Dino libera parte das emendas bloqueadas, mas fala em ‘balbúrdia’ no orçamento

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino, liberou a execução de parte dos R$ 4,2 bilhões em emendas bloqueadas em decisão tomada neste domingo (29).

Poderão ser executadas as emendas de comissão empenhadas até 23 de dezembro deste ano, quando o ministro tomou a decisão de bloquear as emendas.

Além disso, ele também permitiu a movimentação dos recursos de emendas já depositados nos fundos de saúde municipais até 10 de janeiro de 2025. Depois desse prazo, a verba só poderá ser movimentada se estiver em conta específica para a emenda correspondente.

Também poderão ser empenhadas as emendas impositivas para a saúde até o fim do ano.

As exceções permitidas pelo ministro aconteceram após petição da Câmara dos Deputados respondendo aos questionamentos do STF sobre as emendas.

Apesar da liberação parcial, o ministro manteve críticas sobre o tema. “Ao examinar as petições apresentadas pela Câmara dos Deputados no dia 27 de dezembro, às 19h50, verifico o ápice de uma balbúrdia quanto ao processo orçamentário —certamente inédita”, escreveu.

Segundo ele, “torna-se a cada dia mais nítida” a necessidade do inquérito aberto pela PF (Polícia Federal) por sua determinação.

Na decisão, o ministro afirma ainda que “o devido processo legal orçamentário não comporta a ‘invenção’ de tipos de emenda sem suporte normativo”.

Com essa argumentação, ele bloqueou em definitivo o empenho das emendas para além das exceções listadas na decisão.

“A legítima celebração de pactos políticos entre as forças partidárias tem como fronteira aquilo que as leis autorizam, sob pena de o uso degenerar em abuso”.

Ele afirmou ainda que a decisão de bloqueio das emendas não é “interferência judicial na sagrada autonomia do Poder Legislativo, e sim sua adequação à Constituição e às leis nacionais”.

“É um dever irrenunciável do STF assegurar que não haja o império de vontades individuais ou a imposição de práticas concernentes ao constitucionalismo abusivo, de índole autoritária e apartada do interesse público”, escreveu.

A decisão de bloqueio das emendas atendeu a uma representação do PSOL que apresentou novos fatos a respeito do pagamento das verbas de comissão —alvo de críticas e de decisões anteriores do próprio ministro pela falta de transparência.

A representação cita um ofício encaminhado ao governo federal e assinado por 17 líderes partidários da Câmara dos Deputados. O documento detalhava a indicação de 5.449 emendas de comissão.

Esse conjunto de emendas totaliza R$ 4,2 bilhões e se daria, segundo o partido, “sem aprovação prévia e registro formal pelas comissões, sob o pretexto de ‘ratificar’ as indicações previamente apresentadas pelos integrantes das comissões”.

Lucas Marchesini /Folhapress

Prefeitura de Ipiaú convida população para evento de Prestação de Contas e Entrega de Títulos de Propriedade Fundiária

A Prefeitura Municipal de Ipiaú convida toda a comunidade para um evento especial que marcará a Prestação de Contas da Gestão 2021-2024 e a entrega dos títulos de propriedade fundiária a 500 cidadãos ipiauenses. A cerimônia ocorrerá no dia 30 de dezembro, às 18h, na Praça Ruy Barbosa.

A entrega dos títulos faz parte do Programa Municipal MEU LAR REGISTRADO / REURB, uma iniciativa voltada para a regularização fundiária que visa garantir o direito à propriedade e a segurança jurídica dos moradores. Essa ação é um passo fundamental para promover a dignidade e o bem-estar das famílias, contribuindo diretamente para o desenvolvimento social da cidade.

Durante o evento, os cidadãos terão a oportunidade de acompanhar os resultados alcançados pela gestão da Prefeita Maria das Graças, que, com dedicação e compromisso, trabalhou para fomentar o progresso de Ipiaú nos últimos oito anos. A prestação de contas será uma ocasião para rever os avanços em áreas como saúde, educação, infraestrutura e assistência social. Uma demonstração de que a gestão municipal investiu no desenvolvimento do município com eficiência e transparência. “Queremos compartilhar nossas conquistas neste momento de celebração e transparência, e esperamos contar com a presença de todos”, destacou a prefeita.

Decom / Prefeitura de Ipiaú

PF em ação conjunta apreende veículo com maconha na Ponte Internacional da Amizade

Foz do Iguaçu/PR. A Polícia Federal, em ação conjunta com a Receita Federal e a Polícia Rodoviária Federal, apreendeu um veículo que transportava diversos tabletes de maconha, na manhã deste sábado (20/12), na aduana da Ponte Internacional da Amizade, em Foz do Iguaçu/PR.

A ação se deu quando a equipe de fiscalização detectou vários arremessos de volumes em direção à base da ponte, nas margens brasileiras, na modalidade conhecida como rapel. Com apoio da Polícia Rodoviária Federal foi feita abordagem do veículo que teria arremessado os itens, sendo encontrado cerca de 33 kg de maconha no seu interior.

Diante dos fatos, o condutor, o veículo e a droga foram levados para a Delegacia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu para a lavratura do flagrante.

Com o apoio da Receita Federal e a Polícia Rodoviária Federal, um homem foi preso e 33kg de drogas foram apreendidos

Comunicação Social da Polícia Federal em Foz do Iguaçu/PR

Vice, irmã e pastor são suspeitos de envolvimento na morte de prefeito no RN


Um pastor evangélico de 27 anos foi preso nesta sexta (27) sob suspeita de atuar como um dos mandantes do assassinato em agosto do prefeito de João Dias (RN), Marcelo Oliveira (União Brasil), segundo informações divulgadas pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte.

A ex-prefeita Damária Jacome (Republicanos), que foi vice de Marcelo, e a vereadora reeleita Leidiane Jacome (Republicanos), irmã dela, também são investigadas por suposto envolvimento no caso.

Elas tiveram a prisão decretada pela Justiça, mas não foram encontradas e estão foragidas, conforme a Polícia Civil. A reportagem não localizou a defesa das duas suspeitas.

