Trump promete 'fim da tirania da diversidade' e elogia Musk em discurso sob vaias e aplausos no Congresso dos EUA

Presidente norte-americano faz balanço do seu primeiro mês na Casa Branca, sob aplausos de republicanos e vaias de democratas.
O presidente norte-americano Donald Trump fez nesta terça-feira (4) no Congresso dos EUA o seu primeiro discurso anual do Estado da União de seu novo mandato, sob aplausos de republicanos e protestos de democratas, que empunhavam plaquinhas com os dizeres "Salvem o Medicaid", "Musk rouba" e "Protejam os veteranos".

Em um longo discurso de 1 hora e 40 minutos, o republicano fez um balanço das seis primeiras semanas de seu novo governo.

Listou medidas tomadas nesse período, como o avanço das deportações, a mudança do nome do Golfo do México para o Golfo da América, a saída dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde e a revogação de regulações ambientais postas em prática pela administração anterior.

Trouxe anúncios na área econômica, como a imposição de tarifas recíprocas para países a partir de abril e medidas de fomento à indústria naval dos Estados Unidos.

Também procurou distender os ânimos com Volodymyr Zelensky, citando ter recebido uma carta do presidente ucraniano com a sua intenção de retomar as negociações pela exploração dos minerais terras raras.

Essa foi a primeira menção amigável de Trump a Zelensky após o bate-boca entre os dois líderes na última sexta-feira (28).

Tom combativo e "resgate do sonho americano"

A sessão conjunta, que contou com a presença de congressistas, juízes da Suprema Corte, oficiais das Forças Armadas, o secretariado de Trump e a primeira-dama Melania Trump, começou tumultuada.

Após gritar duramente contra Trump, o deputado democrata Al Green, do Texas, foi retirado do plenário do Capitólio pelo presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson.
O presidente norte-americano manteve um tom combativo, atacando abertamente a administração de Joe Biden, a quem chamou de "pior presidente da história dos EUA". Também efetuou ataques a outros membros proeminentes do partido democrata, como a senadora Elizabeth Warren e Stacey Abrams.

Usando da temática já explorada na campanha eleitoral de retornar "a América a era de ouro", o republicano resgatou ideias tidas como controversas, como a retomada do controle do Canal do Panamá e a incorporação da Groenlândia ao território norte-americano.

O presidente também usou a tribuna do Capitólio para falar contra políticas de diversidade fomentadas pelo governo federal dos Estados Unidos, doméstica e internacionalmente.

"Nós acabamos com a tirania da chamada política de diversidade, equidade e inclusão de todo o governo federal. Nosso país não será mais 'woke' ", falou Trump.

Destaque para Elon Mus
A presença de Elon Musk nas galerias do Capitólio foi destacada pelo presidente republicano, que usou um trecho do seu discurso para agradecer o trabalho do bilionário à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês).

Sob a liderança do homem mais rico do mundo, o DOGE vem desmontando agências governamentais, diminuindo o número de funcionários federais e adquirindo acesso a dados sensíveis do governo, gerando a reação de tribunais.
Em outro aceno a Musk, Trump disse, de maneira vaga, que irá colocar "a bandeira americana em Marte".

Mais tarifas no horizonte

Outro ponto comentado pelo republicano em seu discurso é a política protecionista que vem determinando a relação comercial dos Estados Unidos com outras nações.

"Nós fomos roubados por décadas por todos os países da face da Terra, e não vamos deixar isso acontecer mais", Trump disse sobre as tarifas que está impondo a rivais e parceiros comerciais.

O Brasil foi citado por Trump como sendo um dos países que usam tarifas de maneira "injusta" contra os Estados Unidos.

Em média, a União Europeia, China, Brasil, Índia, México, Canadá e inúmeras outras nações nos cobram tarifas muito mais altas do que cobramos deles, o que é extremamente injusto", disse Trump.

Após ter anunciado na última segunda-feira (4) taxas de importação de 25% para México e Canadá, com vigor imediato, o presidente norte-americano ressaltou em seu discurso que irá estabelecer taxas recíprocas para todos os países a partir do mês que vem.
"No dia 2 de abril, entram em vigor tarifas recíprocas, e qualquer tarifa que nos impuserem, nós também imporemos a eles... qualquer imposto que nos cobrarem, nós os taxaremos. Se usarem barreiras não monetárias para nos manter fora de seus mercados, então usaremos barreiras não monetárias para mantê-los fora do nosso mercado".
Por Redação g1 — São Paulo

Hamas acolhe com satisfação plano de reconstrução de Gaza do Egito

Proposta é uma alternativa à ideia de Trump de retirar palestinos da região
O Hamas acolheu, nesta terça-feira (4), o plano de reconstrução de Gaza sugerido pelo Egito e pediu que fossem fornecidos meios para seu sucesso, após uma cúpula de emergência no Cairo, onde os estados árabes adotaram a proposta egípcia.

O plano adotado é uma alternativa à ambição de Trump por um êxodo de palestinos e uma reconstrução de Gaza pelos EUA, o que eles temem que desestabilizaria toda a região.

O Plano de Reconstrução do Egito para Gaza é um documento de 112 páginas que inclui mapas de como suas terras seriam reconstruídas e dezenas de imagens coloridas geradas por IA de empreendimentos habitacionais, jardins e centros comunitários. O plano inclui um porto comercial, um centro de tecnologia, hotéis de praia e um aeroporto.

O presidente palestino Mahmoud Abbas, que lidera a Autoridade Palestina (AP), também acolheu a ideia egípcia e pediu a Trump que apoiasse tal plano que não envolvesse o deslocamento de moradores palestinos.

