Caiado articula equipe, lançamento de pré-candidatura presidencial e giro pelo Brasil em 2025

Mais de 30 anos depois de estrear na corrida presidencial com menos de 1% dos votos, Ronaldo Caiado (União Brasil) aposta que, desta vez, a experiência (ou os “cabelos brancos”, como costuma dizer) serão o seu passaporte para a vitória. O governador de Goiás chega a 2025 tratando a candidatura presidencial como um objetivo inadiável, espécie de última cartada em sua trajetória política, que acumula passagens pela Câmara dos Deputados, Senado e governo estadual.

Em meio a uma direita fragmentada e à inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), Caiado se antecipou e decidiu colocar o bloco nas ruas já este ano, marcando o lançamento da sua pré-candidatura ao Planalto para o mês de março.

Salvador foi escolhida como palco do anúncio, em uma decisão carregada de simbolismos. Foi lá que Lula (PT) alcançou sua maior votação entre as capitais no segundo turno de 2022 contra Bolsonaro. E apesar de o Estado ser um histórico reduto petista, também é uma base importante do União Brasil, partido de Caiado. Na última eleição municipal, o União Brasil garantiu a reeleição de Bruno Reis na capital baiana com margem de quase 80% dos votos válidos. O evento de lançamento da pré-candidatura de Caiado deve reunir as principais lideranças locais da legenda, incluindo Bruno Reis e o ex-prefeito ACM Neto. O presidente nacional do partido, Antonio Rueda, também promete marcar presença.

Com o anúncio feito, Caiado deve avançar para a criação de um núcleo de coordenação política, que contará com Rueda, ACM Neto e outros atores políticos. Desse núcleo, que sairá do papel ainda no primeiro semestre, vão surgir os braços estratégicos da pré-campanha, responsáveis por pela agenda, comunicação e elaboração do programa de governo de Caiado.

Nos próximos meses, Caiado planeja selecionar nomes para formar o time de especialistas encarregado de elaborar sua plataforma de governo. Correligionários contam que, no ano passado, ele iniciou conversas com alguns profissionais, entre eles, a médica Ludhmila Hajjar, o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto e Erick Figueiredo, que presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no governo Bolsonaro. No entanto, dizem aliados, foram apenas sondagens iniciais, sem garantia de que esses nomes integrarão a equipe.

Governador planeja giro pelo País

Até o ano passado, a agenda de Caiado estava limitada a compromissos governamentais e convites para eventos. Agora, a estratégia é criar uma agenda nacional. Em entrevista ao jornal O estado de São Paulo, Rueda contou que o plano é iniciar as agendas nas capitais e em cidades com mais de 200 mil habitantes onde o partido tem prefeitos.

“É começar a fazer o dever a partir da nossa casa, criando um movimento político consistente. Por isso, vamos a Salvador, estou pedindo para ele ir a Natal, Teresina… E não tem como menosprezar os maiores colégios eleitorais, como Rio e Minas. Temos que ir para cima nesses Estados e construir uma base com personagens da política que comprem o trabalho do Caiado”, disse o dirigente nacional.

Rueda afirmou que o partido vai contratar pesquisas para nortear a estratégia eleitoral de Caiado, com a primeira delas, em nível nacional, prevista para este mês. O marqueteiro será contratado mais adiante.

“O que precisamos agora é fazer pesquisas e dar densidade eleitoral para o Caiado, divulgar as ideias dele, o que ele fez, para trazer tração para a campanha”, completou Rueda, que nega haver contradição entre a candidatura de Caiado e o fato de o União Brasil integrar o governo Lula. “Quem vive a política sabe que a construção dos ministérios foi uma condição particular. Estou muito tranquilo quanto a isso. Os dois ministros estão fazendo um trabalho importante”.

Nas próximas semanas, Caiado deve inaugurar um escritório na região central de São Paulo, onde pretende receber lideranças políticas e representantes de diversos setores, incluindo empresários e formadores de opinião.

Direita fragmentada e embate com Bolsonaro são desafios

Caiado tem afirmado que será candidato à Presidência independentemente da conjuntura, com ou sem o apoio de Bolsonaro. Em seu entorno, há o sentimento de que apenas a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) poderia mudar seus planos, mas publicamente o próprio Caiado descarta essa possibilidade. Entre seus correligionários, há quem acredite que o primeiro turno da eleição de 2026 funcionará como uma espécie de prévias da direita, com diferentes candidatos na disputa, sem um nome único de consenso, como alguns líderes partidários defendem.

Além do alto desconhecimento sobre seu nome, Caiado enfrenta o desafio de derrubar estereótipos criados em torno de sua imagem, principalmente a associação excessiva ao agronegócio. Segundo um assessor, que preferiu não se identificar, o governador precisa mostrar que não é um “jacu do mato”. Por isso, uma das frentes da comunicação será destacar sua formação médica e seu histórico como professor. Embora seja um candidato de direita, a campanha também buscará associá-lo a temas sociais, na tentativa de atrair eleitores mais ao centro.

Outros desafios incluem demover o cantor Gusttavo Lima, de quem é aliado, da candidatura presidencial e enfrentar a animosidade de Bolsonaro, que passou a fazer críticas públicas ao governador. Durante a última campanha eleitoral, Caiado e Bolsonaro travaram uma disputa acirrada na eleição de Goiânia, na qual o governador levou a melhor com a vitória de Sandro Mabel (União Brasil). Segundo pessoas próximas a Caiado, ele não pretende comprar a briga com o ex-presidente, mas também não deve buscar uma reconciliação. Os dois já se desentenderam em outras ocasiões, como quando Caiado criticou a postura de Bolsonaro na pandemia de covid-19.

No fim do ano passado, Caiado passou a ter uma preocupação jurídica: ele foi condenado pela Justiça Eleitoral de Goiás a oito anos de inelegibilidade por supostamente ter cometido abuso de poder político durante as eleições municipais ao usar a sede do Palácio das Esmeraldas para beneficiar o prefeito eleito de Goiânia – o que ele nega. Por se tratar de uma decisão de primeira instância, Caiado poderá recorrer ao colegiado do TRE-GO.

Enquanto lida com esses desafios, Caiado já planeja explorar vitrines de sua gestão em 2025. A alta aprovação em seu próprio estado é uma delas — na última pesquisa Quaest, Caiado aparece com 88% de aprovação. A segurança, que é uma das principais preocupações dos eleitores, deve ser a principal bandeira de sua campanha, assim como a educação. Em 2023, Goiás conquistou a melhor nota do país no ensino médio da rede estadual, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.

