Unlabelled

Golpe do Pix: apresentador acusado de desviar R$ 400 mil de doações será julgado

Um assunto vem tomando força em Salvador (BA): Na próxima terça (18), a Justiça da Bahia começa a julgar o apresentador Marcelo Castro, comandante do Alô Juca, exibido na hora do almoço da TV Aratu, afiliada do SBT no Estado.

Marcelo é acusado de liderar uma organização criminosa, com 12 pessoas, que desviava doações feitas para pessoas pobres que precisavam de ajuda, entre 2022 e 2023. O fato, segundo a Justiça, acontecia quando Marcelo ainda era repórter do Balanço Geral, da Record.

O grupo teria se apropriado de R$ 407,1 mil, o equivalente a 75% dos R$ 543 mil doados pela audiência do programa em campanhas. Ainda de acordo com a investigação, R$ 146,2 mil teriam ficado com Castro, e R$ 145,7 mil teriam ficado com Jamerson Oliveira, ex-editor chefe do Balanço Geral e atualmente parceiro de Castro no Alô Juca.

O desvio, segundo a Justiça, acontecia da seguinte forma: o grupo arrecadava as doações e destinava às vítimas a menor parte do volume arrecadado por meio de chaves Pix exibidas na tela do programa da Record. As chaves não eram de quem, de fato, pedia ajuda, e sim de pessoas ligadas ao esquema.

Após cada programa, os valores arrecadados eram distribuídos a partir das contas que recepcionavam as doações, por seus respectivos titulares. Eles, ainda de acordo com a Justiça, seguiam as orientações dos líderes do grupo, que ficavam com a maior parte do dinheiro.

O caso só foi descoberto em março de 2023, após o jogador de futebol baiano Anderson Talisca decidir fazer uma doação de R$ 70 mil após assistir a uma reportagem. O valor seria doado à família do menino Guilherme, de 1 ano, que fazia um tratamento de câncer.

Em contato com Marcelo Castro, contudo, um assessor do jogador constou que o número do Pix repassado para doação não era o mesmo que apareceu na televisão durante a exibição da reportagem. Dias depois, a Record Bahia demitiu Marcelo Castro e Jamerson Oliveira. A criança mostrada na reportagem morreu semanas depois.

Ao menos uma pessoa já está presa pelo caso. Carlos Eduardo do Sacramento Marques Santiago de Jesus foi preso em dezembro do ano passado, sob acusação de que ele seria um dos operadores do esquema. De acordo com a polícia, ele era um dos titulares das contas correntes em que os valores eram depositados.

Na última sexta (14), um novo pedido de prisão preventiva: Gerson Santos Santana Júnior teria sido cooptado pelo esquema criminoso a fornecer dados de sua conta bancária e o número do Pix e ajudar nos desvios. Até o fechamento desta reportagem, ele seguia foragido.

A audiência de instrução e julgamento está marcada para a próxima terça-feira (18), no Fórum Criminal de Salvador. Procurado para falar sobre o assunto através de seu advogado, Marcus Rodrigues, Marcelo Castro e sua defesa disseram que não podem comentar o assunto.

“Volta por baixo”

Após a demissão, Marcelo Castro e Jamerson Oliveira criaram o site Alô Juca, que virou sucesso nas redes sociais. Com o êxito, foram contratados pela TV Aratu, afiliada do SBT na Bahia.

Desde abril do ano passado, o Alô Juca acirrou a briga pela audiência na faixa mais nobre da TV local no Brasil: a hora do almoço, entre 11h e 14h. Se antes de ir ao ar, o SBT brigava com a Band pela terceira colocação, o Alô Juca levou a TV Aratu a brigar pela liderança com Globo e Record, subindo de 3,9 para 7,2 o Ibope em sua faixa. É um crescimento de 85% em menos de um ano.

A grande questão é o seu conteúdo. Concorrentes dizem que Castro tem dado uma “volta por baixo”, uma piada com o termo “volta por cima”. Seu programa mistura casos policiais, imagens chocantes e polêmicas variadas. Por causa disso, tem sofrido críticas pelo baixo nível.

Marcelo também usa o programa para responder a seus algozes. No dia 9 de janeiro, ameaçou um jornalista da TV Bahia, afiliada da Globo em Salvador, por dar a informação de que policiais eram investigados por deixá-lo negociar com sequestradores em uma ação da polícia militar. Após o caso, a presença de Marcelo foi vetada pela PM da Bahia em situações do tipo.

Marcelo também já criticou abertamente José Eduardo, o Bocão, apresentador do Balanço Geral e com quem trabalhava até o caso do Pix explodir. Marcelo, inclusive, processou Bocão e a Record pela sua demissão. Outro alvo dele é o comandante da Polícia Militar da Bahia, coronel Nilton Régis Mascarenhas.

No início do mês, o Alô Juca exibiu uma cena de terror: mostrou um vídeo de dois traficantes “jogando futebol” com uma cabeça decepada, em um bairro periférico de Salvador. O caso foi denunciado ao Ministério Público da Bahia por telespectadores.

Gabriel Vaquer/Folhapress

Mais de 1.400 mamografias foram realizadas em Ipiaú pelo projeto Saúde Mais Perto; saiba os próximos passos

A Prefeitura de Ipiaú encerrou neste sábado (15) a ação do projeto itinerante Saúde Mais Perto – Rastreamento de Câncer de Mama, uma iniciativa realizada em parceria com o Governo do Estado da Bahia. Ao longo dos 15 dias de atendimento, 1.414 mamografias foram realizadas gratuitamente na unidade móvel instalada na Praça Rui Barbosa.

Agora, os próximos passos seguem conforme o protocolo estabelecido pelo programa. De acordo com a Secretaria de Saúde, os exames serão avaliados por especialistas, e as pacientes que apresentarem alterações serão encaminhadas para exames complementares. Caso haja necessidade, o município, em parceria com estado, estará encaminhando e acompanhando o tratamento da paciente.

A prefeita Laryssa Dias agradeceu o apoio do governo estadual e destacou a importância da participação das mulheres. “Essa ação reforça o compromisso com a saúde da mulher ipiauense. Agradeço ao Governo do Estado pelo suporte e a cada mulher que compareceu para realizar esse exame tão essencial para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama.”

Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

Silvio Almeida volta às redes e diz querer justiça após ser acusado de assédio sexual

O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida publicou neste sábado (15) um manifesto nas redes sociais sobre as acusações de assédio sexual que levaram à sua demissão do governo Lula (PT) em setembro do ano passado.

“Eu estou vivo, continuo indignado e não quero compaixão nem ‘segunda chance’. Eu quero justiça”, diz ele na publicação.

No texto divulgado em sua conta no Instagram, Almeida afirma que tentaram apagar sua história e transformá-lo em um monstro.

“Queriam me apagar. Apagar o professor respeitado e tantas vezes homenageado pelos alunos. O advogado diligente. O companheiro, o amigo, o pai. Tentaram me transformar repentinamente em um monstro, um homem que sempre enganou milhares de pessoas, um ‘abusador’ de mulheres”, afirmou.

