutenção e Mecânica de Motocicletas, Refrigeração e Climatização, Eletricista Residencial, Sistemas Fotovoltaicos e Manutenção de Máquinas Industriais.
Ao todo, os alunos das escolas municipais que ofertam a EJA – incluindo Agostinho Pinheiro, Leovícia Andrade, Florentino Pinheiro, Celestina Bittencourt, Adélia Matta, Pastor Paulo, Ângelo Jaqueira, Raulina Rodrigues (Córrego de Pedras) e Euclides Neto (Fazenda do Povo) – participaram do evento, exibindo o aprendizado adquirido ao longo do ano.
A prefeita Maria das Graças destacou a importância do programa para o futuro dos alunos e o impacto na comunidade: "Estamos transformando vidas por meio da educação e capacitação profissional. É uma grande alegria ver o comprometimento dos nossos alunos e a qualidade dos cursos oferecidos através desse projeto que conquistamos para Ipiaú. Nosso objetivo é abrir portas para um futuro melhor a todos os ipiauenses."

A secretária de Educação, Erlândia Souza, também reforçou o compromisso da gestão com a educação e os resultados dao projeto: "Cada curso oferecido é pensado para atender às demandas do mercado de trabalho e às necessidades da nossa comunidade. Esse evento mostra o quanto nossos alunos estão se dedicando e evoluindo."

Todos os alunos concluintes terão direito ao certificado emitido pelo SENAI, garantindo reconhecimento para ingresso no mercado de trabalho. Além disso, o evento marcou o encerramento de mais um ciclo da EJA Profissionalizante, que traz novos cursos a cada ano.

As matrículas para a modalidade EJA em Ipiaú serão abertas em janeiro. Os interessados deverão se dirigir a uma das escolas participantes para realizar sua matrícula. Informações detalhadas serão divulgadas pela Prefeitura em momento oportuno.

Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú a Castro

Governador diz que quem for candidato em 2026 não terá espaço entre os indicados para a reforma administrativa

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) revelou nesta sexta (29) que quem for candidato a deputado em 2026 não terá espaço na gestão na reforma administrativa que pretende anunciar até o início de 2025. Ele explicou, no entanto, que a regra não vale para quem já ocupa cargos atualmente.

“Todos os partidos estão colocando na minha mesa (as reivindicações). Vamos analisar. Eu não tenho pressa. E quem for candidato em 2026 não vai poder ser secretário, para eu não ter que trocar depois de novo”, declarou Jerônimo em coletiva de imprensa no evento do MDB com prefeitos eleitos da legenda, em Salvador.

Caso a regra adotada pelo governador valesse para quem já ocupa cargos, a secretária estadual de Infraestrutura e Saneamento Hídrico, Larissa Moraes, uma das apostas do MDB para ser candidata a deputada estadual, teria, em tese, que deixar a pasta ou desistir do projeto eleitoral.

Política Livre
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