Para o cientista político Renato Dorgan, especialista em pesquisas eleitorais e estratégia política e CEO do Instituto Travessia, Caiado desponta como uma opção interessante para o cenário presidencial por reunir atributos que permitem atrair um eleitor mais ao centro, e não só à direita. “Caiado tem um grande apelo no campo do desenvolvimento econômico e do agronegócio, com uma postura menos ideológica e distante da extrema direita. Ele representa um ‘azul clássico’, similar aos antigos candidatos do PSDB ou ao próprio FHC. Tem o perfil de um democrata, alguém com uma postura mais centralizada”, analisa Dorgan.

Apesar de considerar que o governador de Goiás parte de uma base eleitoral menor em comparação a nomes como Tarcísio de Freitas ou figuras ligadas à família Bolsonaro, Dorgan acredita que Caiado tem mais potencial para conquistar o voto de centro que foi decisivo para Lula em 2022. “Do ponto de vista do marketing político, é muito mais fácil de ser construído do que qualquer um desses outros candidatos. O próprio Tarcísio é muito preso ao estigma do bolsonarismo”, avalia.

Bianca Gomes/Estadão

Entenda como governo Trump pode afetar a América Latina

O segundo mandato de Donald Trump deve reposicionar a América Latina e o Caribe no mapa das prioridades do governo dos Estados Unidos. Há temas-chaves para acompanhar, ainda que exista ampla incerteza sobre quais serão os seus desdobramentos.

Trump incluiu em sua futura equipe membros com grande conhecimento sobre a região, a começar por Marco Rubio, secretário de Estado (portanto, chefe da diplomacia) que é filho de cubanos e fala espanhol fluentemente.

Mas o que motiva o aumento do interesse do republicano pela área? Ao menos três pontos precisam ser levados em conta, diz Thiago Vidal, diretor de análise política da consultoria Prospectiva, que atua em diversos países da América Latina. Primeiro, a imigração: 1,7 milhão de pessoas chegaram à fronteira do país com o México em 2024 buscando uma nova vida nos EUA.

Segundo, a forte presença chinesa na região, que acende o alerta vermelho em Washington —o Equador acumula uma dívida de US$ 4 bilhões (R$ 24 bilhões) com Pequim, e toda a rede elétrica da capital do Peru está nas mãos de empresas chinesas, para citar alguns exemplos. Terceiro, a agenda econômica: muitas das empresas e indústrias que deixaram o país nos últimos anos se realocaram em países latino-americanos.

Entenda como Trump pode afetar América Latina e o Caribe.

A questão migratória

Trump afirma que colocará em prática uma política de deportação em massa de imigrantes em situação irregular ou com permissão temporária no país, o que engloba mais de 10 milhões de pessoas, em sua maioria mexicanos e cidadãos do chamado Triângulo Norte (Guatemala, Honduras e El Salvador).

Não se sabe se ele manterá o apoio financeiro que Washington dá ao Panamá para que o governo de José Raúl Mulino deporte os imigrantes que chegam pelo chamado estreito de Darién. Tyler Mattiace, pesquisador da Human Rights Watch baseado na Cidade do México, lista quatro possíveis consequências humanitárias e econômicas.

Primeiro, “famílias mistas”, aquelas nas quais só uma parte tem status regular no país, poderiam ser separadas. Segundo, a reintegração dos imigrantes a seus países de origem demandaria planos governamentais difíceis de organizar.

Terceiro, as redes de tráfico de imigrantes poderiam sair fortalecidas, já que essas pessoas buscariam novas rotas. Quarto, as economias de alguns países que dependem diretamente das remessas enviadas por seus parentes nos EUA poderiam ser afetadas —1/3 do PIB de países como Honduras, Nicarágua e El Salvador vem delas.

Os imigrantes são fundamentais para a economia e para a demografia americanas. O país registrou em 2024 o crescimento populacional mais rápido deste século. Mais 3,3 milhões de habitantes se somaram ao território, e 84% desse grupo é de imigrantes.

A relação com regimes ditatoriais

Com o ditador Nicolás Maduro empossado para mais seis anos no poder e uma oposição clandestina ou no exílio, há dúvidas sobre a estratégia do republicano para lidar com Caracas.

As opções na mesa seriam aumentar a pressão econômica, por meio de mais sanções, ou buscar diálogo com a ditadura para tentar mediar uma negociação com a oposição ou maior comprometimento do regime com a contenção da migração e do tráfico de drogas.

Marco Rubio tem sinalizado que, sob a administração Trump, os EUA poderiam rever a permissão para que a petroleira Chevron atue no país, autorização dada em 2023 que ajudou a amortecer a bancarrota econômica da ditadura.

As ameaças à soberania regional

Surpreendentemente, Trump trouxe para debate um tema antigo e sem projeção nos últimos anos: a soberania do Canal do Panamá, a vital rota marítima que conecta os oceanos Pacífico e Atlântico devolvida por Washington ao país da América Central em 1999.

Ele afirma que as tarifas cobradas aos navios americanos seriam caras —elas subiram recentemente, mas sem discriminação de países. O tema gerou desconforto com o presidente Raúl Mulino, que dava todos os sinais de que poderia ser um importante aliado de Trump.

O republicano também disse que quer mudar o nome do Golfo do México, a região rica em petróleo que compartilha com México e Cuba, para Golfo da América.

A relação com a Argentina de Milei

Trump terá no ultraliberal Javier Milei seu mais expressivo aliado na região. Resta saber se a Casa Rosada poderá contar com a Casa Branca. Milei espera que Trump o ajude a concretizar mais um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), o terceiro desde 2018.

O objetivo seria que o fundo desembolsasse cerca de US$ 10 bilhões (R$ 60 bilhões) para ajudar Milei a ampliar as escassas reservas do Banco Central e, assim, amortecer o peso do fim dos controles cambiais no país, sua promessa de campanha que ainda não saiu do papel.

O argentino também afirma que vai selar um acordo de livre-comércio com os EUA, mas há amplas dúvidas sobre a viabilidade disso e o real interesse americano na negociação. No campo político, em ano de eleições legislativas na Argentina, ter o apoio verbal de Trump pode ajudar a fortalecer o partido de Milei entre seus simpatizantes.

A missão de paz no Haiti

Os EUA são atualmente os principais patrocinadores da missão multinacional que, com policiais do Quênia e do Caribe, tenta ajudar a Polícia Nacional Haitiana a mitigar o colapso humanitário no país.

Há incerteza sobre se Trump manterá essa estratégia. Além disso, nos últimos meses Washington passou a pleitear que a missão se transforme em uma missão de paz da ONU, o que facilitaria a agenda orçamentária. É uma disputa a se comprar com Rússia e China no Conselho de Segurança, e tampouco se sabe se Trump o fará.

A guerra comercial e seus efeitos

Foi a guerra comercial de Trump com a China no primeiro mandato o que acelerou mudanças de importantes cadeias de produção para o México, um processo conhecido como nearshoring que se tornou a jóia da economia mexicana. Mas agora Trump ameaçou trazer a guerra comercial para os vizinhos.

