Manifestações em defesa dos direitos reprodutivos movimentam Washington antes da posse de Trump

Os atos marcam o retorno da Marcha das Mulheres e ocorrem em frente ao Lincoln Memorial, onde foram levantadas bandeiras em defesa ao acesso ao aborto legal e dos direitos de pessoas transgêneras
Manifestantes se reuniram em Washington D.C. neste sábado (18) para protestar pelos direitos reprodutivos das mulheres, antes da posse de Donald Trump. Os atos marcam o retorno da Marcha das Mulheres e ocorreram em frente ao Lincoln Memorial, onde foram levantadas bandeiras em defesa ao acesso ao aborto legal e seguro, em prol dos direitos de pessoas transgêneras, e da luta contra as mudanças climáticas, pautas que os manifestantes acreditam estar sob ameaça com a nova administração de Donald Trump.

Enquanto isso, o presidente eleito dos Estados Unidos se prepara para deixar sua residência na Flórida e se dirigir a Washington para a cerimônia de posse na segunda-feira (20). Donald Trump será transportado em um C-32, que é a versão militar do Boeing 757. 
Por da Redação-Jovem Pan

Ibirataia: Jovem é brutalmente assassinada no corta jegue

Rayssa de Carvalho, uma adolescente de 16 anos, foi assassinada a tiros por volta das 19h deste sábado (18), no bairro Massaranduba, em Ibirataia. De acordo com informações, a vítima estava na rua quando foi surpreendida por um homem a pé, que efetuou vários disparos de arma de fogo em sua direção. Após o crime, o autor fugiu para um matagal próximo ao loca

A jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A Polícia Militar foi acionada, isolou a área e aguardou a chegada do Departamento de Polícia Técnica (DPT) para realizar a perícia e o levantamento cadavérico. A autoria e a motivação do crime ainda são desconhecidas e serão investigadas pela Polícia Civil. (Giro em Ipiaú)

Governo do Estado monitora cheias do rio Jequitinhonha e reforça apoio às populações ribeirinhas

A Defesa Civil da Bahia (Sudec) e toda a estrutura do Governo do Estado seguem alertas em relação às consequências das fortes chuvas que atingiram o estado e estados vizinhos. De acordo com o órgão, o ponto de atenção neste momento é a necessidade da Usina Hidrelétrica de Itapebi dar vazão às águas acumuladas pelas chuvas.

“Por meio da Sudec, o Governo do Estado está monitorando as condições do rio Jequitinhonha nas regiões de Itapebi, Itarantim, Itagimirim e Salto da Divisa, devido ao aumento significativo da vazão provocado pelas chuvas intensas dos últimos dias”, declarou o superintendente da Sudec, Heber Santana.

Heber Santana explicou que o cuidado é necessário, uma vez que a concessionária de energia elétrica Neoenergia informou que a Usina Hidrelétrica Itapebi, operando “a fio d’água”, abriu as comportas do vertedouro devido à vazão afluente superior a 1.200 m³/s, podendo chegar a 2.000 m³/s nos próximos dias. A empresa alertou que esse volume pode causar inundações naturais nas áreas às margens do rio, e as defesas civis municipais já foram comunicadas.

A Sudec possui um plano de contingência estabelecido pela usina e pelas defesas civis municipais, com rotas de fuga e locais de abrigo para as pessoas que precisarem deixar suas casas. “Pedimos também que os navegantes do rio Jequitinhonha respeitem a elevação do nível do rio, para evitar maiores problemas tanto para si próprios quanto para suas famílias. A obediência às orientações dos agentes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e da usina hidrelétrica é fundamental para preservar vidas”, completou o superintendente.

Ainda de acordo com o superintendente, a Sudec continua monitorando a situação e está pronta para agir imediatamente, caso necessário, coordenando o apoio às populações ribeirinhas e às prefeituras locais para minimizar os impactos das cheias. Ainda assim, o Governo do Estado reforça a importância de que os moradores das áreas afetadas fiquem atentos às orientações das autoridades locais e das defesas civis municipais para garantir a segurança. 

Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Tribunais usam ‘dezembrada’ para pagar benefícios e penduricalhos milionários a juízes; entenda

No último mês de 2024, tribunais estaduais e ramos do Ministério Público tiraram proveito das sobras em caixa para aprovar benefícios extras para magistrados que elevam os salários em até R$ 463 mil líquidos, ou R$ 524 mil brutos. No total, só nos Tribunais de Justiça, em dezembro, foram pagos valores que somam pelo menos R$ 1,5 bilhão, conforme dados divulgados no Painel de Remuneração dos Magistrados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os valores excluem as estimativas com o pagamento de 13º salário.

A prática de conceder benefícios, vantagens e penduricalhos no final do ano tem se repetido. Em alguns casos, as medidas autorizadas nesses meses têm validade durante o ano todo. Esses gastos são conhecidos como “dezembrada”, como explica a diretora-executiva da Transparência Brasil, Juliana Sakai.

“É muito comum na gestão pública ter a ‘dezembrada’, que é: o orçamento não foi executado o ano inteiro, por mau planejamento muitas vezes, aí chega no final do ano e os magistrados têm a oportunidade de executá-lo e isso (distribuição de penduricalhos) é feito”, afirmou.

Como mostrou o Estadão, um dos casos mais recentes de “dezembrada” ocorreu no Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), onde a cúpula da instituição aprovou nos últimos dias de trabalho do ano passado um pacote de medidas que reconhece o direito de juízes e desembargadores ganharem até R$ 438 mil cada a título de valores retroativos do Adicional por Tempo de Serviço (ATS), penduricalho também conhecido como quinquênio.

O conjunto de benesses incluiu o pagamento de um mês de vantagens relativas à licença prêmio em 2025, caso haja disponibilidade financeira. A Corte de Alagoas ainda autorizou que R$ 15 milhões do Fundo Especial de Modernização do Poder Judiciário (Funjuris) sejam usados para o pagamento de “auxílios e outras vantagens, desde que caracterizadas como ‘outras despesas correntes’”.

A Corte argumenta que “todas as medidas adotadas relacionadas a pagamentos de vantagens e benefícios a magistrados e servidores estão rigorosamente fundamentadas na legalidade, sendo reconhecidas como devidas e autorizadas pelo CNJ”.

O professor de economia da Fundação Dom Cabral e autor do livro “O País dos Privilégios”, Bruno Carazza, explica que a não execução das sobras orçamentárias implica na devolução desses recursos aos governos, o que contribuiria para a melhoria das contas públicas.

“Todo o esforço que o governo tem para colocar as contas públicas em dia não atinge os órgãos do Judiciário e do Legislativo”, afirmou Carazza. “Como há liberalidade de lidar com os seus orçamentos sem cortar despesas, toda sobra que eles (Judiciário, Ministério Público e Legislativo) acumulam ao longo do ano é torrado com benesses salariais para zerar os recursos do orçamento anual”, completou.

