Hoje é Dia: jogadora Marta e Amado Batista são destaques da semana
A semana entre os dias 14 e20 de fevereiro é marcada por datas ligadas à ciência e tecnologia e aniversários de figuras marcantes, como Marta e Amado Batista.
No dia 19, a jogadora de futebol Marta Vieira da Silva completa 35 anos. Escolhida como melhor do mundo por seis vezes, ela é considerada, por muitos, a maior jogadora de todos os tempos. Em 2019, ela se tornou a maior goleadora das histórias da Copa do Mundo. E foi a primeira mulher a ter seus pés marcados no Hall da Fama do estádio Maracanã em 2018. Na época, o Repórter Brasil, telejornal da TV Brasil, fez uma matéria com alguns dos lances mais bonitos da carreira da craque, até então:
Também no âmbito esportivo, o dia 14 é marcado pelos 90 anos nascimento do jogador Nílton De Sordi. Ele foi integrante da equipe campeã do mundo de 1958 (ficou de fora apenas da final) e também jogou a Copa de 1954. De Sordi faleceu em 2013, aos 82 anos de idade.
Com gol polêmico, Flamengo vence Corinthia
© Alexandre Vidal/ Flamengo |
Com o resultado, o Flamengo segue na vice-liderança do Campeonato Brasileiro, com 69 pontos, um atrás do Internacional, que venceu o Vasco por 2 a 0 em São Januário, no mesmo horário. Os dois times se enfrentam no Maracanã no próximo domingo, em confronto decisivo. Na última rodada, o time de Rogério Ceni joga com o São Paulo no Morumbi.
Já o Corinthians perde o posto no G-8 para o Santos - tem 49 pontos, enquanto o adversário praiano tem 50. O clássico alvinegro será na próxima quarta, na Vila Belmiro. Nas duas últimas rodadas, os comandados de Vagner Mancini jogam com o Vasco na Neo Química Arena e com o Internacional, no Beira-Rio.
O Flamengo começou a partida tendo mais posse de bola e impondo seu jogo. A equipe rubro-negra conseguiu uma finalização em cabeçada de Arrascaeta, que Cássio defendeu com facilidade. Pouco tempo depois, o jogo aéreo foi o caminho para que o placar fosse aberto: em falta cobrada na lateral da área, Willian Arão ganhou de Bruno Méndez e fez 1 a 0, aos 9 do primeiro tempo.
O Flamengo seguiu pressionando e chegou a acertar o travessão em cabeçada de Bruno Henrique. Mas foi o Corinthians que marcou na sequência: em contra-ataque mortal, Araos deixou Léo Natel na cara de Hugo e o atacante não desperdiçou, fazendo o gol de empate aos 19 minutos. Arrascaeta teve a chance de voltar a colocar o time de Rogério Ceni à frente cinco minutos depois em cruzamento rasteiro de Isla, mas pegou mal na bola e acabou "recuando" para Cássio.
O jogo seguiu na mesma tônica, com o Flamengo propondo o jogo e o Corinthians se defendendo até o fim do primeiro tempo, mas sem grandes lances de perigo. A posse de bola chegou a 69% em favor dos rubro-negros, que tiveram seis finalizações, enquanto a equipe de Vagner Mancini teve apenas uma.
Já no começo da segunda etapa, Gerson achou Bruno Henrique, que arrancou e cruzou rasteiro, sem que ninguém chegasse para conferir o gol. Aos 7, o Corinthians respondeu em chute de Gustavo Mosquito, espalmado por Hugo.
Aos 10, o Flamengo passou à frente em lance polêmico: Bruno Henrique chutou da entrada da área e Cássio fez boa defesa. Éverton Ribeiro pegou a sobra e jogou para o meio da área e Gabriel completou para as redes - o atacante estava em posição irregular no início do lance. Na sequência da jogada, ao anotar o gol, apareceu na linha da bola, segundo checagem do VAR.
Após o gol, Mancini mandou Luan, Roni e Ramiro a campo. O time seguiu retraído, mas conseguiu criar em uma roubada de bola de Luan no ataque, que terminou em cruzamento de Fagner e a bola pingando na área até a defesa afastar. O Flamengo chegou pouco depois em chute de Gabriel que passou perto do travessão e em jogada que Gerson saiu na cara de Cássio, mas tentou tocar para o centroavante no meio e a defesa cortou o passe. Léo Natel respondeu com chute que foi por cima, com perigo.
Rogério Ceni buscou garantir o resultado com a entrada de Gustavo Henrique no lugar de Diego e Pedro no de Gabriel, além de opções de velocidade como Vitinho e Michael. Os três atacantes tiveram boas chances, mas não finalizaram bem - na chance mais clara, Pedro bateu fraco dentro da área para defesa de Cássio. O Corinthians, mesmo após as entradas de Jô e Gabriel Pereira, pouco ameaçou a meta defendida por Hugo até o apito final.
FICHA TÉCNICA:
FLAMENGO 2 x 1 CORINTHIANS
FLAMENGO - Hugo; Isla, Rodrigo Caio, Willian Arão e Filipe Luís; Diego (Gustavo Henrique), Gerson (Vitinho), Everton Ribeiro e Arrascaeta (Michael); Bruno Henrique (Pepê) e Gabriel (Pedro). Técnico: Rogério Ceni
CORINTHIANS - Cássio; Fagner, Bruno Méndez, Gil e Fábio Santos; Xavier (Ramiro), Cantillo (Luan), Gustavo Mosquito (Gabriel Pereira), Araos (Jô) e Otero (Roni); Léo Natel. Técnico: Vagner Mancini
GOLS - Willian Arão, aos 9, e Léo Natel, aos 19 minutos do primeiro tempo. Gabriel, aos 10 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Filipe Luís, do Flamengo; Fábio Santos, Ramiro, Fagner, Gil.
ÁRBITRO - Rafael Traci (SC).
RENDA E PÚBLICO - Jogo sem torcida.
LOCAL - Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).
Por: Estadão
Aristóteles Lima Thury, presidente do TRE do Amazonas, morre de covid-19
"O Governo do Amazonas reconhece a contribuição de Aristósteles Thury para a magistratura do estado e presta suas condolências aos familiares e amigos", escreveu o perfil do Executivo estadual nas redes sociais
Foto: Divulgação |
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, desembargador Aristóteles Lima Thury, morreu neste domingo, 14, por complicações da covid-19. O magistrado estava de licença desde o diagnóstico em janeiro, quando foi hospitalizado em Manaus e posteriormente transferido para São Paulo para continuidade do tratamento.
O desembargador assumiu a presidência do TRE-AM em maio do ano passado para o biênio 2020-2022. Anteriormente, ele atuou como vice-presidente do tribunal eleitoral e corregedor regional na gestão de seu antecessor, desembargador João de Jesus Abdala Simões. Além da magistratura, Thury também era professor de Direito Penal e Processual Penal.
Em nota, o governo do Amazonas manifestou pesar pela morte do desembargador. "O Governo do Amazonas reconhece a contribuição de Aristósteles Thury para a magistratura do estado e presta suas condolências aos familiares e amigos", escreveu o perfil do Executivo estadual nas redes sociais.