Abbas, no poder desde 2005, também disse que estava pronto para realizar eleições presidenciais e parlamentares se as circunstâncias permitissem, acrescentando que sua AP era a única força governamental e militar legítima nos Territórios Palestinos.
Reação de Israel

O Ministério das Relações Exteriores de Israel criticou a declaração da cúpula árabe, afirmando que ela “falhou em abordar” as realidades da situação após o ataque do Hamas em 7 de outubro.

“O ataque terrorista brutal do Hamas, que resultou em milhares de mortes israelenses e centenas de sequestros, não é mencionado, nem há qualquer condenação desta entidade terrorista assassina”, disse o Ministério das Relações Exteriores.

Ele também reiterou o apoio à ideia do presidente dos EUA, Donald Trump, dizendo que os Estados árabes a rejeitaram sem dar uma chance.

https://www.cnnbrasil.com.br/

Criança de 7 anos é picada por maior serpente venenosa do Sul do Brasil em Blumenau

Uma criança de sete anos foi picada por uma cobra na manhã desta terça-feira (4) no bairro Progresso, em Blumenau. A serpente escapou logo após o ataque, mas, de acordo com a descrição da família aos bombeiros, possivelmente se tratava de jararacuçu. Essa é considerada a maior cobra venenosa do Sul do Brasil.

A menina foi levada por familiares até a base dos bombeiros no Garcia, onde recebeu atendimento inicial. No momento da avaliação, ela apresentava um ferimento no calcanhar esquerdo, mas estava consciente, orientada, com sinais vitais normais. O incidente ocorreu cerca de 40 minutos antes da chegada ao posto dos socorristas.

A vítima foi levada ao Hospital Santo Antônio (HSA) para avaliação médica. O Corpo de Bombeiros Militar reforça a importância de atenção redobrada em áreas com vegetação e orienta a população a acionar imediatamente o serviço de emergência pelo telefone 193 em casos semelhantes.
As mais perigosas presentes em SC

Cobra no forro de casa
Com o excesso de calor, as ocorrências de surgimento de cobras em residências é comum, principalmente naquelas em regiões com mais vegetação. Nesta segunda-feira (3), mãe e filho de oito anos levaram um susto ao se deparar com uma jararaca saindo do forro do quarto. Os bombeiros precisaram ser chamados à residência, localizada no bairro Salto Weissbach, para recolher a serpente.

Animais na BR-330 provocam mais um acidente em Ipiaú


Um ônibus intermunicipal que seguia com destino a Ilhéus colidiu com quatro equinos na BR-330, na saída de Ipiaú, sentido Barra do Rocha, na noite desta terça-feira feira (04). O acidente ocorreu nas imediações da entrada de acesso ao Parque de Exposições de Ipiaú.

Com o impacto, a frente do ônibus ficou bastante danificada. Nenhum ocupante do veículo sofreu ferimentos, mas uma égua morreu e um potro ficou ferido. Após o acidente o ônibus retornou para a rodoviária de Ipiaú onde os passageiros iriam aguardar por outro coletivo para seguirem viagem.

Este é o segundo acidente envolvendo animais nessa localidade em menos de oito dias. Na semana passada, um carro colidiu com um bovino na mesma rodovia. Apesar do susto, os ocupantes do automóvel saíram ilesos. A presença de animais soltos na pista tem sido motivo de preocupação para motoristas que trafegam pela BR-330.
Por: Giro Ipiaú

Doze supostos traficantes são mortos no Subúrbio de Salvador


Na madrugada desta terça-feira, 4, um tiroteio intenso no bairro de Fazenda Coutos, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, resultou na morte de 12 supostos traficantes de uma facção criminosa em confronto com policias da Rondesp, da Polícia Militar.

Todos os feridos foram socorridos para o Hospital do Subúrbio, mas nenhum sobreviveu aos ferimentos. As informações são da TV Record.

Informaçõs preliminares apontam que os suspeitos invadiram a casa de uma mulher antes de morrerem em confronto.

Em nota, a Polícia Civil se limitou a afirmar que "recebeu um chamado de confronto entre criminosos e a Polícia Militar na Fazenda Coutos e está tomando as providências de polícia judiciária."

Na ação foram apreendidas duas submetralhadoras, oito pistolas e dois revólveres foram apreendidos, além de munições e carregadores.

Vídeo da situação em Fazenda Coutos:

'Eu só queria brincar o carnaval': mulher denuncia agressão de policiais militares em Olinda

Vítima levou três pontos na testa e registrou boletim de ocorrência após abordagem violenta no bloco Homem da Meia-Noite. PM diz que não há registro de denúncia.
Mulher denuncia ter sido agredida por policiais militares durante o bloco Homem da Meia-Noite, em Olinda
A publicitária Leila Perci denunciou ter sido agredida por policiais militares durante o desfile do bloco Homem da Meia-Noite, na madrugada do domingo (2), em Olinda. Ela afirma que foi empurrada e atingida com um cassetete na cabeça, costas e braços após entrar sem perceber no cordão de isolamento do bloco.
A publicitária conta que estava aproveitando o bloco quando, sem perceber, acabou entrando no cordão de isolamento. Ao notar que estava dentro da área restrita, foi abordada de forma agressiva.

"Eu estava no meio do bloco, já dentro do cordão de isolamento, e um policial veio até mim, me empurrou e foi extremamente grosso. Eu falei, 'calma, meu amigo'. Quando meu amigo tentou intervir, três policiais começaram a bater nele com cassetetes", conta Leila.

Ela continua: "Quando vi o que estava acontecendo, fui até eles pedindo para pararem, e foi quando me agrediram. Eles me empurraram, me bateram com o cassetete na cabeça, nas costas, nos braços".

Leila levou três pontos na testa. "Olhei no espelho e vi meu ombro roxo e as minhas costas com a marca de cassetete. O policial que me atendeu na delegacia até me disse que eles são orientados a não bater na cabeça, porque é muito perigoso. Mas o que me atingiu fez isso sem hesitar", afirma.

