Silêncio da direita sobre trama golpista remete a alerta para retrocesso democrático
Também foi pouco comentada por esse campo político a revelação de que um grupo de militares, segundo a investigação, planejou o assassinato do presidente Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes (STF).
Já se esperava que aliados de primeira hora de Bolsonaro tentassem descredibilizar as conclusões da investigação. Mas a maioria das figuras de direita que não têm uma ligação umbilical com o bolsonarismo também escolheu permanecer em silêncio.
Outros buscaram minimizar as revelações, ressaltando a resiliência das instituições e da democracia brasileira. A PF concluiu, porém, que o golpe não foi à frente apenas porque o Alto Comando das Forças Armadas se negou a abraçar a tentativa tenha isso ocorrido por convicção democrática ou por falta de condições de sustentar um governo autoritário sem apoio internacional ou popular.
A fraca reação de uma direita não intrinsecamente associada a alas radicais liga um alerta, já que cientistas políticos falam há décadas sobre a importância do rechaço das elites políticas a iniciativas autoritárias.
O entendimento predominante é o de que, sem o apoio dos moderados, setores extremistas têm menos chances de serem bem-sucedidos. Ou seja, a veemente condenação de atos autoritários por partidos e figuras políticas é um fator de proteção contra o retrocesso democrático.
Não é a primeira vez que grupos da política tradicional silenciam ou mesmo fazem coro diante de falas ou comportamentos antidemocráticos do ex-presidente. Nos últimos meses, havia ganhado corpo no Congresso a discussão sobre anistia aos manifestantes golpistas do 8 de janeiro.
Durante a Presidência, discursos autoritários de Bolsonaro foram muitas vezes aplaudidos por setores econômicos importantes.
Foi o que aconteceu, por exemplo, em junho de 2022, quando empresários
ovacionaram o ex-presidente durante almoço na Associação Comercial do
Rio de Janeiro, no qual Bolsonaro disse que não cumpriria ordens do
Supremo.
No livro “Pessoas Comuns em Tempos Extraordinários: a Cidadania e o Colapso da Democracia”, de 2003, a cientista política Nancy Bermeo, professora na Universidade Oxford (Reino Unido), desenvolve o conceito de “capacidade de distanciamento”.
Bermeo defende que um dos fatores de proteção contra o autoritarismo é a disposição da elite política de se distanciar e condenar atos de violência, mesmo que eles tenham sido perpetrados por aliados, assim priorizando a democracia.
Em “O Colapso dos Regimes Democráticos”, de 1978, o aclamado cientista político Juan Linz escreveu sobre o papel dos políticos “semileais” no declínio da democracia. Ele os definiu como aqueles que estão dispostos a encorajar, tolerar, esconder ou justificar ações que ultrapassam os limites democráticos.
“Os partidos tornam-se suspeitos quando, com base em afinidade ideológica, concordância com alguns objetivos ou políticas específicas, fazem uma distinção entre meios e fins. Eles rejeitam os meios como indignos e extremos, mas os desculpam e não os denunciam publicamente por concordarem com os objetivos perseguidos.”
Linz escreveu ainda que a violência política, os assassinatos, as conspirações e os golpes militares malsucedidos são testes para identificar os semileais.
O conceito de Linz foi recuperado pelos cientistas políticos Steven Levitsky e Daniel Zibblat em “Como Salvar a Democracia”. Eles responsabilizam os Republicanos que apoiaram Donald Trump a despeito de suas manifestações antidemocráticas, abrindo caminho para a invasão do Capitólio ao não reconhecerem prontamente sua derrota em 2020.
No prefácio da edição brasileira, os autores argumentaram que as instituições e os políticos lidaram melhor com a crise no Brasil, rechaçando com firmeza a ameaça democrática.
À época já havia contrapontos a esse entendimento, mas agora eles se acumulam.
Após a conclusão do inquérito da Polícia Federal, o ex-presidente Michel Temer (MDB), que chegou a aconselhar Bolsonaro durante crise institucional com o STF, afirmou que não vê riscos para a democracia e que não há clima para golpe.
Temer também minimizou a participação de militares no plano de
assassinato narrado pela PF, dizendo que apenas alguns se envolveram.
O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, escreveu nas redes sociais
que tem certeza da inocência de Bolsonaro, seu aliado, mas não comentou
as revelações.
Já o senador Sergio Moro (União Brasil), que largou a toga para virar ministro da Justiça do ex-presidente, com quem depois rompeu, disse que, sem a divulgação do relatório da PF, era “inviável qualquer juízo de valor”. Cinco dias depois que o conteúdo foi a público, ele ainda não havia se manifestado.
Questionado sobre o indiciamento de Bolsonaro, o governador de Goiás e presidenciável Ronaldo Caiado (União Brasil) afirmou: “E daí? A vida continua. Se eu fosse ficar preocupado com as pequenas coisas, eu não governaria”. Cláudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro, disse que não acredita em tentativa de golpe e que havia pessoas “fazendo baderna”.
Governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD) afirmou à Folha que “indiciamento não é sinônimo de condenação”. “É preciso aguardar até mesmo para que o trabalho de investigação não seja comprometido, e os acusados não sejam vítimas de qualquer juízo de valor precipitado.”