O conselheiro Mario Manoel Coelho de Mello, presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas também se manifestou sobre a morte de Aristóteles Thury. "Neste momento de dor, os servidores e membros do TCE-AM se solidarizam com a família e os amigos do desembargador Aristóteles Thury, que deixa um legado para o Judiciário amazonense", afirmou Mello.
Aristóteles Lima Thury tomou posse no cargo de juiz e Direito em 1980, atuando em comarcas do interior do Amazonas. Em 1991, foi promovido a juiz da capital e, em 2002, foi admitido membro da corte do Tribunal Regional Eleitoral como Juiz de Direito da classe dos magistrados, onde permaneceu por quatro anos.
Thury também foi membro do órgão colegiado do Programa de Proteção às Vítimas e Testemunhas Ameaçadas - PROVITA/AM. Em 2005, assumiu como 1º Diretor da Escola Judiciária Eleitoral do TRE/AM. Em 2008, foi eleito, pelo critério de merecimento, desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas. Em 2010 foi designado membro da corte do Tribunal Regional Eleitoral como Substituto da classe dos Magistrados (Desembargador), onde permaneceu por um período de quatro anos.
Assumiu, em 2014, a Vice-Presidência do Tribunal de Justiça do Amazonas, permanecendo na função até assumir o cargo de Corregedor-Geral de Justiça no biênio 2016-2018.
Por: Estadão.
Ministro do STJ é internado com covid-19 em Brasília
O magistrado foi hospitalizado junto com a esposa por precaução. Segundo a assessoria do STJ, os dois estão bem, com quadro estável© Divulgação/STJ
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marco Buzzi está internado em Brasília após diagnóstico positivo para o novo coronavírus (covid-19). O magistrado foi hospitalizado junto com a esposa por precaução. Segundo a assessoria do STJ, os dois estão bem, com quadro estável.“ Ambos estão bem, estáveis, internados por precaução para acompanhamento do quadro”, informou à Agência Brasil a assessoria do STJ.A assessoria, entretanto, não divulgou em que hospital o ministro e a esposa estão internados. Marco Buzzi tem 63 anos. Natural de Santa Catarina, ele integra o STJ desde 2011 e compõe a 4ª Turma da Corte.
Por: Noticias ao minuto
Carnaval 2021: pandemia alterou ponto facultativo em diversas cidades
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil |
Conhecido tradicionalmente como mês da folia no calendário brasileiro, fevereiro de 2021 será diferente. A pandemia de covid-19 afetou a comemoração em praticamente todo o território nacional, já que estados e municípios suspenderam as principais festas e desfiles em virtude da possível escalada no número de infecções pelo novo coronavírus em meio às aglomerações de carnaval.
A decisão afeta até mesmo aqueles que não participam da folia, já que o carnaval não é considerado feriado nacional. A decisão de eximir os dias de trabalho do carnaval cabe a estados e municípios, que devem regulamentar o recesso por meio de leis ou decretos.
Certas localidades do Brasil - como a capital, Brasília, - deixaram a decisão a cargo dos patrões, configurando assim o ponto facultativo, enquanto outras suspenderam totalmente a possibilidade de abono. Em grande parte do país, os dias em que normalmente se comemora o carnaval serão dias comuns, sem dispensa ou redução da jornada de trabalho.
Rio de Janeiro
No estado do Rio de Janeiro o ponto facultativo está mantido pelo governador em exercício, Cláudio Castro. Já na capital, o prefeito Eduardo Paes voltou atrás após decretar medida semelhante e suspendeu o ponto facultativo tanto na segunda (15), como na quarta-feira (17). O feriado será mantido na terça-feira (16) no estado e no município.
A prefeitura justificou a suspensão do ponto facultativo como uma das medidas para evitar aglomerações na cidade, que obedece ao planejamento conjunto de diversos órgãos para o período de carnaval.
Desfiles de blocos de rua e de escolas de samba estão proibidos na capital. Antes mesmo do decreto da prefeitura do Rio, representantes dessas manifestações culturais já tinham indicado que, diante dos efeitos da pandemia da covid-19, não fariam os desfiles. Para Jorge Castanheira, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), que reúne as agremiações do grupo especial, não seria possível manter os cuidados sanitários com os níveis de contaminação elevados que têm sido registrados, ainda mais após a evolução dos casos.
“É muito difícil para a gente ficar um ano inteiro na expectativa de preparar um espetáculo e não poder consumá-lo. A mesma coisa a questão de julho [quando estava previsto o carnaval fora de época]. A gente estava na expectativa de fazer o carnaval em julho. Não é possível pensar [nisso] com a pandemia no patamar em que se encontra. É lamentável para a gente, mas é uma questão mundial”, completou.
Iluminação do Sambódromo da Marquês de Sapucaí, que não terá desfiles neste ano. - Divulgação/Riotur |
Com a suspensão dos desfiles, profissionais que pertencem à cadeia produtiva do carnaval ficaram sem trabalho justamente em um período em que costumam reforçar os rendimentos. A prefeitura do Rio lançou um edital de apoio ao setor que vai distribuir R$ 3 milhões a 125 propostas. A presidente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (Sebastiana), Rita Fernandes, afirmou que o edital seria recebido "com muita felicidade", já que o cancelamento da folia deixou muita gente sem trabalho.
“São artistas, artesãos, compositores, músicos e ritmistas, muitos profissionais que não vão trabalhar e precisavam de alguma ajudar para suprir essa ausência. Foi um passo de suma importância e abre caminho para editais de fomento à cultura no Rio", destacou.
Bloco da Preta
Com os desfiles cancelados, a saída encontrada pelo Bloco da Preta, da cantora Preta Gil, é fazer uma live. O bloco, que é um dos mais esperados do carnaval carioca e no ano passado concentrou quase 400 mil pessoas no centro do Rio, em 2021 reunirá o público de forma virtual neste domingo (14) às 16h. Segundo a cantora, parte da arrecadação com patrocínios vai ser destinada aos catadores de lixo e ambulantes que trabalham no carnaval e este ano ficaram sem rendimentos.
Aglomerações
A prefeitura do Rio promete ser rígida para evitar multidões espalhadas pela cidade. As medidas estão no plano logístico das ações de combate às aglomerações, anunciado na quinta-feira (11), que prevê desde fiscalizações intensas a punições às pessoas que desrespeitarem as regras, como quem insistir em promover festas e desfiles irregulares.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro vai coibir grandes aglomerações de público para evitar a propagação de covid-19. O planejamento é empregar no período entre sábado (13) e terça (16) 13.828 policiais militares nas ações, e 2 mil viaturas devem circular diariamente em todo o estado.
As ações de fiscalização terão o reforço do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (CBMERJ), incluindo vistorias noturnas. Os militares de todos os quartéis estarão de sobreaviso para atender aos chamados recebidos por canais de denúncia.
Na capital, policiais militares atuarão com guardas municipais e agentes do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro).
Distrito Federal
Em novembro de 2020, o governo do Distrito Federal (DF) decidiu pelo cancelamento das festas de réveillon e de carnaval. Na ocasião, decidiu-se que eventos públicos comemorativos referentes a essas datas não ocorreriam.
Também ficou proibido o funcionamento de boates e casas noturnas, além de realização de eventos que exigissem licença do Poder Público, com exceção de eventos corporativos como congressos, convenções, seminários, simpósios, feiras e palestras.