Esse cenário foi visto no mês de dezembro no Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). A instituição autorizou pagamento de gratificações natalinas, indenizações de férias (60 dias por ano) e folgas (uma a cada três dias trabalhados) a um grupo de 29 procuradores e promotores. A combinação de benefícios rendeu mais de R$ 151 mil líquidos a cada um dos beneficiados.

Folhas salariais de alguns promotores e procuradores nem sequer tiveram descontos pelo abate-teto, regra que, em tese, limitaria os proventos dos funcionários públicos ao valor do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (R$ 44 mil).

O MP-SC diz que “a remuneração segue o ordenamento jurídico vigente, com o subsídio observando o limite imposto pelo teto constitucional – exceto as verbas indenizatórias, devidamente autorizadas”.

O procurador catarinense recordista em valores recebidos no mês de dezembro somou R$ 203 mil líquidos em seu contracheque, dos quais R$ 141,8 mil foram verbas indenizatórias, sobre as quais não incide o imposto de renda. O salário-base desse membro do MP-SC é de R$ 39,7 mil.

Caso semelhante ocorreu no Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO). A Corte pagou mais de R$ 400 mil livres de impostos a sete juízes no último mês de 2024. Um desses magistrados, cujo salário-base é de R$ 35,8 mil, recebeu um salário bruto de R$ 524 mil em dezembro, o que rendeu, após o descontos de impostos que incidem sobre a folha de pagamento, um total de R$ 463 mil limpos na conta corrente do magistrado.

Desses R$ 486 mil, R$ 279,4 mil são relativos ao pagamento do adicional por tempo de serviço (ATS). Também foram pagos sob o guarda-chuva “direitos eventuais” R$ 64 mil a título de abono natalino e R$ 141,5 mil de juros e atualização monetária relacionados ao ATS. O TJ-RO não comentou o caso.

No Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJ-MS), os magistrados ganharam até R$ 250 mil líquidos em dezembro, o que representa quase oito vezes mais do que o teto do funcionalismo público. Também no final do ano, a então presidente da Corte sul-mato grossense, desembargadora Clarice Claudino da Silva, decidiu pagar R$ 10 mil a todos os magistrados e R$ 8 mil aos servidores a título de vale-alimentação, penduricalho logo intitulado “vale peru”. O tribunal não se manifestou ao ser procurado.

O ministro Mauro Campbell Marques, corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que fiscaliza o Poder Judiciário, mandou suspender o pagamento por considerar o valor exorbitante. O benefício, no entanto, caiu na conta dos magistrados e servidores, mesmo após a decisão do ministro. Com a repercussão, o tribunal recuou e mandou servidores e magistrados devolveram o dinheiro.

Em Minas Gerais, 32 magistrados tiveram contracheques acima de R$ 300 mil ao longo do ano, sendo que 29 deles receberam essas cifras no mês de dezembro. Nesse mês, os magistrados de Minas Gerais receberam, em média, R$ 214 mil. O valor é da remuneração líquida, ou seja, o que efetivamente caiu na conta após descontos. A Corte não comentou.

Os contracheques foram inflados por “verbas complementares” – indenizações, direitos pessoais e direitos eventuais. As verbas indenizatórias, como adicional por tempo de serviço, e vantagens eventuais, a exemplo do reembolso por férias atrasadas, são contadas fora do teto, o que abre caminho para os chamados “supersalários”. Esses auxílios também não sofrem incidência de imposto de renda.

O coordenador de advocacy da plataforma Justas, Felippe Angeli, destaca o fato de que os benefícios pagos pelo Judiciário e pelo Ministério Público no final de ano são isentos de imposto por terem caráter indenizatório. O fato de figurarem como indenização no orçamento também ajuda a explicar o motivo de serem pagos sempre no final do ano ou no início do ano seguinte.

“Grande parte desses valores são compostos por verbas indenizatórias e, muitas vezes, é preciso acumular algum período (para recebê-los)”, analisou. “Culturalmente, na sociedade brasileira em geral, há uma concentração de benefícios, no setor público e privado, no final de ano”, completou.

Weslley Galzo/Estadão

Itagibá vence por 3X0 a Seleção de Ubatã na estreia da Copa Níquel

Na última quinta-feira, 18 de janeiro, teve início a Copa Níquel Itagibá 2025, um dos maiores eventos esportivos do sul da Bahia, realizado pela Prefeitura Municipal de Itagibá, por meio da Secretaria de Esportes. E a estreia não poderia ser melhor: em um jogo emocionante, o time de Itagibá venceu Ubatã por 3 a 0, mostrando a força e o talento do futebol local. A competição, que reúne grandes equipes e jovens talentos, conta com as categorias 2006–2007, 2008–2009 e 2010–2011, proporcionando uma oportunidade única para o desenvolvimento esportivo e integração entre os municípios participantes
Entre os destaques da Copa Níquel, está a presença do Esporte Clube Vitória, um dos maiores clubes da Bahia, além de outras equipes renomadas, como Cruz das Almas, Conceição de Feira, Ipiaú, Botafogo de Salvador, Gongogi, Poções, Vitória da Conquista e Serra Grande.
 
Com jogos programados até o dia 25 de janeiro, a Copa Níquel promete movimentar o cenário esportivo regional, atraindo atletas, torcedores e amantes do futebol para Itagibá, consolidando o município como referência no esporte.

O evento é mais uma ação da Prefeitura Municipal de Itagibá, que, por meio da Secretaria de Esportes, reforça seu compromisso com o desenvolvimento esportivo e social da cidade.

 Ascom/PMI

Proibição de Bolsonaro ir à posse de Trump repercute na imprensa mundial

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de negar a devolução do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi repercutida pelos principais jornais internacionais nos últimos dias.

O ex-presidente está com o passaporte retido como medida cautelar da investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Com a negativa do Supremo, Bolsonaro não irá à posse de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos que assume o cargo nesta segunda-feira, 20.

O jornal americano The New York Times repercutiu a proibição com uma análise das semelhanças entre Bolsonaro e Trump, e por qual razão os dois políticos traçaram caminhos diferentes desde o momento em que deixaram o poder. Segundo a reportagem, “Trump está voltando ao poder, enquanto Bolsonaro encara a prisão”.

Segundo o jornal, o ex-presidente brasileiro tomou um caminho diferente do adotado pelo presidente eleito americano porque, ao contrário do que ocorreu nos Estados Unidos, as autoridades eleitorais do Brasil foram ágeis em torná-lo inelegível e seu grupo político, desde então, só lhe ofereceu um “apoio morno”.

O jornal The Wall Street Journal, dos Estados Unidos, mostrou que Bolsonaro não irá à posse de Trump mesmo sendo um dos “mais próximos aliados” do presidente eleito na América Latina e com um convite para o evento.