As acusações contra Almeida foram recebidas pela organização Me Too Brasil. As vítimas relataram uma série de casos de assédio que teriam acontecido em 2023.

Dois inquéritos foram abertos para investigar o caso, um pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) e outro no STF (Supremo Tribunal Federal), a pedido da PF. A investigação, que tem o ministro André Mendonça como relator, está sob segredo de Justiça.

Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ela confirmou a acusação em depoimento à PF em outubro passado. Segundo seu relato, as “abordagens inadequadas” de Almeida, como definiu, começaram no fim de 2022, quando os dois passaram a fazer parte do grupo de transição de governo nomeado por Lula antes da posse dele como presidente da República.

Almeida nega as acusações. Na época, falou que elas seriam “ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”.

Na postagem deste sábado, ele afirma que irá retomar suas atividades públicas. Cita o retorno de seu canal no YouTube e o lançamento de uma nova edição, revisada e ampliada, de sua principal obra, “Racismo Estrutural”, além do lançamento de outros quatro livros.

“Eu vou continuar escrevendo. Eu vou continuar falando. Eu vou continuar acreditando que esse país tem jeito. Eu vou continuar acreditando no povo brasileiro. Eu vou continuar advogando em alto nível para quem pode e para quem não pode me pagar”, afirmou.

Folhapress

Preço do ovo dispara no atacado e preocupa supermercados

Preço dos ovos vermelhos tiveram alta acima de 40% em maior ponto de produção do país
A disparada no preço dos ovos, que tem registrado alta diária no atacado nas regiões produtoras, preocupa supermercados, feirantes e consumidores. A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) diz que a valorização se intensificou desde a segunda quinzena de janeiro.

Uma combinação de fatores contribui para o aumento. Muitos consumidores têm recorrido aos ovos de galinha para driblar as carnes mais caras, segundo a associação. Além disso, o período da Quaresma, que neste ano ocorre entre 5 de março e 17 de abril, tradicionalmente tem uma demanda maior, já que algumas famílias evitam o consumo de carne vermelha.

Custos altos com ração também contribuem.

“As empresas iniciaram a programação de abastecimento das lojas para atender à demanda sazonal da Quaresma, mas a restrição na oferta e os aumentos sucessivos de preços preocupam os supermercados. Além disso, os consumidores também têm recorrido mais aos ovos de galinha devido à alta dos preços das demais proteínas”, afirmou, em nota, o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

O preço dos ovos no atacado, divulgado nesta sexta-feira (14) pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP, atingiu o maior patamar diário em termos nominais da série histórica iniciada em maio de 2013.

Na cidade capixaba de Santa Maria de Jetibá, a maior produtora de ovos do Brasil, o valor médio alcançou o maior nível da série em termos reais, considerando a inflação.

O preço de uma caixa com 30 dúzias de ovos brancos chegou a R$ 233,55, um aumento de 37,9% em relação aos R$ 169,33 registrados em fevereiro de 2024. Já a caixa de ovos vermelhos passou a custar R$ 264,21, um acréscimo de 40,8% em comparação ao mesmo período do ano passado, que era de R$ 187,57.

Na Grande São Paulo, o ovo branco 18% de fevereiro de 2024 até agora, de R$ 172,49 para R$ 203,57. O vermelho subiu 14,7%, de R$ 200,25 para R$ 229,78.

Na Grande Belo Horizonte, o aumento foi de R$ 173,91 para R$ 212,07 no caso do ovo branco (21,9%) e de R$ 199,81 para R$ 232,21 (16,2%) para o vermelho.

A forte alta dos preços no atacado ainda não aparece nos números do varejo que calculam os preços em 12 meses até dezembro. De acordo com o relatório da Abras, nesse período o preço do ovo em supermercados teve uma queda de 4,53% em 12 meses, enquanto outras proteínas registraram aumentos expressivos, como cortes traseiros de carne (20,05%), dianteiros (25,25%) e pernil (20,05%).

Entretanto, a forte alta em janeiro superou os maiores valores nominais até então registrados, que haviam sido alcançados em maio de 2023.

De acordo com a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), a baixa oferta de ovos no mercado atacadista é um fenômeno sazonal, com séries históricas indicando retração entre dezembro e fevereiro, seguida por recuperação em março.

A expectativa é que os preços continuem pressionados até o período da Quaresma. A Ceagesp apontou um leve aumento, de 0,66% para ovos brancos e 0,38% para ovos vermelhos no entreposto de São Paulo.

Outro desafio enfrentado pelos consumidores é a mudança nas categorias de peso dos ovos. Segundo a Abras, a portaria nº 1.179 do do Ministério da Agricultura publicada em setembro reduziu o peso médio dos ovos em aproximadamente 10 gramas por unidade.

Pelos critérios atuais, um ovo médio pesa entre 38 g e 47 g, enquanto, na regra anterior, deveria ultrapassar 50 g. De acordo com a associação supermercadista, a mudança impacta o custo-benefício do alimento. Procurado, o ministério não respondeu até a publicação deste texto.

A portaria também estabeleceu que ovos devem vir com a data de validade carimbada na casca a partir do dia 4 de março.

A alta no preço dos ovos não é um problema exclusivo do Brasil. Nos Estados Unidos, o produto enfrenta uma crise, com aumento de 15% em um mês e prateleiras vazias e o temor com novos casos de gripe aviária. A escalada ao longo de 2024 foi um dos principais argumentos do então candidato Donald Trump para criticar a inflação e a condução econômica do governo Joe Biden. No entanto, desde que assumiu a presidência em 20 de janeiro, o republicano ainda não conseguiu conter o avanço.

Carlos Villela/Folhapress

Musk vai construir túnel em Dubai onde veículos elétricos andarão a 160 km/h

Governo do emirado fechou um acordo inicial com a The Boring Company, uma das empresas do bilionário, para construir o 'Dubai Loop'. Túnel terá 11 estações e 17 km de extensão.

 A The Boring Company, de Elon Musk, e a Autoridade de Estradas e Transportes (RTA) de Dubai anunciaram na última sexta-feira (14) um acordo inicial para construir o Dubai Loop, uma rede subterrânea de transporte de alta velocidade e 17 km de extensão.

A ideia é levar passageiros em veículos elétricos que poderão andar a até 160 km/h. Segundo a empresa de Musk, o acordo abrange uma fase inicial com 11 estações.

O sistema em Dubai será semelhante ao Vegas Loop, construído em 2021, que transporta passageiros em veículos elétricos por meio de túneis em Las Vegas e também foi idealizado pela The Boring Company. Ele conta com cinco estações em torno de um centro de convenções na cidade norte-americana, e o planejamento é construir 104 estações no total. 

Em Dubai, o Loop será voltado para as áreas mais congestionadas, informou o escritório de mídia do governo do emirado no X, a rede social de propriedade de Musk.

O objetivo é transportar mais de 20 mil passageiros por hora inicialmente, com capacidade eventual de mais de 100 mil pessoas por hora. O cronograma do projeto não foi informado.

O ministro da Inteligência Artificial dos Emirados Árabes Unidos, Omar Al Olama, anunciou o projeto em uma entrevista em vídeo com Musk durante a Cúpula Mundial de Governos na quinta-feira (13), sem fornecer mais detalhes.