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), pupilo de Bolsonaro, sugeriu que a investigação “carece de provas”, mas não detalhou seus argumentos. Homem forte de sua gestão em São Paulo, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse que aguardaria a quebra do sigilo, mas que “esta página está virada”. “Que a gente possa identificar que não teve nada que pudesse contaminar a nossa democracia”, afirmou ele.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e os presidentes do Republicanos, Marcos Pereira, e do MDB, Baleia Rossi, não se manifestaram.
Após a divulgação da conclusão da PF de que havia um plano de assassinato em meio à trama golpista, o MDB publicou nas redes sociais que era “fundamental apoiar total rigor nas investigações sobre o suposto plano de morte do presidente e do vice-presidente da República e do ministro do STF”.
A assessoria de imprensa da sigla procurou a Folha após a publicação desta reportagem, afirmando que a manifestação foi publicada por determinação de Rossi e lida na reunião da Executiva Nacional como posicionamento oficial do MDB sobre o tema.
Na agenda do dia, Lula reúne Haddad e bancos públicos pela manhã e se encontra com BYD à tarde
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tem reunião com ministros e presidente de bancos públicos na manhã desta segunda-feira, 2. Às 9h30, ele recebe no Palácio do Planalto os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, das Micro e Pequenas Empresas, Márcio França, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
Também participam da reunião o secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello; o secretário especial de Análise Governamental da Casa Civil, Bruno Moretti; a presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros; o presidente BNDES, Aloizio Mercadante; o presidente da Caixa, Carlos Vieira; o diretor-presidente do Sebrae, Décio Lima; e o diretor-presidente da Empresa Gestora de Ativos S.A. (Emgea), Fernando Pimentel.
Às 15 horas, o presidente recebe a vice-presidente executiva da BYD e CEO da BYD nas Américas, Stella Li.
Os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e do Trabalho, Luiz Marinho, além do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa, participam do encontro com a fabricante chinesa de carros elétricos.
Lula também tem duas agendas individuais nesta segunda-feira. Às 11 horas, ele recebe o governador do Maranhão, Carlos Brandão. Às 16 horas, Lula tem nova reunião com Wellington Dias.
Geddel diz que prefeitos do MDB que decidirem ficar na oposição terão que sair do partido
O recado foi enviado ao prefeito eleito de Xique-Xique, Renan Braga (MDB), que, em entrevista ao Política Livre, descartou aderir ao governo do Estado neste momento (clique aqui para ler). Geddel publicou um comentário nas redes sociais com o print da notícia.
O ex-ministro escreveu que “2022 já passou”. “Em 2024, o partido vai sim cobrar a contrapartida de apoio dos seus filiados às decisões partidárias. Isso será feito sem brigas, ao menos é o que desejamos”, pontuou o emedebista. Segundo Geddel, aqueles que não concordarem com “o caminho que a legenda está trilhando”, devem deixar o MDB.
Renan é o sucessor do atual prefeito Reinaldo Braga Filho (MDB), que apoiou ACM Neto (União) em 2022 e é adversário do PT nos planos local estadual. Outros gestores emedebistas fizeram o mesmo, o que foi aceito pela cúpula partidária porque a legenda mudou de lado no mesmo ano do pleito.
Rebeldes tomam a 2ª maior cidade da Síria em ofensiva contra Assad
© Syrian Arab News Agency SANA |
Vídeos publicados nas redes sociais mostram dezenas de homens armados desfilando por Aleppo, que já havia sido tomada por rebeldes em 2016. Na época, eles acabaram expulsos pelo regime sírio após apoio da força aérea russa.
Segundo agências de notícias locais, os rebeldes impuseram um toque de recolher em Aleppo após tomarem o controle da cidade. Já a agência de notícias oficiais da Síria afirma que o exército do país se reagrupou na zonal rural do norte da cidade de Hama, ao sul de Aleppo.
“Os aviões de guerra conjuntos sírio-russos estão intensificando os ataques aéreos nos locais, quartéis-generais, depósitos de armas e munições dos terroristas, deixando dezenas de baixas e mortes entre os terroristas”, informou uma fonte militar síria à agência de notícias oficial do país, a Sana.
De acordo com a assessoria da Presidência da Síria, Assad afirmou que é capaz de eliminar os rebeldes com a ajuda dos seus aliados. “O terrorismo só entende a linguagem da força, e é a linguagem com a qual iremos quebrá-lo e eliminá-lo, independentemente dos seus apoiantes e patrocinadores. Eles não representam nem as pessoas nem as instituições, representam apenas as agências que os operam e os apoiam”, declarou.
De acordo com a organização não governamental (ONG) Observatório Sírio para os Direitos Humanos, a ofensiva rebelde contra o governo sírio começou na última quarta-feira (27) e estima-se que já causou a morte de mais de 300 pessoas. A organização relata ainda a fuga em massa de civis após a invasão de Aleppo.
Guerra santa
Entre os diversos grupos armados sírios que lutam contra o regime de Al-Saad, destaca-se o grupo islâmico fundamentalista Hayat Thrir al-Sham (HTS), que nasceu em 2011 como um grupo filiado à Al Qaeda do Iraque e com ideologia jihadista, ou seja, que defende uma “guerra santa” para instituir a Sharia, a lei islâmica. O regime de Assad, por outro lado, é secular, ou seja, separa o governo da religião.
