Mar azul? Fenômeno raro deixa ondas de praia, em Ubatuba, com brilho fluorescente
Fenômeno conhecido como "bioluminescência" encantou turistas nos últimos dias na Praia de Itamambuca.
Quem esteve na Praia de Itamambuca, em Ubatuba (SP), na noite desta sexta-feira (7) foi surpreendido por um espetáculo digno de filmes de fantasia: ondas do mar brilhando em um tom azul fluorescente.
O fenômeno, conhecido como bioluminescência, é raro e fascinante. Para entender o que causa esse brilho nas ondas do mar, o g1 conversou com um biólogo e um oceanógrafo sobre o fenômeno - leia mais abaixo.
Entre os sortudos que presenciaram e compartilharam registros do momento nas redes sociais está o influenciador digital Leonardo da Costa Dantas. Ele conta que já tinha visto o fenômeno antes, mas nunca com tamanha intensidade.
"Ubatuba é sensacional! Às vezes [a bioluminescência] aparece na Praia Vermelha do Centro ou na Ilha Anchieta... Mas dessa forma é a primeira vez que eu vejo", relatou Leonardo.
Assista ao vídeo em que o influenciador registra o fenômeno:
O que causa esse brilho?
O biólogo José Ataliba explica que esse efeito é gerado por bilhões de algas unicelulares chamadas cientificamente de Noctiluca scintillans, que brilham devido a uma reação química.
"Isso ocorre principalmente no verão, porque o aumento da temperatura da água e a maior concentração de nutrientes — às vezes trazidos pela chuva — estimulam a proliferação dessas algas. O brilho acontece quando um pigmento chamado luciferina, presente nesses organismos [e também em vaga-lumes e alguns peixes], entra em contato com o oxigênio."
Mas isso pode indicar que a água está poluída? Segundo o especialista, é possível que o fenômeno esteja relacionado à presença de nitrogênio na água. O elemento pode sim vir de esgotos e dejetos de animais, mas essa não é a única explicação.
O oceanógrafo Hugo Gallo reforça que esse fenômeno não tem regra específica para acontecer: "Não é algo que vemos toda hora, nem todo ano. Uma série de fatores precisam se alinhar para que ele ocorra. Muitas vezes, acontece até em águas extremamente limpas, com pouca poluição"
E por que o brilho é surge com mais força nas ondas? O oceanógrafo explica que, quando o fenômeno acontece em áreas rasas, qualquer movimento da água "ativa" esse brilho. Então, quando uma onda se forma ou um barco cruza o mar, a bioluminescência se intensifica, deixando um rastro cintilante no mar.
"Se você entrar na água e mexer as mãos, vai parecer o pozinho de pirlimpimpim", disse, fazendo referência ao O Sítio do Picapau Amarelo. "É como se fosse um iogurte. Em um determinado momento, as bactérias se multiplicam tanto que transformam naquele produto lácteo. Aqui, temos uma 'fermentação' de microalgas."
Balneabilidade
Vale reforçar que, apesar do show de luzes, a Praia de Itamambuca está parcialmente imprópria para banho, segundo o último boletim da Cetesb, divulgado na última terça-feira (4). O documento é válido até o dia 13 de março.
A maior parte da praia segue com bandeira verde, mas a área próxima ao Rio Itamambuca, que deságua no mar, está com bandeira vermelha.
Por Patrick Cesar, g1 Vale do Paraíba e região
Mulher é filmada cometendo ato racista contra agente da Prefeitura do Rio: 'Chamei de macaca'
O caso aconteceu em Copacabana. Vídeo gravado no local mostra uma mulher afirmando ter ofendido uma agente da Prefeitura do Rio, que deu voz de prisão na sequência. Ela foi conduzida para a delegacia.
Uma agente da Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio de Janeiro foi vítima de um ato racista na tarde da última sexta-feira (7), em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
Uma mulher foi gravada afirmando ter chamado a agente de "macaca". No vídeo, a trabalhadora se aproxima da mulher que está sentada na calçada e pergunta o que ela teria dito. Assim que a mulher confirma a ofensa, a funcionária da prefeitura dá voz de prisão. O diálogo foi registrado:
- "Você falou o que pra mim?", perguntou a agente.
- "Chamei de macaca", confirmou a mulher.
- "Então vem. Está presa", ordenou a funcionária.
No momento da ofensa, a agente da prefeitura participava de uma operação para desobstruir a Avenida Nossa Senhora de Copacabana.
A mulher foi detida por injuria racial e encaminhada para a delegacia do bairro.
Por Globonews
Magda diz que Petrobras investe para gerar valor e nega que governo federal tome decisões pela estatal
Uma semana após o tombo das ações da Petrobras, motivado pelo susto do mercado com o aumento dos investimentos em 2024, a presidente da estatal, Magda Chambriard, defendeu ao jornal Folha de S.Paulo que a decisão vai gerar valor real à companhia e que não houve ingerência do governo federal.
Na sexta-feira (28), um dia após a divulgação do balanço de 2024, as ações da Petrobras chegaram a cair 9% na B3, com o mercado tentando entender a alta de 31% nos investimentos da empresa durante o ano e seus efeitos sobre os dividendos da companhia.
“Nossos investimentos são prioridade porque geram valor real, com retornos acima do custo de capital”, afirmou Magda, dizendo que a antecipação de pagamentos foi uma decisão estratégica para corrigir um descasamento entre a execução física e o fluxo financeiro de obras de plataformas.
A presidente da Petrobras disse que, se pudesse, a estatal anteciparia investimentos em mais plataformas, mas não tem expectativa de repetir, em 2025, o volume de investimentos acima do previsto por seu planejamento estratégico.
“Esse ajuste já foi concluído”, afirmou, frisando que, uma vez que a oportunidade foi endereçada, a empresa não tem interesse em manter caixa ocioso e seguirá cumprindo sua política de remuneração aos acionistas por meio de dividendos.
Ao divulgar o balanço, a Petrobras anunciou a distribuição de R$ 9,1 bilhões aos acionistas, cerca de metade do previsto, o que motivou a correção no valor das ações da estatal.
O aumento dos investimentos foi conhecido pelo mercado logo após a empresa patrocinar dois eventos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defensor de um protagonismo da estatal no desenvolvimento econômico do país.
Nas duas ocasiões, Magda falou em acelerar investimentos para gerar encomendas para a indústria nacional, uma das promessas de campanha de Lula. À reportagem, a presidente da Petrobras defendeu que não há interferências do governo na gestão.
