EUA acusam Venezuela de ter ameaçado avião militar
Foto: Reprodução/Aeronave militar da Venezuela |
As Forças Armadas dos Estados Unidos acusaram neste domingo, 21, uma aeronave militar da Venezuela de ter sobrevoado “agressivamente” na frente de um avião americano em espaço aéreo internacional. O encontro entre as duas aeronaves ocorreu na sexta-feira, 19, aumentando o clima de hostilidade entre os dois países.
Em comunicado, as Forças Armadas dos EUA informaram que determinaram que “a aeronave de produção russa sobrevoou agressivamente o avião EP-3 (Aries II) a uma distância insegura em espaço aéreo internacional por um período de tempo prolongado, colocando em risco a segurança da tripulação e prejudicando a missão do EP-3”.
A aeronave venezuelana, de produção russa, é a SU-30 Flanker. Já a Venezuela denuncia que a aeronave americana teria ingressado no espaço aéreo venezuelano sem notificar as autoridades aeronáuticas. Segundo a versão venezuelana, a aeronave de inteligência EP-3 foi detectada ainda na manhã da quinta-feira por sistemas de defesa “na região de informação de voo” da Venezuela, “violando a segurança das operações aéreas e tratados internacionais”, segundo comunicado do Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas (CEOFANB).
Assim, a aeronave americana “foi obrigada a abandonar” a área após ser interceptada por dois aviões militares venezuelanos. Apesar do ocorrido, os aviões não colidiram e não há feridos. Documento divulgado pelas Forças Armadas venezuelanas aponta que 76 incidentes similares foram registrados em 2019, o que foi classificado pelo governo como “uma provocação”.
Ainda no comunicado americano, as Forças Armadas do presidente Donald Trump criticaram a administração de Nicolás Maduro. O regime chavista sofre sanções dos EUA, que não reconhece a reeleição de Maduro em 2018 e considera o líder da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente, Juan Guaidó, o governante da Venezuela.
“O regime de Maduro continua a minar leis internacionalmente reconhecidas e demonstra seu desprezo a acordos internacionais que autorizam os EUA e outras nações a conduzir voos de maneira segura em espaço aéreo internacional”. A Rússia também foi alvo de críticas. O presidente Vladimir Putin é o principal financiador do regime chavista, e entre outras medidas, fornece equipamentos e mão de obra militar russa a Maduro.
Em março e em junho deste ano, aviões militares russos pousaram no aeroporto de Caracas com cargas militares e funcionários. Para os EUA, a proximidade entre as aeronaves “demonstra o apoio militar irresponsável da Rússia ao regime ilegítimo de Maduro”.
Estadão Conteúdo
Bolsonaro: ‘Nordeste é minha terra, ando em qualquer lugar do território’
Foto:sac Nobrega/PR- Opresidente Jair Bolsonaro em culto em Brasília |
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo, 21, não temer visitar a região Nordeste devido às críticas que fez na sexta-feira, quando ele chamou a região de “paraíba” e disse que não devia ter “nada” para o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Ele afirmou ainda que o Nordeste é sua terra e que ele pode andar por qualquer lugar do território brasileiro. “A Bahia é Brasil. Sem problemas. Sou amigo do Nordeste, poxa. Se eu tenho um problema no Sul não se fala região Sul, Centro-Oeste e Norte.
Por que essa história? Vocês mesmos da mídia querem separar o Nordeste do Brasil. O Nordeste é Brasil, é minha terra e eu ando qualquer lugar do território brasileiro”, disse. No sábado (20), ele afirmou que os governadores do Nordeste têm ideologia e tentam manipular os eleitores da região por meio de desinformação. Na próxima terça-feira, 23, ele viajará à Bahia para a cidade de Vitória da Conquista onde inaugurará um aeroporto. Questionado por jornalistas se poderia pedir desculpa, ele se irritou. “Ah, meus Deus do céu. Ficaram? Quem ficou ofendido? Quem?”, disse.
Sobre a possibilidade de visitar o Maranhão durante o seu governo, Bolsonaro afirmou que, se tiver um evento, iria. “Devo estar. Se tiver um evento, por que não? Agora, o governo que mais dispensou recursos para o Nordeste fui eu até agora, apesar dos dados e do contingenciamento”, disse. Bolsonaro deu as declarações ao chegar no Palácio da Alvorada após ter participado de um culto evangélico e de ter almoçado em uma galeteria de Brasília. Ele parou para falar com jornalistas e com pessoas que o aguardavam na porta.
Às pessoas, ele perguntou se havia algum Nordestino ali e se algum deles estava chateado com ele. As pessoas responderam negativamente.
Estadão Conteúdo
Nota de Falecimento!
Filhos: Josenilda de Jesus Oliveira, Luzenilda Jesus Oliveira, Josilane Jesus Oliveira, Jesivaldo Jesus Oliveira, Otávio Jesus Oliveira, Marlene Oliveira Bastos, Aurenildo Jesus Oliveira, Roberto Jesus Oliveira e demais parentes comunicam o falecimento da Senhora FRANCISCA MARIA DE JESUS, Conhecida como Chica da Fazenda São José Região do Guloso
O corpo está sendo velado na rua Waldomiro Barreto, 84 Rua da Banca
O sepultamento será as 15 horas desta segunda feira (22) no cemitério Jardim da saudade 2 O Cemitério novo.
Pai desabafa ao ver a filha pedir para morrer após estupro: 'Muito revoltado'
Menina de 5 anos revelou ter sido abusada pelo próprio primo em Cubatão, SP Foto: Arquivo Pessoal |
O homem de 32 anos, suspeito de estuprar a prima de cinco em Cubatão (SP), era amigo de infância do pai da criança, o carpinteiro Janiclecio do Amaral Morais, de 33 anos. Em entrevista ao G1 neste domingo (21), ele afirma que ficou revoltado quando soube do ocorrido.
Os dois foram criados no município de Custódia, em Pernambuco, e viviam sempre juntos. "Fiquei muito revoltado vindo de quem veio. E mais ainda com a justiça, que é muito lenta", desabafa.
Ele conta que, mesmo após o ocorrido, o suspeito entrou em contato com ele para tentar se explicar. "Ele falou que não tinha feito nada disso que estão falando. Daí eu falei: ‘mas, como? Se ela fez exame e deu positivo?’. Depois ele me ofereceu a casa e o terreno para nós não denunciarmos".
O caso é investigado por meio de inquérito policial instaurado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Cubatão. O trabalho de investigação está em andamento e segue em sigilo policial.
Caso é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher de Cubatão, SP Foto: Renan Fiuza/G1 |
Entenda o caso
A mãe da criança, a comerciante Idamari da Silva, de 27 anos, descobriu que o primo aproveitou que ela saiu para pagar uma conta e estuprou a menina. O abuso ocorreu no dia 20 de maio na casa onde ela mora com a filha, no bairro Vila Esperança, mas a criança só revelou o ocorrido à mãe no dia 31 de maio, ao apresentar sangramento nas partes íntimas.
Segundo ela, a menina tentou evitar as agressões ao se enrolar em um lençol, mas ainda assim foi violentada pelo familiar. Idamari havia deixado a filha brincando no quintal de casa, acompanhada do primo. Ela deixou a casa aberta antes de sair e estranhou quando chegou e encontrou o imóvel com as janelas e a porta da frente fechadas, além do fato de a criança estar deitada e enrolada em um lençol.
Após o abuso, a menina passou a apresentar um comportamento diferente. A mãe afirma que ela passou a cortar o próprio cabelo, além de evitar usar roupas femininas. "Ela dizia que não queria ser mulher, que era uma coisa ruim, e eu achei aquilo estranho, então fiquei mais de olho".
A criança, que chegou a pedir para morrer, agora passa por acompanhamento psicológico. "Quando ela me falou que queria morrer foi muito difícil. Fiquei muito mal, não sabia como reagir e por onde começar. Eu nunca pensei que ele fosse capaz de fazer isso, era como um irmão. Ela era ameaçada de morte para não contar. Quero justiça", desabafa a mãe
Criança estava brincando no quintal da casa, no bairro Vila Esperança, quando e mãe saiu para pagar uma conta Foto: Arquivo Pessoal |
Tentativa de negociação
Depois que a criança disse que havia sido abusada, a mãe questionou o agressor a respeito das acusações. "Chamei ele na mesma hora em que ela me contou e perguntei se ele tinha realmente feito aquilo tudo. Ele negou, se prontificou a ir comigo na delegacia no dia seguinte para esclarecer as coisas, mas, no outro dia, ele mudou dizendo que tinha ido para Minas Gerais a trabalho".