A professora de pós-graduação em Relações Internacionais da PUC de Minas Gerais Rashmi Singh informou que o HTS surgiu no início da guerra civil síria como um braço da Al-Qaeda, tendo rompido com o grupo anos depois.
Para a especialista, a guerra no Líbano abriu uma oportunidade para a ofensiva contra o governo Assad, uma vez que o Hezbollah foi um dos principais aliados da Síria na luta contra esses grupos.
“O Hezbollah ficou enfraquecido depois que Israel entrou no Líbano. Vimos também ataques de Israel contra vários líderes militares iranianos na Síria. Isso forma uma grande parte da decisão dos grupos como Hayat para entrar de novo em uma luta pela cidade do Aleppo”, comentou.
Guerra proxy
A guerra civil que já matou cerca de 300 mil sírios e levou ao deslocamento de milhões de pessoas no país árabe é uma espécie de guerra proxy, ou seja, uma guerra por procuração que envolve as principais potências do planeta, segundo explicou o professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC paulista (UFABC) Mohammed Nadir.
Ele argumenta que os protestos conhecidos como Primavera Árabe, a partir de 2010, foram usados pelas potências ocidentais para apoiar grupos armados e jihadistas na luta contra governos não alinhados com o ocidente.
“Desde o início da guerra civil, as grandes potências estão a medir forças na Síria. Os Estados Unidos tentaram, com a Primavera Árabe, derrubar o regime de Assad, assim como fizeram com Gaddafi na Líbia. Foi uma grande oportunidade para mudar os regimes não amigos do ocidente e dos EUA”, lembrou Nadir, que é coordenador de estudos árabes da UFABC.
Mohammed Nadir destacou que a presidência de Barack Obama nos EUA apoiou os jihadistas contra Assad. Os grupos rebeldes também teriam recebido apoio da Turquia e das monarquias do Golfo, como Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos.
Para o especialista, a ofensiva atual também pode ser uma estratégia para atingir a Rússia.
“A tomada de Aleppo pode ser também uma estratégia de desgastar a Rússia, que tem interesse em manter sua base militar com acesso ao Mar Mediterrâneo, na Síria. A Rússia está ocupada com a guerra na Ucrânia e nós temos agora esse avanço dos jihadistas na Síria”, comentou.
Apesar da derrota de Assad que perdeu Aleppo, o professor de relações internacionais avalia que é muito difícil para os rebeldes manterem a posição que conquistaram. “A reconquista novamente do Aleppo vai ser muito sangrenta porque essa aliança jihadista dificilmente vai abrir mão da cidade”, finalizou Nadir.
Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil
Flamengo vence e tira Inter da briga pelo título brasileiro
Com 65 pontos, o Inter pode atingir, no máximo, 71 pontos nos próximos dois jogos que tem pela frente. O líder, Botafogo, soma 73 pontos. O Glorioso, inclusive, será o adversário dos gaúchos na quarta-feira (4), às 21h30 (horário de Brasília), no Beira-Rio, em Porto Alegre. Se tivesse ganhado neste domingo, o Colorado poderia reduzir, no confronto direto, a distância para o Alvinegro para somente dois pontos.
O Flamengo, por sua vez, foi a 66 pontos e reassumiu a terceira posição, superando o próprio Inter. O Rubro-Negro já não tinha mais chances de título, podendo finalizar a competição com, no máximo, 72 pontos, caso ganhe os dois últimos compromissos.
Os cariocas construíram a vantagem no primeiro tempo. Aos 28 minutos, o meia Nícolas de la Cruz cobrou escanteio pela esquerda e o zagueiro Léo Ortiz, de cabeça, mandou para as redes. Oito minutos depois, na sequência de uma cabeçada do atacante Gonzalo Plata, o lateral Alex Sandro ficou com a sobra na esquerda e tocou para Michael concluir. O próprio atacante anotou o terceiro aos 40, aproveitando cruzamento rasteiro do lateral Wesley, pela direita.
O Inter reagiu na segunda etapa. Aos nove minutos, Wesley recebeu do também atacante Enner Valencia da entrada da área, driblou De la Cruz e bateu, diminuindo a vantagem do Rubro-Negro. Aos 16, Valencia balançou as redes de cabeça, mas a arbitragem deu impedimento do equatoriano. Dois minutos depois, o lateral Alexandro Bernabei cruzou pela esquerda e Valencia, de novo pelo alto, completou para o gol, validado com auxílio do árbitro de vídeo (VAR). Apesar da pressão colorada, o placar não se alterou mais.
Tudo azul
Se o domingo foi ruim para o lado vermelho de Porto Alegre, a metade azul está respirando mais aliviada. Na Arena do Grêmio, os donos da casa derrotaram o São Paulo por 2 a 1 e praticamente se livraram de qualquer possibilidade de rebaixamento à Série B. Os gremistas não venciam há seis rodadas.
Os gaúchos foram a 44 pontos, assumindo a décima posição e abrindo seis pontos para o Criciúma, 17º colocado e equipe que abre a zona de rebaixamento (Z-4), mas que não tem mais como ultrapassar o Tricolor, pois atinjirá, no máximo, 11 vitórias (contra 12 do Imortal). O Red Bull Bragantino, que ocupa o 18º lugar, com 37 pontos, ainda joga neste domingo, às 18h30, diante do Cruzeiro, no Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista (SP). Se o Massa Bruta não ganhar, o Grêmio está 100% assegurado na Série A de 2025.