Ele disse que irá impor tarifas a produtos do México e do Canadá. São dois países com os quais os EUA têm um importante tratado de livre-comércio —que, aliás, passará por revisão em 2026. Impor tarifas poderia não apenas encarecer os produtos finais que chegam aos consumidores americanos como virar do avesso as economias vizinhas.

Personagem central dessa história será a presidente do México, Claudia Sheinbaum, presidente que com cem dias de governo marcava 80% de aprovação. Ela foi eleita com a promessa de fazer seu país aproveitar o boom do nearshoring, agora desafiado por Trump.

Mayara Paixão/Folhapress

Transparência Internacional reage a vídeo de Cabral na piscina: ‘ostenta o que roubou’

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral na piscina de sua cobertura no Rio
De óculos escuros, na piscina de sua cobertura na Lagoa, na zona sul do Rio, o ex-governador Sérgio Cabral dá dicas de filmes “imperdíveis” para seus 47 mil seguidores no Instagram. “Compartilho com você três filmes que me marcaram muito. Para para vê-los. Ficamos sempre melhores depois de uma obra-prima”, escreveu nesta sexta-feira, 17, ao publicar o vídeo.

Último político a deixar a prisão na Operação Lava Jato, Cabral retomou a rotina quase como antes – não fosse a tornozeleira eletrônica que ainda é obrigado pela Justiça a usar, mas que não o impede de se movimentar livremente pela cidade. Pedidos da defesa do ex-governador para revogar o monitoramento estão pendentes.

Desde março de 2023, Sérgio Cabral aderiu às redes sociais e virou uma espécie de “blogueiro”. Semanalmente, publica recomendações de leituras, músicas ou filmes para os seguidores. Também registra reuniões em família e a rotina de exercícios. Não há aparições de políticos nos perfis do ex-governador, salvo quando ele próprio posta registros do passado.

Nas redes de Cabral, há também espaço para comentários sobre temas políticos, mas foi a publicação na piscina de sua cobertura que gerou comoção. A ONG Transparência Internacional afirmou que Sérgio Cabral “ostenta o que o Estado não foi capaz de recuperar do que roubou”.

O ex-procurador Deltan Dallagnol, que coordenou a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, também reagiu ao vídeo. Disse que o ex-governador está “livre, leve e solto, agora como blogueiro”.

As condenações de Cabral chegam a 430 anos de prisão. Nenhuma delas transitou em julgado, ou seja, há recursos pendentes. Algumas foram anuladas pela Justiça Federal. O ex-governador passou seis anos preso, entre 2016 e 2022.

Estadão

Gabinete de segurança de Israel aprova acordo, e cessar-fogo começa no próximo domingo

O gabinete de segurança de Israel superou divergências e aprovou, nesta sexta-feira (17), um acordo de cessar-fogo com o grupo terrorista Hamas, encerrando um processo de negociação que durou meses.

O colegiado votou o acordo, que entrará em vigor no domingo (19), por um placar de 24 ministros a favor e 8 contrários, de acordo com a imprensa israelense. A reunião durou mais de seis horas.

O encontro do gabinete de segurança estava previsto para acontecer na véspera, mas foi adiada em cima da hora por Netanyahu, que acusou o Hamas de querer mudar os termos do documento no último minuto.

O grupo terrorista tinha negado o relato. Nesta sexta, afirmou que os obstáculos que haviam surgido em relação ao trato foram resolvidos.

Esta primeira fase do cessar-fogo a princípio irá durar 16 dias. Nele, 33 mulheres (civis e militares), crianças, doentes e homens com mais de 50 anos sequestrados pelo Hamas no mega-ataque que deu início à guerra seriam trocados por todas as mulheres e crianças palestinas menores de 19 anos mantidas em prisões israelenses.

Informações obtidas pela agência de notícias AFP dão conta de que as três primeiras pessoas a serem libertadas pelo Hamas seriam mulheres com menos de 30 anos. Em contrapartida, também seria solto “um certo número de prisioneiros importantes” palestinos.

Na etapa seguinte do acordo, será negociada a libertação dos soldados homens israelenses que também estão em cativeiro, 29 segundo as contas do Exército do país.

Por fim, os corpos dos mortos durante o ataque e depois que permanecem em Gaza, 36 de acordo com os cálculos mais recentes, serão devolvidos. No total, o Hamas matou 1.200 pessoas e sequestrou outras 250 no atentado —cerca de 100 já tinham sido libertadas na primeira e única trégua entre as partes, ocorrida cerca de um mês após o início da guerra.

Já Gaza perdeu quase 47 mil pessoas ao longo dos enfrentamentos segundo as contas das autoridades locais, ligadas ao Hamas, e teve praticamente a totalidade de sua população deslocada pela guerra.

Posteriormente será estruturada a administração de Gaza, que era dominada pelo Hamas desde 2007, um processo complexo e ainda incerto, que dependerá muito da vontade do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

A crise que ameaçava o início do cessar-fogo começou horas depois de a trégua ser anunciada, na quarta (15). Em uma publicação no X, Bibi, como Netanyahu é conhecido, acusou os palestinos de apresentarem de última hora mais uma condição para aprovar o texto: a retirada imediata de forças de Israel do chamado corredor Filadélfia, a fronteira de 17 km entre Gaza e o Egito sob a qual seria feito tráfico de armas para os terroristas.

O acordo negociado previa uma retirada gradual das tropas, em 50 dias. O Qatar, que media as negociações do cessar-fogo ao lado dos Estados Unidos e do Egito, chamou Israel e o Hamas de volta à mesa e, ao fim das conversas, o Estado judeu divulgou uma nota dizendo que, “devido à forte insistência do premiê”, o grupo terrorista tinha abandonado a sua demanda.

Houve quem especulasse que Netanyahu estava jogando para a plateia —mais precisamente, para os ministros da ultradireita religiosa que integram a coalizão que o sustenta. Eles defendem que Israel deveria seguir à risca a sua promessa de só encerrar a guerra na Faixa de Gaza após exterminar o Hamas, objetivo considerado por muitos utópico.

O ministro das Finanças, o radical Bezalel Smotrich, por exemplo, prometeu deixar o governo caso os enfrentamentos não fossem retomados após a primeira fase do cessar-fogo, que no total tem duração prevista de seis semanas. Enquanto isso, o chefe da pasta da Segurança Nacional, o também extremista Itamar Ben-Gvir, ameaçou renunciar se o acordo fosse aprovado, ainda que tenha afirmado que não derrubaria o governo.

A maioria da população é a favor do trato, no entanto. Uma sondagem do Canal 12 publicada em dezembro passado afirmou que 72% dos entrevistados disseram que apoiariam um cessar-fogo que envolvesse a libertação de todos os reféns, enquanto 15% foram contra, e 13% não souberam responder. Vários israelenses se juntaram em uma praça em Tel Aviv à espera das deliberações do governo nesta sexta.