Após fugir, o suspeito chegou a entrar em contato com Idamari através de mensagens de texto. Um dos registros mostra que ele tentou negociar com a prima para que as queixas fossem retiradas, chegando a oferecer uma casa e um terreno em Cubatão.
"Ele me ofereceu casa, terreno, até me ameaçou, dizendo que eu deveria retirar as queixas para poupar minha vida, mas ele sumiu quando viu que eu não ia desistir. Eu sei onde ele está, parentes já comentaram comigo, e a polícia não faz nada. Só queremos justiça e que ele vá preso, é um trauma horrível", finaliza.
Sem atuar após saída de Cuba do programa Mais Médicos, médica vende churrasco na BA para se manter: 'Trabalho honesto'
Sem atuar após saída de Cuba do programa Mais Médicos, médica vende churrasco na BA para se manter Foto: Arquivo pessoal |
No Brasil há quase três anos, a médica cubana Maydelkis Ferrer tem vendido espetinho de churrasco para conseguir se manter, depois da saída dos profissionais do país no Programa Mais Médicos.
Maydelkis é natural da cidade de Morón, que fica na província Ciego de Ávila, em Cuba. Hoje, ela mora em Jacobina, no norte da Bahia, e não pretende ir embora do Brasil. A médica se casou com um baiano no ano passado, com quem divide a vida e a nova ocupação.
"Prefiro fazer um trabalho honesto do que ficar parada, sem roubar ninguém e pagando minhas contas. Eu vendo espetinho com meu esposo até conseguir um emprego melhor. E também conto com a ajuda de minha sogra", contou ela ao G1.
Ela lembra que quando chegou em terras brasileiras, em agosto de 2016, passou cerca de 60 dias em Brasília, em acolhimento pelo programa Mais Médicos.
"Eu esperei também a documentação com a Polícia Federal para ter uma estadia legal no país. Logo fui estabelecida na Bahia, no município de Jacobina. Eles [governo] nos colocaram no local em que íamos a trabalhar".
A médica conta ainda que trabalhou junto com outras quatro cubanas, em várias unidades de saúde da cidade, inclusive substituindo médicos brasileiros quando eles saíam de férias.
"Passei todo o tempo de duração do programa aqui [Jacobina]. Trabalhei em seis postos de saúde no município, prestando ajuda quando os médicos saíam de férias, mas sem abandonar o meu posto", disse.
Adaptada na cidade, Maydelkis lembra que não foi difícil se adequar ao local. Para ela, os baianos são receptivos.
"Jacobina é uma cidade muito acolhedora. Aqui eu tenho muitas amizades que me apoiam. Parece muito com Cuba esta área. Logo em um ano [de chegada na cidade], eu conheci a pessoa que hoje é meu esposo. Começamos a namorar, até que ficamos noivo e casamos", relembra.
Médica cubana casou com baiano durante estadia no Brasil por conta do programa Mais Médicos Foto: Arquivo pessoal |
Apesar da hospitalidade baiana, a médica fala também sobre o preconceito que os profissionais cubanos sofreram, além dos ataques de xenofobia.
"Ainda temos que escutar de muitas pessoas, nas redes sociais, que muitos de nós cubanos que estávamos no programa não éramos médicos. Inventavam que éramos enfermeiros ou veterinários em Cuba. Muitos comentários absurdos, mas eu não presto ouvidos a essas coisas. Sou uma pessoa que vou para frente sem escutar comentários que me deixem abatida", disse ela.
Revalida
Depois que o governo de Cuba decidiu sair do programa em novembro de 2018, citando "referências diretas, depreciativas e ameaçadoras" feitas pelo presidente Jair Bolsonaro – eleito na época –, Maydelkis chegou a voltar para seu país.
"Eu fui à Cuba e pedi minha liberação de saúde, aí eu voltei ao Brasil para continuar minha vida como tinha programado. Só não deu certo a questão do emprego, que prometeram dar trabalho para nós, para todos os médicos cubanos que ficassem, e não aconteceu assim. Ainda não tem um projeto para a gente, não colocam data para fazer o Revalida", pondera.
O Revalida é o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos, que médicos brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil, que tiveram diploma de graduação em instituições estrangeiras, precisam fazer para terem a graduação reconhecida.
"A gente procura trabalho porque tem o diploma de médico, só que aqui tem que fazer o Revalida. Não podemos exercer [a profissão], e não encontramos trabalho porque as pessoas ficam com vergonha de contratar um médico em uma loja, uma farmácia", lamenta.
Enquanto segue trabalhando como ambulante, Maydelkis mantém a esperança de voltar a trabalhar como médica no Brasil.
Maydelkis durante atendimento à população de Jacobina — Foto: Arquivo pessoal |
"O governo brasileiro diz que está aguardando uma medida provisória para regularizar os médicos cubanos pela parte jurídica. Eu acho que logo que vai ter uma proposta de trabalho para nós, tenho fé que vamos voltar a trabalhar", disse.
Diretor do Inpe nega acusações de Bolsonaro, reafirma dados sobre desmatamento e diz que não deixará cargo
Diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Magnus Osório Galvão Foto: TV Vanguarda/Reprodução |
O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Magnus Osório Galvão, rebateu as críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, que acusou o órgão de pesquisa de mentir sobre dados de desmatamento e de estar "agindo a serviço de uma ONG". Disse também que não deixará o cargo.
"Fazer uma acusação em público esperando que a pessoa se demita. Eu não vou me demitir", afirmou Galvão.
As acusações de Bolsonaro foram feitas na sexta-feira (19), durante café da manhã com jornalistas estrangeiros. Neste sábado, Galvão se defendeu em entrevista ao site do jornal "O Estado de S.Paulo". Procurado pela TV Vanguarda, afiliada da Globo, ele reafirmou as críticas. Veja a seguir um resumo do que disseram Bolsonaro, na sexta, e Galvão à TV Vanguarda, neste sábado.
Acusações de Bolsonaro
"A questão do Inpe, eu tenho a convicção que os dados são mentirosos, e nós vamos chamar aqui o presidente do Inpe para conversar sobre isso, e ponto final nessa questão."
"Mandei ver quem está à frente do Inpe. Até parece que está a serviço de alguma ONG, o que é muito comum."
"Se for somado o desmatamento que falam dos últimos 10 anos, a Amazônia já acabou. Eu entendo a necessidade de preservar, mas a psicose ambiental deixou de existir comigo."
Bolsonaro fez referência a dados que o Inpe havia divulgado na quinta-feira (18), sobre o atual estado do desmatamento na Amazônia. Procurado pela TV Globo, o Palácio do Planalto disse que não vai se manifestar sobre o assunto.
Respostas de Galvão
"Esses dados sobre desmatamento da Amazônia, feitos pelo Inpe, começaram já em meados da década de 70 e a partir de 1988 nós temos a maior série histórica de dados de desmatamento de florestas tropicais respeitada mundialmente."
"Tenho 71 anos, 48 anos de serviço público e ainda em ativa, não pedi minha aposentadoria. Nunca tive nenhum relacionamento com nenhuma ONG, nunca fui pago por fora, nunca recebi nada mais do que além do meu salário com o servidor público."
"Ao fazer acusações sobre os dados do Inpe, na verdade ele faz em duas partes. Na primeira, ele me acusa de estar a serviço de uma ONG internacional. Ele já disse que os dados do INPE não estavam corretos segundo a avaliação dele, como se ele tivesse qualidade ou qualificação de fazer análise de dados."
'Piada de um garoto de 14 anos'
Galvão disse ainda que respeita o presidente Bolsonaro como um representante eleito, mas criticou seu comportamento. "Sou republicano e [acredito] que ele tem várias propostas que vão em benefício do país, mas ele tem tido realmente comportamento que não respeitam a dignidade e liturgia da Presidência".
"Principalmente quando ele tem essas entrevistas com a imprensa ou mesmo em outras manifestações, ele tem um comportamento como se estivesse em botequim. [...] Ou seja, ele fez acusações indevidas a pessoas do mais alto nível da ciência brasileira, não estou dizendo só eu, mas muitas outras pessoa", afirmou Galvão. "Isso é uma piada de um garoto de 14 anos que não cabe a um presidente da república fazer."