O São Paulo, em contrapartida, foi "beneficiado" pelo título do Botafogo na Libertadores e foi a campo garantido na fase de grupos da próxima edição do principal torneio do continente. O Tricolor paulista soma 59 pontos e não perde mais a sexta posição.
Dominante, o Grêmio conseguiu abrir o placar aos 35 minutos do primeiro tempo. O lateral João Pedro do atacante Yeferson Soteldo pela direita e ajeitou para o meia Franco Cristaldo chutar cruzado e abrir o marcador em Porto Alegre. Aos 45, o volante Matías Villasanti cruzou pela direita e o zagueiro Ruan, ao tentar anular os atacantes Martín Braithwaite e Alexander Aravena, acabou marcando contra.
Os visitantes retornaram melhor do intervalo, equilibrando as ações e descontando aos 18 minutos. O volante Luiz Gustavo aproveitou a sobra de um escanteio afastado pela defesa do Grêmio e chutou de primeira, da entrada da área, fazendo um golaço. O São Paulo pressionou atrás do empate, mas os gaúchos seguraram o resultado positivo.
Prefeita Maria das Graças homenageia Ipiaú pelos 91 anos de emancipação
Na mensagem, Maria expressou gratidão e alegria ao celebrar a data, enfatizando o compromisso de sua administração em promover o desenvolvimento e a qualidade de vida para a população, reforçando a importância de cada ipiauense no progresso do município.
A gestora também mencionou avanços em áreas estratégicas como educação, saúde, cultura, esporte, infraestrutura, agricultura e desenvolvimento econômico. “A marca desse trabalho é percebida no dia a dia dos ipiauenses”, afirmou, reconhecendo o esforço conjunto de sua equipe de governo e da comunidade para transformar Ipiaú na “cidade do desenvolvimento”.
Encerrando a homenagem, a prefeita renovou o compromisso com o futuro do município, chamando a população a se unir em prol de novos avanços. “Neste dia especial dos 91 anos, vamos juntos renovar o nosso compromisso de cuidar de Ipiaú e construir um futuro ainda mais promissor.”
A partir das 9h, a gestora marcará presença nos eventos da festividade do aniversário da cidade ( https://www.instagram.com/p/DC-EJhIxaXB/?img_index=1&igsh=N21lcjE2OTljYjBn), que acontecerá na praça Ruy Barbosa e a igreja Matriz São Roque.
Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú
: https://www.instagram.com/reel/DDEkVXXRlnk/?igsh=NWIxMW4xdXAxZ2g4e.
Reino Unido deporta mais de 600 brasileiros em voos secretos, diz jornal; Itamaraty nega
De acordo com a publicação britânica, do total de brasileiros
deportados, 109 eram crianças. O The Guardian destacou trata-se do maior
processo de deportação envolvendo cidadãos de uma mesma nacionalidade e
que, pela primeira vez crianças, foram deportadas em voos desse tipo.
O The Guardian obteve informações de que os voos ocorreram em 9 de
agosto (205 pessoas deportadas, incluindo 43 crianças); 23 de agosto
(206 pessoas, sendo 30 crianças); e 27 de setembro (218 pessoas,
incluindo 36 crianças).
Procurado, o Itamaraty afirmou que o “Reino Unido propôs organizar voos de retorno voluntário ao Brasil (…) para brasileiros inscritos no Programa de Retorno Voluntário (Voluntary Returns Service – VRS, em sua sigla em inglês)”.
“Importante esclarecer que não se trata de deportação, e sim de
decisão voluntária dos participantes de aderir à iniciativa britânica”,
informou o órgão por meio de nota.
Segundo o The Guardian, de fato, as deportações foram classificadas como
voluntárias pelo governo local e, provavelmente, incluíram brasileiros
que permaneceram no Reino Unido depois dos vencimento dos vistos. O
jornal apontou que o Ministério do Interior disponibiliza benefícios de
até 3 mil libras (cerca de R$ 23 mil) na forma de cartão pré-pagos, que
são habilitados quando a pessoa desembarca no seu país.
De acordo com o governo do Reino Unido, foram registrados 8.308 retornos forçados e voluntários no período de julho a setembro, o que representa um crescimento de 16% na comparação com o mesmo período do ano anterior, destacou o The Guardian na reportagem. Os retornos voluntários somaram 6.247, uma alta de 12%.
“O processo de retorno voluntário proposto pelo Reino Unido coaduna-se com os princípios da assistência consular brasileira que, em casos específicos, também financia a viagem de brasileiros em situações de desvalimento no exterior, além de contar com parceira de natureza semelhante com a Organização Internacional para Migrações (OIM)”, afirmou o Itamaraty na nota.
“O consentimento brasileiro ao programa baseia-se no requisito de que a participação dos nacionais é voluntária e poderá ser revisto, a qualquer tempo, caso esses termos sejam alterados”, acrescentou.