O jornal americano The Washington Post destacou os argumentos da decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, como o de que Bolsonaro não detém posição que lhe confira a representação oficial do Brasil na posse de uma autoridade estrangeira. A reportagem detalhou o histórico de conflitos na Justiça entre Moraes e Bolsonaro e cita que o ex-presidente considera o magistrado um “inimigo pessoal”.

O britânico The Guardian afirmou que, após a negativa da Suprema Corte brasileira, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) representará o pai na posse de Trump. O jornal afirmou que o deputado federal é um potencial candidato para a eleição presidencial de 2026.

O El País, da Espanha, relembrou que o bolsonarismo celebrou “com euforia” a vitória de Trump em novembro de 2024.

A proibição da viagem de Bolsonaro também foi repercutida pela Al Jazeera, do Qatar, e pelo francês Le Figaro. Enquanto o principal jornal do Oriente Médio destacou que o ex-presidente brasileiro se sente vítima de “lawfare”, termo em inglês para “perseguição judicial”, o jornal francês citou que, além da investigação por golpe de Estado que retirou seu passaporte, Bolsonaro foi condenado em uma ação eleitoral que o torna inapto a concorrer a cargos eletivos até 2030.

Juliano Galisi/Estadão

Ipiaú se despede do Natal Luz com evento cultural na Praça Rui Barbosa nesta segunda

A Prefeitura Municipal de Ipiaú, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo (SECULT), realizará no próximo dia 20 de janeiro, às 19h, na Praça Rui Barbosa, a Despedida de Natal Luz. O evento, que marca o encerramento das celebrações natalinas, promete encantar o público com uma programação recheada de cultura, tradição e alegria.

Entre as atrações confirmadas está o Boi Estrela, da Associação do Grupo da Terceira Idade “De Bem com a Vida”, de Ipiaú. Com apresentações repletas de animação e história, o grupo levará ao público um espetáculo que valoriza a tradição e a força da cultura local.

Outro destaque da noite será o Reizado de Lagoão, representado por Jil e Jeni, diretamente da cidade de Boa Nova. A performance promete trazer um toque especial à despedida, unindo música, dança e a essência do folclore baiano em uma celebração inesquecível.

“Queremos proporcionar uma noite mágica para a nossa comunidade. Este evento é um convite para nos despedirmos do Natal Luz em grande estilo, reunindo famílias e amigos em um momento de confraternização e valorização da cultura popular”, destacou o secretário da SECULT, Caio Braga.

Reúna sua família e amigos e venha vivenciar esse momento único! Uma noite de alegria, tradição e cultura espera por você. Não perca!

Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

Tenente suspeito de dirigir carro em que estavam atiradores que mataram delator do PCC é preso

A Força-Tarefa do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) prendeu na manhã deste sábado (18) um tenente suspeito de envolvimento na morte de Antônio Vinícius Gritzbach, 38, delator do PCC.

Segundo a investigação, o tenente Fernando Genauro da Silva —que trabalha na 1ª Companhia do 23° Batalhão da Polícia Militar, na capital paulista— dirigia o carro em que estavam os atiradores que mataram Gritzbach na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos, no dia 8 de dezembro do ano passado.

Na última quinta-feira (16), a Corregedoria da Polícia Militar prendeu o cabo Dênis Antonio Martins, 40, apontado pela investigação como um dos autores dos disparos que mataram o delator. Na ocasião, outros 14 policiais —2 tenentes e 12 cabos e soldados— também foram presos por fazer a escolta irregular de Gritzbach e envolvimento com o PCC.

O tenente preso neste sábado, segundo apuração da força-tarefa, já trabalhou com o cabo Dênis na Força Tática do 42º Batalhão da PM, e, Osasco, na Grande São Paulo, onde atuavam na mesma viatura.

A reportagem apurou que a investigação descobriu que o celular de Silva recebeu ligações exatamente no momento em que o carro sai para levar os atiradores até o delator e depois uma nova ligação quando o carro é abandonado.

A prisão de Silva é temporária, por 30 dias. Ele foi localizado e preso no bairro Jardim Umuarama, em Osasco, e levado ao DHPP e deve seguir para Presídio Militar Romão Gomes.

A defesa sustenta que o tenente é inocente. “Ele não cometeu esse crime, ele não estava no dia dos fatos”, disse o advogado Mauro Ribas.

“Ele não fazia segurança para Gritzbach. Nunca fez. E não tinha relação profissional com os demais policiais”, acrescentou Ribas. A defesa é composta também pelo advogado Renato Soares.

Além da prisão do tenente, a operação deste sábado cumpriu sete mandados de busca e apreensão.

A investigação agora busca identificar o terceiro ocupante do veículo, que seria o outro executor de Gritzbach. Além disso, também apuram se o tenente tem relação com os policiais militares que integravam a escolta irregular do delator do PCC.

Gritzbach foi assassinado a tiros em 8 de novembro de 2024, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ele era jurado de morte pelo PCC.

Ligado à facção criminosa, ele teria se envolvido numa série de problemas com o grupo. Era suspeito de ter mandado matar dois integrantes da facção. Também fechou um acordo de delação premiada com a Justiça.

O delator voltava de uma viagem a Alagoas. Conforme mostram imagens do ataque, ele havia acabado de deixar a área de desembarque do terminal 2 do aeroporto quando homens encapuzados saíram de um Volkswagen Gol preto e atiraram contra o empresário.

Os disparos foram feitos perto do portão, em meio à circulação de outros passageiros. Os atiradores entraram no carro e fugiram.

Dias após o crime, membros da investigação diziam que as suspeitas do assassinato apontavam para os militares envolvidos na escolta do delator.

A delação teria sido o motivo da morte, segundo Ivalda Aleixo, diretora do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Segundo ela, Gritzbach expôs “todo um esquema de corrupção”, aponta “policiais vendidos” e “dá nome aos donos do PCC, que fazem a lavagem de dinheiro”.

Rogério Pagnan/Paulo Eduardo Dias/Folhapress

Caiado articula equipe, lançamento de pré-candidatura presidencial e giro pelo Brasil em 2025

Mais de 30 anos depois de estrear na corrida presidencial com menos de 1% dos votos, Ronaldo Caiado (União Brasil) aposta que, desta vez, a experiência (ou os “cabelos brancos”, como costuma dizer) serão o seu passaporte para a vitória. O governador de Goiás chega a 2025 tratando a candidatura presidencial como um objetivo inadiável, espécie de última cartada em sua trajetória política, que acumula passagens pela Câmara dos Deputados, Senado e governo estadual.

Em meio a uma direita fragmentada e à inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), Caiado se antecipou e decidiu colocar o bloco nas ruas já este ano, marcando o lançamento da sua pré-candidatura ao Planalto para o mês de março.