O Inpe disse em nota que sua política de transparência permite o acesso completo aos dados e acrescentou que a metodologia do instituto é reconhecida internacionalmente. "O Inpe teve um papel fundamental na utilização de satélites para imagem de sensoriamento remoto. O Brasil foi o terceiro país no mundo a usar imagens do satélite landsat, método desenvolvido pelo Inpe. Todos os nossos métodos são desenvolvidos pelo Inpe".
O pesquisador também defendeu seu histórico como cientista e as escolhas feitas pelo ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações para cargos de pesquisa, como o que ocupa na diretoria do Inpe. "O presidente Bolsonaro tem que que entender que eu sou um senhor de 71 anos, professor titular da Universidade de São Paulo, membro da Academia Brasileira de Ciências, fui presidente da Sociedade Brasileira de Física durante 3 anos, membro do Conselho Científico da Sociedade Europeia de Física durante 3 anos".
"Todos os diretores dessas unidades de pesquisa não são escolhidos por indicação política ou por que o pai deles quis dar um filé mignon pra eles. Eles são escolhidos por uma comitê de busca nomeado pelo governo, por 5 especialistas de renome nacional, tanto na área científica quanto na área tecnológica", reiterou.
Galvão também disse que é preciso defender quem "trabalha bem para o governo", e citou o ministro de Ciências, Marcos Pontes. "Ele sempre manifestou que as questões do desmatamento e das mudanças climáticas são questões cientificas e não políticas. E têm que ser tratadas cientificamente, e ele sempre mostrou grande respeito pelo Inpe", afirmou.
"No entanto, o ministro Ricardo Salles vem atacando, desde o começo do ano, os dados do Inpe. Realmente não sei com que intenções. Algumas pessoas dizem que ele tem intenção de transferir esse trabalho feito pelo Inpe para empresas privadas. Não sei se é verdade, porque ele aparentemente desmentiu."
O diretor do Inpe afirmou que, antes da polêmica com o presidente, havia enviado um ofício ao ministro Pontes, propondo que fossem abertos canais de comunicação para esclarecer sobre esses dados e criar ferramentas para que o governo pudesse usar essas informações de forma mais clara e transparente.
Sem autoritarismo da Executiva, PDT teria a segunda maior bancada do Senado
Lasier Martins, Telmário Mota, Major Olímpio, Reguffe e Marcos Rogério deixaram o PDT após rusgas com a Executiva. Fotos: Senado |
Habituado a expulsar membros que votam contra a ideologia do comando do partido, o PDT poderia ter a segunda maior bancada do Senado se tivesse mantido os filiados. Ao todo seriam nove senadores incluindo os recém-eleitos Major Olímpio, que foi para o PSL, e Marcos Rogério, agora no DEM, que foram “enxotados” pela executiva do PDT. Há diversos casos de senadores que deixaram o PDT após rusgas com o partido como Antonio Reguffe, Lasier Martins e Telmário Mota. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Antonio Reguffe (DF) está sem partido desde que deixou o PDT, em 2016, e Lasier Martins (RS) trocou o PDT pelo Podemos este ano.
O senador Telmário Mota (RR) foi expulso do PDT por apoiar e votar a favor da PEC do Teto de Gastos Públicos. Agora está no PROS.
Na Câmara, o PDT cresceu e tem 28 deputados, mas a executiva faz força para perder os oito deputados a favor da nova Previdência.
Fonte: Diário do Poder
Retomar dinheiro de corrupto funciona mais que prisão, diz AGU
O advogado-geral da União, André Luiz Mendonça |
O advogado-geral da União, André Luiz Mendonça, afirmou que recuperar dinheiro de corrupção ainda é muito difícil no Brasil e no mundo. Mas ressaltou que devolver os valores aos cofres públicos funciona mais do que simplesmente mandar a pessoa para a prisão. “Porque na cadeia, depois de um tempo, ela [a pessoa condenada] pode sair e usufruir daquele patrimônio. Recuperando o dinheiro, você tira todo um estímulo à prática da corrupção.”
Em entrevista à jornalista Roseann Kennedy, para o programa Impressões, da TV Brasil, ele disse que, com a soma do valor a ser devolvido aos cofres públicos nos próximos dois anos e do montante recuperado no ano passado, a expectativa do governo é reaver R$ 25 bilhões, frutos de acordo de leniência. Para o advogado-geral, é muito gratificante trabalhar nessa área “por ajudar o país a ter uma mudança de perspectiva, na cultura de corrupção que, em certo momento, está impregnada no servidor público”.
Apesar de trabalhar num segmento tão árido, André Luiz Mendonça avaliou que não fez inimigos na sua trajetória. “Eu pautei a atividade de combate à corrupção por uma premissa: responsabilidade e respeito às pessoas. Eu vou agir de acordo com a lei. Mas isso não significa que eu preciso criar inimizades ou agir de modo à espetacularizar esse tipo de atuação”, destacou.
Na entrevista, o advogado-geral da União, que também é pastor, falou das ações religiosas que ainda consegue desenvolver. Destacou a importância de agradecer a Deus e de o ser humano saber que saber que é passageiro. “Padre Antônio Vieira tinha uma frase mais ou menos assim: pó que está em pé não se esqueça que serás pó deitado. Então, a gente é passageiro por aqui e vai levar o que foi capaz de construir de bom para as pessoas”, refletiu. (ABr)
Roseann Kennedy: Entre os pilares de sua atuação na AGU, o senhor coloca o combate à corrupção e a recuperação de ativos. Ainda é muito difícil recuperar o dinheiro da corrupção no Brasil?
André Luiz Mendonça: Não só no país como no mundo. Um dos grandes desafios é criar mecanismos eficientes para recuperação de valores desviados. Porque a pessoa que pratica corrupção tem, desde o nascedouro da prática, a intenção de ocultar o patrimônio desviado do Erário. Ou seja, a lavagem de dinheiro, a inserção de bens no nome de pessoas laranjas, de empresas fictícias. A Convenção da ONU coloca que esse é um princípio fundamental, do combate à corrupção à recuperação de valores. Porque, se você tiver mecanismos eficientes para recuperar esse dinheiro, você desincentiva, muitas vezes, mais a prática da corrupção do que simplesmente mandar a pessoa para a cadeia. Porque na cadeia, depois de um tempo, ela pode sair e usufruir daquele patrimônio. Recuperando o dinheiro, você tira todo um estímulo à prática da corrupção.
Roseann: Neste ano, vocês fecharam acordos de leniência importantes, inclusive o primeiro acordo global, numa ação com os Estados Unidos. Quanto já recuperaram e qual é sua meta?
Mendonça: A nossa ideia é que, somados os próximos dois anos com aquilo que nós realizamos no ano passado, nós tenhamos cerca de R$ 25 bilhões em recuperação de valores, frutos do acordo de leniência. Nós redimensionamos o trabalho do grupo de recuperação. Esse grupo estava com recursos humanos em números insuficientes, para a propositura de ações, bloqueio de bens, para conseguir de fato que os valores retornassem de forma mais célere. A segunda medida que adotamos, nós criamos um grupo específico que está analisando o que é fruto dos acordos de leniência. Então, fazendo links de pessoas envolvidas nos ilícitos, principalmente relacionados à Lava Jato, isso ainda está numa fase de transição. Então, nós tivemos uma melhora significativa, vamos ter uma melhora maior, no futuro.
Roseann: Algumas pessoas pensam assim: “Ah! Estão ajudando bandido quando fecham acordo de leniência?”. Então, qual é a vantagem para o Estado se comparar, por exemplo, a uma ação judicial?
Mendonça: Na ação judicial, nós não abrimos mão de nada, levamos 10, 15, 20 anos e recebemos 15%. Nos acordos, nós fazemos concessões, mas, além de resolver o problema com a empresa que veio a colaborar, ela me traz informações de outras pessoas que praticaram o ilícito. [No caso da] Odebrecht foram mais de 250 pessoas físicas e jurídicas que a empresa trouxe de informação. A Andrade Guttierrez, mais de 200 pessoas físicas e jurídicas. Pessoas que agora eu vou poder ir atrás para buscar mais dinheiro. Segundo, eu saí de indicadores de 15% e fui pra 60, 70, 80%, conforme o caso. Eu consigo mais do que numa ação judicial.
Roseann: Cem por cento é impossível?
Mendonça: Cem por cento vai ser sempre muito difícil. Em algumas ações judiciais, você vai poder ter 100%, mas se você dilui isso no universo de ações judiciais, é um caso em mil, dois mil.
Roseann: Quando o senhor decidiu focar a carreira no combate à corrupção? Foi algum fato específico que o motivou?
