Líder do governo vira padrinho de emenda que ficou 3 anos sem dono e nega ser o verdadeiro autor
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), assumiu em ofício a autoria de uma emenda parlamentar que ficou três anos abandonada, sem um político que reconhecesse sua paternidade.
Apesar de ter assinado o documento, Guimarães nega ser o verdadeiro autor da indicação da verba. O ofício, diz o líder do governo, serviu apenas para atender aos requisitos determinados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e, assim, conseguir a liberação do dinheiro.
O documento foi encaminhado em dezembro do ano passado ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional para destravar o pagamento da emenda, aprovada na gestão Jair Bolsonaro (PL).
A verba apadrinhada pelo líder do governo fazia parte do conjunto das emendas de relator, também conhecidas pelo código técnico RP9, que foram objeto de controvérsia por ocultarem o parlamentar que era o real responsável por indicar como seria gasto o dinheiro público.
O presidente Lula (PT) fez campanha contra esse mecanismo na eleição de 2022, que tratou como “o maior esquema de corrupção da história deste país”.
O recurso de R$ 1.295.812,85 para recuperação de estradas vicinais em Tabuleiro do Norte (CE) foi aprovado no Orçamento de 2021 e ficou sem um padrinho político oficial desde então, mesmo com as cobranças do STF para que os responsáveis por essas emendas aparecessem.
No mesmo período, outras duas emendas de relator para o município tiveram os autores divulgados —o deputado AJ Albuquerque, presidente do PP no Ceará, e o ex-deputado Heitor Freire (União Brasil-CE).
A verba assumida agora por Guimarães, no entanto, ficou sem um padrinho oficial até 19 de dezembro de 2024, quando o líder do governo Lula enviou o ofício ao ministério.
Isso foi necessário porque as obras ainda estão em execução e faltava a liberação de R$ 639 mil. O ministro Flávio Dino, do STF, determinou que os recursos só poderiam continuar a ser executados se alguém assumisse a autoria da verba, mesmo que se apresentassem apenas como apoiadores.
Guimarães negou à Folha que tenha negociado esses recursos durante o governo Bolsonaro e que seja o autor original da indicação da verba.
“Só assinei o ofício a pedido do prefeito, atendendo ao imperativo que o ministro Flávio Dino colocou, de ser uma obra já em andamento. Não é de autoria minha, é de um ex-deputado que não sei qual é”, disse. “Assinaria por outros prefeitos também, para a obra não ficar inconclusa”, afirmou.
A Folha tentou contato por telefone e pelas redes sociais com o ex-prefeito de Tabuleiro do Norte Rildson Vasconcelos (PP), que comandava o município na época da indicação da verba, mas não houve retorno.
Guimarães pretende concorrer ao Senado em 2026 e busca apoio de prefeitos de todo o estado. Em 2024, ele apadrinhou outro repasse para o município de Tabuleiro do Norte, de R$ 4,4 milhões, por meio de uma emenda de comissão, que substituiu a emenda de relator, mas também foi bloqueada pelo STF pelos mesmos problemas de falta de transparência.
Consultados, outros parlamentares do Ceará disseram não saber a autoria original da verba apadrinhada por Guimarães. A assinatura do líder do governo, portanto, atende à determinação do STF, mas não cumpre na prática os requisitos de transparência à distribuição do dinheiro.
Na época da aprovação da emenda, Guimarães atuava na Câmara como líder da minoria, grupo de partidos que faziam oposição ao ex-presidente Bolsonaro.
Na campanha de 2022, Guimarães também foi um dos críticos desses recursos das emendas de relator. Em uma postagem no antigo Twitter, ele acusou Bolsonaro de ser “inimigo do SUS”, o Sistema Único de Saúde, ao cortar R$ 3,3 bilhões da área, mas preservar as emendas de relator. “Nesse governo, ganhar eleição importa mais que a saúde do povo?”, escreveu.
OPOSIÇÃO
Esse tipo de emenda foi distribuído a aliados, à época, pelo presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e por líderes partidários. Quanto maior o prestígio do parlamentar e proximidade com o governo, maior a verba recebida.
Nos bastidores, apontava-se que a oposição também recebia as emendas. Pelo menos outros dois deputados petistas enviaram documentos em dezembro ao Ministério da Integração reconhecendo a paternidade de recursos das emendas de relator durante o governo Bolsonaro.
O deputado Vander Loubet (PT-MS) solicitou a liberação de R$ 521 mil para a construção de uma ponte no município de Inocência (MS).
Procurado para explicar como obteve a indicação do dinheiro, ele enviou nota em que diz que o convênio foi “firmado em 2021, período em que o presidente da República era Jair Bolsonaro”, e que “naquele momento não havia qualquer impedimento legal ou decisão do Supremo Tribunal Federal que vedasse a aplicação desses recursos”.
“Não se trata de uma nova destinação de recursos ou de uma decisão política do atual governo, mas sim do cumprimento de um compromisso firmado no passado, dentro das regras vigentes à época”, afirmou.
O deputado Flávio Nogueira (PT-PI) enviou ofício em que reconhece ser o autor de três emendas, no valor total de R$ 1,4 milhão, para os municípios de Valença do Piauí (PI) e Demerval Lobão (PI).
À Folha ele disse não lembrar como obteve o recurso, mas rejeitou qualquer irregularidade. “Não há nada secreto, estou assumindo a autoria. O dinheiro sai de Brasília e chega no município, a obra acontece, os órgãos de fiscalização fiscalizam”, declarou.
Na época da aprovação dessas emendas, Nogueira não estava no PT. Ele era do PDT, partido também de oposição, mas estava em processo de saída da sigla após votar a favor da reforma da Previdência. Ele optou por disputar a eleição de 2022 pelo PT, partido pelo qual havia exercido seu primeiro mandato como deputado estadual.
Raphael Di Cunto, Folhapress
Denúncia do MPBA contra 16 integrantes de organização criminosa é recebida pela Justiça
Denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado da Bahia, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), contra 16 pessoas acusadas de cometer crimes como formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro e não recolhimento de tributos foi recebida pela Vara dos Feitos Relativos a Delitos de Organização Criminosa de Salvador na sexta-feira, dia 7. Investigações apontam que a organização tem ligação com o tráfico de drogas e envolvimento no assassinato de um dos maiores traficantes de drogas sintéticas da Bahia. A pedido do MPBA, também foi decretada a prisão preventiva de seis denunciados.