“Desde que assumi a Petrobras, em maio de 2024, eu e a diretoria temos tido total liberdade para gerir a empresa e tomar as decisões da forma que entendemos serem mais eficazes para a saúde financeira e o desenvolvimento da companhia”, afirmou.
Ela alega que há interesses comuns entre a estratégia empresarial da companhia e políticas públicas do governo, citando como exemplo os incentivos à indústria naval, fomentada por Lula em seus primeiros mandatos e em crise desde a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
“É uma iniciativa ganha-ganha: o governo vê prosperar seu desejo de reativar a indústria naval e offshore nacional, e a Petrobras tem como benefício o acesso a um mercado fornecedor próximo às suas operações, o que nos traz benefícios de custo, logística e para acompanhamento das obras”, disse.
Magda afirmou que “o governo não toma decisões pela companhia”, mas que, sempre que possível, a intenção é trabalhar na intersecção entre políticas públicas e melhor estratégia comercial e econômica para a Petrobras.
“O Estado brasileiro deseja uma Petrobras saudável e rentável, assim como nós desejamos. Aí está nosso interesse comum”, afirmou.
Uma das promessas de Lula adotadas pela Petrobras foi a mudança na política de preços, que deixou de estar colada à cotação internacional e passou a considerar fatores internos, como custo de produção e custo de produtos concorrentes.
Desde então, o número de reajustes desabou, garantindo preços mais estáveis no mercado interno, mas sob algumas críticas a respeito da perda de rentabilidade no negócio de refino. Magda considera que a política é bem-sucedida.
“Nós conseguimos abrasileirar os preços dos combustíveis. Tínhamos o objetivo de não repassar para os consumidores a volatilidade dos preços internacionais do petróleo nem a flutuação do câmbio e praticar, ao mesmo tempo, preços competitivos. Acredito que alcançamos esse objetivo”, afirmou.
Em 2024, a empresa não promoveu nenhum reajuste no diesel. O preço da gasolina em suas refinarias foi alterado apenas uma vez. No início de 2025, pressionada pela escalada do dólar, a estatal “entendeu que era necessário” aumentar o preço do diesel.
“Nós refinamos grande parte do combustível que vendemos e temos uma extensa estrutura de transporte de derivados, espalhada por todo o país, em diferentes modais. Essas são vantagens da Petrobras em relação aos concorrentes que suportam a manutenção da nossa posição no mercado e não podem ser ignoradas na formação de preço”, disse a presidente da estatal.
Nos últimos meses, grandes petroleiras globais recuaram em planos de investimentos em energias renováveis, reforçando o foco nas melhores rentabilidades garantidas pelo petróleo. Magda diz que, na Petrobras, “não há passo atrás”.
“Nossa estratégia prevê a diversificação de fontes de energia. Estamos estudando etanol, metanol, hidrogênio verde e azul, derivados de petróleo com percentual renovável, e geração de energia renovável onshore, como eólica e solar. É isso que vai garantir nosso futuro”, afirmou.
Ainda assim, defende ela, o petróleo tem longa sobrevida na economia global. “Estamos caminhando para um futuro de diversidade energética e esse movimento é irrefreável. Mas ele não será possível sem a presença ainda relevante do petróleo na matriz energética mundial”.
A presidente da Petrobras argumenta que, mesmo no cenário de transição mais acelerada, a Agência Internacional de Energia prevê uma demanda mundial de cerca de 20 milhões de barris de petróleo por dia em 2050 e que o petróleo de baixo custo e baixas emissões do Brasil terá espaço.
A empresa vive hoje um embate com o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) sobre a perfuração de um poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas, principal aposta do setor para repor o esgotamento das reservas do pré-sal a partir da próxima década.
Magda diz ainda acreditar na licença este ano. “Estamos em diálogo permanente com o Ibama e cumprindo todas as exigências estabelecidas, como sempre fizemos”, afirmou. Em março, a empresa entrega um centro de tratamento de animais em Oiapoque (AP), que entende ser a última exigência.
“O que estamos prevendo para as águas profundas do Amapá é a maior estrutura de resposta a emergência do mundo. Em 45 anos atuando nessa indústria, eu nunca vi algo tão grande para salvaguarda das operações”.
Nicola Pamplona/Folhapress
Prefeitura de Ipiaú realizará triagem para exames oftalmológicos gratuitos nesta segunda
A Prefeitura de Ipiaú, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realizará na próxima segunda-feira (10) uma triagem para exames oftalmológicos gratuitos. A ação acontecerá no Complexo Municipal de Saúde, a partir das 8h, e é voltada para pessoas acima de 10 anos. Para participar, é necessário apresentar cópias do Cartão do SUS, RG e comprovante de residência.
A prefeita Laryssa Dias reforçou a importância da iniciativa e destacou que ações como essa ampliam o acesso da população aos cuidados com a saúde ocular.
“A visão é um dos sentidos mais importantes para nossa qualidade de vida, e sabemos que muitas pessoas precisam de atendimento especializado. Com essa triagem, queremos garantir que os ipiauenses tenham acesso a exames oftalmológicos de qualidade, facilitando o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Seguiremos trabalhando para trazer mais ações como essa e fortalecer a saúde no município.”
Os pacientes selecionados na triagem terão acesso a exames completos por meio do Projeto Visão Para o Mundo, que inclui avaliação oftalmológica, medição da pressão ocular, mapeamento de retina, teste do olhinho, refração completa, fundoscopia, acuidade visual e ceratometria computadorizada.
Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú
Deputado Kim Kataguiri propõe punir com prisão a presença de profissionais do sexo nas ruas
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O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) |
O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados, nesta sexta-feira (7), para proibir a presença de profissionais do sexo em vias públicas. Ele quer incluir a prostituição na Lei das Contravenções Penais, de 3 de outubro de 1941.
O projeto prevê pena de prisão de 15 dias a três meses ou de 50 a 100 dias-multa para quem for flagrado se prostituindo em ruas e avenidas do Brasil.
Na proposta, ele admite que a prostituição é uma profissão reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mas argumenta que é comum que bairros sejam tomadas pela atividade, que acontece “muitas vezes em frente a residências familiares”.
O projeto afirma que a prostituição em vias públicas interfere diretamente no direito de locomoção das outras pessoas e, na prática, representa uma verdadeira privatização do espaço público.