Além das marcas físicas, Leila diz que a agressão a deixou emocionalmente abalada. "Estava saindo de um tratamento contra a depressão e, agora, sinto que voltei à estaca zero".

Ela também afirma que seu amigo, que tentou defendê-la, está machucado, mas ainda não registou boletim de ocorrência.

Apesar da violência, Leila recebeu apoio imediato dos paramédicos da Prefeitura de Olinda. "Os paramédicos me deram toda a atenção, enfaixaram minha cabeça e me levaram para a UPA. Hoje (4), entraram em contato comigo oferecendo suporte psicológico através da ONG Livre de Assédio", explica.

Leila cobra justiça e afirma que o episódio vai além da sua própria dor. "O que aconteceu comigo foi uma violência gratuita. A policia deveria estar lá para nos proteger, mas agiu com brutalidade.", concluiu.

O que diz a Polícia Militar

O g1 procurou a Polícia Militar de Pernambuco, que se pronunciou em nota, afirmando que:

O efetivo empregado no carnaval é orientado a atuar dentro da legalidade, respeitando os cidadãos e garantindo a segurança de quem está nos polos de animação; .
Não há registro de denúncia formal sobre o caso;
Vítimas podem formalizar a queixa junto à Corregedoria da PM, presencialmente, na Avenida Conde da Boa Vista, 428, no bairro da Boa Vista, pelo e-mail denuncia@corregedoria.sds.pe.gov.br e pelo pelo telefone (81) 3184-2772.

*Estagiário sob a supervisão da editora Luiza Mendonça

PF e PM apreendem 36 quilos de maconha às margens do rio Paraná


Foz do Iguaçu/PR. Policiais federais e militares apreenderam 36 quilos de maconha na noite deste domingo (2/3), durante patrulhamento no rio Paraná, na fronteira com o Paraguai.

A equipe policial identificou um barco atravessando o rio e se deslocou para o provável local de atracação. Após buscas na mata, foram encontrados diversos tabletes de maconha abandonados. Nenhum suspeito foi localizado.

A droga apreendida foi encaminhada para a Delegacia de Polícia Federal em Foz do Iguaçu para os procedimentos de praxe.

Comunicação Social da Polícia Federal em Foz do Iguaçu/PR – CS/PF/Foz

PF e PM apreendem 350 kg de maconha na margem do rio Paraná

Foz do Iguaçu/PR. Na noite desta segunda-feira (03/03), uma ação conjunta entre a Polícia Federal e a Polícia Militar resultou na apreensão de 350 quilos de maconha, distribuídos em 11 fardos, às margens do rio Paraná, próximo à aduana da Ponte Internacional da Amizade.

Durante patrulhamento na região, os policiais identificaram a movimentação de uma pequena embarcação atravessando o rio do Paraguai para o Brasil. Suspeitando do transporte de material ilícito, as equipes deslocaram-se para a área provável de desembarque e iniciaram buscas, localizando os fardos de maconha escondidos na mata.

A droga foi recolhida e encaminhada para a Delegacia de Polícia Federal em Foz do Iguaçu para os procedimentos cabíveis.

Comunicação Social da Polícia Federal em Foz do Iguaçu/PR – CS/PF/Foz

FICCO/PR e FICCO/MS prendem motorista com pacotes de haxixe

Foz do Iguaçu/PR. Uma ação integrada entre forças de segurança do Paraná e Mato Grosso do Sul resultou na apreensão de 10,7 quilos de haxixe e na prisão em flagrante do motorista responsável pelo transporte da droga. A abordagem ocorreu na manhã desta segunda-feira (03/03), em Curitiba/PR.

Após troca de informações entre a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) do Paraná e do Mato Grosso do Sul e as Polícias Militares dos dois estados, um veículo foi localizado em um bairro da periferia de Curitiba, após vir de Mato Grosso do Sul. Equipes da PM/PR realizaram a abordagem enquanto cães farejadores policiais inspecionavam o carro.

Durante a vistoria, foram encontrados 19 pacotes de haxixe escondidos em fundos falsos do veículo. O motorista foi preso em flagrante e conduzido, junto com o carro e a droga, para a Delegacia da Polícia Civil, onde foi formalizada a prisão.

As investigações prosseguem para identificar outros envolvidos no esquema criminoso.

A FICCO/PR é composta pela Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar (PM), Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) e Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP/PR).

A FICCO/MS é integrada pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, Polícia Civil, Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário, Secretaria Nacional de Políticas Penais e Polícia Militar.

Comunicação Social da Polícia Federal 

China promete “lutar até o fim” após Trump intensificar guerra comercial

Pequim reagiu às taxas do presidente americano impondo tarifas retaliatórias de até 15% sobre produtos selecionados
A China prometeu “lutar até o fim” depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, intensificou sua guerra comercial dobrando as tarifas sobre todas as importações chinesas para 20%.

Pequim reagiu às taxas de Trump impondo tarifas retaliatórias de até 15% sobre produtos americanos selecionados, expandindo os controles de exportação para uma dúzia de empresas dos EUA e entrando com uma ação judicial na Organização Mundial do Comércio.

Também enviou um aviso severo ao governo Trump: o povo chinês nunca se curvará à “hegemonia ou intimidação”.
“Pressão, coerção e ameaças não são as maneiras certas de se envolver com a China. Tentar exercer pressão máxima sobre a China é um erro de cálculo e um erro”, disse Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em uma entrevista coletiva regular na terça-feira à tarde.

“Se os EUA insistirem em travar uma guerra tarifária, guerra comercial ou qualquer outro tipo de guerra, a China lutará até o fim.”

A enxurrada de medidas retaliatórias e trocas acaloradas ocorreu enquanto o líder chinês Xi Jinping se prepara para realizar uma grande reunião política projetada para projetar confiança na capacidade de seu país de manter o curso e enfrentar ventos contrários externos.