Na quinta-feira (11), o governo do DF publicou decreto proibindo a realização de festas, eventos e blocos de carnaval em Brasília. Quem desrespeitar a determinação está sujeito à multa de, no mínimo, R$ 20 mil.
Apesar de ter cancelado os eventos públicos, o governador Ibaneis Rocha decidiu manter o ponto facultativo de carnaval no Distrito Federal, na segunda (15), na terça (16) e até as 14h da Quarta-Feira de Cinzas (17).
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF) informou que as óticas, papelarias, livrarias, açougues e floriculturas não abrirão as portas na segunda e terça-feira. Já na Quarta-Feira de Cinzas, os empresários desses segmentos estão autorizados a abrir normalmente, assim como neste domingo.
Já o Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista) informou que as lojas de entrequadras e de shoppings ficarão abertas neste domingo e segunda-feira. Na terça-feira, o comércio ficará fechado em razão do Dia do Comerciário. Na Quarta-Feira de Cinzas será retomado o funcionamento normal.
Os shoppings e lojas de rua do DF poderão funcionar neste domingo, na segunda e na Quarta-Feira de Cinzas. Os shoppings, por sua vez, devem seguir decreto governamental, que restringe o horário das 10h às 22h, por conta da pandemia.
No domingo, a maioria dos centros comerciais começam suas operações a partir das 13h; lojas de rua não contam com restrições de funcionamento. Na terça-feira, está proibida a abertura. As medidas preocupam comerciantes de rua, que temem ficar sem renda em um dos principais feriados do ano.
Pernambuco
O cancelamento do carnaval também foi adotado pelo governo de Pernambuco. Em dezembro, um decreto cancelou a realização de festas e shows públicos e privados. Também foi cancelado o ponto facultativo na segunda-feira e terça-feira de folia.
As duas maiores representantes do carnaval pernambucano, Olinda e Recife, também decidiram cancelar o ponto facultativo. Com a suspensão do carnaval, a prefeitura de Olinda publicou um decreto suspendendo o ponto facultativo noa segunda e na terça.
A prefeitura de Recife decidiu na última terça-feira (9) suspender o ponto facultativo. Com a decisão, haverá expediente normal na segunda, na terça e na Quarta-Feira de Cinzas.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE) se posicionou favoravelmente à suspensão do ponto facultativo. A entidade disse que as unidades do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac também irão funcionar normalmente no período de carnaval. A organização afirmou que a medida deve "evitar aglomerações em praças e locais públicos e a disseminação da covid-19, cujo número de novos casos tem aumentado em todo o estado de Pernambuco."
Mesmo com o cancelamento do carnaval, o governo estadual adotou outras medidas para evitar a aglomeração de pessoas. Na última quarta-feira (10), o governo estadual publicou um decreto proibindo o funcionamento de bares, restaurantes e do comércio ambulante no bairro do Recife e no sítio histórico de Olinda. A proibição de funcionamento está sendo aplicada desde 20h da sexta-feira (12) até as 6h de segunda.
Ainda de acordo com o governo, haverá um reforço de 1.928 postos de trabalho de policiamento para fiscalizar e reprimir aglomerações durante o período carnavalesco.
São Paulo
No estado de São Paulo e na capital paulista, os pontos facultativos de segunda, terça e quarta foram cancelados, tanto pela prefeitura da cidade quanto pelo governo estadual, em razão da pandemia de covid-19.
Todas as repartições e serviços públicos estaduais e do poder público municipal da capital paulista terão expediente normal nos três dias. Nas demais localidades do estado, cada município tem autonomia para manter ou cancelar os pontos facultativos.
No setor privado, a decisão fica a critério do empregador, que pode exigir trabalho normal nos três dias, sem necessidade de pagamento de horas extras ou qualquer remuneração adicional ou conceder folga aos empregados, mediante compensação posterior das horas não trabalhadas; ou ainda conceder abono nos três dias - situação em que os empregados não precisam compensar as horas de trabalho das folgas recebidas.
Como o objetivo é impedir aglomerações de pessoas festejos de carnaval, a prefeitura de São Paulo decidiu adiar o desfile das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi, assim como o carnaval de rua na cidade. A administração municipal ainda não decidiu quando ocorrerão as festividades.
“A prefeitura de São Paulo informa que em função da pandemia não há data definida para o carnaval. Desde o anúncio do adiamento, a prefeitura vem articulando com as principais instituições carnavalescas da capital, que concordaram com a necessidade de mudança da data”, disse a administração municipal em nota enviada à reportagem.
Em razão do adiamento dos festejos do carnaval, a prefeitura de São Paulo organizou um festival online com a participação de blocos e outras entidades carnavalescas, que ocorre desde a última sexta-feira e vai até o dia 28 de fevereiro.
O evento, chamado Festival Tô Me Guardando, com participação de blocos e agentes culturais do carnaval da cidade, terá 122 apresentações, com transmissão nas redes sociais.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira
Por Luciano Nascimento, Cristina Índio do Brasil e Bruno Bocchini - Repórteres da Agência Brasil - Brasília
Liminar determina retorno imediato de aulas presenciais em Salvador
Foto: Amanda Perobelli/Reuters/Estadão |
Após o Sindicato das Escolas Particulares da Bahia ingressar com Ação Civil Pública, pedindo o retorno das aulas presenciais nas instituições de Salvador, a justiça concedeu liminar determinando o retorno imediato das atividades na capital baiana a partir desta segunda-feira, 15, de forma híbrida e facultativa dentro de todos os protocolos sanitários.
A decisão, julgada na 6ª Vara da Fazenda Pública de Salvador, é da juíza Juliana de Castro Madeira Campos, que concede ainda aos pais decidirem se os filhos devem ir presencialmente ou permanecerem na forma remota. O retorno nas formas “facultativa e híbrida” respeita os moldes do protocolo apresentado pelo município de Salvador às escolas particulares.
Na liminar, a juíza acolhe o Pedido de Tutela de urgência para “suspender o inciso I do art. 1º do Decreto Municipal nº 33.506, de 5 de fevereiro de 2021, e o Decreto Estadual n. 20.205, de 5 de fevereiro de 2021 no que toca a suspensão das aulas por sua inconstitucionalidade em razão da violação dos Princípios da razoabilidade, proporcionalidade e motivação”.
De acordo com o porta-voz da Associação de Escolas Particulares de Salvador, Wilson Abdon, a decisão foi importante, mas lamenta que o poder público esteja agindo de forma lenta para acatar a decisão. “Infelizmente essa decisão não atinge todas as escolas da Bahia, já que só a Prefeitura de Salvador entregou um protocolo de retorno às aulas. Estamos aguardando as demais prefeituras, que ficaram de enviar ainda nesta segunda-feira, 15, o protocolo”, afirma.
Jorge Tadeu Pinheiro, diretor do Sindicato das Escolas Particulares da Bahia, comemora a decisão da Justiça. “Importante vitória das escolas particulares que defendem o retorno imediato e também defendem o direito constitucional à educação”, ressalta.
As informações são do jornal A Tarde.
Ford pode começar a demitir em massa na Bahia
Foto: Divulgação/Ford |
A Ford obteve decisão favorável na Justiça neste final de semana, depois da liminar que havia determinado que a montadora não poderia fazer demissões em massa em Camaçari (BA) enquanto não chegasse a um acordo coletivo com os trabalhadores.
