Organização criminosa é desarticulada com mais de 30 prisões em megaoperação

Ações integradas entre forças policiais da Bahia e de Pernambuco resultaram também em apreensões de armas, drogas e outros ilícitos.
A megaoperação Vale do São Francisco Seguro, deflagrada na quinta-feira (12) e concluída no sábado (14), resultou na prisão de 36 pessoas e na desarticulação de uma organização criminosa responsável por homicídios, outros crimes violentos e o tráfico de drogas, nas regiões de Juazeiro e Petrolina. Entre os presos, sete foram capturados pela polícia pernambucana. As ações tiveram a atuação de policiais civis da Bahia, de Pernambuco, além das polícias Militar e Penal baiana.
As investigações da Polícia Civil da Bahia deram origem a operação, que também teve como resultado a apreensão dez armas de fogo, dois veículos, o bloqueio de R$ 161 mil e a quantia de R$ 18.140,00 em espécie, provenientes da movimentação do tráfico de drogas. No Conjunto Penal de Juazeiro, as polícias Civil, Militar e Penal apreenderam 626 porções de cocaína, 936 porções de maconha e aparelhos celulares. Os ilícitos estavam em celas de criminosos apenados, os quais são apontados como responsáveis pela articulação de homicídios e outros crimes violentos, naquela região. Buscas em unidades prisionais de Pernambuco também foram realizadas pelas polícias daquele estado.
Além das prisões e dos ilícitos encontrados, a Operação Vale do São Francisco Seguro também resultou no bloqueio de 30 contas bancárias de pessoas envolvidas com o tráfico de drogas e na análise, que se encontra em curso, da origem de 30 celulares apreendidos, cuja suspeita é de serem utilizados em crimes ou produtos de furtos ou roubos.

Com as ações, foi possível desmobilizar a atuação do crime organizado, a partir das prisões e da descapitalização de recursos materiais e financeiros utilizados nos crimes.

A Polícia Civil da Bahia segue com ações investigativas, com objetivo de identificar e prender outros possíveis integrantes ligados as organizações criminosas que agiam naquela região interestadual.

Texto: Ascom PC

Trabalhadores da limpeza urbana ameaçam paralisar atividades durante Carnaval

Correndo o risco de ficarem sem benefícios das empresas durante o carnaval da capital baiana, os trabalhadores e trabalhadoras de limpeza urbana podem não atuar nos circuitos da folia momesca de 2025. A questão foi parar no SindilimpBA, que tem corrido para resolver a situação, mas sem sucesso até o momento. Procurada, a coordenadora-geral do sindicato Ana Angélica Rabello explica que as negociações continuam e que a questão não está avançando. Ela diz que o número de profissionais deve ser reduzido caso tenha um acordo.

“Abrimos uma seleção para que os garis e margaridas participem para a gente saber quem ainda não foi beneficiado com os valores extras para atuação durante o carnaval da capital. Sabemos que existem uma série de equívocos que precisam de atenção, mas a cidade corre, mais uma vez, o risco de não ter limpeza urbana em sua plenitude. O número de profissionais deve ser reduzido sim, infelizmente. É uma questão que a gente fica de mãos atadas, porque vai ter circuito que os garis e margaridas não vão atuar. Isso é fato”, detalha Ana Angélica.

Representante da categoria no estado, o ex-vereador petista Luiz Carlos Suíca também se pronunciou sobre o assunto. Segundo ele, a questão é complexa para uma cidade que vive do turismo neste momento de folia. Suíca diz que os garis e margaridas “são fundamentais para manter a saúde de Salvador e deixar a cidade limpa quando os artistas passam deixando o rastro de sujeira dos foliões”. Ele ainda fala do descaso com a categoria e diz que é preciso lutar para que não se perca o que já foi conquistado. “Parafraseando Edson Gomes é necessário que todos lutem, senão a gente acaba perdendo o que já conquistou”.

PRTB abre as portas para reeleição de Angelo Coronel, virtualmente fora da chapa de Jerônimo em 2026

FFoto: Divulgação
A direção do PRTB convidou oficialmente o senador Angelo Coronel (PSD) a disputar a reeleição pela legenda em 2026. A proposta partiu do presidente estadual, Celsinho Cotrim, com aval do presidente nacional, Leonardo Avalanche, considerando a possibilidade de Coronel lançar voo solo. Os três se reuniram nesta segunda-feira (17).

“O convite vem da minha análise da conjuntura baiana, tenho acompanhado pela imprensa, tenho visto esse problema da formação majoritária e eu li em uma das notícias que Coronel estava disposto até a uma candidatura avulsa. Como eu sou amigo dele, portanto tenho trânsito muito fácil com ele, marquei para encontrá-lo e assim fiz. Hoje oficialmente, presencialmente, e virtualmente através de videochamada o nosso presidente nacional Leonardo Avalanche, fizemos o convite de filiação partidária ao PRTB e colocamos para ele toda a estrutura nosso partido à disposição para que ele venha a se candidatar à reeleição e brindarmos essa vitória de coronel em 2026”, contou Celsinho ao Política Livre, após o encontro.

Ele afirma que o convite do PRTB não tem relação com eventual aproximação de Coronel com ACM Neto no futuro, e que a chegada do senador ajudaria a fortalecer os planos do partido de eleger também dois deputados federais e dois estaduais.

“A chapa de ACM Neto só quem pode falar é ACM Neto, não estou autorizado a falar, mas te confesso que acho que essas movimentações todas por trás pode ser que tenha isso, mas o meu convite não tem relação com isso. É um convite para trazer um senador atuante, é um convite para trazer um senador de destaque, é um convite para trazer um militante político que a gente tem certeza que vindo para o PRTB contribuirá muito para nós conseguirmos o nosso tento, que é ultrapassar a Cláusula de Barreira elegendo dois federais e dois estaduais na Bahia”, projetou.

“Eu vou pedir a Deus e aos nossos demais protetores para que nos ajudem e coloquem na cabeça de Coronel que o melhor caminho para ele, e em ele sendo Coronel, é ter esse exército do PRTB para marchar com ele”, emendou Celsinho Cotrim.