Enquanto milhares de delegados se reúnem na capital chinesa para a reunião anual de “duas sessões” do país, Xi e seus funcionários estão prontos para usar o espetáculo altamente coreografado para transmitir a China como uma grande potência avançando constantemente sua proeza tecnológica e ascensão global.

Essa rivalidade crescente entre as duas potências estará em destaque na manhã de quarta-feira em Pequim, quando o primeiro discurso de Trump ao Congresso coincidirá aproximadamente com um discurso do estado da união feito pelo segundo oficial chinês, Li Qiang, na reunião de abertura do Congresso Nacional do Povo (NPC), que aprova decisões já tomadas a portas fechadas.

Lá, Li deve anunciar as metas anuais da China para crescimento econômico e gastos militares – e expor como Pequim planeja continuar seu crescimento econômico e transformação em uma potência tecnológica diante da crescente pressão dos Estados Unidos.

Apesar dos desafios, os analistas não estão se preparando para grandes surpresas políticas ou reviravoltas nas reuniões de quase uma semana do NPC e do principal órgão consultivo do país.

O verdadeiro poder de decisão está com o Partido Comunista Chinês, cuja autoridade não pode ser desafiada no país – e Xi, o líder mais poderoso do partido em décadas.

O aumento das tarifas – e a ameaça de mais controles econômicos e tecnológicos por vir – estão lançando uma longa sombra sobre as duas sessões da China, que os observadores também estarão atentos para sinais de como Pequim continuará a lidar com suas dificuldades econômicas estrondosas em casa.

E os sinais apontam para Pequim mantendo o curso nas estratégias de seu líder para reforçar a inovação, a indústria e a autossuficiência para se proteger contra os atritos futuros: tudo isso enquanto projeta que, na China, os negócios continuam como sempre.

Devemos “enfrentar as dificuldades de frente e fortalecer a confiança” em meio aos crescentes desafios externos, disse Xi, segundo o jornal do Partido Comunista Qiushi, em um artigo publicado na sexta-feira, que visa dar o tom do encontro.
Proezas de alta tecnologia

A China está entrando nas duas sessões deste ano impulsionada por uma onda de confiança e orgulho nacional em seu setor de tecnologia.

No início deste ano, a empresa privada chinesa de IA DeepSeek surpreendeu o Vale do Silício com o sucesso estrondoso de seu mais recente modelo de linguagem grande de código aberto.

Somando-se a esse marco: os planos de longo prazo de Pequim para alcançar o domínio global em tecnologias verdes deram frutos, com sua principal fabricante de veículos elétricos rivalizando com a Tesla de Elon Musk.

Espera-se que os líderes da China continuem priorizando o investimento em inovação e tornando a segunda maior economia do mundo autossuficiente em alta tecnologia.

Xi e seus quadros veem chips de ponta, computação quântica, robótica e IA como essenciais para impulsionar o crescimento econômico e atualizar a manufatura chinesa.

“A China precisa encontrar um novo motor para seu desenvolvimento econômico. O modelo antigo, a grande infraestrutura, impulsionada pela construção (uma), provavelmente não vai funcionar e (o setor de alta tecnologia) é o caminho mais viável que a China tem”, disse o acadêmico político Liu Dongshu da City University de Hong Kong. “A China priorizará isso – e a pressão dos EUA torna isso mais urgente.”

No mês passado, Washington disse que estava considerando expandir as restrições ao investimento dos EUA em tecnologias sensíveis na China e que continuaria a restringir o investimento chinês em setores estratégicos americanos.

Mas nem tudo é pressão negativa, acrescentou Liu, pois a China “vê uma oportunidade de substituir os Estados Unidos em algumas partes da ordem mundial”.


“A China pode pensar que, desde [o sucesso do DeepSeek], pode ser líder em IA global sobre os EUA, ou similarmente em áreas como mudança climática, onde veículos elétricos podem ser a política de assinatura da China para resolver o problema da mudança climática”, disse ele.

Os observadores também estarão observando de perto quais medidas Pequim pode tomar para liberar a indústria privada para promover a inovação, à medida que se prepara para o potencial de mais restrições dos EUA.

Xi enviou um forte sinal de que a China precisava que seus empreendedores se destacassem nessa luta no mês passado, recebendo os principais executivos de tecnologia do país em Pequim, onde ele proclamou que era “horário nobre” para empresas privadas “darem o máximo de si às suas capacidades”.

Pequim seguiu a reunião com medidas para melhorar o acesso ao mercado para empresas privadas e discussão de uma Lei de Promoção da Economia Privada, que poderia ser aprovada nos meses, se não nos dias, à frente – vista como uma correção de curso significativa após uma repressão regulatória abrangente de anos à indústria privada.
“Dobrando a aposta”

A reunião das duas sessões também está definida, como nos anos anteriores, para refletir o controle cada vez mais rígido de Xi sobre o sistema político da China.

O líder usou a reunião do NPC de 2018 para abrir caminho para que ele permanecesse no poder indefinidamente, com a remoção do limite de dois mandatos presidenciais na constituição chinesa.

No ano passado, o cancelamento de uma conferência de imprensa anual de longa data liderada pelo segundo oficial de mais alto escalão do país foi amplamente visto como outro sinal do controle de Xi sobre a narrativa oficial – e eliminou uma rara chance de jornalistas interagirem com um alto funcionário chinês.

O evento não deve ser retomado este ano.

Este ano, espera-se que a reunião destaque novamente o quão unido o aparato político está em torno de sua visão para o futuro, apesar dos obstáculos econômicos do país.

“O NPC deste ano realmente estará no contexto de continuar a diminuir o risco da ascensão da China e realmente endurecer sua postura contra as incertezas globais”, incluindo no relacionamento de Pequim com os EUA e a Europa, disse Nis Grünberg, analista líder do think tank MERICS na Alemanha.