As investigações que embasaram a denúncia decorreram da ‘Operação Indignos’, realizada pelo Departamento Especializado de Investigações Criminais da Polícia Civil (Deic), que combateu o crime organizado em vários estados e prendeu a liderança e o núcleo principal do grupo criminoso na Bahia, em janeiro de 2025. De acordo com as apurações, eles comandaram a ação de extorsão mediante sequestro e o assassinato de Ivan de Almeida Freitas, conhecido como “Ivanzinho”, ocorrido em agosto de 2023 no bairro do Trobogy, em Salvador. Esse homem era sócio de Rodolfo Borges Barbosa de Souza, vulgo “Bené” ou “Zeca”, líder do grupo, que era responsável pelo abastecimento de drogas nos bairros de Amaralina, em Salvador, e Portão, em Lauro de Freitas.
Segundo o Gaeco, a organização criminosa liderada por Rodolfo Borges fazia a lavagem de dinheiro do tráfico por meio de empresas fantasmas, aquisição de obras de arte e imóveis residenciais e comerciais em nome de terceiros, bem como em marmorarias e ferro-velho. Além dele, o MPBA denunciou Verônica Teixeira dos Santos, Paulo César Conceição da Silva; Arlisson Alves Cruz; Lucas Pinto dos Santos; Ingrid Saraiva dos Santos Cruz; Jorge Raimundo Arcanjo Salgueiro dos Santos; Valdimir Neves Santos; Ana Paula Araújo Farias; Walace dos Santos Poli Silva; Lázaro Freitas Cerqueira; Rose Mary Conceição Damasceno; Jéssica Barreto dos Santos; Damião da Conceição; Alex Rios Costa e Odair Santos Brito.
PF apreende nove quilos de droga e prende três pessoas em Guarulhos/SP
Guarulhos/SP. A Polícia Federal, no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, prendeu em ações distintas entre os dias 7 e 9/3, três passageiros tentando embarcar para a Nigéria, Catar e Portugal transportando droga.
Policiais federais, com o auxílio de cães farejadores, scanner corporal e aparelho de raio-x, prenderam um nigeriano com três quilos de cocaína ocultos dentro do forro de uma mochila.
Em outra ação, um suspeito, também nacional da Nigéria e que ingressou no país com pedido de refúgio, foi preso transportando outros três quilos da mesma droga numa espécie de bermuda que ele usava.
Por fim, um homem, nacional da Bolívia, foi preso com quase dois quilos de cocaína em volumes costurados à sua roupa. Os suspeitos pretendiam levar a droga para a Nigéria, Catar e Portugal, respectivamente.
Além das apreensões de drogas, houve a captura de dois indivíduos que estavam com mandado de prisão em aberto.
Os presos poderão responder pelo crime de tráfico internacional de drogas.
Comunicação Social da Polícia Federal em Guarulhos/SP
FICCO/ES e GMC Vitória apreendem R$ 170 mil em ação contra o crime organizado
Suspeito com mandados de prisão capturado com drogas e R$ 170 mil em espécie
Vila Velha/ES. A Guarda Civil Municipal de Vitória, a partir de informações da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Espírito Santo (FICCO/ES), abordou na manhã deste domingo (09/03/2025) um veículo suspeito de ser utilizado por um integrante de uma facção criminosa.
Durante a abordagem, o suspeito foi preso ao apresentar um passaporte em nome de terceiro. Além disso, foi lavrado um auto de prisão em flagrante por tráfico de drogas, uma vez que foram encontrados entorpecentes e aproximadamente R$ 170.000,00 em espécie, quantia que, segundo as investigações em curso, é proveniente das atividades ilícitas do grupo criminoso. A maior parte do valor estava em cédulas de pequeno valor, reforçando a suspeita de ligação com o tráfico de drogas.
O indivíduo, vinculado a facções criminosas estaduais, possuía mandados de prisão preventiva expedidos pela 1ª Vara Criminal de Guarapari, por tráfico de drogas e associação ao tráfico, e pela 4ª Vara Criminal de Cariacica, por participação em organização criminosa.
A FICCO/ES, coordenada pela Polícia Federal (PF), é composta pela Polícia Militar (PMES), Polícia Civil (PCES), Polícia Penal (PPES), Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) e pelas Guardas Municipais de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana. A Força Integrada segue atuando de forma conjunta para combater o crime organizado no estado.
Comunicação Social da Polícia Federal no Espírito Santo/ES
Construção 4.0: A Digitalização da Indústria
A Construção 4.0 é a revolução digital que está transformando o setor da construção civil, integrando tecnologias inovadoras para otimizar processos, aumentar a produtividade e reduzir custos. Inspirada nos princípios da Indústria 4.0, essa abordagem utiliza ferramentas digitais e inteligentes para impulsionar a eficiência e sustentabilidade no setor, que tradicionalmente apresenta desafios relacionados a atrasos, desperdícios e baixa adoção de inovação.
Os pilares da Construção 4.0
A digitalização da construção civil é fundamentada em diversas tecnologias disruptivas, como a Internet das Coisas (IoT), Building Information Modeling (BIM), inteligência artificial (IA), realidade aumentada (RA), impressoras 3D e drones. Essas ferramentas permitem o planejamento, execução e manutenção de projetos com precisão, agilidade e integração entre as partes envolvidas.
O uso do BIM, por exemplo, possibilita criar modelos digitais detalhados que abrangem todas as fases de um projeto, desde a concepção até a demolição. Com ele, os profissionais conseguem simular cenários, prever problemas e ajustar estratégias antes de qualquer intervenção física, reduzindo erros e desperdícios.
A IoT também desempenha um papel crucial na Construção 4.0, conectando máquinas, equipamentos e sensores em tempo real. Essa conectividade permite o monitoramento constante das obras, a análise de dados para tomadas de decisão mais assertivas e a manutenção preventiva dos equipamentos.
Benefícios da digitalização no setor
A Construção 4.0 traz uma série de vantagens que podem transformar profundamente o setor. Entre os principais benefícios, destacam-se:
- Redução de custos: A otimização de processos diminui desperdícios de materiais e tempo.
- Aumento da produtividade: Ferramentas digitais automatizam tarefas repetitivas, liberando mão de obra para funções mais estratégicas.
- Sustentabilidade: A integração de tecnologias facilita o uso eficiente de recursos naturais, promovendo construções mais ecológicas.
- Segurança: Equipamentos inteligentes e drones permitem monitorar áreas de risco, protegendo trabalhadores.
- Personalização: Soluções como impressoras 3D possibilitam a criação de componentes específicos, atendendo às demandas dos clientes com precisão.
Os desafios da implementação
Apesar das promessas, a adoção da Construção 4.0 enfrenta desafios significativos. Entre eles, estão o alto custo inicial de implementação, a resistência cultural à mudança e a falta de mão de obra qualificada para operar tecnologias avançadas. Empresas do setor precisam investir em treinamento e capacitação de seus profissionais, além de promover uma mentalidade de inovação e adaptação às novas práticas.