Política Livre

STF confirma decisão sobre porte de maconha para uso pessoal

Quantidade fixada é 40 gramas para diferenciar usuários de traficantes
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, manter a íntegra da decisão em que descriminalizou o porte de maconha para uso pessoal e fixou a quantidade de 40 gramas para diferenciar usuários de traficantes.

O tema foi julgado no plenário virtual, em sessão encerrada na última sexta-feira (14). Ao final, foram rejeitados recursos protocolados pela Defensoria Pública e pelo Ministério Público de São Paulo para esclarecer o resultado do julgamento, que foi finalizado em julho do ano passado.

Todos os ministros seguiram o voto do relator, ministro Gilmar Mendes, que no início do julgamento virtual votou pela rejeição dos recursos.

Não legaliza

A decisão do Supremo não legaliza o porte de maconha. O porte para uso pessoal continua como comportamento ilícito, ou seja, permanece proibido fumar a droga em local público.

O Supremo julgou a constitucionalidade do Artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006). Para diferenciar usuários e traficantes, a norma prevê penas alternativas de prestação de serviços à comunidade, advertência sobre os efeitos das drogas e comparecimento obrigatório a curso educativo.

A Corte manteve a validade da norma, mas entendeu que as consequências são administrativas, deixando de valer a possibilidade de cumprimento de prestação de serviços comunitários.

A advertência e presença obrigatória em curso educativo foram mantidas e deverão ser aplicadas pela Justiça em procedimentos administrativos, sem repercussão penal. Pela decisão, a posse e o porte de até seis plantas fêmeas de maconha também não produz consequências penais.

De todo modo, o usuário ainda pode ser considerado traficante, mesmo com quantidades pequenas de maconha, se as autoridades policiais ou judiciais encontrarem indícios de comercialização da droga, como balanças e anotações contábeis.

Agência Brasil

Governo já sente desaceleração econômica, diz número 2 da Fazenda

 

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse nesta segunda (17) que o governo já sente uma desaceleração da economia, mas classificou como natural um crescimento menor após dois anos de avanços do PIB acima das expectativas do mercado.

No ano passado, o crescimento do país ficou próximo dos 3,5% e as projeções para 2025 indicam um avanço de 2,3%, já avistando os efeitos do ciclo de elevações dos juros pelo Banco Central para controlar a inflação.

“A projeção da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda é um crescimento de 2,3%. A gente já tem percebido uma desaceleração da economia. Os dados do Caged do fim de ano, alguns dados de janeiro, também alguns de fevereiro, tem apontado para isso. É natural que a gente tenha um ano com um crescimento um pouco inferior”, afirmou Durigan, que ocupa o posto de ministro da Fazenda na ausência de Fernando Haddad, em viagem pela Arábia Saudita.

O secretário também disse que a política monetária será um dos desafios para o crescimento neste ano. Por isso, avalia ele, é ideal que o governo promova um desenvolvimento econômico de maneira sustentável, que consiga reduzir o estresse fiscal ao mesmo tempo em que facilita acesso a crédito, mas sem a necessidade de novos estímulos.

Durigan participou virtualmente de um evento da Amcham (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), em São Paulo. Aos empresários que o assistiam na B3, o secretário da Fazenda disse que parte do desafio do ano também será promover “mais calmaria” do ponto de vista das expectativas econômicas.

Ele relembrou que o governo conseguiu reduzir o déficit primário após um ciclo de dez anos de alta. Em 2023, o rombo chegou a R$ 200 bilhões e, no ano passado, chegou a R$ 40 bilhões —seria de R$ 11 bilhões sem as chuvas que paralisaram o Rio Grande do Sul.

O secretário pontuou que o governo está fazendo um ajuste fiscal agora. A meta é encerrar o atual mandato de Lula com classificação de grau de investimento pelas agências de risco e superávit primário.

“A gente fechou R$ 200 bilhões de um gap que tinha entre despesa, sempre contratada no mesmo patamar no Brasil, pelos governos anteriores, e uma receita que estava vindo muito abaixo do que era necessário para zerar o déficit e ter equilíbrio de contas”, disse Durigan.

IMPOSTO SOBRE A RENDA

Questionado sobre o projeto de lei do governo que vai promover uma reforma tributária sobre a renda, concedendo isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000, o secretário afirmou que a pauta não vai gerar impacto na agenda fiscal e tem como foco o equilíbrio das contas públicas.

Durigan defendeu que o tema seja debatido com cuidado ao longo do ano e com ampla discussão para que todos os temas sejam considerados antes da votação do projeto pelo Congresso.

Pelas regras em discussão, cerca de 160 mil pessoas passariam a pagar mais imposto no país, enquanto 10 milhões de pessoas entrariam na faixa de isenção —totalizando pouco mais de 26 milhões de beneficiados pela medida.

“Uma das principais críticas que eu ouvi é para que isso [a tributação] não onere demais a empresa correta, que está pagando os seus tributos, mas onere aquele sócio que recebe, por exemplo, dividendos de uma empresa que tem hoje uma tributação muito abaixo da média brasileira”, disse o secretário.

Segundo Durigan, a Fazenda seguiu uma proposta discutida no G20 de criar um imposto mínimo com uma alíquota teto de 10% sobre os mais ricos.

“O trabalhador comum do Brasil contribui com 12 ou 13% de alíquota efetiva de imposto de renda. O quartil final dos das pessoas mais ricas, que mais recebem no Brasil, contribui com 2% de imposto de renda por ano. Então, há uma discrepância grande”, disse.

Diego Felix, Folhapress

Deputados querem limitar operações da PF em reação a investigações sobre suposto desvio de emendas

Diante de pelo menos 20 investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre supostos desvios de emendas parlamentares, deputados articulam a retomada da chamada “PEC da Blindagem”. A proposta visa estabelecer regras mais rígidas para operações policiais envolvendo congressistas e impor restrições a buscas e apreensões em espaços institucionais, como as sedes da Câmara e do Senado. A reportagem é do jornal “O Globo”.