O crime contra o prefeito ocorreu em 27 de agosto. À época, Francisco Damião de Oliveira, conhecido como Marcelo Oliveira, 38, então candidato à reeleição, e seu pai, Sandi Alves de Oliveira, 58, foram assassinados a tiros enquanto participavam de compromissos de campanha.

Ao todo, a Polícia Civil disse que cumpriu seis mandados de prisão e seis de busca e apreensão nesta sexta nas cidades de João Dias, Patu e Marcelino Vieira. O nome do pastor preso não foi divulgado.

“A questão do pastor é que ele ajudava na logística do crime: encontrar o melhor local, o momento mais adequado”, disse o delegado Alex Wagner, diretor da Divipoe (Divisão de Polícia Civil do Oeste), em entrevista à imprensa.

Marcelo foi eleito prefeito de João Dias em 2020 em uma chapa com Damária. O político, contudo, chegou a renunciar ao cargo em 2021, alegando ameaças por parte da família da vice.

À época, Damária assumiu o comando da administração municipal. Porém, em 2022, a Justiça aceitou um pedido de retorno de Marcelo ao posto de prefeito.

“Isso gerou já uma beligerância, uma cisão política e também pessoal”, afirmou o delegado.

“Ao longo desse tempo, irmãos da Damária e da Leidiane foram mortos em confronto com a polícia em outro estado. Eles tinham mandado de prisão por tráfico de drogas internacional expedido contra eles. Outro irmão foi preso, e começaram a imputar ao Marcelo que estava entregando a localização dessas pessoas”, acrescentou.

Nas eleições de 2024, Damária foi candidata a prefeita de João Dias, inicialmente em oposição a Marcelo. Ao final da disputa, ela foi superada pela viúva do prefeito, Fatinha de Marcelo (União Brasil), que só entrou no pleito após a morte do companheiro.

“Recentemente, a gente vê uma nova disputa política […]. Todo esse histórico de confrontos políticos e pessoais desaguou na ocorrência do crime no período das eleições”, afirmou o delegado.

A operação realizada pela polícia na sexta foi chamada de “Profanos”, em uma alusão a atos que violam princípios sagrados.

João Dias fica a cerca de 365 quilômetros de Natal. Em 2022, tinha 2.076 habitantes, a terceira menor população dos 167 municípios do Rio Grande do Norte, segundo o Censo Demográfico.

A violência política atingiu um recorde no Brasil em 2024, com média de dois casos por dia, segundo levantamento das organizações Justiça Global e Terra de Direitos. Foram 558 ocorrências contadas de janeiro até o segundo turno das eleições municipais, incluindo ameaças, atentados, agressões, ofensas e assassinatos divulgados na mídia.

Folhapress

Especialistas questionam causa de acidente aéreo na Coreia do Sul : Assista o vídeo aqui na matéria

Especialistas em aviação questionam a principal hipótese levantada por autoridades sul-coreanas até aqui para explicar a causa do acidente aéreo que matou pelo menos 179 pessoas neste sábado (28) quando um avião da Jeju Air explodiu no Aeroporto Internacional de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul.

Seis minutos antes da explosão e dois minutos antes de o piloto declarar emergência, uma torre de controle emitiu um alerta sobre uma revoada de pássaros no local, disse a agência de notícias Yonhap.

As autoridades do país trabalham com uma colisão contra essas aves como a principal hipótese do acidente, e vídeos mostram a aeronave deslizando sem trem de pouso em alta velocidade antes de atingir um muro no fim da pista do aeroporto.

Mas até agora não há evidências de que essa colisão de fato ocorreu, e especialistas questionam a ideia de que um pássaro seria capaz de impedir a utilização do trem de pouso, bem como a resposta das autoridades após o acidente.

“Por que os bombeiros não despejaram espuma na pista [para retardar o avião]? Por que eles não estavam próximos quando o avião fez o pouso forçado? Por que o pouso não começou no início da pista? E por que havia um muro de alvenaria no final da pista?”, disse o jornalista especializado Geoffrey Thomas à agência de notícias Reuters.

“Uma colisão com pássaros não é incomum e acontece com certa frequência, mas ela geralmente não causa uma perda total da aeronave por si só”, acrescenta Thomas. Já o especialista em segurança aérea Geoffrey Dell disse que nunca viu “um choque com uma ave impedir a utilização do trem de pouso”.

Além disso, os especialistas apontam que mesmo que um pássaro tenha danificado os motores da aeronave ao ser sugado pela turbina, eles não teriam parado de funcionar imediatamente, dando tempo para que os pilotos lidassem com a situação. Também não está claro por que o avião não perdeu velocidade depois de atingir a pista.

“Em uma situação como esta, quando é necessário aterrissar sem trem de pouso, o ideal é chegar com a menor quantidade de combustível possível, com bombeiros a postos, cobrindo a pista com espuma e selecionando o ponto mais distante do fim da pista para chegar ao solo”, disse Thomas. “Essas medidas geralmente evitam uma tragédia.”

Socorristas já encontraram as caixas-pretas do avião, responsáveis por gravar conversas na cabine do piloto e por armazenar dados do voo. Essas gravações serão cruciais para entender o que houve nos minutos anteriores à explosão.

Folhapress

Problema no trem de pouso provavelmente causou acidente com Boeing 737 na Coreia do Sul, diz agência

Segundo autoridades ouvidas pela Yonhap, avião da Jeju Air já havia feito uma primeira tentativa de pouso e arremetido antes da colisão. Link do vídeo:  https://g1.globo.com/jornal-nacional/video/sobreviventes-relatam-explosao-em-desastre-aereo-no-cazaquistao-13217359.ghtml

Um problema no trem de pouso foi, provavelmente, a causa primária da sequência de eventos que provocou o incidente com o Boeing 737-800 da Jeju Air na Coreia do Sul, neste domingo (29), segundo autoridades ouvidas pela agência de notícias Yonhap.