Além disso, afirma que os lugares onde há prostituição tornam-se pontos de tráfico e uso de drogas, perturbação do sossego e de descarte de lixo. Para o deputado, a presença de indivíduos e veículos estranhos àquela localidade também compromete a segurança de moradores.
O projeto ainda precisa passar por comissões e ser aprovado para seguir em tramitação na Casa. Não há prazo para esse processo.
Francisco Lima Neto/Folhapress
Câmara de Ipiaú aprova por unanimidade título de cidadã e maior honraria do município à promotora Lissa Andrade
A Câmara Municipal de Ipiaú aprovou, por unanimidade e com votos de louvor, a concessão do título de cidadã ipiauense à promotora de Justiça, Dra. Lissa Andrade. Além disso, os vereadores também aprovaram a entrega da Comenda Altino Cosme de Cerqueira, maior honraria do município, em reconhecimento aos serviços prestados por ela à comunidade, sobretudo em combate à corrupção.
Durante a votação, os parlamentares destacaram a atuação da promotora em defesa da legalidade e do interesse público, ressaltando sua dedicação e compromisso com a Justiça. O título e a comenda são concedidos a personalidades que contribuem significativamente para o desenvolvimento e bem-estar da população de Ipiaú.
A Câmara também expedirá um ofício ao procurador-geral de Justiça da Bahia, Pedro Maia, solicitando que os votos de louvor sejam registrados na matrícula funcional da promotora, como forma de reconhecimento institucional pelo seu trabalho no município. A solenidade de entrega das honrarias será realizada em data a ser definida.
Fonte: Giro Ipiaú
Polícia Federal prende homem por tráfico de ecstasy em São Paulo
São Paulo/SP. A Polícia Federal prendeu em flagrante, nesta sexta-feira (07/03), um homem que recebeu uma encomenda postal contendo MDMA (3,4-metilenodioximetanfetamina), substância conhecida como ecstasy. A prisão ocorreu na capital paulista e foi resultado de investigação que contou com o apoio da Receita Federal.
O investigado, economista e residente em um bairro nobre de São Paulo, recebeu o entorpecente em sua residência. A droga estava dissimulada dentro de um equipamento eletrônico, estratégia usada para tentar burlar a fiscalização.
As investigações seguem em andamento para identificar e responsabilizar outros envolvidos no crime.
Comunicação Social da Polícia Federal em SP
PM apreende arma com suspeito de furto em Apuarema
Policiais militares do 19º BPM, em rápida resposta, apreenderam uma arma com um indivíduo suspeito de furto a um templo religioso localizado em Apuarema, sudoeste do estado, na manhã de sexta-feira (7).
Os policiais realizavam ações ostensivas na região, quando foram acionados com informações de que um homem teria arrombado uma igreja e estaria furtando objetos do local.
A guarnição iniciou as buscas a fim de localizar o suspeito, que foi alcançado, abordado e detido imediatamente pelos pms.
Com ele, foram encontrados um revólver calibre 32, munições e diversos materiais furtados.
O suspeito e todo o material apreendido foram apresentados à Polícia Civil, onde também se fizeram presentes os responsáveis pelo local para o registro da ocorrência.
Registro(s): 19º BPM
Proposta de Alckmin para diminuir ICMS de alimentos não é bem recebida pelos estados
A pressão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que governadores reduzam o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de alimentos não está sendo bem recebida pelos estados.
A preocupação é que se repita no governo Lula o mesmo expediente usado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para baratear os preços dos combustíveis via redução do ICMS. Em 2022, o então chefe do Executivo buscava alternativas para trazer alívio para a inflação do país em ano eleitoral.
Na época, o Congresso Nacional aprovou a desoneração do ICMS dos combustíveis, à revelia dos estados, que tiveram uma redução abrupta da arrecadação. A perda de receitas acabou sendo mais tarde compensada em R$ 27 bilhões pelo governo federal após acordo homologado no STF (Supremo Tribunal Federal), já no governo Lula.
Secretários de Fazenda ouvidos pela reportagem, na condição de anonimato, criticam a postura do vice-presidente Geraldo Alckmin durante o anúncio, na quinta-feira (6), da zerar a alíquota de importação para diversos produtos –a lista inclui carne, café, milho, óleo de girassol, óleo de palma, azeite, sardinha e açúcar. O governo federal disse, na ocasião, que faria um apelo aos estados para que retirassem impostos estaduais.
Entre os críticos, há uma avaliação de que Lula e Alckmin deveriam ter chamado os governadores para uma reunião antes de tentar empurrar o problema para os estados.
O tema foi debatido ao longo desta sexta-feira (7) em conversas via celular entre os secretários de Fazenda. A divulgação de uma nota chegou a ser discutida, mas não houve consenso sobre o texto.
O novo presidente do Comsefaz (Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal), Flávio César Mendes de Oliveira, secretário de Fazenda do Mato Grosso do Sul, poderá se pronunciar sobre o tema oficialmente.
Um convênio do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) já autoriza os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo e Sergipe a conceder isenção do ICMS nas operações internas com produtos essenciais ao consumo popular, que compõem a cesta básica.
A adesão do Piauí ao convênio ocorreu no último dia 18 de fevereiro, e o anúncio foi feito nesta sexta pelo governador do estado, Rafael Fonteles (PT). O petista isentou o ICMS para os produtos da cesta básica. A medida no Piauí entrara em vigor a partir de 1º de abril e, segundo o governador, busca aliviar o custo dos alimentos para a população.
O governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD), aproveitou a fala do vice-presidente para ironizar o governo Lula. Em vídeo em suas redes sociais, o governador paranaense mostrou o anúncio da isenção feito pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, interrompido por um letreiro dizendo: “Só agora? No Paraná tem cesta básica sem impostos há muito tempo!”.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também usou as redes sociais para falar que o ICMS dos produtos da cesta básica já é zerado no estado para as famílias “que mais precisam”.
Segundo ele, 600 mil famílias recebem um cartão em que o estado devolve o valor do ICMS que pagaram na aquisição de produtos. Ele citou que o Rio Grande do Sul tem alíquota zero de ovos, leite, produtos hortifrutigranjeiros e pães.
“Parece uma estratégia bastante semelhante [a dos combustíveis]. Acho que ainda é prematuro fazer uma análise das intenções e do expediente adotado pela União. O que importa é destacar que, se o assunto é impacto de imposto sobre a cesta básica, temos iniciativas bem-sucedidas para reduzir ou até zerar esse imposto”, disse Leite à reportagem.