À medida que a China “dobra a aposta” nessa abordagem, aprofundar “o papel do partido e do núcleo do partido – Xi Jinping – para conduzir todo esse processo é mais importante do que nunca para a liderança”, disse ele.

A economia em desaceleração da China foi abalada por uma crise no setor imobiliário e alta dívida do governo local, enquanto o investimento estrangeiro caiu, o consumo diminuiu e os jovens lutam para encontrar empregos.

No início deste ano, a China relatou um crescimento econômico de 5% em 2024, um número visto com grande ceticismo por muitos observadores externos, e analistas dizem que é provável que flutue um número semelhante para sua meta de PIB este ano.

Sinais de como Pequim planeja lidar com esses desafios também serão observados de perto, depois que uma série de ajustes de política desde o verão passado foram vistos como insuficientes.

Nos próximos dias, Pequim pode revelar novos esforços para impulsionar os gastos do consumidor por meio de estímulos ou benefícios de bem-estar social. As tarifas dos EUA tornam isso ainda mais urgente, dizem os observadores, pois os fabricantes chineses podem precisar depender mais do mercado interno.

Xi vinculou a demanda fraca à “segurança econômica” da China durante uma importante reunião econômica do Partido Comunista no final do ano passado, de acordo com seu discurso publicado na sexta-feira no Qiushi – em um sinal da crescente importância de abordar a questão.

Mas mesmo assim, os analistas veem poucos sinais de um afastamento do foco principal de Xi em reforçar o apoio à indústria.

Pequim provavelmente lançará políticas para “garantir que pelo menos os grandes e alguns dos produtores industriais de médio porte possam sobreviver a tarifas adicionais [dos EUA]”, de acordo com Victor Shih, diretor do 21st Century China Center da Universidade da Califórnia em San Diego.

Pequim está contando com suas empresas subsidiadas para resistir a essas tarifas, dada a dependência das indústrias dos EUA em produtos chineses – e para que suas próprias empresas acabem se tornando dominantes.

“Então, em certo sentido, eles não têm medo [deles]”, ele acrescentou, das tarifas dos EUA.

No curto prazo, esse apoio industrial pode criar mais atrito com os EUA e outros parceiros comerciais da China.

A dependência do país nas exportações como um agente de crescimento o impulsionou para um superávit comercial de quase US$ 1 trilhão com o resto do mundo no ano passado – um fator determinante para o impulso tarifário de Trump.

Para a China, isso se encaixa na mensagem mais ampla que se espera que ela envie nos próximos dias: mesmo com o aumento dos ventos contrários, ela está mantendo seu curso com confiança – e pronta para ser vista como uma campeã do comércio e da ordem globais.

Novo CadÚnico: entenda o que mudou e como o cadastro vai funcionar

As melhorias incluem um novo sistema digital integrado, uso do CPF como identificador principal e maior segurança nos cadastros

O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) passará por uma reformulação significativa a partir de março de 2025. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) anunciou um conjunto de mudanças para modernizar o sistema, que não recebia atualizações estruturais desde 2010. As melhorias incluem um novo sistema digital integrado, uso do CPF como identificador principal e maior segurança nos cadastros.

Cadastro Único: porta de entrada para programas sociais

O CadÚnico é a base de dados utilizada pelo governo para identificar e incluir famílias de baixa renda em mais de 40 programas sociais, como o Bolsa Família, Tarifa Social de Energia Elétrica e Benefício de Prestação Continuada (BPC). Ele reúne informações de cidadãos com renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa ou até três salários mínimos no total.

Para se cadastrar, o responsável familiar deve comparecer a um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) com documentos pessoais e comprovantes de residência. Após a inscrição, os dados precisam ser atualizados sempre que houver mudanças na renda ou composição familiar, sendo obrigatória a revisão a cada dois anos para garantir a continuidade do acesso aos benefícios.

Principais mudanças a partir de março de 2025

1. Digitalização do sistema

A principal inovação será a implementação de uma plataforma digital integrada, permitindo o cruzamento de dados em tempo real com diversas bases do Governo Federal. A expectativa é que isso torne os processos mais ágeis e precisos, reduzindo fraudes e inconsistências no cadastro.

2. Uso do CPF como identificador único

A nova versão do CadÚnico adotará o CPF como principal identificador dos beneficiários. Isso facilitará a verificação de identidade e evitará cadastros duplicados. Além disso, permitirá a integração com a Carteira de Identidade Nacional e bases biométricas, tornando o sistema mais seguro e eficiente.

3. Maior transparência e segurança

O novo sistema contará com mecanismos avançados de proteção de dados, garantindo que as informações dos beneficiários sejam utilizadas de forma segura. Além disso, gestores municipais terão acesso a relatórios detalhados, permitindo um melhor monitoramento das famílias atendidas.

Impacto das mudanças nos programas sociais

A modernização do CadÚnico trará benefícios diretos para os programas sociais que utilizam essa base de dados. Entre os principais impactos estão:

Bolsa Família: Redução no tempo de análise para liberação dos pagamentos e maior precisão na identificação de famílias elegíveis.

Tarifa Social de Energia Elétrica: Inclusão automática de famílias que têm direito ao desconto na conta de luz.

Benefício de Prestação Continuada (BPC): Menos burocracia para idosos e pessoas com deficiência na solicitação do auxílio.

Minha Casa, Minha Vida: Facilidade na concessão de moradias populares, garantindo que o benefício chegue a quem realmente precisa.
Como consultar e atualizar os dados

Os beneficiários poderão verificar e atualizar suas informações por meio do site e aplicativo do CadÚnico. O governo também disponibilizará atendimento presencial nos CRAS e canais de suporte online para solucionar dúvidas e problemas técnicos.