O corte é consequência da decisão da empresa de fechar fábricas no Brasil, anunciada em janeiro.
Com a liminar reformada, agora, a Ford não precisa mais aguardar aval do sindicato para demitir seus funcionários na Bahia.
Ainda está mantida a outra liminar que determina a suspensão das demissões da montadora em Taubaté (SP) enquanto não concluir as negociações com os trabalhadores.
Joana Cunha/Folhapress
Bahia registra 61 óbitos por Covid-19 nas últimas 24 horas; total de mortes é de 10.735
Foto: Vanessa Carvalho/Folhapress |
Neste domingo (14), o boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) sobre a Covid-19 registrou 61 óbitos. Apesar das mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados hoje. Na última semana, os números demonstraram uma tendência de crescimento dos óbitos e de quadros clínicos mais graves, o que tem ampliado a taxa de ocupação nas UTIs. Neste cenário, o Governo da Bahia abriu novos leitos de terapia intensiva nos municípios de Camaçari, Seabra e Barra nos últimos dias e estão previstas ampliações nas cidades de Ilhéus e Porto Seguro, em um esforço para reduzir a pressão na rede assistencial.
A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.
O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 10.735, representando uma letalidade de 1,70%. Dentre os óbitos, 56,56% ocorreram no sexo masculino e 43,44% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 55,19% corresponderam a parda, seguidos por branca com 20,09%, preta com 14,55%, amarela com 0,60%, indígena com 0,14% e não há informação em 9,43% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 70,71%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (74,51%).
Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 2.584 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,4) e 2.124 recuperados (+0,4%). Dos 629.849 casos confirmados desde o início da pandemia, 603.722 já são considerados recuperados e 15.392 encontram-se ativos
Para fins estatísticos, a vigilância epidemiológica estadual considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da Covid-19. Já os casos ativos são resultado do seguinte cálculo: número de casos totais, menos os óbitos, menos os recuperados. Os cálculos são realizados de modo automático.
O boletim epidemiológico contabiliza ainda 1.004.334 casos descartados e 145.495 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas deste domingo (14). Na Bahia, 41.300 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.
Vacinação
Com 374.051 vacinados contra o coronavírus (Covid-19) até às 15 horas deste domingo (14), a Bahia é um dos estados do País com o maior número de imunizados. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) realiza o contato diário com as equipes de cada município a fim de aferir o quantitativo de doses aplicadas e disponibiliza as informações detalhadas no painel https://bi.saude.ba.gov.br/vacinacao/.
Se pudesse decidir, queria meu pai candidato ao governo em 2022, diz Cacá em entrevista exclusiva
Deputado federal pela Bahia em seu segundo mandato, Cacá Leão (PP) assumiu a liderança do seu partido na Câmara. O antigo ocupante do posto é o agora presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Para ele, a legenda soube dar “a volta por cima” após a Lava Jato, que derrubou legendas como o PT e MDB.
“Fomos o partido que mais cresceu nas eleições municipais, segundo maior em prefeitos em todo brasil. O PP deu a volta por cima, conseguiu provar a sua inocência”, acredita.
Cacá não se vê perto e nem longe do presidente Jair Bolsonaro, mas deseja que seu governo dê certo. “Eu troço que o Brasil dê certo e, para isso acontecer, o governo do presidente Bolsonaro precisa dar certo”, sentencia.
Filho do vice-governador João Leão, ele lembra que foi o responsável por colocar o PP na oposição ao PT em Lauro de Freitas – cidade que já foi comandada por sua família. Se pudesse decidir, ele diz, iria querer seu pai governador em 2022.
Política Livre: A liderança do PP na Câmara dos Deputados é uma função muito importante. Como está sendo desempenhar esse papel nesses primeiros dias?
Cacá Leão: Tem sido de bastante trabalho. Foi uma correria grande, não é só assumir a liderança do PP. É assumir a liderança depois de o líder anterior assumir a presidência da Câmara. Muitas das discussões são feitas de forma conjunta. Foi uma semana de montagem de equipe, foram dias de bastante trabalho e a gente tendo a volta dos trabalhos e o novo formato híbrido de ações da Câmara. Estamos mudando do completamente online para um formato híbrido, onde os líderes terão que estar presentes, os relatores das matérias também, para facilitar. Foi uma semana de rearrumação.
O PP, junto do PT, MDB, foi um dos partidos mais atingidos pela Lava Jato. Você acredita que o partido deu a volta por cima depois do “Petrolão”?
Com certeza demos a volta por cima. Grande parte das pessoas que foram acuadas, foram inocentadas. Nosso partido deu a volta por cima. Fomos o partido que mais cresceu nas eleições municipais, segundo maior em prefeitos em todo o brasil. O PP deu a volta por cima, conseguiu provar a sua inocência, fez agora o presidente da Câmara. É bastante.
Queria que você falasse do papel da sua legenda nesse momento. A presidência da Câmara talvez seja a segunda função mais importante no país e vocês estão lá agora.
O legislativo é bicameral, temos o presidente do Senado, o senador Rodrigo Pacheco (DEM), e o presidente da Câmara, o deputado Artur Lira (PP). É muito importante pra mim poder assumir a liderança no melhor momento da história do partido, tem sido gratificante, estamos no centro das discussões. A gente pode falar de vacinação, de auxílio emergencial, retomada da economia, vários temas urgentes que precisam ser tratados. Salvar vidas, fazer com que as pessoas não vivam em situação de miséria e retomada de economia.
Muita gente aponta o presidente Artur Lira como um político articulado, mas que é de retaliar, muito linha dura. O que a gente pode esperar dele?
O Brasil pode esperar muito trabalho. Trato esse tipo de coisa de retaliação como falácia. Ele foi eleito com 302 votos, teve voto em todos os segmentos. Na esquerda, direita e centro. O maior cartão postal, o maior cabo eleitoral dele no processo, é o fato de ele ser conhecido como um homem de palavra. O que ele acerta, ele cumpre. Esses primeiros dias têm sido importantes, inclusive de mudança de funcionamento e de satisfação de toda uma Casa.
Às vezes tenho a impressão de que você não está tão perto, mas também não está exatamente longe do presidente Bolsonaro. Como você se vê nesse jogo?
Eu me enxergo exatamente assim. O PP faz parte da base do presidente Bolsonaro. Ele foi importante na vitória do meu partido, ninguém pode negar isso. Eu, como deputado, tenho liberdade de votar conforme minha consciência, o partido nunca nos cobrou engajamento direto com as pautas. Claro que muitas pautas convergem, a questão econômica eu penso como o governo, por isso temos de votar na maioria das vezes junto com o governo. Eu torço para que o Brasil dê certo e, para isso acontecer, o governo do presidente Bolsonaro precisa dar certo.
Sua família, por base, sempre foi oposição ao PT, em Lauro de Feiras. Depois vocês se aproximaram. Como você vê o PT hoje?
A oposição ao PT começou comigo, eu perdi para Moema (Gramacho, atual prefeita) em 2004. Nos aproximamos ao longo do tempo. Tivemos oportunidade de conviver na Câmara dos Deputados e fui um dos primeiros a apoiar ela na reeleição dela para a Prefeitura. O PP hoje faz parte do governo, ajudamos a reeleger a prefeita. Estamos ajudando ela a governar, assim como aconteceu na Bahia, quando começamos a participar do então governo Jaques Wagner (2006-14). Apoiamos a reeleição, tivemos a eleição de Rui e Leão e a reeleição. Nossa aliança é consolidada. Temos nossas diferenças, e faço parte inclusive dos que, quando sentem as diferenças, externa. Tenho relação ótima com Wagner e Rui, admiro os dois. O governador é um dos mais bem avaliados do Brasil. Tenho certeza que ele tem futuro próspero.