Musk, que também é dono da fabricante de veículos elétricos Tesla e da SpaceX, apresentou pela primeira vez sua ideia de um sistema de transporte Hyperloop futurista há mais de uma década. Atualmente, o bilionário é chefe do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) no governo de Donald Trump

 Por Reuters

Polícia faz operação para prender criminosos que abriram fogo contra delegacia em Duque de Caxias

Traficantes atacam delegacia no RJ após prisão de líder de grupo criminoso na comunidade Vai Quem Quer — Foto: Divulgação
Dois agentes feridos na emboscada já receberam alta. Bandidos abriram fogo contra a 60ª DP (Campos Elíseos) para tentar resgatar 2 presos.

 https://g1.globo.com/globonews/jornal-globonews/video/bandidos-metralham-delegacia-para-tentar-libertar-presos-no-rj-13347129.ghtml

A Polícia Civil do RJ iniciou neste domingo (16) uma operação para tentar prender os criminosos que abriram fogo contra a 60ª DP (Campos Elíseos), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na noite de sábado (15).

Agentes deixaram a Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio de Janeiro, ainda de madrugada, para as comunidades Vai Quem Quer, Rua 7, Santa Lúcia e Rodrigues Alves. Um helicóptero foi mobilizado para a ação.

Dois policiais que tinham ficado feridos no ataque já receberam alta.

Delegacia destruída

Segundo a polícia, a emboscada na Delegacia de Campos Elíseos foi uma tentativa de resgate de 2 presos: Rodolfo Manhães Viana, o Rato, apontado como chefe do tráfico da Vai Quem Quer, e do comparsa Wesley de Souza do Espírito Santo

“No início da noite, sob o comando de Joab da Conceição Silva, uma das lideranças da facção, dezenas de narcoterroristas entraram na delegacia na tentativa de resgatar os comparsas, que já haviam sido transferidos para a sede da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter), na Cidade da Polícia”, informou a instituição.

No momento da ofensiva, Rato já havia sido transferido da 60ª DP, onde estava preso em Duque de Caxias, disse a nota da Polícia Civil.

A operação de prisão aconteceu na manhã deste sábado. Nela, além do suposto líder do grupo, também foi detido um homem apontado como seu segurança, Wesley de Souza Espírito Santo.

Imortal? Mulher encontra jabuti que sobreviveu 10 anos soterrado ao trocar piso de casa

                  Biólogos explicam como é possível que animal não tenha morrido 

Jabuti Crédito: Reprodução
A história de um jabuti impressionou os moradores da cidade de Itacajá, no nordeste do Tocantins. O animal foi encontrado embaixo do piso de uma casa e sobreviveu quase 10 anos soterrado.

O caso assustou a moradora da casa, Luiza Coelha da Cruz Aguiar, de 60 anos. No dia 7 de fevereiro ela pediu a um pedreiro que verificasse uma possível infiltração em sua casa. Na hora da retirada do piso, o animal foi encontrado vivo. "Foi inacreditável, pensamos que esse jabuti veio pela carreta de cascalho que pedimos há mais de nove anos para colocar lá [fundo da casa]. Ele deve ter vindo junto bem pequenininho. Quando o retiramos, vimos que tinha algumas deformações no casco, que podem ter sido causadas por ele estar muito próximo à cerâmica e ter ficado imprensado", relatou Luiza ao G1.

Segundo biólogos, o jabuti-tinga sobrevive soterrado desde que haja entrada de oxigênio e seja um local com umidade. Por ser um réptil onívoro, ele se adapta com facilidade, pois come tanto animais como vegetais. Ou seja, ele aprende a comer o que tem disponível - neste caso, insetos. 

Com o casco deformado, o jabuti agora evita a luz solar. Ele foi levado pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) para receber um tratamento adequado e, em seguida, será levado para o Centro de Fauna (Cefau), onde será mantido com temperatura controlada e acesso à luz solar indireta. 

Íntegra da nota do Instituto Natureza do Tocantins

O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) informa que o jabuti-tinga encontrado em Itacajá, após possivelmente passar anos soterrado, precisa de cuidados veterinários para avaliar sua condição de saúde e iniciar um tratamento adequado.

Para que o Naturatins encaminhe ao Centro de Fauna (CEFAU) é necessário que a moradora entre em contato por meio do Linha Verde 0800 063 11 55 ou mensagem de texto pelo Linha Verde Zap (63) 99106-7787 e forneça as informações necessárias para o resgate, que também pode ser feito pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental e Corpo de Bombeiros, por meio dos canais de comunicação destas instituições com as quais o Naturatins tem acordos de cooperação.

Até que o animal seja encaminhado, a orientação é que mantenha-o temporariamente em um ambiente seguro, com temperatura controlada e acesso à luz solar indireta. Ofereça água limpa e fresca para hidratação. A alimentação deve ser introduzida gradualmente, com frutas, verduras e folhas adequadas para a espécie.


Anvisa encontra irregularidades em 30 de 31 clínicas de estética fiscalizadas; 8 são interditadas

Foto: Divulgação/Anvisa
Em operação de fiscalização realizada nesta semana em clínicas de estética de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal, foram encontradas irregularidades em 30 dos 31 estabelecimentos vistoriados, mostra balanço divulgado na noite desta sexta (14).

Liderada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, a operação interditou oito dos serviços devido a problemas graves. O restante responderá a processo administrativo sanitário e aplicação de multas. A agência não divulgou os nomes dos estabelecimentos.

Entre as clínicas interditadas, três estão no estado de São Paulo. Nos 11 serviços inspecionados na capital paulista, em Osasco e Barueri, os agentes encontraram produtos sem registro e manipulados em escala de produção industrial, o que é vedado pela Anvisa.

Foram encontrados também diversos produtos para saúde injetáveis manipulados, como os preenchedores dérmicos, o que é proibido, devido ao alto grau de tecnologia e gerenciamento de risco necessários para sua fabricação.

De acordo com o balanço da Anvisa, ao todo, mais de 2.000 ampolas manipuladas foram apreendidas. Entre diversos produtos vencidos, havia toxina botulínica que estava com a validade expirada há dois anos.

Uma das clínicas realizava transplantes capilares sem possuir a estrutura mínima para tal atividade. Além disso, foram identificadas ampolas com combinação de produtos, mas sem a devida identificação nos rótulos.

Em apenas uma clínica de Osasco (SP), foram encontradas mais de 300 ampolas de produtos injetáveis em condições irregulares, além de nove equipamentos médicos sem calibração —que foram interditados.

Nas cinco clínicas vistoriadas no Distrito Federal foram flagrados medicamentos vencidos ou sem registro no Brasil, descarte incorreto de resíduos, falhas de higiene, problemas na estrutura física, toxina botulínica e outros produtos médicos armazenados sem controle de temperatura, além de procedimentos invasivos realizados sem a devida autorização do estabelecimento.

Um dos locais não possuía alvará sanitário. Em outro, não havia a presença do responsável técnico. Entre outras situações irregulares, havia refrigeradores funcionando em temperatura inadequada, ausência de procedimentos operacionais padronizados e de protocolos para registrar eventos adversos e o uso de fios implantáveis de polidioxanona (PDO) vencidos.