Outro obstáculo é a fragmentação da cadeia de valor da construção civil. Muitas vezes, diferentes empresas e profissionais participam de um mesmo projeto, dificultando a integração de tecnologias e a uniformidade dos processos. Para superar esses entraves, a colaboração e a padronização são essenciais.
O futuro da construção civil
A Construção 4.0 é um caminho sem volta para o setor. A digitalização e a inovação tecnológica já estão redefinindo a forma como os projetos são concebidos e executados. No futuro, espera-se uma maior automação, com o uso de robôs e inteligência artificial para tarefas complexas, além da integração total dos dados gerados em cada etapa do ciclo de vida de uma construção.
Além disso, o avanço da tecnologia promete uma maior personalização das edificações, adaptando-as às necessidades específicas de seus usuários e ao ambiente onde estão inseridas. Isso inclui a aplicação de materiais mais sustentáveis, tecnologias autossuficientes em energia e sistemas inteligentes que interagem com seus ocupantes.
A Construção 4.0 não é apenas uma evolução tecnológica, mas também uma transformação cultural. Empresas que abraçarem essa mudança estarão mais preparadas para os desafios do mercado, enquanto aquelas que resistirem podem ficar para trás em um setor cada vez mais competitivo. Assim, a digitalização da indústria da construção e obras em andamento não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para o futuro sustentável e eficiente do setor.
Fonte: Izabelly Mendes.
Estudante de 15 anos foi morta por estrangulamento ao ameaçar expor relacionamento com homem casado no PI, diz delegado
Laurinda Maria Fortaleza Delfino foi assassinada na véspera do Dia Internacional da Mulher. Principal suspeito foi identificado como Keilon Frageli da Silva, de 18 anos, e está foragido.
Laurinda Maria Fortaleza Delfino, de 15 anos, foi vítima de feminicídio após ameaçar expor o relacionamento extraconjugal que mantinha com o suspeito, Keilon Frageli da Silva, de 18 anos. As informações são da Polícia Civil. Um laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal (IML) indica que a estudante morreu por asfixia mecânica por estrangulamento.
A adolescente foi morta na última sexta-feira (7), em Serra do Jatobá, zona rural de Pio IX, no Sul do Piauí. Segundo o comandante do GPM do município, a vítima foi encontrada morta no chão do quarto de uma residência. As portas estavam quebradas e havia latas de cerveja espalhadas pelo local. Não foram encontrados vestígios de sangue ou armas próximo ao corpo.
De acordo com o delegado Rodrigo Morais, Keilon está foragido. O g1 não conseguiu contato da defesa dele até a última atualização desta reportagem. Nesse sábado (8), um adolescente de 16 anos foi apreendido suspeito de envolvimento na morte.
A vítima e Keilon, conforme o delegado, tinham encontros intermediados pelo adolescente apreendido. O assassinato teria sido motivado por Laurinda ameaçar divulgar fotos do casal.
"Ele [Keilon] é casado e ela tinha em seu aparelho celular uma foto deles dois juntos, e ameaçou divulgar para tornar pública essa relação extraconjugal. Aí foi quando ele se revoltou e decidiu tirar a vida dela", afirmou.
Conforme o delegado, o adolescente apreendido foi quem intermediou o encontro entre o suspeito e a vítima, na casa dele, onde o crime aconteceu. "O menor alega que estava dormindo na hora do crime, e imputa toda a responsabilidade ao maior", concluiu o delegado.
Suspeito foragido
Segundo o delegado, Keilon chegou a se apresentar na Delegacia de Polícia Civil, acompanhado de um advogado, na manhã de sábado (8). No momento, no entanto, segundo o delegado Rodrigo Morais, ainda não existiam indícios de autoria e ele foi liberado.
"Naquele momento, nem a Polícia Militar nem a polícia de investigação tinham indícios da participação dele no crime. Ele disse que estava se apresentando porque na cidade estavam comentando que ele tinha participação. Nesse momento, quis apreender o celular dele, só que ele estava sem. Ele se comprometeu a trazer o celular e tive que liberá-lo", explicou.
Horas após a apresentação espontânea do suspeito, a Polícia Militar do Piauí apreendeu o adolescente que teria, então, revelado detalhes sobre a dinâmica do crime e a participação de Keilon.
Ainda no sábado (8), a Polícia Civil pediu à Justiça a prisão preventiva do suspeito. Equipes estão em diligências para efetuar a prisão.
Adolescente apreendido
Um adolescente de 16 anos, foi apreendido nesse sábado (8), suspeito de participar da morte de Laurinda. A informação foi confirmada ao g1 pelo comandante do Grupamento de Polícia Militar do município, sargento Joelson Nascimento.
"A guarnição já monitorava o suspeito há mais de um dia, uma vez que ele era proprietário da residência onde a vítima foi encontrada e havia sido visto no local na noite do crime. Além disso, imagens de câmeras de segurança o flagraram no percurso. Diante das evidências, o menor foi apreendido e confessou sua participação no crime", detalhou o comandante.
O adolescente foi autuado por ato infracional análogo ao feminicídio.
Por Ilanna Serena, g1 PI
Incêndio em abrigo para pessoas vulneráveis deixa 4 mortos em São José dos Campos
Uma pessoa foi presa por causar as chamas, que já foram controladas. No local, havia 22 pessoas, seis delas estavam acamadas.
Um incêndio em um abrigo para pessoas em situação de vulnerabilidade social deixou quatro pessoas mortas no centro de São José dos Campos, no interior de São Paulo, na madrugada desta segunda-feira (10). As chamas já foram controladas.
De acordo com a Polícia Militar, o incêndio foi criminoso. Um homem suspeito de ter colocado fogo no abrigo foi preso em flagrante - leia mais detalhes abaixo. No boletim de ocorrência, ele foi identificado como Leandro Rangel Vilela, de 42 anos.
O incêndio começou de madrugada. O abrigo fica na rua Sebastião Hummel, que fica na região central da cidade. O abrigo atende pessoas em situação de vulnerabilidade social. O prédio está interditado.
Ao todo, 22 pessoas estavam no local, 18 foram resgatadas com vida, e quatro - dois homens e duas mulheres - morreram carbonizados. As vítimas tinham 61, 55, 53 e 50 anos.
Dos 18 sobreviventes, nove foram socorridas ao pronto-socorro de São José dos Campos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, seis pessoas que estavam no abrigo são acamadas e não têm possibilidade de locomoção. Algumas foram tiradas pelos bombeiros pelas janelas do prédio.
O Corpo de Bombeiros informou que o incêndio já foi controlado. 16 bombeiros e oito viaturas participaram da operação, que contou também com apoio da Polícia Militar, Samu e Guarda Civil Municipal (GCM).