O governador não descarta, porém, o diálogo com o governo federal. “Não desconsideramos avaliar todas as alternativas que ajudem em redução de custos. Mas, no que foi provocado aos governadores até aqui, já temos iniciativas que atendem”.
Adriana Fernandes/Folhapress
STF tem maioria para tornar réus deputados do PL acusados de desvio em emendas
Com voto da ministra Carmén Lúcia neste sábado, 8, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar réus os deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA), além do suplente de deputado Bosco Costa (PL-SE), por corrupção pelo uso indevido de emendas parlamentares.
Além de Cármen Lúcia, os ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, que é relator do caso, também votaram a favor de aceitar a denúncia ofertada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta que o trio cobrava uma propina de 25% dos recursos destinados para o município de São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís, capital maranhense.
Os parlamentares negam irregularidades no direcionamento dos recursos. As defesas pediram ao STF a rejeição da denúncia por falta de provas. Os ministros Flávio Dino e Luiz Fux, que completam a Primeira Turma, ainda não apresentaram seus votos. O julgamento corre até o dia 11 de março no plenário virtual do STF.
Segundo a denúncia da PGR, baseada em investigação da Polícia Federal (PF), os três parlamentares teriam pedido propina de R$ 1,66 milhão em troca de R$ 6,67 milhões destinados ao município na área da saúde.
Entre as provas coletadas pela PF, estão conversas em que os deputados mencionam reuniões para cobrar pagamento de comissões, além da organização de agendas com autoridades do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A PF encontrou, no celular de Maranhãozinho, uma troca de mensagens com os outros dois deputados e também com o empresário Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan, sobre a negociação de emendas para o município.
A investigação que levou à denúncia dos parlamentares é um desdobramento de uma operação iniciada no Maranhão em dezembro de 2020. Na ocasião, um prefeito do Estado denunciou à PF que Pacovan cobrava propina e dizia que atuava para parlamentares. A PF apreendeu, entre os papéis desse investigado, uma lista com nomes dos parlamentares denunciados.
Rubens Anater/Estadão
STF não tem menor condição de reorganizar sistema político, diz cientista político ao lançar livro
A Nova República foi fundada na construção de consensos entre elites políticas. Esse traço pode ser visto como negativo ou positivo. Por um lado, tais negociações impediram soluções definitivas para desigualdades que marcam a sociedade brasileira; por outro, também evitaram que os conflitos descambassem em violência, produzindo estabilidade.
Esse é um dos eixos de “Democracia Negociada – Política Partidária no Brasil da Nova República”, do historiador Leonardo Weller e do cientista político Fernando Limongi, ambos professores da FGV-SP.
No livro, os dois retornam à lenta transição iniciada no governo de Ernesto Geisel para mostrar como a ditadura se empenhou para que a direita continuasse a ter seu quinhão de poder na democracia —e, de fato, vários aliados do regime conseguiram se perpetuar. Os autores passam pelos embates na Constituinte e avançam por diversos governos, até chegar ao impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016.
O resultado é uma síntese informativa sobre a história recente do país. A dupla defende que a democracia brasileira viveu seu auge entre o governo Itamar Franco e a gestão da petista —quando, à direita ou à esquerda, havia um consenso em defesa de avanços sociais.
Agora, bem, agora é tudo mais complicado, diz Limongi ao jornal Folha de S.Paulo. Ele defende que não adianta espernear contra o conservadorismo da sociedade brasileira, diz que os intelectuais do país deveriam respeitar o Congresso como voz da sociedade e sustenta que o Supremo Tribunal Federal não tem capacidade para tutelar o sistema político.
Uma grande preocupação da ditadura é que, após a transição, a direita pudesse continuar no poder. E várias lideranças desse campo, de fato, conseguiram continuar na política. O sistema que nasce na Nova República tende ao conservadorismo ou esse traço é uma vocação do eleitor brasileiro?
Difícil dizer. Mas não há um viés institucional que provoque maior ou menor conservadorismo. Não há nenhum preceito, é o funcionamento da democracia. A democracia é intrinsecamente conservadora, o jogo democrático tende para o centro.
Você precisa negociar, você não consegue impor a sua vontade. Aqui, a pressão por reformas e mudança bate no Executivo —e a pressão por conservação também.
Há coisas que a maioria da população não quer. Ela pode ser mais conservadora em questões morais, culturais, e isso é uma coisa com a qual você tem que viver. Se você é um pouco mais moderninho, mas a maioria é conservadora, viva com isso. Você não pode impor sua visão, mas isso não quer dizer que a culpa seja das instituições.
Não podemos chegar a um acordo, por exemplo, sobre permitir ou não o aborto. Não há um meio termo. Ou pode ou não pode. Nosso sistema é majoritário e permite, pelo Congresso, que a sociedade seja ouvida. Há uma tendência nas análises no Brasil de desrespeitar o Legislativo como uma expressão da sociedade.
Em que sentido?
Para fazer uma referência, por exemplo, ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que falou que cabe ao Supremo empurrar uma agenda modernizadora… Quando a corte tentou avançar na questão do aborto, criou-se um problema. Tanto FHC quanto Lula queriam ter ido mais à frente nesse ponto, mas sentiram que a sociedade não queria porque o Congresso expressou isso, e precisaram moderar posições.
Aí vem o Supremo e dá a reação que deu. Parte dessa reação é: “Vocês não estão me ouvindo? Estamos dizendo que não é para fazer isso!”. A sensibilidade dos políticos e a negociação deles precisa ser valorizada. Os intelectuais brasileiros menosprezam o Congresso o tempo inteiro.
A visão negativa do Legislativo e a identificação dele com o centrão, acho que isso é uma reação ideológica e desrespeitosa com as instituições representativas. É como se o Congresso não fosse legítimo. Respeite o resultado da eleição. Se não gostou, trabalhe para inverter. O Brasil é isso aí, um país mais conservador em valores.
Um dos seus pontos centrais é como a Nova República não foi capaz de romper com a herança da ditadura. As investigações sobre os atos golpistas —e, agora, a denúncia contra os envolvidos— sinaliza um rompimento dessa cultura de conciliação?