Enquanto isso, centenas de caminhões com alimentos, tendas e outros itens de ajuda humanitária estão em Arish, cidade no Egito a cerca de 48 km da fronteira com Gaza, aguardando o cessar-fogo. A emissora Al Qahera News também indicou que hospitais egípcios estão prontos para tratar palestinos feridos.

O acordo abre caminho para um aumento significativo de envio de suprimentos para o território, devastado pelos bombardeios e assolado pela fome e as doenças.

Rik Peeperkorn, representante da OMS (Organização Mundial da Saúde), afirmou nesta sexta que o trato permitiria a entrada de 600 caminhões em Gaza por dia. É quase dez vezes a média diária de 51 veículos de ajuda humanitária que entraram no território no início deste mês.

“Acredito que a possibilidade está muito presente, especialmente quando outras passagens forem abertas”, disse Peeperkorn à imprensa em Genebra. “Isso pode ser implementado muito rapidamente”.

Folhapress

Moraes quer esmagar oposição e pode perder visto nos Estados Unidos, diz Eduardo Bolsonaro

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) considera que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), tem o objetivo de “esmagar” a oposição ao presidente Lula (PT) ao recusar o pedido de Jair Bolsonaro (PL) para comparecer à posse de Donald Trump, na segunda-feira (20).

Eduardo, que já está nos Estados Unidos para a cerimônia, diz ver “chances reais” de Moraes ter o seu visto cassado e cita projeto em discussão no Congresso americano com esse fim.

O deputado tem uma agenda agitada em Washington e a previsão de participar de eventos muito reservados que fazem parte da posse de Trump, inclusive de jantares com a presença do republicano e de membros do futuro governo.

Ele estará acompanhado da esposa e de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, que chegará aos Estados Unidos neste sábado (18).

Como o senhor viu a recusa do ministro Alexandre Moraes em ceder o passaporte para Jair Bolsonaro?

Acho que é uma interferência na oposição política ao Lula. Estamos falando do principal opositor de direita, uma pessoa que ainda vai para as ruas e arrasta multidões. Então, fica claro essa interferência e esse conluio entre o Lula e o Judiciário. Isso é muito ruim para a democracia. E eu falo isso porque não existe a possibilidade do Jair sair do país. Ele nunca fez uma declaração pública, não existe um texto, um post, não tem absolutamente nada dando indício à suspeição de que ele vá sair do país.

Então não tem por que você impedir, entendeu? Não tem por quê. E ele está sem passaporte. As pessoas aqui perguntam: ‘poxa, tá sem passaporte, mas por quê?’

O senhor diz que é uma interferência, mas com qual objetivo?

Esmagar a oposição do país por interesses pessoais dele, políticos, e com uma maneira de vingança, já que o Bolsonaro é desafiante dele. O Bolsonaro, inclusive, assinou um pedido de impeachment do Alexandre de Moraes enquanto ele ainda era presidente da República. Então, ele tem desejo pessoal de vingança. Ele atropela todas as leis, todas as Constituições devido ao processo ilegal.

Eu começaria perguntando por que um ex-presidente que não tem foro privilegiado está sendo julgado originalmente no Supremo Tribunal Federal. Inclusive por uma pessoa que se diz vítima de atos golpistas, onde ele abre os inquéritos, ele é vítima, ele julga, ele acusa. Bolsonaro jamais deveria estar respondendo nesse foro. Sobram fundamentos para você anular esse processo.

O que garantiria que Bolsonaro não fugiria e ficaria aqui nos EUA?

Mas aí, a partir de que pressuposto partem as pessoas que estão acusando que ele vai fugir se eu acabei de falar que ele já fez viagem internacional [para a posse de Javier Milei] e não saiu? Eu te falo mais. Não é o perfil do meu pai. Ele, mesmo tendo severas críticas ao processo que está em curso, não se importa de estar aqui. E ele cumpriu absolutamente todas as decisões do Moraes. Todas. Entrega cartão de vacina, entrega celular, entrega não sei o quê, devolve presente. Tudo, acima da média.

Existe uma intenção de pedir ao Trump ou a membros da equipe dele que tomem alguma medida sobre o visto do Moraes. Isso está no radar?

Já existem leis dando conta de que autoridades que abusam do poder, autoridades que não respeitam, inclusive as leis americanas, podem perder o seu passaporte. Isso veio muito à tona depois que a deputada Maria Elvira Salazar, da Flórida, abraçou a nossa causa, dos brasileiros, e ela fez uma manifestação, acho que mandou um ofício, para autoridades americanas, pedindo o visto do Alexandre de Moraes e de todos os ministros da Suprema Corte brasileira. Ela e mais cinco ou seis parlamentares assinam. É claro, isso é apenas um ofício, é uma manifestação de um congressista, mas isso daí vai ganhando força.

Maria Salazar propôs o projeto para banir autoridades internacionais que não respeitem a primeira emenda [de liberdade de expressão]. Isso é um caso em que se enquadra perfeitamente naquelas discussões de Elon Musk contra Alexandre de Moraes. Porque Alexandre de Moraes obrigava a rede X a derrubar posts e o Elon Musk se recusava. Muito provavelmente a discussão desse projeto vai retornar agora, tá? Ele não foi no final do ano passado colocado adiante porque não teria tempo hábil e não seria interessante. E ela [Salazar] é próxima do novo chanceler, Marco Rubio.

O senhor deve levar esse pedido a Trump?

Na minha avaliação, existe um risco real de que o Alexandre de Moraes perca o seu visto para entrar nos Estados Unidos, principalmente se aparecer essa conduta brutalmente agressiva, não só contra os brasileiros, mas também contra autoridades americanas. Eu não sei se o Trump vai entender como saudável, como democrática, essa decisão de não deixar o Jair Bolsonaro vir para cá.

O senhor deve fazer esse pedido ao Rubio, trazer isso à tona numa conversa?

Não sei. A minha conduta não é pessoal. A minha conduta é sempre de defender os valores da liberdade, da livre iniciativa da não perseguição. Em princípio, eu não tomo nenhuma atitude pensando em me ligar de Alexandre de Moraes. Todas as minhas atitudes são de maneira genérica, abstrata, a fim de frear qualquer tirania.

Julia Chaib/Folhapress

Morre Bruno Queiroz, jornalista e assessor do Esporte Clube Bahia

O jornalista e assessor de comunicação do Esporte Clube Bahia, Bruno Queiroz, morreu aos 34 anos, na sexta-feira (17), após enfrentar uma luta contra o câncer por mais de dois anos.

Através das redes sociais, o Bahia lamentou a morte de Bruno e informou que ele fazia parte da comunicação do clube desde 6 de fevereiro de 2019. Ele deixa companheira e não tinha filhos. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.