A aeronave havia decolado de Bangkok, na Tailândia, com destino a Muan, no sul da Coreia do Sul, com 181 pessoas a bordo.

Até a última atualização desta reportagem, 177 mortes haviam sido confirmadas. Duas pessoas foram resgatadas com vida

 A Yonhap disse, inicialmente, que o incidente ocorreu devido a uma falha no trem de pouso provavelmente causada por uma colisão com pássaros.

Pousar "de barriga", com o trem de pouso recolhido, é um procedimento de emergência, mas que ocorre eventualmente na aviação comercial. Não é comum que esse tipo de evento resulte em mortes.

Chamou a atenção dos analistas, segundo a agência sul-coreana, o fato de a aeronave ainda estar em alta velocidade no trecho final da pista.

Além disso, segundo os investigadores ouvidos, o piloto do Boeing havia feito outra tentativa de pouso em Muan, mas, sem sucesso, arremeteu. O incidente ocorreu na segunda tentativa, portanto.

O Boeing 737-800 é um avião comercial amplamente utilizado em todo o mundo e considerado extremamente seguro. No Brasil, sua principal operadora é a Gol Linhas Aéreas.

O presidente em exercício Choi Sung-mok, nomeado líder interino do país na sexta-feira (27) depois que o presidente em exercício anterior sofreu impeachment em meio a uma crise política em curso, ordenou que todos os esforços sejam concentrados no resgate, disse seu gabinete. Link do vídeohttps://g1.globo.com/globonews/jornal-das-dez/video/aviao-sai-da-pista-e-explode-na-coreia-do-sul-13219152.ghtml

Um porta-voz da Jeju Air disse que a companhia aérea estava verificando o ocorrido.

 Por Redação g1

Câmara teme que investigação sobre emendas seja ‘inquérito das fake news de Dino’


Líderes partidários na Câmara dos Deputados veem com apreensão a determinação do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, de abertura de um inquérito pela Polícia Federal para apurar a liberação de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares.

O medo é que a medida, sem precedentes e considerada excessivamente severa por deputados, se torne um novo “inquérito-mãe”, a exemplo do que existe hoje sobre as fake news, que se arrasta há mais de cinco anos sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Em outras palavras, seria uma investigação que permaneceria aberta, sem prazo ou objeto definidos, pairando sobre o Congresso para abranger qualquer denúncia sobre desvio de finalidade ou falta de transparência na liberação de emendas.

Nas palavras de um líder da base do governo, Dino ganharia seu próprio “inquérito do fim do mundo”.

Fábio Zanini/Folhapress

Ao menos 179 pessoas morrem em acidente de avião na Coreia do Sul, diz agência

Um avião que transportava 175 passageiros e 6 tripulantes saiu da pista, bateu contra um muro e explodiu no Aeroporto Internacional de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, na noite deste sábado (28), já manhã de domingo no horário local.

De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, apenas duas pessoas sobreviveram. Todos os outros à bordo foram presumidos mortos pelos bombeiros.

A aeronave, um Boeing 737-800, decolou de Bancoc, na Tailândia, com destino a Muan. Na lista de passageiros do voo 2216 aparecem 173 pessoas de nacionalidade sul-coreana e dois tailandeses.

A Coreia do Sul cancelou todos os voos domésticos e internacionais que tinham como origem ou destino o terminal envolvido no acidente.

O acidente aconteceu às 9h07 no horário local (21h07 no horário de Brasília). Segundo a polícia e os bombeiros, o avião, operado pela companhia aérea Jeju Air, tentava pousar em Muan, localizado a 288 km de Seul.

Uma apuração preliminar indicou que o acidente foi causado por “contato com pássaros, o que resultou em uma falha no trem de pouso” enquanto o avião tentava aterrissar.

Em vídeo compartilhado pela imprensa sul-coreana, é possível ver a aeronave derrapando pela pista, aparentemente sem o trem de pouso acionado, antes de se chocar contra uma parede do terminal, o que resultou na explosão.

Equipes de emergência trabalhavam para resgatar passageiros pela cauda da aeronave, informou a Yonhap. Ainda segundo a agência, autoridades tinham conseguido apagar o incêndio. Também iniciaram uma investigação para determinar as causas do acidente.

Uma imagem mostra a parte traseira do avião em chamas no que parece ser a lateral da pista, com bombeiros e veículos de emergência próximos aos destroços da aeronave. Outras fotos mostraram fumaça e fogo em pedaços do avião.

O presidente em exercício da Coreia do Sul, Choi Sung-mok, exigiu que todos os esforços se concentrem no resgate às vítimas, informou seu gabinete. Choi foi nomeado líder interino do país em meio à crise política após o impeachment de Yoon Suk Yeol, que tentou dar um autogolpe no último dia 3.

Vinícius Barboza/Folhapress

Apostadores falam sobre sonho de embolsar os R$ 600 milhões da Mega brasil

Largar o emprego para viajar, juntar toda família em uma “humilde mansão” e até mesmo comprar um time de futebol para competir pela sua cidade. São muitos os sonhos daqueles que vão às lotéricas, na esperança de acertar os seis números da Mega-Sena da Virada, que promete um prêmio de pelo menos R$ 600 milhões.

Dono de uma lanchonete na área central de Brasília, Enock Góes, de 70 anos, diz nunca ter ouvido a música Money da banda inglesa Pink Floyd. Mas, com o dinheiro do prêmio nas mãos, faria o mesmo que é descrito, de forma irônica, na letra da música. “Meu sonho é comprar um time de futebol, para jogar pela minha cidade”, disse o candidato a cartola.

Enock é natural da cidade baiana de Conde, localizada no sul da Bahia, próxima à divisa com Sergipe. “Sou torcedor do Bahia, mas a minha vontade é a de montar um time para competir contra o time do meu coração”, acrescenta.

Agência Brasil

China abre investigação sobre importação de carne bovina

A China abriu investigação sobre a importação de carne bovina pelo país no período de 2019 ao primeiro semestre de 2024. A apuração para fins de aplicação de salvaguardas, termo técnico que envolve a proteção de setores estratégicos, foi anunciada nessa sexta-feira (28) e abrange todos os países exportadores para o país asiático, incluindo o Brasil.