Um ponto ausente do livro é uma análise de como a Constituinte reforçou demais o poder tanto do Executivo quanto do Judiciário, representado no Supremo. Esse fortalecimento vem de uma desconfiança do Legislativo porque você acha que o Congresso vai ser necessariamente conservador. Essa ideia é vista como fato, vem desde os anos 1970, ou até antes.
No começo do sistema, como esses juízes do Supremo ainda vêm do regime militar, eles têm outra cabeça e não intervêm tanto. A partir da crise do mensalão e da derrubada da cláusula de barreira pelo Supremo, é o sinal de que o STF resolveu que vai tutelar o sistema político —e que a desconfiança não deve ser só quanto ao Legislativo, mas também quanto ao Executivo. Partindo de uma interpretação equivocada do que seria o tal presidencialismo de coalizão.
O Supremo não tem a menor condição de reorganizar o sistema político porque não sabe como o sistema funciona, tem ideias mirabolantes. Aí você tem uma expansão da ação do Supremo —e a ação contra o Bolsonaro é parte desse processo.
Não começa com o ex-presidente. Houve o momento em que o Supremo impediu Lula de ser candidato, sob a mesma racionalidade, de que o petista seria um perigo para a democracia. A Lava Jato é parte desse processo. Posso ser contra o Lula ou contra o Bolsonaro… Mas há uma intervenção deliberada, sequencial, do Judiciário para controlar o sistema político. E eu preferia que isso não acontecesse porque esses caras não são eleitos.
Vê um recuo do Judiciário como algo possível?
Não. Depois que saiu da garrafa, o gênio não volta. Precisaria de uma consciência de que esse poder é excessivo e milita contra a própria instituição, para que a própria instituição se contivesse. Mas pensar nisso é acreditar em fadas, em varinha mágica. Pode se restringir mais, diminuir essa expansão…
Mas há também um aumento do poder do Congresso, sobretudo desde o governo Michel Temer e em especial sobre o Orçamento, por meio das emendas. Esse é também um gênio já fora da garrafa?
Não acho que esse seja um gênio fora da garrafa, nem que a gente saiba quanto esse poder do Legislativo realmente aumentou, quanto ele pode ser reconfigurado etc. Não há nenhuma análise empírica sobre o poder dessas emendas, quem de fato as controla… Mas é um exagero pensar que todo o Congresso se beneficia delas. Quem se beneficia é um pequeno grupo.
Estão colocando limites, é mais difícil de voltar ao status quo, mas não quer dizer que o Executivo perdeu controle sobre o Orçamento. Perdeu sobre uma parcela pequena. Para um grupo de deputados? Sim. O que esse grupo está fazendo e quais as consequências para o sistema político? Ainda é uma incógnita.
O que sabemos de estudos do passado, antes deste momento de agora, é que emenda não dava tanta vantagem eleitoral quanto se achava. Emenda é parte desse folclore, dessa desconfiança de que o Congresso vai ser sempre uma baixaria.
Boa parte desse argumento anti-Legislativo se baseia numa suposição de que alguém sabe qual seria a distribuição ótima dos recursos das emendas. Quem tem essa informação? O planejador central? Os economistas neoliberais, que não pensam no sistema de informação necessário para ver quais localidades pedem recursos? Ou o editorialista da Folha? Parece que o editorialista sabe qual cidade precisa de mais dinheiro para o SUS.
O sistema representativo produz parte dessa informação. É preciso ouvir os deputados, não o burocrata dos ministérios da Saúde, da Educação. Há distorções que vêm disso, não é o melhor sistema? Ok, mas não é o pior. Há uma gritaria sobre isso que é demasiada.
O cenário para 2026 aponta para mais uma disputa bipartidária, como tem sido a regra na Nova República?
Tem muito imponderável aí para fazer qualquer chute. Eleição majoritária, mesmo com dois turnos, tende a ter poucos candidatos. Mesmo que nominalmente haja muitos, os viáveis tendem a ser dois e meio —esse meio sendo a tal da terceira via. Se não chover canivete, vai dar isso. Ainda mais quando o presidente é candidato à reeleição, muito provavelmente ele está no segundo turno.
Temos muitos governadores em estados centrais completando seu segundo mandato. Para quem é ambicioso, em vez de ir para presidente, pode ir para governador. A incógnita é o Tarcísio de Freitas [Republicanos], governador de São Paulo. Depende da organização da direita, se Bolsonaro é candidato, se apoia o governador paulista… A outra é a saúde do Lula, dado o efeito Joe Biden.
Quando vocês dizem que a Nova República viveu um auge entre Itamar e Dilma, isso significa que estamos vivendo um declínio agora?
Antes havia maior moderação, uma agenda comum. Avanços em saúde, educação e proteção social eram consensos. Bolsonaro chacoalha esse consenso e diz que vai desfazer tudo o que foi feito depois da redemocratização. E Paulo Guedes diz que tudo o que cheira a Estado tem que sair.
Não fizeram nada disso. Fizeram muita bobagem, destruíram muita coisa, mas não reverteram. Quando se viram na necessidade de fazer campanha para a reeleição, o fizeram da forma mais irresponsável fiscalmente e politicamente possível. Fizeram o receituário do fiscal irresponsável e ampliação de gastos sociais.
Isso diz algo. Qualquer tentativa de reverter esse processo de maior atenção social não tem suporte político-eleitoral. E isso é bom.
Então, de um lado, talvez estejamos exagerando demais o conflito no plano cultural, moral, prestando muita atenção ao simbólico, sem perceber o que está na base. Por exemplo, no pacote fiscal que o ministro Fernando Haddad estava armando, todo o problema sempre foi onde cortar. E onde tem para cortar? Só gasto social. Aí é duro, o custo político é muito alto.
Outra questão é o manejo da vinculação entre política social e política salarial. Houve uma valorização real do salário mínimo, e isso impacta o maior gasto social, que é a Previdência. Haddad jogou como balão de ensaio desconectar as duas coisas, mas ninguém aceita, é perigoso porque o governo vai ter um incentivo para diminuir o pagamento da Previdência. E isso bate nas pessoas. Então, o governo atou as próprias mãos.
Dá uma falta de flexibilidade, mas o mundo é o que é. Não vamos ter um crescimento maravilhoso porque é assim que está funcionando a economia brasileira. É viver com isso aí. E vai ser esse Congresso. A sociedade brasileira é conservadora, não adianta gritar. É baixar as expectativas e não ficar gritando que está tudo errado, como um bando de palmeirenses malucos.