“Filho, esposo, irmão, tio, primo, sobrinho, padrinho, amigo para todas as horas, Bruno nos deixa de forma prematura, mas com um enorme legado na imprensa esportiva da Bahia e na vida de quem teve a sorte de cruzar seu caminho”, disse o clube em nota.

Antes de trabalhar na comunicação do Bahia, seu time do coração, Bruno teve passagens pelo Jornal Correio e CBN. Conforme o clube, é do jornalista a autoria da frase “o que me cura todo dia é o Bahia”, que se tornaria símbolo de sua luta na partida que selou a permanência da equipe na Série A, em 2023.

No ano seguinte, a frase virou camisa oficial do time e, por escolha de Bruno, com parte da renda revertida para as Obras Sociais Irmã Dulce.

Ainda segundo o comunicado, o jornalista, ao longo do tratamento, seguiu trabalhando no dia a dia do clube. Em 2022, após vencer o Campeonato Baiano, os jogadores do Bahia prestaram uma homenagem ao assessor.

Após a partida, alguns atletas levaram a imagem do assessor para o campo e fizeram questão de dedicar o título ao profissional. Na ocasião, ele se recuperava de uma cirurgia e não pôde estar em campo.

O Esporte Clube Vitória também emitiu uma nota de pesar e prestou sentimentos a amigos e familiares de Bruno Queiroz.

G1/Bahia
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Brasil espera pragmatismo de EUA sob Trump e aposta em diálogo sobre Venezuela

A diplomacia brasileira espera uma relação pragmática com os Estados Unidos sob Donald Trump, apesar das bravatas protecionistas do republicano, que toma posse nesta segunda-feira (20).

Integrantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entendem que o Brasil não será prioridade na nova gestão do republicano no que se refere à América Latina. Apostam, no entanto, que o canal de diálogo existente com a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela, pode funcionar como ponte para a relação com Washington apesar das rusgas recentes,.

Segundo os interlocutores consultados pela reportagem, a gestão Trump, particularmente na figura do enviado à América Latina, Mauricio Claver-Carone, não vai buscar uma abordagem agressiva de tarifas e pressão diplomática no país. Ao contrário, deve ampliar investimentos e parcerias para fazer frente à presença da China no país e no continente.

Membros do governo dizem ainda que não há nada que impeça uma relação respeitosa entre Lula e Trump porque o americano nunca atacou pessoalmente o brasileiro —diferentemente do argentino Javier Milei, com quem Lula tem uma relação azeda e protocolar.

Especialistas ouvidos pela reportagem concordam com a avaliação de que Trump não deve tratar o Brasil como prioridade. “O Brasil nunca esteve e nunca estará no radar de prioridades de Trump, e aparece como algo anedótico ou no contexto de declarações de Trump sobre América Latina e imigrantes indo para os EUA. O foco dele [no continente] é México, América Central e Caribe”, afirma Carlos Gustavo Poggio, professor de relações internacionais.

“Pelo menos em 2025, os EUA terão uma visão mais pragmática, de continuidade, com o Brasil. Há outros problemas americanos prioritários no continente, como Cuba, Venezuela e a presença da China”, diz Cristina Soreanu Pecequilo, professora de relações internacionais da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Pecequilo pondera que isso pode mudar em 2026, ano de eleições presidenciais no Brasil e das midterms, eleições legislativas que ocorrem na metade do mandato do chefe do Executivo americano. “O Brasil é o tipo de país com o qual os EUA sob Trump têm divergência em alguns campos, como o ideológico, mas do qual ao mesmo tempo não pode afastar”, diz ela.

O governo brasileiro sedia a cúpula do Brics neste ano, grupo que tem se posicionado como alternativa à ordem global liderada pelos EUA e tem como lideranças os grandes rivais geopolíticos de Washington, China e Rússia. O republicano tem buscado impedir a tentativa da organização de avançar alternativas ao dólar —uma das prioridades da presidência brasileira no Brics.

No caso do tripé Brasil-EUA-Venezuela, os dois especialistas concordam que, apesar do pragmatismo na relação com Brasília, Washington pode pressionar o governo brasileiro a adotar uma postura mais dura com Maduro.

Historicamente aliado do chavismo, o governo Lula tenta se equilibrar entre críticas e o protocolo diplomático para manter um canal de diálogo com a ditadura vizinha desde a contestada eleição venezuelana que, segundo o regime, reelegeu Maduro em julho passado —a oposição e observadores internacionais contestam o resultado oficial.

Desde então, os dois países trocam farpas, e a relação se desgastou. “Com a administração Trump, o Itamaraty talvez seja obrigado a equacionar essa visão relativa à Venezuela, que é uma política um pouco confusa de que não há nada o que fazer e que leva a certa inação”, diz Poggio.

Por sua vez, a ameaça de imposição de tarifas feita por Trump entre a eleição e sua posse é vista pelo governo com cautela. O republicano usou o Brasil como exemplo de país que taxa muito e prometeu tratamento recíproco.

Se por um lado há o risco de o Brasil se tornar alvo de sobretaxação, por outro há a leitura de que uma forte política tarifária contra outros países pode abrir oportunidades para produtos e serviços brasileiros no mercado americano.

Um exemplo disso é a exploração de minerais críticos estratégicos, cruciais para a transição energética e para a indústria de chips e semicondutores. Os EUA buscam expandir parcerias relativas a esses recursos com o Brasil desde o fim do ano passado, em uma tentativa de reduzir sua dependência da China na área.

O agronegócio brasileiro é outro setor que pode se beneficiar, mas em alguns mercados os produtos nacionais competem com os americanos.

“Há também uma questão de risco estrutural [da guerra comercial], que é a instabilidade global”, afirma Pecequilo. “Se você tensiona muito as duas maiores economias mundiais e isso leva a um desequilíbrio da economia chinesa, isso pode ter efeito aqui. A falta de regras no comércio internacional e o unilateralismo afetam países que têm papel secundário no jogo comercial”, diz ela.

O desdém de Trump por instituições multilaterais, inclusive relativas ao comércio internacional, também pesa negativamente para o Brasil.

A defesa do multilateralismo é uma pauta histórica da diplomacia brasileira e particularmente importante para o governo Lula, que defende a reforma de instituições como o Conselho de Segurança da ONU e órgãos financeiros como o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Não é, no entanto, como se o governo Biden tivesse sido positivo para a pauta. A Organização Mundial do Comércio (OMC) segue paralisada, e a ONU não conseguiu evitar ou acabar com as guerras na Faixa de Gaza e na Ucrânia.