A investigação deverá durar oito meses e será feita a pedido de produtores chineses, sob a alegação de que o aumento das importações teria causado danos à produção local.

Em nota, o governo brasileiro informou que, em princípio, os chineses não adotaram qualquer medida preliminar, permanecendo a tarifa vigente de 12% que a China aplica sobre as importações de carne bovina.

A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina. Em 2024, foram exportados mais de 1 milhão de toneladas para o país asiático, um aumento de 12,7% em relação a 2023.

O governo brasileiro diz que, em conjunto com os exportadores nacionais, buscará demonstrar que a carne brasileira exportada não causa “qualquer prejuízo” à indústria chinesa, sendo um fator de complementariedade da produção local.

“O governo brasileiro reafirma seu compromisso em defender os interesses do agronegócio brasileiro, respeitando as decisões soberanas do nosso principal parceiro comercial, sempre buscando o diálogo construtivo em busca de soluções mutuamente benéficas”, diz a nota conjunta dos ministérios da Agricultura e Pecuária, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e das Relações Exteriores do Brasil.

Em comunicado, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou que segue comprometida em cooperar com as autoridades chinesas e brasileiras, fornecendo esclarecimentos e participando ativamente do processo de investigação, por “soluções que atendam aos interesses de ambas as nações”. Reafirmou ainda que a carne bovina brasileira exportada para a China é de alta qualidade e segue rigorosos padrões de sanidade e segurança.

Agência Brasil

Jovem é perseguido e morto a tiros dentro de borracharia na Avenida Getúlio Vargas

Um jovem de 24 anos, identificado como Thales Vinícius Silva, apelidado de “Ben 10”, foi morto a tiros por volta das 14h deste sábado (28), na Avenida Getúlio Vargas, próximo a pracinha do Sapo, em Ipiaú. Segundo apurou o GIRO no local, a vítima foi perseguida por indivíduos numa motocicleta. O jovem ainda conseguiu entrar numa borracharia na tentativa de fugir do atirador, mas acabou sendo alcançado e executado. 
 
Populares disseram que ouviram cerca de cinco disparos de arma de fogo. Os criminosos fugiram em seguida. A Polícia Militar foi acionada, isolou a área até a chegada do Departamento de Polícia Técnica, que fará a perícia no local e encaminhar o corpo ao IML. Autoria e motivação para o crime serão investigadas pela Polícia Civil. (Giro Ipiaú)

Em vídeo postado por terceirizada da BYD, trabalhadores negam condição de escravidão

Jinjiang Construction Brazil postou vídeo com carta conjunta de funcionários, na qual nega acusações de irregularidades. Empresa afirma que pagou salários e não restringiu liberdades. 

http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/video/forca-tarefa-mobiliza-agentes-de-seguranca-e-voluntarios-para-resgatar-soterrados-13217480.ghtml 

 Veja trechos no vídeo acima.

A Jinjiang Construction Brazil, empresa terceirizada que prestava serviços na obra de construção de uma unidade da BYD na Bahia, publicou um vídeo em que trabalhadores negam viver em condições de trabalho análogas à escravidão. A gravação foi divulgada na quinta-feira (26). Veja trechos no vídeo acima.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) afirmou que 163 trabalhadores chineses que estavam trabalhando na obra em Camaçari foram vítimas de tráfico internacional de pessoas. A BYD informou que levou os operários resgatados para hotéis e encerrou o contrato com a Jinjiang.

No vídeo divulgado pela Jinjiang, um trabalhador lê uma carta conjunta na qual afirma que a empresa agiu de acordo com a lei. O vídeo segue a mesma linha de um comunicado que já havia sido divulgado sobre a situação dos trabalhadores.

 Essas acusações nos etiquetaram de 'escravos', o que nos faz sentir que nossa dignidade foi insultada e nossos direitos humanos violados, afirma.

De acordo com as informações da equipe de auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os trabalhadores foram encontrados em alojamentos. A fiscalização resultou em embargos e interdições, já que os espaços apresentavam situações degradantes para os trabalhadores.

O MTE informou ter encontrado as seguintes irregularidades:

  • camas sem colchões ou com revestimentos inadequados;
  • falta de armários;
  • itens pessoais misturados com alimentos;
  • banheiros insuficientes e precários — em um caso, havia apenas um banheiro para 31 trabalhadores.

A fiscalização também comunicou ter encontrado um refeitório sem condições mínimas de higiene, banheiros químicos insuficientes e em estado deplorável, exposição à radiação solar sem proteção, além do registro de acidentes recorrentes devido às condições de alojamento e jornadas exaustivas:

  • um dos trabalhadores relatou acidente ocular sem atendimento oftalmológico adequado;
  • outro sofreu acidente por privação de sono, causada pelas longas jornadas e condições degradantes.

Também foram constados indícios de trabalho forçado, segundo o MPT. Os trabalhadores pagavam caução, tinham 60% dos salários retidos, recebiam apenas 40% em moeda chinesa, enfrentavam ônus excessivo para rescisão contratual e tinham passaportes retidos. Esses fatores impediam a saída ou o retorno ao país de origem, configurando confisco de valores recebidos.

As jornadas eram de 10h diárias, com folgas irregulares. Os trabalhadores descansavam em condições inadequadas, sobre materiais de construção, por exemplo.

Também havia restrições de movimento e contratos não formalizados ou de difícil compreensão agravavam a situação, caracterizando violações sistemáticas aos direitos trabalhistas.

No vídeo, o homem diz ainda que os trabalhadores receberam a informação de que seriam enviados de volta para a China. Ainda segundo ele, o problema teria começado durante processos para regularizar a documentação dos funcionários.

O MPT informou que os trabalhadores tiveram os passaportes retidos pela empresa. Na carta, o homem justifica que os documentos foram recolhidos temporariamente para os trâmites de regularização necessários. A Jinjiang nega que tenha confiscado os passaportes.