Maurício Meireles/Folhapress
Com presença de Marina, escolha de novo comando da Rede na Bahia é marcada por confusão e eleição paralela
O presidente da UGT-BA (União Geral dos Trabalhadores da Bahia), Marcelo Carvalho, foi eleito por aclamação, na manhã deste sábado (8), como o novo porta-voz da Rede Sustentabilidade. A eleição, prevista para ocorrer durante a VI Conferência Estadual do partido, com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, acabou sendo realizada do lado de fora do auditório do Hotel Fiesta, no Itaigara, onde o evento acontecia.
Segundo Marcelo Carvalho, a executiva estadual da Rede “proibiu” seu acesso e o dos delegados do partido às dependências da conferência. “Eles não permitiram nossa entrada no espaço e recusaram-se a receber os filiados. Isso porque querem aplicar um golpe no partido na Bahia e nacionalmente. Chega de golpistas na Rede!”,
Marcelo Carvalho foi eleito por aclamação como porta-voz estadual da Rede, em um processo que contou com a participação de 152 delegados aptos a votar. “A direção estadual da Rede impediu que seus próprios filiados participassem da conferência, temendo a derrota nas urnas. Mas é no voto que derrotamos o fascismo, e é no voto que vamos derrotá-los agora”, declarou o dirigente sindical.
Ainda de acordo com Marcelo Carvalho, sua eleição como porta-voz da Rede foi um ato legítimo do Congresso Estadual do partido. “A nossa lista de filiados aptos a votar é a lista oficial, é a lista que foi trazida pela Comissão Eleitoral Nacional, onde tem a inscrição de todos os delegados do Estado da Bahia. Enquanto a direção estadual do partido fez uma lista à parte da comissão, uma lista diferente da Comissão Eleitoral Nacional, além de impedir o acesso dos filiados ao partido e dos delegados para que eles não participassem do processo eleitoral. Nós fizemos todas as nossas conferências filmadas e fotografadas. E eles que não fizeram, então o ato deles é ilegal e o nosso é legal, ratificado pela Comissão Eleitoral Nacional”, explicou o dirigente sindical.
“Esse partido não tem dono. O dono desse partido são os filiados. São as pessoas que acreditam na política como instrumento de mudança para a melhorar suas vidas. São as pessoas que querem fazer desse partido um grande partido no Estado da Bahia. São as pessoas, mulheres como vocês que me orgulham muito de estarem aqui ao meu lado nesse momento, e querem construir um partido forte para defender os seus direitos, para ampliar os seus direitos. Nós vamos construir juntos um partido do tamanho que merece ser a Rede no Estado da Bahia. Não da maneira que está minimizado”, concluiu Marcelo Carvalho.
Tesouro Nacional aponta que despesas com pessoal superam limite de alerta em 12 estados brasileiros
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião com governadores no Palácio do Planalto
Os gastos com pessoal ultrapassaram o limite de alerta previsto na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) em 12 estados no ano de 2023, aponta o Tesouro Nacional.
Segundo o órgão, caso os entes tivessem respeitado essa barreira, eles teriam poupado R$ 23,7 bilhões —recursos que poderiam ser direcionados a outras despesas, como investimentos.
Os dados constam na mais recente edição do Boletim dos Entes Subnacionais, uma das publicações mais abrangentes do Tesouro Nacional sobre a situação financeira de estados e municípios. O relatório de 2024, divulgado nesta sexta-feira (7) —com atraso—, tem como base as informações de 2023.
Para fazer a avaliação dos gastos com pessoal, os técnicos do órgão empregam a metodologia prevista nos manuais contábeis do Tesouro. Além de padronizar os cálculos, isso evita a distorção decorrente de interpretações feitas pelos TCEs (Tribunais de Contas dos Estados), que ainda permitem o desconto de despesas —o que, na prática, favorece a maquiagem das contas.
“A importância disso está no fato de o excesso de gastos com pessoal não captado pelos demonstrativos oficiais estaduais poder ser parte relevante dos motivos de eventuais dificuldades financeiras vivenciadas pelos estados”, explica o Tesouro no boletim.
A metodologia, porém, é questionada pelos estados. Para eles, é um equívoco contabilizar na estatística gastos com OSs (organizações sociais), como fez o Tesouro. Eles se baseiam em um parecer da AGU (Advocacia-Geral da União) de 2024 que diz que os valores gastos com essas entidades não devem caracterizar despesa com pessoal.
Seguindo o cálculo do Tesouro, as despesas com pessoal de Rio Grande do Norte, Sergipe, Minas Gerais, Acre, Rio de Janeiro, Roraima, Paraíba, Amapá, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia e Paraná ficaram acima do limite de alerta, que equivale a 54% da RCL (receita corrente líquida).
O limite de alerta representa 90% do teto estipulado pela LRF para gastos com folha de pagamento, que é de 60% da RCL.
De acordo com o Tesouro, quatro desses estados estouraram até mesmo o limite de 60%: Rio Grande do Norte, Sergipe, Minas Gerais e Acre. Pela LRF, eles deveriam adotar medidas de contenção das despesas com funcionalismo.
Para os estados que possuem dívida com a União, o PAF (Programa de Ajuste Fiscal) impõe um limite até mais rigoroso, de 57% da RCL para gastos com pessoal. Nessa comparação, são nove os que furam o limite: além dos quatro acima de 60%, também estão nesse grupo Rio de Janeiro, Roraima, Paraíba, Amapá e Rio Grande do Sul.
“Verificou-se uma piora na situação agregada dos entes, já que em 2023 foram doze entes que registraram o indicador acima de 54%, contra oito no ano anterior. Além disso, em 2022 apenas três entes haviam ultrapassado o limite de 57%, enquanto em 2023 foram nove os entes que superaram essa referência”, diz o boletim.
“O monitoramento da evolução da despesa com pessoal é importante, tendo em vista que o caráter rígido dessa despesa, somado ao agravamento da situação previdenciária, dificulta a contenção das despesas para aqueles Estados que já destinam boa parte de sua arrecadação para o pagamento de salários ou aposentadorias”, acrescenta o documento.
O diagnóstico do Tesouro é publicado logo após o Congresso Nacional aprovar e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionar um socorro para estados endividados, que pode tirar até R$ 1,3 trilhão em receitas financeiras da União até 2048. Técnicos do próprio governo criticam o fato de o novo programa de renegociação ter sido validado sem a exigência de contrapartidas mais fortes. Economistas, por sua vez, temem que o alívio crie espaço para uma nova rodada de aumento de despesas, inclusive com salários de servidores.