O desconforto entre os parlamentares aumentou após uma operação da Polícia Federal (PF), na semana passada, que teve como alvo um assessor do deputado Afonso Motta (PDT-RS). Apesar do incômodo gerado, líderes partidários optaram, até o momento, por uma postura cautelosa. O entendimento entre os congressistas é de que eventuais reações devem ocorrer no longo prazo.

Na sexta-feira, o STF abriu mais uma investigação envolvendo um deputado. O ministro Gilmar Mendes determinou que o caso relacionado a uma emenda indicada por Júnior Mano (PSB-CE) seja analisado pela Corte. Na mesma decisão, o magistrado deu um prazo de 15 dias para que a PF apresente um relatório parcial da apuração, detalhando as provas reunidas e as diligências pendentes.

Entre as estratégias discutidas pelos parlamentares está a tentativa de costurar um acordo com o STF para ampliar a imunidade parlamentar e restringir operações policiais. Esse movimento chegou a ser liderado pelo então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em 2021, mas foi arquivado devido a impasses internos e à resistência do Judiciário.

Em seu discurso de posse como presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) reforçou a necessidade de garantir e respeitar a imunidade parlamentar, sinalizando apoio a essa pauta.

Relatório do Ministério da Justiça revela aliança inédita entre PCC e CV

O Fantástico teve acesso ao relatório do Serviço de Inteligência do ministério que mostra unificação de advogados das duas facções. Acordo pode ter chegado também às ruas.

Um relatório de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais traz um alerta sobre um possível acordo de cooperação entre PCC e Comando Vermelho. O documento detalha o que seriam ações coordenadas para tornar menos rígido o tratamento de presos perigosos no sistema penitenciário nacional.

Gravações feitas com autorização judicial revelam conversas entre presos e seus advogados dentro do chamado "parlatório" -- local dentro das penitenciárias federais onde ocorrem esses encontros.

O Fantástico teve acesso a um relatório do Serviço de Inteligência do Ministério da Justiça que afirma:

"A unificação dos advogados do Primeiro Comando da Capital, o PCC, e Comando Vermelho, o CV, vem sendo formatada por integrantes do alto escalão das duas facções. E teria como objetivo fortalecer os grupos criminosos para, principalmente, pleitear demandas dos chefes presos no sistema penitenciário federal".

Nas penitenciárias federais, os presos cumprem pena no chamado regime disciplinar diferenciado. O detento fica isolado em cela individual monitorada por câmara, com saídas diárias para banho de sol por apenas 2 horas diárias. Só são permitidas visitas de suas pessoas por semana, mas sem direito a contato físico. O preso não pode ver televisão, ouvir rádio, ler jornais e revistas nem usar internet ou celular.

Segundo o relatório, "dados apontariam que integrantes do PCC já estariam reunindo assinaturas de pessoas em condições de votar para subsidiar um suposto 'abaixo-assinado' em que os signatários pleiteariam a flexibilização da lei para permitir o retorno de visitação com contato físico no sistema prisional federal".

O setor de inteligência do Ministério da Justiça registrou que o chefe do PCC, Marco Willians Camacho, o Marcola, perguntou a um advogado: "Eles vão fazer então um abaixo-assinado com 1 milhão e 600 mil assinaturas?"

"A capacidade de isolamento é necessária para que se interrompa os mecanismos de comunicação e articulação das lideranças", afirma André Garcia, secretário nacional de políticas penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

"O desafio que o Estado brasileiro tem com relação a essas organizações vai muito além dessa pacificação entre elas. É de consolidação democrática, proteção das instituições democráticas. Hoje, o país tem mais de 70 organizações criminosas, facções criminosas identificadas", diz David Marques, coordenador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O relatório aponta que, com o fortalecimento de ações conjuntas, do PCC e do CV para demandas de presos, "não se deve descartar que essa 'unificação de trabalhos jurídicos' ultrapasse a seara judicial".

Autoridades investigam mensagens de texto que seriam de integrantes das facções falando de uma trégua entre PCC e CV nas ruas. Ainda não há comprovação de que sejam autênticas.Uma delas, supostamente do PCC, diz que a facção entrou em acordo com o Comando Vermelho e que mortes estão proibidas em todos os estados. Outra mensagem, supostamente do CV, diz que desde o dia 11 deste mês ataques contra o PCC estão proibidos.

O promotor Lincoln Gakiya, que investiga o PCC há pelo menos 20 anos, diz que a trégua entre as duas maiores facções já está valendo nas principais capitais.

"No Rio de Janeiro e em São Paulo já houve essa trégua. A união das duas maiores organizações criminosas do país pode levar a um incremento no tráfico internacional de cocaína, no tráfico de armas para o Brasil. É um compartilhamento de rotas e, sobretudo, fortalecimento ainda maior dessas organizações criminosas", diz Gakiya.

O que está por trás da reunião de emergência da Europa sobre a Ucrânia

Líderes europeus se reúnem nesta segunda-feira (17), de olho na aproximação entre EUA e Rússia. Europa quer participar das negociações por paz e teme pela própria segurança. 

https://g1.globo.com/jornal-nacional/video/ligacao-de-putin-e-trump-choca-europa-e-presidente-da-ucrania-diz-que-nao-aceitara-acordo-sem-participar-de-negociacao-13341165.ghtml

Paris será palco de uma reunião de emergência com líderes europeus sobre a guerra na Ucrânia nesta segunda-feira (17). No radar estão conversas entre Estados Unidos e Rússia sobre um possível acordo para pôr fim ao conflito, que completará três anos no próximo dia 24.

Contexto: A reunião foi convocada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, diante dos últimos acontecimentos envolvendo o conflito:

Na quarta-feira (12), o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que conversou com o líder russo Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia.
No mesmo dia, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que é improvável que a Ucrânia recupere todo o território que controlava em 2014, quando a Crimeia foi anexada pela Rússia.
A Ucrânia e líderes europeus passaram a desconfiar que os Estados Unidos poderiam negociar um acordo de paz com a Rússia sem a participação do governo ucraniano.
Na quinta-feira (13), Trump declarou que a Ucrânia teria "um lugar à mesa" nas negociações para o fim do conflito.
O presidente americano também chegou a anunciar um encontro entre autoridades dos Estados Unidos, Ucrânia e Rússia na Alemanha, na sexta-feira (14). No entanto, o governo ucraniano afirmou que não conversaria com os russos antes de traçar um plano com seus aliados.