Em nome dos funcionários, o homem diz ainda que os trabalhadores tiveram os salários pagos normalmente e que a empresa ofereceu benefícios e garantias. Ele também afirma que os funcionários não sofreram com nenhum tipo de restrição de liberdade.

Segundo ele, os trabalhadores valorizam o emprego e desejam continuar no Brasil. Por fim, o homem diz que espera contar com a ajuda do governo para resolver a questão. 

https://g1.globo.com/ba/bahia/videos-batv/video/mpt-investiga-byd-por-trafico-internacional-de-pessoas-em-salvador-13216756.ghtml 

De acordo com as informações da equipe de auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os trabalhadores foram encontrados em alojamentos. A fiscalização resultou em embargos e interdições, já que os espaços apresentavam situações degradantes para os trabalhadores.

O MTE informou ter encontrado as seguintes irregularidades:

  • camas sem colchões ou com revestimentos inadequados;
  • falta de armários;
  • itens pessoais misturados com alimentos;
  • banheiros insuficientes e precários — em um caso, havia apenas um banheiro para 31 trabalhadores.

A fiscalização também comunicou ter encontrado um refeitório sem condições mínimas de higiene, banheiros químicos insuficientes e em estado deplorável, exposição à radiação solar sem proteção, além do registro de acidentes recorrentes devido às condições de alojamento e jornadas exaustivas:

  • um dos trabalhadores relatou acidente ocular sem atendimento oftalmológico adequado;
  • outro sofreu acidente por privação de sono, causada pelas longas jornadas e condições degradantes.

Também foram constados indícios de trabalho forçado, segundo o MPT. Os trabalhadores pagavam caução, tinham 60% dos salários retidos, recebiam apenas 40% em moeda chinesa, enfrentavam ônus excessivo para rescisão contratual e tinham passaportes retidos. Esses fatores impediam a saída ou o retorno ao país de origem, configurando confisco de valores recebidos.

As jornadas eram de 10h diárias, com folgas irregulares. Os trabalhadores descansavam em condições inadequadas, sobre materiais de construção, por exemplo.

Também havia restrições de movimento e contratos não formalizados ou de difícil compreensão agravavam a situação, caracterizando violações sistemáticas aos direitos trabalhistas.

Unidade de Saúde Juvêncio Alencar Gondim é reinaugurado após reforma completa no Bairro ACM

Na tarde desta sexta-feira, 27 de dezembro, a Prefeitura de Ipiaú entregou à população a reforma completa do Posto de Saúde Juvêncio Alencar Gondim, localizado no Caminho Dezoito, Bairro ACM. A unidade recebeu melhorias significativas para garantir um atendimento mais digno e eficiente à comunidade.

A obra foi realizada por meio do Contrato nº 116/2024, com um investimento total de R$ 144.502,76. Acompanha pela engenheira Laura Ferreira, da secretaria de Infraestrutura, a reforma teve as seguintes intervenções:

    •    Impermeabilização das áreas afetadas;
    •    Reforma completa do telhado;
    •    Novo piso com nivelamento adequado;
    •    Modernização das instalações elétricas;
    •    Aplicação de revestimento cerâmico;
    •    Substituição e instalação de novas esquadrias;
    •    Pintura interna e externa.
Durante a cerimônia de reinauguração, autoridades municipais - a exemplo das secretárias da Saúde e Infraestrutura, Keila Maia e Andrea Suzart -, profissionais da saúde e moradores da região estiveram presentes para celebrar essa importante conquista para o sistema de saúde local.
“Esta reforma representa mais do que melhorias estruturais; representa respeito e cuidado com a população que depende deste espaço para seus atendimentos de saúde”, destacou a prefeita Maria das Graças.

Em vídeo publicado nas redes sociais da prefeitura, a moradora Beatriz relatou, no ato da inauguração, que amou o resultado da reforma. “Deu mais valor à gente. Amei mesmo!”. Essa é uma expressão da gratidão que muitos moradores do bairro ACM tem por essa gestão que transformou a comunidade local em vários aspectos.

Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú
Fotos: Janaína Castro

Lula sanciona, com dois vetos, projeto de lei sobre BPC no pacote de corte de gastos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta sexta-feira (27), com dois vetos, o projeto de lei que altera as regras do BPC (Benefício de Prestação Continuada), uma das medidas do pacote fiscal do governo federal.

No texto publicado em edição extra do Diário Oficial da União, Lula vetou o trecho que previa necessidade de se atestar deficiência de grau moderado ou grave para concessão do benefício.

“A proposição legislativa contraria o interesse público, uma vez que poderia trazer insegurança jurídica em relação à concessão de benefícios”, afirma o governo no diário oficial. O veto era esperado após a tramitação do texto no Senado, onde foi aprovado na última sexta (20).

Já o outro veto anula o fim de um mecanismo do Bolsa Família sobre reingresso de beneficiários.

“A proposição legislativa contraria o interesse público, uma vez que poderia suscitar insegurança jurídica em relação às regras de elegibilidade para reingressar no Programa Bolsa Família”, afirma o governo na justificativa do veto.

Após a aprovação das medidas na última semana, o Ministério da Fazenda informou que as mudanças feitas pelo Congresso no pacote devem reduzir o impacto econômico para R$ 69,8 bilhões entre 2025 e 2026.

O valor é R$ 2,1 bilhões menor do que os R$ 71,9 bilhões calculados originalmente pelo governo Lula envio das propostas, no fim de novembro.

Na tramitação do pacote, os parlamentares blindaram emendas obrigatórias contra bloqueios, afrouxaram o comando para combater supersalários, derrubaram boa parte das mudanças no BPC (Benefícios de Prestação Continuada) e excluíram a medida que permitiria à União reduzir os repasses futuros ao FCDF (Fundo Constitucional do Distrito Federal). Eles ainda restringiram a flexibilização em recursos repassados ao Fundeb (Fundo Nacional da Educação Básica).