Responsável pelo abrigo, a Comunidade Consoladora dos Aflitos publicou uma nota em que manifestou pesar pelo caso
"Neste momento de dor e consternação, expressamos nossas mais sinceras condolências às famílias e amigos das vítimas, bem como nossa solidariedade aos feridos e a todos os impactados por esta terrível tragédia", informou o abrigo.
Além disso, o abrigo afirmou que o fato do incêndio ter sido criminoso aumenta ainda mais a dor e o desejo de justiça.
"As causas do incêndio estão sendo rigorosamente apuradas pelas autoridades policiais e pelo Corpo de Bombeiros. Há informações preliminares que indicam a possibilidade de o incêndio ter sido criminoso, o que aumenta ainda mais nossa angústia e nosso desejo por justiça", completou.
Incêndio criminoso
Em entrevista à Rede Vanguarda após o caso, a PM informou que um homem colocou fogo no abrigo por desavença com um funcionário ou com um proprietário do local. Leandro Rangel Vilela, de 42 anos, foi preso em flagrante.
"Infelizmente um incêndio criminoso. As imagens do CSI comprovam essa questão. A Polícia Militar, após ser acionada junto com a posse dessas imagens, realizou a identificação e a posterior prisão em flagrante desse criminoso. Inclusive, o mesmo já tinha passagens pela polícia", afirma Alan Kalczuk, coronel da PM.
"Segundo aparenta, esse criminoso estava entorpecido e, a princípio, porque isso vai ser investigado pela Polícia Civil, o crime foi cometido por uma desavença com um funcionário ou proprietário do brechó", completa o PM.
O g1 ainda não conseguiu localizar nenhum representante pela defesa do homem preso.
Por g1 Vale do Paraíba e Região
PGR mira corrupção e PCC ao montar grupo nacional que substitui forças-tarefas
Uma resolução assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, para criar um Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em âmbito nacional deve abrir caminho para uma ação mais efetiva em casos de corrupção, combate a facções como o PCC e investigações de grande repercussão.
A norma deve encerrar uma discussão de mais de dez anos, em que o Ministério Público Federal debateu diferentes formatos para a criação de um grupo nacional.
O novo Gaeco deve apurar casos de corrupção, mas deixaria de fora investigações relacionadas a autoridades com foro especial no STF (Supremo Tribunal Federal), como deputados e senadores. Nesses casos, a atuação continuará sendo apenas do próprio PGR.
Além de casos relacionados à atuação de quadrilhas de tráfico de drogas, também são citados internamente investigações que sejam federalizadas e provoquem comoção nacional, como foram os assassinatos de Marielle Franco e de Bruno Pereira e Dom Phillips.
Dentro da PGR, um dos motivos citados para a criação do Gaeco é prevenir que a atuação de facções criminosas levem o Brasil a ser sancionado internacionalmente, especialmente pelo governo Donald Trump.
A ideia é que o Gaeco, que ainda não tem seus integrantes definidos, seja uma equipe de reforço para o chamado “procurador natural” –o procurador responsável pela investigação— em apurações complexas, relevantes ou que representem algum tipo de risco para o integrante do Ministério Público.
A equipe será coordenada por um subprocurador-geral da República, que é o último nível de carreira de um procurador do MPF, lotado em Brasília. Ele terá um mandato de um ano, que poderá ser renovado e chegar a quatro anos.
Os procuradores de todo o país podem solicitar apoio ao Gaeco nacional e, também, sugerir o auxílio em investigações que considerarem importantes.
Entre as hipóteses em que o grupo poderá ser acionado estão, de acordo com a resolução, crimes contra o Estado democrático de Direito, terrorismo, crimes contra a administração pública, milícias privadas e crimes contra indígenas.
A atuação se dará, sobretudo, a respeito de “atuação difusa de organização criminosa pelo território nacional, notadamente em se tratando de grupos organizados sob a forma de facções criminosas, e crimes praticados a partir de ordens, instruções ou comunicações advindas de presos custodiados em penitenciária federal”.
Ao fim, o Gaeco funciona como uma espécie de força-tarefa, mas de forma definitiva. No modelo das forças-tarefas, os procuradores eram designados para atuar em casos específicos e, depois, esses grupos eram desfeitos. Já o Gaeco é um órgão permanente.
O modelo das forças-tarefas acabou sendo descontinuado durante a gestão de Augusto Aras, que considerava o formato precário e frágil institucionalmente.
Além disso, Aras aproveitou o argumento para desmontar as estruturas que tocavam investigações da Operação Lava Jato, que era alvo de diversas críticas do então procurador-geral.
A partir disso, o Ministério Público Federal começou a instituir Gaecos nos estados e já tem equipes na maioria das Unidades da Federação.
No entanto, desde o início o modelo sofre com queixas de falta de estrutura e de condições adequadas para o trabalho dos procuradores. Alguns Gaecos federais nos estados não são sequer um grupo –contam com apenas um membro em regionais no Acre, Piauí e Tocantins.
A preocupação de integrantes desses Gaecos do MPF é que, com a criação do grupo nacional, as equipes estaduais fiquem ainda mais escanteadas e não tenham os seus pleitos de melhoria de estrutura atendidos.
Durante a gestão Aras, também houve a tentativa de criar um grupo nacional chamado Unac (Unidade Nacional de Combate à Corrupção), que acabou não indo adiante.
Nesse período, foram coletadas sugestões de chefes das extintas forças-tarefas da Lava Jato no Paraná, no Rio e em São Paulo, e da Greenfield no Distrito Federal.
Apesar de a resolução que institui o Gaeco estar valendo, ainda não houve decisão de Gonet sobre quem será o coordenador da equipe. Caberá ao procurador-geral da República escolher essa pessoa, que será aprovada pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal.
O PGR poderá destituir esse coordenador, também mediante votação do conselho.
Os demais integrantes serão escolhidos após a abertura de um edital que chamará interessados para o posto. Entre os critérios de escolha estarão a experiência em enfrentar crime organizado e “conhecimento teórico, prático e capacidade para o trabalho em equipe”.
José Marques/Folhapress
Deputada propõe que trabalhador consiga sacar todo FGTS em caso de calamidade
A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) apresentou uma emenda para incluir na medida provisória que libera R$ 12 bilhões do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) a possibilidade de que o trabalhador possa sacar 100% dos recursos caso seja afetado por alguma calamidade.
Hoje, o chamado Saque Calamidade tem valor máximo de R$ 6.220 de cada conta de sua titularidade no FGTS, desde que haja saldo disponível. O recurso é liberado por motivo de necessidade pessoal, urgente e grave decorrente de desastre natural que tenha atingido sua residência, após declaração oficial da Defesa Civil do município.