Outra situação que chamou a atenção em alguns estabelecimentos foi a ausência de pias para lavagem das mãos nas áreas de procedimentos.

Entre nove clínicas de estética fiscalizadas em Goiânia (GO), apenas uma não apresentou irregularidades. Nas demais, foram encontrados produtos vencidos, como cosméticos e remédios injetáveis, além de medicamentos manipulados em nome de funcionários das clínicas, a fim de burlar a fiscalização.

Produtos injetáveis estéreis (medicamentos submetidos a processo de esterilização para eliminar contaminantes) foram encontrados com a embalagem violada, aguardando utilização.

Resíduos eram descartados de forma incorreta e sem gerenciamento adequado, além de frascos de fenol, substância cujo uso para fins estéticos foi suspenso pela Anvisa em setembro de 2024, devido à falta de comprovação de segurança e eficácia.

Uma das clínicas não possuía protocolo de segurança dos pacientes, e as equipes descobriram anotações referentes a dois casos de infecção, sendo um deles por micobactéria, após procedimentos realizados na clínica.

Esses casos não haviam sido notificados ao sistema de saúde público, contrariando a legislação, que estabelece a notificação compulsória para infecções graves. Uma clínica na capital de Goiás foi interditada.

Em um dos seis estabelecimentos vistoriados em Belo Horizonte (MG), capital que teve três serviços interditados, os fiscais flagraram a reutilização de instrumentos para microagulhamento da pele. Esses dispositivos perfuram a pele com agulhas, sob a promessa de estimular a produção de colágeno e melhorar a textura.

Durante o processo, geram-se sangue e secreções, o que implica que cada dispositivo deve ser usado uma única vez por paciente, sendo descartado em seguida. A reutilização desses materiais envolve risco de transmissão de infecções e doenças.

Também foram encontrados ponteiras de dermoabrasão e fios de polidioxanona (PDO) para lifting sem regularização no Brasil, tintas para tatuagem e injetáveis vencidos, além de uma grande quantidade de produtos manipulados em nome de funcionários da clínica, rótulos de produtos sem procedência ou composição e até mesmo compostos alimentares injetáveis.

Os agentes acharam ainda produtos de preenchimento, como ácido hialurônico, já abertos e usados, aguardando novo uso, além de falhas na esterilização dos utensílios, o que também envolve risco de infecção e transmissão de doenças. Também foram encontrados produtos de uso único sendo reprocessados para novo uso, o que é expressamente proibido.

Em um estabelecimento, a central de material esterilizado era usada também como depósito, reunindo materiais usados e novos, sujos e limpos, sem separação.

A agência informa que a escolha dos estabelecimentos foi motivada por denúncias recebidas de usuários e pelo aumento no número de relatos de eventos adversos graves associados a procedimentos estéticos.

Cláudia Collucci/Folhapress

Jerônimo reúne 18 prefeitos em anúncio da construção da Maternidade Vale do Jiquiriçá, em Amargosa

Um antigo anseio do conjunto de municípios do Vale do Jiquiriçá irá se concretizar após anúncio realizado por Jerônimo Rodrigues, na manhã deste sábado (15), em Amargosa. Diante de 18 prefeitos da região, o governador autorizou o início do processo licitatório para a construção da Maternidade Vale do Jiquiriçá, uma iniciativa do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que terá investimento de cerca de R$ 77 milhões.

“Não é uma maternidade de Amargosa. É regional. Aqui está sendo aplicado recurso para reconstrução de nosso país. E também com investimento do Governo do Estado, vamos garantir avanços assim como no programa que lançamos na semana passada, com R$ 2 bilhões para fortalecer a atenção básica em nosso estado”, indicou o governador durante a agenda no município.
O secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, destaca a importância da parceria entre os governos do Estado e Federal, que tem promovido grandes ações para o povo baiano. “Estamos de mãos dadas com o Governo Federal, e a parceria entre o governador Jerônimo e o presidente Lula tem nos permitido trazer grandes investimentos para a Bahia, seja por meio do Novo PAC ou de outros grandes programas que levam benefícios diretamente para o nosso povo”, frisou o titular da Serin.
Uma parceria entre o Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), a obra da maternidade será executada pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), órgão ligado à Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur). O aporte é estimado em R$ 76,2 milhões, sendo R$ 56 milhões do Governo Federal e R$ 26,2 do tesouro estadual. A iniciativa integra o programa “ Mãe Bahia, o futuro da gente”, que visa reduzir a mortalidade materna e infantil e ampliar o acesso a um parto mais humanizado.

A nova maternidade será equipada com unidades funcionais essenciais, incluindo ambulatório, urgência obstétrica, centro cirúrgico, centro de parto normal e banco de leite humano, entre outras instalações.

Serão 117 leitos, incluindo 35 de cuidados intensivos e semi-intensivos materno e neonatal, oferecendo maior suporte à população do Vale do Jiquiriçá.

Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Congresso avança em mudanças nas regras das eleições 2026; entenda o que está em jogo

Faltando pouco mais de um ano para novas eleições, membros do Congresso Nacional planejam mudanças para serem aplicadas no sistema político e eleitoral brasileiro já para a disputa de 2026. O tempo é escasso – para valer, as novas regras precisam ser aprovadas até setembro deste ano.

A curto prazo, na Câmara tramita proposta que institui o voto distrital misto e aumenta o número de deputados, enquanto o Senado deve gastar forças para avançar um projeto de lei que renova o código eleitoral.

A longo prazo, parlamentares cogitam mudar o sistema político do presidencialismo para o semipresidencialismo, tirando alguns dos poderes do presidente da República para ceder ao primeiro-ministro que seria monitorado pelo Congresso, cargo que seria criado caso a proposta de emenda à Constituição (PEC) protocolada na Câmara no começo deste ano seja aprovada.

No Senado, deverá haver olhares atentos para uma PEC que quer acabar com a reeleição, unificar a data das eleições municipais e federais e estabelecer mandatos de cinco anos.

Alguns sinais iniciais já foram dados nas duas Casas. No Senado, o novo presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD), manifestou interesse em pautar o novo código eleitoral. A proposta reúne a legislação eleitoral e partidária em uma única lei. Otto também já sinalizou aos colegas que tem interesse em unificar as eleições que ocorrem a cada dois anos (entenda melhor cada proposta mais abaixo).

A Câmara, por sua vez, deverá abrir espaço para discutir o sistema de voto distrital misto e deverá contar com o endosso do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Motta anunciou, na reunião de líderes realizada na quinta-feira, 14, que vai criar uma comissão especial para discutir o projeto de lei. A criação do colegiado deve ocorrer somente depois do Carnaval, quando serão definidas as comissões permanentes.

O PSD é o principal defensor da iniciativa. O líder do partido na Câmara, Antônio Brito (PSD), foi quem pediu a criação da comissão especial a Hugo Motta.