O BPC é um benefício no valor de um salário mínimo (R$ 1.412, hoje) pago a idosos a partir de de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda (famílias que ganham até R$ 353 por pessoa).

Pela lei atual, “considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.

A proposta apresentada pelo governo federal aos congressistas endurecia as regras para ter acesso ao BPC, mas o texto aprovado reduziu as mudanças.

Como é hoje:

Pessoa com deficiência, de qualquer grau, e idoso com renda familiar mensal per capita igual ou inferior a um quarto do salário mínimo tem direito ao BPC
O valor total dos rendimentos, chamado de renda bruta familiar, deve ser dividido pelo número dos integrantes da família

Entram no cálculo da renda familiar os valores de salários, proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios de previdência pública ou privada, seguro-desemprego, comissões, pró-labore, outros rendimentos do trabalho não assalariado, rendimentos do mercado informal ou autônomo e rendimentos vindos do patrimônio

Remuneração da pessoa com deficiência na condição de aprendiz ou de estagiário e Bolsa Família não são considerados no cálculo
Mais de uma pessoa da mesma família pode receber o BPC, desde que cumpra os critérios exigidos
Como o governo propôs:

Apenas pessoas com deficiência incapacitadas para a vida independente teriam direito ao BPC

Se uma pessoa da família tiver BPC ou aposentadoria, esse valor entraria no cálculo de renda per capita
Ajuda recebida por quem não mora na mesma casa também entraria no cálculo da renda per capita

Pessoas com bens cujo valor seja maior do que o limite para isenção do Imposto de Renda, incluindo imóveis rurais sem investimento (terra nua), não teriam direito
Como o Congresso aprovou:

Será necessário apresentar a CID (Classificação Internacional de Doenças), no caso de pessoas com deficiência

A renda do cônjuge ou do companheiro que mora junto não será considerada para verificar se há direito ao benefício

Mais de uma pessoa da mesma família pode receber o benefício
O cálculo de renda familiar deve considerar a soma dos rendimentos brutos mensais dos membros da família que vivem na mesma casa

Obrigatória a atualização para cadastros desatualizados há mais de 24 meses
A concessão do BPC vai depender de uma avaliação da deficiência em grau moderado ou grave, sem retirar a definição ampla da legislação atual (vetado).

Folhapress

Acidente de moto tira a vida de jovem em Teixeira de Freitas: Vítima morre no HECB


Teixeira de Freitas: Karoline Silva Ornelas, de 24 anos, faleceu após sofrer um acidente de motocicleta na noite de 13 de dezembro, por volta das 20h30, na Rua Sargento Pedro, no Bairro São Lourenço, em Teixeira de Freitas. Ela estava voltando do trabalho quando perdeu o controle da direção e caiu.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) socorreu Karoline em estado grave para o Hospital Estadual Costa das Baleias (HECB). Após intensivos procedimentos médicos, ela evoluiu para morte encefálica às 15h30 do dia 26 de dezembro.

Conforme procedimento padrão, o hospital aguardou a decisão da família sobre doação de órgãos. No entanto, a família optou por não doar. Nesta sexta-feira (27), os aparelhos foram desligados e o corpo foi encaminhado para necropsia no Instituto Médico Legal (IML) de Teixeira de Freitas, após autorização do delegado plantonista, Manoel Andreetta.

 As causas do acidente estão sendo investigadas pela Polícia Civil.

Por: Lenio Cidreira/Liberdadenews

RONDESP/Extremo Sul prende três por tráfico de drogas em Teixeira de Freitas

Teixeira de Freitas: Na tarde desta sexta-feira, 27 de dezembro, por volta das 15h30, policiais militares da RONDESP/Extremo Sul prenderam três suspeitos por tráfico de drogas na Rua da Liberdade, no Bairro Bela Vista, em Teixeira de Freitas-BA.

De acordo com informações recebidas através de denúncias anônimas, três indivíduos estavam no local preparando drogas para comercialização. Com base nessas informações, os policiais se deslocaram até o endereço indicado e abordaram os suspeitos, confirmando a denúncia.

Durante a abordagem, foram encontrados com os suspeitos:
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- 07 tabletes de maconha (5976g)
- 45 porções de cocaína (100g)
- 01 porção de maconha (68g)
- 468g de crack
- 05 balanças
- 01 motocicleta Fan preta, placa JSG-0A03
- 01 motocicleta Honda/Fan cinza, placa NTH-8403

Os três indivíduos, identificados como Gabriel Silva Venturin, de 40 anos, Mateus Souza Santos, de 27 anos, e Victor dos Santos Abreu, de 25 anos, receberam voz de prisão e foram conduzidos à Delegacia Territorial de Teixeira de Freitas.

Após serem ouvidos pelo delegado plantonista Manoel Andreetta, Gabriel, Mateus e Victor foram autuados em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, conforme o Art. 33 do Código Penal Brasileiro. Eles permanecem presos na custódia da Polícia Civil de Teixeira de Freitas, à disposição da Justiça.

Por: Lenio Cidreira/Liberdadenews

 

Ministros do STJ concedem 18 mil habeas corpus em 2024; metade envolve crime de tráfico de drogas

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu 18.318 habeas corpus (HCs) em 2024, dos quais 9.166, cerca de 50%, estão relacionados a crimes de tráfico de drogas. Embora a Corte tenha se mostrado mais restritiva em comparação a 2023 — quando autorizou 10.003 HCs para esse tipo de infração, de um total geral de 18.552 —, os totais ainda são considerados elevados, sinalizando que os tribunais inferiores frequentemente não seguem os entendimentos consolidados da Corte, o que contribui para a insegurança jurídica no País.

Até o final de novembro de 2024, os ministros concederam 9.166 habeas corpus relacionados a tráfico de drogas, de um total de 34.748 análises desse tipo de ação, conforme levantamento do jurista e pesquisador David Metzker, que compilou decisões favoráveis em HCs do Supremo Tribunal Federal (STF) e do STJ. Procurada, a Corte ainda não se manifestou, o espaço segue aberto para posicionamentos.