Temor europeu
: Os Estados Unidos sugeriram que a Europa poderia não ter um papel ativo nas negociações para o fim da guerra na Ucrânia, o que gerou preocupações entre os líderes europeus. Além disso, há receio de que um possível acordo favoreça a Rússia.

Especialistas militares europeus alertam que concessões excessivas a Moscou, como a entrega de territórios ucranianos, colocariam a segurança do continente em risco.
Dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), também causou incômodo o fato de Trump ter ligado para Putin sem antes discutir um plano de paz com os aliados europeus.
Ao mesmo tempo, reuniões anteriores da União Europeia revelaram divergências internas sobre a formulação de um plano coeso para conter Putin e garantir a segurança da Ucrânia.
Para tentar acalmar os ânimos, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou no domingo (16) que a Europa faria parte de quaisquer "negociações reais" para o fim da guerra.
Os EUA também enviaram um questionário às autoridades europeias perguntando, entre outros pontos, quantas tropas cada país poderia disponibilizar para garantir a implementação de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.

Interesses dos EUA: Trump condicionou a ajuda dos EUA à Ucrânia em troca de direitos sobre as chamadas "terras raras".
Essas regiões ucranianas possuem minerais valiosos, essenciais para a indústria eletrônica.
Entre os recursos encontrados nessas áreas estão manganês, urânio, titânio, lítio, minérios de zircônio, além de carvão, gás e petróleo.

Inicialmente, Zelensky havia elaborado um "plano da vitória" que permitia a exploração desses minerais por aliados em solo ucraniano.

Diante da aproximação entre Trump e Putin, o presidente ucraniano demonstrou preocupação. Em entrevista à rede americana NBC, Zelensky questionou se os minerais localizados em áreas da Ucrânia atualmente ocupadas pela Rússia seriam entregues a Putin em um eventual acordo.

Zelensky afirmou ainda que a Ucrânia recusou um acordo proposto pelos Estados Unidos sobre as terras raras, já que o governo Trump não forneceu as garantias de segurança necessárias.
Autoridades dos EUA e da Rússia devem se reunir na Arábia Saudita nos próximos dias para iniciar as negociações sobre o fim da guerra.

 Europa com Zelensky

Na sexta-feira (14), antes da convocação da reunião de emergência, Macron publicou uma mensagem nas redes sociais afirmando ter conversado com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Ele também mencionou os esforços de Trump.

"Se o presidente Donald Trump puder realmente convencer o presidente Putin a parar a agressão contra a Ucrânia, isso é uma ótima notícia. Então, serão os ucranianos sozinhos que poderão conduzir as discussões para uma paz sólida e duradoura. Nós os ajudaremos nesse esforço", afirmou.

Macron também afirmou que a Europa precisa fortalecer a segurança coletiva do continente, tornando-se mais autônoma.

Já o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, declarou neste domingo que está pronto para enviar tropas britânicas à Ucrânia como parte de uma missão de manutenção da paz no pós-guerra.

Segundo Starmer, a presença de tropas europeias na Ucrânia será essencial para impedir novas agressões de Putin.

Nesta segunda-feira, além de Macron e Starmer, outras autoridades europeias devem participar da reunião de emergência, como:

  • Olaf Scholz, chanceler da Alemanha;
  • Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália;
  • Mark Rutte, secretário-geral da Otan. 
  • Por Redação g1

Cláudio Castro sobre ataque em delegacia: ‘Turminha dos direitos humanos, não encham o meu saco’

 Governador reage após invasão criminosa à 60ª DP e promete resposta firme

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), se manifestou neste domingo (16) sobre o ataque à 60ª Delegacia de Polícia (Campos Elíseos), em Duque de Caxias, ocorrido no sábado (15). Em suas redes sociais, ele afirmou que os criminosos envolvidos já foram identificados e criticou setores que, segundo ele, poderiam questionar a ação policial. As informações são de Lucas Luciano/Tempo Real.

 “A ousadia dos criminosos ao atacar uma delegacia de polícia não ficará impune. Já identificamos todos eles e vamos capturá-los a qualquer custo. E já vou avisando à turminha dos ‘direitos humanos’: não encham o meu saco, porque a resposta será firme, na mesma proporção, mas com efetividade e dentro da lei”, escreveu Castro.

O ataque à delegacia

A invasão à 60ª DP foi uma tentativa de resgate do traficante Rodolfo Manhães Viana, o “Rato”, de 34 anos, apontado como chefe do tráfico na favela Vai Quem Quer, em Duque de Caxias. Junto com ele, o grupo tentava libertar também seu segurança, Wesley de Souza Espírito Santo, de 30 anos.

Ao chegarem à delegacia, os criminosos descobriram que os alvos já haviam sido transferidos para outra unidade e fugiram após uma intensa troca de tiros. Na ação, três detentos conseguiram escapar e a fachada da delegacia ficou marcada pelos disparos. Dois policiais ficaram feridos.

Operação da Polícia Civil

Neste domingo (16), a Polícia Civil iniciou uma operação para capturar os responsáveis pelo ataque. Até o momento, a ação resultou na prisão de quatro suspeitos e na morte de um criminoso.

As autoridades também solicitaram a transferência de “Rato” e Wesley para presídios federais, devido ao risco de novas tentativas de resgate.

A polícia segue com buscas na região para localizar os fugitivos e outros envolvidos na invasão.

 https://diariodorio.com

Homem morre após cair de cachoeira com 80 metros de altura ao tentar fazer foto na Bahia

Um homem morreu após cair do topo da Cachoeira Véu de Noiva, na cidade de Livramento de Nossa Senhora, no sudoeste da Bahia, neste domingo (16). A queda é de cerca de 80 metros de altura.