A emenda da deputada altera a lei do FGTS para incluir que o valor máximo que poderá ser sacado em decorrência de desastre natural será integral “caso o trabalhador comprove que os danos sofridos comprometeram sua subsistência ou habitabilidade”.
Na justificativa, a parlamentar cita os frequentes desastres naturais sofridos pelo país, como enchentes, secas, deslizamentos de terra e tempestades, “que causam destruição e prejuízos severos a milhares de trabalhadores e suas famílias.”
Zanatta argumenta que a limitação de valor do saque não atende adequadamente às necessidades urgentes da população afetada. “A liberação total do saldo do FGTS em situações de calamidade permitirá que milhares de brasileiros reconstruam suas casas, adquiram bens essenciais e superem dificuldades financeiras em um momento crítico.”
Danielle Brant/Folhapress
Ações de big techs sobem 57% em 14 meses; veja se vale a pena investir e como fazer
As ações das oito principais empresas de tecnologia se valorizaram em 57% desde o início do ano passado até a última sexta-feira (7). O grupo inclui Apple, Nvidia, Microsoft, Google, Meta, Amazon, Tesla e Netflix.
Como essas companhias já estão supervalorizadas, analistas divergem se é o melhor momento para investir no sucesso delas, mas avaliam que os ativos continuam a ser uma boa aposta no longo prazo.
Os brasileiros têm três principais caminhos para ir às compras de títulos no exterior. Uma é adquirir os chamados BDRs (recibos de depósitos brasileiros) —certificados negociados no Brasil de ações de empresas estrangeiras. Outra é usar uma carteira internacional, como Wise ou Nomad, para negociar os papéis com uma corretora sediada nos Estados Unidos. A última é comprar uma participação em um ETF (fundo negociado em Bolsa), que é um consórcio de investidores ancorado no valor de uma ação ou índice.
O interessado, antes de investir, deve considerar que as ações de empresas de tecnologia são ativos de risco mais elevado. Uma das empresas mais valiosas do mundo, a Nvidia, por exemplo, começou o ano com papéis negociados a US$ 195,95 (R$ 1.126,38), e, na última sexta (7), caiu a US$ 120 —uma desvalorização de 40%, em três meses.
Existem também riscos macroeconômicos na indústria da tecnologia, como os juros em patamar alto para os Estados Unidos e a imprevisibilidade do governo de Donald Trump. “Por enquanto o mercado apenas bonificou os ativos do setor pela expectativa de menos regulação, mas não calculou as perdas de natureza mais protecionista e bélica do presidente americano”, afirma Thomas Monteiro, analista-chefe da plataforma de dados financeiros Investing.com.
Além disso, a Netflix, a Amazon e a Tesla optam por reinvestir seus lucros e não pagam dividendos aos acionistas.
O investidor ainda precisa observar que lidará com câmbio, já que as ações têm seu preço definido em dólar.
COMO USAR CARTEIRA INTERNACIONAL
Hoje, o mercado de serviços financeiros oferece ferramentas como as carteiras globais que permitem manter depósitos em diversas moedas. Trata-se de um arranjo corporativo com sede no Brasil e em outros países, no qual uma única equipe administra as remessas internacionais sob regulação do Banco Central. Dessa forma, as taxas se barateiam.
Algumas opções disponíveis são as fintechs Avenue, Nomad, Wise, e as carteiras globais do C6 Bank, da XP e do Nubank (montada em cima da infraestrutura da Wise).
Essas carteiras fazem parcerias com corretoras americanas para facilitar o acesso aos ativos financeiros lá disponíveis. “O cliente acessa uma série de produtos listados nos Estados Unidos, como ações, ETFs e também títulos de renda fixa”, afirma Paula Zogbi, gerente de pesquisa da Nomad.
As opções ainda são mais diversas na compra direta com corretoras americanas. O mercado financeiro dos Estados Unidos oferece acesso a cerca de 8.000 ativos, contra 850 BDRs listados na Bovespa.
Além disso, as corretoras americanas vendem recibos similares aos BDRs (os ADRs, american depositary receipt) de empresas listadas em outros países, a exemplo da Volkswagen (listada em Frankfurt na Alemanha) e da Tencent (listada em Hong Kong).
Monteiro, da Investing.com, afirma que a compra direta de uma corretora no exterior é uma forma de proteger o investimento de uma possível desvalorização do real, mesmo que seja necessário pagar algumas taxas como IOF (imposto sobre operações financeiras).
“O movimento natural do real em relação ao dólar ao longo de dez anos é a desvalorização, que a gente pode ver desde o dia que o real foi implementado até hoje, apesar de algumas flutuações de curto prazo”, afirma Monteiro.
A proteção contra essa tendência é chamada, no mercado, de dolarização do patrimônio —converter os ativos de valores em real para valores em dólar.
Tirar os ativos do Brasil também exime o investidor, por ora, do imposto de renda, que varia entre 7,5% e 27% ao ano para os investimentos de valores acima de R$ 1.903,99. Essa fatura, entretanto, será cobrada quando a pessoa trouxer os valores de volta ao país.
QUANDO BDRS PODEM COMPENSAR
A depender da conjuntura, o real pode ganhar força diante do dólar. Nesse caso, o BDR protegeria o investidor brasileiro da desvalorização da moeda americana, diz o analista de renda variável da W1 Capital, Tales Barros.
Quem já investe no Brasil também pode adquirir o BDR mais facilmente. Com poucos cliques, é possível comprar o recibo no site da B3, diz Monteiro, da Investing.
Entre as 850 empresas cujos papéis são negociados de forma indireta no Brasil estão gigantes da tecnologia como Microsoft e Meta. As empresas usam a ferramenta para ampliar a sua presença no Brasil, afirma a B3.
Por outro lado, o mercado de BDRs tem menos circulação de ativos do que a bolsa americana, o que pode dificultar a venda dos recibos.
Além disso, o BDR é um serviço oferecido pela B3 mediante o pagamento de uma taxa que varia entre 3% e 5% dos valores recebidos em dividendos ou negociação de ativos. Cada pagamento de dividendo da ação também será taxado com o imposto de renda americano, com alíquota de 30%, uma vez que terá de haver uma remessa internacional para efetuar o pagamento.
Zogbi, do C6 Bank, argumenta que o BDR foi um mecanismo financeiro para permitir acessibilidade ao mercado de ações internacionais. “Mas agora o cliente pode investir na Bolsa americana completa com poucos cliques, sem precisar abrir uma conta em uma corretora no exterior.”
O QUE SÃO OS ETFS E COMO COMPRÁ-LOS
A outra opção é investir nos ETFs, fundos de investimento organizados para replicar os resultados de um índice (como a performance da Bolsa de tecnologia Nasdaq) ou de uma ação específica.