O STJ, composto por 33 ministros, tem como uma de suas funções uniformizar a interpretação das leis federais, estabelecendo diretrizes obrigatórias para os tribunais inferiores por meio de súmulas, que consolidam entendimentos reiterados, e precedentes, criados quando o Tribunal resolve um grande volume de casos idênticos e fixa uma tese jurídica para aplicação uniforme em todo o País.

Entre suas competências está a revisão de casos penais, designados às 5ª e 6ª Turmas, onde a Corte analisa, por exemplo, temas relacionados à Lei de Drogas, que chegam, em sua maioria, por meio de habeas corpus — instrumento jurídico destinado a garantir a liberdade de quem foi supostamente preso de forma ilegal ou abusiva. Os pedidos são apresentados ao STJ somente após serem negados nas instâncias inferiores, como os Tribunais de Justiça (TJs) ou juízes de primeira instância, responsáveis por avaliar os fatos e determinar a sentença inicial. Assim, o STJ atua como uma instância revisora, assegurando a aplicação uniforme da legislação federal.

Para Metzker, o elevado número de habeas corpus concedidos está diretamente relacionado à recorrente falha dos tribunais inferiores em aplicar o entendimento consolidado pelo STJ. Entre os exemplos citados pelo jurista como temas frequentes nas concessões de casos relacionados ao tráfico estão a redução de penas para réus primários com bons antecedentes — critérios que podem levar à liberdade provisória —, concessões envolvendo apreensões inferiores a 50 gramas de drogas, predominantemente maconha e cocaína, e a revogação de prisões preventivas. Neste último caso, os ministros do STJ têm destacado que, em muitas situações, os requisitos legais para justificar a prisão provisória não são devidamente fundamentados, o que leva à concessão do habeas corpus.

“A alta quantidade de habeas corpus concedidos, na minha avaliação, ocorre principalmente porque os tribunais de origem não seguem o entendimento do STJ. Os temas são sempre os mesmos,” explica, destacando que 98% das concessões são decisões monocráticas — ou seja, proferidas individualmente pelos ministros —, permitidas apenas em casos de decisões contrárias à jurisprudência consolidada da Corte.

O criminalista e professor de Direito Penal da PUC-RS, Aury Lopes Jr., concorda e afirma que há uma “banalização” no uso de habeas corpus, causada pelos equívocos recorrentes dos tribunais inferiores, o que, em sua avaliação, explica o elevado número de pedidos. Entre as soluções, o jurista defende que os magistrados adotem critérios mais claros e objetivos ao julgar esses casos, alinhando-se aos entendimentos das Cortes superiores.

“Esse aumento é sintoma de uma doença grave nas instâncias inferiores do poder judiciário, ou seja, é sintoma de que está se violando a regra do jogo em primeiro grau e em segundo grau, existindo muitas vezes um sistemático descumprimento de decisões, às vezes até sumuladas, ou de decisões consolidadas do STJ”, explica.

Ministros do STJ que mais concederam HCs

Considerando as concessões de mérito — ou seja, decisões definitivas sobre o caso, excluindo as liminares, que são decisões provisórias —, entre os 17.215 habeas corpus concedidos em 2024 pelas 5ª e 6ª Turmas, os ministros que mais autorizaram ações desse tipo foram Antonio Saldanha Palheiro, que analisou 9.771 casos e concedeu 2.267 HCs (23,20%). Em seguida, aparecem Rogério Schietti Cruz, com 10.174 decisões e 2.086 concessões (20,50%), Ribeiro Dantas, com 9.402 julgamentos e 1.922 HCs concedidos (20,45%), e Reynaldo Soares da Fonseca, com 8.947 decisões e 1.825 concessões (20,41%).

Por outro lado, entre os ministros mais rigorosos, destaca-se Messod Azulay Neto, com 10.113 decisões e 1.320 concessões (13,06%), seguido por Joel Ilan Paciornik, que analisou 8.420 casos e autorizou 1.175 HCs (13,95%). Já Og Fernandes, que retornou à 6ª Turma no final de agosto, após deixar o cargo de vice-presidente da Corte, julgou 2.831 casos e concedeu apenas 222 HCs (7,84%).

Quando considerados os números absolutos das 18.318 concessões, incluindo liminares, o ministro Rogério Schietti lidera o ranking, com 2.466 concessões, seguido por Antonio Saldanha, com 2.323, e Daniela Teixeira, com 2.307. Na sequência, estão Sebastião Reis Júnior, com 1.975 concessões, Ribeiro Dantas, com 1.940, e Reynaldo Soares da Fonseca, com 1.855. Outros ministros em destaque são Messod Azulay Neto (1.361 concessões), Jesuíno Rissato (1.290), Joel Ilan Paciornik (1.225), Otávio de Almeida Toledo (950), Og Fernandes (291) e Teodoro Silva Santos (255).

O levantamento também aponta que o Tribunal de Justiça de São Paulo lidera, em números absolutos, o descumprimento dos precedentes do STJ, registrando o maior número de concessões de habeas corpus na Corte. Dos 18.318 HCs concedidos, 8.765 são originários de São Paulo, representando cerca de 47% do total.

O presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), Renato Vieira, alerta que o elevado número de HCs concedidos gera insegurança jurídica no País, especialmente porque tribunais estaduais, como o de São Paulo, não estão seguindo os entendimentos consolidados pelo STJ e STF.

“É necessária uma mudança no comportamento dos tribunais de segundo grau. Essa insegurança jurídica no Judiciário brasileiro é muito grave”, enfatiza Vieira, destacando que essa desconexão entre as instâncias pode levar a um sistema jurídico instável, no qual cidadãos não têm previsibilidade sobre o desfecho de casos semelhantes.

O jurista também aponta que a insegurança jurídica enfraquece a confiança e a legitimidade do sistema judicial, além de sobrecarregar o Judiciário com o aumento do volume de recursos apresentados às Cortes Superiores. “Esse cenário precisa mudar”, conclui.