Você tem aspirações na política, obvio. Quais?
Eu comecei perdendo, em 2004. Em 2010 fui ser deputado estadual, em 2014 federal, me reelegi e caminho para renovar nosso mandato de deputado federal. Acredito que a majoritária é destino. Se o destino bater na minha porta, eu abraço.
Você não nega suas relações com figuras do grupo do prefeito ACM Neto. O secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates, é seu amigo pessoal. Como é sua proximidade com os outros membros?
Todo mundo sabe da minha amizade com Leo. Ele é um dos meus melhores amigos. Dobramos juntos na eleição, mesmo fazendo parte de grupos políticos diferentes. Sou amigo do prefeito Bruno, tenho carinho grande por Neto. Todos os deputados federais que fazem parte da bancada de Neto são meus amigos. Faço parte do time que torce para que João Roma aceite ser ministro (a entrevista foi concedida um dia antes de o deputado ter sido nomeado para o ministério), vai ser muito importante. Paulo Azi [presidente estadual do DEM] é um dos meus grandes amigos, Arthur Maia é amigo de antes da política. Temos relação forte, grande, mas sabemos separar. Na hora certa, cada um segue seu caminho.
Se você pudesse escolher, o que desejaria para o futuro político do vice-governador João Leão, seu pai?
Gostaria de vê-lo governador da Bahia. Quem sabe, presidente da República. O vice-governador é uma das pessoas que conheço que tem a maior capacidade de trabalho, dorme, acorda e pensa em trabalho, não tem final de semana. É o lazer dele. Quando muita gente no final de semana que ir na praia, ele gosta de pegar o carro, visitar uma obra. Eu sonho em vê-lo poder dar voos mais altos e quem sabe ser governador em 2022.
Alexandre Galvão
Teor do tuíte de Villas Bôas sobre Lula foi atenuado por hoje ministros de Bolsonaro
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil |
A famosa postagem no Twitter do então comandante do Exército antes do julgamento de um habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha um teor bastante mais incendiário do que o publicado.
Segundo o relato feito em um depoimento publicado pela Fundação Getúlio Vargas na semana passada pelo general da reserva Eduardo Villas Bôas, que comandou o Exército de 2014 a 2019, ao menos três ministros do governo Bolsonaro e o atual chefe da Força souberam da nota.
Ela foi atenuada por ação do então ministro da Defesa, general da reserva Joaquim Silva e Luna, hoje diretor-geral de Itaipu, um episódio até aqui inédito que foi relatado à reportagem por integrantes do governo Michel Temer (MDB).
No dia 2 de abril de 2018, uma segunda-feira, o comandante Eduardo Villas Bôas discutiu a ideia de admoestar o Supremo Tribunal Federal, que em dois dias iria julgar um pedido para evitar a prisão de Lula, condenado em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá.
Silva e Luna foi alertado acerca do tuíte e ficou assustado. Acionou o general da reserva Alberto Mendes Cardoso, conhecida voz moderada que foi chefe da Casa Militar/Gabinete de Segurança Institucional do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Ambos trabalharam para retirar menções que sugerissem intenções de interferência institucional aberta contra o Supremo. Sobrou a ameaça velada, que no livro “General Villas Bôas: Conversa com o comandante”, de Celso Castro, o ex-comandante diz ter sido “um alerta”.
Procurado, Silva e Luna não comentou o episódio.
“Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”, dizia a primeira postagem, feita no dia 3 de abril.
“Asseguro à nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”, completava.
No livro da FGV, o general afirma que não discutiu o tema com o ministro, embora cite erroneamente Raul Jungmann como o titular da pasta —ele havia deixado da Defesa no começo de 2018 para assumir a Segurança Pública.
Lula acabou tendo o pedido negado pelo plenário do Supremo e, no dia 7 de abril, foi preso em Curitiba. Deixou a cadeia 580 dias depois, após o STF derrubar a regra que permitia prisão a partir da condenação em segunda instância.
Diferentemente do que se intui da leitura da entrevista de Villas Bôas, o temor militar da volta da esquerda ao poder personificado em Lula, o ex-presidente segue inelegível mesmo solto.
No livro, o ex-comandante repetiu o que havia dito em entrevista à Folha em novembro de 2018, dizendo não se arrepender do gesto e negando intuito de favorecimento político a Bolsonaro, um capitão reformado do Exército.
Por outro lado, descreve o processo de apoio ao hoje presidente entre os militares e a ojeriza crescente ao PT, o que elabora um quadro claro de ação política do Exército, consolidado quando diversos generais da reserva e da ativa integraram o governo em 2019.
Assim, o relato de Villas Bôas envolve diretamente três ministros de Bolsonaro, pois ele afirma que discutiu o tema com sua equipe e com os integrantes do Alto-Comando do Exército, o colegiado de 15 generais de quatro estrelas, o topo da hierarquia.
O ex-comandante afirma que falou com os membros residentes em Brasília, o que coloca o hoje ministro da Defesa, general da reserva Fernando Azevedo, na discussão. Ele era então chefe do Estado-Maior, segundo posto da Força.
O hoje ministro não quis comentar o episódio. “O conteúdo do livro cabe ao seu autor”, disse, por meio de sua assessoria.
Outro atual ministro era Luiz Eduardo Ramos, que recebera sua quarta estrela em novembro de 2017 e fora nomeado em 28 de fevereiro para ser comandante do Sudeste, em São Paulo.
Ele só assumiu o cargo em 3 de maio, então estava na condição de adido do Estado-Maior do Exército em abril, fazendo a passagem para o comando.
Hoje ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, muito próximo do presidente, o general da reserva nega ter participado. “Não fui consultado”, afirmou, por telefone.
O então comandante também disse ter enviado a nota para os generais de quatro estrelas que já comandavam áreas, no próprio dia 3, e ouviu suas sugestões.
Entre eles estavam o atual chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, que era comandante do Sudeste e interventor militar no Rio de Janeiro à época.
Também integrava o grupo o atual chefe da Força, Edson Leal Pujol, que era o comandante militar do Sul —ele havia substituído o hoje vice-presidente Hamilton Mourão, removido da função após criticar o governo de Dilma Rousseff (PT) em 2015.
A reportagem também não recebeu resposta do Comando do Exército sobre pedido para comentar o caso.
Pujol tem comandado um processo de separar a linha de atuação do serviço ativo dos militares do governo, após o ensaio de crise institucional que envolveu os militares e Bolsonaro no ano passado.
Ele parece cioso do dano potencial à imagem das Forças Armadas reafirmado pelo livro de Villas Bôas.