Salvador foi escolhida como palco do anúncio, em uma decisão carregada de simbolismos. Foi lá que Lula (PT) alcançou sua maior votação entre as capitais no segundo turno de 2022 contra Bolsonaro. E apesar de o Estado ser um histórico reduto petista, também é uma base importante do União Brasil, partido de Caiado. Na última eleição municipal, o União Brasil garantiu a reeleição de Bruno Reis na capital baiana com margem de quase 80% dos votos válidos. O evento de lançamento da pré-candidatura de Caiado deve reunir as principais lideranças locais da legenda, incluindo Bruno Reis e o ex-prefeito ACM Neto. O presidente nacional do partido, Antonio Rueda, também promete marcar presença.

Com o anúncio feito, Caiado deve avançar para a criação de um núcleo de coordenação política, que contará com Rueda, ACM Neto e outros atores políticos. Desse núcleo, que sairá do papel ainda no primeiro semestre, vão surgir os braços estratégicos da pré-campanha, responsáveis por pela agenda, comunicação e elaboração do programa de governo de Caiado.

Nos próximos meses, Caiado planeja selecionar nomes para formar o time de especialistas encarregado de elaborar sua plataforma de governo. Correligionários contam que, no ano passado, ele iniciou conversas com alguns profissionais, entre eles, a médica Ludhmila Hajjar, o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto e Erick Figueiredo, que presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no governo Bolsonaro. No entanto, dizem aliados, foram apenas sondagens iniciais, sem garantia de que esses nomes integrarão a equipe.

Governador planeja giro pelo País

Até o ano passado, a agenda de Caiado estava limitada a compromissos governamentais e convites para eventos. Agora, a estratégia é criar uma agenda nacional. Em entrevista ao jornal O estado de São Paulo, Rueda contou que o plano é iniciar as agendas nas capitais e em cidades com mais de 200 mil habitantes onde o partido tem prefeitos.

“É começar a fazer o dever a partir da nossa casa, criando um movimento político consistente. Por isso, vamos a Salvador, estou pedindo para ele ir a Natal, Teresina… E não tem como menosprezar os maiores colégios eleitorais, como Rio e Minas. Temos que ir para cima nesses Estados e construir uma base com personagens da política que comprem o trabalho do Caiado”, disse o dirigente nacional.

Rueda afirmou que o partido vai contratar pesquisas para nortear a estratégia eleitoral de Caiado, com a primeira delas, em nível nacional, prevista para este mês. O marqueteiro será contratado mais adiante.

“O que precisamos agora é fazer pesquisas e dar densidade eleitoral para o Caiado, divulgar as ideias dele, o que ele fez, para trazer tração para a campanha”, completou Rueda, que nega haver contradição entre a candidatura de Caiado e o fato de o União Brasil integrar o governo Lula. “Quem vive a política sabe que a construção dos ministérios foi uma condição particular. Estou muito tranquilo quanto a isso. Os dois ministros estão fazendo um trabalho importante”.

Nas próximas semanas, Caiado deve inaugurar um escritório na região central de São Paulo, onde pretende receber lideranças políticas e representantes de diversos setores, incluindo empresários e formadores de opinião.

Direita fragmentada e embate com Bolsonaro são desafios

Caiado tem afirmado que será candidato à Presidência independentemente da conjuntura, com ou sem o apoio de Bolsonaro. Em seu entorno, há o sentimento de que apenas a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) poderia mudar seus planos, mas publicamente o próprio Caiado descarta essa possibilidade. Entre seus correligionários, há quem acredite que o primeiro turno da eleição de 2026 funcionará como uma espécie de prévias da direita, com diferentes candidatos na disputa, sem um nome único de consenso, como alguns líderes partidários defendem.

Além do alto desconhecimento sobre seu nome, Caiado enfrenta o desafio de derrubar estereótipos criados em torno de sua imagem, principalmente a associação excessiva ao agronegócio. Segundo um assessor, que preferiu não se identificar, o governador precisa mostrar que não é um “jacu do mato”. Por isso, uma das frentes da comunicação será destacar sua formação médica e seu histórico como professor. Embora seja um candidato de direita, a campanha também buscará associá-lo a temas sociais, na tentativa de atrair eleitores mais ao centro.

Outros desafios incluem demover o cantor Gusttavo Lima, de quem é aliado, da candidatura presidencial e enfrentar a animosidade de Bolsonaro, que passou a fazer críticas públicas ao governador. Durante a última campanha eleitoral, Caiado e Bolsonaro travaram uma disputa acirrada na eleição de Goiânia, na qual o governador levou a melhor com a vitória de Sandro Mabel (União Brasil). Segundo pessoas próximas a Caiado, ele não pretende comprar a briga com o ex-presidente, mas também não deve buscar uma reconciliação. Os dois já se desentenderam em outras ocasiões, como quando Caiado criticou a postura de Bolsonaro na pandemia de covid-19.

No fim do ano passado, Caiado passou a ter uma preocupação jurídica: ele foi condenado pela Justiça Eleitoral de Goiás a oito anos de inelegibilidade por supostamente ter cometido abuso de poder político durante as eleições municipais ao usar a sede do Palácio das Esmeraldas para beneficiar o prefeito eleito de Goiânia – o que ele nega. Por se tratar de uma decisão de primeira instância, Caiado poderá recorrer ao colegiado do TRE-GO.

Enquanto lida com esses desafios, Caiado já planeja explorar vitrines de sua gestão em 2025. A alta aprovação em seu próprio estado é uma delas — na última pesquisa Quaest, Caiado aparece com 88% de aprovação. A segurança, que é uma das principais preocupações dos eleitores, deve ser a principal bandeira de sua campanha, assim como a educação. Em 2023, Goiás conquistou a melhor nota do país no ensino médio da rede estadual, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.

Para o cientista político Renato Dorgan, especialista em pesquisas eleitorais e estratégia política e CEO do Instituto Travessia, Caiado desponta como uma opção interessante para o cenário presidencial por reunir atributos que permitem atrair um eleitor mais ao centro, e não só à direita. “Caiado tem um grande apelo no campo do desenvolvimento econômico e do agronegócio, com uma postura menos ideológica e distante da extrema direita. Ele representa um ‘azul clássico’, similar aos antigos candidatos do PSDB ou ao próprio FHC. Tem o perfil de um democrata, alguém com uma postura mais centralizada”, analisa Dorgan.

Apesar de considerar que o governador de Goiás parte de uma base eleitoral menor em comparação a nomes como Tarcísio de Freitas ou figuras ligadas à família Bolsonaro, Dorgan acredita que Caiado tem mais potencial para conquistar o voto de centro que foi decisivo para Lula em 2022. “Do ponto de vista do marketing político, é muito mais fácil de ser construído do que qualquer um desses outros candidatos. O próprio Tarcísio é muito preso ao estigma do bolsonarismo”, avalia.