Moradores de Água Fria comemoram entrega de pavimentação, reforma de escola e novos investimentos em infraestrutura e saneamento básico
Foto: Joá Sousa/GOVBA |
Foto: Joá Sousa/GOVBA |
Foto: Joá Sousa/GOVBA |
Foto: Joá Sousa/GOVBA |
“MDB chegará a 2026 ainda mais unido”, diz ex-presidente do partido e prefeito eleito de Ibirataia
Ex-presidente do MDB da Bahia e prefeito eleito de Ibirataia, Alex Fufuca |
Lava Jato: Juíza torna réus Vaccari, Duque e mais 37 alvos no caso da Torre de Pituba brasil
O Estadão busca contato com a defesa dos investigados. O espaço está aberto para manifestações.
O caso nasceu da Operação Lava Jato e era conduzido pela 13ª Vara Federal de Curitiba. Depois, foi remetido para a Justiça Eleitoral de Brasília após o Supremo Tribunal Federal reconhecer a competência da mesma para analisar ações conexas a crimes eleitorais. Além disso, o processo foi atingido pela anulação das provas do acordo de leniência da Odebrecht, mas ainda assim permaneceu de pé.
O Ministério Público Federal ofereceu nova denúncia no processo, apontando que mesmo com a exclusão de inúmeras provas, a acusação ainda se mantinha de pé. No último dia 13, Suxberger considerou que “estão presentes os pressupostos processuais e as condições da ação para o recebimento da denúncia”.
“A justa causa reside na probabilidade do cometimento dos fatos atribuídos aos denunciados, que se sucederam em torno das obras de ampliação do Conjunto Torre de Pituba, destinada a abrigar a nova sede da Petrobrás em Salvador/BA. Nesse contexto, se verificou possível prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, gestão fraudulenta, desvio de recursos de instituição financeira e lavagem de dinheiro, no bojo de organização criminosa”, anotou a magistrada.
Segundo a juíza, há “indício de materialidade” dos crimes, considerando documentos e depoimentos colhidos ao longo do inquérito, seja com diligências em operações, com acordos de colaboração e no próprio curso da ação penal, enquanto tramitou perante a 13ª Vara Federal de Curitiba. O despacho foi publicado no último dia 18.
Histórias dos nomes de ruas e praças de Ipiaú: Realização Ponto de Cultura Adilson Duarte
O Ponto de Cultura Adilson Duarte da Associação Cultural Comunitária Radio Livre
A homenagem teve início no último dia 23 de novembro no aniversário de 26 anos da Radio Livre, em evento realizado na sede da radio livre no alto da subestação, com apresentações musicais de Caco Santana e Veronica Leite com músicas no estilo blues e jazz.
Na segunda feira dia 2 de dezembro, aniversario de emancipação política do município, a partir das 10:30 da manhã na Câmara de Vereadores, acontecera a apresentação do projeto sobre o projeto Nota Jazz e mesa de conversa com músicos sobre a música instrumental e a importância do festival nota jazz, com a presenças já confirmada de Caco Santana e Celso Rommel. O endereço no youtube para assistir a homenagem em forma documentário https://youtu.be/RpjknA1CF5Q?si=LULs10LXbMaUAKzj.
Caatiba recebe pavimentação, reforma de estádio e autorizações para obras nas áreas de saúde, educação, esporte e infraestrutura
Foto: Joá Souza/GOVBA |
Foto: Joá Souza/GOVBA |
“Com essa
estrada nova, a viagem fica bem mais rápida e segura. Dá até gosto de
dirigir por aqui agora. Espero que mais pessoas possam aproveitar essa
melhoria”, comemorou o motorista Abelardo Amaral, que trafega todos os
dias pela via.
Além da intervenção, orçada em mais de R$
32,7 milhões, o governador inaugurou a reforma do Estádio Municipal
Arthur Leite, na sede do município. Trata-se de uma obra realizada pela
Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), com um
investimento de R$ 805 mil.
Mais investimentos
A ordem de serviço para a construção da Policlínica Regional de Saúde
do Novo PAC conta com um investimento no valor de R$ 24,3 milhões. Ela
faz parte do esforço do governo para expandir a infraestrutura de saúde
no estado, garantindo atendimento de qualidade e acesso a serviços
médicos essenciais para a população da região.
O
governador também autorizou a Secretaria da Saúde (Sesab) a adquirir
kits de equipamentos para estabilização e de parto para o Hospital
Municipal de Caatiba. "Daqui a um ano, vou voltar aqui para entregar uma
nova policlínica, que irá cuidar das pessoas e realizar exames médicos
importantes”, sintetizou o governador.
“Este projeto irá
beneficiar não só Itapetinga, mas toda a região de Caatiba. Quando o
governador assumiu o compromisso com o povo, ele disse: ‘a saúde estará
mais perto.’ E, agora, a saúde, realmente, está chegando mais perto de
Caatiba. É um motivo de grande alegria para todos nós”, ressaltou a
secretária de Saúde, Roberta Santana.
Foto: Joá Souza/GOVBA |
Foto: Joá Souza/GOVBA |
Repórter: Joci Santana/GOVBA
Sabotagem, divergências, idas e vindas: a novela do pacote de ajuste fiscal
Haddad já tinha pedido para sua equipe alguns estudos sobre corte de gastos. Mas o jantar marcou um momento de virada. Após o encontro, as discussões começaram a esquentar no governo e poucos dias depois Lula deu o sinal verde para um corte de R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias.