Mendonça: Não, acho que foi a condução da história da minha vida funcional. É uma área desgastante em que você e sua família acabam se sujeitando a situações difíceis, de exposição à risco, então quis submergir um pouco. Mas Deus foi me encaminhando, foram vários fatores que foram me levando a isso, mas é uma área que traz muita gratificação para quem é servidor público. Porque é uma possibilidade de você construir e ajudar o país a ter uma mudança de perspectiva, de uma cultura de corrupção que, em certo momento, está impregnada no servidor público. E nós não podemos dizer que está resolvido. Há muito por se fazer. O Brasil ainda está muito aquém nos indicadores relacionados à corrupção. A gente espera que a Lava Jato funcione como um ponto de inflexão. Era uma descida, nós descobrimos e fomos capazes como país de lidar com o problema, como nenhum país do mundo foi capaz. Mas, agora, precisamos avançar. Avançar na questão da corrupção, na transparência pública, numa série de fatores e principalmente em indicadores de governança pública, porque será a melhora conjuntural desses fatores que permitirá ao país dar um salto de qualidade enquanto nação. Os melhores indicadores de governança pública, na América Latina, estão no Chile. Se nós, com a potência econômica que temos, nos aproximarmos do Chile, o país será um dos grandes líderes mundiais em todos os setores. Eu acho que esse é o grande desafio do país, nos próximos anos.
Roseann: Está muito distante?
Mendonça: Nós ainda estamos muito distantes. Estudando esses indicadores, hoje, o país desceu tanto de 2011 a 2017, só retrocedemos menos que países como Moçambique e Síria. Estamos em quarto, quinto lugar no maior retrocesso de 2011 a 2017. Nós precisamos avançar muito, estamos em muitos quesitos cerca de 20 pontos percentuais atrás do Chile. Logicamente que, em quatro anos, nós não vamos estar no nível do Chile, mas talvez em oito, dez anos nós consigamos isso.
Roseann: Quando o senhor estava como corregedor na Advocacia-Geral da União, participou de investigações que geraram a demissão de advogados da União. Criou inimigos?
Mendonça: Não, creio que não. Eu pautei a atividade de combate à corrupção por uma premissa: responsabilidade e respeito às pessoas. Eu não preciso tratar o outro desrespeitosamente. Eu vou agir de acordo com a lei. Mas isso não significa que eu preciso criar inimizades ou agir de modo a espetacularizar esse tipo de atuação. Ela tem que ser uma atuação técnica, muitas das vezes, calada. Ao fazer dessa forma, você ganha a compreensão do outro de que você está fazendo simplesmente o seu trabalho.
Roseann: Teve uma polêmica recente sobre a criação do fundo da Lava Jato. O senhor se manifestou contrariamente a essa ideia, por quê?
Mendonça: Ao saber da forma como havia sido feito o procedimento, explicamos a eles nossa opinião de que, pela lei brasileira, esse dinheiro tinha que ir para o Tesouro, que é a autoridade brasileira responsável por gerir recursos que devem ter uma destinação pública, e que estávamos à disposição para construir uma solução diversa da que eles haviam pensado inicialmente, por melhores que sejam e que de fato eram as intenções deles. No meio do caminho, veio uma ação proposta pela doutora Raquel Dodge [procuradora-geral da República] questionando junto ao Supremo a destinação que havia sido pensada inicialmente. A posição da AGU é sem paixão, nós precisamos dar uma destinação pública. Há um interesse por parte dos atores de dar essa destinação mais específica para a área educacional. O trabalho da AGU é tentar equacionar os interesses. Todos sob a égide do interesse público, porque tem que ser dada uma destinação pública.
Roseann: Tem prazo para fechar esse entendimento?
Mendonça: Há uma expectativa de que, até agosto, a gente consiga. Mas é uma expectativa. O papel nosso na AGU vai ser de tentar ser um facilitador desse processo.
Roseann: Agora uma questão mais pessoal. No primeiro discurso à AGU, o senhor agradeceu bastante a Deus e disse que era um privilegiado? Por quê?
Mendonça: A Deus a gente agradece pela vida. Eu agradeço pela vida, pela saúde, por ter me permitido estar na AGU, ter estudado fora, me preparado para ajudar o país. Esse sempre foi meu compromisso. E agradecer porque Deus constrói a vida da gente e a gente tem que reconhecer. Dentro desse agradecimento a Deus a gente inclui a família, todos aqueles que acreditaram. Eu incluo de modo muito firme a sociedade brasileira, porque é ela que paga os meus salários, que permite eu ter o pão de cada dia, que me permitiu dedicar anos da minha vida me preparando para ter o melhor preparo possível para combater a corrupção e ajudar na construção de políticas públicas. E agradecer a Deus por esse momento que a gente vive de transformação no país. De esperança para o povo brasileiro. Quando a gente tem a dimensão de Deus, a gente tem uma dimensão também de que somos pó. Padre Antônio Vieira tinha uma frase mais ou menos assim: pó que está em pé não se esqueça que serás pó deitado. Então, a gente é passageiro por aqui e vai levar daqui o que a gente foi capaz de construir de bom. É uma luta diária.
Por: Diário do Poder
Polícia Militar forma mais uma turma do "Proerd" em Barra do Rocha.
Fotos: Ascom/55CIPM |
A solenidade teve início ás 10horas, foram certificados 86 alunos da Escola Municipal Aurelice Sinfrônio,e contou com as presenças do Comandante da 55ª CIPM, Major PM Jocevã Lima Oliveira, do Prefeito de Barra do Rocha, o Sr. Luís Sérgio Alves, do Coordenador setorial do PROERD, da Secretária de administração de Barra do Rocha, a Sra.Eliane Regina de Almeida Costa, da Secretária de Educação, a Seª Juliana Barbosa de Andrade Sampaio, além dos instrutores PROERD, Cb Sueli e SD Bulhões, diretores e professores de escolas municipais, pais e amigos de alunos.
A solenidade teve início com a formação da mesa, entoação do hino nacional, tendo seu ápice com a leitura da redação vencedora entre as 86 escritas e o juramento dos formandos.
PM E COMUNIDADE NA CORRENTE DO BEM!
Ipiaú: Gazo Brandão diz que é pré-candidato a vereador em 2020, mas que desta vez não estará no grupo do Ex-prefeito Deraldino Araujo.
Ex-Vereador Gazo Brandão |
O Programa Alerta Cidade da Rádio Ipiaú FM, aprentado por Zé Gomes recebeu o ex-vereador de Ipiaú, Jaldo Coutinho Brandão quinta-feira (18), Na oportunidade Gazo falou que pretende ir para a disputa nas eleições em 2020, embora sua família é contra a sua volta a politica, mas ele diz que vem tentando convencer-los a aceitar pois é sua vontade de voltar a contribuir mais uma vêz com o nosso munícipio e até atendendo aos pedidos de muitos amigos eleitores que vem incentivando sua volta à Câmara de vereadores.
Gazo que sempre esteve ao lado do ex-prefeito Deraldino Araujo em todas eleições que o mesmo foi candidato, disse que não acompanhará o grupo do ex-prefeito, pois o mesmo não foi leal com ele, e que foi prejudicado pelo o ex-prefeito na eleição de 2016, disse ser amigo do mesmo mas politicamente não quer mais aproximação, até porque Deraldino hoje está no DEM, " Eu não estou filiado a nenhum partido político, tenho recebido vários convites e estou analizando alguns, perguntado se Gazo tem preferência por algum grupo Político? ele Respondeu: Sim; a minha preferência é por um grupo aonde não tenha nenhum politico envolvido em corrupção, não vou associar a nenhum político corrupto, Gazo também não discartou ingressar no partido da atual prefeita Maria das Graças Mendonça, disse que já foi convidado, más que continua analizando todos os convites recebidos até o momento.
Quatro bons motivos para comer amendoins todos os dias
@DR |
Por mais que seja considerado por muitos um ‘vilão’ para quem quer emagrecer, o amendoim é um alimento repleto de fibras e um verdadeiro aliado para a manutenção de um corpo saudável, já que oferece uma série de benefícios ao organismo.
Segundo a nutricionista Cyntia Maureen essa leguminosa é rica em gorduras boas como o ómega-3, ajuda a diminuir a inflamação no corpo, protege o coração e contribui ainda para o funcionamento regular do intestino. Além disso, é composta por vitaminas e minerais, incluindo vitamina E e vitaminas do complexo B.