Bianca Gomes/Estadão

Entenda como governo Trump pode afetar a América Latina

O segundo mandato de Donald Trump deve reposicionar a América Latina e o Caribe no mapa das prioridades do governo dos Estados Unidos. Há temas-chaves para acompanhar, ainda que exista ampla incerteza sobre quais serão os seus desdobramentos.

Trump incluiu em sua futura equipe membros com grande conhecimento sobre a região, a começar por Marco Rubio, secretário de Estado (portanto, chefe da diplomacia) que é filho de cubanos e fala espanhol fluentemente.

Mas o que motiva o aumento do interesse do republicano pela área? Ao menos três pontos precisam ser levados em conta, diz Thiago Vidal, diretor de análise política da consultoria Prospectiva, que atua em diversos países da América Latina. Primeiro, a imigração: 1,7 milhão de pessoas chegaram à fronteira do país com o México em 2024 buscando uma nova vida nos EUA.

Segundo, a forte presença chinesa na região, que acende o alerta vermelho em Washington —o Equador acumula uma dívida de US$ 4 bilhões (R$ 24 bilhões) com Pequim, e toda a rede elétrica da capital do Peru está nas mãos de empresas chinesas, para citar alguns exemplos. Terceiro, a agenda econômica: muitas das empresas e indústrias que deixaram o país nos últimos anos se realocaram em países latino-americanos.

Entenda como Trump pode afetar América Latina e o Caribe.

A questão migratória

Trump afirma que colocará em prática uma política de deportação em massa de imigrantes em situação irregular ou com permissão temporária no país, o que engloba mais de 10 milhões de pessoas, em sua maioria mexicanos e cidadãos do chamado Triângulo Norte (Guatemala, Honduras e El Salvador).

Não se sabe se ele manterá o apoio financeiro que Washington dá ao Panamá para que o governo de José Raúl Mulino deporte os imigrantes que chegam pelo chamado estreito de Darién. Tyler Mattiace, pesquisador da Human Rights Watch baseado na Cidade do México, lista quatro possíveis consequências humanitárias e econômicas.

Primeiro, “famílias mistas”, aquelas nas quais só uma parte tem status regular no país, poderiam ser separadas. Segundo, a reintegração dos imigrantes a seus países de origem demandaria planos governamentais difíceis de organizar.

Terceiro, as redes de tráfico de imigrantes poderiam sair fortalecidas, já que essas pessoas buscariam novas rotas. Quarto, as economias de alguns países que dependem diretamente das remessas enviadas por seus parentes nos EUA poderiam ser afetadas —1/3 do PIB de países como Honduras, Nicarágua e El Salvador vem delas.

Os imigrantes são fundamentais para a economia e para a demografia americanas. O país registrou em 2024 o crescimento populacional mais rápido deste século. Mais 3,3 milhões de habitantes se somaram ao território, e 84% desse grupo é de imigrantes.

A relação com regimes ditatoriais

Com o ditador Nicolás Maduro empossado para mais seis anos no poder e uma oposição clandestina ou no exílio, há dúvidas sobre a estratégia do republicano para lidar com Caracas.

As opções na mesa seriam aumentar a pressão econômica, por meio de mais sanções, ou buscar diálogo com a ditadura para tentar mediar uma negociação com a oposição ou maior comprometimento do regime com a contenção da migração e do tráfico de drogas.

Marco Rubio tem sinalizado que, sob a administração Trump, os EUA poderiam rever a permissão para que a petroleira Chevron atue no país, autorização dada em 2023 que ajudou a amortecer a bancarrota econômica da ditadura.

As ameaças à soberania regional

Surpreendentemente, Trump trouxe para debate um tema antigo e sem projeção nos últimos anos: a soberania do Canal do Panamá, a vital rota marítima que conecta os oceanos Pacífico e Atlântico devolvida por Washington ao país da América Central em 1999.

Ele afirma que as tarifas cobradas aos navios americanos seriam caras —elas subiram recentemente, mas sem discriminação de países. O tema gerou desconforto com o presidente Raúl Mulino, que dava todos os sinais de que poderia ser um importante aliado de Trump.

O republicano também disse que quer mudar o nome do Golfo do México, a região rica em petróleo que compartilha com México e Cuba, para Golfo da América.

A relação com a Argentina de Milei

Trump terá no ultraliberal Javier Milei seu mais expressivo aliado na região. Resta saber se a Casa Rosada poderá contar com a Casa Branca. Milei espera que Trump o ajude a concretizar mais um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), o terceiro desde 2018.

O objetivo seria que o fundo desembolsasse cerca de US$ 10 bilhões (R$ 60 bilhões) para ajudar Milei a ampliar as escassas reservas do Banco Central e, assim, amortecer o peso do fim dos controles cambiais no país, sua promessa de campanha que ainda não saiu do papel.

O argentino também afirma que vai selar um acordo de livre-comércio com os EUA, mas há amplas dúvidas sobre a viabilidade disso e o real interesse americano na negociação. No campo político, em ano de eleições legislativas na Argentina, ter o apoio verbal de Trump pode ajudar a fortalecer o partido de Milei entre seus simpatizantes.

A missão de paz no Haiti

Os EUA são atualmente os principais patrocinadores da missão multinacional que, com policiais do Quênia e do Caribe, tenta ajudar a Polícia Nacional Haitiana a mitigar o colapso humanitário no país.

Há incerteza sobre se Trump manterá essa estratégia. Além disso, nos últimos meses Washington passou a pleitear que a missão se transforme em uma missão de paz da ONU, o que facilitaria a agenda orçamentária. É uma disputa a se comprar com Rússia e China no Conselho de Segurança, e tampouco se sabe se Trump o fará.

A guerra comercial e seus efeitos

Foi a guerra comercial de Trump com a China no primeiro mandato o que acelerou mudanças de importantes cadeias de produção para o México, um processo conhecido como nearshoring que se tornou a jóia da economia mexicana. Mas agora Trump ameaçou trazer a guerra comercial para os vizinhos.

Ele disse que irá impor tarifas a produtos do México e do Canadá. São dois países com os quais os EUA têm um importante tratado de livre-comércio —que, aliás, passará por revisão em 2026. Impor tarifas poderia não apenas encarecer os produtos finais que chegam aos consumidores americanos como virar do avesso as economias vizinhas.

Personagem central dessa história será a presidente do México, Claudia Sheinbaum, presidente que com cem dias de governo marcava 80% de aprovação. Ela foi eleita com a promessa de fazer seu país aproveitar o boom do nearshoring, agora desafiado por Trump.

Mayara Paixão/Folhapress

Transparência Internacional reage a vídeo de Cabral na piscina: ‘ostenta o que roubou’

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral na piscina de sua cobertura no Rio
De óculos escuros, na piscina de sua cobertura na Lagoa, na zona sul do Rio, o ex-governador Sérgio Cabral dá dicas de filmes “imperdíveis” para seus 47 mil seguidores no Instagram. “Compartilho com você três filmes que me marcaram muito. Para para vê-los. Ficamos sempre melhores depois de uma obra-prima”, escreveu nesta sexta-feira, 17, ao publicar o vídeo.

