Centrais organizam protestos por reinvidicações trabalhistas

                                                                      


Sem um aceno do Planalto de apoiar suas reivindicações trabalhistas, as centrais sindicais prometem, a partir da próxima semana, iniciar paralisações para pressionar a presidente Dilma Rousseff e o Congresso.
Entre as reivindicações dos sindicalistas estão a isenção do imposto de renda para PLR (participação dos lucros e resultados) e abono salarial, aumento para os aposentados que ganham valores acima do piso nacional, fim do fator previdenciário e reajuste para os servidores públicos, além da queda nas taxas de juros.
As primeiras manifestações, segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), estão sendo programadas por metalúrgicos do ABC (Grande São Paulo) e de São Paulo.
Até o final do mês, novas ações devem ocorrer em Porto Alegre, Santa Catarina e Manaus, que conta com a participação do setor produtivo.
Dilma, acompanhada do secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho, recebeu, por mais de duas horas, representantes das centrais sindicais nesta quarta-feira. Aos sindicalistas a presidente discursou sobre a desindustrialização no país e prometeu combater a desvalorização do câmbio.
"Ela disse que quem apostar na desvalorização do câmbio vai perder dinheiro. Se for preciso, ela edita uma medida provisória por dia para garantir que não vai ter desvalorização do dólar".
A decisão de Dilma de deixar em segundo plano a pauta trabalhista não agradou a categoria. "Não temos nenhuma resposta e nenhum ponto concreto em relação a pauta [de reivindicações]. Vamos nos mobilizar para pressionar o Congresso e o Executivo", disse o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Artur Henrique.
INCENTIVO
Para o presidente da Força Sindical, a isenção do pagamento do imposto de renda na participação dos lucros é uma forma de distribuir renda e fomentar o mercado interno.
Eles tentaram arrancar um compromisso de Dilma sobre a isenção do IR para PLR, mas ela disse que precisa ouvir a equipe econômica. A ideia dos sindicalistas era incluir isso em uma medida provisória em tramitação no
Congresso. O ministro Guido Mantega (Fazenda) deve receber as centrais para discutir o tema.
"Acho que o governo tem discurso bom, mas é lento", disse Paulinho.
MINISTÉRIO
A indicação de um novo nome para o Ministério do Trabalho não foi tratada no encontro. A pasta está sob o comando do ex-secretário-executivo Paulo Roberto dos Santos Pinto desde a saída de Carlos Lupi (PDT-RJ), em dezembro do ano passado.
Nesta semana, as centrais divulgaram apoio ao nome do deputado Brizola Neto (PDT-RJ) para ocupar o ministério.
Segundo Paulinho, a presidente tem na mesa outros dois nomes: deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) e o secretário-geral do partido Manoel Dias. Hoje, o PDT soltou uma nota informando que não tem resistência a nenhum dos três nomes.
informações Folha.com