Jeremias Almeida Santos, de 33 anos, estava acompanhado de amigos e, segundo testemunhas, se aproximou da ponta da cachoeira para tentar tirar uma foto, quando caiu.

O corpo da vítima foi removido do local por bombeiros militares e voluntários, que fizeram buscas no local para localizar a vítima. O lugar é de difícil acesso, o que dificultou a operação.

A vítima foi encaminhada para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) da região. Não há detalhes ainda sobre velório e sepultamento.

O corpo da vítima foi removido do local por bombeiros militares e voluntários, que fizeram buscas no local para localizar a vítima. O lugar é de difícil acesso, o que dificultou a operação.

A vítima foi encaminhada para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) da região. Não há detalhes ainda sobre velório e sepultamento.

Semipresidencialismo é rejeitado por 71% da população brasileira, mostra pesquisa

A maioria da população brasileira segue contrária à alteração no modelo de governabilidade do País. É o que mostra a última pesquisa AltasIntel, que identificou uma rejeição de 71% dos brasileiros à proposta defendida por atores políticos poderosos de migrar do atual regime presidencialista para o semipresidencialista, no qual o Congresso ganha mais poderes com o desempenho de funções do governo federal.

A pesquisa realizada para o programa GPS CNN, ao qual o Estadão teve acesso, mostra que apenas 18% dos brasileiros são favoráveis à adoção de um modelo de governo semelhante ao da França ou de Portugal. Nesses dois países, o presidente exerce apenas o papel de chefe de Estado, com atribuições como o controle das Forças Armadas, mas quem executa o orçamento é o primeiro-ministro com apoio parlamentar.

Além disso, 11% dos entrevistados responderam que não sabem qual modelo é melhor. A pesquisa AtlasIntel ouviu 817 pessoas em todo País, entre os dias 11 e 13 de fevereiro. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. Os entrevistadores também responderam sobre o nível de confiança nas instituições.

De acordo com o levantamento, o apoio ao semipresidencialismo é maior entre eleitores que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno das eleições de 2022. A AtlasIntel identificou que 25,1% desse grupo é favorável ao novo modelo de governo, antes a 0,3% dos eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou as discussões sobre a adoção do semipresidencialismo. Ela afirmou que a proposta em discussão na Câmara pretende “tirar da maioria da população o direito de eleger um presidente com poderes de fato para governar”.

O debate sobre a adoção do semipresidencialismo voltou a ganhar força em Brasília após o novo presidente da Câmara demonstrar apoio à mudança do regime de governo para o parlamentarismo, no qual o primeiro-ministro acumula as funções de chefe de governo e Estado. Logo após as falas de Motta, a proposta de Emenda à Constituição (PEC) do semipresidencialismo atingiu o número de assinaturas necessárias para ser protocolada.

O modelo de semipresidencialismo em discussão na Câmara daria ao premiê a capacidade de definir o plano de governo e o controle do Orçamento, além de empoderar a Câmara, que poderia votar sozinha as moções de confiança e censura. Porém, os brasileiros já rejeitaram duas vezes em plebiscito e referendo o fim da figura do presidente.

A defesa de um modelo de governo alternativo ao presidencialismo tem sido recorrente entre atores políticos relevantes. O ex-presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes são algumas das principais vozes a favor do semipresidencialismo.

Essas autoridades argumentam que as crises políticas seriam menos custosas e traumáticas com a figura do primeiro-ministro no lugar do presidente. Na avaliação deles, a substituição de um primeiro-ministro impopular seria mais tranquila do que o impeachment de um presidente eleito pela maioria dos eleitores.

Weslley Galzo/Estadão

PF autoriza concurso para provimento de 1.000 novos cargos

Novo concurso público prevê vagas para delegados, peritos, agentes, escrivães e papiloscopistas – e ainda há autorização para 192 cargos do PECPF

Brasília/DF. A Polícia Federal anunciou, nesta sexta-feira (14/02), a realização de um novo concurso público para o recrutamento e seleção de 1.000 novos policiais federais, com vagas distribuídas da seguinte forma: 120 para delegados, 69 para peritos, 630 para agentes, 160 para escrivães e 21 para papiloscopistas. A autorização foi formalizada pela portaria nº 19.026-DG/PF, de 13 de fevereiro de 2025, publicada no Diário Oficial da União.

Além disso, em dezembro de 2024, foi autorizada a realização de concurso público para o provimento de 192 cargos do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (PECPF), conforme a Portaria MGI nº 9.363, de 5 de dezembro de 2024. Os editais de ambos os concursos serão divulgados em breve.

Confira aqui a íntegra das portarias: Portaria 19.026-DG/PF e Portaria MGI nº 9.363.

Coordenação-Geral de Comunicação Social da Polícia Federal

PM, PF e PRF capturam líder de facção do Oeste baiano escondido em Pernambuco

Traficante de drogas e armas, o criminoso é investigado também por homicídios em Luís Eduardo Magalhães.

Traficante de drogas e armas, o criminoso é investigado também por homicídios em Luís Eduardo Magalhães.

Uma operação integrada das Polícias Militar (CIPEs Cerrado e Caatinga), Federal, Rodoviária Federal e PMPE prendeu em Pernambuco, na cidade de Paulista, o líder de um facção com atuação na região Oeste da Bahia. A captura ocorreu na quinta-feira (13).

Traficante de drogas e armas, o criminoso é investigado também por homicídios no município baiano de Luís Eduardo Magalhães e possuía mandado de prisão.

A troca de informações entre as Forças Estaduais e Federais, além da ampliação do trabalho de inteligência resultaram na captura do integrante de facção.

O criminoso possuía passagens pela Polícia. Em duas ocorrências ele foi flagrado com cerca de 40 kg de cocaína e maconha.

Unlabelled

Entidades ocultam pagamentos que rendem salário anual extra de até R$ 257 mil a ministros de Lula

Duas das mais proeminentes instituições do Sistema S, o Sesc e o Senac contam com ministros de Estado em seus conselhos fiscais. As duas entidades estão submetidas à Lei de Acesso à Informação (LAI), o que as obriga a fornecer dados abertos das suas atividades, porém ambas têm omitido os valores vultosos pagos a parte dos integrantes do primeiro escalão do governo Lula que integram os seus quadros.