Último político a deixar a prisão na Operação Lava Jato, Cabral retomou a rotina quase como antes – não fosse a tornozeleira eletrônica que ainda é obrigado pela Justiça a usar, mas que não o impede de se movimentar livremente pela cidade. Pedidos da defesa do ex-governador para revogar o monitoramento estão pendentes.

Desde março de 2023, Sérgio Cabral aderiu às redes sociais e virou uma espécie de “blogueiro”. Semanalmente, publica recomendações de leituras, músicas ou filmes para os seguidores. Também registra reuniões em família e a rotina de exercícios. Não há aparições de políticos nos perfis do ex-governador, salvo quando ele próprio posta registros do passado.

Nas redes de Cabral, há também espaço para comentários sobre temas políticos, mas foi a publicação na piscina de sua cobertura que gerou comoção. A ONG Transparência Internacional afirmou que Sérgio Cabral “ostenta o que o Estado não foi capaz de recuperar do que roubou”.

O ex-procurador Deltan Dallagnol, que coordenou a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, também reagiu ao vídeo. Disse que o ex-governador está “livre, leve e solto, agora como blogueiro”.

As condenações de Cabral chegam a 430 anos de prisão. Nenhuma delas transitou em julgado, ou seja, há recursos pendentes. Algumas foram anuladas pela Justiça Federal. O ex-governador passou seis anos preso, entre 2016 e 2022.

Estadão

Gabinete de segurança de Israel aprova acordo, e cessar-fogo começa no próximo domingo

O gabinete de segurança de Israel superou divergências e aprovou, nesta sexta-feira (17), um acordo de cessar-fogo com o grupo terrorista Hamas, encerrando um processo de negociação que durou meses.

O colegiado votou o acordo, que entrará em vigor no domingo (19), por um placar de 24 ministros a favor e 8 contrários, de acordo com a imprensa israelense. A reunião durou mais de seis horas.

O encontro do gabinete de segurança estava previsto para acontecer na véspera, mas foi adiada em cima da hora por Netanyahu, que acusou o Hamas de querer mudar os termos do documento no último minuto.

O grupo terrorista tinha negado o relato. Nesta sexta, afirmou que os obstáculos que haviam surgido em relação ao trato foram resolvidos.

Esta primeira fase do cessar-fogo a princípio irá durar 16 dias. Nele, 33 mulheres (civis e militares), crianças, doentes e homens com mais de 50 anos sequestrados pelo Hamas no mega-ataque que deu início à guerra seriam trocados por todas as mulheres e crianças palestinas menores de 19 anos mantidas em prisões israelenses.

Informações obtidas pela agência de notícias AFP dão conta de que as três primeiras pessoas a serem libertadas pelo Hamas seriam mulheres com menos de 30 anos. Em contrapartida, também seria solto “um certo número de prisioneiros importantes” palestinos.

Na etapa seguinte do acordo, será negociada a libertação dos soldados homens israelenses que também estão em cativeiro, 29 segundo as contas do Exército do país.

Por fim, os corpos dos mortos durante o ataque e depois que permanecem em Gaza, 36 de acordo com os cálculos mais recentes, serão devolvidos. No total, o Hamas matou 1.200 pessoas e sequestrou outras 250 no atentado —cerca de 100 já tinham sido libertadas na primeira e única trégua entre as partes, ocorrida cerca de um mês após o início da guerra.

Já Gaza perdeu quase 47 mil pessoas ao longo dos enfrentamentos segundo as contas das autoridades locais, ligadas ao Hamas, e teve praticamente a totalidade de sua população deslocada pela guerra.

Posteriormente será estruturada a administração de Gaza, que era dominada pelo Hamas desde 2007, um processo complexo e ainda incerto, que dependerá muito da vontade do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

A crise que ameaçava o início do cessar-fogo começou horas depois de a trégua ser anunciada, na quarta (15). Em uma publicação no X, Bibi, como Netanyahu é conhecido, acusou os palestinos de apresentarem de última hora mais uma condição para aprovar o texto: a retirada imediata de forças de Israel do chamado corredor Filadélfia, a fronteira de 17 km entre Gaza e o Egito sob a qual seria feito tráfico de armas para os terroristas.

O acordo negociado previa uma retirada gradual das tropas, em 50 dias. O Qatar, que media as negociações do cessar-fogo ao lado dos Estados Unidos e do Egito, chamou Israel e o Hamas de volta à mesa e, ao fim das conversas, o Estado judeu divulgou uma nota dizendo que, “devido à forte insistência do premiê”, o grupo terrorista tinha abandonado a sua demanda.

Houve quem especulasse que Netanyahu estava jogando para a plateia —mais precisamente, para os ministros da ultradireita religiosa que integram a coalizão que o sustenta. Eles defendem que Israel deveria seguir à risca a sua promessa de só encerrar a guerra na Faixa de Gaza após exterminar o Hamas, objetivo considerado por muitos utópico.

O ministro das Finanças, o radical Bezalel Smotrich, por exemplo, prometeu deixar o governo caso os enfrentamentos não fossem retomados após a primeira fase do cessar-fogo, que no total tem duração prevista de seis semanas. Enquanto isso, o chefe da pasta da Segurança Nacional, o também extremista Itamar Ben-Gvir, ameaçou renunciar se o acordo fosse aprovado, ainda que tenha afirmado que não derrubaria o governo.

A maioria da população é a favor do trato, no entanto. Uma sondagem do Canal 12 publicada em dezembro passado afirmou que 72% dos entrevistados disseram que apoiariam um cessar-fogo que envolvesse a libertação de todos os reféns, enquanto 15% foram contra, e 13% não souberam responder. Vários israelenses se juntaram em uma praça em Tel Aviv à espera das deliberações do governo nesta sexta.

Enquanto isso, centenas de caminhões com alimentos, tendas e outros itens de ajuda humanitária estão em Arish, cidade no Egito a cerca de 48 km da fronteira com Gaza, aguardando o cessar-fogo. A emissora Al Qahera News também indicou que hospitais egípcios estão prontos para tratar palestinos feridos.

O acordo abre caminho para um aumento significativo de envio de suprimentos para o território, devastado pelos bombardeios e assolado pela fome e as doenças.

Rik Peeperkorn, representante da OMS (Organização Mundial da Saúde), afirmou nesta sexta que o trato permitiria a entrada de 600 caminhões em Gaza por dia. É quase dez vezes a média diária de 51 veículos de ajuda humanitária que entraram no território no início deste mês.

“Acredito que a possibilidade está muito presente, especialmente quando outras passagens forem abertas”, disse Peeperkorn à imprensa em Genebra. “Isso pode ser implementado muito rapidamente”.