O anúncio não foi suficiente para aplacar as incertezas. Um pacote de medidas mais amplo começou a ser formulado. A estratégia foi manter a máxima discrição sobre o plano. Segundo relatos ouvidos pela Folha, Haddad acreditava que, ao segurar informações, poderia evitar a desidratação do conjunto de medidas.
Foi somente a partir de outubro que a discussão ganhou tração. No dia 29 daquele mês, Lula reuniu seus homens de confiança no Palácio da Alvorada, incluindo Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central. Ao longo do processo, o atual diretor do BC atuou como interlocutor ativo, tentando mostrar que havia uma antecipação de risco fiscal em relação ao futuro.
Naquele encontro, não passou despercebida a ausência de Simone Tebet (Planejamento). Os primeiros desdobramentos da reunião levaram o ministro Luiz Marinho (Trabalho) a ameaçar pedir demissão, caso alguma decisão que envolvesse sua pasta fosse tomada sem seu conhecimento.
No dia 6 de novembro, em mais uma reunião a portas fechadas, a tensão entre Marinho e Haddad escalou, e as divergências foram expostas aos olhos de Lula. Publicamente, o ministro da Fazenda dizia que faltavam apenas “dois detalhes” que precisavam ser alvo de uma “arbitragem simples” do presidente, mas um desfecho estava longe de se concretizar.
Enquanto Haddad alimentava as expectativas de um anúncio próximo, gerando estresse nos preços dos ativos financeiros, Lula não demonstrava pressa. Em um novo encontro no Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo decidiu que qualquer anúncio só ocorreria depois da cúpula do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro. A ideia era não ofuscar o evento, que reuniu líderes das principais economias do mundo no Rio de Janeiro.
Antes do embarque, o presidente também se encontrou com os ministros Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Carlos Lupi (Previdência). Interlocutores do governo relatam que Lula, sutilmente, pediu que eles cessassem as críticas públicas ao pacote.
Lupi chegara a dizer dias antes que não teria como ficar no governo se houvesse perda de direitos na Previdência. As discussões sobre o pente-fino nos benefícios sociais ganharam terreno a partir dali.
Na avaliação de auxiliares de Haddad, o anúncio do plano de ajuste fiscal foi prejudicado pela sabotagem de integrantes do próprio governo, que começaram a vazar informações. O clima era de caça às bruxas na Fazenda nos últimos meses. O secretário-executivo Dario Durigan centralizou as atividades e prometeu medidas severas contra vazamentos.
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, ficou encarregado de conversar com o mercado financeiro em São Paulo, em uma tentativa de diminuir os ruídos.
Na última segunda-feira (25), Lula bateu o martelo sobre o pacote e pediu ao ministro da Fazenda que fizesse um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão.
Coordenador da campanha de Lula à Presidência, o publicitário Sidônio Palmeira atuou não só na produção do discurso como também na concepção da mensagem.
Voto vencido, Haddad era contra a ideia de mesclar o anúncio do pacote à divulgação da proposta de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 mensais.
Pesou a opinião dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Esther Dweck (Gestão), Paulo Pimenta (Secom), além de Marinho, Sidônio e da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), que defendiam que também fosse feito no anúncio um aceno à base petista.
O vazamento do pronunciamento às vésperas de sua veiculação aumentou a tensão na reta final do processo, e a notícia relativa à reforma da renda gerou repercussão negativa.
Nesta sexta (29), após um anúncio mal recebido por analistas de mercado, o dólar fechou em R$ 6 pela primeira vez, renovando o recorde histórico de valor nominal. O governo tenta agora contornar o estrago, e os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), entraram na ofensiva.
Em almoço com banqueiros, Haddad garantiu que a isenção de IR para quem ganha R$ 5.000 só será votada se houver neutralidade fiscal e admitiu a possibilidade de medidas corretivas.
Número anual de infecções por HIV no mundo chega a menor patamar desde 1990
Em 2023, o número de infecções por HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) no mundo foi o menor desde quando a situação epidemiológica da doença começou a ser acompanhada, em 1990, segundo dados da Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids).
Globalmente, foram notificados 1,3 milhão de novos casos de HIV no ano passado. Já em 1990, o número de infecções foi 2,5 milhões. O pico foi registrado em 1995, com 3,3 milhões novas infecções.
Divulgado nesta semana, devido ao Dia Mundial de Combate à Aids, neste domingo (1º), o relatório da Unaids destaca que o progresso nos serviços de prevenção e tratamento do HIV, aliado ao desenvolvimento de novas terapias, contribuiu para a redução contínua de novas infecções.
Além disso, iniciativas como programas de educação sexual, testagem e aconselhamento, campanhas de conscientização, distribuição de preservativos e tratamento da dependência química também desempenham um papel essencial na prevenção do HIV.
Na contramão da redução mundial, entre 2020 e 2022, o número de casos de infecção por HIV aumentou 17,2% no Brasil, com destaque para as regiões Norte (35,2%) e Nordeste (22,9%), de acordo com o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde em 2023.
Diretora da Unaids no Brasil, Andrea Boccardi Vidarte destaca, porém, que no início da epidemia, há 40 anos, o Brasil liderou a resposta ao HIV e segue como uma referência global. “Temos o Sistema Único de Saúde [SUS] que disponibiliza preservativos, testagem, exame de carga viral e medicamentos antirretrovirais à população de forma gratuita. Na América Latina, o Brasil é o único país que distribui Prep [profilaxia pré-exposição] de forma gratuita”, diz.