No sistema distrital misto, os brasileiros votariam duas vezes para deputado. O primeiro para votar num candidato em seu distrito e outro em um partido. De acordo com o projeto de lei que Brito deseja que tramite, os Estados seriam divididos em distritos – metade entre os eleitos seriam os candidatos mais votados nos distritos e a outra metade de acordo com o atual modelo proporcional.

O cientista político Rafael Cortez, professor no Instituto Brasileiro de Ensino Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), vê com ceticismo as mudanças propostas pelo Congresso Nacional, especialmente o sistema distrital misto.

“Está se dando a faca e o queijo na mão para essa elite parlamentar”, diz. “Porque você está dando recurso e a base eleitoral para o deputado aplicar esse recurso. Ele agora vai ter um nicho específico, ele vai ter uma concentração de força grande, não vai ter concorrência, você tende a ter uma taxa de reeleição muito alta”, explica o especialista.

Mário Heringer (MG), líder do PDT na Câmara, acredita que alguma proposta dessa agenda eleitoral deve avançar no Congresso, mas não crê que haverá muita mobilização em torno das iniciativas. “Naturalmente, você pode ter certeza que alguma coisa vai tramitar porque vai ter que acontecer até setembro para valer até o ano que vem. Se alguma coisa ocorrer, vai ocorrer dentro desse período”, afirma. “Dessas propostas colocadas, não vejo viabilidade de aprovação de praticamente nenhuma. Essa PEC do semipresidencialismo é radical, por exemplo.”

A PEC tem resistência do PT. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR) diz que a proposição quer “tirar da maioria da população o direito de eleger um presidente com poderes de fato para governar”.

Uma proposta que a Câmara inevitavelmente terá que dar uma resolução é a distribuição das 513 cadeiras aos deputados. Em agosto de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu até o dia 30 de junho de 2025 para que a Casa adequasse a distribuição de cadeiras por Estados de acordo com o Censo mais recente, de 2022. Caso a Câmara nada faça, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá autonomia para aplicar as mudanças.

O tema preocupa especialmente a bancada do Rio de Janeiro, que perderia quatro deputados com essa adequação ao Censo. Por isso, parlamentares fluminenses e de Estados que perderiam cadeiras se reúnem com Motta desde o ano passado para encontrar solução.

Segundo apurou a reportagem com aliados de Motta, o presidente vai propor oficialmente, após o Carnaval, que o número de deputados aumente de 513 para 527. A estratégia, para estabelecer um consenso entre todas as bancadas, é garantir que o crescimento das cadeiras não impacte no orçamento da Casa.

“Penso que a solução seria um grande acordo para que aumentemos 14 vagas, para que nenhum estado perca”, disse, em entrevista à Rádio Arapuan, de João Pessoa, no último dia 7 de fevereiro.

Em outra frente, parlamentares do PL buscam alterar a Lei da Ficha Limpa para permitir a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais do ano que vem. Uma proposta, que está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, busca reduzir o prazo de inelegibilidade da oito anos para dois, abrindo brecha para a participação do capitão reformado.

O PL está disposto a usar todas as fichas possíveis para tentar livrar Bolsonaro da inelegibilidade no pleito presidencial. Conforme apurou o Estadão, os parlamentares do partido pretendem até paralisar as votações da Casa caso a pauta não seja colocada em análise.

Veja quais propostas que tratam do sistema político e eleitoral do País podem ganhar força na Câmara neste ano:

PEC do Semipresidencialismo

Protocolada no começo de fevereiro deste ano, a proposta deslocaria poderes do presidente da República para o primeiro-ministro, que seria escolhido pelo chefe do Executivo. O primeiro-ministro ganharia funções como a de elaborar o plano de governo e o plano orçamentário. O texto tem o apoio de Hugo Motta, que é um dos signatários.

De acordo com o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), que é o relator da PEC na Câmara, a proposta deve ser analisada ao longo do ano. Segundo o parlamentar, caso a proposta entre em vigor, as mudanças valeriam apenas a partir de 2030.

“O meu sentimento é que a aprovação na Câmara, neste ano, é bem possível. Como garantimos que isso não afetará o governo Lula e uma possível reeleição dele, há disposição para um debate”, disse Lafayette.

Lafayette explica que, com o tipo de semipresidencialismo proposto, o presidente da República iria indicar um primeiro-ministro que seria responsável pela condução do programa de governo. O presidente então seria um chefe de Estado, responsável por representar o País em eventos oficiais e em viagens no Exterior.

O Congresso, então, vai cobrar o primeiro-ministro mensalmente e teria o poder de destituí-lo após uma votação com maioria absoluta. “Seria um time de futebol. Se o time tá ruim, troca o técnico. Sem crise e sem impeachment”, disse Lafayette ao Estadão.

Voto distrital misto

Há duas proposições que têm atenção da Câmara e tratam do sistema distrital misto para definir candidatos em eleições proporcionais. A primeira é de autoria do ex-senador José Serra (PSDB-SP), que já foi aprovada pelo Senado e aguarda uma análise da CCJ da Câmara.

Esse modelo propõe que os Estados sejam divididos em distritos e que uma parte dos candidatos eleitos seja definida pelo voto majoritário nessa região. Os eleitores teriam direito a um segundo voto para deputado, sendo este destinado a escolha do partido, segundo princípios da votação proporcional em que são eleitos candidatos das legendas que alcançam o chamado quociente eleitoral.

À reportagem, o deputado Luiz Carlos Hauly, autor da PEC do Semipresidencialismo que também inclui uma votação com sistema distrital misto, afirmou que a discussão do tema deve ser feita no primeiro semestre, com uma aprovação no período sendo possível. Uma comissão especial vai ser aberta por Hugo Motta para discutir o tema, mas apenas após o carnaval.

“[A aprovação] depende da vontade dos deputados. A Câmara decidiu instalar uma comissão especial para discutir o tema. Mas para isso, é preciso esperar a instalação das comissões”, afirmou.

Inelegibilidade

O tema é alvo de discussão desde o ano passado. No Senado, uma proposta que alterava o prazo de contagem de inelegibilidade chegou a ser aprovado na CCJ da Casa e foi a plenário no segundo semestre de 2024. O texto causou controvérsia após um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, Márlon Reis, indicar que a proposta poderia beneficiar Bolsonaro. Petistas, então, decidiram manifestar posicionamento contrário após se reunirem com Reis para tratar do tema.

Agora, o tema volta à Câmara a partir de um projeto feito pela ala bolsonarista, que reduz o prazo de inelegibilidade após condenações de oito para dois anos, para trazer o ex-presidente à disputa eleitoral em 2026.

Hugo Motta defende a revisão do prazo de contagem de inelegibilidade. Segundo o presidente da Câmara, o prazo de oito anos é muito grande.

O projeto de lei que busca reduzir o prazo de inelegibilidade de oito para dois anos é de autoria do deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), que é aliado de Bolsonaro. A proposta foi protocolada assim que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou o ex-presidente inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

À reportagem, Nunes afirmou que, caso o PL consiga presidir novamente a CCJ da Câmara, o projeto será pautado nas primeiras semanas do colegiado.

O parlamentar acredita que com a liderança de deputados de partidos de centro e de direita, a proposta deve ser votada no primeiro semestre. Uma obstrução, ação onde as deliberações da Casa são paralisadas, não é uma estratégia descartada para caso a proposta seja engavetada.