O Sesc conta com os ministros Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) em seu conselho fiscal, mas forneceu ao Portal da Transparência da União apenas os valores pagos ao titular da SRI .

Procurada, a instituição não se manifestou. O Senac também não retornou aos contatos da reportagem do jornal O Estado de São Paulo, assim como os ministros.

Entre janeiro e outubro de 2024, Padilha participou de apenas duas reuniões na instituição, segundo informações da sua agenda oficial, mas recebeu R$ 28 mil por mês em honorários, também conhecidos como “jetons”. Ao final daquele ano, o ministro somou R$ 257 mil, o equivalente a R$ 128,5 mil por reunião, de acordo com os dados do Portal da Transparência. Já Marinho, que participou de seis encontros no mesmo período, não teve os seus pagamentos divulgados pelo Sesc.

O mesmo cenário se repetiu no Senac. Desta vez, com os ministros Marcio Macêdo (Secretária-geral da Presidência) e Camilo Santana (Educação). O ministro palaciano esteve presente em sete encontros do conselho fiscal do Senac e acumulou R$ 129 mil ao longo do último ano.

O Senac diz pagar R$ 5 mil por reunião do Conselho, mas Macêdo recebeu R$ 21 mil em seis meses de 2024. Santana, por sua vez, participou de ao menos um encontro de conselheiros, em junho do ano passado, segundo publicação da entidade, mas não teve os eventuais valores recebidos disponibilizados.

O Estadão questionou o Senac e o Sesc sobre o número de reuniões que contaram com a participação de ministros e os respectivos valores recebidos por eles para contrastar com as informações disponíveis no Portal da Transparência, porém ambas não retornaram ao contato.

Na avaliação da diretora de programas da Transparência Brasil, Marina Atoji, as entidades descumprem a Lei de Acesso à Informação. “É uma violação direta da lei, porque a LAI determina claramente que as informações a serem divulgadas têm que ser íntegras e atualizadas. Se não há informação completa, já tem a violação desse princípio da lei”, afirmou.

A Controladoria-Geral da União (CGU), que mantém o Portal da Transparência e fiscaliza o cumprimento da LAI, afirmou em resposta ao Estadão que as entidades do serviço social autônomo (Sistema S) estão submetidas à lei, “o que alcança as obrigações de transparência ativa a partir dos próprios sítios eletrônicos”.

Uma portaria conjunta editada pela CGU e pelo antigo Ministério da Economia durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) obriga as instituições a divulgarem em seus sites os “valores efetivamente pagos a título de remuneração ou ‘jetons’ para os membros dos conselhos fiscais, de administração ou similares, quando houver”.

Na resposta ao Estadão, a CGU também afirmou que a “obrigação primária” de divulgação é do Sistema S. No entanto, Atoji pondera que, embora a CGU não seja a autoridade responsável pelo monitoramento dessas entidades, é dever da instituição garantir que as informações fornecidas no Portal da Transparência sejam “o mais fidedignas e completas possível”.

Além de Sesc e Senac, as empresas Itaipu Binacional, Apex Brasil e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) também têm ministros entre os seus conselheiros. A Apex e a ABDI não remuneram os membros dos seus respectivos conselhos. A Itaipu, por outro lado, historicamente não divulga os valores pagos aos membros do seu conselho de administração. Mas, como mostrou o Estadão, a remuneração prevista em 2024 era de R$ 34 mil para cada integrante.

Integram o conselho da Itaipu os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Esther Dweck (Gestão) e Alexandre Silveira. O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fazem parte do conselho fiscal da Apex, totalizando dez titulares de Ministérios com acentos em conselhos de instituições.

A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu em maio de 2023 que as verbas recebidas por ministros de Estado pela participação em conselhos fiscais ou de administração em instituições estatais não estão sujeitas ao teto remuneratório do serviço público, que atualmente é de R$ 46 mil.

Isso significa que os beneficiários dos jetons, como Padilha e Macedo, que acumularam respectivamente R$ 257 mil e R$ 129 mil, receberam esse valor adicional em suas contas como uma espécie de salário extra.

Weslley Galzo/Estadão

Davi Alcolumbre elege a ‘dama de ferro’ do Senado

A senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB) ganhou do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), o apelido de “dama de ferro”. A alusão à ex-primeira-ministra do Reino Unido Margaret Thatcher passou a ser feita depois que Daniella assumiu a Primeira Secretaria da Casa, que supervisiona atividades administrativas, gastos e contratos. E por ela ser a 1ª mulher no cargo.

Uma das demonstrações do prestígio da paraibana foi o convite para participar da reunião de Alcolumbre com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o senador retornar à presidência do Senado. Ela era a única parlamentar presente no encontro que não era líder de partido.

Ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), nos próximos dias, segundo interlocutores, Daniella deve procurar o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), para alertar sobre os riscos de a falta de liberação de emendas afetar o programa “Antes que Aconteça”, de combate à violência contra a mulher.

Além de a pauta ser uma bandeira sua, também ganhou o apoio de Dino quando era ministro da Justiça. Daniella tenta levantar recursos destinados à construção de “salas lilás” em delegacias de todo o País para atendimento às vítimas.

Iander Porcella/Estadão
Unlabelled

Golpe do Pix: apresentador acusado de desviar R$ 400 mil de doações será julgado

Um assunto vem tomando força em Salvador (BA): Na próxima terça (18), a Justiça da Bahia começa a julgar o apresentador Marcelo Castro, comandante do Alô Juca, exibido na hora do almoço da TV Aratu, afiliada do SBT no Estado.

Marcelo é acusado de liderar uma organização criminosa, com 12 pessoas, que desviava doações feitas para pessoas pobres que precisavam de ajuda, entre 2022 e 2023. O fato, segundo a Justiça, acontecia quando Marcelo ainda era repórter do Balanço Geral, da Record.