Os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde apontam 20.237 novos casos registrados no Brasil no primeiro semestre de 2023. No entanto, esse número pode estar defasado. A pasta deve divulgar os dados consolidados no início deste mês.
Em 2022, foram notificados 43.403 novos casos no país e 10.994 óbitos tendo o HIV ou Aids como causa. Segundo o infectologista Alexandre Naime, coordenador científico da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), o número de 2023 deve ser igual ou superior ao de 2022, considerando os registros do primeiro semestre do ano passado.
A população com HIV precisa fazer o acompanhamento da infecção de forma vitalícia para prevenir o desenvolvimento da Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), que é a fase mais avançada do vírus, quando o corpo não consegue mais se defender das doença.
A eliminação da Aids como uma questão de saúde pública até 2030 é uma das metas do programa Brasil Saudável, iniciativa do governo federal que busca eliminar ou reduzir o impacto de 14 doenças e infecções que afetam, de maneira mais grave, as populações em maior vulnerabilidade social.
De 2007 a junho de 2023, o Brasil registrou 489.594 casos de HIV. Em 2012, a população mais afetada pela doença tinha entre 30 e 44 anos. Em 2022, aumentou o número de infecções de pessoas de 20 a 29 anos.
Alguns grupos sociais permanecem mais vulneráveis à doença. Esses grupos incluem: jovens mulheres; homens gays e outros homens que fazem sexo com homens; profissionais do sexo; pessoas que usam drogas injetáveis; pessoas trans; e pessoas privadas de liberdade.
O infectologista argumenta que o problema principal do aumento da transmissão do HIV entre as populações mais vulneráveis é o acesso à informação e às formas de prevenção. Para ele, a comunicação precisa ser feita por pares, não só com campanhas convencionais.
“Estudos científicos mostram que essas populações mais vulneráveis só absorvem e mudam o comportamento se forem dialogadas com pares. Então, por exemplo, não adianta eu tentar dialogar com uma mulher trans, que está marginalizada. O diálogo entre pares, com alguém igual ou parecido com ela, é muito mais efetivo em termos de prevenção.”
Jair Santos, diretor do Grupo Paravidda (Grupo para Valorização, Integração e Dignificação do Doente de Aids), no Pará, explica que o acesso ao tratamento do HIV é limitado para alguns grupos vulneráveis devido a uma combinação de fatores. O estigma e a discriminação, por exemplo, afastam os pacientes do sistema de saúde.
“As populações mais vulneráveis não deixam de buscar ajuda pela sua condição, mas pela vulnerabilidade de acesso aos serviços”, explica.
O industriário Janailson Lobo Giron, 33, faz parte do grupo mais vulnerável ao HIV: é um homem cisgênero gay. Recebeu o diagnóstico da doença em 2015 e começou o tratamento em janeiro de 2017. Quatro meses depois, já não transmitia o vírus.
“Na época antes do diagnóstico, eu sabia que o principal método de prevenção era o preservativo, mas eu não vou negar que tinha uma vida mais contemporânea, para não falar louca, e acabava abusando mesmo. Era inconsequente”, conta.
Quando descobriu o HIV, o industriário lembra que o maior problema foi o preconceito. “Eu não tive muita dificuldade em alcançar o tratamento, porque estava em São Paulo. Minhas maiores dificuldades foram o estigma, o preconceito, principalmente por parte de membros da minha família.”
Prevenção e tratamento
A prevenção do HIV pode ser feita por diversos métodos eficazes. O uso de preservativos masculinos e femininos durante relações sexuais é a principal estratégia de proteção.
O SUS também oferece, além de preservativos gratuitos, dois comprimidos: a Prep (profilaxia pré-exposição), tomada por pessoas HIV negativas para prevenir a infecção, e a PEP (profilaxia pós-exposição), administrada após a possível exposição ao vírus.
O número de pessoas que fazem uso da Prep dobrou no país em quase dois anos, batendo um recorde. Dados do Ministério da Saúde atualizados até setembro mostram que há 104 mil pessoas cadastradas para receber o tratamento no SUS.
A adesão ao tratamento antirretroviral para pessoas que vivem com HIV também é importante, porque o paciente fica com uma carga viral indetectável, tornando a doença indetectável e intransmissível.
“Os medicamentos para HIV [antirretrovirais], no geral, impedem a replicação dos vírus nas células do organismo, porque o objetivo é reduzir a quantidade de vírus no sangue”, explica Michelle Menezes, farmacêutica clínica do Hospital Universitário de Sergipe.
Dólar a R$ 6 pós-pacote de Haddad atiça a inflação, que ganha força no atacado
Fernando Haddad comanda o Ministério da Fazenda
A frustração do mercado financeiro com as medidas anunciadas na quinta (28) para minimizar a atual crise fiscal levou o dólar a R$ 6 e agravou um quadro que já preocupava: o forte impacto que a moeda norte-americana vem tendo na inflação no atacado, que eventualmente chegará aos consumidores, e nas expectativas futuras de novos aumentos de preços.
Acompanhando de perto a valorização do dólar em 2024, de 22%, o IPA (Índice de Preços por Atacado) calculado pela FGV inverteu completamente a tendência neste ano. De uma deflação de 6,31% em janeiro, a taxa atingiu 6,32% positivos em outubro. Isto antes disparada do dólar em novembro, com alta de 5% no mês.