A profissional revela quatro benefícios inesperados de comer amendoins diariamente:
1. Contribui para emagrecer
Por conter uma combinação de três macronutrientes – gordura, proteína e hidratos de carbono – contribui para uma refeição completa. “Ativa o centro cerebral que controla a saciedade e atenua a fome”, explica Cyntia.
2. Reduz o risco de diabetes
De acordo com uma pesquisa publicada no periódico científico Journal of the American Medical Association, ingerir o alimento todos os dias – uma quantidade de duas colheres de amendoins ou de manteiga de amendoim – pode auxiliar na redução do risco de desenvolver diabetes em quase 30%.
3. Ajuda a prevenir o câncer
Devido à presença de algumas substâncias como fitoesteróides, resveratrol, ácido fítico e ácido fólico, a leguminosa pode ajudar na prevenção do câncer de cólon, que é o terceiro câncer mais comum do mundo e um dos mais letais.
4. Protege o sistema nervoso
O amendoim é uma excelente fonte alimentar para garantir a ingestão adequada de vitamina B3, também conhecida como niacina. “O consumo regular dessa substância pode ajudar na proteção contra o desenvolvimento de doenças como o Alzheimer e o declínio cognitivo que se apresenta com o avanço da idade”, finaliza Cyntia.
Neymar não é relacionado para amistoso do PSG na Alemanha
@Reuters- |
Ainda sem a definição de seu futuro, Neymar voltou aos treinos do Paris Saint-Germain na última segunda-feira, mas não estará em campo no amistoso da equipe francesa contra o Nuremberg, da segunda divisão alemã, neste sábado, às 13h30 (de Brasília), na Alemanha. O compromisso faz parte da preparação do time para a próxima temporada.
Por meio de suas redes sociais, o clube francês divulgou a lista dos 23 relacionados para o duelo amistoso, confirmando a ausência de Neymar. o astro brasileiro também não esteve em campo no primeiro jogo preparatório do PSG, também em solo alemão, que terminou em goleada por 6 a 1 sobre o Dynamo Dresden.
Neymar, assim, continua treinando enquanto define seu futuro. Há a possibilidade de o jogador retornar ao Barcelona. O técnico Thomas Tuchel revelou que o brasileiro já queria deixar o Paris Saint-Germain antes da Copa América, mas reforçou o desejo de contar com ele na temporada.
Além do craque brasileiro, o PSG ainda não conta em sua pré-temporada com os jogadores que disputaram a Copa América no Brasil. São os casos dos zagueiros Marquinhos e Thiago Silva, do meia argentino Angel Di María e do atacante uruguaio Edinson Cavani.
Depois do duelo na Alemanha, a equipe parisiense começará uma turnê pela China a partir do dia 24, que será encerrada com a disputa da Supercopa da França contra o Rennes, em 3 de agosto, na cidade de Shenzhen.
Por: Estadão coteúdo
Nova regra tira abono salarial de 12,7 milhões
© Pilar Olivares / Reuters |
A proposta de reforma da Previdência aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados pode cortar o acesso de 12,7 milhões de trabalhadores ao abono salarial. A exclusão atingirá 54% dos 23,7 milhões dos atuais beneficiários do programa, que assegura hoje o valor de um salário mínimo anual aos trabalhadores que recebem, em média, até dois salários mínimos de remuneração mensal de empregadores que contribuem para o PIS/Pasep.
Com a proposta de reforma aprovada na semana passada, que ainda depende de votação em segundo turno na Câmara e mais dois turnos no Senado, o abono será concedido para quem ganha até R$1.364,43 - valor calculado pelo critério previsto na Constituição que define a condição de baixa renda.
Os cálculos foram feitos pelo economista do Daniel Ferrer, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pedido da Federação dos Trabalhadores da Indústria Química e Farmacêutica do Estado de São Paulo. De acordo com o levantamento, em Estados com salários mínimos regionais próprios a exclusão pode alcançar 72% dos atuais beneficiários, como é o caso de Santa Catarina. Em São Paulo, afetaria 70,1% dos trabalhadores que recebem o abono no Estado - o equivalente a 4 milhões de pessoas.
A proposta inicial de reforma enviada pelo governo Jair Bolsonaro ao Congresso limitava o direito ao recebimento do abono salarial aos trabalhadores cuja remuneração mensal média tivesse sido de até um salário mínimo. Na prática a proposta inviabilizava o recebimento do abono para 94% dos trabalhadores atualmente beneficiados, mas o relator da proposta, Samuel Moreira (PSDB-SP), subiu a linha de corte para R$ 1.364,43.
Apesar dos destaques apresentados em plenário na tentativa de remover essas barreiras à concessão do benefício, o texto foi aprovado na Câmara tal como proposto pelo relator, garantindo uma economia de R$ 76,4 bilhões em 10 anos para as despesas do governo.
Para o relator, houve avanços no texto na direção de proteger os trabalhadores de mais baixa renda. "Procuramos melhorar a PEC que recebemos, procuramos promover avanços. Tivemos resultado", disse Moreira. O deputado, porém, defendeu que o abono seja rediscutido pelo governo e os recursos economizados transferidos para programas que atendam à população mais carente.
"Essa é uma das partes nefastas da reforma da Previdência, que exclui milhões de trabalhadores ao direito do abono e, consequentemente retirará o direito de 12,7 milhões de trabalhadores", disse Sérgio Leite, da Força Sindical.
Procurada, a Secretaria de Previdência do Ministério da Economia avaliou que a economia decorrente da maior "focalização" da política do abono pode ser destinada a políticas que realmente estimulam o emprego formal.
O benefício do abono, cujo desenho atual tem origem na Constituição Federal de 1988, visava à complementação de renda dos trabalhadores formais de baixa remuneração, com rendimento médio mensal de até dois salários mínimos. O objetivo declarado da política era o da redução da pobreza e diminuição da desigualdade entre os trabalhadores de mais baixos salários. O poder de compra do salário mínimo na época de sua regulamentação, em 1990, era substancialmente inferior ao do salário mínimo vigente desde 2010. O salário mínimo em dezembro de 2018 tinha poder de compra quase três vezes superior ao vigente em dezembro de 1990.
A consequência direta disso, destaca a secretaria, é que 51,7% dos trabalhadores formais recebiam até dois salários mínimo em 2017 (último dado disponível), ante 27% em 1990. Por outro lado, os trabalhadores formais de rendimento realmente baixos no mercado de trabalho (até um salário mínimo) sempre representam entre 5,5% e 6% dos trabalhadores formais, mesmo nos períodos de maior pujança econômica e baixo desemprego.
Segundo a secretaria, os R$ 16,7 bilhões gastos com o abono em 2017 foram concentrados naqueles que ganharam mais de um salário mínimo por mês. Para o governo, o que a Nova Previdência propõe nada mais é do que reafirmar os objetivos originais da política do abono de redução da pobreza e da desigualdade no mercado de trabalho, só que com mais foco e mais eficiência.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
'Acredito que caminhoneiros não vão fazer paralisação', diz Bolsonaro
@Reuters |
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 19, não acreditar em uma paralisação dos caminhoneiros neste momento. Ele disse que está pronto para continuar conversando com a categoria. Uma nova resolução sobre a política de pisos mínimos do frete rodoviário, publicada nesta quinta-feira (18) pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), foi criticada por alguns representantes dos caminhoneiros, que ameaçam com nova paralisação.
"É um direito de todo mundo fazer greve no Brasil, logicamente algumas classes como a minha, das Forças Armadas, não têm direito. Os caminhoneiros são classe importantíssima para o Brasil. (...) Acredito que caminhoneiros não façam paralisação porque isso atrapalha muito a economia. Reconhecemos a dificuldade na carreira e estamos prontos para continuar conversando mas estamos em um país livre e democrático onde impera o livre mercado. Lei da oferta e da procura", disse.
Bolsonaro afirmou ainda que cabe ao Congresso Nacional "fazer a sua parte" ao cobrar que os parlamentares aprovem o projeto de lei enviado por ele que aumenta de cinco para dez anos a validade da carteira de motorista e amplia a pontuação por infrações de 20 para 40 pontos. "Estamos fazendo o possível para atender os caminhoneiros, com o que já foi anunciado pelo ministro Tarcísio Gomes, ministro da Infraestrutura. Eu mesmo já fiz alguma coisa, falta o Parlamento fazer sua parte", disse.