A B3 vende cotas em parte desses fundos. Há, porém, uma variedade maior de produtos à venda na Bolsa americana, em que o acesso pode ser feito com carteiras globais.
Embora os ETFs sejam desenhados para reproduzir os resultados de uma ação ou índice, na prática, os resultados ficam ligeiramente abaixo, seja por razões de liquidez no mercado financeiro ou pelos custos administrativos do fundo (em geral, mais baixos do que os de um fundo normal que procura oportunidades diversas de ganho).
A vantagem dos ETFs em relação à compra de ações é o preço menor da cota em relação ao papel individual da empresa, o que abre mais possibilidades de diluir riscos, diversificando os ativos.
Uma ação da Meta, por exemplo, custa, hoje, mais de R$ 3.700, enquanto há cotas em ETF sendo vendidas por cerca de R$ 100.
Na comparação com os fundos tradicionais de investimento, além do menor custo de administração, os ETFs oferecem mais transparência, por terem de reportar resultados, com mais frequência, aos reguladores (no Brasil, a CVM).
Pedro S. Teixeira/Folhapress
Filiações em massa no PT geram questionamento e pedidos de impugnação
Uma corrida do PT por novos filiados, que poderão votar nas eleições para escolha das novas direções da legenda no meio do ano, vem gerando questionamento internos e suspeitas de inchaço artificial.
O prazo para fazer parte do colégio eleitoral encerrou-se em 28 de fevereiro, com saldo de 341.315 novos filiados, ou aumento de 13%. São agora 2,94 milhões de petistas registrados.
Quase 10 mil destas novas filiações, no entanto, já foram contestadas internamente em diversos municípios. O número deve subir até o prazo final para os pedidos de impugnação, em 15 de março.
A decisão sobre validar ou não essas filiações cabe aos diretórios estaduais, com possível recurso ao diretório nacional.
Um dos que têm externado as críticas é Valter Pomar, da corrente interna Articulação de Esquerda. Ele aponta crescimento suspeito de filiados em diversas cidades, incluindo locais em que o PT registrou resultados eleitorais fracos no ano passado e tem pouca força política.
“É muito comum que se filie com um único objetivo: que os novos filiados compareçam para votar na eleição das novas direções partidárias”, afirma ele, em texto distribuído por ele dentro e fora do partido. Pomar diz que apresentará novos pedidos de impugnação até o final do prazo.
Integrantes da Construindo um Novo Brasil, corrente majoritária da legenda, também admitiram reservadamente ao Painel desconforto com sinais de inchaço artificial.
Em algumas cidades, houve uma explosão na proporção de filiados. A recordista é Pedra Branca (CE), com crescimento de 298%. Outros saltos expressivos ocorreram em Viseu-PA (277%), Icó-CE (270%), Maceió (160%) e Maricá-RJ (111%).
A própria fixação do prazo de filiação para o final de fevereiro, seis meses antes da eleição, gerou polêmica. O período mínimo estabelecido pelo estatuto do PT era de um ano, mas isso foi modificado por reunião do diretório nacional em dezembro.
Novo presidente interino do partido, o senador Humberto Costa (PE) afirma que o número de filiações e de pedidos de impugnação está “dentro do razoável”, e que o PT tem instâncias para apurar todos os casos.
“Questionamentos podem ser feitos normalmente, e o partido fará a análise dos casos objeto de impugnação. É importante lembrar que não existe impugnação coletiva, cada caso tem de ser justificado”, afirma Costa. Segundo ele, cerca de 30% das filiações questionadas até agora estão em Alagoas.
“Há casos em que o partido recebeu muitos filiados numa cidade porque venceu a eleição para prefeito no ano passado, então isso passou a ser um atrativo”, afirma.
O senador diz ainda que a redução do prazo de filiação para seis meses para novos integrantes votarem foi uma forma de adequar as regras internas à legislação eleitoral. Este é o período exigido para que novos filiados possam se candidatar em um pleito.
Fábio Zanini/Folhapress
Raiva contra Musk provoca onda de ataques a lojas da Tesla, com coquetéis molotov, tiros e tinta
A mulher com o moletom preto entrou no estacionamento de carros da Tesla preparada para causar danos. Ela trouxe quatro garrafas de Smirnoff Ice cheias de gasolina, jogou-as nos veículos elétricos estacionados ao redor da concessionária e observou enquanto eles queimavam.
Ao longo de 13 dias, começando em 29 de janeiro, segundo registros judiciais, Lucy Grace Nelson fez várias visitas a pátios de carros da Tesla em Loveland, Colorado. Em uma delas, ela pichou a palavra “Nazi” em preto sob a placa de entrada da concessionária, segundo documentos do tribunal, e em outra, ela acendeu um coquetel molotov perto de uma Tesla Cybertruck. Ela também teria usado spray vermelho para escrever uma mensagem nas portas de entrada da concessionária: “F— Musk”. O advogado de Nelson se recusou a comentar sobre o caso.
Desde a posse do presidente Donald Trump, mais de uma dúzia de atos violentos ou destrutivos foram direcionados às instalações da Tesla, segundo documentos judiciais, fotografias de vigilância, registros policiais e reportagens da mídia local analisadas pelo The Washington Post. Os incidentes ocorrem enquanto Elon Musk ascendeu à proeminência como o apoiador mais conhecido de Trump e como um provocador conservador por si mesmo. A ira dirigida ao bilionário da tecnologia online tem se derramado cada vez mais para a vida real, com vandalismo direcionado às vitrines da Tesla, estações de recarga e veículos.
Em março, vários supercarregadores da Tesla em um centro comercial em Littleton, Massachusetts, foram incendiados. Vândalos em Maryland também picharam “No Musk” em um prédio da Tesla, ao lado de um símbolo semelhante a uma suástica. Em fevereiro, um homem armado com uma arma semiautomática estilo AR disparou contra uma vitrine da Tesla em Salem, Oregon. Apenas algumas semanas antes, investigadores dizem que o mesmo homem atacou a mesma concessionária, jogando coquetéis molotov nos carros da Tesla e pela janela da loja. Ele causou danos estimados em 500 mil dólares, segundo documentos judiciais.
A destruição agrava os problemas de uma montadora já em dificuldades. Suas ações caíram mais de 35% desde a posse de Trump, e no ano passado, a empresa sofreu sua primeira queda nas vendas anuais em mais de uma década. Na Alemanha, as vendas de carros da Tesla despencaram 76% em fevereiro em comparação com o ano anterior, de acordo com números divulgados na quarta-feira. E alguns proprietários expressaram arrependimento por ter comprado um carro que agora consideram um símbolo da política de extrema direita, um afastamento radical da consciência ambiental que ele um dia representou.