“Eu acredito que deve ser votado na Câmara no primeiro semestre agora. Se precisar de obstrução a gente obstrui, faz parte do jogo”, afirmou.

Novo código eleitoral

No Senado, há a discussão sobre um novo modelo de formação de eleições. Aprovado pela Câmara em 2021, o novo código eleitoral está parado no Senado desde então, mas deve avançar. O texto, que aguarda análise da CCJ da Casa Alta propõe, entre outras coisas, a reserva de 20% de vagas nos Legislativos para mulheres em níveis municipal, estadual e federal, determina quarentena de quatro anos para classes como juízes e militares se candidatarem e fixa o prazo de inelegibilidade em oito anos a partir do dia 1º de janeiro seguinte à eleição.

A proposta está sendo relatada pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI), que está confiante com a aprovação pela Casa ainda neste semestre. Caso isso ocorra até setembro, as mudanças vão alterar o jogo em 2026.

“Nós esperamos que o Código Eleitoral seja votado e aprovado no Senado Federal agora no primeiro semestre. É um projeto que consolida toda a legislação eleitoral e partidária do Brasil. São sete diplomas legais que estamos condensando em um só porque tem muita legislação dispersa. O novo Código Eleitoral traz a sistematicidade e a organicidade própria de um código.”

Fim da reeleição

A PEC do Fim da Reeleição está parada na CCJ do Senado e é relatada também por Marcelo Castro. O autor do texto é o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) que acredita que o projeto vai ser aprovado na Casa até abril deste ano. A expectativa, segundo Kajuru, está na postura de Hugo Motta na Câmara.

“Vai depender do Hugo Motta na Câmara. Eu estou entusiasmado com essa Câmara porque a impressão que dá é que ele não é chantagista e que ele não vai querer fazer negociação para aprovar. Se fosse o Arthur Lira (ex-presidente da Casa), tinha que ter negociação, aí seria difícil”, afirmou Kajuru.

Tramita também, no Senado, uma PEC para unificar a realização das eleições federais e municipais num mesmo ano. Ela ainda estabeleceria mandato de cinco anos para prefeitos, governadores e para o presidente da República. Senadores também teriam mandato de cinco anos, mas poderiam se reeleger e ficar até dez anos na Casa.

/Levy Teles/Gabriel de SousaEstadão

Oito templos são interditados em Salvador após desastre na ‘igreja do ouro’

Um dos mais importantes rituais do calendário religioso da Bahia acontece de 31 de dezembro a 1º de janeiro, dias em que a imagem do Senhor Bom Jesus dos Navegantes percorre as águas da baía de Todos-os-Santos, em uma procissão marítima entre barcos, lanchas e saveiros.

No restante do ano, a imagem peregrina é guardada na Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, templo barroco do século 18 fincado na região da Cidade Baixa, em Salvador.

A igreja foi interditada na última quarta-feira (12) após 21 anos de espera por uma reforma, que nunca aconteceu. Foi 1 dos 8 templos religiosos fechados na capital baiana desde o desabamento do teto da Igreja de São Francisco, que deixou uma pessoa morta e outras cinco feridas.

As interdições são resultado de uma força-tarefa que envolve o Iphan (Instituto do Patrimônio Artístico Nacional) e a Codesal (Defesa Civil de Salvador). Desde o desastre de 5 de fevereiro, foram vistoriados 106 imóveis com alto risco de desabamentos, incluindo casarões, museus, conventos, igrejas.

As vistorias identificaram a deterioração de estruturas de madeira das coberturas e assoalhos, oxidação de ferragens, desprendimento de reboco em paredes e lajes, infiltrações e rachaduras.

Ao todo, 14 igrejas foram vistoriadas e 8 interditadas: Igreja de São Miguel; Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem; Igreja Nossa Senhora da Ajuda; Igreja e Convento dos Perdões; Igreja de São Bento da Bahia; Igreja dos Quinze Mistérios; Igreja da Ordem Terceira do Carmo; e Convento Santa Clara do Desterro.

A Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem registra danos em sua estrutura desde 2004, quando após vistoria foi feita a contenção de quatro colunas com estruturas de aço. Desde então, foram feitas apenas reformas pontuais, com recursos da própria paróquia, para conter danos nos forros e nos telhados.

O complexo, que inclui uma igreja e um convento com arquitetura barroca, foi inaugurado em 1743 e tombado pelo Iphan em 1938. Foi construída por iniciativa de famílias católicas que eram proprietárias de embarcações e trabalhavam com navegação entre o Brasil e Portugal.

Além dos problemas na estrutura do imóvel da igreja e convento, o complexo também tem danos em seu mobiliário: quadros de arte sacra que estão oxidados e móveis de madeira, danificados por cupins.

“O valor histórico e artístico é imenso, é uma outra época que marcou a história do Brasil. Perder isso seria gritante”, afirma o padre Marcos Antônio Souza de Jesus, responsável pela paróquia.

As conversas com o Iphan para a restauração do templo foram iniciadas em 2004, logo após vistorias identificarem danos no local. O custo estimado da reforma da igreja e do convento é de R$ 6,5 milhões: “Não temos condições de custear uma obra deste porte”, afirma o pároco.

A paróquia sobrevive com doações de seus fiéis, que chegam a R$ 15 mil mensais. Os custos fixos são de R$ 18 mil, o que obriga a igreja a recorrer a eventos para não fechar as contas no vermelho.

Com a interdição da igreja, as missas devem acontecer em um centro comunitário que pertence à paróquia e já funcionou como escola.

Em nota, o Iphan disse que a força-tarefa para vistorias inclui 15 servidores órgão e que as ações de fiscalização foram intensificadas vistorias em todo o Centro Histórico de Salvador.

O mesmo grupo de trabalho também está dando suporte à instrução processual e seleção da empresa que realizará as obras emergenciais no teto da Igreja de São Francisco de Assis.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, foi procurada pela Folha nesta sexta-feira (14) em Salvador, mas sua equipe disse que, por se tratar de uma agenda artística, ela não responderia perguntas sobre ações do ministério.

A Defesa Civil disse que o Centro Histórico de Salvador abriga imóveis antigos que, ao longo dos anos, passaram por um acelerado processo de degradação por falta de manutenção por parte dos proprietários. Parte desses imóveis estão totalmente abandonados.

“Essas vistorias são feitas continuamente e visam mitigar o risco de desabamento e incêndio nos diversos imóveis localizados no Centro Histórico e seu entorno”, afirmou o diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo.

O Projeto Casarões atua de forma preventiva, por meio de vistorias periódicas. Desde sua implantação, foram vistoriados 2.969 casarões, dos quais 109 estão em risco muito alto e 342 em alto.

João Pedro Pitombo/Folhapress

Pesquisa Ipec: 62% acham que Lula não deveria se candidatar à reeleição

Nova pesquisa Ipec (ex-Ibope), divulgada neste sábado (15), revela que 62% dos brasileiros acreditam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria se candidatar à reeleição no ano que vem. Em setembro do ano passado, esse percentual um pouco era menor: 58%.