Guilherme Botacini/Julia Chaib/Folhapress

Inicia neste sábado período de inscrições para Processo Seletivo Simplificado da Saúde


A Prefeitura Municipal de Ipiaú, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, lançou nesta sexta-feira, 17 de janeiro, os Editais do Processo Seletivo Simplificado, disponíveis no Diário Oficial do Município 
(https://doem.org.br/ba/ipiau/diarios/previsualizar/XVrklbNw).O objetivo é a contratação temporária de profissionais para atender demandas essenciais na área de saúde, tanto na zona urbana quanto rural do município.Está sendo orfertado vagas para médicos socorristas, clínicos e ultrassonografistas; também para enfermeiro; odontólogo e técnicos de enfermagem e higiene bucal. 
As inscrições para o processo seletivo são gratuitas e podem ser realizadas exclusivamente pelo e-mail seletivosesau.ipiau2025.1@gmail.com, mediante envio do formulário de inscrição (anexo ao edital) e da documentação exigida em formato PDF, de preferência em arquivo único. O período de inscrição vai de 18 de janeiro até às 16h59 do dia 21 de janeiro de 2025, às 17h59.

O seletivo será realizado em uma única fase, por meio de análise curricular, de caráter classificatório e eliminatório. O edital prevê vagas destinadas a pessoas com deficiência e ampla concorrência. Os interessados devem consultar os editais no Diário Oficial do Município para informações completas sobre o processo de inscrição, as exigências documentais e os critérios de seleção.

Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

Prefeita Laryssa Dias busca avanços para Ipiaú junto ao Governo do Estado

A Prefeita de Ipiaú, Laryssa Dias e o Deputado Estadual Niltinho participaram de audiência em Salvador com Adolfo Loyola, Secretário de Relações Institucionais do Governo do Estado da Bahia, na tarde desta sexta-feira 17.

Na pauta, a continuidade dos avanços para Ipiaú.

A finalização do Complexo Esportivo, com campo de grama sintética, piscina olímpica, espaços para teatro. A continuidade das obras de macrodrenagem em novas localidades da cidade.

A aquisição de equipamentos para saúde, transporte escolar e a solicitação da Casa do Mel, projeto que beneficia os produtores da agricultura familiar foram destaques tratados na reunião.

Durante o encontro, Adolfo garantiu total apoio às demandas e reforçou o compromisso do Governo do Estado com Ipiaú.

Para a prefeita Laryssa, a parceria do governo municipal com o estadual vai continuar firme e logo em breve Ipiaú vai inaugurar novas e importantes obras. “muito feliz, a receptividade do governo do estado é sempre presente. Agradecemos o apoio de Adolfo e do Governador Jerônimo Rodrigues. Tenho certeza que vamos dar continuidade aos trabalhos iniciados pela Ex- Prefeita Maria das Graças e construiremos juntos, com o apoio da sociedade, as parcerias com governos estadual e federal, uma cidade com modelo de gestão participativa e de muito trabalho”, disse Laryssa.

Tudo indica que logo em breve Ipiaú ganhará mais novidades e avanços. Após a audiência, a Prefeita Laryssa Dias retornará para Ipiaú onde se prepara para noite de encerramento do Natal Luz, na Praça Ruy Barbosa, com programação especial.

Justiça da Bolívia ordena prisão do ex-presidente Evo Morales, acusado por tráfico de jovem

A Justiça da Bolívia ordenou nesta sexta-feira (17) a prisão do ex-presidente Evo Morales depois que ele se recusou a prestar depoimento pela segunda vez no caso no qual é acusado de estuprar e traficar uma adolescente.

O Ministério Público havia pedido a prisão de Evo em dezembro pelos crimes de “estupro, exploração e tráfico de pessoas”. Nesta sexta, o juiz Nelson Rocabado, da cidade de Tarija, disse que Evo é um rebelde e declarou a suspensão do julgamento até que ele se apresente, segundo a Procuradoria. A Justiça também congelou os bens do líder sindicalista e proibiu que deixe o país.

O caso veio à tona em outubro de 2024, quando o governo de Luis Arce, antigo pupilo e agora adversário político de Evo, confirmou a existência da investigação contra o ex-presidente. Segundo a acusação, Evo teria estuprado uma adolescente de 15 anos em 2015 com o consentimento dos pais, que teriam colhido benefícios do governo —ele era presidente na época.

Ainda segundo o Ministério Público, a adolescente teria tido uma filha em decorrência do estupro. De acordo com a investigação, os pais da vítima a inscreveram na “guarda juvenil” de Evo “com o único objetivo de ascender politicamente e obter benefícios em troca de sua filha menor”.

O Ministério Público se concentra em tentar condenar Evo pelo crime de tráfico de pessoas, que acarreta uma pena de 10 a 15 anos de prisão. Isso porque, como afirma a defesa do ex-presidente, a denúncia de estupro foi investigada e arquivada em 2020.

A defesa de Evo diz ainda que ele não compareceu ao depoimento por motivo de saúde, apresentando laudos de pneumonia e problemas respiratórios. Os documentos, entretanto, foram rejeitados pela Justiça, que não os considerou motivos válidos para justificar a ausência.

Embora o paradeiro de Evo seja público, a polícia não executou uma ordem de prisão emitida contra o ex-presidente. Ele se encontra desde setembro em seu reduto político de Cochabamba, cercado de apoiadores que já disseram estar mobilizados para impedir a prisão.

“A segurança do irmão Evo, neste momento, está a cargo de mais de 2.000 pessoas, todos os dias e 24 horas”, disse na quarta-feira à agência de notícias AFP Vicente Choque, membro da Confederação Sindical Única de Trabalhadores Camponeses da Bolívia.

Evo governou a Bolívia de 2006 a 2019, quando foi forçado a deixar o país pelos militares depois de vencer um quarto mandato. Nas eleições de 2020, conseguiu eleger seu ex-ministro da Economia Luis Arce para o cargo de presidente, mas os dois romperam relações e hoje são ferrenhos adversários políticos que disputam o controle do partido governista, o MAS (Movimento ao Socialismo).

Evo insiste que pretende concorrer à Presidência novamente este ano, apesar de estar barrado pela Justiça.

O racha entre o ex-presidente e Arce piorou depois da tentativa de golpe militar na Bolívia em junho de 2024. O general por trás da quartelada, Juan José Zúñiga, havia sido removido do posto por Arce um dia antes de cercar o palácio presidencial com tanques por se manifestar contra um eventual retorno de Evo à Presidência e ameaçar o ex-presidente.

Quando a situação foi distensionada e o general, preso, Zúñiga afirmou ter agido a mando de Arce —o presidente nega. Evo disse na época estar convencido que a ação do general foi uma tentativa de autogolpe por parte de Arce para evitar seu retorno ao poder.

Folhapress

Jerônimo e Wagner vestem camisa de campanha de Rosemberg na Assembleia; ordem no PT é tratar Coronel como adversário

Há cerca duas semanas, o senador Jaques Wagner e o governador Jerônimo Rodrigues, do PT, se encontraram rapidamente para discutir a sucessão do deputado Adolfo Menezes (PSD) na presidência da Assembleia Legislativa.