Ross Gerber, um investidor de longa data da Tesla e crítico de Musk, disse que os relatos de destruição contra vitrines, carros e supercarregadores da Tesla podem criar um “efeito de intimidação”. Os clientes “podem não querer se associar… com Elon e lidar com o vandalismo”, disse ele.
A empresa do bilionário não é estranha à ira pública. No ano passado, a fábrica da Tesla perto de Berlim ficou sem energia depois que um grupo ambientalista de esquerda, o Volcano Group, assumiu a responsabilidade por incendiar um poste de eletricidade perto da planta. Meses depois, cerca de 800 ativistas ambientais tentaram invadir a mesma fábrica. Alguns funcionários e investidores começaram a falar sobre Musk, preocupados que sua aliança com Trump esteja prejudicando irreparavelmente a reputação e a missão da empresa de construir um futuro mais sustentável.
Mas a posição política de Musk desde que Trump assumiu o cargo aumentou as visões polarizadas sobre ele. Ele forjou relacionamentos com políticos de extrema direita na Europa e fez um gesto semelhante a uma saudação nazista. Manifestantes se reuniram em frente às vitrines da Tesla em todo os Estados Unidos para protestar contra os cortes dramáticos que Musk fez no governo federal através do serviço U.S. DOGE.
“Seja politicamente motivado ou não, o incêndio criminoso e a destruição de propriedade não são a maneira de expressar seu ponto de vista”, disse Matthew Pinard, chefe de polícia de Littleton, onde vários carregadores da Tesla foram incendiados nesta semana.
Musk e a Tesla não retornaram os pedidos de comentário. Em resposta a uma foto postada nas redes sociais de um supercarregador pichado com a palavra “Nazi” no mês passado, uma conta oficial da Tesla nas redes sociais disse que a empresa “processará por vandalismo nos Superchargers”.
TESLA QUEIMADO
Adam Choi e sua esposa estavam saindo da igreja na manhã de domingo em Brookline, Massachusetts, quando notaram que seu Tesla havia sido vandalizado com um adesivo de Musk em sua agora notória pose de braço erguido. Choi, de 37 anos, avistou o suspeito de vandalismo do outro lado do estacionamento e tirou seu celular.
“Por que você acha que tem o direito de fazer isso?” disse Choi no vídeo, compartilhado com o Post.
“É a minha liberdade de expressão”, disse o homem antes de sair andando de bicicleta. Choi chamou o Departamento de Polícia de Brookline, que desde então identificou o homem, mas ainda não fez uma prisão.
Em resposta ao vídeo de Choi, compartilhado pela polícia de Brookline no X, Musk comentou: “Danificar a propriedade dos outros, ou seja, vandalismo, não é liberdade de expressão”, escreveu ele.
Cerca de 30 milhas de distância, em Littleton, na manhã seguinte, uma estação de supercarregador da Tesla em um centro comercial ao ar livre foi coberta com um acelerante e incendiada, disseram policiais. O incidente está sendo investigado como um ato de incêndio criminoso, mas nenhum suspeito foi identificado.
Em outros lugares do país, o vandalismo às vezes tomou um rumo aterrorizante.
Nas primeiras horas do Dia da Posse, um motorista da Tesla que estava carregando seu veículo perto de uma concessionária em Salem, Oregon, viu um homem vestido de preto brandindo o que parecia ser um rifle estilo AR. Ele viu o homem acender um objeto em fogo e jogá-lo em um SUV Tesla vermelho, segundo uma queixa federal.
Enquanto o homem – depois identificado pela polícia como Adam Matthew Lansky – continuava a lançar o que pareciam ser coquetéis molotov em outros veículos estacionados da Tesla, o motorista rapidamente desconectou seu veículo e começou a sair. Segundo a queixa, Lansky deixou cair um coquetel molotov aceso e apontou sua arma para o homem dentro do Tesla.
Em seguida, Lansky jogou uma pedra que quebrou a janela da vitrine e lançou um dispositivo incendiado na loja antes de jogar coquetéis molotov em dois outros veículos e sair, segundo a polícia. Fotos dos danos fornecidas nos documentos judiciais mostram um Tesla queimado, desfeito pelo fogo, e uma janela da loja quebrada. Sete veículos da Tesla sofreram danos com o ataque, sendo um destruído, segundo a queixa.
Algumas semanas depois, Lansky supostamente voltou à mesma concessionária e disparou contra a vitrine e um veículo estacionado dentro da loja. Balas foram recuperadas dentro da loja, em uma área “que seria ocupada por clientes e funcionários durante o expediente”. Lansky foi preso na terça-feira e preso aguardando as acusações e a audiência. O advogado dele não respondeu a um pedido de comentário.
PREOCUPAÇÕES COM A MARCA
Os atos violentos acontecem enquanto Musk atrai controvérsia no cenário nacional. O bilionário costumava ficar longe da política, mais focado em sua missão de criar um futuro mais sustentável com a Tesla e enviar foguetes para o espaço com sua outra empresa, SpaceX. Mas Musk rapidamente ascendeu ao círculo íntimo de Trump neste verão, quando canalizou pelo menos 288 milhões de dólares para ajudar a elegê-lo e outros candidatos republicanos, tornando-se o maior doador político do ciclo.
A política polarizadora de Musk e o vandalismo anti-Tesla estão tendo um efeito negativo sobre a marca, disse Gerber, o investidor da Tesla. “Tudo isso poderia ser facilmente resolvido,” disse ele, “se alguém mais assumisse e comandasse a Tesla.”
Alguns dizem que a grande aposta de Musk em Trump acabará valendo a pena, apesar da atual reação contra a Tesla. Investidores e analistas esperam que a empresa de veículos elétricos se beneficie significativamente da regulamentação simplificada sobre direção autônoma, algo que Musk disse ser crucial para o futuro da empresa.
Dan Ives, chefe global de pesquisa tecnológica da Wedbush Securities, disse que, embora o relacionamento de Musk com Trump tenha criado “grandes preocupações com a marca da Tesla,” no final das contas, isso beneficiará a empresa.
“Algumas dessas questões de distração desaparecerão,” disse ele na quinta-feira em uma nota aos investidores. “A melhor coisa que já aconteceu a Musk e à Tesla foi Trump na Casa Branca, pois isso criará um ambiente de desregulamentação com um roteiro federal autônomo central para a visão estratégica de ouro da Tesla.”
No entanto, autoridades locais de aplicação da lei estão preocupadas que seja uma questão de tempo até que alguém se machuque seriamente devido à violência contra os Teslas. Nelson, que também é listado nos documentos judiciais como Justin Thomas Nelson, é estimado ter causado pelo menos 5 mil dólares em danos na concessionária do Colorado, mostram os documentos.