Igor Gielow/Folhapress
Em Entre Rios, Rui entrega ampliação do sistema de abastecimento de água que teve investimento de R$ 3,5 milhões
Fotos: Carol Garcia/GOVBA |
"Além da entrega do sistema de abastecimento, anunciei a contratação do projeto de esgotamento sanitário da cidade e também a instalação de um complexo poliesportivo para atender alunos das redes municipal e estadual de ensino, com equipamentos como ginásio, piscina, pista de atletismo, entre outros. Anunciamos também a reforma e ampliação da Escola Estadual Duque de Caxias, que terá mais 15 salas, laboratório, biblioteca e quadra coberta", destacou o governador.
Fotos: Carol Garcia/GOVBA |
Para a ampliação do SAA, a Embasa, que é a executora da intervenção, instalou um novo decantador; fez a interligação de dois poços profundos; construiu uma elevatória de agua bruta; implantou um sistema de reaproveitamento de água de lavagem de filtros para as Estações de Tratamento de Água de Entre Rios; dentre outras ações.
Loja da Embasa
Fotos: Carol Garcia/GOVBA |
Com a reforma da Loja da Embasa, o governo estadual garante mais conforto ambiental na melhoria da prestação dos serviços e no atendimento aos clientes/usuários. Nesta ação, foram investidos R$ 147 mil.
Entregas e visita à escola
Antes de deixar Entre Rios, o governador ainda fez a entrega, para a Prefeitura Municipal de Entre Rios, de dois tratores agrícolas, um arado e 100 barracas de feira.
Rui Costa finalizou a agenda visitando e vistoriando as instalações do Colégio Estadual Duque de Caxias, no centro da cidade.
Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia
Rui diz que diversos hospitais estão com 100% de ocupação e alerta para colapso: ‘Momento é muito grave’
Foto: Camila Souza/GOVBA |
Durante a entrega de obras no município de Entre Rios, no sábado (13), o governador Rui Costa (PT) fez um alerta sobre a situação da pandemia do coronavírus na Bahia. Ele afirmou que o momento é muito grave e disse que vários hospitais estão com 100% de ocupação dos leitos.
O governador pediu, mais uma vez, para que as pessoas respeitem as medidas contra o vírus e usem máscaras e frisou que “se continuar esse ritmo de crescimento da doença na Bahia, em duas ou três semanas nós podemos estar pior do que estávamos em julho do ano passado e corremos o risco de ter colapso no sistema de saúde”.
Veja abaixo os hospitais com 100% de ocupação na Bahia até as 19h30 de sábado (13), de acordo com a plataforma da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), Business Intelligence:
Hospital Geral Ernesto Simões Filho (Salvador)
Hospital Neurocor (Porto Seguro)
Hospital Municipal de Teixeira de Freitas
Hospital Paulo Afonso
Hospital Municipal Dom Antonio Monteiro (Senhor do Bonfim)
Hospital Itiba (Barreiras)
Hospital Municipal Carmela Dutra (Bom Jesus da Lapa)
Hospital Amec (Camacan)
Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães
Flamengo enfrenta Corinthians no Maracanã em busca da ponta da tabela
@Alexandre Vidal/Flamengo |
Flamengo e Corinthians se enfrentam a partir das 16h (horário de Brasília) deste domingo (14) no estádio do Maracanã. O Rubro-Negro chega a este confronto com um objetivo claro, vencer para ter a possibilidade de alcançar a liderança do Campeonato Brasileiro na 36ª rodada.
Para isto, a equipe da Gávea, que tem 65 pontos, precisa somar 3 pontos e torcer por um tropeço do líder Internacional (que tem 66 pontos) diante do Vasco, em partida no estádio de São Januário que também inicia às 16h.
100 jogos
Em relação à equipe que vai a campo, o técnico Rogério Ceni não tem grandes dúvidas. O zagueiro Rodrigo Caio, que sofreu lesão na coxa direita na vitória de 2 a 0 sobre o Palmeiras no dia 21 de janeiro, treinou normalmente durante a semana e deve voltar a ser titular. A tendência é que o defensor entre no lugar de Gustavo Henrique.
Mesmo distantes, estaremos juntos mais do que nunca neste domingo!
Vamos com tudo em busca dos nossos objetivos!
Até o fim, Nação! #VamosFlamengo pic.twitter.com/uERpk9fear— Flamengo (@Flamengo) February 12, 2021
Já o meia Diego cumpriu suspensão pelo terceiro amarelo no empate contra o Bragantino e deve reassumir uma posição na equipe titular. Somente o goleiro Diego Alves, com um problema muscular, segue fora.
Dois atletas com presença confirmada tem muito a comemorar no jogo contra o Corinthians. O meia uruguaio Arrascaeta e o artilheiro Gabriel Barbosa completam, nesse domingo, a marca de 100 jogos com a camisa do Flamengo. A provável escalação do Rubro-Negro para o jogo de logo mais é: Hugo; Isla, Arão, Rodrigo Caio (Gustavo Henrique) e Filipe Luís; Diego, Gerson e Everton Ribeiro; Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa.
Em busca da vaga
Já para o Corinthians, que ocupa a 8ª posição da classificação com 49 pontos, vencer é necessário para seguir sonhando com uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores. Para buscar os três pontos, o técnico Vagner Mancini fará ao menos uma mudança no time que empatou em 3 a 3 com o Athletico-PR na última quarta-feira (10). Suspenso pelo terceiro cartão amarelo, o volante Gabriel deve dar lugar a Xavier.
Dia de trabalho forte no CT Dr. Joaquim Grava. Seguimos de olho na rodada do fim de semana!
📸 Rodrigo Coca/Ag. Corinthians #VaiCorinthians pic.twitter.com/pjkf8tlfIM— Corinthians (@Corinthians) February 12, 2021
Mas a equipe deve contar com o retorno de dois atletas importantes, o zagueiro Jemerson e o meia Cazares, que se recuperaram de lesão e trabalharam com bola durante a semana. Assim, a provável formação do Timão deve ser: Cássio; Fagner, Bruno Méndez (Jemerson), Gil e Fábio Santos; Xavier, Cantillo, Gustavo Mosquito, Cazares (Araos) e Otero; Léo Natel.
Transmissão da Rádio Nacional
A Rádio Nacional transmite Flamengo e Corinthians ao vivo neste domingo com narração de André Luiz Mendes, comentários de Mário Silva e plantão de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional, que começa às 15h30, aqui:
Veja a classificação atualizada da Série A do Brasileiro.
Fonte: Agência Brasil
Ipiaú: Boletim Covid/ de, 13 de Fevereiro confirma seis novos casos de coronavirus
A Secretaria de Saúde de Ipiaú informa que hoje, 13 de fevereiro, tivemos 8.417 casos registrados como suspeitos, sendo 2.434 casos confirmados, dentre estes, são 2.355 pessoas RECUPERADAS, 20 estão em isolamento social, 07 estão internadas e 43 foram a óbito. 5.913 casos foram descartados e 52 pessoas aguardam resultado de exame. Nesse momento, temos 27 casos ativos.
Obs: Dados da testagem dos profissionais e alunos das Escolas Estaduais foram contabilizados neste boletim em 03/07.
O uso da máscara é indispensável, evite aglomerações, use álcool 70% e lave as mãos com água e sabão sempre que puder .
Prefeitura de Ipiaú/Dircom
'Maior parte do auxílio em 2020 não teve finalidade emergencial'
© Caixa libera saque do auxílio emergencial para nascidos em julho |
O governo perdeu o foco do auxílio emergencial em 2020 e corre o risco de perder novamente agora, avalia o economista-chefe da XP Asset, Fernando Genta, que já teve passagem por Brasília, como secretário adjunto do Ministério da Economia em 2017 e 2018, na gestão do ministro Henrique Meirelles.