O grupo teria se apropriado de R$ 407,1 mil, o equivalente a 75% dos R$ 543 mil doados pela audiência do programa em campanhas. Ainda de acordo com a investigação, R$ 146,2 mil teriam ficado com Castro, e R$ 145,7 mil teriam ficado com Jamerson Oliveira, ex-editor chefe do Balanço Geral e atualmente parceiro de Castro no Alô Juca.

O desvio, segundo a Justiça, acontecia da seguinte forma: o grupo arrecadava as doações e destinava às vítimas a menor parte do volume arrecadado por meio de chaves Pix exibidas na tela do programa da Record. As chaves não eram de quem, de fato, pedia ajuda, e sim de pessoas ligadas ao esquema.

Após cada programa, os valores arrecadados eram distribuídos a partir das contas que recepcionavam as doações, por seus respectivos titulares. Eles, ainda de acordo com a Justiça, seguiam as orientações dos líderes do grupo, que ficavam com a maior parte do dinheiro.

O caso só foi descoberto em março de 2023, após o jogador de futebol baiano Anderson Talisca decidir fazer uma doação de R$ 70 mil após assistir a uma reportagem. O valor seria doado à família do menino Guilherme, de 1 ano, que fazia um tratamento de câncer.

Em contato com Marcelo Castro, contudo, um assessor do jogador constou que o número do Pix repassado para doação não era o mesmo que apareceu na televisão durante a exibição da reportagem. Dias depois, a Record Bahia demitiu Marcelo Castro e Jamerson Oliveira. A criança mostrada na reportagem morreu semanas depois.

Ao menos uma pessoa já está presa pelo caso. Carlos Eduardo do Sacramento Marques Santiago de Jesus foi preso em dezembro do ano passado, sob acusação de que ele seria um dos operadores do esquema. De acordo com a polícia, ele era um dos titulares das contas correntes em que os valores eram depositados.

Na última sexta (14), um novo pedido de prisão preventiva: Gerson Santos Santana Júnior teria sido cooptado pelo esquema criminoso a fornecer dados de sua conta bancária e o número do Pix e ajudar nos desvios. Até o fechamento desta reportagem, ele seguia foragido.

A audiência de instrução e julgamento está marcada para a próxima terça-feira (18), no Fórum Criminal de Salvador. Procurado para falar sobre o assunto através de seu advogado, Marcus Rodrigues, Marcelo Castro e sua defesa disseram que não podem comentar o assunto.

“Volta por baixo”

Após a demissão, Marcelo Castro e Jamerson Oliveira criaram o site Alô Juca, que virou sucesso nas redes sociais. Com o êxito, foram contratados pela TV Aratu, afiliada do SBT na Bahia.

Desde abril do ano passado, o Alô Juca acirrou a briga pela audiência na faixa mais nobre da TV local no Brasil: a hora do almoço, entre 11h e 14h. Se antes de ir ao ar, o SBT brigava com a Band pela terceira colocação, o Alô Juca levou a TV Aratu a brigar pela liderança com Globo e Record, subindo de 3,9 para 7,2 o Ibope em sua faixa. É um crescimento de 85% em menos de um ano.

A grande questão é o seu conteúdo. Concorrentes dizem que Castro tem dado uma “volta por baixo”, uma piada com o termo “volta por cima”. Seu programa mistura casos policiais, imagens chocantes e polêmicas variadas. Por causa disso, tem sofrido críticas pelo baixo nível.

Marcelo também usa o programa para responder a seus algozes. No dia 9 de janeiro, ameaçou um jornalista da TV Bahia, afiliada da Globo em Salvador, por dar a informação de que policiais eram investigados por deixá-lo negociar com sequestradores em uma ação da polícia militar. Após o caso, a presença de Marcelo foi vetada pela PM da Bahia em situações do tipo.

Marcelo também já criticou abertamente José Eduardo, o Bocão, apresentador do Balanço Geral e com quem trabalhava até o caso do Pix explodir. Marcelo, inclusive, processou Bocão e a Record pela sua demissão. Outro alvo dele é o comandante da Polícia Militar da Bahia, coronel Nilton Régis Mascarenhas.

No início do mês, o Alô Juca exibiu uma cena de terror: mostrou um vídeo de dois traficantes “jogando futebol” com uma cabeça decepada, em um bairro periférico de Salvador. O caso foi denunciado ao Ministério Público da Bahia por telespectadores.

Gabriel Vaquer/Folhapress

Mais de 1.400 mamografias foram realizadas em Ipiaú pelo projeto Saúde Mais Perto; saiba os próximos passos

A Prefeitura de Ipiaú encerrou neste sábado (15) a ação do projeto itinerante Saúde Mais Perto – Rastreamento de Câncer de Mama, uma iniciativa realizada em parceria com o Governo do Estado da Bahia. Ao longo dos 15 dias de atendimento, 1.414 mamografias foram realizadas gratuitamente na unidade móvel instalada na Praça Rui Barbosa.

Agora, os próximos passos seguem conforme o protocolo estabelecido pelo programa. De acordo com a Secretaria de Saúde, os exames serão avaliados por especialistas, e as pacientes que apresentarem alterações serão encaminhadas para exames complementares. Caso haja necessidade, o município, em parceria com estado, estará encaminhando e acompanhando o tratamento da paciente.

A prefeita Laryssa Dias agradeceu o apoio do governo estadual e destacou a importância da participação das mulheres. “Essa ação reforça o compromisso com a saúde da mulher ipiauense. Agradeço ao Governo do Estado pelo suporte e a cada mulher que compareceu para realizar esse exame tão essencial para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama.”

Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

Silvio Almeida volta às redes e diz querer justiça após ser acusado de assédio sexual

O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida publicou neste sábado (15) um manifesto nas redes sociais sobre as acusações de assédio sexual que levaram à sua demissão do governo Lula (PT) em setembro do ano passado.

“Eu estou vivo, continuo indignado e não quero compaixão nem ‘segunda chance’. Eu quero justiça”, diz ele na publicação.