Segundo o Tesouro, em 2023, o gasto dos estados com pagamento de pessoal subiu 10% em termos nominais, uma desaceleração em relação a 2022 (quando a alta foi de 15,2%), mas ainda acima da inflação verificada no mesmo período (4,62%). Ou seja, na média, os servidores estaduais tiveram incremento real em suas remunerações.
“O aumento nas despesas como um todo privilegiou aquelas com pessoal e custeio, em detrimento dos investimentos, que apresentaram redução de 18,6% em relação ao ano anterior”, informa o órgão.
A reportagem procurou os governos dos estados que, segundo o Tesouro, ultrapassaram o limite de alerta da LRF para despesas com pessoal.
O governo de Sergipe disse discordar da metodologia e citou um decreto legislativo que suspendeu a aplicação dos conceitos de despesa com pessoal previstos no manual do Tesouro Nacional.
“Trata-se de uma mudança da interpretação até então aplicada, imputando incorreta condição de desconformidade ao estado. O governo de Sergipe mantém firme compromisso com o equilíbrio fiscal, o que foi reconhecido pelo próprio ministro da Fazenda ao analisar este mesmo caso e deixar de aplicar qualquer penalidade, conforme despacho de 13 de fevereiro de 2025”, afirmou, em nota.
Sergipe ressaltou ainda que a classificação das despesas com as organizações da sociedade civil da área da saúde na despesa com pessoal do estado é alvo de contestação na Justiça. O estado acrescentou que o próprio Tesouro elevou sua nota de classificação de risco para A, a melhor na escala.
O governo mineiro disse que “a delicada situação financeira na qual o estado de Minas Gerais se encontra é resultado de uma série de medidas irresponsáveis de gestões anteriores, que inflaram o endividamento estatal e reduziram severamente os investimentos em áreas essenciais”.
Minas ainda afirmou que as despesas do Executivo estão abaixo do limite previsto na LRF e que houve redução no nível de comprometimento com gastos de pessoal nos últimos anos. “A redução demonstra o esforço da atual administração para alcançar o equilíbrio financeiro”, disse.
O Rio Grande do Sul também apontou divergências em relação ao cálculo do Tesouro. Segundo o governo gaúcho, seus gastos com pessoal ficaram em 53,23% da RCL, abaixo do limite de alerta. “A diferença refere-se aos contratos de terceirização, registrados como outras despesas correntes no estado e que a STN [Secretaria do Tesouro Nacional] está considerando como despesa com pessoal”, disse.
O Estado citou “desafios financeiros expressivos” que levaram a uma queda de arrecadação em 2023, em especial a lei federal que limitou a cobrança de ICMS sobre combustíveis. Segundo o governo gaúcho, isso contribuiu para a relação entre despesa com pessoal e RCL ficar maior no período.
Os demais estados não responderam até a publicação deste texto. O espaço está aberto.
ENTENDA OS NÚMEROS
Limite de alerta da LRF: 54% da RCL
Limite do PAF (Programa de Ajuste Fiscal): 57% da RCL
Limite da LRF: 60% da RCL
Estados acima dos limites na despesa com pessoal
Rio Grande do Norte – 67%
Sergipe – 65,2%
Minas Gerais – 64,2%
Acre – 60,2%
Rio de Janeiro – 59,6%
Roraima – 58,8%
Paraíba – 58,7%
Amapá – 58,2%
Rio Grande do Sul – 57,2%
Pernambuco – 55,8%
Bahia – 55,7%
Paraná – 54,8%
Economia potencial, caso estado ficasse dentro do limite de alerta
Minas Gerais – R$ 9,36 bilhões
Rio de Janeiro – R$ 4,994 bilhões
Rio Grande do Norte – R$ 2,10 bilhões
Rio Grande do Sul – R$ 1,795 bilhão
Sergipe – R$ 1,401 bilhão
Bahia – R$ 967 milhões
Paraíba – R$ 793 milhões
Pernambuco – R$ 683 milhões
Acre – R$ 527 milhões
Paraná – R$ 444 milhões
Amapá – R$ 334 milhões
Roraima – R$ 324 milhões
Idiana Tomazelli/Folhapress
Mensagem da prefeita Laryssa Dias pelo Dia Internacional da Mulher
Neste Dia Internacional da Mulher, quero parabenizar todas as mulheres ipiauenses, que com sua força, dedicação e garra constroem diariamente a história da nossa cidade. Seja no lar, no trabalho ou em qualquer espaço que ocupam, as mulheres são sinônimo de determinação e superação.
Como prefeita, sei dos desafios que enfrentamos, mas também do imenso potencial que temos para transformar a sociedade. Que possamos seguir conquistando mais espaços, abrindo caminhos e inspirando umas às outras a ir além.
Meu compromisso é continuar trabalhando por uma Ipiaú mais justa e com mais oportunidades para todas. Parabéns pelo seu dia!
Laryssa Dias /Prefeita de Ipiaú
Golpe do Pix em Hotel: Funcionário e comparsa são presos por furto qualificado em Teixeira de Freitas
Teixeira de Freitas: Uma investigação policial resultou na identificação e prisão de um funcionário de hotel e seu comparsa, acusados de furto qualificado através de transferências Pix, na manhã desta quinta-feira, 7 de março. A vítima, um homem de 57 anos, relatou que, durante sua estadia em um hotel na cidade, teve dificuldades para efetuar o pagamento da hospedagem devido a um problema com seu cartão bancário.
O funcionário do hotel, aproveitando-se da situação, ofereceu ajuda e convenceu a vítima a permitir que ele baixasse o aplicativo do banco no próprio celular, sob o pretexto de realizar a transferência via Pix para o pagamento da hospedagem. Após obter acesso ao aplicativo e à senha da vítima, o funcionário reteve os dados bancários e, quatro dias depois, começou a realizar diversas transferências Pix para sua própria conta e a de um amigo.
A equipe do Setor de Investigação, em conjunto com o investigador plantonista, agiu rapidamente para identificar e localizar os suspeitos. O funcionário do hotel, identificado como Kaiky dos Santos Keller, de 22 anos, confessou o crime em seu interrogatório, detalhando que realizou as transferências bancárias para a conta de seu amigo, Yuri Resende Rolim, também de 22 anos, com quem dividiu o valor subtraído.