Para o presidente, os governos do PT erraram ao conceder crédito em excesso para a compra de caminhões, o que levou a uma redução do preço do frete. "Tivemos um problema lá atrás com o PT. O BNDES ofereceu crédito em excesso para a compra de caminhões, cresceu a frota de caminhões assustadoramente e o transportado permaneceu igual. Lei da oferta e da procura. Caiu o preço do frete", disse.
A resolução, que estabelece regras gerais, metodologia e coeficientes dos pisos mínimos referentes ao quilômetro rodado na realização do serviço de transporte rodoviário de cargas, foi aprovada após estudo técnico realizado pela Esalq-Log e processo de consulta pública e entra em vigor no dia 20 de julho.
Segundo a ANTT, a elaboração da resolução teve participação de transportadores autônomos, empresas e cooperativas de transporte, contratantes de frete, embarcadores e diversos outros agentes da sociedade e foram recebidas aproximadamente 350 manifestações, que englobaram cerca de 500 contribuições específicas, analisadas individualmente pela agência. Por: Noticias ao minuto
Carlos Bolsonaro critica evento feito por porta-voz
© Getty Images- O filho do presidente voltou a criticar integrantes do governo |
O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, voltou ontem ao Twitter para criticar integrantes do governo. Na rede social, Carlos disse que os eventos que têm reunido o presidente e jornalistas durante café da manhã são usados pela imprensa para "prejudicá-lo". A agenda é organizada pela equipe do porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, e já foi alvo de críticas públicas do secretário especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten.
"Por que o presidente insiste no tal café da manhã semanal com 'jornalistas'? Absolutamente tudo que diz é tirado do contexto para prejudicá-lo. Sei exatamente o que acontece e por quem, mas não posso falar nada porque senão é 'fogo amigo'. Então, tá, né?! O sistema não parará!", publicou o vereador, depois do primeiro encontro do presidente com correspondentes estrangeiros.
O café da manhã tem sido realizado desde fevereiro, em geral às sextas-feiras. Wajngarten não participa. O porta-voz, sim, inclusive dividindo a mesa com o presidente, ministros palacianos e os jornalistas. Ontem, correspondentes de veículos de imprensa estrangeiros participaram do encontro.
No fim de maio, o chefe da Secom fez críticas públicas ao encontro e disse que ainda pretendia corrigir equívocos na comunicação. "Esses cafés da manhã, que eu herdei, não participei de nenhum ainda, a gente poderia otimizar e diminuir o quórum para o presidente ter contato mais próximo com todos os jornalistas. Entendo que fazer um café da manhã com 12, 14 jornalistas fica muito vazio, não dá para ele interagir e as pautas não têm objetivo", afirmou Wajngarten durante audiência no Senado.
O gabinete do porta-voz assumiu a liderança dos encontros por um vácuo na Secretaria de Imprensa do Planalto. Procurado, Rêgo Barros não quis se manifestar sobre a postagem de Carlos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Secretário do governo diz que Hezbollah atua na América do Sul
@DR-Brasil, Argentina e Paraguai e Estados Unidos vão se reunir para discutir ações contra o grupo |
O secretário-geral dos Negócios Estrangeiros do Brasil disse esta sexta-feira (19) que o Hezbollah tem atividade terrorista na América do Sul e destacou que Brasil, Argentina e Paraguai vão atuar com os EUA para combaterem financiamento ao terrorismo. "Há atividade do Hezbollah na região. Isso é um dado da realidade", afirmou à Lusa Otávio Brandelli, referindo-se ao movimento xiita sediado no Líbano.
Brandelli participou em Buenos Aires da Segunda Conferência Ministerial Hemisférica de Luta contra o Terrorismo em substituição do ministro dos Negócios Estrangeiros, Ernesto Araújo, que se deslocou a Cabo Verde para a reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"O Brasil juntou-se à declaração da Conferência na qual se reconhece que há atividades do Hezbollah na América do Sul. Não queremos que o hemisfério seja um espaço para ação de logística, de financiamento ou de atividades operacionais de qualquer grupo terrorista", explicou.
Durante o encontro, Brasil, Argentina e Paraguai por um lado, associados aos Estados Unidos por outro, estabeleceram um mecanismo de segurança regional para a coordenação dos esforços na luta contra as atividades ilícitas na região e contra as suas vinculações com o crime transnacional e com o financiamento do terrorismo. O mecanismo prevê reuniões semestrais, estando a primeira agendada até ao final deste ano, em Assunção, no Paraguai.
"É um mecanismo de cooperação no modelo '3+1'. Ou seja: Brasil, Argentina e Paraguai + Estados Unidos. O mecanismo já existia, mas não se reunia. Agora foi relançado", anunciou Brandelli.
As autoridades dos Estados Unidos afirmaram que o Hezbollah opera na fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, onde uma economia ilícita em torno do contrabando e do tráfico de drogas e de armas financiaria operações do movimento xiita noutras partes do mundo.
A reunião em Buenos Aires aconteceu em sintonia com a decisão argentina de declarar a organização xiita pró-iraniana Hezbollah como grupo terrorista, um pedido dos Estados Unidos e de Israel, países com os quais a Argentina tem interesses estratégicos, assim como o Brasil.
O Governo argentino ordenou o congelamento de ativos do Hezbollah. A estratégia de asfixiar o grupo pelo lado do financiamento é consequência da criação, um dia antes, de um registro público de pessoas e de entidades vinculadas com o terrorismo.
Até então, a Argentina, assim como os demais países do Mercosul (Brasil, Uruguai e Paraguai), regia-se pela listagem da ONU na qual o Hezbollah não aparece como terrorista.
"Formalmente, o Brasil segue a lista de organizações terroristas das Nações Unidas, mas essa lista é dinâmica. Pode-se trabalhar pela inclusão de outros grupos. Nós não temos uma lista separada da lista da ONU", sublinhou Brandelli.
O mesmo responsável também negou que o Brasil esteja a estudar a hipótese de declarar o Hezbollah como grupo terrorista. "O Brasil tem o seu serviço de inteligência e, no momento oportuno, no foro apropriado, o Brasil pronunciar-se-á", declarou.
No entanto, o MNE brasileiro, Ernesto Araújo, disse esta semana durante a Cimeira do Mercosul que o Governo brasileiro "está considerando" a possibilidade de declarar o Hezbollah como grupo terrorista.
"O pedido não nos foi feito diretamente. É uma proposta que estamos examinando. Depende de várias áreas do Governo", disse em resposta a uma pergunta da Lusa.
Nesta Segunda Conferência Ministerial Hemisférica de Luta contra o Terrorismo em Buenos Aires, o Brasil participou como delegado junto a outros 16 países das Américas.
Na primeira edição da Conferência em dezembro passado, em Washington, o Brasil tinha participado apenas como observador. A próxima reunião será em 17 de janeiro em Bogotá, na Colômbia.
Nos próximos 1 e 2 de agosto, o Brasil organiza a reunião contra terrorismo dos BRICS, bloco que reúne também a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul.
Em Buenos Aires, além do foco sobre o Hezbollah, outros grupos apareceram na lista de riscos para a região: o Sendero Luminoso do Peru e o Exército de Libertação Nacional da Colômbia, que agora atua também na Venezuela.
Apesar de ter estado com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, Otávio Brandelli garantiu que não foi abordado o assunto da potencial indicação de Eduardo Bolsonaro como embaixador brasileiro em Washington.
Por: Noticias ao minuto.
Prefeita visita obra de pavimentação da Rua Roberto Moraes
Fotos: Ascom/Prefeitura de Ipiaú. |
A prefeita Maria das Graças esteve vistoriando, na manhã da ultima sexta-feira (19), a obra de pavimentação e drenagem superficial da Rua Roberto Moraes, no Bairro Popular. O serviço teve início quarta-feira (17) e deverá ser concluída num prazo de aproximadamente quatro meses. No mesmo bairro estão sendo assentados os meios fios das ruas Marília Rocha e Sargento Moreira que posteriormente receberão pavimentação a paralelepípedos.
Os recursos destinados para a execução das três obras totalizam mais de R$ 500 mil e são provenientes do Governo Federal, através de emenda parlamentar do deputado Mario Junior- PP -. Maria aproveitou a ocasião para conversar com alguns moradores do bairro e explicar que muito poderia fazer muito mais, caso os vereadores da oposição não tivessem travado o projeto que visa o calçamento de tantas outras ruas da cidade.
“Beleza Pura”
Entusiasmado com o início da obra, o aposentado Petronilo Francisco Cardoso, 82 anos, disse que finalmente poderá ver sua rua calçada. ” Passamos quase 50 anos só ouvindo promessa, mas somente agora, com dona Maria, teremos melhores condições de vida". Petronilo acrescenta que "nenhum prefeito deu a atenção que a atual gestora vem dando ao Bairro Popular”.