No texto divulgado em sua conta no Instagram, Almeida afirma que tentaram apagar sua história e transformá-lo em um monstro.

“Queriam me apagar. Apagar o professor respeitado e tantas vezes homenageado pelos alunos. O advogado diligente. O companheiro, o amigo, o pai. Tentaram me transformar repentinamente em um monstro, um homem que sempre enganou milhares de pessoas, um ‘abusador’ de mulheres”, afirmou.

As acusações contra Almeida foram recebidas pela organização Me Too Brasil. As vítimas relataram uma série de casos de assédio que teriam acontecido em 2023.

Dois inquéritos foram abertos para investigar o caso, um pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) e outro no STF (Supremo Tribunal Federal), a pedido da PF. A investigação, que tem o ministro André Mendonça como relator, está sob segredo de Justiça.

Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ela confirmou a acusação em depoimento à PF em outubro passado. Segundo seu relato, as “abordagens inadequadas” de Almeida, como definiu, começaram no fim de 2022, quando os dois passaram a fazer parte do grupo de transição de governo nomeado por Lula antes da posse dele como presidente da República.

Almeida nega as acusações. Na época, falou que elas seriam “ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”.

Na postagem deste sábado, ele afirma que irá retomar suas atividades públicas. Cita o retorno de seu canal no YouTube e o lançamento de uma nova edição, revisada e ampliada, de sua principal obra, “Racismo Estrutural”, além do lançamento de outros quatro livros.

“Eu vou continuar escrevendo. Eu vou continuar falando. Eu vou continuar acreditando que esse país tem jeito. Eu vou continuar acreditando no povo brasileiro. Eu vou continuar advogando em alto nível para quem pode e para quem não pode me pagar”, afirmou.

Folhapress

Preço do ovo dispara no atacado e preocupa supermercados

Preço dos ovos vermelhos tiveram alta acima de 40% em maior ponto de produção do país
A disparada no preço dos ovos, que tem registrado alta diária no atacado nas regiões produtoras, preocupa supermercados, feirantes e consumidores. A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) diz que a valorização se intensificou desde a segunda quinzena de janeiro.

Uma combinação de fatores contribui para o aumento. Muitos consumidores têm recorrido aos ovos de galinha para driblar as carnes mais caras, segundo a associação. Além disso, o período da Quaresma, que neste ano ocorre entre 5 de março e 17 de abril, tradicionalmente tem uma demanda maior, já que algumas famílias evitam o consumo de carne vermelha.

Custos altos com ração também contribuem.

“As empresas iniciaram a programação de abastecimento das lojas para atender à demanda sazonal da Quaresma, mas a restrição na oferta e os aumentos sucessivos de preços preocupam os supermercados. Além disso, os consumidores também têm recorrido mais aos ovos de galinha devido à alta dos preços das demais proteínas”, afirmou, em nota, o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

O preço dos ovos no atacado, divulgado nesta sexta-feira (14) pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP, atingiu o maior patamar diário em termos nominais da série histórica iniciada em maio de 2013.

Na cidade capixaba de Santa Maria de Jetibá, a maior produtora de ovos do Brasil, o valor médio alcançou o maior nível da série em termos reais, considerando a inflação.

O preço de uma caixa com 30 dúzias de ovos brancos chegou a R$ 233,55, um aumento de 37,9% em relação aos R$ 169,33 registrados em fevereiro de 2024. Já a caixa de ovos vermelhos passou a custar R$ 264,21, um acréscimo de 40,8% em comparação ao mesmo período do ano passado, que era de R$ 187,57.

Na Grande São Paulo, o ovo branco 18% de fevereiro de 2024 até agora, de R$ 172,49 para R$ 203,57. O vermelho subiu 14,7%, de R$ 200,25 para R$ 229,78.

Na Grande Belo Horizonte, o aumento foi de R$ 173,91 para R$ 212,07 no caso do ovo branco (21,9%) e de R$ 199,81 para R$ 232,21 (16,2%) para o vermelho.

A forte alta dos preços no atacado ainda não aparece nos números do varejo que calculam os preços em 12 meses até dezembro. De acordo com o relatório da Abras, nesse período o preço do ovo em supermercados teve uma queda de 4,53% em 12 meses, enquanto outras proteínas registraram aumentos expressivos, como cortes traseiros de carne (20,05%), dianteiros (25,25%) e pernil (20,05%).

Entretanto, a forte alta em janeiro superou os maiores valores nominais até então registrados, que haviam sido alcançados em maio de 2023.

De acordo com a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), a baixa oferta de ovos no mercado atacadista é um fenômeno sazonal, com séries históricas indicando retração entre dezembro e fevereiro, seguida por recuperação em março.

A expectativa é que os preços continuem pressionados até o período da Quaresma. A Ceagesp apontou um leve aumento, de 0,66% para ovos brancos e 0,38% para ovos vermelhos no entreposto de São Paulo.

Outro desafio enfrentado pelos consumidores é a mudança nas categorias de peso dos ovos. Segundo a Abras, a portaria nº 1.179 do do Ministério da Agricultura publicada em setembro reduziu o peso médio dos ovos em aproximadamente 10 gramas por unidade.

Pelos critérios atuais, um ovo médio pesa entre 38 g e 47 g, enquanto, na regra anterior, deveria ultrapassar 50 g. De acordo com a associação supermercadista, a mudança impacta o custo-benefício do alimento. Procurado, o ministério não respondeu até a publicação deste texto.

A portaria também estabeleceu que ovos devem vir com a data de validade carimbada na casca a partir do dia 4 de março.

A alta no preço dos ovos não é um problema exclusivo do Brasil. Nos Estados Unidos, o produto enfrenta uma crise, com aumento de 15% em um mês e prateleiras vazias e o temor com novos casos de gripe aviária. A escalada ao longo de 2024 foi um dos principais argumentos do então candidato Donald Trump para criticar a inflação e a condução econômica do governo Joe Biden. No entanto, desde que assumiu a presidência em 20 de janeiro, o republicano ainda não conseguiu conter o avanço.

Carlos Villela/Folhapress

Destaques