Genta argumenta que, atualmente, um programa limitado a até R$ 30 bilhões, por três ou quatro meses, com contrapartidas fiscais, é factível. Mas observa que no ano passado, a maior parte dos recursos do auxílio acabaram indo para pessoas que não tiveram perda de renda do emprego informal, ou seja, não tiveram finalidade emergencial. "O ponto é que você deu muito dinheiro para famílias que não foram impactadas em nada pela crise", diz em entrevista ao Estadão/Broadcast.
Como vê a já quase certa prorrogação do auxílio emergencial?
No final de 2020, estava claro que o auxílio não seria renovado. Nunca foi o plano A do governo. Obviamente, o cenário mudou, tivemos uma segunda onda, com nova cepa, piora em Manaus. Isso mudou a temperatura no Congresso quanto à necessidade de novo auxílio. Mas sou bem crítico sobre como foi feito o auxílio no ano passado. No primeiro programa, tudo bem, porque não se sabia o que estava acontecendo. Mas renovamos duas vezes o programa sem ter nenhum estudo técnico.
Como avalia a postura do ministro Paulo Guedes nessa discussão?
A tática do Guedes foi esperar para ver como evolui a pandemia. Só que após a eleição no Congresso, o presidente do Senado tem sido muito vocal e o Congresso todo embarcou no auxílio. A pressão está muito grande. A briga que Guedes tem agora é convencer o presidente do Senado a colocar tudo dentro de uma PEC, com contrapartidas.
Como operacionalizar o auxílio?
É difícil. Primeiro é preciso votar o Orçamento e por mais que as lideranças prometam aprovar o Orçamento na virada de fevereiro para março, do jeito que as coisas estão, não me surpreenderia a discussão correr ao longo de março. Aí precisa saber se é viável ou não aprovar um novo programa de auxílio sem ter o Orçamento. Acho questionável. Se for para esse caminho, a Economia está defendendo que isso seja feito por PECs, com contrapartidas. Acho que o Congresso não vai fazer nada à revelia do executivo.
O quanto de gasto com auxílio acha viável considerando as limitações fiscais?
Um auxílio limitado, de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões, por três ou quatro meses, para mim me parece uma barganha justa. Hoje tem o teto, a regra de ouro e a meta de superávit primário que limitam o auxílio. Não temos fontes.
Você criticou em artigo recente a eficácia do auxílio em 2020. Foi uma medida ineficaz?
O auxílio, em boa parte, foi pago para famílias mais pobres. O ponto é que você deu muito dinheiro para famílias que não foram impactadas em nada pela crise. O que gastou de desperdício conseguiria dobrar o orçamento do Bolsa Família por 9 anos. Foi uma desfocalização muito grande. Você acabou transferindo dinheiro para loja de material de construção, para o varejo. No final, foi uma transferência de renda para o varejo, não foi uma questão emergencial. Óbvio, que teve gente que pegou o emergencial. A ineficiência do auxílio foi crescendo ao longo do tempo, porque as pessoas foram retornando ao mercado de trabalho. Por mais que o benefício tenha caído pela metade, por mais que tenha retirado pessoas do Bolsa Família do programa no final, ainda assim a eficiência foi caindo e estamos repetindo a dose. Mas se isso vier acompanhado de barganha que melhore os arcabouços fiscais, beleza.
Quando você fala em desfocalização, o dinheiro do auxílio não foi de fato emergencial?
Com base na pesquisa de microdados da PNAD Covid-19 do IBGE, fizemos uma estimativa de que 77% do dinheiro de auxílio que foi capturado, R$ 230 bilhões, não foi destinado para famílias que tiveram perda de renda com trabalho informal, isso na média. Do dinheiro total do auxílio, em dezembro, 80% foi para quem já não tinha perda de renda informal, seja porque já tinha recuperado o emprego, seja porque não é do setor informal.
Como vê a reação do mercado se o auxílio vier sem contrapartida fiscal?
Auxílio sem ajuste nenhum não é o roteiro. O primeiro cenário é Guedes vencer e consegue fazer tudo amarrado, com auxílio e contrapartidas. O outro é o cenário que sai o auxílio sem o fiscal, mas com a promessa de criar uma comissão para o ajuste. Aí o mercado vai azedar, mas sem implosão. Óbvio que parte já está no preço, o Brasil descolou um pouco mais dos emergentes.
Como você acredita que a decisão do auxílio pode ter impacto na decisão do Banco Central sobre juros?
Se sai um auxílio amarrado, com as contrapartidas, é capaz até que o Banco Central melhore seu diagnóstico fiscal. Se sair alguma coisa sem contrapartida, o juro pode subir antes, com chance de 50 pontos em março já.
Indicadores recentes estão vindo fracos. Como vê a atividade neste começo de ano?
O dado que mais me surpreendeu foi o varejo, porque ainda teve dinheiro do auxílio emergencial em dezembro e caiu em janeiro, da ordem de uns R$ 20 bilhões. Talvez a iminência do fim do auxílio fez as famílias ficarem mais reticentes e não gastarem. Mas trabalhamos com a perspectiva de crescimento de 3,5% a 4% este ano, estou otimista com a vacinação.
Acredita que a vacinação pode ser mais rápida do que muitos analistas estão prevendo neste momento?
Estamos bem construtivos com o cronograma de vacinação. O segundo semestre vai ser bem bom, por causa das vacinas. Nas minhas contas, vamos vacinar todos os brasileiros com mais de 60 anos até maio. Até setembro, 70% da população deve ser vacinada, que é praticamente todo mundo com mais de 19 anos. Os casos e mortes tendem a desabar.
POR ESTADAO CONTEUDO
Jantar de Doria que abriu crise no PSDB teve surpresa, acusações de traição e vinho
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) |
Foi assim que a noite da última segunda-feira (8) se transformou em um marco de um dos partidos mais dados a intrigas internas da história brasileira, o PSDB.
Jantares são um esporte na política do país. Boa parte da Nova República foi montada no falecido restaurante Piantella, em Brasília, e Fernando Collor de Mello emergiu candidato a presidente num repasto de pato laqueado no restaurante homônimo de Pequim, em dezembro de 1987.
A segunda-feira passada poderá entrar nessa história, embora não se saiba ainda com qual narrativa.
Para o entorno do governador tucano de São Paulo, João Doria, foi o ponto que demarcou o começo oficial de sua caminhada para tentar suceder a Jair Bolsonaro em janeiro de 2023. Para seus adversários, dentro e fora do PSDB, o enterro de sua pretensão.
Tudo começa no meio do ano passado, quando Doria já se firmava como grande antípoda do presidente no manejo da pandemia de Covid-19. O tucano selou uma aproximação com o DEM, na figura do então poderoso presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e do MDB, por meio do chefe do partido, Baleia Rossi (SP).
Dali surgiu a aliança em torno da candidatura vitoriosa de Bruno Covas (PSDB) na capital paulista, com o MDB na chapa com o vice Ricardo Nunes. O próximo passo seria a eleição da Câmara.
Maia queria pegar carona no pedido de seu correligionário Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e tentar a reeleição. Baleia era seu plano B, e virou A no momento em que o Supremo Tribunal Federal vetou a inconstitucionalidade.