Outro antigo morador da área é seu Deraldo Oliveira dos Santos,80 anos. Em uma frase ele resumiu a importância da obra na Rua Roberto Moraes: “Beleza pura, vai tirar a gente da lama”.
Acompanharam a prefeita nessa visita de supervisão à obra da Rua Roberto Moraes os vereadores Claudio Nascimento, Andréia Novaes, Jô da AABB, Orlando Santos e Robson Moreira, assim como o secretário Henrique Romano, da Infraestrutura, e o Diretor de Obras, Solon Gonçalves, além de outros membros do Governo Participativo. (José Américo Castro/ Dircom Prefeitura).
A maior descoberta das viagens à Lua foi a Terra
Marcelo Casal JrAgência Brasil |
O cancioneiro nacional tem mais de uma dezena de músicas que tratam de temas ligados à epopeia humana no espaço sideral. Vinicius de Moraes e Baden Powell compuseram “O astronauta”, após o soviético Iuri Gagarin ir à órbita da Terra (abril de 1961) e revelar à humanidade que “a Terra é azul”.
O cosmo, os astros e o homem no espaço também mobilizaram Erasmo e Roberto Carlos, que nos tempos da jovem guarda compuseram a homônima “O astronauta”; “O disco voador” e “Na lua não há”. Naves espaciais, a Lua, o Sol, as estrelas, e até seres extraterrestres inspiraram Gilberto Gil (“Lunik 9”); Jackson do Pandeiro (“Cantiga da Perua”); Batatinha (“Foguete Particular”), Jorge Benjor (“O dia que o Sol declarou o seu amor pela Terra”); e Rita Lee (“Alô alô, marciano”), entre outros compositores, cantores e músicas.
Caetano Veloso registra na canção “Terra” (impressa em disco de 1978) o impacto de ter visto “as tais fotografias” do planeta obtidas pela tripulação norte-americana da Apollo 8, ao registrar “o nascer da Terra” - quando o módulo espacial voou na órbita lunar em fins de dezembro de 1968.
Em seu livro de memórias “Verdade Tropical”, Caetano conta como foi ver aquela imagem pela primeira vez. “Um dia Dedé [Gadelha, primeira esposa,] me trouxe uma revista Manchete com as primeiras fotografias da Terra tiradas de fora da atmosfera. Eram as primeiras fotos em que se via o globo inteiro – o que provocava forte emoção, pois confirmava o que só tínhamos chegado a saber por dedução e só víamos em representações abstratas”.
O efeito no compositor, então preso em quartel do Exército em Marechal Deodoro, no Rio de Janeiro, repetiu aquele partilhado por centena de milhões ou bilhão de pessoas que assistiram na véspera do Natal a transmissão via satélite em que os astronautas leram os primeiros dez versos do Gênesis, enquanto pairavam sobre a Lua e faziam imagens do satélite e da Terra.
Naquele instante ou depois, ao ver as imagens em revistas e jornais, a população mundial percebeu como a Terra era pequenina suspensa em imensurável e pacato fundo negro. “Segundo dizia [o astrônomo] Carl Sagan, foi com aquela foto, foi naquele momento, que se percebeu que a Terra está sozinha em um enorme oceano escuro, que a Terra é pequena e de certa forma frágil”, cita o físico e astrônomo Roberto Dell'Aglio, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP.
Para ele, o legado da foto da Apollo 8 foi “florescer a consciência ecológica” e o homem perceber a finitude da Terra. Uma perspectiva até então inédita e que baseou as preocupações preservacionistas e conservacionistas que surgirão a partir dali.
“A maior descoberta da ida à Lua foi a Terra. Ou seja, a partir das viagens, nós obtivemos da órbita da Lua uma visão extraordinária da Terra”, assinala o engenheiro mecânico José Bezerra Pessoa Filho, que trabalhou por mais de 30 anos no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP).
Alunissagens e guerra fria
Viagens espaciais implicaram no desenvolvimento de tecnologia em uso no cotidiano dos humanos NASA/Direitos reservados |
As imagens que comoveram artistas e cientistas, e apresentaram o mundo ao mundo, não foram, no entanto, o maior feito da aventura do homem no espaço. Esse aconteceu em 20 de julho de 1969, um domingo, quando o engenheiro aeroespacial e astronauta Neil Alden Armstrong, então com 38 anos, colocou o pé esquerdo pouco antes da meia noite (horário de Brasília) em solo lunar.
O gesto foi acompanhado das célebres palavras pronunciadas por Armstrong e escutadas em cadeia televisiva: "um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade".
A caminhada de Neil Armstrong e de seu colega Buzz Aldrin, por duas horas e meia, pela superfície da Lua selou a vitória simbólica dos Estados Unidos da América (EUA) sobre a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) na corrida espacial iniciada na década de 1950. As demais alunissagens foram feitas exclusivamente pelos norte-americanos até 1972, em cinco seguintes missões (Apollo 12;14; 15; 16 e 17), e confirmaram a hegemonia alcançada pelo Ocidente.
Até o programa Apollo, da National Aeronautics and Space Administration (Nasa), a corrida espacial era vencida com folga pelos soviéticos. Antes de colocar Gagarin no espaço e inspirar Vinicius de Moraes, a URSS lançou o Sputnik em volta da Terra (1957); enviou a cadela Laika (primeiro ser vivo) à órbita (também em 1957) e fotografou a face oculta da Lua (1959) – onde a sonda chinesa Chang'e-4 posou este ano.
“A intenção dos americanos naquele mundo bipolar era mostrar que eram melhores que o mundo comunista”, comenta Bezerra Pessoa ao lembrar da guerra fria entre EUA e URSS, e que as naves espaciais eram transportadas por foguetes que também podem servir como mísseis de longo alcance, como o foguete R7 que levou o Sputnik à órbita da Terra ou o Saturno 5 que transportou a Apolo 11 ao espaço.
“A ida à Lua tem o contexto da propaganda e do marketing, mas foi fomentado pela questão militar. O contexto era de disputa pela hegemonia no planeta. As missões do programa Apollo são resultado direto da guerra fria”, acrescenta.
Poeira das estrelas
Com o pé esquerdo, o astronauta Neil Armstrong pisou em solo lunar pela primeira vez - NASA/Direitos reservados |
Para a astrofísica Duília Fernandes de Mello, vice-reitora da Universidade Católica da América, em Washington, “a missão Apollo ainda é uma inspiração para todos. Daqui a 500 anos a gente ainda vai lembrar do século 20 como o século que nós pisamos em outro corpo celeste”, declara com entusiasmo científico.
Na opinião de Carlos Augusto Teixeira de Moura, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), o desenvolvimento tecnológico é o maior legado daquele momento. “Havia tecnologia para lançar objetos ao espaço, colocar objetos em órbita. Mas com uma envergadura desse tipo, de ir até outro objeto no universo, orbitá-lo, pousar nesse objeto e retornar foi grande conquista”, declara ainda impressionado pela garantia de segurança, alimentação e sobrevivência das tripulações que desceram na Lua (12 homens no total).
Para além dos meios e modo de fazer alunissagem, às viagens espaciais implicaram no desenvolvimento de tecnologia em uso no cotidiano como a miniaturização eletrônica dos computadores de bordo, hoje em carros e aviões; uso de satélites para transmissão de imagens e informações; o monitoramento e ações a distância (próprio da telemedicina).
Há outras tecnologias mais comezinhas, importantes nas viagens espaciais, e presentes no dia a dia das pessoas comuns, como os tênis com absorção de impacto, as roupas térmicas, a comida desidratada e as refeições embaladas a vácuo.
Em termos científicos, o maior progresso se deu com o exame do material recolhido na Lua. A coleta de um total de 382 kg de rochas, pedra e areia da Lua, feita em seis missões do programa Apollo, ajudou o desenvolvimento da teoria de que a Lua é resultado do choque, no começo da formação do sistema solar, de um corpo celeste do tamanho de Marte com a Terra.
“O resultado dessa colisão foi um monte de partículas que ao longo do tempo foi se aglomerando e daí surgiu a Lua”, resume Bezerra Pessoa Filho. “Nós somos feitos da mesma coisa. Como disse Carl Sagan, somos feitos de poeira das estrelas. Não tem nada especial”, comenta.