Chegaram à conclusão de que não deveriam tentar convencê-lo a abrir mão de concorrer à reeleição, apesar do risco “muito concreto”, na avaliação dos dois, de que ela venha a ser contestada judicialmente e com isso ele seja forçado a deixar o posto.

Por causa da chance de o mandato de Adolfo ser inviabilizado, os dois avaliaram que a situação traria a oportunidade única de permitir que o PT faça pela primeira vez, nestes quase 20 anos de controle político e administrativo do Estado, a presidência do Legislativo.

Para tanto, precisariam colocar na primeira vice-presidência da Casa um quadro do partido. O nome escolhido foi o do deputado estadual Rosemberg Pinto, com uma ficha de serviços prestados à sigla e ao governo no Poder considerada inestimável.

Na qualidade de primeiro vice-presidente eleito, Rosemberg sucederia naturalmente Adolfo, no caso de a presidência ser judicialmente declarada vaga sob a alegação de que ele estaria buscando a reeleição, um direito controverso para políticos e juristas.

Foi assim que o nome do petista angariou o apoio dos dois principais líderes petistas na Bahia para disputar o comando do Legislativo, na condição muito especial de candidato oportunista a uma vaga que ainda não existe.

Wagner não só tem dito àqueles com que se entrevista que Rosemberg tem a prioridade para concorrer, como está contando com o suporte aberto de Jerônimo, que assumiu pessoalmente as negociações em defesa do nome do correligionário.

Esta semana, por exemplo, o governador deu partida a um conjunto de conversas com deputados estaduais para atrai-los para a campanha de Rosemberg. Nos encontros, não tem apenas prometido atender a demandas antigas dos parlamentares.

Não deixa de argumentar, por exemplo, que não faz sentido os deputados apoiarem à mesma primeira vice-presidência o nome do deputado estadual Angelo Coronel Filho (PSD), cuja candidatura vem sendo construída pelo pai, o senador Angelo Coronel (PSD), de olho na mesma eventual vacância da presidência.

“Vocês não podem ser instrumentos de um projeto de poder de Coronel”, tem alegado um Jerônimo que, segundo os parlamentares, se despiu completamente da condição de neutralidade teoricamente exigida numa disputa interna do Legislativo.

É uma referência ao plano de Coronel de, uma vez investindo o filho na condição de presidente da Assembleia, poder garantir sua permanência na chapa de Jerônimo em 2026 como candidato à reeleição ao Senado.

Guardadas as devidas proporções, é a mesma manobra que ele protagonizou pessoalmente em 2017, quando era deputado estadual e se elegeu presidente da Assembleia, unindo governistas e oposicionistas em torno de seu nome.

Como presidente da Assembleia, ele adquiriu poder suficiente para se impor como candidato ao Senado na chapa liderada por Rui Costa (PT).

Na época, no entanto, Coronel era considerado um quadro da base que desafiou a liderança de outro governista, o então presidente Marcelo Nilo (Republicanos), que comandava a Casa há 10 anos.

Agora, a situação é diferente. Ele – e seu filho – serão tratados abertamente como oposicionistas, se a candidatura contra Rosemberg for levada adiante. Pelo menos, segundo a orientação expressa de Wagner.

Política Livre

FICCO Bahia, PC, PM e PRF alcançam integrante de facção de Jequié durante fuga para o RJ

Traficante autor de homicídios foi interceptado na cidade carioca de Duque de Caxias.
A união de esforços entre a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) Bahia, as Polícias Civil (9ª COORPIN), Militar (19° BPM) e Rodoviária Federal (PRF) culminou na captura de um integrante de facção, autor de homicídios no município baiano de Jequié. O indivíduo foi alcançado na tarde desta quinta-feira (16), na cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

Na última segunda-feira (13 de janeiro), o traficante assassinou Vitor Rubato Cardoso, 34 anos, e tentou matar o pai da vítima. Os crimes aconteceram no bairro de São José, em Jequié. O integrante de facção responde também pelo homicídio de um preso que dividia cela com ele, na Delegacia Territorial de Itagibá, em 2012.

Após ações de inteligência, as Forças Estaduais e Federais descobriram o plano de fuga, que tinha como destino final uma comunidade na capital carioca.

O criminoso, que possuía mandado de prisão, foi apresentado na Delegacia de Duque de Caxias e passará por audiência de custódia.

Operação Alvorada combate ao tráfico de drogas em Campo Formoso e Antônio Gonçalves na Bahia

Além de dois suspeitos presos e três conduzidos, drogas, veículos e dinheiro foram apreendidos.

Uma operação conjunta da Polícia Civil da Bahia por meio da 19ª Coorpin (Senhor do Bonfim), e da Polícia Militar, através da 54ª CIPM de Campo Formoso, foi realizada na quinta-feira (16), com o objetivo de cumprir nove mandados de busca e apreensão para combater o tráfico de drogas nos municípios de Campo Formoso e Antônio Gonçalves.

A operação Alvorada resultou na prisão de dois suspeitos de envolvimento com organização criminosa e tráfico de drogas. Outras três pessoas foram conduzidas por posse de entorpecentes. Durante as investigações, foi identificado que um dos alvos utilizava uma borracharia no centro da cidade e um restaurante na entrada do município como fachadas para suas atividades ilícitas. Também chamou atenção a evolução patrimonial incompatível com os negócios declarados como lícitos.
No cumprimento dos mandados, foram apreendidos 46 quilos de maconha na residência de um dos investigados, além de comprovantes de depósitos bancários, anotações financeiras relacionadas ao narcotráfico e balanças de precisão. Na borracharia, três porções de maconha embaladas para venda foram encontradas.

Entre os materiais apreendidos também estão três porções de erva seca embaladas, duas balanças, 22 eppendorfs contendo cocaína, uma porção contendo cocaína, um marcador de airsoft semelhante a um fuzil M16, dois veículos caminhonete, uma motocicleta e R$ 2.500 reais.

Os flagranteados realizaram os exames legais, foram encaminhados ao Conjunto Penal de Juazeiro, onde permanecerão à disposição da Justiça Criminal.

Texto: Ascom PC/BA

Governo do Estado entrega ambulância e dois kits odontológicos para o município de Belmonte

Fruto de investimento do Governo do Estado na atenção primária, foram entregues ao município de Belmonte, nesta semana, cerca de R$ 298 mil em equipamentos de saúde.

O material enviado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) consiste em uma ambulância tipo van e dois kits odontológicos, demandas emergenciais apresentadas pela gestão municipal durante encontro com o governador Jerônimo Rodrigues e secretários estaduais, ocorrido na última segunda-feira (13), em Salvador.
  A interlocução com os prefeitos eleitos é um compromisso firmado pelo Governo do Estado para suprir eventuais deficiências encontradas pelos novos gestores no início de suas atividades.