Só que era tarde, e Arthur Lira (PP-AL), o rei do Centrão e nome de Bolsonaro, já havia amealhado apoio suficiente na disputa. Doria fechou com Baleia e, com Maia, amargou uma derrota no qual tanto DEM quanto PSDB colaboraram com muitos votos para Lira.
Doria ficou enfurecido e identificou o Aécio Neves como o pai do racha. A amigos, o mineiro nega, dizendo que os deputados votaram por sua sobrevivência eleitoral —o PSDB foi exaurido de verbas de emendas parlamentares pelo Planalto.
A eleição na Câmara foi na segunda retrasada (1º). No fim da semana, o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, passou a disparar convites para um jantar na segunda-feira seguinte para a discussão de cenário político.
O nome mais vistoso da lista era o de Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente e ainda um farol dentro do PSDB. Foram chamados também outros membros da ala histórica do partido, como o senador José Serra (SP) e o ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira (SP).
Na definição corrente do Bandeirantes, havia um intruso, o líder do PSDB na Câmara, Rodrigo de Castro (MG) —aliado de Aécio. O restante da mesa era de aliados, e vários subordinados, de Doria, que estavam informados da agenda real do evento.
O jantar começou indigesto já no meio da tarde. Às 15h20, o jornal Folha de S.Paulo publicou que no cardápio haveria a sugestão de Doria de expulsar Aécio do PSDB, reforçar a oposição a Bolsonaro e integrar o grupo do DEM de Maia, que já fora convidado na véspera a integrar o tucanato.
Castro e Bruno Araújo, o presidente do PSDB, estavam em voo de Belo Horizonte e Brasília, respectivamente. Ao chegar a São Paulo, viram a notícia e conversaram, levantando dúvidas sobre a conveniência de participar do jantar.
O mal-estar se expandiu. FHC desistiu de ir ao jantar, e Aloysio cogitou fazer o mesmo. Serra já havia dito não, mas por motivos de saúde.
Ao fim, Castro e Araújo foram ao Bandeirantes. Chegando lá, pouco antes das 20h, encontraram o grupo de Doria: Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional, e também presidente do PSDB-SP), Wilson Pedroso (secretário particular), Antonio Imbassahy (“embaixador” paulista em Brasília) e Cauê Macris (presidente da Assembleia Legislativa paulista).
A eles se juntaram o deputado federal Samuel Moreira (SP), muito próximo do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito paulistano, Bruno Covas, e Aloysio.
O clima começou descontraído, com crítica entre os convidados à ausência de bebidas alcoólicas —Doria não as bebe. De tanta reclamação, o governador pediu para que fossem compradas algumas garrafas de vinho.
Ao longo da primeira hora do jantar, a tal conversa sobre cenários se desenrolou sem grandes atritos.
Os convidados dividiam a grande mesa redonda que fica numa área semidescoberta no teto do Bandeirantes, na ala residencial que não é ocupada por Doria, com uma vista espetacular da zona oeste da capital.
O governador sentou ao lado de Covas, e na sequência estavam Castro, Macris, Imbassahy, Vinholi, Moreira, Pedroso, Aloysio e Araújo, completando o círculo.
Acabado o jantar, que tinha opções de carne e peixe, Doria fez um discurso exaltado. Afirmou que o PSDB não poderia terminar como o DEM, implodido pela eleição na Câmara, e que deveria firmar-se como oposição a Bolsonaro.
Mais: figuras ambíguas, como Aécio, deveriam ou se enquadrar ou serem afastadas. O termo expulsão não foi usado, um reflexo do efeito negativo que a revelação da ideia pela Folha horas antes, mas a ideia geral era a mesma
A palavra coube então a Covas, que colocou as cartas de Doria na mesa ao falar, após uma crítica ligeira a Aécio, sobre a necessidade de o governador assumir o partido.
Macris, o seguinte a discursar, detalhou a ideia. Aqui há um ruído: segundo aliados, o presidente da Assembleia defendeu que Doria assumisse o partido a partir do começo de 2022, para a travessia da campanha presidencial.
Outros comensais não entenderam dessa forma, e a versão que foi circulada no partido era a de que a ideia era substituir Araújo ao fim de seu mandato de dois anos, em maio.
Vinholi e Moreira falaram a seguir, fazendo a mesma defesa do governador. Segundo a versão corrente no governo estadual, o chefe do PSDB-SP também defendeu a recondução de Araújo e dos outros presidentes de diretórios até 2022. Novamente, ela é contestada fora deste círculo.
Chegou então a vez de Castro falar. Ele disse que Doria seria derrotado no seu intuito de remover Aécio, como ocorrera em 2019, e que achava prioritário a recomposição de pontes entre as seções estaduais e as bancadas federais do partido. Ninguém fora de São Paulo apoiaria Doria agora, afirmou.
Ele foi secundado por Aloysio, que considerava muito arriscada a proposta do grupo do paulista. Na sequência, Imbassahy fez uma análise conjuntural e defendeu a necessidade de ter Doria como candidato sólido já. Pedroso foi na mesma linha.
Por fim, Bruno Araújo, visivelmente contrariado, mas em tom calmo. Ele disse que havia sido “muito ruim” saber da ideia de remoção de Aécio pela Folha, e que não tinha apego ao cargo. Afirmou que, se Doria o quisesse, bastaria ter conversado antes com ele.
Em resumo, uma acusação de traição, que foi repetida do outro lado depois do evento, já que todos os aliados de Doria esperavam uma atitude mais complacente do ex-deputado e ex-ministro.
Um silêncio tomou conta da reunião, que foi encerrada pouco antes da 1h de terça após Doria fazer uma espécie de resumo do acontecido. A questão da presidência tucana não foi citada, mas o estrago se propagou de forma sísmica pelo partido a partir daquela madrugada.
A resultante é conhecida: Araújo foi reconduzido nesta sexta (12) à presidência tucana, Aécio Neves ressurgiu do ostracismo em troca dura de acusações com Doria, e o governador Eduardo Leite (RS) foi lançado para disputar a vaga de presidenciável por parte da sigla.
Para o entorno de Doria, o governador errou na forma, mas acertou no conteúdo: a debacle, sob essa ótica, serviu para delimitar quem está de que lado e irá orientar os próximos passos. A ordem agora no Bandeirantes é silenciar e deixar a fervura baixar.
Alguns apontam para Maia na tentativa de encontrar culpados, já que na véspera do jantar ele esteve com Doria e disse que só migraria para o PSDB se o governador tivesse controle sobre o partido.
Na órbita tucana longe de Doria, mesmo em São Paulo, a avaliação é que houve uma tentativa de golpe interno que foi abortada, e que ela vai dificultar enormemente a vida do governador.
Pode ser, alegam os aliados do tucano, mas o PSDB ficará sem o dono do maior ativo hoje contra Bolsonaro, a vacina do Butantan e a condução da crise sanitária. Que pode, lembram, muito bem deixar a sigla e encontrar algum hospedeiro para sua candidatura.
Seja como for, o tucanato só esteve próximo do poder federal em 2014, quando marchou unido com Aécio. Em dois anos será possível aferir o tamanho real da ressaca, ou da euforia, causada pelo vinho da segunda-feira.
Igor Gielow/Folhapress
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