“A chegada do homem à lua tem a ver com um determinado momento da construção do conhecimento, em especial com a investigação sobre como evoluiu o sistema solar, como a Terra e a Lua se formaram”, confirma o progresso Roberto Dell'Aglio, da USP.
Programa Espacial Brasileiro
O astronauta brasileiro Marcos Pontes, quando foi ao espaço em 2006 - Nasa/Divulgação |
A corrida espacial gerou interesse do governo brasileiro antes das descobertas das missões Apollo. Em agosto de 1961, menos de 20 dias antes de renunciar, opresidente Jânio Quadros instituiu por decreto o Grupo de Organização da Comissão Nacional de Estudos Espaciais, a pedra fundamental do Programa Espacial Brasileiro. No mesmo dia do decreto, Jânio condecorou o astronauta soviético com a Ordem do Cruzeiro do Sul.
“No final da década de 1950 e começo dos anos 1960, nós vivemos um momento muito promissor no Brasil de desenvolvimento tanto científico quanto tecnológico”, avalia o presidente da AEB. Conforme Teixeira de Moura, “era um momento especial. De um país essencialmente agrícola, começávamos a arranhar a fronteira do conhecimento que era a área espacial”.
Para ele, a chegada do homem à Lua oito anos após a instituição do programa espacial, “foi uma injeção de ânimo grande nas pessoas que viram que elas não estavam apenas fazendo algo como a pesquisa pela pesquisa ou a ciência pela a ciência, mas tinha a possibilidade de participar de investimentos de grande envergadura que teriam influência no nosso cotidiano”.
De acordo com o presidente da AEB, o Brasil passou na década seguinte a “ambicionar” a capacidade de projetar satélites, dispor dos serviços desses satélites e usar os centros de lançamento – a base Barreira do Inferno, fundada em 1965 em Parnamirim (RN); e de Alcântara (MA), inaugurado em 1983 - para essas operações, além de ter um foguete próprio para levar objetos ao espaço.
Segundo especialistas, a ambição do Brasil esbarrou em dois obstáculos. Uma externa e outra interna. A primeira é a diminuta cooperação internacional para realizar os feitos projetados. A sensibilidade da cooperação tem razões estratégicas. Quem fabrica foguete também pode ter míssil – como ocorreu com os Estados Unidos e a União Soviética no início da corrida espacial.
“A participação americana nos primeiros dez anos do programa espacial foi essencial. Sem eles, não teríamos chegado onde chegamos. Quando perceberam que tínhamos ambições para outras coisas, queríamos construir um foguete lançador de satélite, perceberam que não era interessante continuar apoiando”, analisa Bezerra Pessoa Filho, que se doutorou nos EUA e passou três décadas no DCTA.
Em termos formais, a cooperação técnica para construir foguete é limitada também pelo tratado de não proliferação de armas nucleares (TNP), assinado em Londres, Moscou e Washington, em 1º de julho de 1968, e que o Brasil se tornou signatário em 1998.
Conforme o primeiro artigo do termo que tem valor de lei, os países nuclearmente armados comprometem-se a não transferir, ”para qualquer recipiendário”, armas nucleares ou outros artefatos explosivos nucleares.
A limitação da transferência tecnológica dificulta progressos locais, e a aquisição de soluções já prontas. “Toda vez que tem que parar uma iniciativa para reprojetar alguma coisa, que se comprava no mercado [internacional] e de repente tem que produzir por meios próprios, acaba por haver atrasos e aumento de custos”, explica Teixeira de Moura.
O presidente da AEB avalia que o bloqueio interno criou mais dificuldades do que a imposição estrangeira. “O principal fator foi a falta de prioridade política”, considera. “Sem ter isso como uma prioridade de Estado, vai ter menos prioridade de recursos, tanto materiais e financeiros quanto humanos, e as coisas começa a atrasar”.
O astronauta Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, corrobora a visão do dirigente da Agência Espacial Brasileira. “Quando uma nação se dedica a fazer alguma coisa, ela consegue fazer”, disse o ministro que esteve na Estação Espacial Internacional (ISS) em abril de 2006.
Pontes vislumbra a revitalização do programa espacial com a possibilidade do uso comercial do Centro Espacial de Alcântara. O uso da base por países estrangeiros pode gerar US$ 3,5 bilhões por ano ao Brasil, calcula o ministro
“Esse esforço de trabalhar com o Centro Espacial de Alcântara, de gerar recursos para suplementar recursos para desenvolver nossos satélites, desenvolver mais formação de técnicos e engenheiros”, descreve o ministro.
O Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), assinado em março entre o governo do Brasil e o governo dos Estados Unidos, é o primeiro termo que pode viabilizar o uso da base que próxima à Linha do Equador, que garante o lançamento de foguetes com gasto menor de combustível.
Missão a Marte
Cientistas italianos descobrem água em estado líquido em Marte - EFE/EPA/USGS Astrogeology Center/Direitos reservados |
O ministro Marcos Pontes também é otimista com a retomada das viagens à Lua. “O ser humano tem isso de explorar o desconhecido. Foi isso que nos trouxe aqui. Foi o que nos trouxe a tecnologia, o começo da ciência, o raciocínio”, salientou em conversa com jornalistas da EBC após entrevista à TV Brasil.
“É a necessidade de conhecer que empurra a natureza humana”, disse Pontes ao comentar o interesse chinês em fazer visitas tripuladas ao satélite da Terra, intenção declarada inicialmente na Conferência de Exploração Espacial Global, ocorrida em 2017.
Roberto Dell'Aglio, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, também observa o interesse chinês em fazer um pouso no lado oposto da Lua, “que não é escuro como se pensa”. Em sua percepção, uma base na Lua pode servir como plataforma de exploração do sistema solar.
Depois de chegar à Lua, o corpo celeste mais próximo que poderia ser visitado pelo homem seria Marte. “Mas para que isso seja verdade uma quantidade grande de tecnologia precisa ser desenvolvida”, indica Dell'Aglio. Para ele, “a Lua é o lugar ideal para se testar esse tipo de tecnologia”.
O maior limitante para uma viagem tripulada à Marte “é o fator humano”, pondera o engenheiro Bezerra Pessoa Filho. Ele calcula que com a tecnologia disponível, a viagem levaria cerca de três anos e meio. “Nós nunca passamos tanto tempo no espaço assim”, ressalta.
Além do longo tempo exigido, a aventura exigiria um carregamento inédito de combustível para garantir a volta dos astronautas. “Se a gente levar o combustível que precisa para voltar, o foguete ficaria tão pesado que não sairia da Terra”, prevê.
Segundo Bezerra Pessoa Filho, a tecnologia de lançamento pode ser beneficiária dos avanços obtidos com a eletrônica após a ida à Lua, mas o foguete não seria muito diferente em peso e tamanho que o Saturno V (da altura de um prédio de 35 andares e carga de três toneladas).
O empreendimento resultaria em um gasto elevado. A preço de hoje, o especialista estima que o Programa Apollo tenha tido um custo total entre US$ 150 e US$ 250 bilhões – no teto, o valor que o Brasil deve economizar em 10 anos com a reforma da Previdência Social.
A impossibilidade tecnológica e o altíssimo custo não vão deter o gênio humano, assegura Bezerra Pessoa Filho. “A exploração espacial faz parte da natureza humana, nós somos assim. Certamente continuaremos nossa exploração. Somente neste século descobrimos 4 mil planetas fora do sistema solar”, diz lembrando das observações por telescópios gigantes.
A ciência ainda não sabe quando o homem poderá ir à Marte, mas a poesia anteviu o feito. “O homem chateia-se na Lua / Vamos para Marte - ordena a suas máquinas / Elas obedecem, o homem desce em Marte /Pisa em Marte / Experimenta / Coloniza / Civiliza / Humaniza Marte com engenho e arte”, escreveu Carlos Drummond de Andrade no poema “O Homem; As Viagens”, publicado em 1973 no livro “As impurezas do Branco”.
Entrevista - Pesquisa Espacial
Clique aqui e leia a entrevista com engenheiro mecânico e professor Luís Eduardo Loures da Costa, responsável pelo projeto Itasat-1, um microssatélite brasileiro construído pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Caminhos da Reportagem - O grande salto: 50 anos do homem na Lua
Algumas pessoas ainda duvidam dessa viagem, outros não têm a menor dúvida de que aconteceu. O fato é que, 50 anos depois, a Lua ainda fascina e é objeto de interesse e pesquisas nas mais diversas idades. Assista na TV Brasil.
Por Gilberto Costa* - Repórter da Agência Brasil Brasília
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