Cronograma de implementação

1º a 16 de março de 2025: O sistema passará por uma atualização, ficando temporariamente indisponível para gestores municipais.

17 de março de 2025: Lançamento da nova versão do CadÚnico.

O governo escolheu esse período para minimizar impactos nos atendimentos, considerando o recesso de Carnaval.

O que fazer em caso de problemas no cadastro?
Caso um beneficiário encontre dificuldades na atualização dos dados ou no acesso ao novo sistema, a recomendação é procurar o CRAS mais próximo. Além disso, canais digitais de atendimento serão disponibilizados para auxiliar a população.

Os beneficiários devem ficar atentos às atualizações e garantir que suas informações estejam corretas para continuar recebendo os auxílios sem interrupções.

Por Noticias ao minuto

Aritana Maroni é presa por tráfico de drogas no Carnaval de Salvador

Influenciadora foi flagrada com duas amigas enquanto participava de desfile em bloco no Circuito Dodô (Barra-Ondina).
A influenciadora digital Aritana Maroni foi presa em flagrante por tráfico de drogas, no Carnaval de Salvador, na madrugada desta terça-feira (3).

O g1 teve acesso ao registro da prisão, que não informa qual tipo e a quantidade exata de droga encontrada. Procurada pela reportagem, a Polícia Civil (PC) confirmou a prisão, mas não deu detalhes, pois o caso está sob sigilo.

O portal também tentou, mas não conseguiu contato com a assessoria da influenciadora digital, até a última atualização desta reportagem. Não há pronunciamento nas redes sociais.

Segundo informações apuradas pelo g1, a paulista estava com duas amigas no desfile de um bloco, quando o grupo foi abordado no Circuito Dodô (Barrra-Ondina).

Após a prisão, as três foram encaminhadas para Central de Flagrantes, onde o caso foi registrado, e depois encaminhadas para a Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso (Deati), onde ficaram custodiadas.

Quem é Aritana Maroni
Aritana Maroni é conhecida por já ter participado de vários realities shows. Apaixonada por gastronomia, ela estreou na segunda temporada do MasterChef Brasil, em 2015.

Dois anos depois, a influenciadora digital esteve no elenco de "A Fazenda", em uma edição apenas com ex-participantes de realities.

No ano seguinte, Aritana participou do "Power Couple Brasil" ao lado do marido, Paulo Rogério, e foi uma das finalistas, mas não levou o prêmio. Em 2019, ela ainda participou do "Troca de Esposas".
Por g1 BA

Polícia Civil reúne forças policiais do estado em almoço de integração com a presença do vice-governador


Nesta segunda feira (3), o coordenador do Carnaval, o vice-governador Geraldo Junior participou da tradicional feijoada promovida pela Polícia Civil da Bahia (PCBA), evento de integração das forças de seguranças mobilizadas para o maior Carnaval de rua do mundo. O encontro aconteceu na sede do órgão, na Praça da Piedade, com a participação de autoridades, servidores e convidados.

“Grande momento de acolhimento, de valorização e, acima de tudo, reforço na energia porque muitos das equipes sairão daqui logo após a refeição para garantir, proteger e cuidado nossos cidadãos, nossos foliões nos três circuitos, e também nos bairros de Salvador e Região Metropolitana”, destacou Geraldo Junior.

A delegada-geral da PCBA, Heloisa Brito, anfitriã do encontro, comentou sobre o êxito da integração alcançada junto a coordenação do Carnaval. “Nós apresentamos os planos, então ele teve a oportunidade de conhecer os planos de atuação de todas as forças policiais antes do início dos eventos, obviamente opinar, interagir e essa interlocução é que tem trazido os resultados positivos. Nós estamos aí entrando no quarto dia da festa com os índices menores em relação aos crimes contra o patrimônio, sem nenhum caso mais grave com relação de homicídio, fruto exatamente dessa integração”, afirmou.

Também presente no evento, o secretario de segurança pública, Marcelo Werner ressaltou o encontro. “Momento muito importante onde a gente integra as quatro forças, órgãos de justiça, outras secretarias de estado, momento que a gente proporciona também ao servidor.

O delegado Artur Guimarães, chefe da operação, detalhou o planejamento montado para garantir a segurança da festa.“Nós temos cerca de três mil e duzentos homens empregados em aproximadamente dez mil e trezentos postos de trabalho distribuídos ao longo dos seis dias de Carnaval. Nessa atividade nós temos os postos de atendimento e formalização. Temos também as equipes de pronto emprego, que são aquelas que atuam diretamente no combate à criminalidade registrada pelos postos”.

Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

STF decidiu em linha com governo Lula em 9 de cada 10 ações constitucionais

Levantamento da AGU mostra aderência de decisões da corte aos posicionamentos do órgão em 2023 e 2024
Desde o início deste mandato, o governo do presidente Lula (PT) registrou decisões em linha com as suas posições e obteve uma sucessão de vitórias no STF (Supremo Tribunal Federal) por meio da AGU (Advocacia-Geral da União).

Das 111 ações constitucionais com origem no STF nas quais a AGU se manifestou e que foram julgadas pela corte em 2023 e 2024, 99 tiveram resultados aderentes ao posicionamento da instituição, o que corresponde a 89% do total.

Nesse tipo de ação, em tese não se discute um interesse individual como em um processo judicial comum. O Supremo verifica se o objeto em debate é constitucional ou não em abstrato, ou seja, independentemente do caso concreto.

Sob outra ótica, a taxa de sucesso judicial da AGU nos processos em que ela atuou efetivamente como parte defendendo os interesses da União alcançou 74% em um universo de 5.888 decisões no acumulado do período. Em 2024, a razão foi de 76%. No ano anterior, de 72%.