De acordo com o Ipec, 35% acreditam que ele deve, sim, buscar a reeleição, ante 39% no mês de setembro. O levantamento constatou que há rejeição ao projeto de reeleição do petista até mesmo entre os seus apoiadores: cerca de três em cada dez eleitores que votaram em Lula no segundo turno do pleito de 2022 acham que ele não deveria tentar um quarto mandato.

Entre os que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, o índice salta para 95%, quase um consenso. Já entre os que anularam ou votaram em branco, chega a 68%.

O Ipec foi a campo entre 6 e 10 de fevereiro e entrevistou 2 mil pessoas em 131 municípios diferentes. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança utilizado é de 95%.

O instituto perguntou aos eleitores contrários à reeleição de Lula os motivos dessa posição. A questão foi espontânea, isto é, sem opções pré-definidas, e permitiu respostas múltiplas.

A principal razão para rejeitar a reeleição de Lula é a insatisfação com seu governo, apontada por 36%. Outros 20% justificam a posição alegando que o petista é “corrupto, ladrão ou desonesto”. Já 17% mencionam a idade avançada do presidente. Outros motivos citados por quem rejeita Lula em 2026 incluem o fato de ele já ter tido sua chance (11%) e o aumento de impostos (5%).

O Ipec revela que a idade é o principal motivo para eleitores de Lula em 2022 não apoiarem sua reeleição. Entre os que votaram nele, mas não querem que ele tente um novo mandato, 31% citam seus 79 anos. Nesse grupo, 27% dizem que ele não deveria se reeleger porque não está fazendo um bom trabalho, e 14% porque deveria dar espaço a novas lideranças

Bianca Gomes/Estadão

A plataforma Almirante Tamandaré, instalada pela Petrobras no campo de Búzios, no pré-sal.

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos, Elon Musk, está “usando o X” para “comandar” um protesto de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil.

A declaração ocorreu neste sábado, 15, em publicação na rede social X, que também pertence ao funcionário do presidente Donald Trump. Na postagem, a deputada federal também criticou apoiadores de Bolsonaro pelo que chamou de “bater continência” para os Estados Unidos.

“Elon Musk usando o X para comandar um protesto de bolsonaristas aqui no Brasil. Essa gente do inelegível não tem noção do que seja a palavra soberania. Bater continência para bandeira dos EUA é pouco. Querem entregar de vez o País e nem se envergonham disso”, escreveu a petista.

Gleisi reagiu a Musk após ele ter compartilhado a publicação de um usuário sobre a mobilização da direita brasileira na organização de atos de rua pelo impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A postagem compartilhada por Musk, às 23h22 da sexta-feira, 14, fala em uma “onda nacional de protestos” no dia 16 de março. A postagem original também contém fotos de manifestações da direita na Avenida Paulista. O empresário escreveu “uau” ao repostar a publicação.

A hashtag “#Fora Lula” chegou ao topo do ranking “Assuntos do Momento” da rede social X, neste sábado. As postagens críticas ao presidente brasileiro repercutem a pesquisa Datafolha que mostrou uma queda histórica na aprovação do petista.

Victor Ohana/Estadão

Petrobras inaugura no país a era da megaplataforma petrolífera

A plataforma Almirante Tamandaré, instalada pela Petrobras no campo de Búzios, no pré-sal.
 Com o início das operações, neste sábado (15), da plataforma Almirante Tamandaré, no pré-sal, a Petrobras estreia uma nova geração de unidades de produção de petróleo no país, bem maiores que as já existentes e com maior esforço para reduzir emissões de gases do efeito estufa.

Instalada no campo de Búzios, no litoral do Rio de Janeiro, a Almirante Tamandaré tem capacidade para produzir até 225 mil barris de petróleo por dia, 25% superior às maiores unidades hoje em operação no Brasil e equivalente às maiores do mundo, instaladas na costa da África.

A plataforma é a primeira de uma série de seis unidades gigantes de produção de petróleo previstas para os campos de Búzios, Sépia e Atapu. O objetivo é “monetizar o mais rápido possível” a elevada capacidade dos poços do pré-sal, diz a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi.

A estratégia incluiu a perfuração de poços mais largos, que permitirão a extração de até 60 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a dois terços de toda a produção em campos terrestres no Brasil. Serão os primeiros poços com oito polegadas de diâmetro, contra as seis usuais no pré-sal.

“E aí a produtividade é maior ainda”, diz Baruzzi. “Por que a gente está fazendo isso? Por que o reservatório é muito bom. A extensão, a coluna do reservatório tem o tamanho do Cristo Redentor”, diz a executiva.

A plataforma tem 351 metros de comprimento e 60 metros de largura, o equivalente a quase três campos de futebol em sequência. Pesa 44 mil toneladas e, por suas características peculiares, não pode ser construída sobre um casco de navio, como costuma ocorrer.

Seu casco foi construído especificamente para suportar todos os equipamentos instalados em seu convés, que incluem sistemas de geração de energia e de separação da mistura de petróleo, gás, água e gás carbônico que chegam dos poços.

A maior parte das obras foi realizada pelo estaleiro chinês CMHI, com parte dos equipamentos do convés construídos em estaleiros no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro e depois enviados à China para montagem.

A Petrobras queria iniciar as operações no início do ano, mas um impasse com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) não permitiu. A agência é responsável por autorizar o funcionamento de unidades de produção de petróleo no país.

Durante a semana, informou à Folha que havia uma pendência relativa a “atendimento a um condicionante relacionado à segurança operacional, que foi estabelecido pela ANP a partir da auditoria de estaleiro realizada em maio de 2024”. Na sexta (14), acabou autorizando a operação.

Além dos 225 mil barris de petróleo, a plataforma tem capacidade para processar 12 milhões de metros cúbicos de gás natural, o equivalente a cerca de um quarto do consumo nacional, sem contar térmicas. Em seu casco, pode armazenar 250 mil barris de petróleo.

A Petrobras diz que o projeto prevê uma série de tecnologias para reduzir a pegada de carbono, como a operação sem a chama de segurança no flare, equipamento usado na plataforma para queimar o gás não utilizado no processo, e um sistema de aproveitamento de calor que reduz a necessidade de geração de energia.

Para as próximas unidades, a estatal estuda ampliar a eletrificação das operações, reduzindo ainda o uso de gás natural e diesel.

À época com seis plataformas em operação, o campo de Búzios alcançou em março de 2023 a marca de um bilhão de barris produzidos. A Petrobras tem como sócios no projeto as chinesas CNOOC e CNODC e a estatal PPSA (Pré-sal Petróleo SA), que gere os interesses da União no pré-sal.

Nicola Pamplona/Folhapress
Unlabelled

PF indicia dois diretores do instituto de previdência de Maracanaú/CE no combate a crimes financeiros

 A investigação da Polícia Federal apontou indícios de aplicação irregular de recursos no montante de R$ 3,7 milhões de reais

Fortaleza/CE. A Polícia Federal, com o objetivo de combater crimes financeiros no Instituto de Previdência do Município de Maracanaú/CE, indiciou dois diretores da entidade por crimes financeiros. Os servidores foram afastados da gestão, por ordem da Justiça Federal, após representação da Polícia Federal no Ceará.