Folhapress

Moraes quer esmagar oposição e pode perder visto nos Estados Unidos, diz Eduardo Bolsonaro

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) considera que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), tem o objetivo de “esmagar” a oposição ao presidente Lula (PT) ao recusar o pedido de Jair Bolsonaro (PL) para comparecer à posse de Donald Trump, na segunda-feira (20).

Eduardo, que já está nos Estados Unidos para a cerimônia, diz ver “chances reais” de Moraes ter o seu visto cassado e cita projeto em discussão no Congresso americano com esse fim.

O deputado tem uma agenda agitada em Washington e a previsão de participar de eventos muito reservados que fazem parte da posse de Trump, inclusive de jantares com a presença do republicano e de membros do futuro governo.

Ele estará acompanhado da esposa e de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, que chegará aos Estados Unidos neste sábado (18).

Como o senhor viu a recusa do ministro Alexandre Moraes em ceder o passaporte para Jair Bolsonaro?

Acho que é uma interferência na oposição política ao Lula. Estamos falando do principal opositor de direita, uma pessoa que ainda vai para as ruas e arrasta multidões. Então, fica claro essa interferência e esse conluio entre o Lula e o Judiciário. Isso é muito ruim para a democracia. E eu falo isso porque não existe a possibilidade do Jair sair do país. Ele nunca fez uma declaração pública, não existe um texto, um post, não tem absolutamente nada dando indício à suspeição de que ele vá sair do país.

Então não tem por que você impedir, entendeu? Não tem por quê. E ele está sem passaporte. As pessoas aqui perguntam: ‘poxa, tá sem passaporte, mas por quê?’

O senhor diz que é uma interferência, mas com qual objetivo?

Esmagar a oposição do país por interesses pessoais dele, políticos, e com uma maneira de vingança, já que o Bolsonaro é desafiante dele. O Bolsonaro, inclusive, assinou um pedido de impeachment do Alexandre de Moraes enquanto ele ainda era presidente da República. Então, ele tem desejo pessoal de vingança. Ele atropela todas as leis, todas as Constituições devido ao processo ilegal.

Eu começaria perguntando por que um ex-presidente que não tem foro privilegiado está sendo julgado originalmente no Supremo Tribunal Federal. Inclusive por uma pessoa que se diz vítima de atos golpistas, onde ele abre os inquéritos, ele é vítima, ele julga, ele acusa. Bolsonaro jamais deveria estar respondendo nesse foro. Sobram fundamentos para você anular esse processo.

O que garantiria que Bolsonaro não fugiria e ficaria aqui nos EUA?

Mas aí, a partir de que pressuposto partem as pessoas que estão acusando que ele vai fugir se eu acabei de falar que ele já fez viagem internacional [para a posse de Javier Milei] e não saiu? Eu te falo mais. Não é o perfil do meu pai. Ele, mesmo tendo severas críticas ao processo que está em curso, não se importa de estar aqui. E ele cumpriu absolutamente todas as decisões do Moraes. Todas. Entrega cartão de vacina, entrega celular, entrega não sei o quê, devolve presente. Tudo, acima da média.

Existe uma intenção de pedir ao Trump ou a membros da equipe dele que tomem alguma medida sobre o visto do Moraes. Isso está no radar?

Já existem leis dando conta de que autoridades que abusam do poder, autoridades que não respeitam, inclusive as leis americanas, podem perder o seu passaporte. Isso veio muito à tona depois que a deputada Maria Elvira Salazar, da Flórida, abraçou a nossa causa, dos brasileiros, e ela fez uma manifestação, acho que mandou um ofício, para autoridades americanas, pedindo o visto do Alexandre de Moraes e de todos os ministros da Suprema Corte brasileira. Ela e mais cinco ou seis parlamentares assinam. É claro, isso é apenas um ofício, é uma manifestação de um congressista, mas isso daí vai ganhando força.

Maria Salazar propôs o projeto para banir autoridades internacionais que não respeitem a primeira emenda [de liberdade de expressão]. Isso é um caso em que se enquadra perfeitamente naquelas discussões de Elon Musk contra Alexandre de Moraes. Porque Alexandre de Moraes obrigava a rede X a derrubar posts e o Elon Musk se recusava. Muito provavelmente a discussão desse projeto vai retornar agora, tá? Ele não foi no final do ano passado colocado adiante porque não teria tempo hábil e não seria interessante. E ela [Salazar] é próxima do novo chanceler, Marco Rubio.

O senhor deve levar esse pedido a Trump?

Na minha avaliação, existe um risco real de que o Alexandre de Moraes perca o seu visto para entrar nos Estados Unidos, principalmente se aparecer essa conduta brutalmente agressiva, não só contra os brasileiros, mas também contra autoridades americanas. Eu não sei se o Trump vai entender como saudável, como democrática, essa decisão de não deixar o Jair Bolsonaro vir para cá.

O senhor deve fazer esse pedido ao Rubio, trazer isso à tona numa conversa?

Não sei. A minha conduta não é pessoal. A minha conduta é sempre de defender os valores da liberdade, da livre iniciativa da não perseguição. Em princípio, eu não tomo nenhuma atitude pensando em me ligar de Alexandre de Moraes. Todas as minhas atitudes são de maneira genérica, abstrata, a fim de frear qualquer tirania.

Julia Chaib/Folhapress

Morre Bruno Queiroz, jornalista e assessor do Esporte Clube Bahia

O jornalista e assessor de comunicação do Esporte Clube Bahia, Bruno Queiroz, morreu aos 34 anos, na sexta-feira (17), após enfrentar uma luta contra o câncer por mais de dois anos.

Através das redes sociais, o Bahia lamentou a morte de Bruno e informou que ele fazia parte da comunicação do clube desde 6 de fevereiro de 2019. Ele deixa companheira e não tinha filhos. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.

“Filho, esposo, irmão, tio, primo, sobrinho, padrinho, amigo para todas as horas, Bruno nos deixa de forma prematura, mas com um enorme legado na imprensa esportiva da Bahia e na vida de quem teve a sorte de cruzar seu caminho”, disse o clube em nota.

Antes de trabalhar na comunicação do Bahia, seu time do coração, Bruno teve passagens pelo Jornal Correio e CBN. Conforme o clube, é do jornalista a autoria da frase “o que me cura todo dia é o Bahia”, que se tornaria símbolo de sua luta na partida que selou a permanência da equipe na Série A, em 2023.

No ano seguinte, a frase virou camisa oficial do time e, por escolha de Bruno, com parte da renda revertida para as Obras Sociais Irmã Dulce.

Ainda segundo o comunicado, o jornalista, ao longo do tratamento, seguiu trabalhando no dia a dia do clube. Em 2022, após vencer o Campeonato Baiano, os jogadores do Bahia prestaram uma homenagem ao assessor.

Após a partida, alguns atletas levaram a imagem do assessor para o campo e fizeram questão de dedicar o título ao profissional. Na ocasião, ele se recuperava de uma cirurgia e não pôde estar em campo.