À Folha o advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que o resultado da atuação no Supremo ao longo de 2024 demonstra o trabalho do órgão na defesa do patrimônio da União e do Estado democrático de Direito.

“Estamos no caminho certo e nos preparamos para obtenção de resultados ainda melhores em 2025”, disse Messias, que tem entre as atribuições a representação da União no STF e o assessoramento direto e pessoal do presidente da República.

Questionada, a AGU não enviou dados relativos ao período de Jair Bolsonaro (2019-2022).

Lula x Bolsonaro

A opinião de especialistas ouvidos pela Folha é a de que, para além dos números registrados em cada período, vitórias da gestão petista contrastam com o padrão observado sob governo de Bolsonaro.

O governo Lula contabiliza êxitos em processos relacionados à restrição de acesso a armas de fogo, à PEC dos Precatórios, à desoneração da folha de pagamento e à abertura de crédito extraordinário para combate a queimadas.

O ex-presidente Bolsonaro, por outro lado, enfrentou derrotas quando estava no poder, na disputa com os estados em torno do isolamento social, na tentativa de flexibilização do acesso a armas de fogo e até na nomeação de Alexandre Ramagem para a Polícia Federal.

Antes de Jorge Messias, que está no cargo de advogado-geral da União desde o início do governo Lula, em 2023, ocuparam o posto, sob Bolsonaro, Bruno Bianco, José Levi e André Mendonça, este hoje ministro do STF.

Gabriela Zancaner, professora de direito constitucional da PUC-SP, considera que a diferença entre os governos Lula e Bolsonaro não deriva tanto da atuação da AGU, mas da composição da corte e, principalmente, da própria falta de compatibilidade das políticas evocadas pelo ex-presidente com as leis do país.

Zancaner vê um tribunal, composto inclusive por uma maioria de ministros indicados nas gestões petistas, mais alinhado a Lula que a Bolsonaro.

Mas, segundo ela, “não é uma questão de eu chuto, e você marca o gol”, e sim uma “questão de competência do Supremo e do caminho que esse governo tem seguido”.

“Estávamos um pouco fora da normalidade, com determinadas atitudes do governo passado, próprias e até pessoais do ex-presidente, que foram autoritárias e contrárias ao texto constitucional,” afirma a professora. “Lula, parafraseando Bolsonaro, age muito mais dentro das quatro linhas da Constituição”.

O professor de direito constitucional do IDP André Rufino, coordenador grupo Observatório Constitucional, vinculado à mesma instituição, afirma que, pelo menos nos últimos dois anos, o Supremo e os órgãos que atuam perante a corte trabalham em um ambiente de “maior tranquilidade institucional”.

O diálogo era um dos problemas do governo Bolsonaro, de acordo com o pesquisador, e o foi em especial de 2020 a 2022, durante a pandemia e antes das eleições presidenciais. “Quando não há essa conversa, isso traz resultados negativos aos processos, aos julgamentos, a tudo. É um efeito em cadeia.”

Segundo Rufino, a própria atuação da AGU no governo anterior se dava mais pela via do processo, em uma lógica mais combativa de ganha-perde, enquanto a gestão atual, afora o engajamento para o retorno da normalidade democrática, tem visado a uma construção dialógica de soluções —pela via da conciliação.

Por exemplo, o STF assumiu em outubro do ano passado a repactuação do acordo de Mariana (MG). Um mês depois, o plenário da corte homologou um acordo de R$ 170 bilhões envolvendo União, os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, Ministério Público, Defensoria Pública e as empresas Samarco, Vale e BHP.

Por sua vez, Álvaro Palma de Jorge, professor de direito constitucional da FGV Direito Rio, diz não ver um Supremo mais inclinado ao governo Lula, ao governo Bolsonaro ou a outro. Aponta também a dificuldade de se separar as vitórias de cada gestão por as questões serem muitas vezes circunstanciais.

“Depende do que chega ao Supremo, em que momento chega, quem é que propôs (…) O tribunal faz o papel institucional com o que se apresenta, decide, às vezes de modo favorável, às vezes contrário”, afirma ele. “Haverá decisões que podem corresponder a um eventual interesse do governo e outras que não.”

Ele diz que Bolsonaro pode ter tido mais ações contestadas por desrespeitar a Constituição e adotar medidas erradas na pandemia. No entanto, ressalta que Lula não enfrentou uma crise como aquela nem outras situações semelhantes, por isso não seria possível prever o que ele faria nessas circunstâncias.

“A percepção”, afirma Palma de Jorge, “de que o Supremo tomou mais decisões [contrárias] ao governo Bolsonaro tem muito mais a ver com o governo Bolsonaro do que propriamente com o Supremo, tem muito mais a ver com o quanto o governo agiu em questões que são constitucionalmente sensíveis ou não”.

Arthur Guimarães de Oliveira, Folhapress

Aliados de Motta esperam acordo com Alcolumbre para destravar medidas provisórias


Aliados do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), dizem esperar um acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), acerca da tramitação das MPs (medidas provisórias) nas próximas semanas.

Eles afirmam que, com o acordo feito com o STF (Supremo Tribunal Federal) na semana passada para destravar o pagamento das emendas parlamentares, a tramitação das MPs será o próximo tema a ser discutido entre as cúpulas das duas Casas.

Segundo um deputado próximo de Motta, conversas sobre a questão já vêm ocorrendo entre os parlamentares. Ele diz que o que está na mesa hoje é retomar o rito constitucional, com a instalação de comissões mistas (formadas por deputados e senadores) para analisar as medidas enviadas pelo Executivo, com a relatoria distribuída alternadamente (ora um senador, ora um deputado federal).

Um outro aliado do presidente da Câmara diz que o restabelecimento das comissões mistas tem apoio entre os parlamentares porque pode dar protagonismo a deputados e senadores, que ganham visibilidade com a relatoria e presidência desses colegiados temporários.