As investigações tiveram origem no ano de 2022, a partir de auditoria da Coordenação de Auditoria da Secretaria de Previdência do Ministério da Economia. A investigação da Polícia Federal apontou indícios de aplicação irregular de recursos no montante de R$ 3,7 milhões de reais pelo IPM Maracanaú, mediante gestão temerária e formalização de documentos fraudulentos em fundo de alto risco. Identificou-se prejuízo superior a R$ 3,2 milhões de reais do fundo que garante benefícios previdenciários a servidores públicos de Maracanaú/CE.

Após representação da Polícia Federal, houve a determinação da 27ª Vara da Justiça Federal no Ceará para o afastamento dos dois diretores da gestão do Instituto de Previdência do Município de Maracanaú/CE (IPM-MARACANAÚ), com a proibição do acesso às dependências do IPM Maracanaú, bem como de contatos com os demais dirigentes.

As investigações foram concluídas em janeiro de 2025 e os dois diretores foram indiciados.


Vitória da Conquista: 9º Batalhão inicia campanha de doação de sangue

Nesta quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025, o 9º BEIC deu início à Campanha de Doação de Sangue em Vitória da Conquista.

A campanha consiste na voluntariedade de policiais militares a doarem sangue, visando repor as bolsas de sangue no município de Vitória da Conquista - HEMOBA e no Banco de Sangue do Hospital São Vicente - que atende a toda região sudoeste, sobretudo, no período momesco.
Dentre os policiais militares doadores voluntários estão os Alunos Soldados em formação na Unidade, que iniciaram o curso em janeiro do ano em curso.

A Campanha continuará por todo o ano, respeitando a voluntariedade dos doadores e as suas condições clinicas de saúde, sempre buscando ajudar o próximo e salvando vidas.
PMBA, uma Força a serviço do cidadão!

Fonte: ASCOM/9° BEIC

Hamas liberta mais três reféns israelenses após cessar-fogo quase colapsar


Iair Horn, o americano-israelense Sagui Dekel-Chen e o russo-israelense Alexander Sasha Troufanov são libertados
Após dias de incerteza em relação ao cessar-fogo que há quase um mês interrompeu a guerra na Faixa de Gaza, o Hamas libertou, neste sábado (15), mais três reféns sequestrados durante o ataque do grupo terrorista no sul de Israel, em outubro de 2023.

Desta vez, o grupo terrorista devolveu Sagui Dekel-Chen, 36, filho de um casal americano, Alexander Sasha Troufanov, 29, um cidadão russo-israelense, e Iair Horn, 46, cuja família faz parte da comunidade judaica na Argentina. A libertação aconteceu em Khan Yunis, no sul de Gaza.

Israel, por sua vez, já começou a libertar parte dos 369 prisioneiros palestinos pouco antes de o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, chegar ao país, à noite.

Como em ocasiões anteriores, os milicianos do Hamas, encapuzados e armados, levaram os reféns a um palco. Rodeados por um cenário de ruínas, consequência da campanha militar israelense, falaram brevemente antes de serem entregues à Cruz Vermelha. Minutos depois, o Exército israelense indicou ter recebido os três reféns, após terem ficado 498 dias em cativeiro.

Vários ônibus com prisioneiros palestinos saíram de duas prisões israelenses, e um grupo deles já chegou à cidade de Ramallah, na Cisjordânia, onde foram aplaudidos por familiares e simpatizantes. Quatro deles foram internados, segundo a Cruz Vermelha.

“Estamos trabalhando de forma plenamente coordenada com os Estados Unidos para recuperar o mais rápido possível todos os nossos reféns, vivos e mortos, e estamos plenamente preparados para o que está por vir, em todos os aspectos”, afirmou o gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, em comunicado.

Trata-se da sexta troca desde o início da trégua entre Tel Aviv e Hamas, iniciada em 19 de janeiro deste ano, o que eleva o número de reféns devolvidos no acordo para 24.

As negociações para esta troca deixaram a trégua por um fio. Na quarta-feira (12), Israel chegou a pedir para militares na reserva se prepararem para uma possível retomada do conflito caso o Hamas não cumprisse o prazo deste sábado para a libertação.

A tensão havia começado dois dias antes, quando a facção terrorista afirmou que estava adiando a devolução de reféns israelenses devido a supostas violações do acordo de cessar-fogo por parte de Israel —acusação que ambas as partes do conflito trocam desde o início da trégua.

Segundo o grupo, Israel está visando palestinos com bombardeios e impedindo a entrada de ajuda em Gaza. Desde o começo da trégua, 118 palestinos morreram, e outros 822 ficaram feridos no território, disse o diretor do Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, no começo da semana.

A reação foi imediata em Israel. O ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que o anúncio da facção era “uma violação total” do acordo e ordenou que o Exército se preparasse para “qualquer cenário”. Maior aliado de Tel Aviv, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também ameaçou a retomada dos combates.

“No que diz respeito a mim, se todos os reféns não forem devolvidos antes do sábado às 12h em ponto —acho que é uma hora apropriada—, diria para cancelarem [o acordo] e não aceitarem mais negociações, que se desate o inferno”, disse o republicano.

O possível rompimento do acordo deixou em alerta diversas organizações que atuam na região, uma vez que a volta dos combates agravaria ainda mais a já catastrófica situação humanitária em Gaza. Desde a interrupção da guerra, milhares de civis que sobreviveram aos bombardeios têm voltado para suas casas após meses deslocados.

Uma das organizações que se manifestaram foi o CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha), que atua na recuperação dos reféns liberados. Ao longo desta semana, a entidade pediu respeito ao acordo aos dois lados, já que “centenas de milhares de vidas dependem disso”, nas palavras do comitê. Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu para “evitar a todo custo” que se retomassem as hostilidades em Gaza.

Na quinta (13), o Hamas abaixou o tom e disse que não queria que o acordo entrasse em colapso, mas rejeitou o que considera uma “linguagem de ameaças e intimidação” do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e de Trump.

“O Hamas reafirma seu compromisso de implementar o acordo conforme assinado, incluindo a troca de prisioneiros de acordo com o cronograma especificado”, disse o grupo em um comunicado.

Naquele dia, mediadores se reuniram no Egito para negociar a manutenção da trégua. Segundo o grupo terrorista, as conversas no Cairo se concentraram na permissão de Israel para a entrada de tendas, suprimentos médicos e equipamentos de construção em Gaza.

Somente nesta sexta (14) foram divulgados os nomes dos três reféns que seriam libertados.

O pano de fundo da semana conturbada é a proposta de Trump para Gaza. No começo do mês, o presidente americano chocou a comunidade internacional ao dizer que os palestinos deveriam ser permanentemente retirados do território, que seria entregue aos EUA e transformado em uma “Riviera do Oriente Médio”.

Antes deste sábado, 105 civis já haviam sido devolvidos ao Estado judeu, e 240 palestinos haviam sido libertados na trégua de novembro de 2023 —até o começo deste ano, a única na guerra de 15 meses que devastou Gaza.

Folhapress

Destaques