“Se você gosta ou não de Musk, esta não é a maneira certa de fazer isso,” disse Paul Campbell, superintendente-adjunto do Departamento de Polícia de Brookline. “Todos nós somos adultos e aprendemos desde muito cedo a não mexer em coisas que não nos pertencem.”
Choi, o proprietário do Tesla em Brookline cujo carro foi vandalizado, disse que votou em Trump e é “neutro” em relação ao trabalho de Musk no DOGE. Embora entenda a animosidade contra Musk devido às mudanças agressivas que ele fez no serviço federal, disse que ainda foi “chocante e perturbador” ter seu carro vandalizado em frente à sua igreja.
Ele disse que ama seu Tesla, considerando-o a melhor – e mais barata – opção para um veículo elétrico de qualidade nos Estados Unidos. Mas o incidente no estacionamento da igreja o deixou receoso de dirigir seu carro agora, com medo de que ele seja atacado novamente.
“Eu acho que a motivação do [suspeito] era mandar uma mensagem para Elon.
Folhapress
‘Quem paga essa p… sou eu’: Prefeito do interior baiano expulsa banda por ser impedido de falar em palco em apresentação
O prefeito de Pindobaçu, Davi Menezes (PSD), protagonizou o maior “papelão” durante um show que celebrava o aniversário do município, realizado na noite deste sábado (8), na sede.
Alcoolizado, ele tentou interromper a apresentação da dupla de forró Iguinho e Lulinha. Ao ser contido por um segurança, rasgou a camisa do profissional contratado pela banda, que parou de tocar até que a situação se acalmasse, mas, na sequência, acabou expulsa por Davi Menezes.
Segundo informações que chegaram ao site, o prefeito disse, usando um palavrão, que quem estava pagando o show era ele, e que, por isso, tinha o direito a subir ao palco e usar da palavra.
No final, o locutor do evento, a serviço da Prefeitura, afirmou que a equipe de Iguinho e Lulinha haviam agredido o prefeito, mas um vídeo que circula nas redes sociais revela que aconteceu justamente o oposto.
O Política Livre procurou Davi Menezes em busca de um posicionamento oficial, mas não obteve resposta.
Homem furta viatura da Polícia Militar durante ocorrência de roubo em Arujá, na Grande SP
Um homem assumiu a direção de uma viatura da Polícia Militar e fugiu em Arujá, na Grande São Paulo, na madrugada deste sábado (8).
Os PMs foram chamados para atender uma ocorrência de roubo em uma empresa. No local, eles encontraram um suspeito, que foi abordado. A intenção era verificar se ele tinha alguma relação com o roubo.
O carro em que o homem estava foi então apreendido por apresentar irregularidades administrativas.
Durante a ação, esse homem furtou a viatura e fugiu do local. O carro policial foi encontrado posteriormente —conforme a PM, sem danos.
A reportagem apurou que as câmeras corporais dos PMs foram encontradas dentro da viatura furtada, o que indica que eles não utilizavam os equipamentos presos ao uniforme, como determina o comando da Polícia Militar. Os cassetetes também estavam dentro do automóvel. Questionada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) disse que apura a informação.
A Polícia Militar faz buscas na tentativa de encontrar o suspeito.
A ocorrência foi registrada na delegacia de Arujá. De acordo com a SSP, a Polícia Militar instaurou um procedimento para apurar as circunstâncias do ocorrido.
“O furto da viatura também é alvo da investigação pela Polícia Civil, por meio da delegacia de Arujá, onde a ocorrência foi registrada. O veículo foi recuperado e as diligências estão em curso para localizar o autor, bem como esclarecer os fatos”, afirmou a pasta.
Paulo Eduardo Dias/Folhapress
Homens são detidos com drogas e veículo roubado é apreendido pela PM em Barra da Estiva
Na manhã de sexta-feira (7), policiais militares da Companhia Independente de Policiamento Especializado – Cipe Sudoeste recuperaram um veículo roubado e detiveram dois indivíduos com drogas no município de Barra da Estiva.
Policiais militares realizavam rondas na região, quando visualizaram dois homens, em atitude suspeita, no interior de um veículo, que, em consulta ao sistema, foi constatada a restrição de roubo e solicitada a parada.
Durante as buscas foram encontrados três porções e dois tabletes e meio de maconha, um pé de Cannabis sativa, 26 porções de haxixe, um tablete e 21 trouxinhas de cocaína, embalagens plásticas, uma balança de precisão, um aparelho celular, um caderno de anotações e dinheiro.
Os suspeitos, o automóvel e o material apreendido foram encaminhados à Delegacia que atende à região, para adoção das medidas cabíveis.
Foto: Cipe- Sudoeste
PM prende indivíduos com colete balístico, carregadores e munições de fuzil em São Sebastião do Passé
Policiais militares da 10ª CIPM, em ação exitosa, apreenderam colete balístico, munições, carregadores de fuzil e detiveram sete pessoas na localidade conhecida como KM 2, em São Sebastião do Passé, na noite de sábado (8).
Durante a intensificação de policiamento na região, as equipes visualizaram um homem em movimentação suspeita que, ao avistar a aproximação policial, fugiu. No decorrer do acompanhamento, os militares surpreenderam sete indivíduos, que foram contidos, abordados e, após as buscas, imediatamente presos.
Com eles, foram apreendidos um colete balístico, dois carregadores e 60 munições de fuzil calibre 556.
Os detidos e todo o material apreendido foram direcionados à Polícia Civil, onde a ocorrência foi registrada.
Fonte (s): 10ª CIPM
Ipiaú : Homem é agredido por populares após denúncia de abuso infantil
Na noite desta sexta-feira (8), um homem identificado “, foi agredido por pessoas não identificadas no bairro Nossa Senhora Aparecida, em Ipiaú. Ele é acusado de abusar sexualmente de uma menina de 12 anos. O caso ocorreu em sua residência e gerou grande revolta na comunidade.
De acordo com informações apuradas pelo Ipiaú TV, familiares da vítima registraram a ocorrência na última quinta-feira (6). Após a denúncia, a menina foi encaminhada para a realização do exame de corpo de delito, cujo laudo, divulgado na sexta-feira (7), confirmou os abusos.
Os familiares relataram que Nilton frequentava a casa da vítima sob o pretexto de ser amigo da família. Segundo os depoimentos, uma outra menina que visitava a residência do suspeito teria levado a vítima até a casa dele, onde os abusos teriam ocorrido.
Ainda conforme a denúncia, o acusado oferecia dinheiro à vítima e a ameaçava para que ela não revelasse o crime.
Após a agressão, sofreu fraturas e tentou fugir, mas foi impedido por policiais militares. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié, onde permanece sob custódia. O caso segue sob investigação das autoridades competentes.* Redação Ipiaú TV
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