“Quando há um trabalho em parceria, conseguimos fazer um diagnóstico preciso sobre as necessidades locais, o que nos ajuda na missão de fortalecer a assistência à população de cada cidade baiana. A ambulância e os kits odontológicos são importantes investimentos, que, sem dúvidas, irão impactar positivamente na saúde do povo de Belmonte”, afirmou a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana.

Fotos: Luiz Teles e Yasmim Marinho / Saúde GovBA e Divulgação / Prefeitura de Belmonte

Já nos EUA, Leandro de Jesus participa de agenda com deputados e senadores brasileiros antes da posse de Trump

Na oportunidades, eles participaram de um curso sobre ciência política ministrado pelo jornalista e empresário Paulo 

Em solo americano desde quinta-feira (16), o deputado estadual Leandro de Jesus (PL), que vai representar a Bahia e a Assembleia Legislativa (AL-BA) na posse do presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, participou de uma agenda política ao lado de diversos políticos e lideranças da Direita brasileira em Miami, na Flórida. Na oportunidades, eles participaram de um curso sobre ciência política ministrado pelo jornalista e empresário Paulo Figueiredo.

Entre os participantes estiveram o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, os também deputados Mário Frias e Marcel van Hattem, os senadores Jorge Seyff e Eduardo Girão.

O curso abordou desde história e valores fundacionais dos EUA até temas complexos como geopolítica, guerra cultural e questões ideológicas. Único representante da Bahia na ocasião, Leandro salientou a importância da agenda.

“O curso nos preparou para enfrentar desafios ideológicos, espionagem e sabotagem cultural que ameaçam Deus, Pátria, Família e Liberdade. Ao lado de grandes lideranças da nossa Direita brasileira, vamos levar para o Brasil um trabalho de coração para lutar contra aqueles que são um risco à nossa liberdade e democracia”, disse o parlamentar.

Deputados falam em pedir a Trump suspensão de visto de Moraes para entrar nos EUA

Deputados que pretendem ir à posse de Donald Trump nos Estados Unidos dizem que vão pedir ao presidente eleito ou a membros da sua equipe que suspendam o visto do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e de sua família para entrar no país.

A medida seria uma resposta ao fato de o magistrado ter negado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a possibilidade de viajar para acompanhar a cerimônia que marca a volta do republicano ao poder. Bolsonaro está com o passaporte retido pela Polícia Federal e proibido de viajar para fora do país.

Em novembro de 2024, pouco depois da eleição americana, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou à Folha acreditar que a posse de Trump facilitaria a aprovação de um projeto no Congresso para barrar a entrada de Moraes nos EUA.

“Eu diria que o impacto [da eleição de Trump] está muito mais no poder que terá agora os Estados Unidos contra os abusos de autoridades patrocinados por um ministro do STF”, disse Eduardo à época, referindo-se a Moraes.

Tramita no Congresso dos EUA um projeto que visa barrar a entrada no país de autoridades que tenham atentado contra a liberdade de expressão, que é garantida pela Constituição.

Um grupo de ao menos 20 deputados federais deve participar da posse de Donald Trump na próxima semana, nos Estados Unidos. O principal organizador dessa delegação de parlamentares é Eduardo, atual secretário de relações institucionais e relações internacionais do PL.

O deputado mantém relação com aliados de Trump e esteve nos Estados Unidos para acompanhar a eleição, em novembro. Ele inclusive participou de um jantar na casa de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida.

Na lista da comitiva, estão Joaquim Passarinho (PL-PA), presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, Gustavo Gayer (PL-GO), Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Bia Kicis (PL-DF), Marcel van Hattem (Novo-RS), Giovani Cherini (PL-RS), Mauricio Marcon (Podemos-RS) e Messias Donato (Republicanos-ES).

Julia Chaib/Folhapress

PF incinera nove toneladas de drogas em Guaíra/PR

As apreensões foram resultado de ações coordenadas entre diferentes forças policiais, incluindo a Polícia Militar do Paraná, a Polícia Civil do Paraná e a Polícia Rodoviária Federal, além da própria Polícia Federal.

Guaíra/PR. A Polícia Federal realizou, nesta quinta-feira, 16/1, a segunda operação de incineração de drogas deste ano, em Guaíra. Cerca de nove toneladas de entorpecentes foram destruídas durante o procedimento.
As apreensões foram resultado de ações coordenadas entre diferentes forças policiais, incluindo o Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFRON) da Polícia Militar do Paraná, o Grupo de Operações de Apoio (GOA) e o TIGRE da Polícia Civil do Paraná e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), além da própria Polícia Federal. Essa colaboração entre as agências de segurança é fundamental para combater o tráfico de drogas e desmantelar as organizações criminosas que atuam na região.

Comunicação da Polícia Federal no Paraná

PF e BPFRON apreendem mais de 1,5t de substância análoga a maconha em Pato Bragado/PR

Guaíra/PR. Nesta quinta-feira (16/1), a Polícia Federal, em ação integrada com o pelotão de operações com cães do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFRON), durante patrulhamento pela área rural de Pato Bragado/PR, localizaram, em meio à mata ciliar do Lago de Itaipu, diversos fardos de substância análoga a maconha, que após pesados totalizaram 1.541 kg da droga. O responsável não foi localizado.
A droga apreendida foi encaminhada para a Delegacia da Polícia Federal de Guaíra/PR para adoção das medidas cabíveis.

 "A droga foi encontrada em meio à mata ciliar do Lago de Itaipu, durante patrulhamento pela área rural de Pato Bragado/PR,"

Comunicação Social da Polícia Federal no Paraná

Helicóptero cai com quatro pessoas a bordo em Caieiras, na Grande São Paulo

Um helicóptero caiu em Caieiras na noite desta quinta-feira (16), em área de mata fechada da cidade, que fica na Grande São Paulo.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave caiu por volta das 23h28 desta quinta-feira (16), porém só foi encontrada às 6h15 desta sexta (17), pelo helicóptero Águia da Polícia Militar. A aeronave teria perdido o sinal de GPS por volta das 20h. Chovia no momento do acidente.

Quatro pessoas estavam a bordo. O piloto da aeronave foi encontrado e resgatada pouco antes das 7h, e uma menina foi encontrada pelas equipes de resgate por volta das 7h15. Eles estão conscientes e foram levados a um pronto-socorro da cidade.

As buscas pelos outros ocupantes continuam e geram uma interdição na rodovia dos Bandeirantes (SP-348), no sentido São Paulo. Há pouco mais de 2 km de congestionamento no trecho próximo a Caieiras. Apenas uma faixa está liberada no local.

Segundo informações dos Bombeiros, o helicóptero decolou do Jaguaré, na zona oeste, e tinha como destino a cidade de Americana –a 141 km de São Paulo, na região de Campinas.

O acidente aconteceu na região do Morro do Tico-Tico. As buscas pelos passageiros desaparecidos continuam em meio à previsão de chuva para a região.

Luis Eduardo de Sousa/Folhapress

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