Além disso, parlamentares governistas falam que há um compromisso de Motta de resolver esse impasse que foi discutido ainda na campanha do deputado à presidência da Câmara para ter o apoio do PT.

O rito constitucional que prevê a instalação das comissões mistas foi suspenso em março de 2020 em meio à redução de atividades no Congresso durante a pandemia da Covid-19. Nesse caso, elas eram votadas diretamente nos plenários das duas Casas, começando pela Câmara.

A tramitação dessas medidas virou uma crise entre o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que divergiam sobre como se daria a análise dessas medidas.

Como resultado, poucas comissões mistas foram instaladas nos últimos dois anos, e o governo teve de enviar projetos de lei ao Congresso com teor semelhante às propostas para garantir que elas seriam apreciadas no Legislativo. Principal ferramenta legislativa do Executivo, as MPs tiveram o pior desempenho da historia nos dois primeiros anos da gestão Lula 3.

Victoria Azevedo, Folhapress

Polícia Federal e BOPE/PI prendem suspeitos de arrombamentos a caixas eletrônicos


Teresina/PI. A Polícia Federal e a Polícia Militar do Piauí, por meio do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), deflagraram, na manhã desta segunda-feira (3/3), a Operação Muros Baixos, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso envolvido em furtos qualificados mediante o arrombamento de caixas eletrônicos.

Equipes policiais cumpriram dois mandados de prisão temporária e dois de busca e apreensão, expedidos pela 5ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Piauí, todos na cidade de Teresina.

A investigação é um desdobramento de uma ação realizada em maio de 2023, quando quatro homens foram presos após o arrombamento de uma agência da Caixa Econômica Federal no município de Altos/PI. Até o momento, foram identificadas ao menos cinco ações criminosas atribuídas ao grupo, realizadas no Piauí e em outros estados. Os suspeitos, reincidentes na prática desse crime, utilizavam ferramentas elétricas de corte e outros equipamentos para invadir instituições financeiras.

Os presos poderão responder pelos crimes de associação criminosa e furto qualificado.

Comunicação Social da Polícia Federal no Piauí

STF confirma por unanimidade decisão de Dino que liberou emendas

O STF (Supremo Tribunal Federal) confirmou nesta segunda-feira (3), por unanimidade, a decisão do ministro Flávio Dino que homologou o plano de trabalho apresentado pelo Congresso Nacional para dar mais transparência às emendas parlamentares.

Dino deu aval à proposta do Legislativo na última quarta-feira (26) e submeteu a decisão para análise do plenário da corte, em votação no plenário virtual. O placar foi de 11 a 0 pela confirmação.

Ainda que tenha liberado a execução das emendas referentes ao Orçamento de 2025, bem como as relativas a exercícios anteriores, Dino manteve ressalvas impostas anteriormente, como as suspensões referentes às ONGs e entidades do terceiro setor.

Na decisão da semana passada, Dino deu novos recados ao Congresso sobre o tema.

Ele declarou que mais diálogos serão necessários para lidar com todas as questões ainda existentes e que os inquéritos e ações judiciais em andamento sobre casos de uso irregular da verba serão mantidos, “a fim de que as sanções correspondentes sejam aplicadas”.

O relator deixou clara a exigência de que as transferências diretas para estados e municípios, popularmente chamadas de emendas Pix, só sejam pagas com apresentação de planos de trabalho.

Além disso, reforçou a determinação de que as emendas ao Orçamento não poderão crescer em ritmo superior ao do arcabouço fiscal, das despesas discricionárias do governo ou a variação da receita corrente líquida.

Ele ressaltou que a homologação do acordo não é definitiva e que continuará atento para que o acordo seja cumprido. Também deu prazo até 30 de maio para que o Congresso preste novas informações sobre o andamento dos ajustes técnicos e legislativos prometidos num plano de trabalho.

“O plano de trabalho em foco oferece um caminho de aprimoramento institucional para o Estado brasileiro, mas não encerra o debate, com suas naturais controvérsias”, afirmou o ministro na decisão.

Raquel Lopes/Folhapress

Jaques Wagner sobre Gleisi na articulação política: ‘Preparem-se para morder a língua’


O senador Jaques Wagner (PT-BA) saiu em defesa de Gleisi Hoffmann (PT) nas redes sociais. A indicação da paranaense para comandar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) tem sido alvo de críticas por parte da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A pasta é responsável pela articulação política do governo.

Em seu perfil no X, antigo Twitter, o líder do PT no Senado elogiou Gleisi, que disse ter sensibilidade, inteligência política e competência. Ele acrescentou que a futura ministra, cuja posse está marcada para o dia 10 de março, “sabe em que cadeira vai sentar”.

“Preparem-se para morder a língua”, escreveu o senador, em mensagem aos que não acreditam que Gleisi seja uma escolha adequada para o cargo. O congressista afirmou que, durante as eleições de 2022, ela “articulou alianças em busca do consenso e do diálogo”.

Líderes da Oposição no Senado e na Câmara ouvidos pelo Estadão consideram que a substituição de Alexandre Padilha (PT) por Gleisi indica uma “radicalização e isolamento” do Executivo. Para eles, a troca coloca “ideologia e interesses partidários acima do Brasil”.

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), também já defendeu a escolha da paranaense para chefiar a pasta da articulação política. “Ela vai ser uma boa surpresa. Tem experiência legislativa, Câmara Federal, Senado da República, executiva e de presidente de partido”, disse Alckmin a jornalistas na última terça-feira, 28.

Gleisi já era cotada para assumir um ministério, mas para substituir Márcio Macêdo na Secretaria-Geral da Presidência.

Como ministra da SRI, caberá a ela, por exemplo, negociar os repasses das emendas parlamentares, causa de tensão entre o Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Raquel Lopes/Folhapress

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