O Esporte Clube Vitória também emitiu uma nota de pesar e prestou sentimentos a amigos e familiares de Bruno Queiroz.

G1/Bahia
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Brasil espera pragmatismo de EUA sob Trump e aposta em diálogo sobre Venezuela

A diplomacia brasileira espera uma relação pragmática com os Estados Unidos sob Donald Trump, apesar das bravatas protecionistas do republicano, que toma posse nesta segunda-feira (20).

Integrantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entendem que o Brasil não será prioridade na nova gestão do republicano no que se refere à América Latina. Apostam, no entanto, que o canal de diálogo existente com a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela, pode funcionar como ponte para a relação com Washington apesar das rusgas recentes,.

Segundo os interlocutores consultados pela reportagem, a gestão Trump, particularmente na figura do enviado à América Latina, Mauricio Claver-Carone, não vai buscar uma abordagem agressiva de tarifas e pressão diplomática no país. Ao contrário, deve ampliar investimentos e parcerias para fazer frente à presença da China no país e no continente.

Membros do governo dizem ainda que não há nada que impeça uma relação respeitosa entre Lula e Trump porque o americano nunca atacou pessoalmente o brasileiro —diferentemente do argentino Javier Milei, com quem Lula tem uma relação azeda e protocolar.

Especialistas ouvidos pela reportagem concordam com a avaliação de que Trump não deve tratar o Brasil como prioridade. “O Brasil nunca esteve e nunca estará no radar de prioridades de Trump, e aparece como algo anedótico ou no contexto de declarações de Trump sobre América Latina e imigrantes indo para os EUA. O foco dele [no continente] é México, América Central e Caribe”, afirma Carlos Gustavo Poggio, professor de relações internacionais.

“Pelo menos em 2025, os EUA terão uma visão mais pragmática, de continuidade, com o Brasil. Há outros problemas americanos prioritários no continente, como Cuba, Venezuela e a presença da China”, diz Cristina Soreanu Pecequilo, professora de relações internacionais da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Pecequilo pondera que isso pode mudar em 2026, ano de eleições presidenciais no Brasil e das midterms, eleições legislativas que ocorrem na metade do mandato do chefe do Executivo americano. “O Brasil é o tipo de país com o qual os EUA sob Trump têm divergência em alguns campos, como o ideológico, mas do qual ao mesmo tempo não pode afastar”, diz ela.

O governo brasileiro sedia a cúpula do Brics neste ano, grupo que tem se posicionado como alternativa à ordem global liderada pelos EUA e tem como lideranças os grandes rivais geopolíticos de Washington, China e Rússia. O republicano tem buscado impedir a tentativa da organização de avançar alternativas ao dólar —uma das prioridades da presidência brasileira no Brics.

No caso do tripé Brasil-EUA-Venezuela, os dois especialistas concordam que, apesar do pragmatismo na relação com Brasília, Washington pode pressionar o governo brasileiro a adotar uma postura mais dura com Maduro.

Historicamente aliado do chavismo, o governo Lula tenta se equilibrar entre críticas e o protocolo diplomático para manter um canal de diálogo com a ditadura vizinha desde a contestada eleição venezuelana que, segundo o regime, reelegeu Maduro em julho passado —a oposição e observadores internacionais contestam o resultado oficial.

Desde então, os dois países trocam farpas, e a relação se desgastou. “Com a administração Trump, o Itamaraty talvez seja obrigado a equacionar essa visão relativa à Venezuela, que é uma política um pouco confusa de que não há nada o que fazer e que leva a certa inação”, diz Poggio.

Por sua vez, a ameaça de imposição de tarifas feita por Trump entre a eleição e sua posse é vista pelo governo com cautela. O republicano usou o Brasil como exemplo de país que taxa muito e prometeu tratamento recíproco.

Se por um lado há o risco de o Brasil se tornar alvo de sobretaxação, por outro há a leitura de que uma forte política tarifária contra outros países pode abrir oportunidades para produtos e serviços brasileiros no mercado americano.

Um exemplo disso é a exploração de minerais críticos estratégicos, cruciais para a transição energética e para a indústria de chips e semicondutores. Os EUA buscam expandir parcerias relativas a esses recursos com o Brasil desde o fim do ano passado, em uma tentativa de reduzir sua dependência da China na área.

O agronegócio brasileiro é outro setor que pode se beneficiar, mas em alguns mercados os produtos nacionais competem com os americanos.

“Há também uma questão de risco estrutural [da guerra comercial], que é a instabilidade global”, afirma Pecequilo. “Se você tensiona muito as duas maiores economias mundiais e isso leva a um desequilíbrio da economia chinesa, isso pode ter efeito aqui. A falta de regras no comércio internacional e o unilateralismo afetam países que têm papel secundário no jogo comercial”, diz ela.

O desdém de Trump por instituições multilaterais, inclusive relativas ao comércio internacional, também pesa negativamente para o Brasil.

A defesa do multilateralismo é uma pauta histórica da diplomacia brasileira e particularmente importante para o governo Lula, que defende a reforma de instituições como o Conselho de Segurança da ONU e órgãos financeiros como o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Não é, no entanto, como se o governo Biden tivesse sido positivo para a pauta. A Organização Mundial do Comércio (OMC) segue paralisada, e a ONU não conseguiu evitar ou acabar com as guerras na Faixa de Gaza e na Ucrânia.

Guilherme Botacini/Julia Chaib/Folhapress

Inicia neste sábado período de inscrições para Processo Seletivo Simplificado da Saúde


A Prefeitura Municipal de Ipiaú, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, lançou nesta sexta-feira, 17 de janeiro, os Editais do Processo Seletivo Simplificado, disponíveis no Diário Oficial do Município 
(https://doem.org.br/ba/ipiau/diarios/previsualizar/XVrklbNw).O objetivo é a contratação temporária de profissionais para atender demandas essenciais na área de saúde, tanto na zona urbana quanto rural do município.Está sendo orfertado vagas para médicos socorristas, clínicos e ultrassonografistas; também para enfermeiro; odontólogo e técnicos de enfermagem e higiene bucal. 
As inscrições para o processo seletivo são gratuitas e podem ser realizadas exclusivamente pelo e-mail seletivosesau.ipiau2025.1@gmail.com, mediante envio do formulário de inscrição (anexo ao edital) e da documentação exigida em formato PDF, de preferência em arquivo único. O período de inscrição vai de 18 de janeiro até às 16h59 do dia 21 de janeiro de 2025, às 17h59.

O seletivo será realizado em uma única fase, por meio de análise curricular, de caráter classificatório e eliminatório. O edital prevê vagas destinadas a pessoas com deficiência e ampla concorrência. Os interessados devem consultar os editais no Diário Oficial do Município para informações completas sobre o processo de inscrição, as exigências documentais e os critérios de seleção.

Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

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