Hugo Henud/Heitor Mazzoco/Estadão

Governadores do Sul e Sudeste afirmam que decreto de Lula beneficia crime organizado

Os governadores Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Júnior (PSD-PR), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Cláudio Castro (Republicanos-RJ) afirmam que o decreto do governo Lula (PT) que define novas regras para o uso de força por policiais “beneficia o crime organizado e, na prática, bloqueia a autonomia dos estados, num claro sinal de violação da Constituição brasileira”.

Em nota, os governadores, que pertencem ao Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste), afirmam que, com o documento, “o governo federal busca regular a atribuição das policias estaduais”.

“A medida é arbitraria e uma tentativa, sem precedentes, de interferir na política de segurança dos estados”, avaliam.

Eles pedem que o decreto seja revogado urgentemente, pois seu conteúdo “pune homens e mulheres que diariamente arriscam suas vidas em prol da sociedade.”

Por fim, os governadores dizem que a segurança das famílias brasileiras “não será garantida com decretos evasivos que limitam o poder das polícias, mas sim com investimento coordenado e o endurecimento das leis”.

A nota é assinada por 4 dos 7 governadores do Cosud. Renato Casagrande (PSB-ES) e Jorginho Mello (PL-SC) não quiseram aderir, e Eduardo Leite (PSDB-RS) ainda avalia o documento com sua equipe jurídica.

Leite, embora não assine o documento com os colegas, enviou manifestação à coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, em que também faz críticas ao decreto de Lula.

“O viés da abordagem, com força em conter a atuação policial (para evitar arbitrariedades de quem atua em nome do Estado, o que é justificado), mas sem demonstrar o mesmo “apetite’ no enfrentamento aos criminosos, demonstra que eles ainda não entenderam o tamanho do problema que o Brasil tem a enfrentar”, afirmou o gaúcho.

Ele se diz incomodado sobretudo com a forma como o decreto foi anunciado, sem diálogo com os estados. “Expedir um decreto dessa natureza sem dialogar com as Secretarias de Segurança e os governadores é um grande erro”, afirma.

Um dos principais pontos da nova norma apresentada pelo governo petista prevê que não é legítimo o uso de arma de fogo em duas circunstâncias: contra pessoa em fuga que esteja desarmada ou que não represente risco imediato de morte ou lesão para policiais ou terceiros; e contra veículo que desrespeite bloqueio policial em via pública, exceto quando houver risco de morte ou lesão.

O texto diz que os profissionais de segurança pública devem priorizar a “comunicação, a negociação e o emprego de técnicas que impeçam uma escalada da violência”. O foco, segundo o decreto, é minimizar o uso de meios que possam causar ofensas, ferimentos ou mortes.

Fábio Zanini/Folhapress

Presidente de comissão da Câmara, José Rocha diz que Lira deu informações ‘não verdadeiras’ ao STF


O presidente da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados, José Rocha (União Brasil), disse ao jornal Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (27) que emendas parlamentares de seu colegiado não foram deliberadas pelos deputados e que não existem atas de aprovação destas indicações.

Os documentos foram requisitados pelo ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), até as 20h desta sexta-feira, caso existam, como uma das condições para a Câmara viabilizar os empenhos das emendas relativas ao corrente ano. Dino determinou a suspensão do pagamento de R$ 4,2 bilhões no último dia 23.

Rocha, que foi convocado pela PF (Polícia Federal) para falar no inquérito que investiga o tema, também disse que o chefe da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deu informações que “não procedem e não são verdadeiras” ao STF sobre tais deliberações.

“Ele (Lira) não enviou para a comissão aquilo que o próprio ministro (Dino) passou a solicitar, que mandasse os autores das indicações e os objetos das emendas”, afirmou.

O deputado também disse que solicitou ao presidente da Câmara e fez um comunicado ao colégio de líderes para que identificassem os beneficiários, autores e objetos destas emendas, mas que isso não foi feito.

Depois disso, contou que convocou uma reunião de sua comissão para o dia 12 deste mês para que a lista fosse deliberada pelo colegiado, mas que o encontro foi suspenso por Lira até o final do recesso.

Rocha afirmou também que recebia uma lista pronta com os direcionamentos das emendas de uma assessora de confiança de Lira.

o grupo distribuía verba bilionária de emendas conforme orientações repassadas por uma assessora de confiança do presidente da Casa, e com destino desconhecido por membros do próprio colegiado.

“Eu só assinava o ofício que já vinha encaminhado do Lira. Eu recebia uma minuta, só fazia assinar”, declarou.

A comissão de Rocha tem disponível um orçamento de R$ 1,1 bilhão. Ela favoreceu Alagoas em ao menos 1/3 dos recursos disponíveis. O estado é a base de Lira, que mantém controle sobre as negociações de verbas das comissões.

O presidente do grupo também disse que chegou a dizer a Lira que a prática não seria correta, mas que ele então ameaçou retirar o cargo dele.

“Ele (Lira) respondeu que eu estava criando problema e que isso já era uma decisão de recursos livres e que eu podia até ser destituído da comissão da presidência da comissão por uma moção de desconfiança. Eu disse a ele para que me respeitasse”, afirmou.

O deputado ainda afirmou que Lira tirou a secretária da comissão do cargo após esta recusar, obedecendo uma determinação sua, a entregar a lista de emendas enviada pelo presidente da Câmara ao Ministério da Integração Nacional e do Desenvolvimento Regional, que é a pasta que executa as emendas.

“O modo correto para isso ser feito foi o que eu tentei fazer: reunir a comissão, deliberar a maioria da comissão, e aí mandar para o ministério, com essas indicações do colégio de líderes. Submeter a aprovação na comissão e então liberar para o ministério. Isso não foi feito porque ele (Lira) não permitiu”, disse.

O parlamentar acrescentou que a decisão de Dino sobre os pedidos de informação sobre as emendas foi “corretíssima”.

“As emendas têm que ser transparentes, tem que saber qual deputado está indicando, qual é o objeto, o que vai ser feito, qual é o órgão que vai executar.

Constança Rezende/Folhapress

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