Entre os itens com as maiores elevações constam vários impactados diretamente pela moeda dos EUA, como commodities agrícolas (soja e milho, por exemplo) e metálicas cotadas no mercado internacional, além de matérias-primas para o agro (como fertilizantes).
A alimentação em geral no IPA saiu de uma deflação de 1,35% em janeiro para alta de 9,53% em outubro. Embora o aumento também tenha sido impulsionado por eventos climáticos que impactaram recentemente as carnes, a variação de preços de matérias-primas para o agro disparou. Saiu de -14,25% em janeiro para 16,48% em outubro.
Os chamados bens finais (prontos para o consumo, de eletrônicos a produtos de limpeza) também partiram de uma pequena deflação no atacado em janeiro para uma alta de 5,58% em outubro, pressionados por materiais mais caros, muitos deles indexados ao dólar.
“Tivemos uma valorização forte do dólar e isso tem impacto, sem dúvida nenhuma. Numa situação de economia e emprego aquecidos como a atual, o mercado consegue repassar aos preços esse maior custo cambial”, diz Guilherme Moreira, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe).
Quando a demanda não é tão forte, preços no atacado não necessariamente chegam aos consumidores porque fornecedores e compradores acabam estreitando margens de lucro para vender e comprar. Mas quando o mercado sanciona preços maiores, os repasses acontecem.
Neste ano, a economia caminha para crescer cerca de 3,5% e o desemprego em outubro caiu a 6,2%, menor taxa da série do IBGE. Na contramão, o real foi a moeda que mais se desvalorizou entre os 23 emergentes no índice Morgan Stanley Capital International (MSCI). Em média, juntas elas perderam 0,31% do valor em relação ao dólar —ante os -22% do real.
“A dúvida é se o dólar volta a cair. Pelo que temos visto, o mercado acredita que não vai ter devolução dessa valorização. Ao menos uma boa parte fica, o que possibilita um espalhamento maior da inflação para outras áreas.”
Moreira afirma que o impacto cambial já afeta, por exemplo, alimentos industrializados, dependentes de produtos químicos e metálicos para embalagens. “Nos alimentos in natura, se algo sobe um mês por questão climática, pode ser revertido adiante. Mas quando isso chega aos industrializados pelo câmbio, a coisa vai ficando séria”, diz.
O grupo alimentação tem peso equivalente a 25% do índice da Fipe, o maior individualmente. “Cinema as pessoas cortam, mas não dá para parar de comer. Aí, os pobres acabam mais afetados.”
André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV Ibre, pondera que, até outubro, os principais núcleos de inflação —não os do atacado, e que excluem preços com maior volatilidade— têm variações acumuladas em 12 meses entre 3,46% e 4,15%.
Para comparar, os núcleos estão próximos da meta do Banco Central, de 3% em 2024, com margem até 4,5%. Mas a meta não leva em conta núcleos, mas a inflação geral medida pelo IPCA. Em 12 meses, o IPCA-15, prévia da inflação de novembro, subiu 4,77% —acima da meta.
“Temos um mercado de trabalho aquecido, que mantém alta a inflação de serviços [5% em 12 meses] e um pessimismo maior em relação ao futuro, com gatilhos inflacionários cada vez mais frequentes”, diz Braz. Entre eles, além da escalada do dólar, há a recorrência de crises climáticas que podem afetar preços de alimentos.
Economistas defendem que a política fiscal seja mais restritiva para ajudar o Banco Central a controlar a inflação com doses menores de juros. Mas o que se viu no dia do lançamento do pacote pelo governo foi o aumento do pessimismo.
Para José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, o problema com o dólar em alta é que ele não se limita a atiçar a inflação presente, mas impacta nas expectativas futuras. “As pessoas olham para isso e sabem que haverá pressão sobre os preços, e as expectativas de inflação estão se descolando muito rápido da meta do Banco Central.”
Em sua opinião, para além da alta do dólar, esse descolamento tem a ver com “a credibilidade do Banco Central”. “Haverá mudança de comando no fim do ano, com a entrada do [Gabriel] Galípolo [indicado por Lula]. Ele vai estancar essa perda de credibilidade com um choque maior de juros ou vai deixar a coisa correr? Isso está na cabeça de todo mundo”, afirma.
Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, afirma que a valorização do dólar ao longo de 2024 ocorreu em grande medida devido à desconfiança do mercado na capacidade do governo de ajustar suas contas e de controlar o aumento da relação entre a dívida bruta e o PIB.
“Em menos de um ano, passamos de um dólar abaixo de R$ 5 para R$ 6. Isso ocorre porque não faz sentido, como se projeta, termos um aumento superior a 12 pontos na relação dívida/PIB em condições normais de uma economia, sem choques, como foi o caso da pandemia”, afirma.
A Instituição Fiscal Independente, órgão do Senado, projeta a relação dívida/PIB crescendo de 71,7% para para 84,1% ao longo do governo Lula 3.
Vale afirma que o dólar mais caro já é incorporado nas planilhas das empresas para 2025, o que leva a reajustes de preços. Para o economista, quanto mais tempo durar a crise fiscal, mais duras terão de ser as medidas deste governou ou do próximo, com impactos sociais também maiores.
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