Durante as diligências, a polícia apreendeu um celular Iphone 13, adquirido com parte do dinheiro roubado, no valor de R$ 2.700,00. O comparsa, Yuri Resende, confirmou sua participação e entregou a quantia de R$ 3.700,00, que ainda estava em sua posse, para ser devolvida à vítima. Ambos os suspeitos foram indiciados por furto qualificado, e o caso segue sob investigação.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews
Investigação revela crime sexual em Nova Viçosa: Suspeito de gravar e abusar de criança de 6 anos tem prisão preventiva decretada
Nova Viçosa: A Polícia Civil de Nova Viçosa cumpriu um mandado de prisão preventiva contra Douglas Francisco Oliveira, de 25 anos, acusado de estupro de vulnerável contra uma criança de seis anos. A decisão, expedida pela Vara de Jurisdição Plena de Nova Viçosa – TJBA, converte a prisão temporária do investigado em preventiva, atendendo à requisição do Ministério Público da Bahia.
A investigação revelou que o acusado teria registrado vídeos de partes íntimas da criança, além de molestá-la. As provas reunidas durante a investigação foram cruciais para a decretação da prisão preventiva. Douglas Francisco Oliveira, que já estava sob custódia na Delegacia Territorial de Teixeira de Freitas, foi formalmente informado sobre o novo mandado de prisão preventiva.
O cumprimento da ordem judicial contou com o apoio do plantão territorial da unidade. O mandado de prisão preventiva foi expedido com base no artigo 217-A do Código Penal Brasileiro, que tipifica o crime de estupro de vulnerável.
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As investigações prosseguem, pois há indícios de possível compartilhamento de imagens envolvendo outras crianças. O inquérito policial foi encaminhado à Justiça com o indiciamento do investigado pelo crime de estupro de vulnerável.
Por: Lenio Cidreira/Liberdadenews
Ruralistas criticam medida para baixar preços de alimentos e pedem menos tributos locais
As medidas anunciadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para conter preços de alimentos como carne, café e milho são ineficazes e passam um recado ruim para os produtores rurais brasileiros. Eles pediram a redução de tributos como PIS/Cofins sobre insumos do setor como forma de reduzir o preço de alimentos.
A afirmação foi feita na sexta-feira (7) pelo deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), e reflete uma série de críticas feitas nos últimos dois dias por outras associações ligadas ao agronegócio.
Lupion disse que as medidas não garantem efeito imediato e que o governo não colocou na mesa de discussão os produtores rurais.
“Medidas como, por exemplo, redução temporária de PIS/Cofins sobre insumos essenciais, sobre o trigo, sobre óleo vegetal para baratear produtos como massas e pães, além da revisão de tributação sobre insumos agrícolas são muito mais eficazes e fortalecem a produção nacional, não os nossos competidores”, afirmou o parlamentar.
De acordo com ele, comprar alimentos de outros países significa um recuo e não causará impactos para os consumidores.
“Vamos voltar a importar alimentos como fazíamos há 20 anos. Veja o exemplo da importação de arroz, um escândalo na licitação e zero impacto para o consumidor. Não tem falta de alimento nas prateleiras, não há desabastecimento. Há sim, um desafio econômico que precisa ser enfrentado com medidas, com políticas estruturais para reduzir os custos, aumentar a previsibilidade dos preços dos alimentos no Brasil. A colheita da safra vai regular o mercado em dois meses, menos tempo do que as medidas anunciadas trazem de impacto para os consumidores”, afirmou.
Já a SRB (Sociedade Rural Brasileira) afirmou que as soluções apresentadas pelo governo federal “são paliativas, não corrigem profundamente os gargalos da produção agropecuária e terão efeitos negativos no médio e longo prazo”.
Assim como disse a FPA, a SRB entende que a redução das tarifas de importação de alimentos é ineficaz, já que a produção interna é suficiente para abastecer o país.
“O Brasil é um dos maiores e mais competitivos produtores de grãos e proteínas do mundo. Portanto, mesmo com alíquota zero, dificilmente os produtos importados chegarão a preços inferiores aos praticados internamente”, diz comunicado da associação.
Ainda conforme a SRB, o produtor rural não é culpado pelo aumento dos preços dos alimentos, mas será o produtor o principal prejudicado pela isenção de tarifas de importação. “Essa medida desestimula a produção nacional e afeta diretamente a sua rentabilidade.”
O financiamento agrícola foi citado por Lupion e pela SRB como necessário para fortalecer o agronegócio nacional.
“Diferentemente de importar alimentos, é preciso fortalecer a capacidade produtiva do nosso país, garantindo crédito acessível para a safra 25/26, com taxas de juros adequadas e recursos suficientes para que os produtores possam manter sua produção com competitividade”, diz a SRB, enquanto Lupion falou que o Plano Safra precisa ser “robusto, sem cortes e com previsibilidade”.
Por meio de nota, o diretor-geral da Anec (Associação Nacional de Exportadores de Cereais), Sérgio Mendes, afirmou que a suspensão das tarifas de importação para alimentos provocará impactos para os produtores e citou como exemplo o milho.
“As exportações de milho em 2023 foram um sucesso, com cerca de 56 milhões de toneladas exportadas. Já em 2024, esse número caiu para 37 milhões. O excedente exportado foi exatamente compatível com a demanda e a procura brasileira. Reduzir as taxas de importação do milho a zero puniria severamente o produtor, que está esperando nesta safra uma recuperação pelas enormes perdas do ano anterior”, afirmou o executivoA ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) informou, por meio de sua assessoria, que ainda está avaliando os impactos das medidas e, por isso, ainda não se manifestaria sobre o assunto. Procurada, a ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu) não comentou.
Nesta sexta, durante discurso em Minas Gerais o presidente Lula afirmou estar “muito preocupado” com o preço dos alimentos e sinalizou que o governo pode tomar “atitudes mais drásticas” em relação ao valor do ovo.
“Fizemos uma reunião ontem no Palácio, tomamos algumas medidas. Mas eu quero encontrar uma explicação para o preço do ovo. O ovo está saindo do controle. Alguns dizem que é o calor, outros dizem que é a exportação. Eu estou atrás”, disse ele, a uma plateia de trabalhadores rurais ligados ao MST.
Marcelo Toledo/Folhapress
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